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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUÍZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO

DE CARATINGA - MG

COMERCIAL ROMA LTDA, já qualificado na inicial vem, por meio de seu procurador,
conforme procuração que segue anexa, nos autos em epígrafe, da RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA que lhe move TIBÉRIO CÉSAR DA SILVA, qualificado na inicial,
apresentar sua

CONTESTAÇÃO,

Pelos motivos de fato e de direito que a seguir se expõem:

I- DA PREJUDICIAL DE MÉRITO

1. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

Ainda que sejam inverossímeis as pretensões do autor no inicial, é evidente, in casu, a


aplicação dos instituto jurídico da prescrição. A reclamante ajuíza a ação após a data de
27/03/2023 onde, ao retroagir no período de 5 (cinco) anos, teremos como o período
prescricional das parcelas do autor em 27/03/2018. Sendo assim, suas pretensões quanto ao
recebimento de verbas só poderiam se referir ao período imprescrito evidenciado, motivo
pelo qual qualquer parcela anterior não poderá ser pleiteada

I- DA SÍNTESE DA INICIAL

O reclamante alega a realização de horas extras no período laborado para a reclamada. Nas
alegações dos autos, afirma que houve uma média semanal de 6 (seis) horas diárias de
realização das atividades, ou seja, extrapolando o período de 8 horas diárias previstas na
jornada regular de um colaborador.

Aduz que recebia uma remuneração de R$8.000,00, pleiteando, sobre tal montante, a
incidência do cômputo das horas extras.

Pleiteia a multa do art. 477 e 467 da CLT argumentando, naquela ocasião, o atraso no
pagamento das verbas rescisórias, que teria extrapolado o prazo de 10 dias. Em relação a
multa do art. 467, requerer a sua aplicação caso não haja o pagamento das verbas
incontroversas até a audiência.

Essa é a síntese da petição inicial. .


I- DO MÉRITO

1- DA INEXISTÊNCIA DE HORAS EXTRAS

O reclamante pretende o recebimento de horas extras que, segundo o que alega, ocorreu numa
média de 6h por semana.

Entretanto, salutar é a observância da natureza do cargo ocupado pelo reclamante que,


conforme contrato anexo relativo a alteração de função, que se deu no ano de 2017, o autor
exercia uma função de confiança de natureza gerencial, nas dependências da reclamada. Em
virtude disso, não se enquadra, na exceção prevista no art. 62, II, CLT. Logo, não há que se
falar em pagamento de horas extras, eis que não era submetido ao controle de jornada, em
virtude de sua função.

Portanto, as referidas horas extras pleiteadas pelo reclamante não são devidas.

2- DO SALÁRIO RECEBIDO

O reclamante, em sua inicial, afirma ter recebido o valor de R$8.000,00 de salário mensal,
requerendo, com base nisso, a utilização desta base de cálculo para o cálculo das horas extras.

Porém, no total da suposta remuneração recebidas pelo reclamante, há a contabilização de


prêmios de metas. O reclamante, na realidade, recebia o salário mensal de R$5.000,00, sendo
que R$3.000,00 era a média de prêmios recebidos pelo autor. Sobre isso, a CLT deixa
evidente de que os prêmios de metas não incorporam o salário do empregado, sendo uma
premiação pelo desempenho no trabalho, não tendo natureza salarial. O art. 457, CLT, deixa
evidente que os prêmios recebidos por alcance de metas não integram a remuneração do
empregado.

Por fim, se houver entendimento no sentido de que são devidas as horas extras, que seja
usada, para fins de cálculo, a base de R$5.000,00 (cinco mil reais), pois os valores recebidos
pelo reclamante, além de tal montante, o que seria uma média de R$3.000,00, seria a título de
prêmios, não integrando sua remuneração para nenhuma finalidade legal.

2- DAS MULTAS DO ART. 477 e 467, CLT

O reclamante requer a aplicação da multa prevista no art. 477, CLT, pelo não adimplemento
das verbas rescisórias no prazo legal. Pretende, ainda, a aplicação da multa do 467, CLT,
caso não haja pagamento das verbas rescisórias incontroversas até a audiência.

A alegação de que não recebeu verbas rescisórias é inverídica, haja vista que os depósitos das
verbas rescisórias foram feitas em sua conta bancária, conforme segue em documento anexo.
O reclamado, de boa-fé, não mediu esforços para cumprir com suas obrigações no prazo
legal. Por várias vezes insistiu ao reclamante seu comparecimento nas dependências da
empresa, para fins de pagamento da rescisão e entregas de guias, relativas a obrigação de
fazer. Inclusive, conforme comprovante de envio de e-mail anexo e mensagens pelo
aplicativo WhatsApp, ficou claro que solicitou ao autor o seu comparecimento à reclamada
para que lhe fossem pagas as verbas rescisórias, contudo, este por várias vezes se recusou,
remarcando a sua ida à empresa para o recebimento de tais verbas 2 (dois) dias após o prazo
fundo para o acerto rescisório. Em virtude disso, fica evidente que o não pagamento das
verbas no prazo legal se deu unicamente por culpa do empregado, que se recusou a recebê-las
no prazo legal. Para tanto, fundamenta a aplicação da multa prevista no art. 477, CLT,
alegando o atraso contudo, é evidente que foi o reclamante que deu causa à mora, motivo
pelo qual não é devida a referida multa, conforme art. 477, CLT, §8.

Além disso, indevida é multa do art. 467, CLT, pois não há verbas incontroversas a serem
pagas ao reclamante.

DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, indevidos são os pedidos pleiteados pelo reclamante, motivo qual pleiteia
a reclamada o indeferimento dos seguintes pedidos:

1- que seja indeferido o pedido de horas extras requeridas na inicial, nos termos da
fundamentação apresentada, pois o reclamante não cumpre os requisitos legais para tê-la,
exercendo, o referido, cargo de gerência

2- que seja indeferido o pedido de pagamento das verbas rescisórias, eis que já foram pagas.
Além disso, que seja indeferida a inclusão dos prêmios de metas na base de cálculo das
verbas rescisórias.

3- seja indeferido o pedido de aplicação das multas do art. 477 e 467, CLT, nos termos da
fundamentação retro.

4- que, caso seja o entendimento pelo dever de pagar as verbas da inicial, que seja
considerado apenas o período imprescrito, nos termos da fundamentação retro.

Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitido, principalmente,


depoimento pessoal do reclamante, juntadas de novos documentos, testemunhas, etc.

Requer, por fim, a condenação do reclamante ao pagamento de custas processuais, honorários


de sucumbência, inclusive por eventual sucumbência recíproca, e por demais consectários
legais.

Nestes termos,
Pede deferimento
Caratinga, 27 de abril de 2023

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