Você está na página 1de 6

AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

PARTIDO POLÍTICO…, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº...e no
TSE sob nº..., representado por seu Diretório Nacional, com sede em…, vem respeitosamente
por intermédio de seu advogado infra-assinado, com escritório..., endereço..., com fulcro no art.
103, § 2º e art. 102 inciso I alínea “a” da Constituição Federal e na Lei nº 9868/99, vem propor
a presente.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO

Em face da MESA DO CONGRESSO NACIONAL, tendo em vista a falta de norma


regulamentadora pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I. BREVE SÍNTESE DA DEMANDA

Acontece que, um partido político que possui dois deputados federais e dois senadores
em seus quadros, preocupados com a regulamentação das normas constitucionais e a
morosidade do Congresso Nacional, em relação a adequada proteção à saúde do trabalhador,
optou por ajuizar, em nome do partido, a medida judicial cabível, almejando que fosse
regulamentado do art. 7º, inciso XXIII, da Constituição Federal. O referido partido ainda
informa que não é possível que continue por mais 28 anos esse desrespeito frente a constituição.

II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

II.I DO CABIMENTO

Diante o exposto, no item anterior pode-se extrair que o presente caso versa sobre uma
omissão constitucional por falta de uma norma regulamentadora para direito a saúde dos
trabalhadores. Assim a AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO
(ADO), seria via cabível para sanar tal problema conforme entendimento jurisprudencial ao
qual colaciono abaixo, vejamos.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO -


REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR AOS SERVIDORES
PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO - PRESSUPOSTOS
CONSTITUCIONAIS DO MANDADO DE INJUNÇÃO CONFIGURADOS
- FALTA DE NORMA REGULAMENTADORA TORNANDO
INVIÁVEL O EXERCÍCIO DOS DIREITOS, LIBERDADES E
PRERROGATIVAS INERENTES À NACIONALIDADE, À
SOBERANIA E À CIDADANIA - FIXAÇÃO DE PRAZO PARA QUE O
PODER EXECUTIVO OMISSO ENVIE PROJETO DE LEI AO
PODER LEGISLATIVO - CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM. 1) O
mandado de injunção foi concebido como instrumento de controle concreto
ou incidental de constitucionalidade da omissão, voltado à tutela de direitos
subjetivos. É uma ação constitucional de garantia individual; 2) Os dois
pressupostos constitucionais para o mandado de injunção são: norma
constitucional de eficácia limitada, prescrevendo direitos, liberdades
constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania; e a falta de norma regulamentadora tornando inviável o exercício
dos direitos, liberdades e prerrogativas acima mencionados (omissão do Poder
Público); 3) Adota-se a posição concretista individual intermediária2, ou seja,
fixa-se um prazo e comunica-se ao Poder Executivo ou Poder Legislativo
omisso para que envie projeto de lei ou elabore a norma naquele período.
Decorrido "in albis" o prazo fixado, a autora passaria a ter o direito pleiteado
- efeitos "inter partes"- (STF, MI XXXXX-1-RJ ). (TJPR - 7ª C.Cível em
Composição Integral - MI - 550842-3 - Pato Branco - Rel.: Juíza Denise
Hammerschmidt - Por maioria - J. 22.09.2009).

Isto posto, não resta dúvidas que a presente ação é a medida judicial cabível para que
seja sanada a falta de norma regulamentadora.

II.III DA COMPETÊNCIA

A Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão é a ação pertinente para tornar


efetiva norma constitucional em razão de omissão de qualquer dos Poderes ou de órgão
administrativo, e neste caso, terá por objeto declarar a omissão na regulamentação nos termos
do Art. 7º, inciso XXIII, da Constituição Federal. Assim o órgão jurisdicional competente para
processar e julgar a ação, segundo o Art. 102, inciso I, a, da Constituição Federal seria o
Supremo Tribunal Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal;

Tendo isto posto, resta cristalino que o STF é o órgão responsável por julgar a presente
demanda.

II.IV DA LEGITIMIDADE ATIVA

O autor é legitimado para a propositura da ação, de acordo com o art. 103, VIII da
Constituição Federal e não precisa comprovar a pertinência temática diante de sua importância
para o regime democrático, na forma do art. 17 do in verbis. Ademais, possui representação no
Congresso Nacional e foi criado de acordo com a Lei 9.096/95 art. 12-A e art. 2º inciso VIII,
estando plenamente habilitado para o ajuizamento da presente ADO.
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação
declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão


os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da
ação declaratória de constitucionalidade.

Art. 2o Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade:


VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

Diante o exposto, é de fácil percepção que a legitimidade ativa se encontra preenchida,


uma vez que o partido político preenche os requisitos presentes nos artigos supramencionados.

III.V DA LEGITIMIDADE PASSIVA

A legitimidade passiva do Congresso Nacional decorre do fato de sua omissão em


regular o direito fundamental ao adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, o qual possui eficácia limitada necessitando de regulamentação.

III. VI DA FALTA DE NORMA REGULAMENTADORA

Ora face as considerações aduzidas, ficou claro omissão na falta da norma


regulamentadora por parte do congresso Nacional, em que devido à demora na elaboração da
norma adequada a saúde e proteção do trabalhador, para regulamentar o art. 7º inciso XXIII da
Constituição Federal.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou


perigosas, na forma da lei

Nessa vereda, vejamos entendimento jurisprudencial no seguinte sentido.


EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO ADMINISTRATIVO - AÇÃO
DE COBRANÇA - PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA -
PROVA DESNECESSÁRIA - REJEIÇÃO - MUNICÍPIO DE PEDRALVA -
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - PREVISÃO NO ART. 7º , XXIII
C/C ART. 39 , § 3º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - NORMAS DE
EFICÁCIA LIMITADA - AUSÊNCIA DE NORMA
REGULAMENTADORA - VERBA NÃO DEVIDA. EMENTA:
APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO ADMINISTRATIVO - AÇÃO DE
COBRANÇA - PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA -
PROVA DESNECESSÁRIA - REJEIÇÃO - MUNICÍPIO DE PEDRALVA -
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - PREVISÃO NO ART. 7º , XXIII C/C
ART. 39 , § 3º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - NORMAS DE EFICÁCIA
LIMITADA - AUSÊNCIA DE NORMA REGULAMENTADORA - VERBA
NÃO DEVIDA EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO
ADMINISTRATIVO - AÇÃO DE COBRANÇA - PRELIMINAR DE
CERCEAMENTO DE DEFESA - PROVA DESNECESSÁRIA - REJEIÇÃO
- MUNICÍPIO DE PEDRALVA - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE -
PREVISÃO NO ART. 7º , XXIII C/C ART. 39 , § 3º DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL - NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA - AUSÊNCIA DE
NORMA REGULAMENTADORA - VERBA NÃO DEVIDA. EMENTA:
APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO ADMINISTRATIVO - AÇÃO DE
COBRANÇA - PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA --
PROVA DESNECESSÁRIA - REJEIÇÃO - MUNICÍPIO DE PEDRALVA -
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - PREVISÃO NO ART. 7º , XXIII C/C
ART. 39 , § 3º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - NORMAS DE EFICÁCIA
LIMITADA - AUSÊNCIA DE NORMA REGULAMENTADORA - VERBA
NÃO DEVIDA -Nos termos do art. 370 do CPC/15 "caberá ao juiz, de ofício
ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento
do mérito", de modo que ausente a demonstração da necessidade e utilidade
da prova pericial e testemunhal, não há que se falar em cerceamento do direito
de defesa ou violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa -Ainda
que o adicional de insalubridade tenha previsão na Constituição Federal no
art. 7º , XXIII , c/c art. 39, § 3º, por se tratar de norma de eficácia
limitada, depende de regulamentação de lei municipal, o que não se
verifica no Município de Pedralva, razão pela qual não é devido o
pagamento da referida verba e, por conseguinte, deve ser mantida a sentença
de improcedência do pedido.
Sob o prisma jurídico aqui exposto, não resta dúvidas que a não criação da norma
regulamentadora se deu por mera morosidade do Congresso Nacional. Diante disso, requer-se
que seja então decretada a mora legislativa, por falta da elaboração da lei exigida pelo artigo do
in verbis acima colacionado.

III. DOS PEDIDOS

Por derradeiro, requer-se:

a) A procedência do pedido, para que seja declarada a mora legislativa do Congresso Nacional
na elaboração da Lei específica do Art. 7º, inciso XXIII, da Constituição Federal.

b) A oitiva da Mesa do Congresso Nacional, nos termos do art. 6º, § único c/c art. 12-E, ambos
da Lei nº 9868/99;

c) A oitiva do Advogado-Geral da União, nos termos do art. 12-E, § 2º da Lei nº 9.868/99;

d) A oitiva do Procurador-Geral da República, nos termos do art. 12-E, § 3º, da Lei nº 9868/99;

e) A juntada dos documentos anexos, nos termos do art. 12-B, § único, da Lei nº 9868/99.

f) Protesta-se pela produção de todos os meios de provas admitidas em direito nos termos do
art. 369 do Código de Processo Civil.

Dar-se o valor da causa de R$...,

Nestes termos, Pede deferimento.

Local... e data...

Advogado… OAB nº...

Você também pode gostar