DIEREITO CONSTITUCIONAL
DIREITOS SOCIAIS livre pressupõe a fruição de direitos básicos
A declaração de direitos sociais (direitos de
igualdade da segunda dimensão ou geração)
nos textos das constituições se inicia no séc.
XX, com as Constituições do México de 1997
e da Alemanha de 1919.
A implementação de tais direitos ocorre
mediante políticas públicas concretizadoras
das prerrogativas pessoais e coletivas,
destinadas a reduzir as desigualdades sociais
existentes e a garantir uma existência humana
digna.
Os direitos sociais elencados no artigo 6º são
normas principiológicas a serem cumpridas na
maior medida possível, de acordo com as
condições fáticas e jurídicas existente.
IMPORTANTE
Como a implementação destes direitos requer,
significativa, alocação de recursos materiais e
humanos, o custo oneroso e a escassez de
recursos dificultam a concretização em níveis
desejáveis e impõem “escolhas trágicas”,
implicitamente, uma decisão desalocativa
(Sarmento, 2009).
Diante da impossibilidade de atender
satisfatoriamente todos os direitos
contemplados na CF, no caso de demandas
igualmente legítimas, o princípio
Democrático impõe seja conferida primazia às
prioridades definidas pelo Legislativo e pelo
Executivo, eleitos pelo povo.
Mas atenção, isso, no entanto não significa a
impossibilidade de ser exigida a
implementação dos direitos sociais.
Os direitos sociais são de dimensão subjetiva,
ou seja, conferem ao cidadão o direito de
exigir que o Estado cumpra. A formação de
uma vontade democrática verdadeiramente
por todos os cidadãos.
O entendimento de que normas de direitos
sociais, por terem caráter meramente
programáticos são insuscetíveis de conferir
direitos subjetivos exigíveis, encontra-se
superado (RE 393.175 AgR/RS, 2006).
Contudo há de se buscar um equilíbrio entre a
implementação dos direitos sociais e os
respeitos às decisões das políticas públicas
governamentais, pois preocupação exclusiva
com o atendimento de casos levados ao
judiciário, pode levar a consequências
indesejáveis e perniciosas à realização da
macro justiça.
O atendimento de demandas pontuais, apesar
das boas intenções, leva ao risco de proteger
apenas setores privilegiados da sociedade, em
detrimentos dos mais carentes de prestações
materiais do Estado e que sequer têm acesso à
justiça.
Reserva do Possível
A reserva do possível é matéria alegada pelo
Estado como defesa processual, devendo
provar suficientemente, a impossibilidade de
atendimento de prestações.
É como uma limitação fática e jurídica
oponível, ainda que de forma relativa, à
realização dos direitos fundamentais de
cunho prestacional.
Deve-se analisar:
1. Disponibilidade fática;
2. Disponibilidade jurídica;
3. A razoabilidade e proporcionalidade
da prestação.
As limitações orçamentárias que dificultam
ou impedem a implementação dos direitos
fundamentais sociais por parte do Estado só
poderão ser invocadas com a finalidade de
exonerá-lo de suas obrigações diante da
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ocorrência de “Justo Motivo objetivamente
aferível”.
Se os poderes públicos agirem de modo
irrazoável ou com clara intenção de esvaziar a
eficácia dos direitos sociais, é possível
recorrer ao judiciário para viabilizar a todos o
acesso aos bens injustamente recusados pelo
Estado.
Mínimo Existencial
Expressão também surgida na Alemanha, em
uma decisão do Tribunal Federal
Administrativo de 1953.
Deduzida a partir dos princípios da dignidade
humana, da liberdade material e do Estado
Social, o termo designa um conjunto de bens
e utilidades básicas imprescindíveis a uma
vida digna, e que, por conseguinte, devem
ter prioridade na formulação e execução
das políticas públicas.
É possível invocar a reserva do
possível em relação aos direitos
sociais que compõem o mínimo
existencial?
A doutrina diverge, havendo uma parcela que
apoia a ideia de que não há um direito
definitivo em relação ao mínimo existencial,
mas havendo para o Estado um ônus
argumentativo maior quando mais
indispensável for o direito postulado. Em
contrapartida, há doutrinadores que atribuam
caráter absoluto ao mínimo existencial.
No sentido de direito absoluto, o Ministro
Celso de Mello defende “a impossibilidade de
invocação, pelo Poder Público, da Cláusula da
Reserva do Possível sempre que puder
resultar, de sua aplicação, comprometimento
do núcleo básico que qualifica o mínimo
existencial”. (RE 482.611/SC)
Princípio da Vedação ao
Retrocesso
Também chamado de Efeito Cliquet ou
proibição de contrarrevolução, o princípio da
vedação ao retrocesso proíbe a redução
injustificada do grau de concretização por
um direito fundamental prestacional
(direito social).
Apesar disso, não deve ser entendido como
aniquilação do poder autônomo de legislar do
Poder Legislativo, tal princípio é a regra, mas
que há exceções.
Espécies
Os direitos sociais estão consagrados em duas
partes da Constituição de 1988.
• Cap. II (dos Direitos Sociais) do Título
II (dos Direitos e Garantias
Fundamentais) elenca espécies de
direitos sociais (CF, art. 06º), e,
também, um rol de direito aos
trabalhadores (CF, art. 7º ao 11).
o Os direitos elencados no art. 6º
da CF, são normas
principiológicas a serem
cumpridas na maior medida
possível, de acordo com as
circunstâncias fáticas e
jurídicas existentes.
o Os direitos individuais dos
trabalhadores, elencados no
art. 7º da CF, são os que
preservam a garantia do
emprego, as condições de
trabalho, o salário, o repouso e
a inatividade do trabalhador,
dentre outros mais.
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• No Título VIII, referente à ordem
social, estão os direitos à saúde,
previdência social, assistência social e
educação (CF, art. 194 à 214).
A formação de uma vontade
democrática verdadeiramente
livre pressupõe a fruição de
direitos básicos por todos os
cidadãos.

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