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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA DD.

2ª VARA DO
TRABALHO DE LIMEIRA – ESTADO DE SÃO PAULO.

Processo nº 0010462-75.2023.5.15.0128

KANTO DA ESFIHA LTDA, empresa estabelecida na cidade de Limeira/SP, na


Avenida Eduardo Peixoto, nº 713, Jardim Nova Europa, C.E.P.: 13482-000, inscrita no CNPJ sob n.º
38.382.152/0001-79, devidamente representadas por meio de seus procuradores, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a sua resposta em forma de

CONTESTAÇÃO

nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA que lhe promove VITORIA RAMOS


MARCOS, feito em trâmite perante esta DD. 2ª Vara do Trabalho de Limeira/SP, registrado sob o
nº 0010462-75.2023.5.15.0128, pelos motivos de fato e de direito que expõe:
A – SÍNTESE DOS FATOS NARRADOS NA INICIAL

A Reclamante adentra em juízo contra a Reclamada com o propósito de haver direitos


trabalhistas decorrentes de eventual relação empregatícia havida entre as partes litigantes. E em
suma, alega que:

a) foi contratada em 09 de junho de 2022, para exercer a função de cozinheira, com


salário de R$ 1.300,00, sendo dispensado sem justa causa em 09/08/2022, e que o
contrato de trabalho não foi anotado em sua CTPS;

b) Que apesar de ter sido contratada para receber o pagamento no importe de R$


1.300,00, o único valor que teria recebido durante todo o período foi o valor de R$
242,40;

c) Que laborava de segunda a quarta-feira, inclusive aos feriados, das 14h00 às 23h00 e,
de quinta-feira a domingo das 14h00 às 23h40, folgando apenas 1 (um) dia por mês,
durante a semana;

d) Que usufruía de apenas 10 minutos de intervalo intrajornada;

e) Que por ter laborado em jornada noturna, a Reclamada jamais remunerou de forma
devida, não respeitando a hora noturna reduzida;

f) durante seu contrato de trabalho, laborou na limpeza da cozinha com a diluição de


componentes químicos para fazer os produtos de limpeza utilizados, sendo exposta a
agentes químicos e biológicos. Que permanecia sob calor acima do limite de tolerância
em razão de laborar cozinhando, manuseando fritadeira e forno a lenha.

Desta forma, requer o reconhecimento de vínculo de emprego, com a condenação da


Reclamada no pagamento de a) verbas do período sem registro; b) horas extras; c) intrajornada; d)
adicional noturno; e) adicional de insalubridade e reflexos e f) honorários sucumbenciais, atribuindo
à causa o valor de R$ 18.320,82 (dezoito mil, trezentos e vinte reais e oitenta e dois centavos).
B – DO DIREITO

PRELIMINARMENTE

I - DA GRATUIDADE

A Reclamada expressamente impugna o pedido da Reclamante no tocante a concessão da


assistência judiciária gratuita, nos moldes contidos no petitório vestibular, pretendendo se beneficiar
da isenção de pagamento de custas processuais.

O §4º, do artigo 790, da CLT dispõe que o benefício da justiça gratuita será concedido à
parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo, contudo, a
parte Autora se limitou a juntar a declaração de hipossuficiência, mas não provou que recebe salário
igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, motivo pelo qual não se enquadra nos pressupostos exigidos pela norma legal
evidenciada, impondo-se, portanto, o indeferimento do pedido.

II - DA APLICABILIDADE IMEDIATA DA LEI Nº 13.467 DE 13 DE JULHO DE


2017.

É certo que a norma processual tem efeito prospectivo e imediato, sendo assim entrou a
lei nº 13.467/2017 em vigor na data de 11/11/2017, passando a ser aplicada nos processos em
andamento, de acordo com a teoria do isolamento dos atos processuais.

Nesse sentido temos a regra do art. 1.046 do CPC/15:

Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei 7.869, de 11 de janeiro de 1973.
Em igual sentido são as regras da CLT:

Art. 912 - Os dispositivos de caráter imperativo terão aplicação imediata às relações iniciadas, mas não
consumadas, antes da vigência desta Consolidação.

Art. 915 - Não serão prejudicados os recursos interpostos com apoio em dispositivos alterados ou cujo
prazo para interposição esteja em curso à data da vigência desta Consolidação.

Desta feita, requer a Reclamada a aplicabilidade imediata sobre as demandas pendentes,


inclusive no que diz respeito aos honorários de sucumbência e justiça gratuita.

C – PELO MÉRITO

A reclamação trabalhista proposta é totalmente IMPROCEDENTE, e esta Reclamada


aproveita este único momento processual, para apresentar a sua impugnação às pretensões da
Reclamante, constantes de sua petição inicial, especialmente no que diz respeito a: reconhecimento
de vínculo de emprego, com a condenação da Reclamada no pagamento de a) verbas do período sem
registro; b) horas extras; c) intrajornada; d) adicional noturno; e) adicional de insalubridade e
reflexos e f) honorários sucumbenciais, outrossim, eventuais documentos ofertados, pois, totalmente
indevidos à espécie.

I – DO ALEGADO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

II - DA JORNADA DE TRABALHO – HORAS EXTRAS / INTRAJORNADA/


ADICIONAL NOTURNO/ FERIADOS EM DOBRO

a) Das alegações da Reclamante


Alega que laborava de segunda a quarta-feira, inclusive aos feriados, das 14h00 às 23h00
e, de quinta-feira a domingo das 14h00 às 23h40, folgando apenas 1 (um) dia por mês, durante a
semana.
Que usufruía de apenas 10 minutos de intervalo intrajornada.

Que por ter laborado em jornada noturna, a Reclamada jamais remunerou de forma
devida, não respeitando a hora noturna reduzida.

Assim requer: a) horas extras e reflexos; b) feriados; c) intrajornada; d) adicional noturno


e reflexos.

b) Da impugnação da Reclamada

A Reclamada expressamente impugna a alegação da Reclamante, por total ausência de


amparo fático. Senão vejamos:

b.1) Da extrapolação da jornada diária/semanal

Inicialmente cumpre consignar que o Autor laborou, desde o início de sua prestação de
serviço realizava jornada das 14h00 as 22h00 de segunda a domingo, sempre usufruindo de
01h00 min de intervalo para descanso e refeição corretamente, com 1 (uma) folga na semana e 1
(um) domingo no por mês.

Neste passo, frisa-se que TODA a jornada de trabalho efetivamente cumprida era
anotada/registrada pela Reclamante, sem qualquer gerencia desta Empresa, cujos horários eram
exportados para os “espelhos de ponto”, sendo ofertada a oportunidade para o trabalhador, quando
da assinatura do “contracheque/holerite”, o que ocorria no início de cada mês, de conferir os
horários constantes nos referidos “controles de frequência”, ficando assim expressamente
impugnado/negado o labor em horários não constantes nos “espelhos de ponto”.
Inclusive, temos que a Obreira não afirma incorreções em seu controle e não impugna os
controles de ponto da Reclamada. Assim, a teor do artigo 400 do Código de Processo Civil - CPC,
os documentos juntados deverão ser reputados verdadeiros, não havendo que se falar em discussão
ou impugnação quanto aos cartões ponto anexos.
Em continuação, impende esclarecer não havia a frequente realização de labor
extraordinário, mas sim, de minutos relativos a uma prorrogação da jornada de trabalho em
decorrência da variação da hora/relógio ou apenas para a conclusão/finalização de um trabalho, mas,
sendo os poucos minutos ou de fato horas extras, sempre com a observância do disposto no § 1º do
artigo 58 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, corretamente pagas, conforme se
comprovará através de prova testemunhal em futura audiência de instrução.

Ainda, cumpre consignar que ao contrário do que alega a Reclamante, em evidente má-fé,
esta laborava de segunda a domingo, usufruindo de 1 (uma) folga POR SEMANA, e de 1 (um)
domingo por mês, restando impugnada a alegação.

E temos que em raríssimas oportunidades a Reclamante laborou aos sábados, fora


corretamente realizada a compensação das horas trabalhadas, não acarretando qualquer prejuízo ou
irregularidade para com a Reclamante.

Da mesma forma, consigna-se que a Reclamante não laborou em todos os feriados,


especificamente laborou em dois deles, ou seja, raríssimas vezes e ainda, nestes dias recebeu as
horas extras devidas, em holerites. Vejamos por amostragem os pagamentos:

Inclusive, cumpre consignar que a Reclamante NÃO LABORAVA após as 22h00, sendo
este o termino de seu labor, não havendo que se falar em pagamento do adicional noturno, restando
negada e impugnada as alegações e pedidos.

Destacamos assim que o intervalo intrajornada é pré assinalado no topo do cartão ponto
da Reclamante e, conforme inteligência do artigo 74, § 2º da CLT, quando há a pré assinalação do
repouso para descanso e refeição no cartão ponto, ele é considerado fruído integralmente.
Assim, ficam impugnados os pedidos de aplicação de horas extras excedentes a 8ª diária
e 44ª semanal, inclusive quanto aos minutos que antecedem e sucedem a jornada que sejam superior
a dez diários, acrescidas do percentual convencional, ou, na sua falta, o legal de 50%, para as
prestadas de segunda a sábado, além de horas extras laboradas aos domingos e feriados em dobro
com inclusão na base de cálculo de adicional de insalubridade, tampouco reflexos nos DSR’s: aviso
prévio, 13º Salário; Férias (+1/3), FGTS+40% e in itinere, pois não há qualquer pendência para com
a Reclamante.

E itera-se que toda hora trabalhada pela Reclamante foi: i) corretamente acordada; ii)
corretamente anotada e iii) tempestiva e correntemente paga, não havendo irregularidades.

b.2) do intervalo para descanso e refeição

A Reclamada expressamente impugna a pretensão da Reclamante no que tange ao


pagamento de horas extras pela falta de fruição do intervalo intrajornada, sob alegação de que nunca
usufruiu de 01 hora de intervalo para descanso e refeição. Nega-se a Reclamante deixou de usufruir
do intervalo intrajornada um dia de trabalho sequer.

Assim, cumpre consignar que conforme será comprovando em audiência de instrução, a


Reclamante sempre gozou de 01:00 (uma hora) de intervalo intrajornada ficando assim
expressamente impugnada/negada qualquer alegação da falta de fruição.

Assim, consigna-se que, se ocorrida, ou seja, eventualmente, era a supressão de alguns


poucos minutos (menos que 05 minutos) em virtude de possível divergências entre os horários.

Especificamente nestas oportunidades, temos que de acordo com o precedente firmado


pelo TST quando do julgamento do IRR-1384-61.2012.5.04.0512, ocorrido em 25/03/2019, onde se
fixou a seguinte tese: “A redução eventual e ínfima do intervalo intrajornada, assim considerada
aquela de até 5 (cinco) minutos no total, somados os do início e término do intervalo, decorrentes
de pequenas variações de sua marcação nos controles de ponto, não atrai a incidência do artigo
71 , § 4º, da CLT”. Não há que se falar em qualquer condenação em horas extras.
Inclusive e nesta linha, nossos Tribunais Regionais também firmaram entendimento
acerca da aplicação, por analogia, do prescrito parágrafo 1º do artigo 58 da Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT, o qual desconsidera as variações de horário no registro de ponto não excedente
de 05 (cinco) minutos, vejamos recentes decisões proferidas neste particular:

123000408058 - INTERVALO INTRAJORNADA - LIMITE DE TOLERÂNCIA - ADEQUAÇÃO À


TESE FIRMADA PELO TST - O Tribunal Superior do Trabalho no julgamento do IRR-1384-
61.2012.5.04.0512, entendeu inaplicável ao intervalo intrajornada a tolerância prevista no art. 58 , §
1º, da CLT (10 minutos), firmando, no entanto, tese que a redução eventual e ínfima do intervalo
intrajornada, assim considerada aquela de até 5 (cinco) minutos no total, somados os do início e
término do intervalo, decorrentes de pequenas variações de sua marcação nos controles de ponto, não
atrai a incidência do artigo 71 , § 4º, da CLT. A extrapolação desse limite acarreta as consequências
jurídicas previstas na lei e na jurisprudência. (TRT-12ª R. - RO 0001134-12.2021.5.12.0020 - Relª
Sandra Silva dos Santos - DJ 06.03.2023)

grifo nosso

114000561484 - INTERVALO INTRAJORNADA - SUPRESSÃO PARCIAL - TOLERÂNCIA - O C.


TST, no julgamento do IRR nº 1384-61.2012.5.04.0512, julgado em 25.03.2019, firmou a seguinte tese:
"A redução eventual e ínfima do intervalo intrajornada, assim considerada aquela de até 5 (cinco)
minutos no total, somados os do início e término do intervalo, decorrentes de pequenas variações de
sua marcação nos controles de ponto, não atrai a incidência do artigo 71 , § 4º, da CLT. A
extrapolação desse limite acarreta as consequências jurídicas previstas na lei e na jurisprudência.".
(TRT-03ª R. - RO 0010729-97.2018.5.03.0179 - 2ª T. - Rel. Sebastiao Geraldo de Oliveira - J.
15.06.2021)
grifo nosso

115000403306 - REDUÇÃO ÍNFIMA DO INTERVALO INTRAJORNADA DE QUE TRATA O ART.


71, CAPUT, DA CLT - Conforme a tese fixada pelo Tribunal Pleno do TST nos autos do processo IRR-
1384-61.2012.5.04.0512, a redução eventual e ínfima do intervalo intrajornada, assim considerada
aquela de até 5 minutos no total, decorrentes de pequenas variações de sua marcação nos controles de
ponto, não atrai a incidência do artigo 71, § 4º, da CLT. (TRT-04ª R. - ROT 0020385-04.2017.5.04.0012
- 11ª T. - Relª Maria Helena Lisot - J. 05.03.2020).
grifo nosso
"INCIDENTE DE RECURSOS REPETITIVOS. REDUÇÃO ÍNFIMA DO INTERVALO
INTRAJORNADA DE QUE TRATA O ART. 71, CAPUT, DA CLT. DEFINIÇÃO E EFEITOS.
INCIDENTE SUSCITADO RELATIVAMENTE A CASOS ANTERIORES À LEI N.º 13.467/2017, QUE
DEU NOVA REDAÇÃO AO ART. 71, § 4.º, DA CLT. Neste Incidente de Recursos Repetitivos, que trata
de casos anteriores à Lei nº 13.467, de 2017, que deu nova redação ao art. 71, § 4.º, da CLT fixa-se a
seguinte tese jurídica: "A redução eventual e ínfima do intervalo intrajornada, assim considerada
aquela de até 5 (cinco) minutos no total, somados os do início e término do intervalo, decorrentes de
pequenas variações de sua marcação nos controles de ponto, não atrai a incidência do artigo 71, § 4º,
da CLT. A extrapolação desse limite acarreta as consequências jurídicas previstas na lei e na
jurisprudência." PROCESSOS AFETADOS TST-RR-1384- 61.2012.5.04.0512 E TST-ARR-864-
62.2013.5.09.0016. Recursos de revista conhecidos e parcialmente providos, a fim de aplicar a tese
firmada neste Incidente de Recursos Repetitivos." (PROCESSO Nº TST-IRR-1384-61.2012.5.04.0512 C/J
PROC. Nº TST-ARR-864-62.2013.5.09.0016
grifo nosso

113000312354 - VOLKSWAGEN - INTERVALO INTRAJORNADA - 55 MINUTOS - Em que pese a Tese


Jurídica Prevalecente 16 deste Regional, a fruição incontroversa de 55 minutos de intervalo encontra-se
dentro dos limites de tolerância previstos no art. 58 , § 1º, da CLT, além de que a condenação em uma
hora extra diária seria desproporcional à eventual inobservância da norma legal, implicando
inadmissível enriquecimento sem causa do empregado. Apelo da ré provido. (TRT-02ª R. - RO 1001326-
63.2017.5.02.0466 - Rel. Kyong Mi Lee - DJe 06.06.2019 - p. 15027).
grifo nosso

Assim e diante do exposto, considerando que a Reclamante sempre gozou integralmente


do intervalo convencional para descanso e refeição, havendo em pouquíssimas oportunidades
diferenças inferiores a 00:05 minutos, não há que se falar em qualquer irregularidade ou pendência
de valores a serem pagos em favor desta sob este título.

Diante todo o exposto e comprovado, verifica/itera-se que toda hora trabalhada pela
Reclamante foi (i) corretamente paga, bem como, que (ii) não houve a extrapolação ou supressão de
mais que 5 minutos do intervalo intrajornada.

Ficando impugnado o pedido e principalmente o atribuído, qual seja, R$ 46.830,23


(quarenta e seis mil oitocentos e trinta reais e vinte e três centavos), e seus reflexos legais.
Portanto, inexistindo qualquer crédito a favor da Reclamante, decorrentes do intervalo
intrajornada, não há que se falar em acrescimentos de 50% (cinquenta por cento) sobre a
remuneração, ou reflexos nos 13º salários, férias acrescidas de 1/3, DSR’s e no FGTS + 40%, entre
outros, que, por se tratarem de verbas acessórias, devem acompanhar o principal e, a teor do que
determina o artigo 92 do Código Civil – CC, os reflexos só mostram inócuos face ao princípio de
que os acessórios seguem o principal.

Por fim, a despeito de a Reclamante ter gozado integralmente do intervalo para descanso
e refeição não há que se falar em qualquer irregularidade ou pendencia de valores a serem pagos em
favor da Reclamante, porém, caso este DD. Juízo entenda pela condenação desta Reclamada ao
pagamento de quaisquer valores a este título, “ad argumentandum”, requer, sejam observados os
dia trabalhados quando de gozo de intervalo intrajornada inferior a 55 minutos em jornada de
trabalho superior a seis horas e que eventual condenação se limite aos minutos/tempo faltantes para
completar a 01 (uma) hora, a teor do que dispõe a lei 13.467/17.

b.3) do ônus da prova das diferenças

Conforme robustamente comprovado acima, todas as horas extras efetivamente laboradas


pelo Autor, sejam elas decorrentes de eventual extrapolação da jornada diária/semanal/intrajornada
foram corretamente quitadas, razão pela qual, nos termos do inciso I do artigo 373 do Código de
Processo Civil – CPC e artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, cabe ao Autor o
ônus de comprovar eventuais diferenças que entende serem devidas, devendo, inclusive, demonstrar,
de forma OBJETIVA E MATEMATICAMENTE, considerando inclusive as datas de
fechamentos dos cartões ponto e dias efetivamente trabalhados/ compensados, sendo este o
entendimento firmado pelos E. Tribunais Regionais:

116000270535 - JORNADA DE TRABALHO - HORAS EXTRAS - ÔNUS DA PROVA - Compete aa


Reclamante o ônus da prova do labor extraordinário quando negado em sede de defesa, por ser fato
constitutivo de sua pretensão, nos termos dos arts. 818, I, da CLT. (TRT-05ª R. - ROT 0000430-
60.2020.5.05.0462 - 1ª T. - Rel. Des. Luiz Roberto Mattos - DJ 23.05.2022)
grifo nosso
125000123227 - RECURSO ORDINÁRIO - JORNADA DE TRABALHO - HORAS EXTRAS - ÔNUS
DA PROVA - Tendo o empregador cumprido o que determina o art. 74 , § 2º, da CLT e trazendo aos
autos cartões de ponto com marcações variáveis, indicação de horas extras, folgas, faltas, horas
destinadas à compensação, créditos de horas, feriados, intervalos intrajornada, os quais foram
assinados, em sua maioria, pelo trabalhador, e, tratando-se a discussão de jornada suplementar, cujo
labor é excepcional, mister haver prova cabal para o seu reconhecimento, ônus que recai sobre quem
almeja o correspondente pagamento, eis que fato constitutivo do direito vindicado (art. 818, I, da CLT
c/c art. 373 , I, do CPC). (TRT-14ª R. - RO 0000879-73.2020.5.14.0007 - 1ª T. - Relª Desª Vania Maria
da Rocha Abensur - DJe 04.03.2022 - p. 3417)
grifo nosso

121000298914 - HORAS EXTRAS - INTERVALO INTRAJORNADA - ÔNUS DA PROVA - À luz do


ônus da prova, deve o vindicante demonstrar os fatos constitutivos de seu pretenso direito, recaindo
sobre o demandado comprovar os fatos extintivos, impeditivos e/ou modificativos do direito invocado
pela Autora (arts. 818 da CLT e 373, I e II, do CPC), de modo que, ordinariamente , incumbe aa Autora
provar o labor em sobrejornada e o usufruto irregular do intervalo para descanso e alimentação.
Constatada a dispensa da préassinalação do intervalo intrajornada nas folhas de ponto, mediante ACT, e
não logrando o trabalhador comprovar a efetiva ausência de gozo desse descanso, indevido seu
pagamento na forma de horas extras. (TRT-10ª R. - ROT 0000535-43.2015.5.10.0019 - Rel. Paulo
Henrique Blair de Oliveira - DJe 02.02.2021 - p. 396)
grifo nosso

b.3) Da dedução/compensação

Por fim, embora robustamente comprovado o correto pagamento das horas extras
laboradas, caso este DD. Juízo entenda de forma contrária, “ad argumentandum”, requer que sejam
considerados os valores já pagos ao Autor a título de horas extras, as quais encontram discriminadas
nos “holerites” para fins de dedução/compensação, bem como, sejam consideradas as ausências,
afastamentos, atrasos, férias e faltas da Reclamante ao trabalho, objetivando assim não haver o
enriquecimento ilícito do Autor, o que é vedado pelo nosso ordenamento jurídico.

II – DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
a) Das alegações da Reclamante

Alega o Autor que no exercício de suas atividades, esteve exposto aos agentes e
condições agressivas à sua saúde como: poeira, calor, ruído, dentre outros agentes físicos, químicos
e biológicos.

Que a Reclamada não efetuou o pagamento de qualquer adicional a título de


insalubridade, os equipamentos e as medidas de proteção adotadas, apenas abrandavam os efeitos
nocivos da atividade, não os eliminando totalmente e houve, portanto, total descuido por parte da
reclamada em não oferecer aa Obreira as mínimas condições de conforto, higiene e segurança

Desta forma, requer a condenação da Reclamada no pagamento de adicional de


insalubridade e seus reflexos.

b) Da impugnação da Reclamada

A Reclamada expressamente impugna a pretensão do Autor neste particular, negando


que o mesmo tenha ficado exposto a condições ou agentes insalubres durante o pacto laboral,
conforme restará comprovado através de laudo pericial, cuja perícia será determinada por este DD.
Juízo, ficando negado que a Reclamante tenha sido a agentes insalubres.

Conforme consta nos autos acostados aos autos, a Reclamante desde sua admissão
laborou como “Montador”, no setor de extrusão de chapa/grão até novembro de 2019, após, no
setor de Silk Screen/Impressão digital até junho de 2020 e por fim, no setor de rebobinadeira até
sua dispensa.

Importante consignar que, a Reclamante como colaborador PCD, possuía supervisão de


suas atividades, ante ao cuidado e zelo da Empresa para com a Obreira, bem como, que na função
de “Montador” possuía como atividade apenas embalar os produtos acabados, colocando-os
em caixas e realizando os fechamentos de forma manual.
Ademais, independente da atividade exercida pela Reclamante, este sempre recebeu todos
os equipamentos de proteção individual, conforme e apresentado em sua ficha de controle de EPI´S.

Ao contrário do que alega a Reclamante, este jamais laborou exposto a agentes químicos,
físicos, quiçá biológicos, inclusive, cumpre mencionar que no local de trabalho, no qual a Obreira
desenvolvia suas atividades, sequer há tais agentes.

Ademais, cumpre informar que nenhum funcionário mantém contato dermal com nenhum
produto químico em nenhuma etapa, principalmente no setor onde a Reclamante trabalhou. Não
tendo sido a Reclamante uma exceção, restando desde já impugnada a alegação de ter laborado
exposto a agentes químicos.

Note que a Reclamante sequer aponta algum tipo de produto, realizando somente
alegações genéricas sem qualquer informação, o que não pode ser considerado por este r. Juízo!

Quanto as alegações de contato permanente com calor excessivo, ruído e poeira também
não passam de alegações sem fundamento.

Consigna-se que aos agentes físicos citados acima (calor, ruído e poeira) estão todos
dentro dos limiteis de tolerância como aponta os documentos de segurança em anexo,
principalmente pelo LTCAT.

Portanto, não há que se falar no pagamento de adicional de insalubridade, as


alegações impugnadas e negadas. E diante todo o exposto e comprovado, carece o pedido de
reflexos, nos termos do artigo 92 do Código Civil – CC. Ficando totalmente impugnado o pedido
feito no item “da remuneração/ salário efetivo”.

Por fim, embora robustamente comprovado o modus operandi do trabalho da


Reclamante, sendo evidente a inexistência de trabalho em local insalubre, quando da perícia, deve
ainda, o Senhor Perito distinguir as atividades exercidas, período de eventual exposição e os EPIs
entregues/comprovadamente usados, inclusive deve-se ater aos fatos, conforme dispõe o artigo 840,
§ 1º, da CLT, o qual impõe ao autor/ Reclamante a apresentação dos fatos de que resulta o dissídio,
sendo indispensável a delimitação da causa, assim, este Juízo e o Sr. Expert devem limitar-se as
alegações expostas na inicial.

b.1) Do ambiente de trabalho da Reclamante – inexistência de insalubridade

Ressalta-se que a Reclamada mantém um ambiente de trabalho extremamente seguro,


saudável, com a correta aplicação e fiscalização de todas as normas ligadas à segurança e medicina
do trabalho e mantém profissionais especializados que aperfeiçoam os procedimentos e regras de
segurança internas, negando-se assim a existência de insalubridade no ambiente de trabalho da
Obreira.

Os procedimentos concernentes à segurança e medicina do trabalho visam garantir e


preservar ao máximo a integridade física de seus trabalhadores, motivo pelo qual o treinamento
proporcionado pela empresa a seus funcionários é realizado de forma permanente, através de cursos
e palestras ministrados por profissionais qualificados.

Ressalta-se que a empresa também mantém um rígido sistema de capacitação de seus


funcionários, treinamento, com os Equipamentos de Proteção Coletiva, e utilização de EPI’s, nas
funções em que há exigência, fiscalização do seu uso e a sua troca permanente por novos modelos e
unidades.

Ante o exposto, resta evidente que a Reclamante não ficou exposto a qualquer tipo de
agente insalubre, não sendo devido o almejado adicional.

b.2) Do fornecimento dos Equipamentos de Proteção

Não procede a alegação de que a Reclamante nunca recebeu os equipamentos de proteção


individual, pois conforme se verifica nas fichas anexadas a esta peça de bloqueio e também como
ficará comprovado através da oitiva de testemunhas, a Reclamante sempre recebeu e fez uso de
todos os equipamentos necessários para o exercício da sua atividade.
Neste sentido, insta transcrever o artigo 191 da Consolidação das Leis do Trabalho –
CLT:

Art. 191. A eliminação ou neutralização da insalubridade ocorrerá:

(...)

II – com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a


intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
grifo nosso

Ainda, importante mencionar a Súmula 80 do Tribunal Superior do Trabalho:

“Súmula 80 – TST - Eliminação da Insalubridade - Aparelhos Protetores - Adicional de Insalubridade


- A eliminação da insalubridade, pelo fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão
competente do Poder Executivo, exclui a percepção do adicional respectivo.”
grifo nosso

Portanto, a Reclamante sempre recebeu e utilizou os Equipamentos de Proteção


Individual – EPI disponibilizados pela Reclamada, sendo que esta Contestante sempre fiscalizou a
sua efetiva utilização.

b.3) Da base de cálculo do adicional de insalubridade

Mesmo após robustamente comprovado que o Autor não faz jus ao recebimento do
adicional de insalubridade, caso este DD. Juízo entenda de forma contrária, “ad argumentadum”,
vem a Reclamada requerer seja utilizado o salário mínimo como base de cálculo.

Neste sentido, conforme se verifica através dos recentes julgados do Tribunal Superior do
Trabalho – TST e Tribunais Regionais do Trabalho - TRT, a base de cálculo do referido adicional
continua sendo o salário mínimo:
103002685281 - AGRAVO - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECURSO DE REVISTA - ADICIONAL
DE INSALUBRIDADE - BASE DE CÁLCULO - ÓBICE DA SÚMULA 333 DO TST - Enquanto não for
editada lei ou convenção coletiva fixando a base de cálculo do adicional de insalubridade, não
incumbe ao Judiciário Trabalhista esta definição, devendo ser utilizado o salário mínimo.
Entendimento do STF - Súmula Vinculante. 4- Desta forma, o acórdão regional está em consonância
com a notória, iterativa e atual jurisprudência desta Corte Superior, o que inviabiliza o seguimento do
recurso pelo óbice previsto na Súmula 333 do TST e no art. 896 , § 7º, da CLT. Não merece reparos a
decisão. Agravo não provido . (TST - Ag-AIRR 10107-69.2021.5.15.0117 - Relª Maria Helena Mallmann
- DJe 24.03.2023)
grifo nosso

116000274282 - BASE DE CÁLCULO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - O salário básico somente


pode ser usado como parâmetro para cálculo do adicional de insalubridade, quando há norma com
previsão expressa nesse sentido. Na ausência de regramento sobre a matéria, prevalece o salário
mínimo como base para o aludido adicional. (TRT-05ª R. - ROT 0000217-53.2018.5.05.0291 - 1ª T. -
Rel. Luiz Roberto Peixoto de Mattos Santos - DJ 13.06.2022)
grifo nosso

b.4) Da aplicação do artigo 790-B da CLT

Pelo exposto e como restará comprovado, não há que se falar em insalubridade no


contrato de trabalho em questão, assim, requer-se desde já seja observado, o disposto do artigo 790-
B da CLT, qual seja a responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais à parte sucumbente
da pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiaria da justiça gratuita, no caso a Reclamante.

b.5) da delimitação

Por fim, mesmo ante a todo o exposto e impugnado, restando claro a inexistência de
insalubridade no labor da Reclamante, cumpre consignar que, sendo designada perícia técnica, esta
deve se limitar aos requerimentos e alegações feitas pela Reclamante, bem como aos setores que
laborou, apenas.

Haja vista que, o pedido genérico obsta a plena contestação dos pedidos, ou seja, obsta o
direito a ampla defesa e ao contraditório, situação com a qual não podemos concordar.
III - DA INDENIZAÇÃO SUPLEMENTAR/ DOS JUROS E CORREÇÃO
MONETÁRIA

Conforme comprovado, a Reclamante não laborava em horas extraordinárias, muito


menos em feriados, inclusive, restou comprovado que a Reclamante sempre recebeu corretamente os
valores que lhes eram devidos. Portanto, não há que se falar em valores suprimidos, muito menos
em condenação ao pagamento de indenização suplementar.

Devendo o pedido ser julgado improcedente.

IV - DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Tendo em vista que a reclamação trabalhista em questão, movida em face desta


Reclamada, é totalmente improcedente, não há que se falar na condenação ao pagamento de
honorários advocatícios sucumbenciais, tampouco no importe de 15%.

Porém, em caso de eventual condenação desta reclamada ao pagamento de quaisquer


valores aa Obreira, temos que a legislação vigente estabelece alguns requisitos necessários para
pagamento de honorários advocatícios pela Reclamada na esfera da Justiça do trabalho sendo que o
§ 2º traz que ao fixar os honorários, o juízo observará: 

I - o grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017);


II - o lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017);
III - a natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017);
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 13.7.2017);

§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada


a compensação entre os honorários. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017).
Também, protesta-se pela observância no disposto do artigo 791-A da CLT,
alterado pela Lei 13467/2017, com a condenação da Reclamante, no pagamento dos honorários
advocatícios, naquilo que for sucumbente, no importe de 15%.

Neste sentido, desde já requer que o valor devido a título de honorários advocatícios em
favor do advogado da Reclamada seja deduzido/compensado/descontado do crédito que a
Reclamante auferir na presente ação.

Ainda, sobre os honorários sucumbenciais, importante destacar que em recente decisão, o


TST (maio/2019), interpretando a reforma trabalhista (lei 13.467/17), assentou a constitucionalidade
do dispositivo da CLT que prevê a condenação em honorários de sucumbência mesmo para
beneficiários da justiça gratuita (Processo nº. TST-AIRR-2054-06.2017.5.11.0003).

V - DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Na remota hipótese da Reclamada ser condenada ao pagamento das verbas pleiteadas na


inicial, o que se diz para argumentar, no mérito, os juros deverão obedecer ao disposto em lei e a
correção monetária a ser aplicada deverá observar, como época própria, o mês em que a obrigação
seria exigível, nos termos da Orientação Jurisprudencial nº 124 do C. TST, in verbis:

“O pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subsequente ao vencimento não está sujeito à
correção monetária. Se dessa data limite for ultrapassada, incidirá o índice de correção monetária do
mês subsequente ao da prestação de serviços”.

No tocante à correção monetária, somente pode ser aceita a recomposição da expressão


monetária do valor devido a cada época, atualizando-se os valores de acordo com a combinação do
caput do artigo 39 da Lei 8.177/91, com o § único do artigo 459 da CLT, ou seja, atualizando-se os
valores desde a época do vencimento da obrigação, até o efetivo depósito.

VI - DA ATUALIZAÇÃO
Protesta ainda, a Reclamada, em caso de deferimento de alguma verba, o que se admite
por amor à argumentação, pela observância do entendimento proferido pelo E. Supremo Tribunal
Federal, o qual em composição plena decidiu pela utilização/aplicação do índice IPCA-E para
valores anteriores à citação e a taxa SELIC a partir da mesma data para a correção dos créditos
trabalhista, conforme decisões constantes na Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC’s)
58 e 59. Segue abaixo ementa da decisão da ADC 591:

“O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação, para conferir interpretação conforme
à Constituição ao art. 879, § 7º, e ao art. 899, § 4º, da CLT, na redação dada pela Lei 13.467 de 2017,
no sentido de considerar que à atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial e à correção
dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça do Trabalho deverão ser aplicados, até que
sobrevenha solução legislativa, os mesmos índices de correção monetária e de juros que vigentes para as
condenações cíveis em geral, quais sejam a incidência do IPCA-E na fase pré-judicial e, a partir da
citação, a incidência da taxa SELIC (art. 406 do Código Civil), nos termos do voto do Relator, vencidos
os Ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio.”

Quanto ao momento da aplicação, foi determinado que a mesma seria imediata, conforme
disposto no trecho abaixo:

“(...) Entre eles, seu voto no RE 211.304, respondendo à pergunta que restou em aberto no julgamento
da ADI 493: as “normas sobre correção monetária têm aplicação imediata”, uma vez que “segundo a
reiterada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as normas que tratam do regime monetário –
inclusive, portanto, as de correção monetária -, têm natureza institucional e estatutária, insuscetíveis de
disposição por ato de vontade” (...)”

Sendo assim, em caso remoto em que haja a condenação, deve-se obedecer aos critérios
de correção acima demonstrados.

VII - DOS DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS

1 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5534144
Protesta, a Reclamada, em caso de deferimento de alguma verba, o que se admite apenas
para argumentar, pelo regular abatimento das incidências previdenciárias e fiscais cabíveis, na forma
da lei.

VIII - DOS DESCONTOS LEGAIS

Por outro lado, caso alguma verba venha a ser reconhecida aa Reclamante, requer a
Reclamada se digne Vossa Excelência autorizá-la a proceder ao desconto ou dedução do “Imposto
de Renda” nos termos dos artigos 46 e 47 da Lei n. º: 8.541, de 23/12/92, bem como da contribuição
previdenciária, conforme artigo 12 da Lei n. º: 7.787, de 30/06/89 e artigos 43 e 44 da Lei n. º:
8.212/91, alterado pela Lei n. º: 8.620/93, além dos Provimentos n. º: 01 e 02 da “Corregedoria
Geral da Justiça do Trabalho”.

IX - DA DEDUÇÃO

Ad argumentandum e somente a esse título, caso entenda esta DD. Vara que a
Reclamante faz jus a quaisquer dos pedidos contidos na peça vestibular, fica desde logo requerida
seja determinada dedução de todos e quaisquer valores pagos sob os mesmos títulos, considerando
as férias e ausências da Reclamante ao trabalho, bem como os valores confessadamente recebidos
pelo mesmo.

X - DAS CUSTAS PROCESSUAIS

Ante a improcedência dos pleitos vestibulares, deverá a parte Reclamante suportar os


ônus da sucumbência, de modo a arcar com o pagamento das despesas e custas processuais, nos
termos do § 4º, do artigo 789, da CLT.

XI - DA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS

Incabível qualquer expedição de ofícios ao I.N.S.S. Delegacia Regional do Trabalho –


D.R.T., Procuradoria Regional do Trabalho e Caixa Econômica Federal – C.E.F., vez que a
Reclamada não cometeu qualquer irregularidade durante a vigência da relação jurídica havida entre
as partes, ora em discussão, não praticando nenhuma irregularidade de natureza administrativa.

XII - DAS PROVAS

Protesta provar o alegado, por todos os meios de prova em direito admitidas, juntada de
documentos, oitiva testemunhal, perícia e outras mais necessárias ao feito, para que a final se digne
Vossa Excelência julgar improcedente o presente pleito trabalhista, com a condenação da
Reclamante nas custas judiciais e cominações de estilo.

No mais, consigna esta Reclamada que anexa a esta peça de bloqueio todos os
documentos hábeis a se rebater os pedidos formulados na inicial. Ficando ainda impugnado o
pedido de apresentação de documentos irrelevantes aos pedidos da Reclamante.

XIII - CONCLUSÃO

Ex positis, e contando com os superiores critérios jurídicos dessa DD. Vara do Trabalho
requer, ainda, a contestante:

I – A compensação / dedução, em caso de condenação, de eventuais pagamentos que


resultarem provados na instrução;

II – Condenação da Reclamante em honorários sucumbenciais;

III – Que todas as publicações e andamentos do presente processo, sejam efetuados em


nome de FÁBIO HENRIQUE PEJON, inscrito na OAB/SP nº 246.993, com escritório na cidade
de Limeira/SP, na Rua José Cristovam Cardoso, nº 463, Vila Cláudia, CEP 13.480-407.

Toda matéria ora questionada, fica prequestionada constitucionalmente.

Termos em que,
P. Deferimento.
Limeira/SP, 21 de julho de 2023.

pp. FÁBIO HENRIQUE PEJON pp. MAYARA DIAS RODRIGUES


OAB/SP 246.993 OAB/SP 340.472

pp. CYNARA AP TESSARINI SOUZA


OAB/SP 408.590

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