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AO DOUTO JUÍZO DA ..., VARA DO TRBALHO DA CIDADE...

, /
ESTADO...,

PROCESSO DE Nº...,

BANCO CONFIANÇA já qualificado nos autos do processo em epígrafe vem perante


a Vossa Excelência com fulcro no art. 847 da Consolidações de Leis Trabalhista
apresentar a presente.

CONTESTAÇÃO

Em face de Paulo, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, pelo fatos


e fundamentos a seguir expostos.
I.BREVE EXPOSIÇÃO FÁTICA

O contestado ocupava o cargo de gerente-geral na empresa contestante, desde


o ano de 2010, quando o mesmo fora promovido e passou a receber o dobro de seu
salário anterior. O contestante (Banco confiança), custeou para o réu a realização9 de
seu MBA em Finanças, investindo na capacitação de seu empregado um total de R$
30.000,00 (trinta mil reais), apenas estipulando contratualmente uma cláusula de
permanênci8a por 2 anos após o término do curso, sob pena de ressarcimento integral
caso o empregado viesse a pedir seu desligamento antes do período pactuado.

Contudo, o empregado apesar de muito satisfeito com seu trabalho, ao receber


uma proposta irrecusável de outra instituição financeira, pediu demissão seis meses
após o término de sua especialização profissional. A contestante, então pagou
corretamente as parcelas decorrentes da extinção do contrato de trabalho, porém ao
ser questionado quanto ao pagamento de inúmeras horas extras prestadas desde 2010
até o fim de seu contrato, alegou que não serem devidas. Assim o contestado,
inconformado ingressou com reclamatória trabalhista em 25/01/2023 postulando as
referidas horas extras com o adicional de 50% e seus reflexos.

II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

II.I DA PREJUDICIAL DE MÉRITO DE PRESCRIÇÃO

A reclamante em sua ação trabalhista ajuizada em 25/01/2023 cobra horas


extras de todo o período em que trabalhou no banco, a mesma ingressou na empresa
em 2010. Contudo a mesma só pode cobrar direitos trabalhista que retroagem até 5
anos contando da data de ajuizamento da reclamatória trabalhista conforme o disposto
no art. 11 da Consolidação de Leis Trabalhista, art. 7º inciso XXIX da Constituição
Federal e Súmula nº308 inciso I do TST.

Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações


de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato de trabalho;

SÚMULA Nº 308 - PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL

I. Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a


prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões
imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do
ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio
da data da extinção do contrato.

Ademais, vejamos entendimento da jurisprudência pátria no seguinte sentido.

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


PROTESTO. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. § 3º DO ART.
11 DA CLT INCLUÍDO PELA REFORMA TRABALHISTA.
1. Consoante os termos do art. 202 , II , do CC , "a
interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer
uma vez, dar-se-á (...) por protesto". Por sua vez, a
jurisprudência pacificada desta Corte Superior,
consubstanciada na Orientação Jurisprudencial nº 392
da SDI-1, firmou-se no sentido de que "o protesto
judicial é medida aplicável no processo do trabalho, por
força do art. 769 da CLT e do art. 15 do CPC de 2015 . O
ajuizamento da ação, por si só, interrompe o prazo
prescricional, em razão da inaplicabilidade do § 2º do
art. 240 do CPC de 2015 ( § 2º do art. 219 do CPC de 1973 ),
incompatível com o disposto no art. 841 da CLT". 2. Já a Lei nº
13.467 /2017, denominada Reforma Trabalhista, incluiu o § 3º
ao art. 11 da CLT , segundo o qual "a interrupção da prescrição
somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista,
mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta
sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação
aos pedidos idêntico s". 3. Dentro desse contexto, a despeito da
redação do comando consolidado suso mencionado, não há falar
que, com a entrada em vigência da Reforma Trabalhista, o
protesto judicial deixou de ser causa de interrupção da
prescrição, mormente porque, com a promulgação da referida
Reforma, foi mantida a aplicação do direito comum como fonte
subsidiária do direito do trabalho. Assim, o protesto interruptivo
da prescrição é perfeitamente compatível com o processo do
trabalho, cumprindo salientar que a inclusão, no § 3º do art. 11
da CLT , da expressão "somente" não tem o alcance pretendido
pelo agravante, qual seja o de extirpar as demais formas de
interrupção da prescrição, à luz das enumeradas pelo art. 202 do
CC , comando legal de aplicação subsidiária ao processo do
trabalho, consoante os termos do art. 769 da CLT . Agravo de
instrumento conhecido e não provido.

RECURSO DO RECLAMANTE. PRESCRIÇÃO BIENAL.


PANDEMIA. Consoante disposto no artigo 7º , inciso XXIX , da
Constituição Federal e no artigo 11º da CLT , as ações trabalhistas
devem ser ajuizadas dentro do prazo prescricional de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho, e, nos termos do § 3º
deste dispositivo, a prescrição somente será interrompida pelo
ajuizamento de reclamação trabalhista. No caso, a ação foi
ajuizada mais de dois anos depois do término do contrato de
trabalho, incidindo a prescrição total do direito de ação. Não
houve interrupção da prescrição nem se aplica a suspensão dos
prazos prescricionais em razão da pandemia do coronavírus. A
Lei nº 14.010 /2020, introduzida em um contexto de pandemia,
não autoriza, de pronto, a mudança constitucional da prescrição
trabalhista. Igualmente, as próprias Resoluções Administrativas
do TRT4 fazem menção à suspensão do prazo dos processos em
curso, e não a sua interrupção. Além disso, com o advento do
processo eletrônico, havia a possibilidade de peticionamento 24
horas por dia, sete dias na semana. Recurso negado nesse
aspecto.

Diante do exposto, resta claro que a presente ação se encontra coberta pela
prescrição parcial. Portanto só é possível a cobrança de verbas trabalhista que
retroagem até 2018, diante disso, requer que seja acolhida a prejudicial de mérito de
prescrição parcial sobre as verbas anteriores a 2018, e o processo extinto com resolução
de mérito conforme o art. 487 incisos II do Código de Processo Civil.

II.II DA PREELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL

O Reclamante, apresenta o pedido de horas extras com adicional de 50% e seus


reflexo. Contudo, o mesmo só apresenta o pedido e não a causa de pedir sem indicar
qual jornada laboral o mesmo cumpria. Assim a presente inicial é inepta visto que o
mesmo não apresenta uma narração lógica dos fatos conforme o art. 330 §1º inciso I
do Código de Processo Civil.

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:

§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:


I - Lhe faltar pedido ou causa de pedir;

Vale ressaltar, ainda que o mesmo por ser gerente geral não tem direito a horas
extras conforme dispõe o art. 62 inciso II da Consolidação de Leis Trabalhista.

Art. 62 II - os gerentes, assim considerados os exercentes de


cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto
neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.

Diante do exposto, requer o acolhimento da preliminar e que o processo seja


extinto com resolução do mérito conforme o art. 485 inciso I do Código de Processo
Civil.

II.III DAS HORAS EXTRAS

Vale ressaltar, ainda que o mesmo por ser gerente geral não tem direito a horas
extras conforme dispõe o art. 62 inciso II da Consolidação de Leis Trabalhista.
Art. 62 II - os gerentes, assim considerados os exercentes de
cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto
neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.

Vejamos entendimento da jurisprudência pátria no seguinte sentido.

CARGO DE GESTÃO. ART. 62 , II , DA CLT . HORAS


EXTRAS INDEVIDAS. Restando provado que o autor,
na função de gerente geral de loja, exercia cargo de
confiança, com poder de mando, enquadrando-se,
assim, na exceção prevista no art. 62 , II da CLT , não
merece reforma a decisão impugnada ao não conceder as horas
extras pleiteadas. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO
OBRIGATÓRIA. ART. 62 , II , PARÁGRAFO ÚNICO DA CLT .
IMPROCEDE.O art. 62 , II , parágrafo únicoda CLT não exige
pagamento de gratificação de função ao empregado detentor de
cargo de confiança. Apenas determina que a quantia salarial
percebida pelo empregado ocupante da função de confiança, seja
pelo menos 40% a mais que a dos seus subordinados. Dessa
forma, verificando-se que o salário do autor superava em muito
ao dos demais empregados que geria, razão não há para
deferimento do pedido de pagamento da gratificação de função.
Recurso conhecido, mas improvido.

Diante do exposto, requer que o pedido seja julgado improcedente.

II.IV DOS HONORÁRIO SUCUMBENCIAIS

Ademais, a contestante será a sucumbente na ação, requerendo, pois, seja


condenada ao pagamento de honorários ao patrono da reclamada, igualmente
conforme art. 791-A da CLT.

II.V DA RECONVENÇÃO ART 343 DO CPC

O sr. Paulo saiu da empresa após o mesmo ter assinado um contrato em que o
mesmo após fazer uma capacitação que a empresa arcou no valor de R$ 30.000,00
(trinta mil reais). Em razão disso a empresa ficou no prejuízo pois a mesma não teve o
cumprimento do contrato acordado com funcionário, assim requer a condenação do
mesmo ao pagamento da indenização conforme o art. 186 e 927 ambos do Código Civil
e art. 5 inciso X da Constituição Federal.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;

Por conseguinte, e possível também o desconto da remuneração do trabalhador


conforme o art. 462 §º 2 da Consolidação de Leis Trabalhista.
Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto
nos salários do empregado, salvo quando este resultar de
adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será
lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na
ocorrência de dolo do empregado.

Portanto, requer a condenação do empregado ao pagamento de indenização no


valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

III. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) Acolhimento da prejudicial de mérito de prescrição.


b) Acolhimento da preliminar de inépcia da inicial.
c) No mérito a improcedência do pedido de horas extras.

d) A condenação da contestada ao pagamento de honorários sucumbências em 15%


sobre o valor da condenação.

e) Produção de todos meios de provas admitidas em direito.

f) Na RECONVENÇÃO, requer:

g) A notificação da recovinda para querendo apresentar defesa.

h) A condenação da recovinda ao pagamento de honorários sucumbenciais art. 791-A


§º 5 da CLT.

i) Produção de todos meios de provas admitidos em direito.

j) A procedência do pedido.

k) A condenação da recovinda ao pagamento da indenização no valor de R$ 30.000,00


(trinta mil reais).

Dar-se o valor da causa em R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Nestes termos, pede deferimento.

Local..., Data...,

Advogado...,

OAB nº...,

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