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Nos termos do art. 18 da LACP, nas ações de que trata a referida lei, não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas,
nem condenação da autora, salvo comprovada má-fé, razão pela qual informa a
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desnecessidade de comprovação de custas judiciais.
É o que explicita Fred Didier Jr., em sua obra “Curso de Direito Processual Civil”,
volume 4, página 222, e a renomada Professora Ada Pellegrini, in verbis:
Não há dúvidas, portanto, de que Defensoria Pública é parte legítima para requerer
providências para sanar o comportamento omissivo da Administração Pública, que vem
se eximindo do seu dever de assegurar o direito à educação dos alunos com deficiência.
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IV - DOS FATOS
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, por meio do 2º Núcleo Regional
de Tutela Coletiva, monitora as violações aos direitos das pessoas com deficiência por
meio do P.I. nº: E-20/001.004701/2022, desde o mês de abril do ano de 2022, quando
expediu ofício para diversas Instituições da Sociedade Civil, para solicitar informações
quanto às transgressões aos direitos fundamentais das pessoas com deficiência,
principalmente no âmbito da Educação Inclusiva, assim consideradas pela Convenção da
Pessoa com Deficiência (Decreto 6.949/2009, art.1º) e pela Lei Brasileira de Inclusão (Lei
13.146/2015, art. 2º).
Aqui nesta cidade, as entidades que congregam pais de estudantes com deficiência
não apresentaram questões relevantes quanto à fragilidade do serviço previsto na
legislação.
Porém, no início do período letivo do ano 2023, a Defensoria Pública, por meio do
Núcleo de Primeiro Atendimento, recebeu numerosas demandas acerca da ausência
de mediadores para auxílio na Educação Inclusiva de pessoas com deficiência, assim
consideradas pela Convenção da Pessoa com Deficiência (Decreto 6.949/2009, art.1º) e
pela Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015, art. 2º).
Relatou ainda, que o filho continua comparecendo à Unidade Escolar, mas sem o
devido acompanhamento individualizado e especializado, portanto, já sofreu com
mordidas, já se machucou, além de outras intercorrências. Destacou o receio de manter
o filho na escola, conforme demonstram as mensagens abaixo:
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Nota-se que a ausência de mediador sujeita muitas crianças e adolescentes a
permanecerem ociosos e desassistidos, por longos períodos, dentro da escola, sem
frequentar a aula regular e mesmo que na escola estejam, nada muda em seu
aproveitamento pedagógico e intelectual, ausente o elo configurado pelo profissional
qualificado, previsto no diploma legal, direito inalienável da pessoa portadora de
deficiência, mormente aquelas em processo educacional regular.
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O tema preocupa também o Legislativo, tendo sido comentado em redes sociais por
parlamentares, principalmente por provocação da Autora ao indagar a existência de
debate orçamentário para suprir as necessidades da população destinatária do serviço
essencial e prioritário, notabilizando-se o aqui perseguido:
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não há profissionais para supri-la. Na página oficial do Município de Volta Redonda,
disponível em: Prefeitura Municipal de Volta Redonda - Prefeitura de Volta Redonda
convoca 40 cuidadores para reforçar Educação Especial, consta a informação de que, no
ano de 2021, havia 1.100 alunos com diferentes deficiências matriculados na rede
de ensino no Município. Evidente que esse número não foi reduzido, a perspectiva é que
tenha ocorrido o aumento da demanda ou, no mínimo, sua estabilização.
(...)
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Nos quadros funcionais do Município, o cargo previsto para apoio de
crianças/adolescentes com deficiência é o de “cuidador” e se restringe às demandas
mais básicas como: ministrar remédios, promover alimentação, higiene, colaborar e
participar de festas, comunicar à equipe da escola quaisquer alterações necessárias,
embora também vise dar apoio aos professores em projetos e atividades, realizando a
inclusão, sem qualquer traço de índole pedagógica. Estas não são, à toda evidência, as
exigências e atributos principais do cargo.
Como é possível notar no quadro abaixo, extraído do Edital para o Processo Seletivo
004/2022 – SMA, a titulação mínima exigida para o cargo é ensino médio, e os
cursos/títulos são apenas classificatórios.
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Em 09 de março de 2023, a Prefeitura Municipal de Volta Redonda, lançou o
processo seletivo para contratação temporária para o cargo de “Cuidador – Área
Educacional” nº: 002/2023 – SMA. Muito embora tenha descrito como contratação
temporária, no topo do edital consta a informação de que o Edital é regido pelo REDA –
Lei 5.121/2015.
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Em resumo, a Educação Inclusiva em Volta Redonda, quando se refere ao Cuidador
ou ao Mediador tem a seguinte realidade: salário base fixado no mínimo nacional,
R$1.302,00, acrescido de Auxílio Alimentação (R$ 250,00), gratificação social (R$ 200,00)
e demais gratificações previstas na legislação vigente sob o REDA – Regime Especial do
Direito Administrativo, formação: ensino fundamental completo (edital 2023) e ensino
médio (edital 2022), em manifesta contrariedade ao espectro normativo que rege a
temática, tanto na esfera federal quanto no âmbito local, aliás, em insofismável retrocesso.
O que já era ilegal em 2022 (ensino médio) conseguiu ficar pior com a exigência de
ensino fundamental completo, em manifesta contrariedade ao espectro normativo
que rege a temática, tanto na esfera federal quanto no âmbito local, sendo
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absolutamente ilegal a contratação proposta, seja em razão do regime jurídico existente
ou pela formação exigida na legislação, como abaixo será dissecado.
Vale mencionar que o Município não está cumprindo a Lei Municipal 5.878/2021,
que alterou as disposições da Lei Municipal 5.345/2017, dispondo sobre o Plano
Municipal de Educação para o decênio 2015-2025, item IV – Meta sobre educação
inclusiva - a universalização do atendimento, “para população de 04 a 17 anos de idade
do atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtorno global do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino, o acesso à
educação básica e ao atendimento educacional especializado, com garantia de sistema
inclusivo de sala de recursos multifuncionais, escolas ou serviços especializados,
públicos ou conveniados.”
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Impende destacar que a conduta do Município, em não convocar professores
especializados (mediadores na acepção exata da lei) para o ensino inclusivo, acarreta
em sobrecarga de trabalho e adoecimento da categoria, com consequentes pedidos
de afastamentos e exonerações.
O art. 208, da Constituição Federal, em seu inciso III, consagra o direito à educação
inclusiva e atendimento educacional especializado, ao passo que o §3º do mesmo
dispositivo impõe ao Estado o dever de zelar pela frequência dos educandos à escola:
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da lei;”
1
SCHIRMER. M5ário Sérgio de Albuquerque. Investidura de servidores públicos. (dissertação de
mestrado não publicada), 2003.
2
SCHIRMER. Mário Sérgio de Albuquerque. Investidura de servidores públicos. (dissertação de
mestrado não publicada), 2003.
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Assim, não existe possibilidade de enquadrar os aprovados no conjunto das
exceções previstas, pois não se pode dizer que há necessidade excepcional para a
contratação temporária de mediadores educacionais para auxílio às crianças e
adolescentes com deficiência, porque não há excepcionalidade nestas ações,
deliberadamente TÍPICAS, com expressa previsão e constantes de política pública
permanente. Manter essa modalidade de ingresso no serviço público é mais do que
PRECARIZAR, é vilipendiar a Carta Republicana e dizer NÃO à própria lei local que rege o
sistema de admissão. Caracterizam-se, assim, tais contratos como irregulares,
essencialmente violadores das previsões legais incidentes, dispensando maiores
digressões, sobre os quais há que se dizer NUNCA MAIS.
Deste modo, o Poder Judiciário não pode deixar que os princípios da eficiência, da
probidade administrativa e da legalidade sejam simples adornos no corpo da Constituição
Federal, impondo aos Gestores as sanções decorrentes de tais condutas e a tomada de
decisões que as revejam, qual seja, a admissão pelo regime estatutário, APÓS regular
aprovação em concurso de provas ou de provas e títulos.
As dinâmicas relativas à contratação temporária, que se transformaram em regra
no Município de Volta Redonda, não são recentes.
No ano de 2013, o Ministério Público do Trabalho conquistou importante decisão
para a estruturação do funcionalismo e melhoria dos serviços públicos. Após seguidos
anos descumprindo o comando constitucional acima invocado, EMBORA VIGENTE
ESTATUTO DO SERVIDOR, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta
impondo a adoção de soluções administrativas para observar a obrigatoriedade do
Município em cumprir o regramento constitucional vigente, qual seja, a admissão de
servidores e servidoras pelo regime estatutário, mediante concurso público, afastado o
regime híbrido criado pela EC 19, cujo teor está com eficácia suspensa por decisão do STF
nos autos da ADI nº: 2135 e mais, DEIXAR o MVR de se valer de contratações temporárias,
precárias e sob instituto extremamente pernicioso, denominado de RPA, o famigerado
Recibo de Pagamento ao Autônomo.
Neste modelo de contratação, a pessoa que assume a tarefa não tem qualquer
garantia de permanência, muito menos qualquer nível de comprometimento oficial. Uma
vez desinteressado em prosseguir na atividade, simplesmente abandona o posto e não é
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devedor sequer de aviso prévio. O mecanismo é deveras precário e extremamente
prejudicial ao serviço público.
Mesmo após a assinatura do TAC, submetido pelo MPT, o réu manteve a irregular
política de gestão de seu quadro funcional. As contratações por RPA se multiplicaram e é
recente a mudança de postura, com a adoção de editais de concurso, ainda assim, com
errôneo enquadramento de regime jurídico, causa para inúmeras ações individuais e
coletivas, como as relacionadas ao serviço de combate a endemias e o serviço de saúde
comunitária, carreiras que, à guisa de relevante informação, estão contidas em decisão
recente do TJRJ, cujo acórdão da 6ª Câmara de Direito Público, nos autos da ACP 0017160
68 2019 819 0066 está assim ementado, com íntegra em anexo, CONFIRMANDO sentença
proferida pela Dra Raquel Teixeira de Andrade Cardoso, Eminente Juíza da 2ª Vara Civel
desta Comarca:
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O Desembargador Relator ainda complementa sobre o REDA:
Ambas funções estiveram no palco de grave crise local, eis que uma das
prestadoras de serviço, mesmo vedada a terceirização, a Fundação Cruz Vermelha, na
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qualidade de Organização Social, teve anulado o contrato com a Administração Pública e
deixou centenas de trabalhadores sem os seus respectivos direitos, ensejando a mudança
de postura admissional, diga-se, exigida desde 2006, ano em que foi regulamentado o art.
198 da CF, em nível nacional, por meio da Lei 11350 daquele ano. Apenas em 2015 é que
ocorre o concurso para tais atividades, repita-se, mesmo assim, com erro no regime
jurídico, exigido pela lei federal o Estatutário (já que existente no Município), nele
figurando outro, de natureza especial (nem de CLT se trata) e temporário, criado por lei
municipal, cujo centro de importância é a CONTRATAÇÃO EMERGENCIAL EM CARATER
EXCEPCIONAL, o que não se enquadra quando NUNCA houve criação efetiva dos cargos
ordinariamente previstos na legislação. Vale dizer, a Lei Municipal 5121 de 2015, apenas
tem sentido para suprir carências em caráter emergencial e excepcional necessidade do
serviço. Não pode ser a “regra do jogo”, definitivamente.
Neste plano, a Defensoria Pública tem insistido constantemente na necessidade de
concurso público e regular observância do regime jurídico local, em outras demandas
judiciais em face do Município. O tema é objeto de debate no processo judicial sob o nº:
0012921-84.2020.8.19.0066 – Hospital São João Batista e, como acima dito, no processo
judicial nº: 0017160-68.2019.8.19.0066 – Vínculo Jurídico dos Agentes Comunitários de
Saúde e Agentes de Combate à Endemias. Apesar disso, os problemas voltam a ocorrer,
pondo em xeque a força vinculante do comando constitucional e da própria legislação
local, coadunada com a CF a exigir criação de cargos, carreiras, realização de concurso,
nomeação e posse em regime estatutário.
Por derradeiro, cumpre esclarecer, desde logo, que o objeto da presente ação civil
pública não deve se resumir à admissão de professores de apoio especializado para o
cargo de mediador, devendo voltar-se, ainda, para uma solução definitiva e realmente
consagradora do direito à educação dos vulneráveis envolvidos, impondo-se ao
Município o dever de elaborar PLANO DE AÇÃO - detalhando e discriminando prazos,
metas, medidas e todos os demais atos administrativos necessários – PARA
REESTRUTURAÇÃO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO NO TOCANTE À EDUCAÇÃO
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ESPECIAL que seja, efetivamente, capaz de assegurar o direito à educação dos alunos com
deficiência, promovendo adaptações razoáveis e eliminação de barreiras, viabilizando seu
acesso e permanência na escola, em igualdade de condições com os demais alunos.
Não se pode olvidar que é dever do Estado garantir a promoção da pessoa humana
através da educação, o que inclui, evidentemente, as crianças com deficiência.
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Dispõe o art. 24 da referida Convenção que serão assegurados
às pessoas com deficiência o apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral,
inclusive com a efetivação de medidas de apoio individualizadas, nos seguintes termos:
Artigo 24
Educação
1.Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à
educação. Para efetivar esse direito sem discriminação e com base na
igualdade de oportunidades, os Estados Partes assegurarão sistema
educacional inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao
longo de toda a vida, com os seguintes objetivos:
a) O pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de dignidade
e auto-estima, além do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos,
pelas liberdades fundamentais e pela diversidade humana;
b) O máximo desenvolvimento possível da personalidade e dos talentos e da
criatividade das pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades
físicas e intelectuais;
c) A participação efetiva das pessoas com deficiência em uma sociedade
livre.
2.Para a realização desse direito, os Estados Partes assegurarão que:
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema
educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com
deficiência não sejam excluídas do ensino primário gratuito e compulsório
ou do ensino secundário, sob alegação de deficiência;
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino primário
inclusivo, de qualidade e gratuito, e ao ensino secundário, em igualdade
de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem;
c) Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais
sejam providenciadas;
d) As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito
do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva
educação;
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e) Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em
ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de
acordo com a meta de inclusão plena.
E, como se verifica de seu teor, ao final das discussões travadas previamente à sua
elaboração, a demanda sobre a continuidade dessas escolas segregadas foi rejeitada em
termos de princípios pragmáticos. Na prática, portanto, o investimento em escolas
especiais milita contra o princípio da inclusão.
Entretanto, inclusão não se confunde com integração, prática que tem acontecido
na cidade de Volta Redonda, como se extrai da anexa documentação. Segundo o
Comitê: “Integration is the process of placing persons with disabilities in existing
mainstream educational institutions with the understanding that they can adjust to the
standardized requirements of such institutions”. Já a inclusão acontece quando: “systemic
reform embodying changes and modifications in content, teaching methods, approaches,
structures and strategies in education to overcome barriers with a vision serving to provide
all students of the relevant age range with an equitable and participatory learning
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experience and the environment that best corresponds to their requirements and
preferences”3.
É dizer: a mera colocação de estudantes com deficiência nas classes regulares, sem
a adoção de adaptações razoáveis, à exemplo da disponibilização de profissionais de
apoio e de salas de recursos, como tem ocorrido, corresponde à mera integração, e não
verdadeira inclusão determinada na norma convencional.
O compromisso público com a garantia dos direitos para todas as pessoas é o que
se deve buscar e isso se faz com priorização e investimentos públicos e não naturalizando
más gestões e adequando a lei às práticas violadoras de direito. É possível e necessário
garantir os direitos humanos e o direito à educação a todas as pessoas, sem exceções, sem
deixar ninguém para trás, sem discriminações.
3
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. COMITÊ SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. General
comment No. 4 (2016) on the right to inclusive education, p. 3.
33
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino.
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
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para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem
como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas
áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino
regular.”
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A sua ausência ou a utilização de um profissional não capacitado para a
função pode acarretar diferentes resultados: (i) o professor regente é sobrecarregado,
prejudicando o andamento de toda a classe quando ele assume a responsabilidade
integral pela inclusão do aluno e de sua aprendizagem; ou (ii) o aluno com deficiência
acaba sendo isolado para que não “atrapalhe” o andamento da aula, violando-se, assim, o
dever de inclusão.
Verifica-se, portanto, evidente negligência do poder público municipal, não
obstante os constantes apelos da sociedade civil e, em especial, da comunidade escolar
por uma educação de qualidade e inclusiva.
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NÃO MERECE REFORMA. DEVER DO MUNICÍPIO DE ASSEGURAR AO
PORTADOR DE DEFICIÊNCIA ENSINO ESPECIALIZADO E
INCLUSIVO NA REDE REGULAR DE ENSINO. DIREITO A
ACOMPANHANTE ESPECIALIZADO. INCIDÊNCIA DAS DISPOSIÇÕES
DO DECRETO 8.368/2014, QUE REGULAMENTOU A LEI 12.764/2012
E INSTITUIU A "POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS
DA PESSOA COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA".
RESPONSABILIDADE DO ENTE PÚBLICO DE FORNECER
PROFISSIONAIS DE APOIO ESCOLAR, NOS TERMOS DO ART. 28 DA
LEI 13.146 E DA RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11/11/2001.
INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO À NORMA INSTITUIDORA DA
"SEPARAÇÃO DE PODERES". PRESERVAÇÃO DA EDUCAÇÃO QUE
DEVE PREVALECER SOBRE AS DIRETRIZES AFETAS AO PRINCÍPIO
DA RESERVA DO POSSÍVEL E À EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA, SOB
PENA DE SE NEGAR A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. AS
NORMAS CONSITUCIONAIS QUE DISCIPLINAM O DIREITO À
EDUCAÇÃO SÃO CONSIDERADAS DE EFICÁCIA PLENA E
APLICABILIDADE IMEDIATA. INTELIGÊNCIA DO ART. 208, INCISO
III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (DISPONDO QUE É DEVER DO
ESTADO GARANTIR A EDUCAÇÃO MEDIANTE O "ATENDIMENTO
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO AOS PORTADORES DE
DEFICIÊNCIA, PREFERENCIALMENTE NA REDE REGULAR DE
ENSINO") E ART. 6º E 227 DA CRFB. PREVISÃO CONSTITUCIONAL
REPRODUZIDA NO ART. 53 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE. APLICAÇÃO DA EXEGESE DAS LEIS 9.394/90 E
7.853/89. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS DO STF E DESTA
CORTE. APELAÇÃO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, MANTENDO A
SENTENÇA EM REMESSA NECESSÁRIA.
0015159-43.2017.8.19.0014 - APELAÇÃO
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Des(a). RICARDO COUTO DE CASTRO - Julgamento: 23/02/2021 -
SÉTIMA CÂMARA CÍVEL
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Enfoque conferido à educação dos portadores de deficiência.
Tutela especial conferida no caput do art. 227 da Lex Mater e
reassegurada nos arts. 4º, caput, 53, V, e 54, III e §§1º e 2º, da Lei
nº 8.069/90, e nos arts. 2º, 58, caput e §1º, e 59, III, da Lei nº
9.394/96. Responsabilidade do Demandado. Proteção integral e
superior interesse do menor portador de deficiência. Garantia
também prevista no art. 28, XVII, da Lei nº 13.146/2015. Ausência
de violação à Separação de Poderes. Papel do Judiciário de
intervir em casos de lesão ou ameaça a direito por meio da
aplicação das normas ao caso concreto (art. 5º, XXXV, da CR/88).
Direito subjetivo prestacional e Princípio da Dignidade da Pessoa
Humana a preponderarem sobre eventuais alegações de
restrições orçamentárias e/ou legais. Não caracterização de
afronta à Reserva do Possível ou aos direitos de outros munícipes
em situações semelhantes. Máquina judiciária disponível a qualquer
jurisdicionado que necessite de idêntico tratamento. Precedentes
desta Colenda Corte Fluminense. Danos extrapatrimoniais não
configurados. Sucumbência recíproca. Distribuição dos encargos
processuais de modo equânime entre as partes, observadas a
gratuidade de justiça do Postulante (ar.t 98, §3º, do CPC) e a isenção
municipal às custas (art. 17, IX, da Lei Estadual nº 3.350/1999). Taxa
judiciária. Condenação justificada com base no Verbete nº 145 da
Súmula de Jurisprudência Predominante desta Casa de Justiça e no
Enunciado Administrativo nº 42 do FETJ. Honorários. Inaplicabilidade
do art. 85, §11, do CPC. Impossibilidade de acolhimento de pedido
deduzido, a seu respeito, em contrarrazões, via inadequada para tal
desiderato. Manutenção integral do decisum. Aplicabilidade do Duplo
Grau Obrigatório de Jurisdição. Conhecimento e desprovimento do
recurso
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Des(a). WAGNER CINELLI DE PAULA FREITAS - Julgamento:
12/02/2020 - DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL
Desta forma, toda e qualquer ação do ente estatal deve ser avaliada, sob pena de
inconstitucionalidade e de violação à Dignidade da Pessoa Humana, considerando cada
pessoa tomada como fim em si mesmo ou como instrumento, como meio para outros
objetivos.
Assim, a pessoa deve ser considerada um minimum invulnerável que cada estatuto
jurídico deve garantir.
O mínimo existencial pode ser definido como um subgrupo inserido no rol dos
direitos sociais que, em razão da Dignidade da Pessoa Humana, fundamento máximo do
nosso Estado Democrático de Direito, possui um regime diferenciado dos demais direitos
sociais.
Os direitos sociais são aqueles cujo exercício por parte do cidadão depende da
atuação positiva do ente público, ou seja, reclamam uma prestação por parte dos entes
públicos, impondo, consequentemente, a existência de recursos financeiros. Portanto,
como bem preceituou Canotilho, diante da infindável necessidade humana e da evidente
limitação dos recursos econômicos dos entes públicos, o exercício dos direitos sociais
acabam vinculados à denominada “reserva do possível”.
43
Portanto, o direito à educação não é somente um direito fundamental social, mas
também um direito que integra o fundamento do Estado Democrático de Direito, a
garantia da Dignidade da Pessoa Humana.
Neste sentido, Ana Paula de Barcellos:
45
Concebida a partir do direito processual civil brasileiro, via de regra, as espécies
de litígios são determinadas sob precisão e, assim, acabam por fomentar a ideia de que o
processo deve flutuar entre dois extremos (já que normalmente cabe ao magistrado
escolher um desses dois como o “vitorioso” e o outro como o “perdedor”). O princípio da
demanda – e o coordenado dever de correspondência entre pedido e sentença – fixa o
limite máximo daquilo que o juiz pode conferir ao autor e a somente julgar sobre aquilo e
nos exatos limites daquilo que é apresentado pela parte autora.
Ora, é certo que tal lógica serve razoavelmente bem para os litígios privados, em
que, diante da predominância da vontade dos particulares, é normalmente menor a
intervenção estatal na gestão dessas relações jurídicas. Contudo, tal instituto do processo
estruturante foge à órbita da lógica binária acima exposta já que diante do nobre fim ao
qual se colima o processo, peculiaridades estruturais são perseguidas como forma de
decisão judicial.
46
distanciando-se de um processo ortodoxo no qual se pretende uma determinada solução
pontual paro o seu deslinde.
4
Como apenas de modo exemplificativo, confira-se as decisões do STF nos seguintes casos: AgRg na SL
47PE, Pleno, rel. Min. Gilmar Mendes. Dje 29.04.2010; AgRg no RE 628.159/MA, 1.a T., rel. Min. Rosa Weber,
Dje 14.08.2013; AgRg no AgIn 810.410/GO, 1.a T., rel. Min. Dias Toffoli, Dje 07.08.2013; EDcl no RE
700.227/AC, 2.a T., rel. Min. Carmen Lúcia, Dje 29.05.2013; AgRg no RE 563.144/DF, 2.a T., rel. Min. Gilmar
Mendes, Dje 15.04.2013. Em doutrina, sobre a legitimação dessa atividade judicial, v., o amplo debate
travado no direito norte-americano (FULLER, Lon L.; WINSTON, Kenneth I. The forms and
limits of adjudication. Harvard law review, vol. 92, n. 2, Harvard, dez. 1978, passim; FISS, Owen. The forms
of justice cit., passim; FLETCHER, William A. Ob. cit., passim; EISENBERG, Theodore; YEAZELL, Stephen C.
Ob. cit., p. 494 e ss.).
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Além de fixar em linhas gerais as diretrizes para a proteção do direito a ser
tutelado, criando o núcleo da posição jurisdicional sobre a apresentação de plano de
contingenciamento para a solução de problemas e questões pontuais surgidas durante
sua implementação, busca-se muito mais do que eliminar uma determinada conduta
ilícita, impondo um fazer ou uma abstenção. Ao contrário, almeja-se a reestruturação da
relação burocrática das políticas públicas municipais, de modo a alterar substancialmente
a forma como as interações sociais se travam. Por isso, são medidas de longo prazo, que
exigem muito mais do que uma simples decisão do Estado, mas o emprego de medidas
estruturais que sejam capazes de conceber provimentos em cascata, de modo que os
problemas devam ser resolvidos à medida que apareçam.
Nesse sentido, toma-se a liberdade para encaixar frações do artigo que pontua
a vinculação do ativismo judicial à injunção estruturante do Poder Judiciário e aos mais
positivos efeitos de sua aplicação, mormente em questões de direito público, envolvendo
atividades essenciais vinculadas aos fundamentos e objetivos da República, entre os quais
a erradicação da pobreza, a redução das desigualdades sociais e a dignidade da pessoa
humana, que passam, inexoravelmente, pela melhoria substancial de tantos serviços
públicos.
“.... Ponto de extrema importância é a defesa do ativismo judicial,
pois este cresce na mesma proporção em que os outros Poderes
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não conseguem atribuir ao jurisdicionado criações legislativas que
possam modificar o ambiente que o desagrada. Não se pode falar
em sobreposição do Judiciário em relação a outros Poderes. De
acordo com Marco Jobim o ativismo decorre do poder que o
ordenamento jurídico concede à sociedade para a busca de
políticas públicas quando o Executivo ou o Legislativo não
cumprem corretamente o seu papel. Esse papel mais criativo dos
juízes traz um ônus. Ônus este que traz bônus à cidadania. Se
equação matemática fosse o produto seria uma tutela jurisdicional
mais acertada, consequentemente com maior apoio da sociedade e
que a população em geral confiasse........ Ou seja, o magistrado pode
e deve implementar as structural injunctions para se conseguir
efetividade de suas decisões.... O jurisdicionado brasileiro é credor
da melhor prestação judicial que estiver à sua disposição, pois ele,
nada mais é, do que um consumidor dos serviços do Poder
Judiciário..... Nesse passo, o magistrado ativista é o que o Estado
Constitucional precisa para que se implemente as normas da
Constituição da República de 1988.... As medidas estruturantes
trazem maior eficácia ao mandamento judicial, fazendo com que a
sociedade possa desfrutar da realização dos preceitos
constitucionais..... O processo, atualmente, não é como outrora; ou
seja, proporciona benefícios sociais fazendo com que o magistrado
do século XXI esteja comprometido com o resultado, pois este ecoa
para além do processo.... No plano da sociedade atual, o processo
necessita de um juiz ativo que dirija o mesmo pelas tortuosas vias
procedimentais sempre com o fulcro de obter solução justa para a
lide em questão. Ademais, no presente momento do estudo de
processo civil, verifica-se a visão publicista do processo que age
como meio que harmoniza melhoramentos sociais. Ao contrário de
épocas passadas em que o mesmo processo era destinado à
realização de direitos privados (visão privatista). Nesta toada,
atualmente, o juiz tem uma função muito mais ativa do que
anteriormente quando seus poderes eram vistos de forma
restritiva....”
51
pública voltada ao atendimento do mínimo existencial da dignidade da pessoa humana, o
que deverá ser feito, naturalmente, em etapas sucessivas, visto que trata-se de política
pública complexa, que não se há como erigir da noite para o dia. Em razão disso,
pretendemos ver fixados marcos temporais razoáveis para a implementação dessas
metas, de modo a que os réus possam satisfatoriamente cumpri-las, bem como a que
tenhamos um parâmetro para deles exigir o adimplemento.
Ora, em síntese, pode-se dizer que um processo estrutural é aquele que busca
resolver, por intermédio da atuação da jurisdição, um litígio estrutural, pela reformulação
de uma estrutura burocrática, responsável pela existência da violação que origina o litígio.
Essa reestruturação se dará por intermédio da elaboração de um plano aprovado pelo Juiz
e sua posterior implementação, geralmente ao longo de determinado período de tempo.
Ela implicará a avaliação e reavaliação dos impactos diretos e indiretos do
comportamento institucional, dos recursos necessários e de suas fontes, dos efeitos
colaterais da mudança promovida pelo processo sobre os demais atores sociais que
interagem com a instituição, dentre outras providências.
VI - DO PEDIDO LIMINAR
O artigo 12 da Lei nº 7.347/85 autoriza o juiz a conceder medida liminar, com ou sem
justificação prévia.
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composto por crianças e adolescentes com deficiência que estão sendo privados do seu
direito à educação.
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(iv) Apresentar a listagem com todos os matriculados que sejam portadores
de alguma deficiência e o respectivo serviço de apoio oferecido a cada
um e, nos casos em que se constate a desnecessidade da sua prestação,
seja a mesma devidamente fundamentada por meio de laudos assinados
por profissional habilitado.
VIII - DO PEDIDO
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atos administrativos necessários – para REESTRUTURAÇÃO DA REDE
MUNICIPAL DE ENSINO no tocante à Educação Inclusiva dos alunos
com deficiência, observando-se o Regime Jurídico que rege as relações
de trabalho efetivas no Município, segundo a Lei 1931 de 1984, vedada
a submissão ordinária a qualquer regime legal de contratação
temporária, salvo quando justificada pela urgência decorrente da
excepcional necessidade do serviço, devendo adequar seu quadro
funcional efetivo, criando ou transformando cargos vagos em cargos
de mediador de nível superior, provendo-os, bem assim criar e
prover os demais cargos de interesse para a efetivação da política
pública contínua, permanente e de qualidade que seja apta a
assegurar o direito à educação de tais estudantes, promovendo
adaptações razoáveis e eliminação de barreiras, viabilizando seu acesso
e permanência na escola, em igualdade de condições com os demais
alunos;
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5.6) Criar COMITÊ DE MONITORAMENTO5, cujos integrantes serão
designados a critério desse M.M. Juízo, sugerindo-se, desde logo, seja
composto, dentre outros membros, por: Conselho Municipal de Educação
(CME), Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
(CMDCA), Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (COMPEDE),
Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB de Volta
Redonda, Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara dos
Vereadores de Volta Redonda, responsáveis de alunos integrantes dos
Conselhos Escolares e representantes da sociedade civil com
representatividade adequada (entre elas e sem exclusão de qualquer
outra, a APAE, a APADEM e a APADEFI), para avaliação do plano
apresentado e fiscalização de seu cumprimento.
4) Por fim, pugna-se para que sejam observadas as prerrogativas dos membros da
Defensoria Pública, a serviço da democratização do acesso à justiça,
notadamente: (i) receber intimação pessoal mediante entrega dos autos com
vista em qualquer processo e grau de jurisdição (LC 80/94, art. 128, I; LCE 6/77;
(ii) a contagem em dobro de todos os prazos (LC 80/94, art. 128, I; LCE 6/77); e
(iii) representar a parte independentemente de mandato (LC 80/94, art. 128, XI;
LCE 6/77).
5
Nas demandas estruturantes como a presente, tem-se dois grupos de medidas passíveis de serem
adotadas pelo Poder Judiciário: as medidas dialógicas e as medidas coercitivas. As primeiras são aquelas
“em que as entidades públicas condenadas são chamadas a fazer parte, de modo ativo, da implementação
da decisão” . Um exemplo é a elaboração de um plano de implementação da decisão e, a partir do
monitoramento pela jurisdição fiscalizatória, a manutenção do diálogo para flexibilização e adequação
das medidas que devem ser tomadas. Cf. FACHIN, Melina Girardi. SCHINEMANN, Caio. Decisões
estruturantes na Jurisdição Constitucional Brasileira: Critérios Processuais da Tutela Jurisdicional de
Direitos Prestacionais. In: Revista Estudos Institucionais. v. 4, n. 1, 2018. Disponível em:
https://estudosinstitucionais.com/REI/article/view/247/218. Acesso em 31/10/2019.
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Pede deferimento.
Volta Redonda, 22 de março de 2023.
João Helvécio de Carvalho
Defensor Público
820.976-3
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