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APLICAÇÃO INTERTEMPORAL DAS NOVAS REGRAS DE DIREITO

PROCESSUAL DO TRABALHO

Flavio Aldred Ramacciotti


Advogado formado pela Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo, em 1996, e sócio responsável pela área
trabalhista do Chediak Advogados, desde 2013

INTRODUÇÃO

Dentre as muitas controvérsias sobre a Reforma Trabalhista, trazida ao mundo jurídico


por meio da Lei nº 13.467/2017 e recentemente complementada e alterada pela Medida
Provisória nº 808, de 14.11.2017, certamente está a insegurança dos que se ativam no
Direito do Trabalho, quanto à sua aplicação no dia a dia processual, ou seja, nas salas de
audiência, nos Tribunais e nos escritórios de advocacia.

Até agora, com menos um mês de vigência da nova lei, as decisões proferidas pela 1ª
Instância foram para todos os lados possíveis: há juízes que já extinguiram ações por não
trazerem pedidos líquidos e ainda condenaram reclamantes ao pagamento das custas
processuais (mesmo as distribuídas antes da vigência da Lei da Reforma Trabalhista –
11.11.2017); há juízes que aplicaram as novas regras relativas à sucumbência, mas não
as observaram com relação à gratuidade da justiça; há juízes que declararam que as novas
regras somente são aplicáveis aos processos iniciados a partir de 11.11.2017. Infelizmente
não é possível afirmar qual será a linha que prevalecerá.

Enquanto os Tribunais Regionais do Trabalho e, principalmente, o Tribunal Superior do


Trabalho1 não editarem, de forma sistemática, orientações específicas sobre como
aplicarão cada uma das normas processuais trazidas pela mencionada Lei, de modo a

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No dia 24.11.2017 foi publicado o novo Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho, com a
alteração e criação de dispositivos em conformidade com o CPC e a nova redação da CLT. O novo
Regimento Interno contempla, por exemplo, a expressa menção à contagem de prazos em dias úteis e
disciplina (art. 246) que a indicação da transcendência somente será exigida para os Recursos de Revista
interpostos em face de acórdãos dos Tribunais Regionais do Trabalho publicados a partir de 11.11.2017.

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uniformizar o entendimento a ser seguido pela Justiça do Trabalho, continuaremos com
dúvidas, e pior, com insegurança jurídica.

A APLICAÇÃO IMEDIATA DA LEI Nº 13.467/17 – ASPECTOS PROCESSUAIS

Uma das maiores dificuldades relacionadas às inovações de natureza processual trazidas


pela Lei nº 13.467/17 prende-se ao momento de aplicação de suas regras, em especial
para as ações em tramitação, quando da sua vigência. O novo Código de Processo Civil
e o antigo (porém, ainda vigente) Código de Processo Penal, possuem artigos específicos
determinando a sua aplicação imediata, inclusive aos processos em andamento. Veja-se:

CPC – “Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde
logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973.”

CPP – “Art. 2o. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior.”

Na parte do direito material, há previsão expressa. A CLT, na redação do artigo 912 (ainda
na redação original desde a sua publicação, em 1.943), o artigo 6º da Lei nº 13.467/2017
e o artigo 2º da Medida Provisória nº 808, de 14.11.2017, tratam da aplicação imediata
das suas regras, mas sempre mencionando expressamente que tais novas normas se
aplicariam às “relações iniciadas” e “contratos de trabalho vigentes”.

CLT – “Art. 912 - Os dispositivos de caráter imperativo terão aplicação imediata às relações
iniciadas, mas não consumadas, antes da vigência desta Consolidação.”

Lei 13.467 – “Art. 6° Esta Lei entra em vigor após decorridos cento e vinte dias de sua
publicação oficial.”

MP 808 – “Art. 2º O disposto na Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, se aplica, na


integralidade, aos contratos de trabalho vigentes.”

A questão processual, como se vê, não foi expressamente tratada pela Lei nº 13.467/17.
Talvez por falta de necessidade, no entender do legislador, e, por isso acabou por suscitar
tantas dúvidas para o dia a dia processual. Para analisar a questão, mister se buscar as
regras gerais da vigência das Leis.

A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) em seu artigo 6º determina


que “a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada”.

2
Trilhando o mesmo caminho, o artigo 14 do CPC determina que “a norma processual
não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os
atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da
norma revogada”.

Embora, em princípio, apenas a “coisa julgada” teria como referência o Direito


Processual, também a novel legislação quando altera questões processuais, não poderá
violar o ato jurídico-processual perfeito e os direitos processuais adquiridos e
incorporados ao patrimônio da parte no processo.

Assim, se na audiência inicial a parte reclamada é declarada revel por ter sido
representada por preposto que não era seu empregado (aplicação da Súmula 377 do TST),
em nova audiência posterior a 11.11.2017, a revelia não poderá ser revertida por conta da
aplicação da nova redação do §3º, do artigo 8432 da CLT, que expressamente reconhece
a não necessidade do preposto ser empregado da empresa reclamada. A nova lei não
retroage para atingir esse ato jurídico-processual perfeito e acabado.

A mesma lógica foi aplicada pelo TST quando da alteração dos requisitos processuais
para a interposição de Recurso de Embargos. Para aqueles recursos interpostos antes da
vigência da Lei nº 11.497/07, eram analisados os requisitos previstos na legislação
anterior; para os interpostos a partir da vigência dessa lei, os novos requisitos. Veja-se
decisão proferida pela Exa. Ministra Rosa Weber, quando ainda estava no Tribunal
Superior do Trabalho:

"RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO


RECORRIDO POSTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. DIVERGÊNCIA
SUPERADA PELA ATUAL, ITERATIVA E NOTÓRIA JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE.
SÚMULA 357/TST. Prevalecendo nesta SDI-I o entendimento de que a lei vigente ao tempo
da publicação do acórdão é a que regula o cabimento e a adequação do recurso, e tendo
sido publicado o acórdão recorrido em 28.9.2007, quando já vigorava a Lei nº 11.496/2007,
que alterou a redação do art. 894 da CLT, a acenada violação do art. 5º, LV, da Carta
Magna não se mostra hábil a elevar o recurso ao conhecimento, enquanto hipótese de
admissibilidade não prevista no inciso II daquele preceito consolidado. (...)" (TST-E-ED-
RR-38918/2002-900-03-00.9, SDI-I, rel. Min. Rosa Maria Weber Candiota da Rosa, DJ
08.02.2008)

2
“Art. 843. (omissis)
§ 3° O preposto a que se refere o § 1° deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada.”

3
É a perfeita aplicação do princípio tempus regit actum espelhado pelo artigo 14 do CPC
explicado pelo Ministro Luiz Fux3 da seguinte forma: “a lei processual — e nisso não
difere de nenhuma outra — dispõe para o futuro, respeitando os atos e os ‘efeitos’ dos
atos praticados sob a égide da lei revogada. É a consagração do princípio tempus regit
actum que não impede que os atos processuais futuros e os fatos com repercussão no
processo se subsumam aos novos ditames da lei revogadora.”.

Assim, parece mais defensável a tese de aplicação integral da nova lei na sua parte
processual, inclusive aos processos em tramitação quando da vigência da Lei nº
13.467/17, respeitados os atos processuais já ocorridos.

Com relação à maior parte das alterações de cunho processual da Reforma Trabalhista, o
entendimento da aplicação imediata, inclusive para os processos em andamento, não
encontra barreiras ou oposições. Para algumas poucas matérias, entretanto, a discussão
permanece.

QUESTÕES PROCESSUAIS POUCO CONTROVERTIDAS

A maior parte das alterações de cunho processual não encontra óbices e grandes
questionamentos quanto à sua aplicação também aos processos judiciais já em curso, a
partir do dia 11.11.2017.

Desta forma, não encontram questionamentos quanto à sua aplicação, os dispositivos,


dentre outros, que tratam: (i) das alterações de súmulas, orientações e precedentes
normativos (art. 8º e 702); (ii) contagem de prazos em dias úteis (art. 775); (iii) da
apresentação da exceção de incompetência ratione locci (art. 800); (iv) da distribuição do
ônus da prova (art. 818); (iv) da autorização para que o preposto não precise ser
empregado da parte reclamada (art. 843, § 3º); (v) do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica (art. 855-A); (vi) da homologação de acordo extrajudicial (art. 855-
B a 855-E); (vii) da restrição do impulso oficial do juiz na fase de execução (art. 878);
(viii) das novas formas de garantia do juízo na fase executória (art. 882), a exceção de
necessidade de garantia para entidades filantrópicas (art. 884, § 6º) e a nova forma de

3
Luiz Fux, artigo “O novo Código de Processo Civil e a segurança jurídica normativa” – in
https://www.conjur.com.br/2016-mar-22/ministro-luiz-fux-cpc-seguranca-juridica-normativa

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recolhimento dos depósitos recursais (art. 899, §§ 4º, 9º, 10º e 11º); (ix) o prazo para a
inscrição do devedor no BNDT (Banco Nacional de Devedores Trabalhistas – art. 883-
A); (x) da obrigatoriedade de indicação da transcendência como pressuposto de
admissibilidade do Recurso de Revista (art. 896-A, § 1º); etc.

QUESTÕES PROCESSUAIS BASTANTE CONTROVERTIDAS

Há quem defenda, entretanto, que a aplicação imediata dos aspectos processuais da nova
lei deve ser relativizada, especialmente em função das alterações legais de ordem
processual que possam trazer prejuízos ao hipossuficiente, em virtude da aplicação da
vedação à decisão surpresa (artigo 10 do CPC) e em respeito à segurança jurídica.

Especialmente essa controvérsia se prende à aplicação de inovações aos processos


distribuídos antes de 11.11.2017, dos quais pode-se destacar a necessidade da petição
inicial apresentar, desde logo, “pedido certo, determinado e com a indicação de seu
valor”, sob pena de extinção (art. 840, §§ 1º e 3º) e as questões relativas à gratuidade da
justiça, sucumbência e honorários periciais.

Argumentam os defensores da não aplicação da Lei nº 13.467/17 aos processos


distribuídos anteriormente ao início da sua vigência, no fato de que não havia para o
Reclamante a obrigação de liquidar os pedidos da inicial, nem expectativa de pagamento
de honorários sucumbenciais e periciais, especialmente se houver pedido dos benefícios
da justiça gratuita. A essa ação, portanto, não seriam aplicáveis as novas regras que regem
essas matérias (gratuidade da justiça e honorários sucumbenciais e periciais). Haveria um
“direito adquirido” àquele trâmite anterior e, qualquer alteração na situação traria a
“decisão surpresa”, rechaçada pelo Código de Processo Civil.

Esse é o entendimento do Min. Maurício Godinho Delgado:

“De outro lado, argumenta-se existirem modificações muito substancias produzidas pela Lei
da Reforma Trabalhista no Direito Processual do Trabalho, as quais alteram, fortemente, o
cenário jurídico entre as partes, especialmente por conduzirem o reclamante a um elevado
e desproporcional risco processual, em decorrência das novas regras – risco que era
desconhecido no momento da propositura da ação.
Tratar-se-ia, pois, de uma situação fática e jurídica peculiar no ordenamento jurídico
brasileiro, a qual recomenda, em vista da aplicação dos princípios constitucionais da
segurança e da igualdade em sentido formal e material, além do próprio conceito

5
fundamental de justiça, que se garanta a incidência dos efeitos processuais do diploma
normativo novo somente para a ações protocoladas a partir de 13 de novembro de 2017.”4

Tal entendimento, porém, não é o único, nem o melhor, concessa venia, que se pode ter
dessa questão. Quando alguém distribui um processo judicial não tem em mente que será
sucumbente naquela pretensão, ao contrário, a parte somente deveria buscar a proteção
do Poder Judiciário quando tem convicção de que um direito foi violado. Do contrário,
seria o mesmo que admitir a plausibilidade da aventura jurídica, da lide temerária.

Esse é o entendimento do Prof. Homero Batista5 (grifos não existentes no original):

“Os mesmos dilemas de auto aplicabilidade e irretroatividade serão vivenciados pelo


processo do trabalho, mas nesse caso já existe forte acervo conceitual e doutrinário que nos
permite antever algumas soluções. De plano, deve ficar claro que, ao ajuizar uma ação, a
parte não recebe o direito adquirido à tramitação de todo o périplo processual tal como ela
queria ou tal como ela conhecia quando da redação da petição inicial. O processo é feito
por fases e nem todas ocorrerão em todos os processos. Tome-se como exemplo a fase
recursal. De um lado, a parte somente tem interesse no recurso se e quando sucumbir; logo,
como ninguém entra no processo para perder, não se pode dizer que se soubesse que o
recurso seria endurecido não teria aforado a ação. De outro lado, o recurso somente existe
no momento em que houver a sucumbência. Neste caso, sim, a parte tem o direito de ver
mantidos os trâmites recursais, quando já tomou ciência do julgado desfavorável, ou seja, a
lei não pode retroagir para criar novos obstáculos ou restrições. Isso é bastante conhecido
nos tribunais trabalhistas, que vivenciaram grandes mudanças no recurso de revista em 1998
e 2014, bem como no recurso ordinário em 2000, além de mudanças anuais no depósito
recursal.
Diante dessas premissas, são autoaplicáveis no processo do trabalho:
(omissis)
f) o sistema de despesas processuais e de sucumbência recíproca (arts. 789, 790, 790-B,
791-A e 844, § 2º): este item certamente será o mais debatido e, para muitos, o mais
amargo: embora o trabalhador possa argumentar que não teria ajuizado a ação se
soubesse que a lei aumentaria o rigor das despesas processuais se se soubesse do abalo
sofrido pelo princípio da gratuidade do processo do trabalho, estes argumentos não são
jurídicos; a parte não dá início ao processo para ser sucumbente, de modo que o vasto
campo de despesas processuais somente tangencia o direito adquirido no momento da
derrota; se o empregado faltar à audiência em 11.11.2017 terá, sim, de dar as
explicações exigidas pelo art. 844, § 2º, sob pena de pagar as custas e não ter acesso à
justiça gratuita, por ser norma processual autoaplicável, com ou sem isolamento de
atos processuais, sendo imprestável o argumento de que, meses antes, no ajuizamento
da ação, o arquivamento da audiência tinha outra disciplina; por mais motivo, a
sentença de improcedência ou de procedência parcial disparará as custas e os
honorários proporcionais, à luz da legislação vigente à época da prolação do julgado.”

4
Maurício Godinho Delgado e Gabriela Neves Delgado, A Reforma Trabalhista no Brasil com os
comentarios à Lei n. 13.467/2017. LTr, p. 372.
5
Homero Batista Mateus da Silva, Comentários à Reforma Trabalhista, RT, 2017, p. 201 a 203

6
Como observado, por enquanto, as decisões são bastante díspares, especialmente sobre
esses temas mais “sensíveis” (liquidação dos pedidos na inicial, gratuidade da justiça,
honorários sucumbenciais e periciais).

Há juízes que, com relação aos processos distribuídos antes de 11.11.2017, não aplicam
as normas processuais relativas a esses temas, sob argumento principal da irretroatividade
e da segurança jurídica6. Confira-se:

“Dessa forma, as inovações quanto à imposição de novos requisitos para concessão dos
benefícios da Justiça Gratuita (art. 790, §§3º e 4º), as regras de sucumbência, incluindo a
sucumbência recíproca (art. 791-A), e da responsabilidade pelo pagamento dos honorários
periciais em caso de sucumbência do trabalhador (art. 790-B), não deverão ser aplicadas
aos processos já em curso, inclusive para aqueles feitos cuja audiência inicial seja designada
para data posterior a vigência da nova norma, em consonância ao Princípio Tempus Regit
Actum, e evitando, assim, a retroatividade da lei.
De outro modo, caso as novas regras fossem aplicadas de imediato, haveria flagrante
violação ao Princípio da Vedação às Decisões-Surpresa (art. 10, CPC), e aos princípios
constitucionais da Segurança Jurídica e do Devido Processo Legal.” (trecho extraído da
sentença proferida nos autos do processo nº 1000762-34.2017.5.02.0709)

Também se observa a situação intermediária, ou seja, o juiz aplica a regra antiga da


concessão da justiça gratuita e a regra nova relativa aos honorários de sucumbência. É o
que se verifica nas sentenças proferidas nos seguintes casos: 1001265-41.2015.5.02.0316
e 100887-86.2016.5.02.0316.

Outros, por outro lado, aplicam integralmente as novas regras, inclusive para processos
distribuídos anteriormente à vigência da Lei nº 13.467/17, em especial no que se refere
aos honorários sucumbenciais e à gratuidade da justiça, como por exemplo na sentença
proferida no processo nº 1000935-16.2017.5.02.0044 e 1001016-96.2017.5.02.0044.

Por fim, há casos em que juízes estão extinguindo o processo, pela ausência de liquidação
dos pedidos, mesmo antes do encerramento da instrução. Isso ocorreu, por exemplo, nos
seguintes processos: 1002050-26.2017.5.02.0318 e 1001999-18.2017.5.02.0705.

6
No mesmo sentido as sentenças proferidas nos processos: 1000445-92.2016.5.02.0443; 1000775-
73.2017.5.02.0049; 1001134-21.2017.5.02.0373; 1001511-88.2017.5.02.0341; 1001050-
86.2017.5.02.0060 e 1004076-75.2016.5.02.0077.

7
Tais decisões absolutamente díspares entre si comprovam que haverá necessidade dos
Tribunais Regionais do Trabalho e do próprio Tribunal Superior do Trabalho orientarem
qual será o Norte a ser seguido.

CONCLUSÃO – O NOVO DIREITO DO TRABALHO

Nas palavras do Exmo. Juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, Dr. Fábio
R. Gomes7, estamos diante de um “Novo Direito do Trabalho”, onde os pilares que
sustentavam o “Velho Direito do Trabalho” (inflexibilidade das normas, presença maciça
do Estado e o princípio da proteção) estão dando lugar a novos paradigmas: a
flexibilidade, a intervenção mínima do Estado e a mitigação do princípio da proteção.

O Direito Processual do Trabalho deve acompanhar o Novo Direito do Trabalho, trazendo


para o processo uma maior equidade no tratamento processual das partes e a consagração
da litigiosidade responsável.

Os empregados continuarão a buscar a Justiça do Trabalho para receber direitos que lhes
foram sonegados, mas deverão fazê-lo com maior responsabilidade e assim, as decisões
fatalmente serão mais justas.

7
Em palestra proferida no dia 17.11.2017, no Seminário “Reforma Trabalhista” promovido pelo IASP,
em São Paulo.

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