Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
2ª Reclamada: Hospital Life Corpo Saudável, pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ através do Nº 00.XXXXX/0001-00, endereço eletrônico, situada na (endereço
completo com CEP) – Cidade/UF;
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Neste sentido, cabe a Tomadora dos Serviços guardar o dever de eleger com critério, a
empresa de terceirização e, ainda, acompanhar o desenrolar da prestação dos
serviços, verificando a existência ou não de algum tipo de prática lesiva ao empregado
contratado pela empresa eleita para participar da terceirização. Tal dever afigura-se
inerente a essa modalidade de contratação, ficando a empresa de terceirização, neste
aspecto, sujeita ao exame da Tomadora com a qual guarda uma vinculação jurídica
contratual.
No entanto, se não for do entendimento desse Juízo que no caso em tela encontra-se
caracterizada a Responsabilidade Solidária da 2ª Reclamada, é digno de destaque,
então, a Responsabilidade Subsidiária estabelecida na Súmula 331, inciso IV, do TST.
In verbis:
No tocante ao assunto, nossos Tribunais não têm trilhado outro caminho, se não o da
responsabilização também da tomadora dos serviços. Vejamos:
TST - RECURSO DE REVISTA RR XXXXX20115050023 (TST)
Em 10/06/23 a Reclamante foi dispensada sem justa causa e até a presente data não
recebeu os valores correspondentes as verbas contratuais e rescisórias, nem tampouco
teve a saída anotada em sua CTPS.
a) na data-base;
Sendo assim, não resta dúvida que essa postura deliberada da 2ª Reclamada
prejudicou demasiadamente a Reclamante, sobretudo no que tange a contagem do
período para sua aposentadoria.
A Reclamante tem férias vencidas as quais faz jus, referente ao período aquisitivo de
02/01/2021 a 01/01/2023. Com o acréscimo do 1/2 constitucional as Reclamadas
deverão pagar ao Reclamante o correspondente a R$ xxx
(...)
Observa-se que o parágrafo único do Art. 146 da CLT, prevê o direito do empregado
ao período incompleto de férias na proporção de 1/12 por mês trabalhado ou fração
superior a 14 (quatorze dias). Sendo assim, tendo o período aquisitivo iniciado em
02/01/2016 e o término efetivo do contrato de trabalho ocorrendo em 05/02/2016, o
Reclamante faz jus às férias proporcionais de 1/12 acrescidas do terço constitucional.
Nos exatos termos do Art. 7º, inciso VIII, da Constituição Federal de 1988 o 13º
salário é devido a todos os empregados urbanos, rurais e domésticos. Cumpre-nos
informar que o Reclamante não recebeu o 13º salário relativo ao ano de 2015.
As Leis 4.090/62 e 4.749/65 preceituam que o décimo terceiro salário deverá ser pago
até o dia 20 de dezembro de cada ano, sendo ainda certo que a fração igual ou
superior a 15 (quinze dias) de trabalho será havida como mês integral para efeitos do
cálculo do 13º salário.
O Art. 15 da Lei 8.036/90 estabelece que todo empregador deverá depositar até o dia
7 de cada mês na conta vinculada do empregado a importância correspondente a 8%
de sua remuneração devida no mês anterior.
in verbis:
Lei 8.036/90 - Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os
empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada
mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8
(oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a
cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam
os artigos 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a
Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº
4.749, de 12 de agosto de 1965.
Até a presente data não consta nos registros na Caixa Econômica Federal os depósitos
do FGTS que deveriam ter sido efetuados pela 1ª Reclamada em favor do Reclamante.
Nesse sentido, o Reclamante faz jus ao valor correspondente aos depósitos mensais do
período trabalhado, perfazendo um total de R$ xxx que deverá ser pago pelas
Reclamadas devidamente corrigido monetariamente e acrescido de juros legais.
VI. 7 – DA MULTA DE 40%
(...)
Diante da leitura dos dispositivos legais supramencionados, conclui-se que toda vez
que o empregado prestar serviços após esgotar-se a jornada assegurada pela
Constituição Federal haverá trabalho extraordinário, que deverá ser remunerado com o
adicional de, no mínimo, 50% superior ao da hora normal.
No caso em tela, verifica-se que o Reclamante cumpria diariamente 3 (horas) horas
extraordinárias de segunda a sábado e 3 (três) horas excedentes as 44 (quarenta e
quatro) aos sábados. Tal rotina foi observada durante todo o período laborado. No
entanto as Reclamadas jamais efetuaram o pagamento destas horas extraordinárias e
por consequência os seus reflexos, tampouco em sua rescisão contratual, valores estes
que faz jus ao Reclamante em receber, conforme fica demonstrado acima.
No prazo estabelecido no Art. 477, § 6º, da CLT, não houve o pagamento das verbas
rescisórias acima elencadas. Neste sentido se impõe em favor do Reclamante uma
multa equivalente a um mês de salário revertida em seu favor, conforme
consubstancia o § 8º do mesmo artigo da CLT acima citado.
Com esse pensar, eis o magistério de Francisco Ferreira Jorge Neto e Jouberto de
Quadros Pessoa Cavalcante:
É consabido que o adicional de insalubridade, por ser de natureza salarial, deve incidir
nas demais verbas trabalhistas. É o que se destaca, a propósito, do verbete contido na
Súmula 139 do Egrégio TST.
Com esse enfoque, é altamente ilustrativo transcrever as lições de José Aparecido dos
Santos:
Conforme narrado nos fatos, a carga horária da Reclamante era das 13:00h às 19:00h
segunda a sábado.
Contudo, é mister afirmar que a mesma jamais usufruiu do seu intervalo intrajornada
diários (1h), usufruindo de intervalo de 30 minutos.
Nesse sentido, como restará comprovado em sede de instrução processual, faz jus a
Reclamante à percepção do pagamento dos intervalos intrajornadas suprimidos,
equivalente a todo período em que laborou para a Reclamada, implicando o
pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com
acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para
efeito de remuneração, conforme dispõe a Súmula 437, I e III, do TST.
Nesse liame, para se chagar ao valor estimado das horas suprimidas, foi utilizado o
seguinte cálculo:
Em que pese o grau de subjetivismo que envolve o tema da fixação da reparação, uma
vez que não existem critérios determinados e fixos para a quantificação do dano moral,
a reparação do dano há de ser fixada em montante que desestimule o ofensor a
repetir o cometimento do ilícito. Diante disso acreditamos que o valor correspondente
a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) esteja dentro do que preconiza o Princípio da
Razoabilidade.
O Art. 133 da Constituição Federal de 1988, norma cogente, de interesse público, das
partes e jurisdicional, tornou o advogado indispensável à administração da justiça.
Em que pese existir, no âmbito da Justiça do Trabalho, o Princípio jus postulandi, sabe-
se que, caso um Reclamante comece um litígio sem auxílio de um advogado, este
poderá ser seriamente prejudicado, em virtude de geralmente não possuir o
conhecimento técnico adequado para litigar em juízo.
Além disso, é sabido que as empresas Reclamadas, por serem detentoras de poder
econômico avantajado, certamente estarão sempre acompanhadas por operadores do
direito altamente qualificados, o que, somado ao jus postulandi do Empregado,
tornaria o trabalhador ainda mais hipossuficiente na busca por seus próprios direitos.
Dessa forma, na busca de uma igualdade material dentro de uma demanda, se faz
necessária, sim, a presença do advogado em juízo, acompanhando o Reclamante.
Nada mais justo e coerente, portanto, do que o deferimento de honorários advocatícios
por força do Princípio da Sucumbência, estabelecido nos termos do Art. 85 do CPC.
IX – DOS PEDIDOS
Total: R$ 53.955.07
Termos em que,
Pede deferimento.
Amanda Braga
OAB/MG – Nº 000.000