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Em primeiro grau, o juízo de piso concedeu a gratuidade judiciária ao recorrente, entretanto o condenou no
pagamento das custas processuais e honorários sucumbenciais forte nos artigos 789 e 791-A da CLT
respectivamente.
Certo é que a chamada “reforma trabalhista” alterou profundamente não só os ditames do direito material do
trabalho como também o direito processual, o qual deve ser aplicado respeitando os atos já praticados sob a
égide da lei revogada e aplicado imediatamente aos atos posteriores ao início de vigência da nova lei (art. 14
do NCPC).
Contudo, nasceu a celeuma da aplicação das modificações da reforma em processos em curso, que
repercutem no resultado da matéria discutida em sentença como é o caso da condenação do reclamante no
pagamento de custas e honorários de sucumbência mesmo sendo beneficiário da Justiça Gratuita, o que antes
da reforma não havia previsão.
Lado outro, a justiça gratuita e honorários sucumbenciais honorários e periciais, são questões processuais
que possuem influência nas situações de direitos materiais ostentando natureza híbrida conforme
jurisprudência do STJ (REsp 1.465.535/SP) a respeito do tema.
Contrário do que entendeu a corte, o marco temporal para aplicação da lei processual na questão dos
honorários, deveria ser a época da distribuição da ação e não da prolação da sentença.
Isso quer dizer que toda e qualquer consequência processual que as partes possam
sofrer, tanto na esfera da liberdade pessoal quanto no âmbito de seu patrimônio, deve
necessariamente decorrer de decisão prolatada num processo que tenha tramitado de
conformidade com antecedente previsão legal. O devido processo legal significa o
processo cujo procedimento e cujas consequências tenham sido previstas na lei .
Assim, se ao distribuir a reclamação, o trabalhador não corria o risco de ter que pagar as
custas processuais mesmo sendo beneficiário da Justiça Gratuita ou não havia a
possibilidade de sanção em honorários de sucumbência, afronta a vedação da decisão
surpresa instituída no art. 10 do NCPC, bem como a segurança jurídica e devido processo
legal, a condenação pela nova regra processual celetista.
Sem prejuízo da tese invocada, é forte o entendimento dos magistrados em todo o país,
pela aplicação da nova lei processual trabalhista, em observação dos princípios
constitucionais, o que resultou em diversos enunciados da Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA).
Segundo o entendimento dos magistrados, a aplicação da lei quanto aos honorários não
se aplicariam em processos em curso, distribuídos antes da reforma, ante a previsão de
custo e riscos processuais é auferida na distribuição da ação.