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AO JUÍZO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE RIO DO SUL – SC.

Processo nº 00000000-00.2021.

ANTÔNIA DE OLIVEIRA, já qualificada


nos autos da AÇÃO TRABALHISTA com numeração indicada em
epígrafe, que lhe move MARIA CAROLINA DE SOUZA, igualmente
qualificada, vem por seu advogada, ao final firmado, para apresentar sua
defesa sob forma de CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos que
passa a expor:

I – RESUMO DA INICIAL

Em extenso petitório, requer a reclamante o pagamento de


indenização pela quebra da estabilidade provisória, vindo a requerer também
horas extras as quais alega ter prestado de forma habitual e seus reflexos,
multas, seguro desemprego e dano moral.
No entanto, não socorre razão ao reclamante conforme ficará
demonstrado na instrução processual.
Isto, pois a reclamante foi contratada pelo reclamada em
02/05/2018 e se manteve na função de empregada doméstica recebendo R$
2.000,00 ao mês. Trabalhava de segunda a sexta feira das 7h ao 12h, das
12:30 as 17:30, e no sábado das 8h às 12h. Não recebendo, entretanto,
nenhuma hora extraordinária. O controle de horário era exercido pelaa
empregadora, Os décimos terceiros salários foram pagos regularmente e na
rescisão. As férias do período de 2017/2018 foram gozadas em junho de
2019. Contudo, a reclamante foi dispensada sem justa causa na data de
25/02/2021 sendo que na ocasião estava no primeiro mês de gestação.
Por outro lado, razão lhe assiste, conforme será visto abaixo.

II - DAS PRELIMINARES.
II.a – Da jornada de trabalho e horas extras

A princípio, sobre as alegações que o reclamante que


laborava de segundas às sextas-feiras, das 07h00min às 12h00min e das
12h30min às 17h30min, e das 08h00min às 12h00min aos sábados. Aduz
que cumpria uma jornada diária de 10:00 horas, excedendo em 02:00 horas
a sua jornada normal, totalizando a média de 45 hora extras mensais.
Esta pretensão não deve proceder, pois a reclamada contesta
a alegação, eis que a empregada tinha como horário de início às 07h, porém,
chegava sempre perto das 8h30min da manhã, pois precisava levar o filho a
escola, vindo a iniciar quase 1h30min mais tarde. Com relação ao intervalo
para o almoço este era concedido no período de 1h, porém a reclamante
almoçava rapidamente e reiniciava os trabalhos para poder parar durante a
tarde para assistir à novela, e o tempo a mais que trabalhava durante a
semana era utilizado como compensação para que não precisa-se trabalhar
aos sábados, ficando acordado que trabalharia um sábado por mês para
fechar as horas 44h mensais contratadas.
De mais a mais, com relação aos sábados, como já
mencionado a reclamante trabalhava apenas um sábado por mês e este era
pago por fora, mediante recibo, os quais encontram-se anexos.
Assim, não faz jus a autora às horas extras, que devem ser
rejeitadas, bem como os pedidos de reflexos, já que o acessório deve seguir
a sorte do principal.

II.b – Da inexistência de danos morais

A reclamante pleiteia indenização por danos morais em


decorrência do não pagamento das horas extras e seus reflexos. Ocorre que
tal pedido resta indevido, conforme relatado ao longo desta peça.
Com efeito, para que haja o dever de reparar há que estar
presente a conduta culposa do agente pela prática de um ato ilícito e
devendo o dano ter sido suportado pela vítima, desta forma implicaria na
existência do nexo causal, que no caso não houve. No presente caso,
inexiste qualquer ato culposo da reclamada, haja vista que, conforme
documentos em anexo, a reclamada sempre pagou o reclamante em dia, bem
como nunca deixou de pagar qualquer mês de serviço.
Cabe também mencionar que os atos administrativos da
empresa foram realizados de forma comedida e sigilosa, nada foi em
público, salvo as atitudes praticadas pelo próprio reclamante. Assim,
contesta-se o pleito de danos morais, uma vez ter restado demonstrado que a
indenização pretendida não é devida, haja vista a reclamada não ter dado
causa a nenhum constrangimento, humilhações entre outras situações que
poderiam ensejar a solicitada indenização.

II.c – Das verbas incontroversas

Não existe verbas incontroversas, tudo restou contestado.


Contudo, se este não fosse o caso, seria possível a majoração nos termos do
artigo 467, da CLT.

II. d - Da assistência judiciária gratuita

A reclamada, com fundamento no artigo 98 do Novo Código


de Processo Civil, requer sejam concedidos os benefícios da Gratuidade de
Justiça, visto que é uma viúva sozinha e se encontra em estado de
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios.

III – DAS IMPUGNAÇÕES

III.a – Da impugnação quanto aos valores

A reclamada não concorda com os cálculos definidos para os


itens b, c, d, e, f, g, h, e j, pois que calculados com base no salário majorado
de horas extras ditas habituais e que não devem ser assim considerados.
Ainda que o reclamante venha a ter êxito em sua pretensão, os valores
devem ser considerados mês a mês, conforme salários das épocas
correspondentes e não do maior salário pago ao reclamante, razão pela qual
os cálculos de folhas X a Y são impugnados, devendo ser realizados os
valores conforme folhas de pagamento juntadas com a defesa. Na hipótese
de alguma verba ser definida ao reclamante, o que não se admite, mas
somente se argumenta para prevenir direitos, deverá então, os cálculos
serem observados nos termos da planilha anexa.

IV – DOS PEDIDOS

Diante dos fatos e dos fundamentos aludidos, requer-se:


i.A concessão da compensação de valores já pagos na
modalidade distinta de rescisão, na hipótese da reclamante vir a retornar ao
emprego;
ii.Pugna pela produção de todos os meios de prova em direito
admitidas, especialmente depoimento pessoal do reclamante, sob pena de
confissão, oitiva de testemunhas, perícias, juntada de documentos;
iii.O indeferimento de todos os pedidos da autora, bem como
seus reflexos e consequências, com o acolhimento na íntegra destas razões,
para fins de julgar TOTALMENTE IMPROCEDENTE a reclamação
trabalhista proposta pelo autor, condenando este no pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios; e
iv.Subsidiariamente, caso o dano moral seja deferido, este
deverá ser reduzida, conforme pertinente ao mérito que esta defesa trouxe a
lus.

Termos em que espera deferimento.

Rio do Sul (SC), 09 de abril de 2021.

ADVOGADO
OAB/SC Nº

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