AO JUÍZO DA _ VARA DE TRABALHO DA COMARCA DE

PARAUAPEBAS/PA

Tito, Motoboy, qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa), com
escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações,
com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito (...)

em face de Pizzaria Gourmet Ltda, qualificação e endereço completos, pelas razões de

fato e de direito a seguir expostas:

I. PRELIMINAR DE MÉRITO

Da Justiça Gratuita

O reclamante se encontra atualmente desempregado, não dispondo de qualquer

remuneração, razão pela qual não possui condições de arcar com as custas do processo
sem o prejuízo de seu próprio sustento. Como determina o art.790, §3º, da CLT, poderá
ser concedida o benefício da justiça gratuita para aquele que não possa arcar com as
custas e emolumentos do processo. Ante o exposto, requer a concessão do benefício da
gratuidade de justiça, tendo em vista a situação atual do autor.

II. MÉRITO

O reclamante começou a trabalhar em 15/12/2018 como motoboy na Pizzaria Gourmet

Ltda, localizada no Município de Parauapebas, Estado do Pará, realizando a entrega em
domicilio de pizzas e outros tipos de massas aos clientes do empregador, recebendo o
valor de um salário mínimo mensal.

1. Adicional de Periculosidade

O reclamante desempenhava a função de motoboy, conforme o art.193, §4º, CLT, são

consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. Sendo assim, o
reclamado tem direito ao adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário base sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa
$$.

2. Gorjeta

O reclamante fazia em média 10 entregas em seu turno de trabalho, e normalmente

recebia R$ 1,00 (um real) de bonificação espontânea de cada cliente, gerando uma
média de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) mensais. No art. 457 caput e §3º da CLT
nos mostra que é compreendido a remuneração do empregado, além do salário devido e
pago diretamente pelo empregador, as gorjetas que receber, além disso, considera-se
gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como
também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e
destinado à distribuição aos empregados. Todavia, o empregador não integrava os
valores das gorjetas ao salário do reclamante. Dessa forma, pleiteia-se pela a integração
das gorjetas no salário com a retificação CTPS para constar o valor das gorjetas $$,
conforme o art. 29 da CLT, e do mesmo modo, conforme a Súmula 354 do TST, requer
o reflexo nas verbas contratuais e rescisórias.

3. Horas Extras

O reclamante exercia suas funções durante seis dias na semana, com folga na 2ª feira,
sendo que, uma vez por mês, a folga era em um domingo. A jornada cumprida ia das
18h às 3h30, com intervalo de 40 minutos para refeição. Desse modo, estava laborando
8 horas e 50 minutos diariamente. Conforme o art. 7º, XIII, CRFB, aquele que labora
mais de 8 horas por dia se não for devidamente compensando tem direito a hora extra.
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de horas extras,
assim consideradas as excedentes a oitava diária e a quadragésima quarta semanal,
acrescidas de 50%, como estabelecem os artigos 7°, XVI, da CF e 59, § 1°, da CLT,
bem como os seus reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso-prévio,
décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais
acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%) $$.
4. Adicional Noturno

Como já supracitado, o reclamante cumpria uma jornada que ia das 18h às 3h30 da
manhã, sendo assim, fazendo jus ao direito de recebimento do adicional noturno,
consoante ao art.73 CLT, que dispõe que após as 22:00 ocorre o acréscimo de 20% +
aplicação da hora ficta 52´30, além dos reflexos e DSR.

5. Intervalo Intrajornada - concedido a menor Art.71 CLT – de no mínimo 1

hora para jornadas superiores a seis horas. pedir condenação do tempo residual com
acréscimo de 50%. ART.71, §4º.

6. Indenização por dano moral pelo acidente do trabalho – Art.186 e 927

CC/02 (DEMONSTRAR O dano, conduta, culpa –Art.932, III; nexo de causalidade. Ao
final requerer o pagamento de indenização nos moldes dos Art. 223-B ou 223-C ou 223-
G CLT

7. Indenização dano material: restituição do valor gasto com vacina antirrábica

em virtude de acidente do trabalho - – 186/927 -949 CC/02 (Art. 949. No caso de lesão
ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e
dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o
ofendido prove haver sofrido.)

8. Reintegração em virtude da Estabilidade do acidentado - Art. 118 OU Art.

21, II, “a”, Lei nº 8.213/91 OU Súmula 378, I ou II, TST. Tutela de urgência: art.
294 ou 300 ou 311 CPC. 12 meses contados do retorno ao trabalho - Estabilidade até
30/09/2020. O empregado for devidamente afastado por período superior a 15 dias e
perceber benefício previdenciário. Os salários que não foram pagos até o momento da
reintegração.

9. Devolução do valor descontado à titulo de contribuição sindical – após

reforma trabalhista a contribuição sindical só poderá ser descontada mediante prévia
autorização por escrito do empregado, o que não ocorre no caso em tela. Art.
545 OU 578 OU 579 OU 582 OU 462, da CLT
10. Honorários Advocatícios - Art. 791-A, CLT
III. PEDIDOS

(Repetição dos pedidos constantes no mérito da RT)

IV – REQUERIMENTOS FINAIS

O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da Reclamada para apresentar resposta à

Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia.

A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVA em direito admitidos, em especial o

depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, a oitiva de testemunhas,
prova pericial e juntada de novos documentos.

Por fim, requer a PROCEDÊNCIA dos pedidos, com a condenação da Reclamada ao

pagamento de todas as verbas postuladas, acrescidas de juros e correção monetária.

V – VALOR DA CAUSA

O valor da causa está acima de 2 e não ultrapassa 40 salários mínimos.

Nestes termos, pede deferimento.

Betim, 10 de outubro de 2019.

Júlia Rodrigues dos Santos

OAB/MG XXXXX