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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região
Partes:
RECLAMANTE: JOAO GABRIEL DE OLIVEIRA DA SILVA
ADVOGADO: PAMELA DOS SANTOS DA SILVA
RECLAMADO: RIO MAR LTDA
ADVOGADO: CLEIDE ROSANE CAMPOS CURY
RECLAMADO: GERDAU ACOS LONGOS S.A.
ADVOGADO: MIGUEL FERNANDO DECLEVA
TERCEIRO INTERESSADO: ARISLEI MORAES DE AZEREDO
TERCEIRO INTERESSADO: ELIDA PACHECO SIMOES DE AZEREDO
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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GERDAU ACOS LONGOS S.A., empresa do ramo de fabricação de aços e derivados, inscrita no
CNPJ sob o n.º 07.358.761/0001-69, situada na Avenida João XXIII nº 6777, Santa Cruz, Rio de
Janeiro/RJ, CEP: 23.565-235, parte Reclamada, por seus procuradores regularmente constituídos,
nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe parte Reclamada, por seus procuradores
regularmente constituídos, nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe, movida por JOAO
GABRIEL DE OLIVEIRA SILVA, vem respeitosamente, a presença de V. Exa, apresentar
CONTESTAÇÃO, nos seguintes termos.
Requer a parte Reclamada que as futuras notificações e intimações oriundas do feito sejam
efetivadas exclusivamente em nome do advogado abaixo mencionado, sob pena de nulidade, a teor
da Súmula 427 do Colendo TST: MIGUEL FERNANDO DECLEVA, inscrito na OAB/RJ 197.793,
CPF N.º 276.159.758-32, que deverá ser notificado em seu escritório, sito à Avenida
Almirante Barroso, 97 – Salas 807 na 812 – Rio de Janeiro – RJ – 20031-005.
Compreende-se como regra material, o instituto do direito cuja origem não admite modificação no
tempo e no espaço, devendo obediência ao seu texto durante toda a marcha processual, frise-se,
durante o tempo em que o processo vigora, se não havia lide antes da reforma, não se aplica a lei
antiga, vez que ela foi revogada. Sendo a presente demanda pós reforma, se aplica a lei material
em vigor, eis que nenhum direito foi retirado do requerente, seja antes, seja depois da reforma.
Nada obstante a clássica interpretação do direito material acima indicada, o art. 1º da Lei
13.467/2017 registrou que a CLT passaria a vigorar com os artigos sancionados por aquela lei, que
entrou em vigor 120 dias após sua publicação nos termos do art. 6º, do mesmo diploma legal, não
havendo distinção entre protocolo ou não das petições, ou seja, considerando a possibilidade de
aplicação da lei nova independente de sua vertente material ou processual.
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Reforçando a ideia de aplicação da lei material de maneira geral e imediata, o art. 2035 do Código
Civil, preconiza que os efeitos dos negócios e atos jurídicos produzidos após a vigência da nova lei,
aos preceitos dela se subordinam.
No que tange à matéria processual, o art. 14 do CPC é taxativo, e aplica o princípio de que o tempo
rege o ato, sendo oportuno dizer que o processo é composto por fases, e aplica-se a lei processual
e no caso também a lei material, vigente na época própria da conclusão de cada uma dessas fases.
Frise-se, se o ato de protocolo da petição inicial se consumou na vigência da nova lei, esta deve ser
respeitada em todos os seus aspectos, sejam eles materiais ou processuais.
Analisados os conceitos de direito material e processual, o requerido não tem dúvidas em afirmar
que a reforma trabalhista deve ser aplicada ao caso, eis que a lei nova entra em vigor imediatamente
na fase em que o ato for produzido.
Alega a parte reclamante que o contrato de trabalho assinado e efetivado esteve na integralidade
sob a égide da Decreto lei nº 5.452 de 1943. Assim, aduz que em que pese a malfadada lei
13.467/2017 tenha sido introduzida no ordenamento jurídico em 11/11/2017, a mesma se torna
absolutamente inaplicável à presente demanda, sob pena de prejudicar o direito adquirido e o ato
jurídico perfeito, ambos protegidos pelo artigo 5º, inciso XXXVI da CF/881 e art. 6º da LINDB.,
aduzindo ainda que deve ser respeitada a Irretroatividade da Lei Nova, pelo que requer sejam
resguardados todos os direitos adquiridos no transcurso do contrato de trabalho.
A reclamada, inicialmente, destaca que a regra trazida pelo art. 6º do Lei de Introdução às normas
do Direito Brasileiro não se aplica ao presente caso, pois não se está diante de ato jurídico perfeito,
o direito adquirido ou coisa julgada. A reclamante confunde expectativa de direito com direito
adquirido ou ato jurídico perfeito, o que não se verifica no presente caso.
O conceito jurídico de direito adquirido e ato jurídico perfeito estão contidos nos parágrafos 1º e 2º
do art. 6º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.
Legalmente, conceitua-se ato jurídico perfeito o ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo
em que se efetuou; por outro lado, consideram-se adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém
por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição
pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
Assim, não estando o presente caso enquadrado como direito adquirido ou ato jurídico perfeito, não
há óbice para aplicação da Reforma Trabalhista, mesmo que a relação de direito material tenha se
estabelecido antes da entrada em vigor da referida reforma.
Necessário considerar que o contrato de trabalho se trata de contrato de trato sucessivo, sendo que
as obrigações das partes se renovam, portanto, as condições originárias do contrato de trabalho
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poderão sofrer alterações com o passar do tempo possibilitando ao empregador algumas alterações
contratuais, principalmente quando as alterações são promovidas por disposição legal.
Dessa forma, como as obrigações oriundas do pacto laboral perduram ao longo do tempo, com
renovações periódicas, os direitos e atos jurídicos devem necessariamente seguir os ditames
previstos na nova lei. Isso porque, após a revogação da lei anterior, as condições para o exercício
de determinados direitos deixam de ser observadas, impedindo a sua aquisição e passando a se
constituir como mera expectativa de direito.
Portanto, ao contrário do afirmado pela parte reclamante, não há que se falar em qualquer
inconstitucionalidade na aplicação da reforma trabalhista ao presente caso, até porque os direitos
perseguidos na presente ação são a partir de outubro de 2018.
Necessário destacar que a AGU em maio de 2018 emitiu Parecer Jurídico, aprovado pelo Ministério
do Trabalho, em que se posiciona no sentido de que a Reforma não pode ser aplicada
retroativamente, não valendo para os contratos finalizados antes da aprovação da lei 13.467, em
novembro do ano passado. Em relação aos contratos ainda em vigor, entretanto, o texto
define a aplicação “de forma geral, abrangente e imediata” das novas regras.
III – CONCLUSÃO
Desse modo, há que se aplicar todas as alterações promovidas desde novembro de 2017, eis que
efeito imediato e geral.
A despeito do narrado nos tópicos na petição de ingresso por parte do Obreiro, assim como do
ultrajante pedido de declaração de inconstitucionalidade de diversos preceitos legais da nova lei, há
de se destacar que todas as reformas trazidas com a nova lei estão de acordo com o ordenamento
jurídico pátrio e devem ser estritamente obedecidas e seguidas.
Ficam totalmente impugnados os pedidos de não aplicabilidade da reforma trabalhista eis que tal
pedido está diretamente em confronto com as normas que regem o direito intertemporal no que se
refere à aplicação das regras de Direito material.
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PRELIMINARMENTE
Cumpre esclarecer que nada é devido ao Reclamante, e que mesmo se a presente ação fosse julgada
procedente, o que só se admite por hipótese, o valor da condenação nunca chegaria ao valor
apontado na inicial, uma vez que os cálculos se encontram totalmente majorados.
DA EXCLUSÃO DA LIDE
De início, destaca-se que a real e efetiva empregadora da parte Reclamante era a empresa RIO
MAR TRANSPORTE DE CARGAS - CNPJ: 28.750.399/0001-47.
A primeira ré reclamada, por sua vez, manteve unicamente contrato de prestação de serviços com
a referida empresa, através do contrato de prestação anexo.
Vale ressaltar que a autora nunca foi a verdadeira empregadora da parte reclamante.
Portanto, requer a ora reclamada sua exclusão da lide, com fundamento nos Arts. 487, VI, do NCPC,
aplicado subsidiariamente ao processo trabalhista.
As condições da ação, que estão previstas no inciso VI do artigo 485 do Código de Processo Civil
(CPC), são:
Nessa reclamação, não há a legitimidade da GERDAU AÇOS LONGOS S.A, ora segunda
reclamada.
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O reclamante deve manejar a ação contra aquele que resiste à sua pretensão, ou seja, só pode
promover a ação contra quem é titular do interesse que se opõe à sua pretensão.
No caso concreto, a segunda reclamada não é detentora do interesse que se opõe à pretensão do
reclamante.
Do que se extrai da narrativa da petição inicial, o interesse que se opõe à pretensão do reclamante
pertence à primeira reclamada, seu real empregador.
A segunda reclamada, ora peticionante, jamais formou vínculo empregatício com o reclamante, pelo
que não pode ser responsabilizada por eventuais obrigações relativas ao seu contrato de trabalho
com a primeira reclamada, mormente aquelas postuladas nessa reclamação.
Assim, não há qualquer motivo que justifique a permanência da segunda reclamada no polo passivo
da ação, mormente porque, incontroversamente, o reclamante confessa não ser seu empregado,
sendo ela nitidamente ilegítima para figurar no polo passivo.
Frise-se também que a primeira reclamada é empresa de porte econômico representativo e capaz
de arcar com seus débitos, sendo certo que diante da confissão de relação unicamente com a mesma
e, não havendo qualquer outro motivo para que a segunda reclamada permaneça na lide, tampouco
prova de que deva ser responsabilizada, requer-se a sua exclusão do polo passivo.
Dessa forma, exaustivamente demonstrada a ilegitimidade passiva da segunda ré, requer-se a sua
exclusão da lide e a extinção do feito sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, inciso VI,
do Código de Processo Civil, de aplicação subsidiária nesta esfera Especializada.
PRESCRIÇÃO
Requer, seja declarada a prescrição de todos os pretensos direitos anteriores a cinco anos do
ajuizamento da ação, inclusive os pagamentos referentes ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS), nos termos do artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal c/c artigos 11 da CLT e 487,
II do NCPC.
DOS FATOS
Pretende a parte Reclamante ver condenado subsidiariamente a ora reclamada ao pagamento das
verbas que postula, alegando que lhe prestou serviços para segunda ré como auxiliar de
AJUDANTE DE CAMINHÃO e, alega que após foi promovido a MOTORISTA, motivo que
considera bastante para ensejar o deferimento de seus pedidos de horas extras, intervalo de
descanso e refeição e vínculo empregatício.
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Sem razão.
Conforme destacado acima, o contrato de trabalho da parte Reclamante se deu com a RIO MAR
TRANSPORTE DE CARGAS, a qual prestava serviços para ora. Reclamada.
Em observância ao princípio da eventualidade, e com base nas informações prestadas pelo real
empregador, essas partes Reclamadas contesta a presente ação, impugnando os fatos e documentos
trazidos pela parte Reclamante, bem como, não reconhece a prestação de serviços da parte
reclamante conforme as razões de fato e de direito abaixo aduzidos, reportando-se, ainda, aos
termos da defesa apresentada pelo real empregador.
ÔNUS DA PROVA
Requer, desde já, que seja imputado à parte Reclamante o ônus da prova da prestação de serviços
à parte a ora Reclamada, nos termos do art. 818, da CLT.
DA RESPONSABILIDADE NA EXECUÇÃO
No caso de eventual condenação subsidiária, o que não se espera, requer, ainda, seja respeitado o
período do contrato temporário entre as partes, também, que lhe seja concedido o benefício de
ordem, ou seja, que a execução recaia primeiramente sobre os bens do real empregador e de seus
sócios, e, não sendo esses suficientes, apenas então haja a responsabilidade patrimonial da parte
Reclamada.
DO MÉRITO
Em que pese a reclamada não tenha sido empregadora da parte Reclamante, essa Reclamada passa
a contestá-la.
Como se observa do contrato de prestação de serviços em anexo, a relação jurídica mantida entre
a 1ª Reclamada RIO MAR TRANSPORTE DE CARGAS e a segunda ré Reclamada tinha cunho
estritamente comercial, havendo o segundo Reclamado contratado serviços da segunda Ré e
honrado todos os compromissos para com esta, mas a responsabilidade subsidiária da tomadora de
serviços somente advém da contratação de empresa prestadora de serviços em que restem
configuradas as hipóteses previstas no inciso IV do Enunciado nº 331 do C. TST, o que não se verifica
in casu.
A relação jurídica mantida entre as rés, pela própria narrativa da inicial, teria cunho estritamente
comercial. Trata-se, evidentemente de terceirização lícita, de natureza extravagante à atividade-fim
do segundo reclamado, restando afastada qualquer culpa in vigilando ou in eligendo.
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Ademais, não pode subsistir o pedido de condenação quanto a eventuais débitos não quitados pela
1ª ré visto que não há lei que imponha ao contratante da prestação de serviços a obrigação
de responder subsidiariamente, por obrigações de outra pessoa jurídica.
O referido contrato é negócio jurídico válido, não podendo ser inquinado de quaisquer vícios, se não
demonstrada, cabalmente, a existência de fraude ou simulação a direitos trabalhistas, sendo certo
que, no caso dos autos, não há na inicial qualquer fundamentação no sentido de que a primeira ré
fosse uma empresa inidônea.
Imprescindível frisar que, a teor do art. 818 da CLT, negando o segundo reclamado os fatos contidos
na inicial, incumbe ao autor o ônus de comprovar suas alegações, não se admitindo condenação sem
provas efetivamente produzidas e válidas.
Desta forma, ante a comprovação de não ser o 2º réu responsável subsidiário pelo adimplemento
das verbas pleiteadas pelo autor, requer o mesmo seja o pedido relativo à sua condenação
subsidiária julgado IMPROCEDENTE.
Nada obstante, na remota hipótese de assim não entender V.Exa., o que não se espera, no mérito
o 2º réu subscreve integralmente a defesa oferecida pela primeira reclamada, nos termos do art.
345, inciso I, do NCPC.
Fundamental é o fato de que a RIO MAR TRANSPORTE DE CARGAS, é empresa sólida no mercado,
é representativa em seu segmento e sempre adimpliu suas obrigações de forma plena e satisfatória,
demonstrando ser desnecessária a presença da Reclamada GERDAU AÇOS LONGOS S.A.
Assim, aduz o 2º reclamado suas razões de mérito tão somente por extrema cautela e, em virtude
de nunca ter sido empregador ou mesmo ter tomado serviços do reclamante, ficando
impossibilitado de apresentar defesa objetiva, reiterando os termos da defesa da primeira
reclamada.
Não há que se falar em condenação subsidiária com esteio na Súmula nº 331, inc. IV, do TST.
Apenas por uma questão de extrema cautela, registra-se que o contrato firmado entre as empresas
demandadas foi formalizado levando-se em conta todas as cautelas legais, tratando-se a mesma de
empresa de idoneidade jurídica e econômica comprovadas, sendo plenamente capaz de suportar os
ônus de uma eventual condenação, ainda mais na hipótese dos autos, cujas pretensões iniciais são
controversas, não se confundindo com as obrigações normais decorrentes do contrato.
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Frise-se, a ação tem por fundamento fatos extraordinários, não relacionados com a execução normal
do contrato de prestação de serviços, razão pela qual não se pode falar em culpa in eligendo ou in
vigilando.
É do autor o ônus de provar a alegada culpa in eligendo da defendente, sem o que é inteiramente
inviável a pretensão, em qualquer hipótese.
Por fim, deve ser verificado que a empresa empregadora detém saúde financeira e patrimônio
bastante para suportar as obrigações que poderão advir de uma eventual condenação, de forma que
soa despropositada a participação da ora defendente na demanda para se solidarizar com quem não
necessita desse alento.
Desta forma, não está caracterizada a terceirização ilícita, nem a figura da tomadora de serviços.
Não há que se falar em aplicação do entendimento cristalizado na Súmula 331, inciso IV do C. TST.
É o autor, pois, carecedor do direito de ação em relação à demandada, que deve ser excluída do
feito, como ora preliminarmente se requer, ou julgada a ação improcedente no tocante à defendente,
por absoluta falta de amparo legal para a pretendida condenação subsidiária.
Outrossim, caso não seja este o entendimento deste MM. Juízo, o que não se espera, deve ser
observado o período em que foi mantido o Contrato de Prestação de Serviços entre os réus, sendo
assim, não deve o 2º reclamado ser responsabilizado por quaisquer verbas que excedam tal período.
Com o julgamento do STF admitindo a terceirização de forma irrestrita caiu por terra todo
o argumento da parte autora. Logo, em caso de terceirização lícita, o que não se discute
justamente porque a decisão do STF tem repercussão geral. Isso, por si só, gera
improcedência do pedido de responsabilidade subsidiária.
Tal tese, além de ser o entendimento do STF é o entendimento dos juízes de 1ª instância, vejamos
a decisão proferida nos autos do Processo de nº 100875-91.2017.5.01.0013. Decisão de
21/10/2018.
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Para que se reconheça a existência de vínculo empregatício, mister se faz a presença dos elementos
que caracterizam a relação de emprego: pessoalidade, subordinação jurídica, onerosidade, não
eventualidade e alteridade.
No caso em tela, tais elementos jamais existiram entre a Reclamante e a 1ª reclamada, a qual
desconhece quem seja a Autora, havendo a mesma, se assim o foi sido diretamente contratado pela
2ª Ré. A Reclamante nunca esteve subordinada a qualquer preposto da GERDAU AÇOS LONGOS S.A,
os quais nunca lhe pagaram salários.
Ademais, conforme confessado pela demandante na inicial, esta nunca trabalhou nas dependências
1ªreclamada e desta nunca recebeu ordens.
Em que pese haja contrato de prestação de serviços entre as reclamadas, razão não assiste à
reclamante, eis que tratar-se-ia de terceirização lícita, uma vez que a atividade-fim não seria
transferida as demais rés.
Outrossim, a Autora foi admita e dispensada pela 2ªreclamada, sendo desta a responsabilidade de
quitação de todas as verbas decorrentes da relação de emprego.
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DAS VERBAS RESCISÓRIAS, FÉRIAS, AVISO PRÉVIO, 13º SALÁRIO, SALDO DE SALÁRIO,
SALÁRIOS RETIDOS, SALÁRIO IN NATURA E EVENTUAIS DIFERENÇAS
Reitera-se mais uma vez que o 2º réu não era empregador do autor, não tendo legitimidade passiva
para responder aos pedidos em epígrafe, subscrevendo, na íntegra, a defesa da primeira ré.
De toda a sorte, nega veementemente o 3º réu que tais verbas não tenham sido pagas
corretamente, restando totalmente controvertida a questão, cabendo ao autor o ônus da prova de
suas alegações, nos exatos termos do art. 818, da CLT e 373, I, do CPC.
Nada obstante, tem-se que em qualquer hipótese o terceiro reclamado não pode ser
responsabilizado pelo adimplemento de verbas rescisórias, porquanto, se vier a ser decretada a
rescisão indireta do contrato de trabalho pretendida pelo autor, tem-se que tal fato
é absolutamente alheio ao contrato de prestação de serviços celebrado entre as rés,
sobretudo porque a rescisão estaria sendo motivada por fatos supostamente praticados única e
exclusivamente pela primeira reclamada, real empregadora do autor.
Assim, por qualquer ângulo que se analise a questão, a improcedência do pleito é medida que se
impõe, sobretudo em relação ao terceiro reclamado, pelo que se requer sejam rejeitados os pedidos
da exordial.
Improcede o pedido de pagamento da multa do art. 467, da CLT, na medida em que inexiste qualquer
parcela incontroversa, sendo certo que a reclamada não estar reconhecendo qualquer direito ao
reclamante.
Ainda que ultrapassada a inépcia arguida, no que se refere a multa do art.477, § 8º da CLT,
improcede do referido pedido, na medida em que as verbas rescisórias por certo, foram corretamente
pagas pela primeira reclamada e dentro do prazo legal.
Ressalte-se, que inexiste direito a citada "multa" quando o reconhecimento do direito a parcela se
dá por via de decisão judicial.
O pedido resta inepto uma vez que o reclamante sequer traz na inicial a sua carga horária e o
intervalo que alega ser suprimido.
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Outrossim, pelo princípio da eventualidade, visto que esta reclamada não foi empregadora do
reclamante e sequer o conhece, não se admite a prestação de labor extraordinário habitual e muito
menos na forma relatada, por exagerada.
DO FGTS
Devem ser considerados como corretos os recolhimentos realizados pela primeira reclamada em
favor da parte Reclamante, já que o anormal, ou seja, a não efetuação dos recolhimentos, assim
como a não incidência das multas legais, depende de prova cabal e inconteste, a cargo do
reclamante, a teor dos artigos 818, da CLT e 373, I do CPC, por ser tratarem de fatos constitutivos.
Na remota hipótese de ser deferida a rescisão indireta pretendida pelo reclamante, o 2º Reclamado
não pode ser responsabilizado pelos pagamentos, recolhimentos de FGTS e sua liberação, uma vez
que jamais foi empregador do reclamante e, ato contínuo, está impossibilitado de carrear aos autos
os comprovantes dos recolhimentos.
Neste sentido:
Assim, os pedidos formulados pela parte autora decorrentes de obrigações de fazer, somente podem
ser dirigidos à primeira ré, tendo em vista que se trata de obrigação personalíssima, não integrando
eventual condenação do segundo Réu à responsabilidade subsidiária.
Dessa forma, o postulado pelo reclamante é a mera obrigação de entrega da guia, hábeis à liberação,
pelo empregador, do FGTS, não havendo qualquer determinação legal para pagamento de
indenização, devendo ser julgado improcedente o pedido em face do segundo reclamado.
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Em caso de procedência de alguma parte da ação, o que se admite apenas para argumentar, para
incidência da parcela do FGTS deverá ser observada a natureza das verbas, aplicando-a
exclusivamente sobre aquelas de cunho salarial, nos termos da legislação específica que cuida desse
benefício fundiário.
A defendente não pode se responsabilizar pelo eventual deferimento da retificação da CTPS DIGITAL
do autor, bem como, não pode ser responsabilizada por eventuais multas, indenizações, deposito
de FGTS e entrega de guias pois são obrigações personalíssimas.
Destaca-se que o autor acostou a CTPS física na qual contam as informações que ele entende por
corretas.
A melhor doutrina assim define os chamados contratos pessoais, bem como as consequências
práticas que deles resultam:
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De toda sorte, no tocante a essas parcelas ou obrigações, nenhuma influência poderia advir dos
poderes ou responsabilidades de eleição e de vigilância do tomador de serviços, no sentido de evitar
a consumação de eventual ilicitude, justamente em razão da natureza pessoal daqueles eventos
admitidos para argumentar.
Ademais, as parcelas de cunho personalíssimo não podem ser estendidas ao eventual devedor
subsidiário. A jurisprudência, a doutrina e a lei não deixam dúvidas de que tais obrigações não se
transferem, nem se transmitem. Nesse sentido, não poderá ser imputado a reclamada as obrigações
de cunho personalíssimo, como: FGTS, anotação de CTPS, depósitos fundiários, multa do artigo e
477 da CLT.
E se as obrigações personalíssimas não podem ser imputadas ao devedor solidário, com muito mais
força não podem ser estendidas ao eventual devedor subsidiário, que, a teor da própria construção
jurisprudencial que criou o instituto, absolutamente não se confunde com a figura do devedor
principal.
CRITÉRIOS DE CÁLCULOS
Caso seja julgado procedente algum dos pedidos formulados, o que não se espera, a condenação
deverá limitar-se ao período imprescrito e aos seguintes critérios:
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No caso de eventual condenação, requer sejam compensados ou deduzidos, nos termos do art. 767
da CLT e Súmulas nº 18 e 48 do C. TST, todos os direitos reconhecidos e que tiveram o pagamento
efetuado, ainda que de forma parcial, evitando-se o enriquecimento sem causa.
Em consonância com a decisão proferida, na ADC nº 58 e 59, pelo Supremo Tribunal Federal, no
caso de eventual condenação deve-se aplicar IPCA-E na fase pré-judicial e, a partir do
ajuizamento, a incidência da taxa SELIC, nos termos do art. 406 do Código Civil, em substituição
à TR e aos juros legais.
Registra-se que a r. decisão do E.STF é expressa quanto a aplicação única da SELIC, ou seja, sem
incidência autônoma de correção monetária e juros legais:
Ainda, importante esclarecer, que a taxa SELIC engloba juros de mora, não podendo ser cumulada
com a aplicação de outros índices de atualização monetária:
Como a r. decisão tomada pelo E. STF possui eficácia erga omnes e efeito vinculante, “deve ser
observada desde a sessão em que foi proferida”, sem necessidade de aguardar-se o trânsito em
julgado (STF, Rcl 16031 MC / SP, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, j. 21/08/2013, pub. DJE nº 167,
divulgado em 26/08/2013, g.n.).
Como senão bastasse, é o caso de realçar que o pedido de aplicação da tese vinculante fixada pelo
E. STF na ADC 58 decorre do art. 927, I, do CPC c/c os princípios da segurança jurídica (Constituição,
art. 5º, caput) e da isonomia (idem, art. 5º, caput e inciso I).
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Além disso, requer a aplicação da Súmula 381 do TST, observando-se, como época própria, o mês
subsequente ao trabalho, nos termos do artigo 459 da CLT.
As parcelas previdenciárias e Fiscais (IR) deverão ser descontadas dos eventuais créditos da parte
Reclamante, vide a Súmula 368 do TST, a OJ 363 SDI-1 e os Provimentos nºs 01/96 e 02/93.
Restando expressamente impugnado eventual requerimento de que os valores citados sejamarcados
na totalidade pela parte reclamada.
O subscritor da presente declara a autenticidade das peças juntadas com a defesa, na forma da
atual redação do art. 830 da CLT.
A reclamada impugna os documentos acostados na inicial, cujo teor não comprova as alegações da
exordial, sendo ônus da parte Reclamante a prova cabal dos fatos constitutivos dos direitos
alegados, nos termos dos artigos 818 da CLT e 373, inciso I, do CPC.
Frisando que compete à parte Reclamante, conforme artigo 787 da CLT, instruir a exordial com os
documentos indispensáveis à prova de suas alegações, sob pena de improcedência do respectivo
pedido.
O pedido de gratuidade de justiça deve ser indeferido uma vez que a parte reclamante, não acostou
qualquer documento que comprove a insuficiência de recursos para arcar com os custos do
processo, conforme previsto no § 4º do art. 790 da CLT, conforme transcrevemos:
Nesse cenário, é evidente que a parte reclamante não pode ser considerada pobre no sentido legal.
Todavia, caso Vossa Excelência não esteja convencida, desde já, a fim de comprovar as condições
financeiras da parte autora, requer a juntada de suas declarações do Imposto de Renda dos últimos
cinco anos.
Deste modo, por qualquer ângulo que se analise o pleito, resta apenas a improcedência, sendo
descabida a concessão dos benefícios da justiça gratuita uma vez que não preenchidos os requisitos
previstos no art. 790, § 3º e 4º, da CLT.
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Fls.: 17
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS
Além do mais, a CLT, no art. 791-A, prevê o pagamento de “honorários de sucumbência, fixados
entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-
lo, sobre o valor atualizado da causa.”.
Assim, em caso de procedência total ou parcial dos pedidos, o que não se espera, os honorários
sucumbenciais devem ser limitados a até, no máximo, 15% e não em percentual superior. Ainda, o
Juízo deve observar o disposto no § 3º do art. 791-A da Nova CLT, na hipótese de procedência
parcial, arbitrando, desta maneira, honorários de sucumbência recíproca.
CONCLUSÕES
Pelo exposto, pretende provar o alegado por todos os meios de provas permitidos em direito, em
especial, o depoimento pessoal da parte Reclamante, bem como das testemunhas.
Por fim, restam, impugnadas todas as alegações obreiras, bem como os valores apontados como
devidos, cabendo, de resto, a reclamante o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, nos
termos do art. 818, da CLT e 373, I, do NCPC.
Por todo o exposto, confia o réu seja a presente reclamatória julgada inteiramente
IMPROCEDENTE, por ser de direito.
Requer deferimento.
Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2023.
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https://pje.trt1.jus.br/pjekz/validacao/23081109522070700000181903513?instancia=1
Número do processo: 0100059-86.2023.5.01.0082
Número do documento: 23081109522070700000181903513