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Título: SIADAP. HOMOLOGAÇÃO DA AVALIAÇÃO. PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DESEMPENHO


EXCELENTE POSTERIOR

Data: 30-10-2020 Parecer N.º: DAJ-PROC. 54/2020

Informação N.º: I07170-2020-DSAL/DAJ

Sobre o assunto mencionado em título, solicita o Município de ... a emissão de parecer jurídico, pelo que cumpre
a esta Divisão de Apoio Jurídico, conforme foi superiormente determinado, proceder em conformidade.

Para melhor compreensão das questões colocadas, transcreve-se o teor do pedido recebido, na parte que
reputamos de essencial:

No âmbito de aplicação do SIADAP 3, referente ao biénio 2017/2018, foi, pelo avaliador, em reunião realizada em
29 de abril de 2019, dada a conhecer, a três trabalhadores do Município de ..., a avaliação pelo mesmo atribuída,
correspondente a uma pontuação ponderada de 5,000 e à menção qualitativa de "Desempenho Relevante".
Em reunião do Conselho Coordenador de Avaliação, efetuada em 30 de abril de 2019, foi a referida avaliação
objeto de validação.
Em 11 de junho seguinte a avaliação de "Desempenho Relevante", atribuída aos três trabalhadores, foi
homologada pelo Sr. Presidente da Câmara, tendo, de tal ato de homologação, um deles tomado conhecimento
em 19 de junho de 2019 e os outros dois em 5 de julho de 2019.

Por requerimentos entrados em 19 de julho de 2019 e 6 e 8 de agosto de 2019 (que se anexam) foi, pelos
funcionários em questão, solicitado o "Reconhecimento de Excelência" referente à respetiva avaliação de
desempenho no biénio 2017/2018.
Analisados os requerimentos apresentados pelos trabalhadores, foi, em suma, entendimento dos serviços, que
"resulta do art.º 61.º da Lei n.º 66-B/2007, de 28 de dezembro, que aprova o Sistema Integrado de Gestão e
Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP), que a fase de reconhecimento de desempenhos
excelentes ocorre logo após a reunião entre avaliador e avaliado para avaliação de desempenho e antes da
homologação."
Nesta senda, e tendo os pedidos para que lhes fosse reconhecido o mérito da sua avaliação de desempenho sido
apresentados após ter já ocorrido a homologação da sua avaliação de desempenho, e depois de terem tido
conhecimento da mesma, procedeu-se à audiência prévia dos interessados, relativamente ao projeto de rejeição
dos seus pedidos, por se entender serem os mesmos extemporâneos (anexam-se os ofícios em causa).
Dois dos trabalhadores vieram pronunciar-se nesta sede, tendo contestado (pelas respostas que se juntam) a
extemporaneidade da sua iniciativa e alegado, em suma, "que o art.º 61.º apenas indica e descreve as fases ou
processos da avaliação de desempenho, mas não por uma ordem cronológica ordenada, ou seja, é meramente
indicativo dos procedimentos ou fases de avaliação, descrevendo-os, mas que não está ordenado nem estipula
quando os trabalhadores deverão apresentar os seus requerimentos ao abrigo do disposto no art.º 51.º n.º 1."
Admitindo que se trata de questão controvertida, solicita-se a V. a Ex.ª que se pronuncie a CCDRAlentejo acerca
desta matéria, esclarecendo, designadamente, se é, ainda, possível, do ponto de vista legal, que o Conselho
Coordenador de Avaliação proceda ao "Reconhecimento de Excelência" relativamente ao desempenho dos
trabalhadores no biénio de 2017/2018.

Informando:

1. A Lei n.º 66-B/2007 de 28 de dezembro, que estabelece o sistema integrado de gestão e avaliação do
desempenho na Administração Pública (SIADAP) (1), é aplicável no âmbito da administração local autárquica,
com as adaptações previstas no Decreto Regulamentar n.º 18/2009, de 4 de setembro.

_________________________

(1)Com a redação atualizada pelas Leis nºs 64-A/2008, de 31 de dezembro, 55-A/2010, de 31 de dezembro, e

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66-B/2012, de 31 de dezembro.

Pelo seu interesse para o caso em apreço, transcrevem-se os seguintes preceitos daquela lei:

Artigo 51.º
Reconhecimento de excelência
1 - A atribuição da menção qualitativa de Desempenho relevante é objeto de apreciação pelo Conselho
Coordenador da Avaliação, para efeitos de eventual reconhecimento de mérito significando Desempenho
excelente, por iniciativa do avaliado ou do avaliador.
2 - A iniciativa prevista no número anterior deve ser acompanhada de caracterização que especifique os
respetivos fundamentos e analise o impacte do desempenho, evidenciando os contributos relevantes para o
serviço.
3 - O reconhecimento do mérito previsto no n.º 1 é objeto de publicitação no serviço pelos meios internos
considerados mais adequados.
4 - Para efeitos de aplicação da legislação sobre carreiras e remunerações, a avaliação máxima nela prevista
corresponde à menção qualitativa de Desempenho excelente.

Artigo 60.º
Dirigente máximo do serviço
1 - Compete ao dirigente máximo do serviço:

a) Garantir a adequação do sistema de avaliação do desempenho às realidades específicas do serviço;


b) Coordenar e controlar o processo de avaliação, de acordo com os princípios e regras definidos na presente lei;
c) Fixar níveis de ponderação dos parâmetros de avaliação, nos termos da presente lei;
d) Assegurar o cumprimento no serviço das regras estabelecidas na presente lei em matéria de percentagens de
diferenciação de desempenhos;
e) Homologar as avaliações;
f) Decidir das reclamações dos avaliados;
g) Assegurar a elaboração do relatório da avaliação do desempenho, que integra o relatório de atividades do
serviço no ano da sua realização;
h) Exercer as demais competências que lhe são cometidas pela presente lei.
2 - Quando o dirigente máximo não homologar as avaliações atribuídas pelos avaliadores ou pelo conselho
coordenador da avaliação, no caso previsto no n.º 5 do artigo 69.º, atribui nova menção qualitativa e respetiva
quantificação, com a respetiva fundamentação.
3 - A competência prevista na alínea e) do n.º 1 pode ser delegada nos demais dirigentes superiores do serviço.

Artigo 61.º
Fases
O processo de avaliação dos trabalhadores compreende as seguintes fases:
a) Planeamento do processo de avaliação e definição de objetivos e resultados a atingir;
b) Realização da autoavaliação e da avaliação;
c) Harmonização das propostas de avaliação;
d) Reunião entre avaliador e avaliado para avaliação de desempenho, contratualização dos objetivos e respetivos
indicadores e fixação das competências;
e) Validação de avaliações e reconhecimento de Desempenhos excelentes;
f) Apreciação do processo de avaliação pela comissão paritária;
g) Homologação;
h) Reclamação e outras impugnações;
i) Monitorização e revisão dos objetivos.

Artigo 64.º
Harmonização de propostas de avaliação

Na 2.ª quinzena de janeiro do ano seguinte àquele em que se completa o ciclo avaliativo, em regra, realizam-se

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as reuniões do Conselho Coordenador da Avaliação para proceder à análise das propostas de avaliação e à sua
harmonização de forma a assegurar o cumprimento das percentagens relativas à diferenciação de desempenhos,
transmitindo, se for necessário, novas orientações aos avaliadores, na sequência das previstas na alínea d) do n.º
1 e no n.º 2 do artigo 62.º, e iniciar o processo que conduz à validação dos Desempenhos relevantes e
Desempenhos inadequados e de reconhecimento dos Desempenhos excelentes.

Artigo 69.º
Validações e reconhecimentos

1 - Na sequência das reuniões de avaliação, realizam-se as reuniões do conselho coordenador da avaliação


tendo em vista:
a) A validação das propostas de avaliação com menções de Desempenho relevante e de Desempenho
inadequado;
b) A análise do impacte do desempenho, designadamente para efeitos de reconhecimento de Desempenho
excelente.

2 - O reconhecimento de Desempenho excelente implica declaração formal do conselho coordenador da


avaliação.

3 - Em caso de não validação da proposta de avaliação, o conselho coordenador da avaliação devolve o processo
ao avaliador acompanhado da fundamentação da não validação, para que aquele, no prazo que lhe for
determinado, reformule a proposta de avaliação.
4 - No caso de o avaliador decidir manter a proposta anteriormente formulada deve apresentar fundamentação
adequada perante o conselho coordenador da avaliação.
5 - No caso de o conselho coordenador da avaliação não acolher a proposta apresentada nos termos do número
anterior, estabelece a proposta final de avaliação, que transmite ao avaliador para que este dê conhecimento ao
avaliado e remeta, por via hierárquica, para homologação.

Artigo 71.º
Homologação das avaliações

A homologação das avaliações de desempenho deve ser, em regra, efetuada até 30 de abril, dela devendo ser
dado conhecimento ao avaliado no prazo de cinco dias úteis.

Artigo 72.º
Reclamação

1 - O prazo para apresentação de reclamação do ato de homologação é de 5 dias úteis a contar da data do seu
conhecimento, devendo a respetiva decisão ser proferida no prazo máximo de 15 dias úteis.
2 - Na decisão sobre reclamação, o dirigente máximo tem em conta os fundamentos apresentados pelo avaliado
e pelo avaliador, bem como os relatórios da comissão paritária ou do conselho coordenador da avaliação sobre
pedidos de apreciação anteriormente apresentados.

Artigo 73.º
Outras impugnações

1 - Do ato de homologação e da decisão sobre reclamação cabe impugnação administrativa, por recurso
hierárquico ou tutelar, ou impugnação jurisdicional, nos termos gerais.
2 - A decisão administrativa ou jurisdicional favorável confere ao trabalhador o direito a ver revista a sua avaliação
ou a ser-lhe atribuída nova avaliação.
3 - Sempre que não for possível a revisão da avaliação, designadamente por substituição superveniente do
avaliador, é competente para o efeito o novo superior hierárquico ou o dirigente máximo do serviço, a quem cabe
proceder a nova avaliação.

2. Já do Decreto Regulamentar nº 18/2009, de 4 de setembro, convém ter em atenção os seguintes preceitos:

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Artigo 5.º
Ciclo anual de gestão

O SIADAP integra-se no ciclo anual de gestão das entidades referidas no artigo 2.º, que apresenta as seguintes
fases:
a) Fixação dos objetivos de cada unidade orgânica para o ano seguinte, tendo em conta as suas competências
orgânicas, os objetivos estratégicos plurianuais determinados pelo órgão executivo, os compromissos assumidos
na carta de missão pelo dirigente superior, quando exista, os resultados da avaliação do desempenho e as
disponibilidades orçamentais;
b) Aprovação do orçamento e aprovação, manutenção ou alteração do mapa do respetivo pessoal, nos termos da
legislação aplicável;
c) Definição das atividades para o ano seguinte, indicadores de desempenho da entidade e de cada unidade
orgânica;
d) Monitorização e eventual revisão dos objetivos da entidade e de cada unidade orgânica, em função de
contingências não previsíveis ao nível político ou administrativo;
e) Elaboração do relatório de atividades, com demonstração qualitativa e quantitativa dos resultados alcançados e
o relatório de autoavaliação previsto no presente decreto regulamentar.

Artigo 21.º
Conselho coordenador da avaliação

1 - Junto dos órgãos a que se refere o n.º 1 do artigo 3.º, funciona um conselho coordenador da avaliação, ao
qual compete:
a) Estabelecer diretrizes para uma aplicação objetiva e harmónica do SIADAP 2 e do SIADAP 3, tendo em
consideração os documentos que integram o ciclo de gestão referido no artigo 5.º;
b) Estabelecer orientações gerais em matéria de fixação de objetivos, de escolha de competências e de
indicadores de medida, em especial os relativos à caracterização da situação de superação de
objetivos;
c) Estabelecer o número de objetivos e de competências a que se deve subordinar a avaliação de desempenho,
podendo fazê-lo para todos os trabalhadores ou, quando se justifique, por unidade orgânica ou por carreira;
d) Garantir o rigor e a diferenciação de desempenhos do SIADAP 2 e do SIADAP 3, cabendo-lhe validar as
avaliações de Desempenho relevante e Desempenho inadequado, bem como proceder ao reconhecimento de
Desempenho excelente;
e) Emitir parecer sobre os pedidos de apreciação das propostas de avaliação dos dirigentes avaliados;
f) Exercer as demais competências que, por lei ou regulamento, lhe são cometidas.
2 - Nos municípios, o conselho de coordenação da avaliação é presidido pelo presidente da câmara e integra:
a) Os vereadores que exerçam funções a tempo inteiro;
b) O dirigente responsável pela área de recursos humanos;
c) Três a cinco dirigentes, designados pelo presidente da câmara.
3 - Nos municípios dotados de direções municipais, sem prejuízo da existência do conselho coordenador da
avaliação previsto no número anterior, para efeitos de operacionalização do seu funcionamento, podem ser
criadas secções autónomas presididas pelo presidente da câmara, compostas por um número restrito de
dirigentes, incluindo, obrigatoriamente, o respetivo diretor municipal, exercendo as competências previstas nas
alíneas d) e e) do n.º 1.
4 - Nos municípios em que existam serviços municipalizados, o conselho coordenador da avaliação é presidido
pelo presidente do conselho de administração e integra:
a) O dirigente responsável pela área de recursos humanos;
b) Três a cinco dirigentes, designados pelo presidente do conselho de administração.
5 - A presidência do conselho coordenador da avaliação pode ser delegada nos termos da lei.
6 - O órgão a que se refere o n.º 1 do artigo 3.º das entidades abrangidas pelo presente decreto regulamentar
assegura a elaboração do regulamento de funcionamento do conselho coordenador da avaliação, tendo em conta
a sua natureza e dimensão.
7 - O conselho coordenador da avaliação tem composição restrita aos membros do órgão executivo constantes
do respetivo conselho e aos dirigentes com grau superior aos dos dirigentes em avaliação quando o exercício das

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suas competências incidir sobre o desempenho de dirigentes e, no caso de se tratar do exercício da competência
referida na alínea e) do n.º 1, aplica -se, com as devidas adaptações, o disposto nos nºs 3 e seguintes do artigo
69.º da Lei n.º 66-B/2007, de 28 de Dezembro.

3. Com interesse para a aplicação prática do SIADAP nesta matéria, transcrevemos o entendimento da
Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), plasmado nas seguintes FAQ sobre o
SIADAP(2):
______________________
(2) Disponíveis para consulta no site desta entidade, em FAQ's - SIADAP Lei n.º 66-B/2007, de 28 de dezembro,
com o endereço
https://www.dgaep.gov.pt/index.cfm?OBJID=b8a129f3-8eb7-4b56-932f-f084b9abab44&ID=58000000

VI - Diferenciação de desempenhos
» 4. A alteração da avaliação final em sede de reclamação ou de recurso está condicionada pelas percentagens
máximas de mérito e excelência?
Não. Nestes casos, por respeito pelas garantias constitucionalmente consagradas de reclamação e recurso, esta
alteração não depende da prévia existência de percentagens disponíveis, nem releva para efeitos de apuramento
do respetivo cumprimento.

XI - Impugnação administrativa
» 1. Qual é a natureza da impugnação administrativa, por recurso hierárquico ou tutelar, prevista no artigo 73.º do
SIADAP, e qual é o prazo para a sua interposição?
A impugnação administrativa, por recurso hierárquico ou tutelar, prevista no artigo 73.º do SIADAP, tem carácter
facultativo e o prazo para a sua interposição é de três meses (n.º 2 do artigo 193.º do Código do Procedimento
Administrativo e alínea b) do n.º 2 do artigo 58.º do Código de Processo dos Tribunais Administrativos)

4. O procedimento faseado indicado no artigo 61º da Lei nº 67-B/2007, deve ser observado e cumprido
cronologicamente, a nosso ver.

Neste sentido, também aponta, por exemplo, o Acórdão do Tribunal Central Administrativo Norte proferido no
processo nº 02753/11.1BEPRT, datado de 19/02/2016 (3), como se extrai dos seguintes trechos do seu relatório
de fundamentação:

(...)
Se é verdade o afirmado pelo tribunal a quo, que o processo avaliativo está ferido do vício de violação de lei, por
terem sido invertidas as fases do processo, "Concretamente procedeu-se à reunião entre avaliador e avaliado e
só depois procedeu à harmonização das propostas de avaliação", em conjunto com a sua validação, o que
importa, no entanto, verificar é se esses vícios se poderão converter em meras irregularidades, insuscetíveis de
determinar a anulação do procedimento.
(...)
Não obstante o referido, o tribunal a quo determinou a reformulação do processo avaliativo, com respeito pela
ordem consignada no artigo 61.º da Lei n.º 66-B/2007, nos estritos termos em que se encontra prevista:
harmonização das propostas pelo CCA, reunião entre avaliador e avaliado, validação das propostas pelo CCA e
homologação, não tendo, em qualquer caso homologado qualquer classificação, por tal depender da "necessária
harmonização e validação ...".
Não se pondo em causa as irregularidades ocorridas no procedimento, a questão está pois em saber se será aqui
aplicável o princípio do aproveitamento dos atos administrativos, de acordo com o qual não há lugar à anulação
de um ato ferido de vício, quando seja seguro que o novo ato a emitir, isento do mesmo, não poderá deixar de ser
idêntico.
(...) (4)
______________________

(3)Consultável no endereço

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http://www.dgsi.pt/jtcn.nsf/89d1c0288c2dd49c802575c8003279c7/251c014759e66f9580257f6a004eba60?OpenD
ocument
(4) Sublinhado nosso.

Assim, o reconhecimento do desempenho excelente deve ocorrer na fase indicada na alínea e) do artigo 61º da
Lei nº 67-B/2007, designada como validação de avaliações e reconhecimento de Desempenhos excelentes.

5. Contudo, não cremos que os trabalhadores fiquem impedidos de requerer o reconhecimento do seu
desempenho relevante como excelente (o grau máximo da grelha de avaliações legalmente definida), depois
daquela fase, se entenderem que reúnem as condições para poderem dele beneficiar. Não tendo havido
validação do desempenho excelente, seja porque nunca tal foi discutido com o avaliador, seja porque não foi
simplesmente validado (independentemente das razões para isso)(5), cremos que assiste aos trabalhadores o
direito de perseguir, por via de reclamação ou de recurso (nos casos em que este é admitido), esse desiderato.

6. A via que se nos afigura, no caso em apreço, como viável, é a via da reclamação do ato homologatório
praticado pelo presidente da câmara municipal, enquanto dirigente máximo do serviço, competindo-lhe,
obviamente, a decisão da reclamação - veja-se o artigo 60º, nº 1, alínea f), da Lei nº 66-B/2007 (6).

Nos termos do previsto no artigo 72º da Lei nº 67-B/2007, o prazo concedido legalmente para tal é de cindo dias
úteis a contar do conhecimento da homologação pelos trabalhadores.

Ora, de acordo com a informação constante do pedido de parecer, as petições dos trabalhadores foram
apresentadas bem para além deste prazo, pelo que, se assim for entendido, podem tais petições ser
consideradas extemporâneas.

7. Entendendo-se que não há outra hipótese de impugnação administrativa do ato homologatório para além da
reclamação, restava aos trabalhadores a possibilidade de recurso à via contenciosa, nos termos e de acordo com
o regime previsto no Código de Processo nos Tribunais Administrativos (CPTA).

________________________
(5)Compete ao conselho coordenador da avaliação fazer a validação - cfr. artigo 69º da Lei nº 67-B/2007 e artigo
21º do Decreto Regulamentar nº 18/2009.

(6)No caso dos municípios, não se vislumbra que possa haver recurso hierárquico, dado que o presidente da
câmara municipal decide, em matéria de SIADAP, no âmbito de uma competência própria e exclusiva, enquanto
dirigente máximo do serviço - cfr. artigo 3º, nº 1, alínea a), do Decreto Regulamentar nº 18/2009.

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Relator: António Carrilho Velez

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