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AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE ________

________ , ________ , ________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


________ , ________ ________ , nº ________ , na cidade de ________ ,
________ , ________

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
C/C PEDIDO LIMINAR em face de

________ , inscrito no ________ , telefone ________ , e-mail ________ com


endereço na ________ , nº ________ , na cidade de ________ , ________ ,
pelo rito ________ , e;

________ , inscrito no ________ , telefone ________ , e-mail ________ com


endereço na ________ , nº ________ , na cidade de ________ , ________ ,
pelo rito ________ pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

DA IRRETROATIVIDADE DA REFORMA TRABALHISTA NOS


CASOS PREJUDICIAIS AO TRABALHADOR

Não obstante a vigência e aplicação imediata da Lei 13.467/17 que instituiu a


Reforma Trabalhista (Art. 2º MP 808/17), necessário dispor sobre a irretroatividade da lei,
quando em prejuízo do ato jurídico perfeito das relações jurídicas anteriores à reforma.

Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURÍDICA inerente ao Estado


Democrático de Direito, e de preservar o DIREITO ADQUIRIDO, nos termos de clara redação
constitucional em seu Art. 5º:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;

Trata-se de aplicação inequívoca do PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE


DE NORMA NOVA, especialmente quando trazem normas prejudiciais ao trabalhador,
conforme disposto no DECRETO-LEI Nº 4.657/42 (LIDB):

Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

A doutrina ao corroborar este entendimento destaca sobre a não aplicabilidade de


normas novas concernentes à situações constituídas antes de sua entrada em vigor:

"Como se vê, a lei tem efeito imediato, mas não pode retroagir para
prejudicar o ato jurídico perfeito, assim entendido como aquele já
consumado segundo a lei vigente ao tempo que se efetuou (Ar. 6º, §2º, da
LINDB). (...)
Admitir o efeito imediato aos contrato de prestação continuada em curso
é autorizar indevidamente a retroatividade da lei no tempo,
ferindo o direito adquirido e o ato jurídico perfeito." (MIZIARA,
Raphael. Eficácia da lei 13.467/2017 no tempo: critérios hermenêuticos
que governam a relação entre leis materiais trabalhistas sucessivas no
tempo. In Desafios da Reforma Trabalhista. Revista dos Tribunais, 2017.
p.22-23)

Sobre o tema, a jurisprudência já consolida o presente entendimento:

DIREITO INTERTEMPORAL INAPLICABILIDADE


DAS REGRAS CONSTANTES DA LEI 13.467/2017 ÀS AÇÕES
AJUIZADAS ATÉ 10.11.2017. A Lei nº 13.647/2017 não trouxe
regramento expresso quanto à aplicação da lei no tempo e a MP 808, de 14
de novembro de 2017, além de ser flagrantemente inconstitucional por não
preencher os requisitos de relevância e urgência preconizados no artigo 62,
da Constituição Federal, (...)Nesse sentido foi que, por ocasião da
promulgação da Lei 9957/2000, que instituiu o rito sumaríssimo no
processo do trabalho, o TST adotou o entendimento de que a lei só seria
aplicável aos processos iniciados após a vigência da nova lei, conforme
dicção da OJ nº 260, da SDI1.Portanto, tendo em vista a necessidade de
conferir segurança jurídica às partes (art. 5º, XXXVI, da
Constituição Federal), afastando-se o elemento surpresa (art. 10, do
CPC) e em homenagem ao princípio da colaboração (art. 5º, do CPC),
decido, por analogia com o disposto nos arts. 192, da Lei
11.101/2005, e 1046, § 1º, do CPC, considerar inaplicáveis, às
ações ajuizadas até 10.11.2017, as regras processuais constantes
da Lei nº 13.467/2017, com exceção da nova disciplina referente à
contagem dos prazos processuais (contados em dias úteis), por considerar
que tal medida não resulta prejuízos processuais para quaisquer das
partes. Quanto ao Direito Material do Trabalho, não se pode dar efeito
retroativo à lei no tempo, com adoção de efeito imediato aos contratos de
trabalho extintos antes da sua vigência, sob pena de ferimento ao direito
adquirido e ao ato jurídico perfeito, em confronto com o arts. 5º, inciso
XXXVI, da Constituição Federal e art. 6º, caput, da LINDB. Assim, uma
vez que, no presente caso, a lide versa sobre contrato de trabalho já
encerrado no momento da entrada em vigor da Lei 13.467/2017, as
disposições constantes do referido diploma legal não terão incidência.
(TRT-21 - RTOrd: 00009353120175210003, Data de Julgamento:
19/01/2018, Data de Publicação: 19/01/2018)

Este entendimento já foi concretizado pela Súmula 191 do TST que entendeu em
caso análogo a não aplicação de lei norma por ser prejudicial ao empregado:

Súmula nº 191 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA. BASE


DE CÁLCULO (cancelada a parte final da antiga redação e inseridos os
itens II e III)
(...)
III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do
eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente
contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo
que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário
básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT.

Assim, mesmo que em vigor, a lei que estabeleça alterações que prejudique
algum direito do trabalhador, só produzirá efeitos para os contratos de trabalho celebrados
a partir 11/11/2017, em respeito à cláusula pétrea de proteção ao direito adquirido.

SÍNTESE DOS FATOS

O Reclamante foi contratado em ________ pelo Reclamado para trabalhar no


cargo de ________ , com a função de ________ pelo período de ________ horas diárias,
das ________ horas às ________ horas com ________ de intervalo.

A remuneração contratada para ________ horas semanais foi de ________ .

Ocorre que ________ , motivo pelo qual vem em busca da tutela jurisdicional pela
presente Reclamatória Trabalhista.

HORAS EXTRAS À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR

O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como acordado, era


obrigado a prolongar sua jornada em até ________ minutos antes seu horário, para
________ e ________ minutos depois para ________ .

Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais ________ minutos além do


horário contratual, sendo devido o reconhecimento de jornada de trabalho:

HORAS EXTRAS. TEMPO GASTO À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA. As


atividades do tipo da desenvolvida pelo Autor implicam em muito suor e
contato com diversos materiais que acabam sujando o indivíduo, não
sendo razoável exigir-se que saia do trabalho uniformizado e sem banho.
Logo, ante a impossibilidade de o Autor ir embora após o
término do trabalho, esse tempo gasto no vestiário deve ser
pago como horas extras. Aplicação analógica da Súmula 429 do TST.
(TRT-1 - RO: 00117353320155010040, Relator: GISELLE BONDIM
LOPES RIBEIRO, Data de Julgamento: 15/03/2017, Sétima Turma, Data
de Publicação: 31/03/2017)

JORNADA DE TRABALHO. TEMPO À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA.


HORAS EXTRAS. Inclui-se na jornada do empregado o tempo em que
permanece nas dependências da empresa à sua disposição. Tal período
deve ser computado na apuração das horas extras. Recurso ordinário a que
se nega provimento. (TRT-6 - RO: 00006892820165060281, Data de
Julgamento: 05/06/2017, Terceira Turma)

HORAS EXTRAS. TROCA DE UNIFORME. O tempo despendido pelo


empregado na troca de uniforme, quando ultrapassados os
cinco minutos de tolerância previstos no § 1º do artigo 58 da
CLT, caracteriza-se como tempo à disposição do empregador,
consoante Súmula 366 do C. Tribunal Superior do Trabalho.
Recurso da reclamada não provido, no particular. HORAS EXTRAS.
ACORDO DE COMPENSAÇÃO. INVALIDADE. A prestação habitual de
horas extras e o labor em condições insalubres sem a prévia autorização do
poder público, nos termos do art. 60 da CLT, invalidam o acordo
compensatório de horas extras. Entendimento firmado pelo Pleno deste
Regional no julgamento do IUJ 0024170-23.2015.5.24.0000. Recurso do
reclamante provido. (TRT-24 00248537120155240061, Relator: RICARDO
GERALDO MONTEIRO ZANDONA, 2ª TURMA, Data de Publicação:
14/02/2017)

Razão pela qual, o tempo dedicado a ________ deve ser computado como hora
extra e repercutir em todos os seus reflexos, conforme cálculo discriminado em anexo.
DOS REQUERIMENTOS

Diante todo o exposto REQUER:

1 O deferimento do pedido liminar para:

1.1 que seja expedido alvará judicial, bem como a certidão narrativa, para
que a Reclamante possa sacar seu FGTS e habilitar-se no programa do
Seguro Desemprego, nos termos do art. 300 do CPC, bem como seja
imediatamente corrigida a notação e consequente liberação da CTPS, sob
pena de multa diária, aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da
CLT;

1.2 que seja determinado à Reclamante a exibição de documentos


necessários à composição das provas necessárias a esta demanda, em
especial ________ para fins de que seja mensurado os valores devidos;

2 A citação dos Réus para responder a presente ação, querendo;

3 A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


documental, testemunhal e ________ , com a inversão do ônus da prova nos termos
do Art. 818, §1º da CLT;

DOS PEDIDOS

A total procedência da presente Reclamatória, condenando o Reclamado a:

4 Seja determinado o pagamento das diferenças salariais devidas de todo período


contratual;
5 Sejam pagas as horas extras trabalhadas, com reflexo, pela habitualidade, nas
férias, na gratificação natalina, nos repousos semanais remunerados, FGTS e multa
de 40%;

6 Seja reconhecido o desvio indevido de função com o pagamento e implementação


das diferenças salariais, com reflexo em aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3, FGTS,
DSR, a partir de ________ .

7 A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório de danos morais pelas


sequelas sofridas pelo acidente de trabalho;

8 A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório de danos materiais por


todo prejuízo decorrente do acidente de trabalho;

9 Seja o reclamado condenado ao depósito do FGTS, devidamente atualizado,


cumulado com as multas previstas nos Arts. 22 da Lei 8.036/90 e 467 da CLT.

10 Seja determinada retificação e baixa da CTPS do reclamante;

11 Seja condenada a reclamada ao pagamento da multa do artigo 477, §8º, da CLT,


pelo desatendimento do prazo para efetivação e pagamento da rescisão;

12 Seja condenado ao pagamento dos honorários do procurador do Reclamante na


razão de 15% sobre o valor bruto da condenação, nos termos do Art. 791-A;

13 Seja determinado o recolhimento da contribuição previdenciária de toda a


contratualidade;
14 Seja determinado o pagamento imediato das verbas incontroversas, sob pena de
aplicação da multa do artigo 467 da CLT;

15 Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo pagamento das


verbas requeridas.

Junta em anexo os cálculos discriminados das verbas requeridas nos termos do


Art. 840, §1º da CLT.

Dá à presente, para fins de distribuição, o valor de R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________

________

OAB/ ________ ________

Documentos anexados:

Procuração

RG e CPF do Reclamante
Comprovante de residência

CTPS Reclamante

Cópia contracheques

Cópia do extrato da conta do FGTS

Cópia do atestado de saúde demissional

Incluir cálculo discriminados - Art. 840, §¹º CLT

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