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O reclamante alega ainda que (...) realizava atividade bancária referente a saques de até R$
100,00 e o pagamento de contas de serviços públicos, bem como de boletos bancários de até
R$ 200,00 (...). Por isso, requereu vantagens previstas na norma coletiva dos bancários.
À luz do artigo 511, da CLT, temos que o autor não é bancário porque o seu empregador não
explora atividade bancária, mas sim de loteria, daí não fazer jus aos benefícios desta
categoria.
Afinal, as casas lotéricas não exercem as atividades privativas de uma instituição financeira,
mas apenas os seus serviços básicos. Ademais, além da categoria profissional diferenciada, o
critério a ser utilizado na análise é o da atividade preponderante da empresa, e não a exercida
pelo empregado.
De rigor, portanto, a improcedência deste pedido do reclamante.
3.3. Da Reintegração ao Emprego
O reclamante pretende, ainda, a sua reintegração ao emprego, alicerçado no argumento de que
duas semanas após receber o aviso prévio, candidatou-se a presidente do sindicato dos
empregados em lotéricas, entendendo, assim, pela estabilidade.
Também não tem razão nesse pleito: de fato, a Súmula 369, inciso V, do TST, define com
meridiana clareza que o registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical
durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto
que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Improcedente, portanto, o pedido de reintegração ao emprego.
3.4. Das horas extras
O reclamante postula ainda o recebimento de horas extras, muito embora relate que trabalhava
de 2ª a 6ª feira, das 7h às 14h, com intervalo de uma hora para refeição.
Oras, a jornada cumprida não excede o módulo constitucional (8 horas diárias e 44 semanais),
de modo que são indevidas as horas extras postuladas, conforme o Art. 7º, inciso XIII, da
CRFB/88 e o Art. 58 da CLT.
Requer-se desde já a improcedência desse pedido.
3.5. Do benefício de ticket-alimentação
Postula o reclamante o recebimento de ticket-alimentação, afirmando que nunca recebeu o
benefício, que está previsto em acordo coletivo, o que pretendeu provar juntando documento
assinado pela sociedade empresária “BETA LTDA”.
O pleito é improcedente. O acordo coletivo juntado aos autos foi assinado por outra sociedade
empresária, não se prestando a obrigar a Reclamada, que não o assinou e, portanto, não está
obrigada a respeitá-lo, conforme o Art. 611, § 1º, da CLT.
3.6. Do vale-transporte
No período que o reclamante trabalhou na modalidade "home office" alega que não lhe foi
pago vale-transporte, o que requer agora, em Juízo.
A improcedência é a única sorte que merece o pedido. Por óbvio, no trabalho em domicílio, o
empregado não utiliza transporte público, daí porque não faz jus a esse direito, não atendendo
aos requisitos previstos no Art. 1º da Lei nº 7.418/85 e no Art. 2º do Decreto nº 95.247/87.
3.7. Da integração ao salário do vale-cultura recebido
O último pleito beira a má-fé. O Reclamante entende que o vale-cultura que recebia, no valor
de R$ 30,00 (trinta reais), deve ser incorporado ao seu salário.
É de notória sabença que a integração do vale cultura ao salário é vedada por expressa
disposição legal, conforme Art. 458, § 2º, inciso VIII, da CLT, sendo absolutamente
improcedente também esse pedido.
4. Requerimentos Finais
Pelo exposto, requer a reclamada que Vossa Excelência se digne a:
a. reconhecer a inépcia apontada em sede de preliminares, extinguindo o pedido sem
resolução de mérito;
b. reconhecer a prescrição quinquenal que atinge todas as pretensões anteriores a cinco anos,
contados retroativamente a partir do ajuizamento desta demanda;
c. no mérito, julgar improcedentes os pedidos, pelas razões expostas, deferindo a produção de
todas as provas em direito admitidas, especialmente documental, pericial e testemunhal.
Termos em que,
pede deferimento,
Local..., Data...
Advogado...
OAB...