EXCELENTISSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGREGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

O partido político beta com representação no congresso Nacional , pessoa jurídica de direito
privado inscrita no CNPJ sob o n°..., e devidamente registrado no Tribunal superior Eleitoral
sob o n°... ,conforme anexo , com sede em ..., na cidade de.., e estado de ..., e-mail...,
telefone ..., na forma do seu estatuto social representado pelo seu presidente ..., devidamente
registrado conforme anexo , vem respeitosamente a presença de vossa excelência , por meio
de sua advogada infra constituída em anexo , com fundamento no disposto art. 103 inciso VIII
e artigo 102,§ 1° da CF/88 e artigo 2° ,inciso I da lei n° 9.882/2018. Ajuizar a presente

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL COM PEDIDO DE MEDIDA

CAUTELAR

Afim de que seja reconhecida a não recepção pela constituição federal com a lei n°123/2018
do município Alfa , devido a sua incompatibilidade com os preceitos fundamentais
constitucionalmente previstos, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos :

I- DOS FATOS

O Município Alfa, situado na área de fronteira do território brasileiro, passou a receber

intenso fluxo de imigrantes, fruto de graves complicações políticas e humanitárias
ocorridas em país vizinho. Em razão desse fluxo, ocorreu um aumento exponencial da
população em situação de rua, os serviços públicos básicos tiveram a sua capacidade
operacional saturada e verificou-se um grande aumento nos índices de criminalidade.
Para evitar o agravamento desse quadro, a Câmara Municipal aprovou e o Prefeito
Municipal sancionou a Lei nº 123/2018, que vedou o ingresso de novos imigrantes, no
território do Município, pelo período de 12 (doze) meses, e fixou o limite máximo para
a população flutuante, de modo que o referido ingresso seria obstado sempre que
alcançado esse limite. Além disso, foi previsto que a contratação de imigrantes estaria
condicionada à prévia aprovação da Secretaria Municipal do Trabalho, que avaliaria a
proporção entre o quantitativo de trabalhadores nacionais e estrangeiros, podendo
autorizá-la, ou não.
Ao tomar conhecimento da entrada em vigor da Lei nº 123/2018, o Partido Político
Beta, que somente conta com representantes na Câmara dos Deputados, entendeu
que ela seria dissonante de comandos estruturais da Constituição da República
Federativa do Brasil, submetendo os imigrantes a uma situação vexatória. Não
bastasse
isso, a aplicação da Lei nº 123/2018, ao conferir prioridade para os nacionais nas
relações de trabalho, acirrara os ânimos no Município Alfa, que passou a ser palco de
conflitos diários.

II- DOS FUNDAMENOS JURIDICOS

Conforme estabelece o artigo 102, §1° da CF/88 prevê que a ADPF deve ser
apreciada pelo STF sendo cabível no presente caso uma vez que se trata de lei
municipal conforme §1° da lei 9.882/99 que discorre sobre a relevância
fundamental da constituição federal .

Mediante aos fatos narrados acima faz se necessário o precípuo da ADPF para
evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da constituição, resultante de ato
do poder público, que veda o fluxo e normativa do direito previsto na constituição
federal no que se refere a dignidade da pessoa humana ao serem impedidos de
trabalhar, e não poderão garantir sua subsistência colocando a vida dos mesmo
em risco.
Na então presente demanda questiona-se a incompatibilidade da lei municipal
n°123/2018 com a carta maior, a qual encontra-se descumprindo preceitos legais
da constituição federal.
Sendo assim, não há outra alternativa cabível, se não o manejo da presente ADPF
por se tratar de ato do poder público , sendo desnecessário afirmar que essa
suprema corte já teve a oportunidade de apreciar a presente arguição de
descumprimento.
Vale destacar inda a violação a regra constitucional no qeu se refere a legitimidade
para a propositura da lei municipal como cita o artigo 22, XV da CF/88. Que
discorre sobre a competência para legislar sobre imigração e emigração, entrada,
extradição e expulsão de estrangeiros e previamente e unicamente da união.
Sendo assim resta claro que a referida municipal, violou a carta magna. Pois violou
vários preceitos fundamentais da constituição com a submissão dos imigrantes a
situações vexatórias, diante disso a referida lei deve ser declarada inconstitucional.

“(...) ADPF: Parâmetro de controle.

Inegável qualidade de preceitos
fundamentais da ordem constitucional
dos direitos e garantias fundamentais
(art. 5º, dentre outros), dos princípios
protegidos por cláusula pétrea (art. 60,
§ 4º, da CF) e dos “princípios sensíveis”
(art. 34, VII). A lesão a preceito
fundamental configurar-se-á, também,
com ofensa a disposições que confiram
densidade normativa ou significado
específico a um desses princípios. Caso
concreto: alegação de violação a uma
 regra constitucional – vedação a
promotores e procuradores da
República do exercício de “qualquer
outra função pública, salvo uma de
magistério” (art. 128, § 5º, II, “d”) –,
reputada amparada nos preceitos
fundamentais da independência dos
poderes – art. 2º, art. 60, § 4º, III – e da
independência funcional do Ministério
Público – art. 127, § 1º.

III- DA MEDIDA CAUTELAR

A possibilidade de concessão de medida cautelar de urgência em sede de ADPF

conforme artigo 5e,§3° da lei 9.882 autoriza o relator a conceder a liminar “em
casos de extrema urgência ou perigo de lesão”.
A probabilidade do direito e comprovada conforme os documentos que
acompanham a presente ação.
Já o perigo de dano e evidente , tendo em vista , neste caso que a permanência da
referida lei em vigor colocará a vida dos emigrantes em risco ,pois, como apontado
, ao limitar o trabalho, os estrangeiros não poderão manter sua subsistência . e ,
pode também, acarretar a submissão dos imigrantes a situação vexatória e a
ocorrência d conflitos diários do município alfa.

IV-DO PEDIDO

Ante o exposto requer :

A) Preliminarmente, seja concedida de medida cautelar inaudita a alter partes para

suspender a eficácia lei municipal n° 123/2018;
B) Que seja citada a autoridade competente pelo ato questionado, para que querendo, se
manifeste;
C) A procedência da arguição de descumprimento de preceito fundamental para que seja
reconhecida a institucionalidade da lei n° 123/2018;

Dar-se à causa o valor de 1.000 (um mil reais) para efeitos procedimentais.
Termos que pede e espera deferimento.

Local ..., data...

Advogado..., OAB /n°...