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EXCELENTISSIMO DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA _ VARA DO TRABALHO

DA COMARCA DE PARAUAPEBA – PA

TITO, nacionalidade..., estado civil..., motoboy..., portador do RG sob n.° ..., inscrito
no CPF sob n.° ..., residente e domiciliado à Rua...., Bairro...., Município e Comarca
de...., endereço eletrônico ..., vem à presença de Vossa Excelência, por meio de seu
advogado ao final firmado(a), com procuração anexa e endereço eletrônico ..., com
fulcro no artigo 840, §1º, da CLT c/c artigos 15 e 319 do CPC , propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Em face de PIZZARIA GOURMET LTDA, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ n.° ..., endereço ..., endereço eletrônico ..., pelos
motivos e fatos que passa a expor.

1 - PRELIMINAR DE MÉRITO

1.1 - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Convém destacar que o Requerente não possui recursos suficientes


para arcar com as despesas processuais de uma demanda, visto que, encontra
– se desempregado necessitando da gratuidade de justiça, nos termos dos arts.
98 do NCPC, 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal, na Súmula 463 do TST
- informativo 171 e artigo 790 §3º da CLT. Além do mais, os Requerentes
preenchem o requisito definido na Lei 1.060/50.
2 - DOS FATOS
O Autor da ação Tito foi contratado na data de 15.12.2018, para exercer a função de
motoboy para a PIZZARIA GOURMET LTDA, sendo que cumpria jornada de trabalho
das 18h às 03h30min, durante seis dias na semana, com 40 minutos para as refeições.
Em determinada ocasião, no exercício de suas atividades laborativas, o reclamante
foi atacado por um cachorro ao realizar uma entrega para um cliente, em agosto de
2019.
Por decorrência deste fato, precisou ser afastado do trabalho durante 30 dias,
gozando do recebimento de benefício previdenciário pago pelo INSS.
Consequentemente, Tito também despendeu determinados valores pecuniários em
gastos com medicação.
Todavia, quando Tito finalmente pode retornar ao trabalho, foi dispensado pela
empresa reclamada com o pagamento das verbas rescisórias.
3 – DO DIREITO
3.1 - DA REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO
O Requerente, foi afastado das suas atividades laborais pela Perícia do
INSS, o qual atestou lesão grave, resultante de acidente de trabalho sofrido
pelo trabalhador.
O acidente foi causado por uma agressão praticado por um cliente da
Reclamada, insatisfeito com o sabor da pizza, vale ressaltar que, o Requerente
nada tem com a troca do sabor da pizza, resolveu agredir o trabalhador, e soltou
seus cães que acabaram por morder e causar graves ferimentos no
trabalhador.
O Reclamante foi dispensado sem justa causa. Tal dispensa é ilegal. O
trabalhador acidentado e que for afastado por 30 dias, tem a garantia de
estabilidade no emprego. Tendo como base o artigo 21, II, a), equiparam-se
acidente de trabalho, ato ou agressão praticado por terceiro ao trabalhador e
conforme determina o artigo 118 da Lei 8213/91, o segurado que sofreu
acidente do trabalho, tem garantia mínima de 12 (doze) meses.
Por conseguinte, é impositiva a reintegração do trabalhador, por meio de
tutela antecipada, do reclamante ao trabalho, de acordo com o que prescreve
o artigo 294 e 300 do CPC, bem como a OJ 64 da SBDI-2. Subsidiariamente,
pugna-se pela indenização por tempo de estabilidade devida, consoante
estabelece o artigo 496 da CLT.
3.2 - DA INTEGRAÇÃO DAS GORJETAS NO SALDO SALÁRIO E
RETIFICAÇÃO DA CTPS
O reclamante percebia mensalmente, a título de bonificação
espontânea, o valor de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) de seus clientes,
importe que não estava compreendido na remuneração total. Essas verbas não
eram computadas, assim, causando prejuízos ao trabalhador. Que de acordo
com as normas Celetistas, o trabalhador em situação sujeita a gorjetas, devem
ter a mesma a Integração das gorjetas, de acordo com a norma prevista no
artigo 457 da CLT, requer integração de tais verbas no montante salarial.
E em decorrência dessa situação, tendo como base o artigo 29 § 1º CLT,
pede também o reclamado, a retificação das anotações referentes aos
respectivos valores, na sua CTPS.
3.3 - DA RESTITUIÇÃO DE VALORES DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
De acordo com a legislação vigente, artigos 462, 545, 578, 579, 582,
todos da CLT, o empregador apenas pode descontar a contribuição sindical
com a autorização do empregado.
Não obstante, o reclamante que nunca autorizou qualquer desconto
sindical tinha debitado de seu salário o valor mensal de R$ 31,80 (trinta e um
reais e oitenta centavos).
3.4 - DAS HORAS EXTRAS
O reclamante trabalhava durante seis dias da semana, das 18h às
03h30min, com intervalo de apenas 40 minutos, ou seja, mais de 08 horas
diárias trabalhadas, tudo sem o recebimento das horas extras equivalentes.
Nesse contexto, verifica-se ofensa à disposição mandamental do artigo 7º,
inciso XIII, da CF e do artigo 58, caput, da CLT, que disciplinam que a jornada
de trabalho não deve exceder a razão de 8 horas diárias.
Destarte, o horário trabalhado além das 08 horas diárias impõe o
pagamento de indenização ao obreiro, com o acréscimo de 50% do valor da
remuneração da hora normal de trabalho, nos termos do artigo 59, caput, e 1§º
da CLT, importe que também causa reflexo nas verbas rescisórias
3.5 - DAS HORAS DE INTERVALO INTRAJORNADA
O Reclamante, não fazia 1 (uma) hora completa de intervalo reservada
para o descanso e alimentação, mas apenas 40 minutos, era o tempo intervalo
que a Reclamada concedia ao empregado.
De acordo com o artigo 71 da CLT, em qualquer trabalho contínuo que
exceda as sei horas diárias, o empregador deve conceder ao trabalhador um
período mínimo de uma hora, para que o empregado possa se alimentar e
recuperar as energias físicas e psíquicas.
Logo, ante a ilegalidade apontada, o reclamante fazer jus ao
percebimento do valor de 50% de acréscimo sobre o período suprimido (20
minutos).
3.6 - DO ADICIONAL NOTURNO
O reclamante exercia suas atividades laborativas no horário
compreendido das 18h às 03h30min, logo, no período noturno.
Não obstante, o empregador nunca adimpliu ao reclamante qualquer
valor a título de adicional do período noturno, em manifesta violação à
disposição do artigo 73, §2º, da CLT.
Assim, impõe-se o pagamento de indenização ao reclamado, no valor do
pagamento de adicional noturno com o acréscimo de 20% sobre a hora noturna
trabalhada, com reflexos nas verbas rescisórias, em obediência ao artigo 7º,
inciso IX, da CF e artigo 73, caput da CLT.
Diante de tal dispositivo legal, requer - se, que lhe seja pago o valor
correspondente a que tem direito.
3.7 - DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Consoante preconiza o artigo 193, §4º, da CLT, o trabalhador que se
utiliza de motocicleta para exercer suas atividades funcionais enquadra-se na
condição de periculosidade, exatamente como ocorre no caso em apreço, já
que reclamante exercia função de motoboy. Apesar disso, o obreiro não
recebeu qualquer valor a título de adicional de periculosidade.
Por conseguinte, pugna-se pelo pagamento de indenização no valor de
30% sobre seu salário, consoante dispõe o artigo 193, § 1º da CLT, a Súmula
132, inciso I, do TST e a Súmula 132, inciso I, do TST, impondo-se os reflexos
sobre as verbas rescisórias.
3.8 - DO REEMBOLSO DE DESPESAS COM MEDICAMENTOS POR
ACIDENTE DE TRABALHO
Decorrente do acidente sofrido, o trabalhador pagou do próprio bolso,
despesas com vacina antirrábica e remédios. Despesas essas que deveriam
ter sido restituídas pela Reclamada.
De acordo com as normas vigentes, é obrigação do empregador, arcar
com tais despesas.
Dessa Forma, requer o Reclamante, a restituição de tais valores.
3.9 - DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Os artigos 791-A e 791-A, parágrafo 5º, da CLT, asseguram que ao
advogado serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo
de 05% e o máximo de 15 % sobre o valor que resultar da liquidação da
sentença, do proveito econômico obtido, ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa.
Pugna o reclamante pela fixação dos honorários de sucumbência em razão
deste estar sendo representado por advogado particular, conforme se observa
do artigo 791-A, §2º, da CLT.
4.0 - DA INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MATERIAIS E MORAIS
O Reclamante teve sua integridade física ofendida durante o exercício
de suas atividades laborativas, visto que ficou significativamente lesionado em
decorrência de um ataque provocado pelo cachorro de um cliente.
Via de consequência, por recomendação médica, o reclamante teve o
ônus de comprar uma vacina antirrábica, medicamento cuja compra lhe custou
o valor de R$ 30,00 (trinta reais).
De o exposto, é inequívoco o dano moral sofrido em decorrência dos
fatos, decorrente do abalo psicológico provocado no trabalhador, seja em razão
do acidente de trabalho, seja pela indevida dispensa ao retornar as suas
funções.
Nesse sentido, aplicam-se à reparação de danos de natureza
extrapatrimonial decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos do
respectivo Título da CLT, conforme consta do artigo 223-C do diploma legal.
Logo, deve a reclamada indenizar o reclamante conforme se dispõe no artigo
223-E, 223-C e 223-G da CLT, e, subsidiariamente, no artigo 186 e 927 do CC.
Finalmente, o artigo 6º da Lei 12.009/09 preconiza que os danos
suportados pelo reclamante são de total responsabilidade da reclamada,
cabendo o ressarcimento dos valores gastos com medicação, conforme
disciplina o artigo 223-F da CLT.
5.0 - DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) Reintegração do reclamante, ou, alternativamente, ao pagamento da indenização
pelo tempo da estabilidade;
b) Pagamento de indenização pelos danos materiais e morais sofridos pelo
reclamante, no montante de R$...;
c) Pagamento das horas extras trabalhadas no valor de 50% da hora normal, no valor
de R$...;
d) Pagamento de 20% do acréscimo do adicional noturno sobre as horas noturnas
trabalhadas, com os devidos reflexos rescisórios, verbas que totalizam o importe de
R$...;
e) Pagamento do adicional de periculosidade em 30%, com os reflexos devidos e
integração salarial no valor de R$...;
f) Indenização sobre o tempo suprimido no intervalo intrajornada, no montante de R$..;
g) A integração das gorjetas percebidas no salário do Reclamante;
h) A concessão dos benefícios da justiça gratuita de acordo com a forma disciplinada
pelo art. 5º, inc. XXXIV, alínea "a", da Carta Magna em vigor e leis 1.060/50 e 7.115/83;
i) Pagamento de honorários advocatícios de sucumbência, fixado em 15% sobre o
valor da liquidação da sentença, consoante justificativa em tópico próprio;
6.0 - DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ ....
Nestes termos,
Pede deferimento.

Parauapeba - PA data...
ADVOGADO(a)
OAB...

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