POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO - PM/PE

Índice

1. Direito Constitucional
2. Geografia
3. História
4. Matemática
5. Português
POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO - PM/PE

DIREITO
CONSTITUCIONAL

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1. DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E
COLETIVOS (DIREITO À VIDA, À
LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA
E À PROPRIEDADE)
 Direitos e garantias fundamentais – a Constituição
Federal de 1988 divide os direitos fundamentais em
cinco capítulos:
- Direitos e deveres individuais e coletivos (capítulo I);
- Direitos sociais (capítulo II);
- Da nacionalidade (capítulo III);
- Dos direitos políticos (capítulo IV);
- Dos partidos políticos (capítulo V).
 Distinção entre direitos e garantias fundamentais
 Direitos fundamentais – são os bens em si mesmo
considerados, declarados como tais no texto
constitucional (ex.: direito à vida);
 Garantias fundamentais – são estabelecidas pelo
texto constitucional como instrumentos de proteção
dos direitos fundamentais. As garantias possibilitam
que os indivíduos façam valer, frente ao Estado, os
seus direitos fundamentais (ex.: habeas corpus);
 Características dos direitos fundamentais
(sintetização feita por Alexandre de Moraes):
 imprescritibilidade – os direitos fundamentais não
desaparecem com o decurso de tempo;
 inalienabilidade – não há possibilidade
transferência dos direitos fundamentais a outrem;
 irrenunciabilidade – em regra, os direitos
fundamentais não podem ser objeto de renúncia;
 inviolabilidade – impossibilidade de sua não
observância por disposições infraconstitucionais ou
por atos das autoridades públicas;
 universalidade – devem abranger todos os
indivíduos, independentemente de sua nacionalidade,
sexo, raça, credo ou convicção político-filosófica.
Conforme entendimento do Supremo Tribunal
Federal (STF), alguns dos direitos fundamentais
podem ser aplicados, inclusive, às pessoas jurídicas.
 efetividade – a atuação do Poder Público deve ter por
escopo garantir a efetivação dos direitos fundamentais;
 interdependência – as várias previsões
constitucionais, apesar de autônomas, possuem
diversas intersecções para atingirem suas finalidades.
Assim, a liberdade de locomoção está intimamente
ligada à garantia de habeas corpus;
 complementaridade – os direitos fundamentais não
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devem ser interpretados isoladamente, mas sim de
forma conjunta com a finalidade de alcançar os
objetivos previstos pelo legislador constituinte.
 Natureza relativa dos direitos fundamentais – os
direitos fundamentais dispõem de um caráter relativo
(não absoluto), visto que encontram limites nos demais
direitos igualmente consagrados pelo texto
constitucional.
 Conflito ou colisão entre direitos fundamentais –
ocorre conflito ou colisão entre direitos fundamentais
quando, em um caso concreto, uma das partes invoca
um direito fundamental em sua proteção, enquanto a
outra se vê amparada por outro direito fundamental
(ex.: possibilidade de violação de sigilo telefônico por
ordem judicial para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal x inviolabilidade da
intimidade e da vida privada).
 Inexistência de hierarquia entre direitos
fundamentais – não existe hierarquia entre direitos
fundamentais, o que o impossibilita cogitar-se a
aplicação integral de um deles, resultando na
aniquilação total de outro.
 Princípio da harmonização, ou da relativização,
ou da concordância prática – havendo conflito
entre direitos fundamentais, o intérprete deverá
realizar um juízo de ponderação, consideradas as
características do caso concreto. Conforme as
peculiaridades da situação concreta com que se depara o
aplicador dos direitos, um ou outro direito fundamental deverá
prevalecer. Haverá assim a redução proporcional do
âmbito de alcance de cada qual, sempre em busca do
verdadeiro significado da norma e da harmonia do
texto constitucional com suas finalidades precípuas.
de DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E
COLETIVOS
Art. 5º - Todos são iguais perante a Lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo–se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
Quinteto Dourado: Segundo a doutrina, o “caput” do
Art. 5º da CF/88 consagra os direitos mais relevantes
do regime constitucional, no que são denominamos de
QUINTETO DOURADO (VIDA, LIBERDADE,
IGUALDADE, SEGURANÇA e PROPIEDADE)
Destinatários dos Direitos individuais e coletivos
Pessoa Física - Brasileiros (natos ou naturalizados),
estrangeiros residentes e não residentes no Brasil.
Muito embora o texto constitucional apenas cite a
garantia dos direitos fundamentais aos brasileiros
e estrangeiros residentes no país, em consenso
dentro na doutrina e na jurisprudência que estes
direitos e garantias também se aplicam aos
estrangeiros não residentes no país. Assim, é
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perfeitamente possível que um estrangeiro em trânsito
pelo brasil interponha uma “Habeas Corpus”.
Pessoa Jurídica - Apesar de vincularmos apenas as
pessoas físicas, são também titulares dos Direitos
Fundamentais as pessoas jurídicas e até mesmo as
pessoas estatais (O Estado).
 Princípio da igualdade ou isonomia - A principal
disposição do caput deste art. 5º é o Princípio
Igualdade, segundo o qual “todos são iguais perante a
Lei”. Não significa que todas as pessoas terão
tratamento igual pelas leis brasileiras, mas que terão
tratamento diferenciado na medida das suas
diferenças. O que a Constituição exige é que as
diferenças impostas sejam justificáveis pelos objetivos
que se pretende atingir pela lei. Assim, por exemplo,
diferençar homem e mulher num concurso público
será, em geral, inconstitucional. Mas, por exemplo, é
possível tratar homens e mulheres de forma
diferenciada em concurso público no teste físico posto
que homens e mulheres fisicamente estão em situação
de desigualdade.
Igualdade formal – todos são iguais perante a Lei,
sem distinção de qualquer natureza;
Igualdade material – deve-se tratar de forma igual,
os iguais; e de forma desigual, os desiguais.
 Direito à vida - o direito individual fundamental à
vida possui duplo aspecto: um biológico, que diz
respeito à integridade física e psíquica (desdobramento
do direito à saúde, à vedação à pena de morte, à
proibição do aborto etc.); outro prisma é o sentido
mais amplo, que significa condições materiais e
espirituais mínimas necessárias a uma existência
condigna à natureza humana (direito a uma vida
digna).
O STF entendeu, em 2012, por maioria de votos,
ser constitucional a interrupção da gravidez do
feto anencéfalo (sem cérebro), em atendimento ao
princípio da dignidade da pessoa humana, à
liberdade sexual, autonomia da vontade,
privacidade, integridade física, psicológica e
moral da mulher e à saúde (ADPF 54).
O STF entendeu, em 2008, em apertada votação
(6x5), que as pesquisas com células tronco
embrionárias, nos termos da Lei de
Biossegurança (lei nº 11.105/2005), não violam o
direito à vida (ADI n. 3.510).
Deve ser entendida de maneira genérica de modo a
abranger a garantia da continuação da vida (direito de
não ser morto) como também a uma existência digna
(LENZA, 2009).
(Direito de não ser morto + Vida Digna)
a. Direito à vida digna: Neste, o Estado deve garantir o
atendimento às necessidades básicas dos indivíduos,
consolidando direitos sociais (trabalho, saúde,
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educação, moradia, lazer, assistência), assegurando um
mínimo existencial (condições materiais e
socioculturais para existência digna) e, ainda,
estabelecendo vedação de torturas, penas cruéis,
perpétuas e de trabalhos forçados.
Em razão de não haver nenhum direito absoluto, o
direito à vida pode ceder quando em conflito com
algum outro direito:
b. Direito de não ser morto: Exceções
b.1 - Art. 5º, XLVII - não haverá penas: a) de morte,
salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art.
84, XIX; (Direito de não ser morto).
b.2 – Aborto – (Art. 124 à Art. 126 do CP) – Aborto não
permitido
Portando o direito à vida não impossibilita a prática do
aborto. Neste sentido, há casos no brasil em que o
aborto é permitido (Art. 128, I e II do CP), são eles:
Aborto sentimental: Quando a gravidez foi
ocasionada por um estupro
Aborto necessário: Quando não há outro meio de
salvar a vida da gestante
Aborto eugênico: feto anencéfalo. A anencefalia é
uma má formação do cérebro durante a formação
embrionária, que acontece entre o 16º e o 26º dia de
gestação, caracterizada pela ausência total ou parcial
do encéfalo e da caixa craniana do feto.
(IAUPE - Sold (PM PE)/2009) A proteção
ao direito à vida prevista na Constituição
Federal de 1988 impede a realização de abortos.
ERRADO
b.3 – Suicídio – O direito à vida também não impede a
prática do suicídio, pois este não é proibido no brasil.
O que se proíbe é a conduta de quem induz, instiga ou
auxilia outrem a se suicidar (Art. 122 do CP).
 Abrangência dos direitos fundamentais à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade - A CF/88 dispõe de forma expressa que
os direitos fundamentais nela previstos são aplicáveis
aos “brasileiros [natos ou naturalizados] e aos
estrangeiros residentes no país”. Apesar da restrição
feita em sua redação para beneficiar apenas os
estrangeiros residentes no país, o entendimento
pacificado do STF é no sentido de que os direitos
fundamentais, pela sua própria natureza, se
aplicam a todos os brasileiros e estrangeiros,
residentes ou não em nosso país, bastando que
estejam em solo brasileiro (de passagem, em
trânsito, a turismo etc.). Acrescenta, ainda, o STF
que alguns dos direitos fundamentais como a
inviolabilidade da imagem podem ser aplicados
também às pessoas jurídicas.
I - Homens e mulheres são iguais em direitos e

obrigações, nos termos desta Constituição;
Este inciso trata também do princípio da isonomia
ou da igualdade, porém voltado especificamente para
homens e mulheres. Apesar de ele impor uma
igualdade entre homens e mulheres, essa igualdade é
relativa e não absoluta, posto que homens e mulheres
sejam tratados de forma igual quando estiverem em
situação de igualdade e de forma desigual quando
estiverem em situação de desigualdade.
A lei nº 9.029/95, por exemplo, proíbe a exigência de
atestados de gravidez e esterilização, e outras práticas
discriminatórias, para efeitos admissionais ou de
permanência de relação jurídica de trabalho.
Discriminações positivas: O direito à discriminação
positiva ou direito às ações afirmativas tenta fomentar
a igualdade material. A batalha por igualdade é travada
em duas frentes, a primeira é a do combate a práticas
discriminatórias e a outra é a da realização de medidas
compensatórias, que venham a atenuar a desigualdade
sofrida por certos grupos sociais, esta última é
discriminação positiva (ação afirmativa ou ação
positiva). São exemplos de ações afirmativas as
diversas modalidades de cotas, as vantagens em
licitações e os incentivos fiscais para empresas que
promovam a contratação de pessoal culturalmente
diversificado. (Ouse Saber)
Porém, essa desigualdade deve ser aferida por critérios
de proporcionalidade e razoabilidade, sob pena de se
fortalecer uma desigualdade material.
II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude da lei;
Tal princípio visa combater o poder arbitrário do
Estado. Só por meio das espécies normativas
devidamente elaboradas conforme regras de processo
legislativo constitucional podem-se criar obrigações
para o indivíduo.
Este é o chamado princípio da legalidade.
Diferença entre o princípio da legalidade do art.
5º (aplicável ao particular) e o do art. 37, caput
(aplicável à Administração Pública):
 Princípio da legalidade do art. 5º - somente a lei
pode criar obrigações e, por outro lado, a inexistência
de lei proibitiva de determinada conduta implica ser
ela permitida.
 Princípio da legalidade da Administração Pública
(art. 37, caput) – pelo princípio da legalidade
aplicável à Administração Pública, tem-se que o
Estado está sujeito às leis. Assim, tem-se que o Estado
não pode atuar, nem de forma contrária à lei, nem na
ausência de lei. Assim, sendo a Lei omissa, o Estado não
poderá atuar.
Súmula Vinculante 44 - STF
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a
habilitação de candidato a cargo público.
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III - Ninguém será submetido à tortura nem a
tratamento desumano ou degradante;
Esse inciso visa, dentre outras coisas, proteger a
dignidade da pessoa humana contra atos que poderiam
atentar contra ela. Tratamento desumano é aquele que
se tem por contrário à condição de pessoa humana.
Tratamento degradante é aquele que, aplicado, diminui
a condição de pessoa humana e sua dignidade. Tortura
é sofrimento psíquico ou físico imposto a uma pessoa,
por qualquer meio. A lei nº 9.455/97 veio definir,
finalmente, os crimes de tortura, até então não
existentes no Direito brasileiro. Com essa lei de 1997,
passou a ter definição legal, qual seja o
constrangimento a alguém, mediante o emprego de
violência ou grave ameaça, física ou psíquica,
causando-lhe sofrimento físico ou mental ou submeter
alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
A palavra “ninguém” na redação do art. 5º, inciso III,
da CF/88 abrange qualquer pessoa, brasileiro ou
estrangeiro.
IV - É livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato;
A liberdade de manifestação do pensamento é o
direito que a pessoa tem de exprimir, por qualquer
forma e meio, o que pensa a respeito de qualquer
coisa. A única exigência da Constituição é de que a
pessoa que exerce esse direito se identifique, para
impedir que ele seja fonte de leviandade ou que seja
usado de maneira irresponsável. Sabendo quem é o
autor do pensamento manifestado, o eventual
prejudicado poderá usar o próximo inciso, o “V”, para
defender-se.
Os abusos porventura ocorridos no exercício indevido
da manifestação do pensamento são passíveis de
exame e apreciação pelo Poder Judiciário com a
consequente responsabilidade civil e penal de seus
autores.
O STF entendeu que a “marcha da maconha”, na
condição de movimento em defesa da
descriminalização do uso da maconha, não viola a
liberdade de manifestação de pensamento nem a
liberdade de reunião.
Fake News: É um termo em inglês e é usado para
referir-se a falsas informações divulgadas,
principalmente, em redes sociais.
Assim, não pode o agente utilizar o direito de
liberdade de expressão como desculpas para espalhar
falsas notícias em meios amplos de divulgação.
 Vedação ao anonimato – essa vedação abrange
todos os meios de comunicação e tem o intuito de
possibilitar a responsabilização de quem cause danos a
terceiros em decorrência da expressão de juízos ou
opiniões ofensivas, levianas, caluniosas etc.
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 Caráter relativo – O direito à manifestação do
pensamento é relativo e, como tal, não autoriza toda e
qualquer manifestação, como, por exemplo, a apologia de
fatos criminosos, a propaganda do nazismo ou crimes
considerados como injúria, calúnia e difamação. A
vedação ao anonimato também é relativa, sendo
admitido o anonimato em casos, o do sigilo da fonte
previsto no inciso XIV, da CF/88.
 Denúncias anônimas – a vedação ao anonimato impede
o acolhimento de denúncias anônimas. Entretanto, de
acordo com o posicionamento do STF, “nada impede que
o Poder Público, provocado por delação anônima
(‘disque-denúncia’, p. ex.), adote medidas informais
destinadas a apurar, previamente, em averiguação sumária,
‘com prudência e discrição’, a possível ocorrência de
eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça com
o objetivo de conferir verossimilhança dos fatos nela
enunciados, em ordem de promover, então, em caso
positivo, a forma instauração da ‘pesecutio criminis’,
mantendo-se assim completa desvinculação desse
procedimento estatal em relação às peças apócrifas”;
(Inquérito 1.957/PR)
V - É assegurado o direito de resposta, proporcional
ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;
O direito de resposta impõe um limite à liberdade de
expressão, procurando evitar que o uso abusivo e leviano
da mesma possa redundar em agressões à honra de
terceiros (pessoas físicas ou jurídicas). É uma garantia de
eficácia do direito à privacidade.
A norma pretende a reparação da ordem jurídica lesada,
seja por meio de ressarcimento econômico, seja por
outros meios, por exemplo, do direito de resposta.
A consagração constitucional do direito de resposta
proporcional ao agravo é instrumento democrático
moderno previsto em vários ordenamentos jurídico-
constitucionais, e visa proteger a pessoa de imputações
ofensivas e prejudiciais a sua dignidade humana e sua
honra.
O desagravo deverá ter o mesmo destaque, a mesma
duração (no caso de rádio e televisão), o mesmo tamanho
(no caso de imprensa escrita) que a notícia que gerou a
relação conflituosa para garantir a proporcionalidade.
VI - É inviolável a liberdade de consciência de
crença, sendo assegurado o livre exercício de cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e as suas liturgias;
A abrangência do preceito constitucional é ampla, pois
sendo a religião o complexo de princípios que dirigem os
pensamentos, ações e adoração do homem para com
Deus, acaba por compreender a crença, o dogma, a moral,
a liturgia e o culto. O constrangimento à pessoa humana
de forma a renunciar sua fé representa o desrespeito à
diversidade democrática de ideias, filosofias e a própria
diversidade espiritual.
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A liberdade religiosa abrange inclusive o direito de não
acreditar ou professar nenhuma fé, devendo o Estado
respeito ao ateísmo.
É assegurado o livre exercício do culto religioso, enquanto
não for contrário à ordem, tranquilidade e sossego
público, bem como compatível com os bons costumes.
A liberdade religiosa não atinge grau absoluto, não sendo,
pois, permitidos, a qualquer religião ou culto, atos
atentatórios à Lei, sob pena de responsabilização civil e
criminal.
Obs.: Estado laico – a Constituição Federal de 1824
consagrava a religião Católica Apostólica Romana como a
religião oficial do País. Atualmente, a Constituição Federal
de 1988 consagra o Estado como sendo laico, ou seja, sem
religião oficial, consagrando, ainda, a liberdade religiosa.
De acordo com o STF, a utilização de símbolos
religiosos (como crucifixos, imagens, etc.) em
locais públicos ou abertos ao público, bem como
os feriados religiosos não violam a CF/88, tendo
em vista que, além de constituírem símbolos
culturais do povo brasileiro, estão dentro da
liberdade de crença religiosa. No país laico, a
crença religiosa não é proibida, é, ao contrário,
livre. Por isso o preâmbulo da CF/88 menciona
“Deus” e nas notas de dinheiro têm escrito “Deus
seja louvado”.
O STF, na ADI 4439 proposta pela PGR,
entendeu ser possível o ensino confessional
(direcionado a uma religião) nas escolas públicas
podendo ser ministrado, inclusive, por líderes
religiosos. Porém, vale salientar que a matrícula
no ensino religioso nas escolas públicas é
facultativa.
VII - É assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;
Encerra um direito subjetivo daquele que se encontra
internado em estabelecimento coletivo. Trata-se de norma
assecuratória que garante o livre exercício da liberdade de
crença ao detento, paciente, servidor, hóspede, interno, a
fim de que possa exercer, ou ser assistido por sua crença,
independentemente da eventual orientação religiosa do
estabelecimento de internação coletiva em que se
encontre.
Assim, ao Estado, cabe, nos termos da lei, a materialização
das condições para prestação dessa assistência religiosa,
que deverá ser de tantos credos quanto aqueles solicitados
pelos internos.
Não se poderá obrigar nenhuma pessoa que se encontrar
nessa situação, seja em entidades civis ou militares, a
utilizar-se da referida assistência religiosa, em face da total
liberdade religiosa vigente no Brasil.
VIII - Ninguém será privado dos direitos por motivo
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a

cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
O texto atual criou a possibilidade da prestação
alternativa, fixada em lei, para aquele que se eximir da
obrigação primária a todos imposta. Essa
alternatividade não é fruto da discricionariedade da
autoridade pública, pois deve estar previamente
estabelecida em lei. A recusa injustificada de cumprir
obrigação legal e a prestação alternativa implicará na
privação de direitos. Ocorre que há divergência
doutrinária em relação a essa privação de direitos,
sendo que alguns autores defendem se tratar de uma
perda de direitos políticos (dentre eles, Alexandre
de Moraes) e outros defendem se tratar de uma
suspensão dos direitos políticos.
O direito à escusa de consciência não está adstrito
simplesmente ao serviço militar obrigatório, mas pode
abranger quaisquer obrigações coletivas que conflitem
com as crenças religiosas, convicções políticas ou
filosóficas, como, por exemplo, o dever de alistamento
eleitoral aos maiores de 18 anos e o dever de voto aos
maiores de 18 anos e menores de 70 anos (CF/88, art.
14, § 1o, I e II), cujas prestações alternativas vêm
previstas nos arts. 7o e 8o do Código Eleitoral
(justificação ou pagamento de multa pecuniária).
A prestação alternativa, porém, terá que ser
compatível com as crenças ou convicções do
indivíduo. Se o sujeito cumprir a prestação alternativa,
não poderá ele ser privado de seus direitos.
Serviço militar obrigatório – O art. 143 da
Constituição Federal prevê que o serviço militar é
obrigatório nos termos da lei (lei n° 4.375/64,
regulamentada pelo Decreto n° 57.654/66),
competindo às Forças Armadas, na forma da lei,
atribuir serviços alternativos aos que, em tempo de
paz, depois de alistados, alegarem imperativo de
consciência, entendendo-se como tal o decorrente de
crença religiosa e de convicção filosófica ou política,
para eximirem-se de atividade de caráter essenci-
almente militar.
Entende-se por serviço militar alternativo o exercício
de atividades de caráter administrativo, assistencial
filantrópico ou mesmo produtivo, em substituição às
atividades de caráter essencialmente militar.
IX - É livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
A liberdade de expressão e de manifestação do
pensamento não pode sofrer nenhum tipo de
limitação prévia, no tocante a censura de natureza
política, filosófica, ideológica e artística.
 Caráter relativo – este princípio não tem caráter
absoluto, visto que encontra limite em outros valores
protegidos constitucionalmente, sobretudo, na
inviolabilidade da privacidade e da intimidade do
indivíduo e na vedação do racismo. Caso esta
manifestação ato ilícito, será a pessoa que a manifestou
responsabilizada civil e penalmente pelo ato praticado,
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sendo resguardado o direito à indenização por danos
morais e materiais.
O texto constitucional repele frontalmente a
possibilidade de censura prévia. Essa previsão, porém,
não significa que a liberdade de imprensa é absoluta,
não encontrando restrições nos demais direitos
fundamentais, pois a responsabilização do autor e/ou
responsável pelas notícias injuriosas, difamantes e
mentirosas sempre será cabível, em relação a eventuais
danos materiais e morais.
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito à indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
Os direitos à intimidade e à própria imagem formam a
proteção constitucional à vida privada, salvaguardando
um espaço íntimo intransponível por intromissões
ilícitas externas.
A proteção constitucional refere-se tanto a pessoas
físicas quanto a pessoas jurídicas, abran-gendo,
inclusive, à necessária proteção à própria imagem
frente aos meios de comunicação em massa (televisão,
rádio, jornais, revistas, etc.).
A intimidade relaciona-se às relações subjetivas e de
trato íntimo da pessoa, suas relações familiares e de
amizade; enquanto a vida privada envolve todos os
demais relacionamentos humanos, inclusive os
objetivos, tais como relações comerciais, de trabalho,
de estudo, etc.
Pessoas de vida pública – A proteção constitucional
em relação àquelas pessoas de vida pública, como
políticos e artistas em geral, deve ser interpretada de
uma forma mais restrita, havendo necessidade de
uma maior tolerância ao se interpretar o ferimento das
inviolabilidades à honra, à intimidade, à vida privada e
à imagem, posto que, devido ao próprio exercício de
suas atividades profissionais, se exige maior e
constante exposição à mídia. Esta necessidade de
interpretação mais restrita, porém, não afasta a
proteção constitucional contra ofensas
desarrazoadas, desproporcionais e,
principalmente, sem qualquer nexo causal com a
atividade profissional realizada.
Pessoas jurídicas – as pessoas jurídicas também têm
direito à indenização por danos morais, em razão de
fato ofensivo à sua honra e à imagem.
XI - A casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consenti-
mento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial;
Violação de domicílio legal, sem consentimento do
morador, é permitida, porém, somente nas hipóteses
constitucionais:
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DIA E NOITE APENAS DIA
- Flagrante delito; - Por ordem judicial.
- Desastre;
- Prestar socorro.
Mutação constitucional – Apesar de a Constituição
se utilizar da palavra “casa”, deve-se entender, por
força de mutação constitucional, a mesma no
sentido de “domicílio” o que engloba tanto a
residência e a habitação com intenção definitiva ou
temporária de estabelecimento, como também o local
onde se exerce a profissão ou atividade, desde que
constitua um ambiente fechado ou de acesso restrito
ao público, como
é o caso típico dos escritórios profissionais e
consultórios.
Obs.: O STF tem entendido que o termo
“domicílio” utilizado para fins de inviolabilidade
é mais amplo que o termo “domicílio” utilizado
no Código Civil. Por isso, considera-se domicílio,
para fins de inviolabilidade, os escritórios, as
oficinas, as garagens, os quartos de hotel etc.
(RT 467/385)
Conceito de dia - Parte da doutrina entende que dia é
de 06:00 as 18:00 (José Afonso da Silva). Outra parte
se filia à Teoria Físico-astronômica que considera o dia
como o período compreendido entre a aurora e o
crepúsculo (Celso de Mello e Alexandre de Moraes).
Resumo (Segundo o STF)
O que se entender por "casa"?
O conceito é amplo e abrange:
a) a casa, incluindo toda a sua estrutura, como o quintal,
a garagem, o porão, a quadra etc.
b) os compartimentos de natureza profissional, desde que
fechado o acesso ao público em geral, como
escritórios, gabinetes, consultórios etc.
c) os aposentos de habitação coletiva, ainda que de
ocupação temporária, como quartos de hotel, motel,
pensão, pousada etc.
(Fonte: Dizer o Direito | Informativo 806, STF).
OBS: Carro pode ser considerado como CASA?
O STF já debateu sobre a possibilidade de se
considerar como casa, para fins constitucionais, o
carro. Em regra, entendeu a Corte que o carro não
pode ser considerado casa, salvo se apresentar
adaptações específicas para moradia e para
dormir como as boleias caminhão, motorhomes,
barcos etc. Logo, se o carro for a moradia de fato do
indivíduo, deve ser considerado casa para fins
constitucionais.
 Cláusula de reserva jurisdicional – consistente na
expressa previsão constitucional de competência
exclusiva dos órgãos do Poder Judiciário, com total
exclusão de qualquer outro órgão estatal, para a prática
de determinados atos. Assim, nem a Polícia Judiciária,
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DIREITO CONSTITUCIONAL
nem o Ministério Público, nem a Administração
Tributária, nem a Comissão Parlamentar de Inquérito
ou seus representantes, agindo por autoria própria,
podem invadir domicílio alheio com o objetivo de
apreender, durante o período diurno, e sem ordem
judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao
Poder Público.
Exceção: Em 2008, o STF admitiu, excepcio-
nalmente, a violação de domicílio profissional durante
a noite por ordem judicial para fins de viabilizar alguns
tipos de prova como a instalação de escuta ambiental.
(Informativo n. 529/2008)
XII - É inviolável o sigilo da correspondência e
das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que
a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal;
 Posicionamento jurisprudencial – embora a
Constituição Federal não tenha previsto a
possibilidade de quebra de sigilo de correspondência,
das comunicações telegráficas e de dados, a
jurisprudência do STF é assente no sentido de ser
possível a quebra desses sigilos sempre que tais
liberdades públicas estiverem sendo utilizadas como
instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.
 Quebra de sigilo de correspondência – de acordo
com o STF, o sigilo de correspondência pode ser
quebrado por ordem judicial e da administração
penitenciária (Habeas Corpus n. 70.814-5/SP).
 Agentes que estão autorizados a quebrar o sigilo
bancário – a garantia da inviolabilidade do sigilo
bancário pode ser afastada:
 por determinação judicial;
 por determinação das Comissões Parlamentares
de Inquérito (CPIs).
 por determinação da autoridade fiscal – o STF, em
24/02/2016, julgando as ADIs 2.390, 2.386, 2.397 e
2.859, bem como o RE 601.314, determinou
constitucional a LC 105/2001 que permite às
autoridades tributárias e agentes fiscais da União,
dos Estados, do DF e dos Municípios, a examinar
documentos, livros e registros de entidades
financeiras, inclusive referentes a contas de
depósitos e aplicações financeiras, quando houver
procedimento administrativo instaurado ou
procedimento fiscal em curso e tais exames sejam
considerados indispensáveis pela autoridade
administrativa competente, devendo tais informa-
ções ser mantidas em sigilo, observada a
legislação tributária. No entendimento do STF,
não se trata propriamente de uma quebra de
sigilo de dados bancários, mas de uma
transferência desse sigilo da órbita bancária para
a órbita fiscal.

 Requisitos para a interceptação telefônica – a
Constituição Federal permitiu a interceptação
telefônica, desde que obedecidos alguns requisitos:
 deve haver uma lei que preveja as hipóteses
e a forma em que pode ocorrer a interceptação
telefônica, obrigatoriamente no âmbito da invés-
tigação criminal ou instrução processual penal;
 tem que haver uma efetiva investigação criminal ou
instrução processual penal;
 tem que haver ordem judicial específica no caso
concreto (trata-se da denominada “cláusula de
reserva jurisdicional”; nem mesmo a CPI pode
determinar quebra de sigilo telefônico.
Sendo deferida a interceptação telefônica, a prova
colhida por meio desta permanecerá em segredo de
justiça.
Interceptação telefônica
SIGILO DE COMUNICAÇÃO TELEFÔNICA
ORDEM JUDICIAL
(nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
Investigação criminal Instrução processual
penal
XIII - É livre o exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
A regra é simples. Se não houver lei dispondo sobre
determinada profissão, trabalho ou ofício, qualquer
pessoa, a qualquer tempo, e de qualquer forma, pode
exercê-la (por exemplo, artesão, marceneiro,
carnavalesco, detetive particular, ator de teatro). Ao
contrário, se houver lei estabelecendo uma
qualificação profissional necessária, somente aquele
que atender ao que exige a lei pode exercer esse
trabalho, ofício ou profissão (é o caso do advogado,
do médico, do engenheiro, do piloto de avião). Trata-
se, portanto, de norma de eficácia contida porque
pode ser restringida por norma infraconstitucional.
XIV - É assegurado a todos o acesso à
informação e resguardado o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional;
Defende abertamente o acesso à informação de forma
ampla e autoaplicável. Traz, em si, liberdade de
informação jornalística como expressão mais sensível
de sua concretização. O resguardo do sigilo da fonte
tem por escopo garantir uma espécie de segredo
profissional, necessário em alguns casos para proteger
o informante.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Note-se, entretanto, que o jornalista ou a
autoridade policial serão direta e legalmente
responsáveis pelas notícias e/ou diligências que
protagonizarem.
XV - É livre a locomoção no território nacional
em tempo de paz, podendo qualquer pessoa nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
sair com seus bens;
Consagrado aqui um dos direitos mais imediatos e
inalienáveis do ser humano, o direito de ir, vir,
permanecer, ficar ou sair; direito à livre locomoção.
Qualquer cerceamento da liberdade de locomoção
com ilegalidade ou abuso de poder será coibido pela
impetração do habeas corpus.
A parte final diz que qualquer pessoa (inclusive
estrangeiro) poderá entrar, ficar ou sair do Brasil, nos
termos da lei. Lei esta que pode dispor sobre
passaporte, registro, tributos e coisas do gênero.
Qualquer bem móvel está compreendido na proteção
do dispositivo.
XVI - Todos podem reunir-se pacificamente, sem
armas, em locais abertos ao público,
independente de autorização, desde que não
frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
aviso à autoridade competente;
 Conceito de reunião – o direito de reunião é meio de
manifestação coletiva da liberdade de expressão, em
que pessoas se associam temporariamente tendo por
objeto um interesse comum.
 Requisitos – são requisitos do direito de reunião:
 finalidade pacífica – não há direito à realização de
reuniões que tenham por fim praticar quaisquer
espécies de atos de violência;
 ausência de armas – os participantes da reunião não
podem usar armas. Entretanto, se algum participante
estiver portando arma, o fato não autoriza a dissolução
da reunião. Nesse caso, a autoridade policial
competente deverá desarmá-lo ou desarmar o
indivíduo infrator, permitindo que a reunião tenha
andamento;
 é realizada em locais abertos ao público – deve ser
realizada em locais abertos ao público, ainda que de
percurso móvel, evitando com isso a perturbação da
ordem pública, ou mesmo a lesão de eventual direito
de propriedade;
 não pode frustrar outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local – uma reunião não
pode atrapalhar outra anteriormente convocada para o
mesmo local. Irá prevalecer sempre aquela que
primeiro comunicou à autoridade competente.
 independe de autorização – as autoridades públicas
não dispõem de competência para discricionariamente
decidir pela conveniência, ou não, da realização da
7

reunião, tampouco para interferirem indevidamente
nas reuniões lícitas e pacíficas, em que não haja lesão
ou perturbação da ordem pública.
 necessidade de prévio aviso à autoridade
competente – o prévio aviso tem por finalidade dar
conhecimento à autoridade competente sobre a
realização da reunião, para que esta adote as
providências que se fizerem necessárias, tais como a
regularização do trânsito, a garantia da segurança e da
ordem públicas, o impedimento de realização de outra
reunião no mesmo local.
Exemplos de direito de reunião – galo da
madrugada, blocos carnavalescos, marcha da maconha
(considerada Constitucional pelo STF), passeatas
pacíficas etc.
XVII - É plena a liberdade de associação para fins
lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
É plena a liberdade de associação desde que para fins
lícitos, vedada a de caráter militar. A associação de
caráter paramilitar ou facção é uma sociedade armada,
dotada de hierarquia, disciplina e com ideologia
própria que, ao contrário do partido político, objetiva
atingir o poder e desestabilizá-lo, através de quaisquer
meios, inclusive pela força.
XVIII - A criação de associações e, na forma da
lei, a de cooperativas independem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
Se for plena a liberdade de associação, nada mais
lógico do que o direito de criá-las ser independente de
autorização de quem quer que seja. Quem determina
como vai ser a associação são os seus membros, e o
Estado não pode interferir, por nenhum de seus
órgãos no funcionamento da entidade. Entretanto,
nada impede a necessidade do seu registro no órgão
competente para possibilitar a sua fiscalização.
Quanto a cooperativas, a disciplina é um pouco
diferente. A sua criação também não depende de
autorização de ninguém, e nenhum órgão estatal
poderá interferir na sua gestão. No entanto, a
Constituição determina que se obedeça a uma lei que
vai dispor sobre a criação dessas entidades especiais.
XIX - As associações só poderão ser compul-
soriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisões judiciais, exigindo-se, no
primeiro caso, o trânsito em julgado;
A dissolução voluntária de associação depende do que
os associados decidirem a respeito, ou da disciplina do
assunto dado pelo regimento interno, se houver um. O
que a Constituição trata é como se fará a dissolução
compulsória de associação, isto é, quando ela tiver
que ser dissolvida contra a vontade dos sócios.
Tanto para a suspensão das atividades quanto para
dissolução compulsória, exige a Constituição uma
decisão judicial, o que importa dizer que ordens
administrativas ou policiais sobre o assunto são
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inconstitucionais. Entretanto, a suspensão das
atividades da associação não depende do trânsito
em julgado da decisão, já a sua dissolução
compulsória depende.
XX - Ninguém poderá ser compelido a associar-
se ou a permanecer-se associado;
Ninguém será privado de exercício de um direito por
não pertencer a qualquer espécie de associação.
O direito individual de associar-se é exatamente isso:
um direito. Ninguém pode ser obrigado a associar-se,
nem a permanecer associado.
XXI - As entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente;
Uma das funções das associações é representar seus
associados em ações judiciais ou administrativamente
(extrajudicialmente). Porém, para tanto as mesmas
necessitam de uma autorização expressa.
 Representação processual x substituição
processual – vejamos a diferença entre representação
processual (art. 5º, XXI) ou substituição processual
(art. 8º, III):
 representação processual (art. 5º, XXI) –
usualmente, aquele que pode ajuizar uma ação, isto é,
aquele que tem legitimidade ativa, é o próprio titular
do direito. O titular do direito pode, ele próprio,
buscar a tutela do direito ou pode conferir a alguém a
atribuição de representá-lo. Se o titular do direito for
representado, o representante, ao ajuizar a ação, estará
atuando em nome do representado, e na defesa de alegado direito
do representado (portanto, em nome alheio e na defesa
de direito alheio). Nesse caso, é necessário que o
representado expressamente autorize o
representante a ajuizar a ação.
 substituição processual (art. 8º, III) – em alguns
casos, o ordenamento jurídico prevê
a possibilidade da denominada legitimidade ativa
extraordinária também chamada de substituição
processual. Nessas situações, o substituto ajuíza a ação
em seu nome próprio, mas na defesa de alegado direito alheio
(direito do substituído). Quando isso ocorre, não é
necessário que o substituído autorize expres-
samente o substituto a ajuizar a ação.
 Dualidade de tratamento em relação à
legitimidade das associações (RMS 23.566-DF,
Rel. Min. Moreira Alves) – o STF firmou o
entendimento de que as associações, em algumas

situações, atuam na qualidade de representante e, em
outras, na qualidade de substituto processual:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
Este dispositivo assegura as mais variadas espécies de
propriedade, desde a imobiliária ou mobiliária até a
intelectual e de marcas. É um dispositivo pelo qual se
reconhece à pessoa, no Brasil, o direito de ser
proprietário de algo, em contraponto com
exclusividade da propriedade estatal de outros regimes.
A CF, portanto, acaba indiretamente dispondo que o
Brasil é um país capitalista.
XXIII - A propriedade atenderá a sua função
social;
A determinação deste inciso recai sobre o bem de
produção (seja urbano ou rural), definindo-se se a
propriedade aferida é ou não dinâmica, gera ou não
renda e empregos, é ou não produtiva. Logo, a função
social da propriedade rural está direta e
umbilicalmente ligada, dentre outras coisas, à sua
produtividade. Se a propriedade é estática e
improdutiva, o Poder Público é dotado de meios
constitucionais e legais de intervenção no domínio
econômico, que, embora gradativos, podem culminar
com a perda do direito à propriedade sobre
determinado bem.
Se a propriedade rural não estiver cumprindo a sua
função social, ela poderá ser desapropriada pela União
para fins de reforma agrária com indenização em
títulos da dívida agrária com prazo de resgate de até 20
anos, iniciando-se o resgate a partir do segundo ano de
sua emissão.
DESAPROPRIAÇÃO DE PROPRIEDADE
RURAL POR FALTA DE FUNÇÃO SOCIAL
Art. 184. Compete à União desapropriar por
interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, mediante prévia e justa indenização em
títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de
até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Já o imóvel urbano não possui função social quando
não está adequado ao Plano Diretor (lei de
desenvolvimento urbano), podendo vir a ser
desapropriado pelo Município com indenização paga,
em regra, em dinheiro. Excepcionalmente, quando se
tratar de imóvel não edificado, não utilizado ou
subutilizado, a indenização pode ser feita em títulos da
dívida pública com prazo de resgate de até 10 anos.
DESAPROPRIAÇÃO DE PROPRIEDADE
URBANA POR FALTA DE FUNÇÃO SOCIAL
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano,
executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por
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objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem-estar
de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara
Municipal, obrigatório para cidades com mais de
vinte mil habitantes, é o instrumento básico da
política de desenvolvimento e de expansão
urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função
social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano
diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão
feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal,
mediante lei específica para área incluída
no plano diretor, exigir, nos termos da lei
federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que
promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante
títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de
resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
iguais e sucessivas, assegurados o valor real da
indenização e os juros legais.
Desapropriação confiscatória ou expropriação
(art. 243) – esse tipo de desapropriação não assegura
ao proprietário nenhum direito a indenização, que é
sempre devida nas demais hipóteses de
desapropriação. Dispõe o art. 243 da CF que “as
propriedades rurais e urbanas de qualquer região do
País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas
psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo,
na forma da lei, serão expropriadas e destinadas à
reforma agrária e a programas de habitação popular,
sem qualquer indenização ao proprietário e sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado,
no que couber, o disposto no art. 5º.” (EC 81/2014)
XXIV - A lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;
Esta, sem dúvida, é a forma mais violenta de o Estado
intervir na propriedade, pois determina a sua perda
irreversível em favor do Poder Público. Note-se que
este dispositivo não faz distinção entre bem
de consumo e bem de produção, podendo a
desapropriação, aqui regulada, recair sobre um ou
outro indistintamente. Neste caso, a indenização seria
justa, prévia e em dinheiro.
Agora a motivação da desapropriação é um interesse
público inquestionável que suplanta o interesse
particular do proprietário que acaba não podendo
impedir ou questionar a desapropriação.
 Quem pode desapropriar – além da União, dos
9

Estados, do DF, dos Municípios e das entidades da
Administração Indireta desses entes políticos
(autarquias, fundações públicas, sociedades de
economia mista e empresas públicas), as empresas que
prestam serviços públicos por meio de concessão
ou permissão podem executar a desapropriação,
figurando no processo com todas as prerrogativas,
direitos, obrigações, deveres e respectivos ônus,
inclusive o relativo ao pagamento da indenização.
XXV - No caso de iminente perigo público,
a autoridade competente poderá usar de pro-
priedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano;
Temos aqui a ocupação temporária, que é outra
forma – embora menos drástica que a desapropriação
– de o Estado intervir na propriedade privada.
Ocorrendo o iminente perigo público, fica no
âmbito do poder discricionário da autoridade
competente utilizar a propriedade para salva-
guardar bens jurídicos mais relevantes e que se
encontrem, no momento, ameaçados. Ao contrário
da desapropriação, a ocupação temporária não é
indenizável, a indenização só será devida
posteriormente no caso de perdas e danos.
XXVI - A pequena propriedade rural, assim
definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
de financiar o seu desenvolvimento;
O constituinte procurou proteger a pequena
propriedade rural, estabelecendo a sua impenho-
rabilidade enquanto bem de família. Para isso, é
necessária a observância de três requisitos:
- seja a propriedade pequena, nos termos da lei;
- seja exclusivamente trabalhada pela família;
- e o crédito advenha da atividade produtiva.
XXVII - Aos autores pertence o direito exclusivo
de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que
a lei fixar;
 Direito imaterial – os direitos autorais são
considerados direitos imateriais ou incorpóreos, mas
que recebem proteção constitucional.
 Duração – após a morte do autor, os direitos autorais
são transmitidos aos herdeiros pelo tempo que a lei
fixar. Após isso, caem em domínio público, passando
a ser livre a utilização, publicação e reprodução dessas
obras.
XXVIII - São assegurados, nos termos da lei:
a) A proteção às participações individuais em obras
coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
Entende-se a imagem e a voz como patrimônio
pessoal e, portanto, suscetível de aferição monetária.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Uma peça teatral com vários autores, um clipe com
vários cantores, uma obra de arte concebida por vários
artistas, etc., onde cada um detém uma participação
pessoal na medida de sua contribuição para o
engrandecimento do todo.
b) O direito de fiscalização do aproveitamento
econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às
respectivas representações sindicais e
associativas;
Aqui, a preocupação do constituinte atinge a
fiscalização e o aproveitamento econômico das obras
como decorrência lógica e efetiva dos direitos autorais.
Seria exemplo a exibição de uma telenovela várias
vezes, quer aqui ou no exterior, e a cada exibição os
seus integrantes terão direito a receber uma
participação a ser paga pela produtora.
XXIX - A lei assegurará, aos autores de inventos,
privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas
e a outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico
e econômico do País;
Buscando evitar a criação de monopólios, o
constituinte deferiu um privilégio temporário para
que os autores de inventos industriais explorem sua
criação, depois deste prazo qualquer empresa poderá
fabricar ou aperfeiçoar o invento industrial cujo preço
passa a ser regulado pelas leis de mercado.
XXX - É garantido o direito de herança;
Herança é o patrimônio do falecido, o conjunto de
seus direitos e deveres. Com a morte do titular,
chamado por alguns de de cujus e por outros de autor
de herança, esse conjunto se transfere, no momento
exato do falecimento, aos herdeiros legítimos e
testamentários do morto, garantindo-se assim que o
Estado não tome o patrimônio do falecido.
XXXI - A sucessão de bens de estrangeiros
situados no País será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus;
 Aplicação da lei mais benéfica aos brasileiros -
Por outras palavras, entre a lei brasileira e a lei
estrangeira (do país do falecido), deverá sempre ser
aplicada a mais favorável ao cônjuge e aos filhos
brasileiros, quanto aos bens situados no Brasil.
Obs.: de cujus = falecido
XXXII - O Estado promoverá, na forma da lei, a
defesa do consumidor;
Com a promulgação do Código de Defesa do
Consumidor (lei nº 8.078/90), ficou preenchido o
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sentido desse dispositivo, que se voltou à pessoa na XXXV - A lei não excluirá da apreciação do Poder
condição de consumidor, para assegurar a ela um Judiciário lesão ou ameaça a direito:
grupo de direitos que a tirem da posição de
inferioridade em que estão em relação ao produtor ou Consagra-se o Princípio da Inafastabilidade da Tutela
ao vendedor de determinado produto ou serviço. Jurisdicional como verdadeiro alicerce de uma
sociedade civilizada e democrática na solução de seus
XXXIII - Todos têm direito a receber dos órgãos conflitos sociojurídicos.
públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão O princípio da inafastabilidade da jurisdição é basilar
prestadas no prazo da lei, sob pena de na existência do Estado de direito, determinando a
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo Constituição Federal, sua garantia, sempre que houver
seja imprescindível à segurança da sociedade e do violação do direito. Dessa forma, será chamado a
Estado; intervir o Poder Judiciário, que, no exercício da
jurisdição, deverá aplicar o direito ao caso concreto.
Reafirmação ampliada do inciso XIV, protegendo a Importante lembrar que a ameaça ao direito da parte
liberdade de informação pessoal que, se negada, já enseja a possibilidade de ajuizamento de ação
enseja a impetração de Habeas Data. Mas o habeas data judicial como, por exemplo, ocorre no habeas corpus
apenas é cabível para a obtenção de informações preventivo para cessar a ameaça ilegal ou abusiva à
pessoais, nunca de terceiros. Também prevê o inciso a liberdade de locomoção de alguém.
possibilidade de obtenção de informações de
interesse coletivo ou geral. Todavia, fica Assim, a regra constitucional em análise exige a
resguardado o sigilo da informação necessária à submissão ao Poder Judiciário de todo ou qualquer
segurança da sociedade e do Estado. conflito de interesses juridicamente relevantes, a fim
de que se promova a solução dos conflitos.
XXXIV - São a todos assegurados,
independentemente do pagamento de taxas: A Constituição Federal não exige o esgota-mento
da via administrativa como condição para o
a) o direito de petição aos poderes públicos em ingresso da ação judicial exceto em três situa-
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso ções: Justiça Desportiva, Reclamação ao STF
de poder; (conforme entendimento de alguns doutrina-
dores ante ao disposto no art. 7º, § 1º, da lei
O direito de petição aqui surge aliado à dispensa do 11.417/2006) e habeas data.
pagamento de taxas a fim de facilitar o relacionamento
do súdito com os poderes e as autoridades do Estado, EXCEÇÕES
exercendo relevante função catalisadora e buscando
evitar demandas judiciais desnecessárias. Exceções em que é possível exigir que se
esgote a via administrativa
O direito de petição pode ser exercido perante os Três
Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário),
buscando de qualquer um deles uma decisão
administrativa que independe de representação por Justiça Reclamação ao Habeas data
advogado. Além disso, o direito de petição pode ser Desportiva STF
exercido por estrangeiros.
Súmula 02 do STJ - Não cabe o habeas data
Como se trata de um processo administrativo (e não (CF, art. 5., LXXII, letra "a") se não houve recusa
judicial) para o exercício do direito de petição, não há de informações por parte da autoridade adminis-
a obrigatoriedade de representação por advogado. trativa.
O direito de petição pode ser exercido por qualquer
XXXVI - A lei não prejudicará o direito adquirido,
pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira.
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
O Princípio da Irretroatividade da Lei estabelece que a
para defesa de direitos e esclarecimentos de
lei nova não vá retroagir (não produzirá seus efeitos
situação de interesse pessoal;
para o passado) para alcançar o direito adquirido, o ato
jurídico já aperfeiçoado ou a coisa julgada. A intenção
A obtenção de certidões objetiva facilitar o exercício
é dotar as relações jurídicas de uma estabilidade e de
da cidadania plena e vem engrossar o rol de medidas
um mínimo de segurança para as partes envolvidas.
constitucionais neste sentido.
DIREITO ADQUIRIDO: Constitui-se num dos
A negativa do Poder Público em fornecer uma
recursos de que se vale a constituição para limitar a
certidão para o esclarecimento de situações de
retroatividade da lei. Consiste em situações jurídicas
interesse pessoal de quem pede dá ensejo ao manejo
que já tinham se consolidado no tempo. Ex.:
de Mandado de Segurança para proteger o direito
aposentadoria (cumpridos os requisitos para a
líquido e certo de obtenção da certidão.
aposentadoria, a pessoa tem o direito adquirido de se

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aposentar, mesmo que se edite uma lei nova
modificando estes requisitos).
ATO JURÍDICO PERFEITO: É aquele que se
aperfeiçoou que reuniu todos os elementos necessários
a sua formação, debaixo da lei velha.
COISA JULGADA: É a decisão judicial transitada em
julgado, ou seja, a decisão judicial que se torna
imutável.
Princípio da irretroatividade da lei – a
lei não retroage para prejudicar:
Direito Ato jurídico Coisa
adquirido perfeito julgada
Súmula Vinculante 01 - Ofende a garantia
constitucional do ato jurídico perfeito a decisão
que, sem ponderar as circunstâncias do caso
concreto, desconsidera a validez e a eficácia de
acordo constante de termo de adesão instituído
pela Lei Complementar nº 110/2001.
XXXVII - Não haverá juízo ou tribunal de
exceção;
A imparcialidade do Judiciário e a segurança do povo
contra o arbítrio estatal encontram no princípio do
juiz natural uma de suas garantias indispensáveis.
O juiz natural é somente aquele integrado no Poder
Judiciário, com todas as garantias institucionais e
pessoais previstas na Constituição Federal. Somente os
juízes, tribunais e órgãos jurisdicionais previstos na
Constituição se identificam com o juiz natural.
As Justiças especializadas no Brasil não podem ser
consideradas Justiças de exceção, pois são
devidamente constituídas e organizadas pela própria
Constituição Federal e demais leis de organização
judiciária.
Juízo de exceção é aquele criado especialmente para
julgar determinados fatos, após sua ocorrência; por
exemplo: após uma revolução, os seus responsáveis
criam uma corte especialmente para julgar os
derrotados e seus crimes contra a nação.
XXXVIII - É reconhecida a instituição do júri,
com a organização que lhe dar a lei, assegurados:
O júri é uma garantia de cada cidadão, consistente no
direito de, em determinadas acusações, ser julgado
pelos seus pares (julgados pelo próprio povo). A
confirmação do fato punido pela lei será feita não por
juízes profissionais, mas por pessoas do povo, que
julgam não de modo técnico, mas pelo senso comum
prevalecente no meio social.
São assegurados no Tribunal do Júri:
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a) A plenitude de defesa;
Garante ao réu todas as oportunidades probatórias
permitidas pelo Direito. Este princípio caminha
associado ao contraditório e à igualdade das partes
processuais. Todos os acusados, qualquer que seja o
crime, têm direito à ampla defesa. A violação dessa
norma enseja a nulidade do processo.
b) O sigilo das votações;
Depois de composto o Conselho de Sentença e da
prestação do compromisso, os sete jurados ficarão
incomunicáveis, devendo se abster de qualquer
comentário sobre o processo em pauta e, ao final,
votando sigilosamente.
c) A soberania dos veredictos;
Nenhum outro tribunal pode reformar o mérito da
decisão do júri; pode, quando muito, anular o processo
por vício de forma, mas não mudar o veredicto do
júri. Isso só ocorrerá se e quando o júri for refeito.
d) A competência para o julgamento dos crimes
dolosos contra a vida;
A Constituição Federal prevê regra mínima e
inafastável de competência do Tribunal do Júri, não
impedindo, contudo, que o legislador
infraconstitucional lhe atribua outras e diversas
competências.
Caráter relativo do Tribunal do Júri - O art. 5º,
XXXVIII, da Constituição Federal, não deve ser
entendido de forma absoluta, uma vez que
existirão hipóteses, sempre excepcionais, em que
os crimes dolosos contra a vida não serão
julgados pelo Tribunal do Júri. Estas hipóteses
referem-se, basicamente, às competências
especiais por prerrogativa de foro em razão do
cargo.
Assim, todas as autoridades com foro de processo e
julgamento previsto diretamente pela Constituição
Federal, mesmo que cometam crimes dolosos contra a
vida, estarão excluídas da competência do Tribunal do
Júri.
Esta regra aplica-se nas infrações penais comuns
cometidas pelo presidente da República, vice-
presidente, membros do Congresso Nacional,
ministros do STF, procurador-geral da República,
ministros de Estado, etc., pois já se firmou posição
que crimes comuns, previstos no art. 102, I, b e c
da Constituição Federal, abrangem todas as
modalidades de infrações penais, inclusive os crimes
dolosos contra a vida, que serão processados e
julgados pelo STF.
São da competência do Tribunal do Júri os crimes
dolosos contra a vida (homicídio, infanticídio,
instigação, induzimento e auxílio ao suicídio e aborto).
Obs.: latrocínio (roubo com resultado morte) não
é da competência do Tribunal do Júri, posto que
foi considerado pelo Código Penal como crime
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contra o patrimônio e não crime contra a vida. prisional.

Súmula Vinculante 45 - A competência XLI - A lei punirá qualquer discriminação atenta-

constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre
o foro por prerrogativa de função estabelecida
exclusivamente pela Constituição estadual.
XXXIX - Não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal;
 Princípio da anterioridade penal – além da
exigência de lei formal para tipificar crimes e cominar
sanções penais, deflui do dispositivo que a lei somente
se aplicará, para qualificar como crime, aos atos
praticados depois que ela tenha sido praticada. Esse
princípio é aplicável aos crimes e às penas.
Para que uma conduta seja punida criminalmente, ela
tem que estar previamente proibida, com clara
definição de qual o comportamento vedado e qual a
consequência para o descumprimento da proibição (a
sanção). Essa previsão se faz através do tipo penal,
que descreve a conduta vedada.
Conduta típica será toda ação ou omissão humana que
coincidir com aquilo que está descrito legalmente no
tipo, sendo chamado de fato típico.
Obs.: Não confundir princípio da legalidade (ou
reserva legal) com o princípio da anterioridade
penal. Pelo princípio da legalidade (ou reserva
legal) tem-se que apenas a lei formal pode definir
o crime e a pena. Pelo princípio da anterioridade
penal, a lei tem que existir antes do crime e antes
da pena.
XL - A lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu;
Eis aqui outro importante princípio do Direito Penal,
que é o princípio da retroatividade da lei penal
mais benéfica ou princípio da irretroatividade da
lei penal in pejus.
A legislação mais benéfica ao réu retroage. A que vai
prejudicar o réu, em direito penal, não retroage.
Súmula Vinculante 26 - Para efeito de progressão
de regime no cumprimento de pena por crime
hediondo, ou equiparado, o juízo da execução
observará a inconstitucionalidade do art. 2º da lei
nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de
avaliar se o condenado preenche, ou não, os
requisitos objetivos e subjetivos do benefício,
podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame
criminológico.
 Perdão – tanto a graça quanto a anistia são
considerados formas de perdão:
Súmula 471 do STJ - Os condenados por crimes
hediondos ou assemelhados cometidos antes da
vigência da lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao
disposto no art. 112 da lei nº 7.210/1984 (Lei de
Execução Penal) para a progressão de regime
tória dos direitos e liberdades fundamentais;
O que se pretende nesse inciso é que a lei venha a
estabelecer punições para toda e qualquer conduta
com fundamento discriminatório, quer cometida por
particular, quer pelo Estado. O dispositivo é, na
verdade, um reforço da garantia de igualdade perante a
Lei.
XLII - A prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
Este inciso tem vários pontos técnicos. Primeiro, o
próprio crime de racismo, que à época da
promulgação da Constituição ainda não existia.
Crime inafiançável é crime que não admite fiança
(pagamento que a pessoa faz na Delegacia ou no
Poder Judiciário para poder responder ao processo em
liberdade provisória).
Crime imprescritível é crime que não sofre
prescrição (prazo dentro do qual o Estado tem poder
para encontrar, processar, punir e executar a pena do
criminoso). Findo esse prazo, nada mais a Justiça pode
fazer contra o criminoso. Crime imprescritível, pois, é
crime em relação ao qual a Justiça jamais perde o
poder de punir o seu autor.
A pena de reclusão é mais rigorosa que a pena de
detenção.
Racismo x injúria racial - Não confundir racismo
com injúria racial. Racismo ocorre quando alguém
trata os iguais de forma diferenciada por causa da raça,
da cor ou da etnia. O crime de racismo encontra-se
previsto na lei 7.716/1989. Já a injúria consiste em
“injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o
decoro” (art. 140 do Código Penal). Porém, quando a
injúria consistir na utilização de elementos referentes à
raça, cor, etnia, religião, origem ou à condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência, considera-se
injúria qualificada. Quando motivada, portanto, pela
cor, pela raça ou pela etnia, denomina-se de injúria
racial (art. 140, § 3º, do Código Penal). Importante
observar que racismo é inafiançável e imprescritível. Já
a injúria é afiançável e prescritível.
XLIII - A lei considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes,
os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;
ANISTIA GRAÇA
– é um perdão - é ato de clemência
concedido mediante lei, do Poder Executivo,

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aplicados a crimes favorecendo um conde- golpistas poderão ser presos, sem direito à fiança,
coletivos, em geral nado por crime comum processados e condenados.
políticos, que produz ou por contravenção,
efeitos retroativos, ou extinguindo ou XLV - Nenhuma pena passará da pessoa
seja, desfaz todos os diminuindo-lhe a pena do condenado, podendo a obrigação de reparar o
efeitos penais da imposta. Ter-se-á dano e a decretação do perdimento de bens
condenação (mas não perdão, se a graça for serem, nos termos da lei, estendidas aos
eventual ação civil de individual, e o indulto, sucessores e contra eles executadas, até o limite
indenização por danos se for coletiva. É o do valor do patrimônio transferido;
eventualmente perdão concedido pelo
causados pelo presidente da O presente inciso trata do Princípio da Pessoalidade
anistiado). República para relevar da Pena. Igualmente consagra a responsabilidade
da pena. penal subjetiva – somente a pessoa física que, de
algum modo, concorreu para o crime por ele
Obs.: Embora não esteja previsto no texto responderá na medida de sua culpabilidade.
constitucional, os crimes insuscetíveis de graça
também não admitem indulto, pois este é uma Por outro lado, surge o perdimento de bens ou
espécie de graça. ressarcimento de danos com nova pena, de forma a
Obs.: a competência para conceder indulto e permitir ao Estado perseguir aqueles bens frutos de
comutar pena é privativa do presidente da aquisição ilícita, estejam eles onde estiverem, quer no
República (art. 84, XII); e a anistia exige lei do patrimônio do condenado quer de um herdeiro. Por
Congresso Nacional (art. 48, VIII). princípio de justiça, a extensão dessa responsabilidade
patrimonial não atinge aqueles bens cuja origem é
Os crimes hediondos foram tratados pela lei nº notoriamente lícita.
8.072/90.
 Perda de bens e ressarcimento de danos – não
Crimes Hediondos – Lei n° 8.072/90 – homicídio prejudica o princípio da pessoalidade da pena; se aplica
(art. 121), quando praticado em atividade típica de inteiramente às sanções penais, à obrigação de reparar
grupo de extermínio, ainda que cometido por um só o dano e ao perdimento de bens, sanções de natureza
agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos patrimonial, que podem ser estendidas aos sucessores.
I, II, III, IV, V, VI e VII); lesão corporal dolosa de É necessário, todavia, observar que, o sucessor não
natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal está sofrendo sanção nenhuma; no máximo,
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas determinado patrimônio que a ele caberia por sucessão
contra autoridade ou agente descrito nos arts. causa mortis deixará de ser recebido, mas o patrimônio
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do originário do sucessor não pode, em nenhuma
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança hipótese, sofrer decesso em decorrência de uma
Pública, no exercício da função ou em decorrência condenação sofrida pelo de cujus.
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa Obs.: Não confundir pena de perda de bens ou
condição; (Incluído pela lei nº 13.142, de 2015), ressarcimento de danos com a pena de multa. A
latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); III - extorsão pena de perda de bens ou ressarcimento de danos
qualificada pela morte (art. 158, § 2o); extorsão pode ser estendida aos sucessores até o limite do
mediante sequestro e na forma qualificada (art. patrimônio transferido. A pena de multa é
159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); estupro (art. 213, caput e personalíssima.
§§ 1o e 2o); estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e
§§ 1o, 2o, 3o e 4o); epidemia com resultado morte (art. XLVI - A lei regulará a individualização da pena e
267, § 1o). falsificação, corrupção, adulteração ou adotará, entre outras, as seguintes:
alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou a) privação ou restrição da liberdade;
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B); b) perda de bens;
favorecimento da prostituição ou de outra forma de c) multa;
exploração sexual de criança ou adolescente ou de d) prestação social alternativa;
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). e) suspensão ou interdição de direitos;

XLIV - Constitui crime inafiançável e impres- Consagrado neste inciso o Princípio da

critível a ação de grupos armados, civis ou Individualização da Pena.
militares, contra a ordem constitucional e o
Este inciso trata das penas constitucionais, das penas
Estado democrático;
possíveis no Direito brasileiro e firma o princípio da
individualização da pena.
Por ação de grupos armados civis ou militares contra a
A privação é a perda da liberdade, pela reclusão ou
ordem constitucional e o Estado democrático,
pela detenção. A restrição de liberdade é apenas um
entende-se o golpe de estado. Note que o fato de ser
cerceamento, uma diminuição dela, e ocorre no sursis,
imprescritível torna o golpe de estado punível mesmo
nos regimes aberto e semiaberto de prisão e no
que tenha êxito e derrube o governo. Anos ou décadas
livramento condicional, por exemplo.
depois, se o governo recuperar sua legitimidade, os

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Perda de bens significa tê-los retirados pelo Estado, Art. 84. Compete privativamente ao presidente da
para reparar a vítima ou a si próprio. República:
(...)
Multa é a imposição de uma penalidade pecuniária, de XIX - declarar guerra, no caso de agressão
um valor a ser pago pelo preso. estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional
ou referendado por ele, quando ocorrida no
Prestação social alternativa é a condenação do réu a
intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
fazer alguma coisa em benefício da sociedade, como
condições, decretar, total ou parcialmente, a
forma de reparar todo ou parte de seu crime, como
mobilização nacional;
pintar as paredes de uma associação comunitária,
auxiliar no atendimento em creche ou orfanatos,
ministrar aulas gratuitas e outros. Correspondem às Por questão de política criminal, as penas de caráter
penas restritivas de direitos, autônomas e substitutivas perpétuo estão vedadas pela Constituição, que, neste
das penas privativas de liberdade, indicadas no Código passo, consagra o caráter reeducativo da pena. A
Penal, art. 44. legislação penal permite, dentro desse espírito, a
unificação das penas, estabelecendo, ainda, que o
Suspensão de direito é a supressão temporária dele, tempo de cumprimento das penas privativas de
como no caso do motorista que atropela e mata um liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.
pedestre, sendo que dirigia embriagado. A pena, além
das referentes ao crime, poderá alcançar a retirada A pena de trabalhos forçados no Brasil também é
temporária ou definitiva da carteira de habilitação e, proibida, tendo em vista que viola o princípio da
com ela, do direito de dirigir. dignidade da pessoa humana.

A individualização da pena de que fala o inciso é a sua IMPORTANTE

fixação de acordo com as características pessoais do Apesar de a CF/88 proibir a pena de trabalhos
condenado, sua personalidade, a conduta social, sua forçados, a Lei de Execuções Penais (LEP)
condição escolar e financeira, dentre outras. dispõe que o preso condenado à pena privativa de
liberdade é obrigado a trabalhar, na medida de
Progressão de regime e liberdade provisória aos suas aptidões e capacidade (art. 31 da LEP). E
condenados por crimes hediondos e o princípio acrescenta que o descumprimento do dever de
da individualização da pena - por causa do trabalhar é previsto como falta grave (art. 50, VI,
princípio da individualização da pena, o Supremo da LEP) impondo sanções disciplinares. Porém,
Tribunal Federal entendeu ser inconstitucional o § 1º não se pode confundir trabalhos forçados com o
do art. 2º da lei n° 8.072/90 (antes da sua alteração dever de trabalhar. A obrigação de trabalhar,
pela lei nº. 11.464/2007), que proibia de forma quando obedecida, gera benefícios; e quando
absoluta a progressão do regime nos crimes desobedecida, gera sanções disciplinares. Ainda
hediondos, e o art. 2º, II, que veda a concessão de assim não é considerado trabalho forçado, uma
liberdade provisória ao condenado pela prática de vez que os presos não podem ser coagidos
crime de hediondo, pois nesses casos não se estaria fisicamente ao trabalho.
levando em consideração as características pessoais do
infrator. (Vide súmula vinculante 26 e Súmula 471 Banimento é um ato unilateral que recairia sobre
do STJ tratada no inciso XL do art. 5º desta brasileiros natos e naturalizados, retirando-os de seu
apostila) país. Não confundir com expulsão que é ato idêntico,
mas que recai sobre estrangeiro e é admitida na
XLVII - Não haverá penas: legislação brasileira infraconstitucional (lei nº
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos 6.815/50).
termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo; As penas cruéis são igualmente excluídas por serem
c) de trabalhos forçados; incompatíveis com a sadia evolução do Direito Penal,
d) de banimento; por importarem em grande dor física ou moral.
e) cruéis.
XLVIII - A pena será cumprida em estabeleci-
A pena de morte apenas será admitida em casos de mentos distintos, de acordo com a natureza do
delito, a idade e o sexo do apenado;
guerra declarada de acordo com o Código Penal
Militar. Sendo o direito à vida petrificado, é Existirão estabelecimentos correcionais de segurança
dogmaticamente impossível a ampliação de sua mínima, máxima e média, a fim de servirem para o
aplicação aos crimes hediondos. Entretanto, é cumprimento progressivo da pena. Da mesma forma,
importante ressaltar que é admissível a pena de deve haver separação por motivo de sexo e idade.
morte em caso de guerra, declarada pelo
presidente da República, no caso de agressão XLIX - É assegurado aos presos o respeito à
estrangeira, autorizada pelo Congresso Nacional integridade física e moral;
ou referendada por ele, quando ocorrida durante
os recessos parlamentares. O preso só perderá a sua liberdade de locomoção,
mantendo todos os demais direitos que dela não
derivam.
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L - Às presidiárias serão asseguradas condições
para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;
Inovação constitucional que objetiva assegurar a
maternidade e o direito de a criança ser amamentada,
já que a pena não pode passar da pessoa da
condenada.
LI - Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei;
LII - Não será concedida extradição
estrangeiro por crime político ou de opinião;
A extradição é um ato político bilateral que pressupõe
um tratado internacional prévio entre os países
envolvidos.
Extradição é o ato pelo qual um Estado entrega um
indivíduo, acusado de um delito ou já condenado
como criminoso, à Justiça do outro país, que o
reclama, e que é competente para julgá-lo e puni-lo.
Quanto à extradição, a Constituição Federal prevê
tratamento diferenciado aos brasileiros natos,
naturalizados e aos estrangeiros, segundo o disposto
nos incisos LI e LII, do art. 5º.
Requisito da dupla tipicidade - o Brasil apenas
poderá extraditar um indivíduo se a conduta tipificada
como crime no país requerente também for
considerada crime (típica) no Brasil.
Há duas espécies de extradição:
 Ativa: é requerida pelo Brasil a outros Estados
soberanos;
 Passiva: é a que se requere ao Brasil, por parte dos
Estados soberanos.
A Constituição prevê o seguinte:
a) O brasileiro nato nunca será extraditado;
b) O brasileiro naturalizado somente será extraditado
em dois casos:
I. por crime comum, praticado antes da naturalização;
II. quando da participação comprovada em tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei,
independentemente do momento do fato, ou seja, não
importa se foi antes ou depois da naturalização;
c) O estrangeiro poderá, em regra, ser extraditado,
havendo vedação apenas nos crimes políticos ou de
opinião.
Obs.: O português equiparado, nos termos do § 1º
do art. 12 da Constituição Federal, tem todos os
direitos do brasileiro naturalizado; assim, poderá
ser extraditado nas hipóteses descritas no item II.
Porém, em virtude de tratado bilateral assinado
com Portugal, convertido no Decreto Legislativo
nº 70.391/72 pelo Congresso Nacional, somente
poderá ser extraditado para Portugal;
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DIREITO CONSTITUCIONAL
RESUMO
BRASILEIRO  Não pode ser extraditado
NATO
BRASILEIRO  Pode ser extraditado por
NATURALIZADO crime comum, praticado
antes da naturalização;
 Ou por comprovado
envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes ou
drogas afins.
ESTRANGEIRO  Pode ser extraditado, em
regra.
 Não pode ser extraditado
por crime político ou de
de opinião.
LIII - Ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente;
Este inciso consagra o Princípio do Juiz Natural
segundo o qual cada um dos súditos do Estado
disporá de um Juízo com competência natural para
processá-lo e julgá-lo com observância obrigatória de
outros princípios de processo constitucional.
LIV - Ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal;
O Princípio do Devido Processo Legal (due process of
law) é o mais importante de todos aqueles que tratam o
processo. Refere-se à necessidade do devido processo
legal para que alguém perca sua liberdade ou qualquer
de seus bens. A honra, o patrimônio, o uso do nome, a
integridade física e moral, tudo isto faz parte dos bens
corpóreos e incorpóreos da pessoa humana.
O Devido Processo Legal tem como corolários a
ampla defesa e o contraditório, que deverão ser
assegurados aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral.
Nenhuma penalidade poderá ser imposta, tanto no
campo judicial, quanto nos campos administrativos ou
disciplinares, sem a necessária amplitude de defesa.
LV - Aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes;
Por ampla defesa entende-se a necessidade de
assegurar, ao réu, condições que lhe possibilitem trazer
para o processo todos os elementos tendentes a
esclarecer a verdade ou mesmo de omitir-se ou calar-
se, se entender necessário.
O contraditório assegura que a parte tem o direito de
se manifestar sobre todas as provas produzidas e sobre
as alegações feitas pela parte adversa. A igualdade das
partes impede que acusação ou defesa possuam
privilégios.
LVI - São inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos;
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Aqui se encontra o Princípio da Licitude da Prova.
A prova obtida por meio ilícito é aquela colhida com
infração das leis, como, por exemplo, as obtidas
através de tortura, lesões corporais, invasões, fraude,
etc.
Teoria dos frutos da árvore envenenada - As
provas ilícitas, bem como todas as derivadas dela,
são constitucionalmente inadmissíveis, devendo,
pois, ser desentranhadas do processo, não tendo,
porém, o condão de anulá-lo, permanecendo
válidas as demais provas lícitas e autônomas delas
não decorrentes.
LVII - Ninguém será considerado culpado
até o trânsito de julgado de sentença penal
condenatória;
Aqui se encontra consagrado o Princípio da Presunção
de Inocência, um dos basilares do Estado de Direito
como garantia processual penal. Mantém a
primariedade do réu até que se ultime a decisão
condenatória transitada em julgado.
Obs.: Por maioria, o Plenário do Supremo
Tribunal Federal (STF) entendeu que o artigo 283
do Código de Processo Penal (CPP) não impede o
início da execução da pena após condenação em
segunda instância (ADCs 43 e 44).
LVIII - O civilmente identificado não será
submetido à identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei;
Quando se fala em identificação criminal, está a
Constituição se referindo ao registro, guarda e
recuperação de todos os dados e informações neces-
sários para estabelecer a identidade do acusado.
Identidade é o conjunto de características que
distinguem uma pessoa da outra (arcada dentária,
digitais, voz, altura, etc.).
Identificação será o processo de estabelecer a
identidade.
Este inciso não permitiu a recepção do inciso VIII do
art. 6º do Código de Processo Penal, que ordenava a
identificação datiloscópica dos indiciados.
Obs.: Convém observar que a Constituição
cria restrições à identificação criminal, não
se referindo à civil. Portanto, não há inconstitu-
cionalidade se, determinado por edital de
concurso público, o candidato, no momento da
resolução da prova, for obrigado a identificar--se
datiloscopicamente para o fiscal.
LIX - Será admitida ação privada nos crimes de
ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
- Ação penal pública – ocorre quando a titularidade do
seu exercício é do Ministério Público.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
- Ação penal privada – ocorre quando o seu titular é o
particular ofendido ou o seu representante legal.
- Ação penal privada subsidiária da pública - será
admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
esta não for intentada no prazo legal. Para isso exige-
se que, na ação penal pública, o Ministério
Público se mantenha inerte, não ajuizando a ação
nem requerendo o seu arquivamento.
 Atuação do Ministério Público nas ações penais
privadas subsidiárias da pública – nas ações penais
privadas subsidiárias da pública em que o ofendido ou
o seu representante legal ingressa com a queixa-crime
ante a inércia do Ministério Público, este (o MP)
atuará no processo com as mesmas prerrogativas que
possui relativamente às ações penais públicas (art. 29
do CPP).
 Inquérito arquivado por requerimento do MP –
quando o inquérito é arquivado por requerimento do
Ministério Público, não cabe ação penal privada
subsidiária da pública. Esta somente é cabível quando
o não oferecimento da denúncia decorre de inércia
injustificada do Ministério Público.
LX - A lei só poderá restringir a publicidade dos
atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;
O Princípio da Publicidade dos Atos Processuais
ainda encontra respaldo no art. 93, IX e, em ambos os
dispositivos, admite-se como exceção a possibilidade
do segredo de Justiça que torna, excepcionalmente, os
atos de processo sigilosos, limitando a presença, em
determinados atos, às próprias partes e seus
advogados, tudo com o intuito de evitar evidente
prejuízo que poderia advir da publicidade de certos
processos. Há casos em que a própria lei ordinária
processual determina o segredo de Justiça.
LXI - Ninguém será preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos
casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
Considera-se em flagrante delito quem:
a) está cometendo a infração penal:
b) acaba de cometê-la;
c) é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;
d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da
infração.
Um civil não perderá, ainda que momentaneamente, a
liberdade de locomoção, valendo dizer que a prisão
para averiguações ou prisão por atitude suspeita não
encontram respaldo na Constituição.
A CF/88 prevê três tipos de prisão:
17

- Prisão militar – as prisões militares podem ser
disciplinares, caso em que são decretadas adminis-
trativamente, pela autoridade militar de hierarquia
superior à do infrator, ou decorrem de crimes
militares, caso em que as prisões devem ser
decretadas pela Justiça Militar.
- Ordem judicial – a prisão, em regra, depende de
ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária.
- Flagrante delito – qualquer pessoa pode dar voz de
prisão contra quem esteja em flagrante delito.
LXII - A prisão de qualquer pessoa e o local onde
se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada;
O mandamento constitucional exige que, além da
comunicação imediata, seja estabelecido o local onde o
preso se encontre a fim de evitar-se
a incomunicabilidade do mesmo, o que, por
consequência, facilitaria sobremaneira eventual abuso
de autoridade.
LXIII - O preso será informado de seus direitos,
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de
advogado;
São vários os direitos do preso, dentre eles o de ser
assistido pela família e por advogado, de ter
preservada a sua integridade física e, explícito no
inciso, o de ficar calado.
Qualquer preso, em qualquer situação, pode reservar-
se ao direito de permanecer em silêncio, negando-se a
responder a todas as perguntas da autoridade. Isso
decorre do princípio de que ninguém pode ser
obrigado a produzir provas contra si mesmo.
Já a testemunha tem a obrigação de falar a verdade,
não podendo calá-la ou alterá-la sob pena de cometer
crime de falso testemunho.
Direito de permanecer calado extensivo aos
depoimentos das CPIs – o direito de permanecer
calado é extensivo aos depoimentos prestados no
Poder Legislativo. Assim, os indiciados ou acusados
que prestarem depoimento perante as Comissões
Parlamentares de Inquérito (CPIs) também terão o
direito de permanecer calados.
Obs.: o direito do indiciado ou acusado de
permanecer calado é aplicável nas três esferas de
Poder: Judiciário, Legislativo e Executivo.
Abrangência - Apesar de a CF/88 dirigir o direito de
silêncio ao preso, este direito é extensível a qualquer
suspeito, investigado, réu ou acusado nas três esferas
de Poder.
LXIV - O preso tem direito à identificação dos
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DIREITO CONSTITUCIONAL
responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
Este inciso procura garantir ao preso a possibilidade
de identificar aqueles que tenham vilipendiado seus
direitos individuais no momento do interrogatório ou
de sua prisão.
LXV - A prisão ilegal será imediatamente
relaxada pela autoridade judiciária;
Esta prisão durante o processo ainda não é prisão-
pena, mas a chamada prisão cautelar de natureza
processual. Há inúmeras formas de se colocar o
acusado preso durante o processo e outras tantas para
colocá-lo em liberdade durante este período.
Mas a prisão ilegal sempre deve ser relaxada, sendo o
preso colocado, imediatamente, em liberdade.
Caráter excepcional da utilização de algemas – o
Supremo Tribunal Federal firmou orientação de que a
utilização de algemas deve ter caráter excepcional,
configurando o seu uso abusivo violação do princípio
da dignidade humana e mesmo à presunção de
inocência, sobretudo quando o objetivo manifesto na
atuação policial abusiva é expor o preso à execração
pública, representando uma verdadeira “condenação
sem julgamento”.
Súmula Vinculante n° 11 - Só é lícito o uso de algemas
em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou
de perigo à integridade física própria ou alheia, por
parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou
da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
LXVI - Ninguém será levado à prisão ou
nela mantido quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
Sendo a prisão a forma mais grave e comum de
punição para os culpados, apenas excepcionalmente
deve ela ser aplicada aos presumidamente inocentes.
Antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória, a prisão tem a natureza de medida
cautelar, visando preservar a integridade de
testemunhas, da ordem pública, da ordem econômica
ou a evitar que o réu se evada.
A liberdade provisória com fiança é liberdade
vinculada, onde o acusado, mediante depósito de uma
quantia, se compromete a comparecer aos atos
processuais sob pena de revogação do benefício.
A liberdade provisória sem fiança também é
vinculada, só que aqui o acusado não precisa fazer
depósito. Ele recebe o benefício legal porque cumpre
os requisitos legais descritos no CPP.
LXVII - Não haverá prisão civil por dívida, salvo a
do responsável pelo inadimplemento voluntário e
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inescusável de obrigação alimentícia e a do Poder Público;

depositário infiel;
O Mandado de Segurança visa à proteção de direito
Entende-se por prisão civil aquela que não é decretada líquido e certo em face de ilegalidade ou abuso de
com finalidades penais. poder onde o responsável seja autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de
Em regra, não haverá prisão civil por dívida. atribuições do Poder Público.
Excepcionalmente, porém, a CF prevê dois casos. Será
permitida a prisão civil decretada pela autoridade Direito líquido e certo é aquele verificável de plano,
judicial competente: de imediato por meio de prova documental.

a) inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação Ilegalidade e abuso de poder designam,

alimentícia; respectivamente, a violação da norma jurídica no ato
b) Depositário infiel. vinculado e o transbordamento dos limites da
discricionariedade.
A primeira, diz respeito à possibilidade de prisão civil
por falta de pagamento de prestação alimentícia. Autoridade é a pessoa que praticou o ato ou o
ordenou, podendo, no mandado de segurança, ser
A segunda, diz respeito à possibilidade de prisão civil autoridade pública ou pessoa jurídica de direito
do devedor considerado, verdadeiramente ou por privado.
ficção legal, como depositário infiel.
O mandado de segurança não é gratuito. Porém, não
IMPORTANTE tem honorários advocatícios sucumbenciais.

Pacto de São José da Costa Rica - o Brasil é
signatário de um Tratado Internacional denominado
Pacto de São José da Costa Rica em que firmou o
compromisso de não mais prender o depositário infiel.
Súmula vinculante nº 25 - o STF editou a súmula
vinculante nº 25 proibindo a prisão do depositário
infiel em qualquer modalidade de depósito. Desta
forma, apesar de ainda constar da Constituição, não
mais se admite, na prática, a prisão do depositário
infiel.
LXVIII - Conceder-se-á habeas corpus sempre
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
O habeas corpus tem por escopo proteger a
liberdade de locomoção (direito de ir, vir, ficar ou
permanecer), prevista no inciso XV. Pode ser
preventivo ou liberatório, conforme a pessoa esteja
ameaçada de ter sua liberdade tolhida ou já presa. A
liberdade há que estar sendo tolhida ou ameaçada de
modo ilegal ou por abuso de poder.
Requisitos:
- Pode ser preventivo ou repressivo;
- É gratuito;
- Não é necessária a representação por advogado;
- Pode ser impetrado por qualquer pessoa;
- Não tem forma legal;
- Decorre do abuso de poder cometido por autoridade
pública ou particular.
LXIX - Conceder-se-á mandado de segurança
para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do
O mandado de segurança possui prazo decadencial
de 120 dias para o seu ajuizamento.
O mandado de segurança é uma ação residual
porque só é cabível, conforme texto
constitucional, quando não couber habeas corpus
ou habeas data. Porém, a doutrina entende que,
por ser uma ação residual, ela só é cabível quando
não couber nenhuma outra garantia prevista no
art. 5º, ou seja, só cabe o mandado de segurança
quando não couber habeas corpus, habeas data,
mandado de injunção ou ação popular.
LXX - O mandado de segurança coletivo pode ser
impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso
Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa
dos interesses de seus membros ou associados;
O Mandado de Segurança Coletivo é impetrado
pelas partes acima. Tudo que se aplica ao Mandado de
Segurança Individual se aplica ao coletivo, exceto a
legitimidade.
As condições de admissibilidade da ação são o direito
líquido e certo e o ato ilegal ou com abuso de
poder.
O mandado de coletivo pode ser impetrado por
partido político com representação no Congresso
Nacional, organização sindical, entidade de
classe ou associação legalmente constituída em
funcionamento há pelo menos um ano. Conforme
entendimento do STF, a exigência de estar legal-
mente constituída e em funcionamento há pelo

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menos um ano se aplica apenas às associações. doutrina passeia entre duas teorias: a teoria
concretista (geral ou individual) e a teoria não
No mandado de segurança coletivo, por se tratar concretista. Pela teoria concretista tem-se que o
de uma hipótese de substituição processual (e não STF pode, por meio de uma normatização geral,
de representação) não há necessidade de suprir a omissão normativa, dando assim efeitos
autorização expressa dos associados para o concretos a uma norma constitucional de eficácia
ajuizamento da mesma pela associação. limitada. Porém, o STF pode estender a sua decisão
para todos, utilizando o efeito erga omnes (teoria
LXXI - Conceder-se-á mandado de injunção concretista geral) ou restringir os efeitos de sua
sempre que a falta de norma regulamentadora decisão apenas ao autor da ação (teoria concretista
torne inviável o exercício dos direitos e liberda- individual). Já na teoria não concretista, o STF apenas
des constitucionais e das prerrogativas inerentes à se limita a reconhecer a inércia do poder omisso,
nacionalidade, à soberania e à cidadania; sem, contudo, normatizar o direito constitucional
Mandado de Injunção serve para impedir que a falta discutido.
de norma regulamentadora torne inviável o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e das MANDADO DE INJUNÇÃO
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania. TEORIA TEORIA NÃO
CONCRETISTA CONCRETISTA
Por isso, o mandado de injunção é ajuizado no tocante GERAL
às normas constitucionais de eficácia limitada que (erga omnes)
precisam de leis infraconstitucionais que as
regulamentem para a produção de todos os seus
Individual
efeitos; e estas leis não foram criadas ou, se criadas, (para o autor)
não regulamentaram totalmente a norma
LXXII - Conceder-se-á habeas data:
constitucional de aplicação mediata.
a) para assegurar o conhecimento de informações
Classificação das normas relativas à pessoa do impetrante, constantes de
constitucionais quanto à eficácia registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
Eficácia Plena Eficácia Contida Eficácia Limitada
b) para a retificação de dados, quando não se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
Normas definidoras administrativo;
de princípios
institutivos. Habeas Data permite o acesso, a retificação ou a
supressão de um dado pessoal que esteja em arquivo
Normas público ou privado de caráter público (ex.: SERASA,
Programáticas SPC etc.). É facultativo e personalíssimo, pois só
quem pode impetrá-lo é o titular dos dados
questionados.
 Foram suficientemente regula-
mentadas para que sozinhas possam Considera-se de caráter público todo registro ou
Eficácia produzir todos os efeitos. banco de dados contendo informações que sejam ou
plena  Possuem aplicação DIRETA, que possam ser transmitidas a terceiros ou que não
IMEDIATA E INTEGRAL sejam de uso privativo do órgão ou entidade
 Foram suficientemente regulamen- produtora ou depositária das informações.
tadas para que sozinhas possam
produzir todos os efeitos, mas Trata-se de ação mandamental que tutela a prestação
Eficácia podem ter seus efeitos restringidos de informações contidas em bancos de dados
por lei. pertencentes a entidades públicas ou de caráter
contida  Possuem aplicação DIRETA, público, bem como sua retificação.
IMEDIATA E NÃO
INTEGRAL Além disso, é uma ação gratuita.
 Não foram suficientemente regula-
De acordo com o art. 7º, inciso III, da lei n.
mentadas para que sozinhas possam
produzir todos os seus efeitos, 9.507/1997, conceder-se-á habeas data também para a
anotação nos assentamentos do interessado, de
Eficácia necessitando de regulamentação
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas
infraconstitucional para produzir
limitada seus efeitos sensíveis. justificável e que esteja sob pendência judicial ou
 Possuem aplicação INDIRETA, amigável. A terceira hipótese de habeas data prevista em
lei, além das duas hipóteses constitucionais, significa
MEDIATA E REDUZIDA
dizer que o rol do art. 5º, inciso LXXII, da CF/88 é
Com relação aos efeitos do mandado de injunção, a meramente enumerativo ou exemplificativo.

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LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para ação de habeas corpus, para ser ajuizada não precisa de
propor ação popular que vise a anular ato lesivo advogado, enquanto que a ação de habeas data, apesar
ao patrimônio público ou de entidade de que o de gratuita, precisa ser ajuizada por intermédio de um
Estado participe, à moralidade administrativa, ao advogado.
meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má- LXXVIII - A todos, no âmbito judicial e admi-
-fé, isento de custas judiciais e do ônus da nistrativo, são assegurados a razoável duração do
sucumbência; processo e os meios que garantam a celeridade de
A Ação Popular pode ser impetrada por qualquer sua tramitação. (EC nº 45, de 2004)
cidadão para anular ato lesivo ao patrimônio
público ou entidade de que o Estado participe, à A EC nº 45/2004 acrescentou ao rol dos direitos
moralidade administrativa, ao meio ambiente ou fundamentais o direito à celeridade processual
ao patrimônio histórico e cultural. gerando o entendimento de que todos têm o direito a
Cidadão é aquela pessoa que está no gozo dos um processo rápido, que finalize em tempo hábil para
direitos políticos (que pode votar no Brasil). assegurar o direito das partes.
Aplicação imediata (§ 1º) - As normas definidoras
A ação é gratuita para o autor de boa-fé. Caso fique dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
comprovada a má-fé do autor, o mesmo será obrigado imediata.
ao pagamento das custas e do ônus da sucumbência.
O réu, perdendo a ação, também será condenado ao Segundo José Afonso da Silva, o termo
ônus da sucumbência (pagamento de custas e “aplicabilidade” não tem o mesmo significado de
honorários advocatícios sucumbenciais). “aplicação”. Segundo este doutrinador, aplicabili-
dade imediata diz respeito àquelas normas que
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica independentemente de qualquer regulamentação são
integral e gratuita aos que comprovarem capazes de produzir todos os seus efeitos de imediato
insuficiência de recursos; (normas de eficácia plena e contida). Já aplicação
imediata significa que as normas constitucionais “são
O Estado presta a assistência jurídica gratuita através dotadas de todos os meios e elementos necessários à
da Defensoria Pública que faz a orientação jurídica e a sua pronta incidência aos fatos, situações, condutas ou
defesa dos direitos das pessoas de baixa renda. Além comportamentos que elas regulam. A regra é que as
disso, o pobre na forma da lei tem direito à isenção normas definidoras de direitos e garantias individuais
das custas judiciais. (direitos de 1ª dimensão, acrescente-se) sejam de
aplicabilidade imediata. Mas aquelas definidoras de direitos
LXXV - o Estado indenizará o condenado sociais, culturais e econômicos (direitos de 2ª dimensão,
por erro judiciário, assim como o que ficar preso acrescente-se) nem sempre o são, porque não raro
além do tempo fixado na sentença; dependem de providências ulteriores que lhes
completem a eficácia e possibilitem a sua aplicação”.
A Constituição se preocupa com a pessoa que, (SILVA, José Afonso da, Comentários Contextuais à
injustamente, foi condenada por sentença transitada Constituição, 4ª ed., São Paulo: Malheiros, 2007. p.
em julgado, tendo sido descoberto tal prejuízo 408).
posterior à sentença, tendo este direito à indenização
por dano moral e material. Isso significa dizer que o Poder Judiciário, uma vez
acionado, não pode deixar de aplicar os direitos e
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente garantias fundamentais.
pobres, na forma da lei:
Observe-se, entretanto, que, tecnicamente, alguns
a) o registro civil de nascimento; direitos do art. 5º têm aplicabilidade imediata (eficácia
b) a certidão de óbito. plena e contida) e outros, mediata (eficácia limitada),
como o disposto no inciso XXXII.
São benefícios concedidos pela Constituição Federal
aos reconhecidamente pobres e hoje, por força da lei Enumeração aberta (§ 2º) - Os direitos e garantias
9.265/96, estendidos a todos. O entendimento do expressos nesta Constituição não excluem outros
STF é o de que a referida lei não viola o decorrentes do regime e dos princípios por ela
dispositivo constitucional mencionado, tendo em adotados, ou dos tratados internacionais em que a
vista que apenas amplia o direito concedido República Federativa do Brasil seja parte.
constitucionalmente aos pobres para todas as
pessoas. Tratados internacionais recepcionados como
emendas constitucionais (§ 3º) - Os tratados e
LXXVII - São gratuitas as ações de habeas corpus convenções internacionais sobre direitos huma-
e habeas data, e, na forma da lei, os atos nos que forem aprovados, em cada Casa do
necessários ao exercício da cidadania. Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão
As ações de habeas corpus e habeas data, assim como os equivalentes às emendas constitucionais.
demais atos necessários ao exercício da cidadania
são gratuitos. Porém, é importante lembrar que a
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QUORUM DE APROVAÇÃO DE EMENDA III. Não configura violação de domicílio, se um cidadão

CONSTITUCIONAL ingressar na moradia de uma pessoa para prestar
socorro, todavia esse fato deve ocorrer durante o dia.
CONGRESSO NACIONAL IV. Em caso de desastre, é possível ingressar a qualquer
hora do dia ou da noite, em residência para prestar
CÂMARA SENADO socorro.
DOS DEPUTADOS FEDERAL Está CORRETO, apenas, o que se afirma em:
a) II.
3/5 3/5 b) III.
c) IV.
d) I e III.
3/5 3/5
e) II e IV.

Tribunal Penal Internacional (§ 4º) - O Brasil se 3. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Sobre a
submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a desapropriação expressamente prevista no
cuja criação tenha manifestado adesão. capítulo dos direitos e deveres individuais e
coletivos da Constituição Federal de 1988, assinale
EXERCÍCIOS as assertivas a seguir:
I. A desapropriação de imóvel utilizado para o cultivo de
1. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Sobre os substâncias psicotrópicas tem como finalidade a
direitos e deveres individuais e coletivos, o art. 5º da necessidade pública.
Constituição Federal de 1988 assim prevê: “ Todos II. Na desapropriação por necessidade pública, haverá
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer justa e prévia indenização em dinheiro.
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos III. Na desapropriação por interesse social, haverá justa e
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do prévia indenização em dinheiro.
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à IV. Na desapropriação por utilidade pública, haverá justa e
propriedade (...) ”. prévia indenização em dinheiro.
Partindo desse pressuposto, analise as assertivas a Estão CORRETAS:
seguir: a) I, II, III e IV.
I. Embora a Constituição direcione os referidos direitos b) II, III e IV, apenas.
apenas aos estrangeiros residentes no país, há c) I, III e IV, apenas.
consenso no ordenamento jurídico brasileiro de que d) I, II e IV, apenas.
esses direitos também valem igualmente para os e) I e II, apenas.
estrangeiros que se encontrem em território nacional,
mesmo que não residam no Brasil. 4. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Sobre a
II. O direito à liberdade delimita-se pela liberdade física, instituição do júri popular prevista na
de ir e vir, não abrangendo a liberdade de pensamento. Constituição de 1988, analise os itens a seguir:
III. O princípio da igualdade não veda que determinada lei I. É assegurada a plenitude de defesa.
estabeleça tratamento diferenciado entre pessoas que II. É assegurada a publicidade das votações.
guardem distinções de ordem econômica, social, III. É assegurada a soberania dos veredictos.
étnica, dentre outras, desde que haja razoabilidade na IV. Compete ao júri o julgamento dos crimes dolosos
medida. contra a vida.
IV. O sistema de cotas previsto em seleções públicas é um Estão CORRETAS:
exemplo da aplicação do princípio da igualdade a) I e II, apenas.
formal. b) I, II e IV, apenas.
Estão CORRETAS: c) I, III e IV, apenas.
a) I e II, apenas. d) II, III e IV, apenas.
b) I e III, apenas. e) I, II, III e IV.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas. 5. (IAUPE - GM (DESTRA)/DESTRA Caruaru/
e) I, II, III e IV. 2018) Observe os itens a seguir:
I. Inafiançável, insuscetível de graça ou anistia
2. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Acerca do II. Inafiançável e imprescritível
direito à inviolabilidade domiciliar, analise as Estão CORRETAS:
proposições a seguir: a) I - tortura; II - racismo; II – ação de grupos armados,
I. Mesmo que exista uma determinação judicial válida civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático; I – terrorismo.
para diligenciar dentro de determinado domicílio, ela
b) I - racismo; II - tortura; II - terrorismo; I - ação de
não poderá ser realizada durante a noite, mesmo com grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
o consentimento do morador. constitucional e o Estado Democrático.
II. Em situação de flagrante delito, é possível ingressar c) I - terrorismo; II - tráfico ilícito de entorpecentes e
numa residência durante a madrugada, dispensando-se drogas afins; II - tortura; I - hediondos.
o consentimento do morador. d) I - ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
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ordem constitucional e o Estado Democrático; II -
racismo; II - terrorismo; I - hediondos.
e) I - hediondos; II - ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático; II - tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins; I - terrorismo.
6. (IAUPE - GM (DESTRA)/DESTRA Caruaru/
2018) Sobre os direitos e deveres individuais e
coletivos da Constituição Federal de 1988 –
CF/88, analise as proposições a seguir:
I. É assegurada a plenitude de defesa.
II. É assegurada a publicidade das votações.
III. É assegurada a soberania dos veredictos.
IV. Compete ao júri o julgamento dos crimes dolosos
contra a vida.
Estão CORRETAS:
a) I, II, III e IV.
b) II, III e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I e III, apenas.
7. (DEIP PMPI - Cab (PM PI)/PM PI/2021)
Aponte a alternativa correta conforme a disciplina
do Art. 5º da Constituição Federal no que
concerne aos direitos e garantias fundamentais.
a) É assegurado a todos o acesso à informação, sendo
imprescindível a garantia da publicidade da fonte.
b) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência.
c) É inteiro o livre-arbítrio de associação para fins lícitos,
até mesmo a de caráter paramilitar.
d) A correção de dados pessoais ante aos órgãos
públicos, quando não se escolha fazer por processo
sigiloso, judicial ou administrativo poderá ser feita
através de mandado de segurança.
e) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às Leis Ordinárias.
8. (DEIP PMPI - Cab (PM PI)/PM PI/2021) A
despeito dos direitos e deveres individuais e
coletivos dispostos na Constituição da República
Federativa do Brasil, marque a alternativa correta.
a) A inviolabilidade de domicílio garante que a casa não
pode ser adentrada pelo agente, sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro ou, de dia ou à noite,
com ordem judicial.
b) É assegurado o direito de reunião, desde que pacífica,
sem armas, em locais abertos ao público, desde que
devidamente autorizado pela autoridade competente, e
que não frustrem outra reunião convocada para o
mesmo local.
c) A prática do racismo constitui crime inafiançável,
imprescritível e insuscetível de graça ou anistia, sujeito
à pena de detenção, nos termos da lei.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
d) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei.
e) É garantido o sigilo das comunicações telefônicas e
das comunicações telegráficas, de dados e da
correspondência, salvo, no último caso, por ordem
judicial, para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal.
9. (DEIP PMPI - Cab (PM PI)/PM PI/2021) Ante
ao disposto no artigo 5º, XLVII da Constituição
Federal de 1988, reconhece como possível a pena
de:
a) Interdição de direitos de caráter perpétuo.
b) Prestação social alternativa com o trabalho forçado.
c) Morte em caso de guerra declarada.
d) Banimento de caráter perpétuo
e) Privação da liberdade, sem assegurar ao preso o
respeito à sua integridade física e moral.
10. (DEIP PMPI - Cab (PM PI)/PM PI/2021)
Consoante o texto do 5º, §3º incluído pela
Emenda Constitucional n° 45/2004, dispõe que os
tratados internacionais sobre direitos humanos
são equivalentes às emendas constitucionais
quando:
a) Aprovados, em cada Casa da Assembleia Nacional
Constituinte, em dois turnos, por dois terços dos
votos dos respectivos membros.
b) Aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em
turno único, por três quintos dos votos dos
respectivos membros.
c) Aprovados, na Câmara dos Deputados, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros.
d) Aprovados, no Senado Federal, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros.
e) Aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros.
11. (DEIP PMPI - Cab (PM PI)/PM PI/2021) Com
base no texto do Art. 5º da Constituição Federal
de 1998, assinale a alternativa correta:
a) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, amparado por habeas corpus ou
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público;
b) Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a
falta de norma regulamentadora torne viável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;
c) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
civil pública que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência;
d) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por partido político com representação no Congresso
23

Nacional;
e) Conceder-se-á habeas data para assegurar o
conhecimento de informações não relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
12. (CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM TO)/PM
TO/QPPM/2021) Suponha que policiais militares
do estado de Tocantins, de um mesmo batalhão,
tenham criado determinada associação civil.
Nessa situação, se a finalidade for objeto de
questionamento, a associação poderá:
a) Ter suas atividades suspensas, por ato do governador
do estado.
b) Ser compulsoriamente dissolvida, por ato do
comandante-geral da Polícia Militar.
c) Ter suas atividades suspensas, se houver trânsito em
julgado de decisão judicial.
d) Ser compulsoriamente dissolvida, somente por decisão
judicial.
e) Ter suas atividades suspensas, por ato do comandante
do batalhão.
13. (DIRENS Aeronáutica - EAGS (EEAR)/EEAR/
Administração/2021) Assinale a alternativa que
indica uma espécie de pena prevista em lei e
adotada no Brasil.
a) Banimento
b) Caráter perpétuo
c) Trabalhos forçados
d) Suspensão ou interdição de direitos
14. (VUNESP - Sold (PM SP)/PM SP/2ª Classe/
2021) É de fundamental importância o
conhecimento por parte dos agentes do Estado
dos direitos e garantias fundamentais previstos na
Constituição Federal. Neste contexto, é correto
afirmar, sobre esse tema, com base na
Constituição Federal de 1988, que:
a) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de ordem expressa de
autoridade pública competente.
b) É plena a liberdade de associação, não podendo o
Estado negar o registro de associações civis em
decorrência do seu objeto social.
c) Não é permitido a ninguém ingressar na casa alheia
sem o consentimento do morador, exceto se em
decorrência de determinação judicial ou nos casos de
flagrante delito, desastre ou para prestar socorro.
d) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, desde que obtenham
previamente autorização da autoridade competente.
e) É inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telefônicas, salvo por ordem da
autoridade policial, para fins de investigação criminal.
15. (UFMT - Sg (PM MT)/PM MT/Policial
Militar/2021) Em relação aos direitos e garantias
fundamentais consagrados na Constituição
Federal de 1988, é correto afirmar:
a) As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais sempre dependem de regulamentação
legal para sua aplicação.
b) O artigo 5º estabelece um rol exaustivo de direitos e
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DIREITO CONSTITUCIONAL
garantias de cunho individual e coletivo
constitucionalmente protegidos.
c) Os direitos e garantias expressos na Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados.
d) Os tratados e convenções internacionais de direitos
humanos aprovados, em sessão única, por três quintos
dos votos dos membros do Congresso Nacional, são
equivalentes às emendas constitucionais.
e) São designados como fundamentais no texto
constitucional apenas os direitos e garantias individuais
e coletivos positivados no artigo 5º.
16. (CRS (PM MG) - Sold (PM MG)/PM MG/2021)
Segundo o art. 5º, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa
INCORRETA:
a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial.
b) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
serão comunicados imediatamente ao juiz competente
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
c) No caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, sendo
irrelevante a ocorrência de dano.
d) A prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
da lei.
17. (CRS (PM MG) - Sold (PM MG)/PM MG/2021)
Segundo o art. 5º, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa
INCORRETA:
a) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime político ou de opinião,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei.
b) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis
de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem.
c) O preso será informado de seus direitos, entre os quais
o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado. Tendo direito
também à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial.
d) Conceder-se-á habeas-corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder.
18. (VUNESP - Cabo (PM SP)/PM SP/ Graduação/
2020) Assinale a alternativa correta, de acordo
com os dispositivos expressamente previstos na
Constituição Federal.
a) A lei considerará crimes inafiançáveis e imprescritíveis
a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
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 DIREITO CONSTITUCIONAL

drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos.
b) A lei não poderá prever que o civilmente identificado
seja submetido a identificação criminal.
c) O preso tem direito à identificação dos responsáveis
por sua prisão ou por seu interrogatório policial, salvo
nos casos de alta periculosidade.
d) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
sem fiança.
hipótese, sendo permitida a publicação de biografias,
mesmo que não autorizadas.
d) O direito à privacidade deve invariavelmente
prevalecer, não sendo permitida, em nosso
ordenamento jurídico, a publicação de biografias não
autorizadas.
e) É possível a publicação de biografias sem autorização
prévia, sendo certo que eventuais abusos por parte dos
biógrafos são passíveis de indenização.

19. (DIRENS Aeronáutica - EAGS (EEAR)/EEAR/

Administração/2020) Em relação aos Direitos e
Garantias Fundamentais, avalie as afirmações
abaixo e marque V para verdadeiro ou F para
falso. Em seguida, assinale a alternativa com a
sequência correta.
( ) Será concedida a extradição de estrangeiro por crime
político ou de opinião.
( ) É livre a manifestação de pensamento, sendo
autorizado o anonimato.
( ) A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada.
( ) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei.
a) F – F – V – V
b) F – F – F – V
c) V – V – F – F
d) V – V – V – F

20. (VUNESP - Sold (PM SP)/PM SP/2ª

Classe/2019) É direito fundamental do cidadão
brasileiro e dos estrangeiros residentes no Brasil:
a) O acesso à informação e assegurada a
transparência quanto à fonte, quando necessário ao
desagravo do ofendido.
b) A expressão da atividade intelectual, artística, científica
e de comunicação, mediante obtenção de licença
específica.
c) Nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva.
d) A livre manifestação do pensamento, sendo
assegurado o anonimato.
e) Reunir-se pacificamente, com armas, em locais abertos
ao público, independentemente de autorização.

21. (INCAB (ex-FUNCAB) - Sold (PM SC)/PM

SC/2019) Caio, escritor, resolveu produzir
biografia de Tício, ator famoso. Para tanto, não
solicitou autorização prévia do referido ator.
Analisando as informações acima e com base no
entendimento do STF, está correto o que se
afirma em:
a) A publicação de biografias não autorizadas só é
possível, caso o biografado ou seus familiares (em caso
de pessoa falecida) não manifestar
concordância/discordância no prazo de 15 (quinze)
dias úteis.
b) É possível a publicação de biografias não autorizadas, Gabarito
em respeito à liberdade de expressão, não sendo 1. B 2. E 3. B 4. C 5. A
permitida, contudo, indenização por danos morais ou 6. A 7. B 8. D 9. C 10. E
materiais por eventuais abusos. 11. D 12. D 13. D 14. C 15. C
c) A liberdade de expressão intelectual, artística, científica
e de comunicação é um direito fundamental absoluto, 16. C 17. A 18. D 19. A 20. C
sendo certo que a censura é proibida em qualquer 21. E
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Parte integrante da apostila do NUCE. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra.

2. DIREITOS SOCIAIS
Finalidade dos direitos sociais – os direitos sociais
visam à melhoria das condições de vida dos
hipossuficientes, visando à caracterização da
igualdade social.
Direitos sociais do art. 6º da CF - são direitos
sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a alimentação, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição. (Com redação dada pela EC
90/2015)
A quem se aplicam os direitos sociais do art. 7º -
Apesar de a CF/88 dispor de forma expressa, em seu
art. 7º, que os direitos sociais se aplicam aos
trabalhadores rurais e urbanos, o entendimento é o de
que esses direitos se aplicam aos empregados
urbanos e rurais, entendidos como tais aqueles
trabalhadores que possuem vínculo de subor-
dinação com o seu patrão, bem como exercem a
atividade com pessoalidade, periodicidade e
remuneração. Além disso, a CF/88 estende esses
direitos sociais também aos trabalhadores avulsos
(art. 7º, XXXIV). Já aos domésticos foram assegu-
rados apenas alguns desses direitos (art. 7º, parágrafo
único). Os servidores públicos estão sujeitos a
regime jurídico próprio, estatutário, no qual não há um
contrato de trabalho. Entretanto, a eles também se
aplicam alguns dos direitos do art. 7º (art. 39, § 3º).
Enumeração constitucional dos direitos sociais
individuais dos trabalhadores
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
I - relação de emprego protegida contra despe-
dida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de
lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;
Quando demitidos arbitrariamente ou sem justa causa,
os empregados fazem jus a uma indenização
compensatória que deve estar prevista em lei
complementar.
Esse direito se aplica aos empregados domésticos,
porém, nos termos da lei.
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
involuntário;
O seguro-desemprego também foi garantido aos
empregados domésticos, nos termos da lei.
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
O FGTS pode ser sacado pelo empregado, dentre
outras situações, em caso de demissão involuntária.
O Fundo de Garantia do tempo de Serviço (FGTS)
também foi garantido aos empregados domésticos,
26
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DIREITO CONSTITUCIONAL
nos termos da lei.
IV – salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente
unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
O salário-mínimo deve ser nacionalmente unificado
e tem que ser fixado por lei. Ademais é vedada a sua
vinculação para qualquer fim.
Súmula Vinculante 04 - Salvo nos casos previstos
na Constituição, o salário-mínimo não pode ser
usado como indexador de base de cálculo de
vantagem de servidor público ou de empregado,
nem ser substituído por decisão judicial.
O salário-mínimo também foi garantido aos
empregados domésticos, não sendo necessária
edição de lei específica.
V - piso salarial proporcional à extensão e à
complexidade do trabalho;
A depender da complexidade do trabalho ou sua
extensão, é possível estabelecer um salário-mínimo por
categoria, denominado piso salarial.
Este direito não se aplica aos empregados
domésticos.
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto
em convenção ou acordo coletivo;
Convenção coletiva de trabalho é um acordo
celebrado entre o sindicato profissional e o econô-
mico, enquanto que o acordo coletivo de trabalho é
celebrado entre o sindicato profissional e uma ou
várias empresas.
Este direito se aplica aos empregados domésticos,
não sendo necessária edição de lei específica.
VII - garantia de salário, nunca inferior ao
mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
Pessoas que recebem remuneração variável (comissão
ou produção, por exemplo) têm assegurado o
recebimento de ao menos um salário-mínimo mensal,
independentemente da venda ou produção.
Apesar de, em tese, os empregados domésticos não
receberem remuneração variável, este direito,
conforme disposto no parágrafo único do art. 7º da
CF/88, foi estendido a essa categoria profissional,
independentemente de lei específica.
VIII - décimo terceiro salário com base na
remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
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 DIREITO CONSTITUCIONAL

Este direito se aplica aos empregados domésticos, revezamento fazem jus a uma redução na jornada
não sendo necessária edição de lei específica. ordinária de trabalho de 8h para 6h diárias, salvo
disposto em negociação coletiva.
IX – remuneração do trabalho noturno superior à
do diurno; Este direito não se aplica aos empregados
domésticos, pela própria natureza da função.
O trabalho noturno, ante ao desgaste gerado por ele,
deve ter remuneração superior ao diurno, devendo tais XV - repouso semanal remunerado, preferencial-
percentuais de adicional noturno ser fixados por lei. mente aos domingos;

Este direito também foi garantido aos empregados O STF entende que para garantir o “preferen-
domésticos, nos termos da lei específica. cialmente” previsto na CF/88 deve-se garantir ao
menos um domingo por mês.
X - proteção do salário na forma da lei, cons-
tituindo crime sua retenção dolosa; Este direito se aplica aos empregados domésticos,
não sendo necessária edição de lei específica.
Este direito se aplica aos empregados domésticos,
não sendo necessária edição de lei específica. XVI - remuneração do serviço extraordinário
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
XI – participação nos lucros, ou resultados, normal;
desvinculada da remuneração e, excepcional-
mente, participação na gestão da empresa, O adicional de hora extra deve ser de no mínimo 50%
conforme definido em lei; do normal. Isso significa que nada impede que este
adicional seja superior ao percentual mínimo previsto
A participação nos lucros deve ser desvinculada da na CF/88.
remuneração. A participação na gestão da
empresa é o único dos direitos sociais do Este direito se aplica aos empregados domésticos,
art. 7º que a CF/88 determina ser excepcional. não sendo necessária edição de lei específica.
Ambos dependem da edição de uma lei que os
regulamente. XVII - gozo de férias anuais remuneradas com,
pelo menos, um terço a mais do que o salário
Pela própria natureza da função, este direito não se normal;
aplica aos empregados domésticos.
O abono de férias deve ser de, no mínimo, um terço
XII - salário-família pago em razão do a mais que o salário. Por isso, nada impede que esse
dependente do trabalhador de baixa renda nos abono ultrapasse o valor de 1/3 sobre o salário.
termos da lei;
Este direito se aplica aos empregados domésticos,
Cabe à lei definir quem são os trabalhadores de baixa não sendo necessária edição de lei específica.
renda, bem como quem são considerados de baixa
renda. XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do
emprego e do salário, com a duração de cento e
Este direito também foi garantido aos empregados vinte dias;
domésticos, nos termos da lei específica.
Este direito se aplica às empregadas domésticas,
XIII - duração do trabalho normal não superior a não sendo necessária edição de lei específica.
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução XIX – licença paternidade, nos termos fixados em
da jornada, mediante acordo ou convenção lei;
coletiva de trabalho; De acordo com o art. 10, § 1º da ADCT (Atos das
Disposições Constitucionais Transitórias), a licença
O trabalho realizado acima da jornada normal de 8h paternidade atualmente é de 05 dias.
diárias e 44h semanais dá ensejo ao pagamento de Este direito se aplica aos empregados domésticos,
adicional de hora extraordinária. não sendo necessária edição de lei específica.
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
Este direito passou a ser aplicado aos empregados mediante incentivos específicos, nos termos da
domésticos com aplicação imediata, não sendo lei;
necessária edição de lei específica, desde a EC nº
72/2013. A proteção do mercado de trabalho da mulher
depende da criação de incentivos por meio de lei, não
XIV - jornada de seis horas para o trabalho sendo estes incentivos regulamentados pelo texto
realizado em turnos ininterruptos de reveza- constitucional.
mento, salvo negociação coletiva; Este direito não se aplica aos empregados
domésticos.
Pessoas que trabalham em turno ininterrupto de
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XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de
serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
A proporcionalidade do aviso prévio encontra-se
previsto na lei nº 12.506/2011 que será de, no
mínimo, 30 dias acrescidos de 03 dias por cada ano de
serviço prestado na mesma empresa limitado a 60 dias
que somados aos 30 dias mínimos obrigatórios pode
chegar, no máximo, a 90 dias de aviso prévio.
Este direito se aplica aos empregados domésticos,
não sendo necessária edição de lei específica.
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho,
por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
Este direito se aplica aos empregados domésticos,
não sendo necessária edição de lei específica.
XXIII - adicional de remuneração para as ativi-
dades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
da lei;
Os empregados que exercem atividades perigosas,
insalubres ou penosas deverão receber o respectivo
adicional.
Entretanto, pela própria natureza da função, este
direito não se aplica aos empregados domésticos.
XXIV - aposentadoria;
Este direito se aplica aos empregados domésticos,
não sendo necessária edição de lei específica.
XXV - assistência gratuita aos filhos e depen-
dentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas;
Este direito também foi garantido aos empregados
domésticos, nos termos da lei específica.
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
coletivos de trabalho;
Vide conceito de acordo e convenção coletiva de
trabalho no inciso VI.
Este direito se aplica aos empregados domésticos,
não sendo necessária edição de lei específica.
XXVII - proteção em face da automação, na
forma da lei;
Automação é a substituição do trabalho humano pelo
trabalho das máquinas, como as cancelas automáticas
de shoppings, caixas eletrônicos para pagamento de
estacionamento ou ingressos de cinema etc.
Pela própria natureza da função, esse direito não se
aplica aos empregados domésticos.
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a
cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo
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DIREITO CONSTITUCIONAL
ou culpa;
Este direito, com a EC 72/2013, também foi garantido
aos empregados domésticos, nos termos da lei
específica.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;
Durante o vínculo empregatício, se o empregado
ajuizar uma reclamação trabalhista contra seu
empregador, poderá requerer os créditos trabalhistas
relativos aos últimos cinco anos do contrato de
trabalho. Quando é extinto o contrato de trabalho, ele
também poderá pleitear na Justiça do Trabalho o
direito dos últimos cinco anos, mas só poderá
ingressar com a reclamação trabalhista até dois anos
após a extinção do contrato de trabalho. A partir da
cessação do contrato de trabalho, o prazo começa a
correr contra o empregado: cada dia que permanece
inerte, ele perde um dia do direito (se ele ingressar
com a ação no último dia dos dois anos, só poderá
pleitear direitos relativos aos últimos três anos do
contrato de trabalho).
Esse direito não se aplica aos empregados
domésticos. Porém, ante a ausência de um prazo
prescricional específico para os domésticos, a
jurisprudência tem aplicado a essa categoria, por
analogia, o mesmo prazo prescricional previsto no
inciso XXIX do art. 7º. Porém, nada impede que,
por meio de uma lei específica, seja criado um
prazo prescricional distinto para os empregados
domésticos.
XXX - proibição de diferença de salários, de
exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Este direito se aplica aos empregados domésticos,
não sendo necessária edição de lei específica.
XXXI - proibição de qualquer discriminação no
tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
Este direito se aplica aos empregados domésticos,
não sendo necessária edição de lei específica.
XXXII - proibição de distinção entre trabalho
manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
Pela própria natureza da função, este direito não se
aplica aos empregados domésticos.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso
ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
O trabalho no Brasil é permitido a partir dos 14 anos
de idade, porém, apenas na condição de aprendiz. Não
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 DIREITO CONSTITUCIONAL

é possível ao menor de 18 anos exercer qualquer Obs.: a vedação de mais de um sindicato por base
atividade noturna, perigosa ou insalubre, sendo isso territorial se dará em qualquer grau,
possível apenas a partir dos 18 anos. representativa da mesma categoria profissional
(trabalhadores) ou econômica (empregadores).
Apesar de a CF/88 dispor que este inciso XXXIII Em caso de conflito, resolve-se pela aplicação do
se aplica aos empregados domésticos, a LC princípio da anterioridade, isto é, a representação
150/2015 veda aos menores de 18 anos trabalhar da categoria caberá à entidade que primeiro
na condição de empregado doméstico. Trata-se realizou o seu registro no órgão competente.
de uma verdadeira restrição legal ao disposto na
CF/88. Contribuição confederativa – contribuição
arrecadada para o custeio do sistema confederativo, é
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador fixada em assembleia geral pelos próprios filiados
com vínculo empregatício permanente e o ao sindicato, visto que não tem a natureza de
trabalhador avulso. tributo, e é devida apenas pelos filiados ao sindicato
(art. 8º, IV, da CF/88).
Pela própria natureza da função, este direito não se
aplica aos empregados domésticos. Contribuição sindical – a contribuição sindical
possui natureza tributária e, portanto, é instituído
Trabalhadores domésticos – são assegurados à por lei, pode ser descontada de trabalhadores
categoria dos trabalhadores domésticos os direitos filiados ou não à entidade sindical (art. 149 da
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, CF/88). Entretanto, após a reforma trabalhista
XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, realizada em 2017 ela passou a ser facultativa e
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições não mais obrigatória.
estabelecidas em lei e observada a simplificação do
cumprimento das obrigações tributárias, principais e Liberdade de filiação ao sindicato – ninguém pode
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas ser obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado ao
peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, sindicato. Entretanto, como disposto acima, indepen-
XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à dentemente de filiação ao sindicato, é obrigatório o
previdência social. (art. 7º, parágrafo único, com pagamento da contribuição sindical, tendo em vista a
redação dada pela EC 72/2013) sua natureza tributária.

Direitos sociais dos servidores públicos - Aplica-se Súmula 677 do STF - Até que a lei venha a dispor
aos servidores ocupantes de cargo público o disposto a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho
no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, proceder ao registro das entidades sindicais e
XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei zelar pela observância do princípio da unicidade.
estabelecer requisitos diferenciados de admissão
quando a natureza do cargo o exigir (art. 39, § 3º, da Participação dos sindicatos dos trabalhadores nas
CF/88). negociações coletivas de trabalho - é obrigatória a
participação dos sindicatos nas negociações coletivas
DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DO de trabalho, não podendo a mesma ser realizada sem a
TRABALHO presença do sindicato dos trabalhadores.
Conceito de direitos coletivos do trabalho – os Direito de o aposentado filiado votar e ser votado
direitos coletivos são aqueles que são exercidos - o aposentado filiado tem direito a votar e ser
coletivamente pelos trabalhadores ou no interesse votado nas organizações sindicais.
de uma coletividade como o direito à greve e
associação sindical. “Estabilidade” do dirigente sindical - é vedada a
dispensa do empregado sindicalizado a partir do
Criação de sindicatos – é livre a criação de registro da candidatura a cargo de direção ou
sindicatos, mas eles deverão ser registrados nos representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
órgãos competentes. até um ano após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei. É importante
Impossibilidade de intervenção estatal no ressaltar que o direito à estabilidade sindical é
funcionamento do sindicato – dispõe o art. 8º, I, garantido também ao suplente.
que a lei não poderá exigir autorização do Estado para Direito à greve dos trabalhadores privados - as
a fundação de sindicato, sendo vedadas ao Poder disposições deste artigo aplicam-se à organização de
Público a interferência e a intervenção na organização sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas
sindical. as condições que a lei estabelecer. O direito a greve
Sindicato por base territorial - é vedada a criação dos trabalhadores é norma autoaplicável já
de mais de uma organização sindical, em qualquer devidamente regulamentada por lei (CF, art. 9º).
grau, representativa de categoria profissional ou
econômica, na mesma base territorial, que será Decisão sobre o exercício do direito à greve - é
definida pelos trabalhadores ou empregadores assegurado o direito de greve, competindo aos
interessados, não podendo ser inferior à área de um trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
Município (art. 8º, II).
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Parte integrante da apostila do NUCE. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra.

exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender (art. 9º).
O direito à greve não é absoluto – o direito à greve
não é absoluto. Assim, as necessidades inadiáveis da
comunidade deverão ser atendidas e aqueles
que abusarem desse direito durante o movimento
paredista sujeitar-se-ão às penas da lei.
Serviços essenciais – mesmo no setor privado, os
serviços essenciais não podem paralisar
completamente, devendo a lei dispor sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade.
Representante dos empregados nas empresas
com mais de 200 funcionários - nas empresas de
mais de duzentos empregados, é assegurada
a eleição de um representante destes com a fina-
lidade exclusiva de promover-lhes o entendimento
direto com os empregadores.
Súmula Vinculante 23 - A Justiça do Trabalho é
competente para processar e julgar ação
possessória ajuizada em decorrência do exercício
do direito de greve pelos trabalhadores da
iniciativa privada.
Reserva do possível – é um princípio implícito que
dita que, ao mesmo tempo em que os direitos sociais
devem ser implementados, eles encontram
determinadas barreiras financeiras do Estado, de
forma que este apenas pode amparar o não
cumprimento ou o cumprimento parcial de
determinados programas sociais, caso demonstre a
impossibilidade financeira ou econômica de
concretizá-lo.
Princípio da garantia do mínimo existencial – esse
princípio constitui uma verdadeira barreira à reserva
do possível, tendo em vista que o Estado não pode
negar, nem mesmo alegando a reserva do
possível, o direito a prestações sociais mínimas,
capazes de assegurar às pessoas condições dignas
de existência.
EXERCÍCIOS
1. (IAUPE - Adv (UPE)/UPE/2019) São direitos
sociais dos trabalhadores urbanos e rurais,
EXCETO:
a) Salário mínimo regionalizado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família, como
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhes preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer
fim.
b) Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade
do trabalho.
c) Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo.
d) Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os
que percebem remuneração variável.
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Parte integrante da apostila do NUCE. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra.
DIREITO CONSTITUCIONAL
e) Remuneração do trabalho noturno superior à do
diurno.
2. (IAUPE - Peda (Paulista PE)/Pref Paulista
PE/2018) Conforme a Constituição Federal de
1988, no Capítulo II, dos direitos sociais, em seu
Art. 6º, que trata dos direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, visando à melhoria de sua
condição social, dentre eles é assegurado:
I. Relação de emprego protegida contra despedida
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos.
II. Seguro-desemprego em caso de desemprego
involuntário.
III. Fundo de garantia do tempo de serviço.
IV. Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os
que percebem remuneração variável.
V. Décimo terceiro salário com base na remuneração
integral ou no valor da aposentadoria.
Estão CORRETOS os itens:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
3. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Sobre os
Direitos Sociais, são assegurados à categoria dos
trabalhadores domésticos os seguintes direitos,
EXCETO:
a) Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo.
b) Duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e quatro semanais.
c) Licença paternidade.
d) Adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas.
e) Redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de
normas de saúde, higiene e segurança.
4. (IAUPE - ASG (Pref Caetés)/Pref Caetés/2018)
Para que a pessoa humana possa ter dignidade,
serão necessários que lhe sejam assegurados os
seus direitos sociais. Assinale a alternativa que
apresenta CORRETAMENTE cinco dos direitos
do cidadão, previstos no artigo 6º da Constituição
Federal.
a) Educação, saúde, trabalho, lazer e segurança.
b) Saúde, trabalho, lazer, renda mínima e previdência
humana.
c) Educação, lazer, paternidade, cesta básica e assistência
ao jovem.
d) Lazer, trabalho, previdência, amparo ao idoso e
assistência aos indígenas.
e) Trabalho, educação, renda mínima, lazer e
solidariedade.
5. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Sobre a
associação profissional ou sindical prevista no
capítulo dos Direitos Sociais da Constituição
Federal de 1988, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) É prevista a exigência de registro em órgão
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competente. até um ano após o final do mandato, mesmo se

b) O Poder Público não poderá interferir nem intervir na
organização sindical.
c) A base territorial de uma organização sindical não
pode ser inferior à área de um Município.
d) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas.
e) Exige-se a autorização do Estado para a fundação de
sindicato.
6. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Ainda
sobre a associação profissional ou sindical
prevista no capítulo dos Direitos Sociais da
Constituição Federal de 1988 – CF/88, assinale a
alternativa INCORRETA.
a) A CF/88 discorre sobre duas formas com naturezas
distintas de contribuição dos trabalhadores, uma
fixada pela Assembléia Geral e a outra prevista em lei.
b) É obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho.
c) É obrigatória a filiação em sindicato.
d) O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado
nas organizações sindicais.
e) Dentre as garantias da estabilidade, o empregado
sindicalizado que registrar a sua candidatura a cargo de
direção ou representação sindical não poderá ser
dispensado, salvo se cometer falta grave.
7. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2016) Acerca
dos direitos sociais previstos na Constituição
Federal de 1988, analise as seguintes afirmativas:
I. O direito à irredutibilidade do salário do trabalhador
não é absoluto, podendo ocorrer a redução salarial,
desde que ela seja aprovada em convenção ou acordo
coletivo.
II. A assistência aos desamparados não integra os direitos
sociais previstos na CF/88.
III. É assegurado o direito a piso salarial proporcional à
extensão e complexidade do trabalho.
IV. É obrigatória a autorização estatal para a fundação de
sindicato.
Estão CORRETAS:
a) I, II e III.
b) II e IV.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) I e III.
8. (OBJETIVA CONCURSOS - GM (Cascavel)/Pref
Cascavel/2021) De acordo com a Constituição
Federal, é livre a associação profissional ou
sindical, observado o seguinte:
a) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, exceto em
questões judiciais ou administrativas.
b) Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
filiado a sindicato.
c) É facultativa a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho.
d) O aposentado filiado não tem direito a votar e ser
votado nas organizações sindicais.
e) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
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cometer falta grave nos termos da lei.
9. (FUNDATEC - Aux (COMUR) / COMUR /
Administrativo/2020) A Constituição Federativa
do Brasil ao tratar das garantias dos trabalhadores
das grandes empresas sediadas no país, assegura
a eleição de um representante, com a finalidade
exclusiva de promover-lhes o entendimento direto
com os empregadores. De acordo com a
mencionada Lei, essa prerrogativa se dá para as
empresas com mais de quantos empregados?
a) Cem.
b) Duzentos.
c) Trezentos.
d) Quatrocentos.
e) Quinhentos.
10. (FGV - TMD (DPE RJ)/DPE RJ/2019) Antônio,
pessoa hipossuficiente no plano econômico e
morador de uma área carente do Estado,
procurou a Defensoria Pública e solicitou que
fosse ajuizada uma ação judicial para obrigar o
Poder Público a lhe fornecer certo medicamento
indispensável à sua sobrevivência.
À luz da sistemática constitucional, a ação a ser
ajuizada buscará tutelar:
a) Um direito social;
b) Um direito coletivo;
c) Uma garantia coletiva;
d) Uma garantia individual;
e) Uma liberdade individual.
11. (IDECAN - Ass Adm (IF AM)/IF AM/2019) A
respeito dos direitos sociais e políticos, assinale a
afirmativa INCORRETA.
a) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, entre
outros, o fundo de garantia do tempo de serviço e o
seguro-desemprego, em caso de desemprego
involuntário.
b) Constitui crime a retenção dolosa ou culposa do
salário pelo empregador.
c) É direito do trabalhador a assistência gratuita aos
filhos e dependentes desde o nascimento até cinco
anos de idade em creches e pré-escolas.
d) São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
e) Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.
12. (FCC - Ag Adm (CM Fortal)/CM Fortaleza/2019)
A Constituição Federal assegura à categoria dos
trabalhadores domésticos, atendidas as condições
estabelecidas em lei, entre outros o direito a:
a) Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
b) Décimo terceiro salário com base na remuneração
integral ou no valor da aposentadoria.
c) Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a
menores de dezesseis anos.
d) Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
salário, com a duração de cento e vinte dias.
31
 DIREITO CONSTITUCIONAL

e) Jornada de seis horas para o trabalho realizado em 3. DA NACIONALIDADE

turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva. ● Conceito – é o vínculo jurídico-político de Direito
Público interno, que faz da pessoa um dos elementos
13. (FUNDATEC - Ass (IFFAR)/IFFAR/Aluno/ componentes da dimensão do Estado.
2019) O piso salarial previsto nos termos da
Constituição Federal do Brasil para os ● Quem são os nacionais – os nacionais são aqueles
trabalhadores rurais e urbanos deve ser que o Direito definir como tais. Os demais serão
proporcional à extensão e à: considerados estrangeiros.
a) Carga-horária.
b) Complexidade do trabalho. Obs.: O Estado é livre para dizer quem são os
c) Qualificação profissional. nacionais.
d) Disponibilidade financeira da entidade.
e) Pretensão salarial do cidadão. ESPÉCIES DE NACIONALIDADE
14. (FUNDEP - Sold (CBM MG)/CBM MG/QPBM ● Nacionalidade primária (ou de origem ou
(Praças)/2019) Considere que Michael tem 17 originária) – é a aquisição involuntária de
anos de idade e seu irmão Enzo, 13. Ambos nacionalidade, decorrente do simples nascimento
pretendem conseguir trabalho para ajudar nas ligado a um critério estabelecido pelo Estado.
despesas da família. Segundo o que prevê a
Constituição da República sobre o trabalho do ● Nacionalidade secundária (ou adquirida) – é a
menor, é correto afirmar: aquisição voluntária de nacionalidade, resultante da
a) Enzo já pode trabalhar, desde que na condição de manifestação de um ato de vontade. Adquire-se,
aprendiz, e Michael já pode exercer qualquer tipo de portanto, depois do nascimento (em regra, pela
trabalho. naturalização).
b) Michael pode trabalhar, mas não pode exercer
trabalho noturno, perigoso ou insalubre, e Enzo ainda RESUMO
não pode trabalhar.
c) Ambos já podem exercer qualquer tipo de trabalho, no
caso de Enzo, mediante autorização dos pais ou
responsável.
d) Em razão da idade, nenhum dos dois pode trabalhar
ainda.

15. (OBJETIVA CONCURSOS - ACS (Pref L

Salzano)/Pref L Salzano/2019) De acordo com a
Constituição Federal, são Direitos Sociais,
EXCETO:
a) Fundo de garantia por tempo de serviço.
b) Seguro-desemprego, em caso de desemprego
involuntário. 1. CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE
c) Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade NACIONALIDADE
do trabalho.
d) Remuneração do trabalho noturno superior ao ● São dois critérios para a atribuição da nacionalidade
trabalho diurno. primária:
e) Livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que ○ Ius sanguinis (jus sanguinis) – funda-se no vínculo
a Lei estabelecer. de sangue, segundo o qual será nacional todo aquele
que for descendente de nacionais,
independentemente do local do nascimento. Em
alguns países, a nacionalidade pode ser passada por
mais de uma geração (filhos, netos, bisnetos). No
Brasil, entretanto, nas hipóteses em que a Constituição
admite o critério do sangue, a transferência está
limitada apenas aos filhos.

○ ius soli (jus soli) – atribui à nacionalidade a quem

nasce no território do Estado que o adota,
independentemente da nacionalidade dos ascendentes.

Gabarito Obs.: A Constituição Federal de 1988 adotou

1. A 2. E 3. D 4. A 5. E como regra o critério do ius soli, admitindo-se,
6. C 7. E 8. B 9. B 10. A porém, ligeiras atenuações pelo critério do ius
11. B 12. A 13. B 14. B 15. E sanguinis. Portanto, no Brasil, não só o critério do

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 DIREITO CONSTITUCIONAL

ius soli determina a nacionalidade; existem residir na República Federativa do Brasil e optem,
situações de preponderância do ius sanguinis. em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira;
RESUMO (nacionalidade potestativa).
Obs.: Critério adotado - aqui se adotou o critério do
ius sanguinis, exigindo-se, no segundo caso, vínculo
com o território brasileiro e expressa manifestação
de vontade do interessado (opção pela nacionalidade
brasileira).
Situações – existem duas situações de nacionalidade
brasileira para os filhos de brasileiros que não estejam
a serviço do seu país:
1) registro em repartição brasileira. O mero registro,
por si só, já assegura a nacionalidade brasileira.
2. BRASILEIROS NATOS 2) OU vir o nascido no estrangeiro a residir no Brasil e
optar, expressamente, a qualquer tempo depois de
● São brasileiros natos: atingida a maioridade pela nacionalidade brasileira.

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, Nacionalidade potestativa – a segunda hipótese de

ainda que de pais estrangeiros, desde que estes nacionalidade originária, prevista na letra c, é
não estejam a serviço de seu país. denominada de nacionalidade potestativa, uma vez que
manifestada a opção, não se pode recusar o
Obs.: Critério adotado - o critério adotado aqui em reconhecimento da nacionalidade ao interessado.
regra é o ius soli, mas existe a atenuação deste critério
A opção pela nacionalidade brasileira, nesse caso, deve
no caso dos pais estrangeiros que estão a serviço de
ser feita por meio de um procedimento judicial de
seu país.
jurisdição voluntária (em que não há litígio), sendo a
opção homologada por sentença, a qual pode ter
Situações - existem, pois, duas situações:
efeito ex tunc (retroativo).
1) a do nascido no Brasil de pais estrangeiros, que não RESUMO DAS HIPÓTESES DE
estão a serviço do seu país (ou seja, estrangeiros que BRASILEIROS NATOS
estão a passeio, ou a serviço de empresa privada ou a
serviço de outro país que não seja o seu de origem). O
critério adotado aqui é o do ius soli, sendo o filho
brasileiro.

2) a do nascido no Brasil de ambos os pais estrangeiros

se pelo menos um dos pais estiver a serviço do seu
país de origem. Neste caso, não se adota o critério do
solo, não sendo o filho considerado brasileiro.

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou

mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil.

Obs.: Critério adotado - o critério adotado aqui

é o do ius sanguinis, vinculado, porém, ao fato
de o pai ou a mãe brasileira (ou ambos), natos ou
naturalizados, estarem a serviço da República
Federativa Brasil (critério funcional).

Requisitos – são dois os requisitos, portanto: (a) ser

filho de pai brasileiro ou mãe brasileira; (b) o pai ou a
mãe (ou ambos) deve estar a serviço da República
Federativa do Brasil, abrangendo qualquer serviço público
prestados pelos órgãos e entidades da Administração Direta ou
Indireta (incluindo empresas públicas e sociedades de economia
mista) da União, dos estados, do DF e dos municípios.

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de

mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a

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3. BRASILEIRO NATURALIZADO (AQUISIÇÃO
SECUNDÁRIA)
● Previsão da naturalização – a Constituição prevê a
aquisição da nacionalidade secundária por meio da
naturalização, sempre mediante a manifestação da
vontade do interessado.
● Ato de soberania estatal – a concessão da
nacionalidade secundária é ato de soberania estatal,
que se encontra dentro do poder discricionário do
Estado. Desta forma, o Estado não está obrigado a
concedê-la nem mesmo quando o interessado
comprovar que preencheu todos os requisitos e
condições para a sua concessão, exceto quanto à
naturalização extraordinária.
● Naturalização – são brasileiros naturalizados:
○ os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto
e idoneidade moral (naturalização ordinária).
Hipóteses de naturalização ordinária:
a. a naturalização de estrangeiros residentes no Brasil
mas que não são originários de países de língua
portuguesa. Neste caso, estes devem cumprir os
requisitos previstos na lei de naturalização
(capacidade civil de acordo com a lei brasileira, visto
permanente no Brasil, saber ler e escrever em
português, exercício de profissão etc.);
b. a naturalização de estrangeiros residentes no Brasil e
que são originários de países de língua portuguesa
(Portugal, Angola, Moçambique, Guiné Bissau,
Açores, Cabo Verde, Príncipe, Goa, Macau, Timor
Leste). Neste caso, é necessário apenas o
cumprimento de dois requisitos: I) residência no
Brasil por um ano ininterrupto; II) idoneidade
moral.
Obs.: Mesmo cumprindo todos estes requisitos,
na nacionalidade ordinária, o Chefe do Poder
Executivo pode negar a naturalização.
Hipótese de naturalização extraordinária:
○ os estrangeiros de qualquer nacionalidade
residentes na República Federativa do Brasil há mais
de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira
(naturalização extraordinária).
Obs.: Na naturalização extraordinária, o Chefe do
Poder Executivo não pode negar a naturalização,
ou seja, não possui ele, neste caso, poder
discricionário para conceder ou negar a
naturalização.
 Qualquer estrangeiro que
NATURALIZAÇÃO venha de país em que não
ORDINÁRIA se fala a língua
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DIREITO CONSTITUCIONAL
portuguesa -
 Cumprir os requisitos em
lei.
 Qualquer estrangeiro que
NATURALIZAÇÃO venha de país em que se
ORDINÁRIA fala a língua portuguesa -
 Um ano de residência
ininterrupta no Brasil e
idoneidade moral;
NATURALIZAÇÃO  Qualquer estrangeiro –
EXTRAORDINÁRIA  15 anos de residência
(não pode ser negada) ininterrupta no Brasil e
sem condenação criminal
Direito subjetivo para a aquisição da natura-
lização extraordinária – nessa hipótese de natu-
ralização, ao contrário da ordinária, não há discricio-
nariedade para o Chefe do Executivo, tendo o inte-
ressado direito subjetivo à nacionalidade brasileira,
desde que preenchidos os pressupostos. Cumpridos os
quinze anos de residência no Brasil, sem condenação
criminal e efetivado o requerimento, o Chefe do
Executivo não pode negar a naturalização.
4. PORTUGUESES RESIDENTES NO BRASIL
● Portugueses residentes no Brasil – aos portugueses
com residência permanente no país, se houver
reciprocidade em favor dos brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os
casos previstos nesta Constituição.
Pressupostos para a caracterização da qualidade
de português equiparado – são dois os pressupostos
para que os portugueses possam gozar dos direitos de
brasileiro naturalizado: (a) que tenham residência fixa
no Brasil; (b) que haja reciprocidade, ou seja, que o
ordenamento jurídico português outorgue ao brasileiro
com residência em Portugal o mesmo direito.
Obs.: Não se trata de concessão aos portugueses
da nacionalidade brasileira. Os portugueses
residentes no Brasil continuam portugueses e os
brasileiros residentes em Portugal continuam
sendo brasileiros. O que acontece é que, uns e
outros, recebem direitos que, no geral, somente
poderiam ser concedidos ao nacional de cada
país.
Obs.: os direitos concedidos aos portugueses são
os direitos dos brasileiros naturalizados e não os
dos brasileiros natos.
5. TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE
BRASILEIRO NATO E NATURALIZADO
● Igualdade entre brasileiros natos e naturalizados e
exceção - a Constituição brasileira não permite que a
lei crie distinções entre brasileiros natos e
naturalizados. As únicas diferenciações permitidas
são as que se encontram consagradas na própria
Constituição Federal.
● Distinções constitucionais entre brasileiros natos
e naturalizados – serão tratados distintamente os
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brasileiros natos dos naturalizados nas seguintes
hipóteses:
○ cargos - são privativos de brasileiro nato os cargos de
presidente e vice-presidente da República, de
presidente da Câmara dos Deputados, de presidente
do Senado Federal, de ministro do Supremo Tribunal
Federal, da carreira diplomática, de oficial das Forças
Armadas, de ministro de Estado da Defesa (art. 12, §
3º);~
○ função no Conselho da República – no Conselho
da República, órgão superior de consulta do presidente
da República, foram constitucionalmente reservadas
seis vagas a cidadãos brasileiros natos (art. 89, VII);
○ extradição - nenhum brasileiro nato poderá ser
extraditado. O brasileiro naturalizado, porém, poderá
ser extraditado em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei (art. 5º, LI);
○ direito de propriedade – o brasileiro naturalizado há
menos de dez anos não pode ser proprietário de
empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons
e imagens, tampouco ser sócio com mais de 30% do
capital total e do capital votante e participar de gestão
dessas empresas (CF, art. 222).
6. PERDA DA NACIONALIDADE
● Hipóteses de perda da nacionalidade: será
declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que
(art. 12, § 4º):
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença
judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira,
ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como
condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;
É importante observar que somente o brasileiro
naturalizado perde a nacionalidade brasileira por
meio de sentença judicial por atividade nociva ao
interesse nacional. Mas a aquisição voluntária de
outra nacionalidade acarreta a perda da nacionalidade
originária ou secundária do brasileiro. Já a
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DIREITO CONSTITUCIONAL
aquisição involuntária ou imposta de outra na-
cionalidade não gera a perda da nacionalidade bra-
sileira, sendo esta uma possibilidade de cumulação da
nacionalidade brasileira com outra (dupla nacio-
nalidade) ou outras nacionalidades (polipátrida).
Rol taxativo - A perda da nacionalidade só poderá
ocorrer nas hipóteses expressamente previstas na
Constituição Federal, não podendo o legislador ordi-
nário ampliar tais hipóteses sob pena de manifesta
inconstitucionalidade.
SÍMBOLOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL
Símbolos da República Federativa do Brasil - são
símbolos da República Federativa do Brasil a
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
Símbolos próprios dos entes federativos - os
estados, o Distrito Federal e os municípios poderão ter
símbolos próprios.
ARMAS SELO
HINO BANDEIRA
EXERCÍCIOS
1. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Acerca do
capítulo da Constituição Federal de 1988 – CF/88,
que trata da nacionalidade, analise as assertivas a
seguir:
I. Não será brasileira nata a pessoa que nasce em
território brasileiro, cujos pais estrangeiros estejam a
serviço do respectivo país.
II. É possível o registro de nascimento como brasileiro
nato, em repartição brasileira competente, de
indivíduo nascido em território estrangeiro, desde que
o pai ou a mãe sejam brasileiros.
III. Um português com residência permanente no País não
pode se tornar Ministro do Supremo Tribunal Federal.
IV. Apenas a CF/88 poderá estabelecer distinção entre
brasileiros natos e naturalizados.
Estão CORRETAS:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas.
35

c) I, III e IV, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I e II, apenas.
2. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Sobre a
nacionalidade e sua previsão na Constituição
Federal de 1988 – CF/88 acerca dos requisitos
para ser brasileiro naturalizado, analise as
proposições a seguir:
I. Para os originários de países de língua portuguesa,
exige-se residência por um ano ininterrupto no Brasil e
idoneidade moral.
II. Para os estrangeiros que não sejam originários de
países com língua portuguesa, que optarem pela
naturalização, exige-se residência no Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal.
III. A nacionalidade primária ou originária decorre de ato
de vontade do indivíduo estrangeiro que busca a
naturalização brasileira.
IV. A CF/88 não permite que uma pessoa tenha mais de
duas nacionalidades.
Está CORRETO o que se afirma, apenas, em:
a) II.
b) III.
c) IV.
d) I e II.
e) II e IV.
3. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Sobre a
nacionalidade, analise os itens a seguir:
I. Será declarada a perda da nacionalidade ao brasileiro
que tiver cancelada sua naturalização, por sentença
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional.
II. O brasileiro naturalizado perderá a nacionalidade
brasileira ao adquirir, pela lei estrangeira, uma outra
nacionalidade de natureza originária.
III. O brasileiro residente em estado estrangeiro que, por
imposição da norma estrangeira, adquire outra
naturalização, como condição para permanência em
seu território, não perderá a sua nacionalidade
brasileira.
IV. É possível que uma pessoa não tenha qualquer
nacionalidade, uma vez não se enquadrando em
nenhum critério estatal que lhe atribua nacionalidade.
Estão CORRETOS:
a) I e II, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
4. (IAUPE - Adv (UPE)/UPE/2019) São cargos
privativos de brasileiros natos, todos os citados
abaixo, EXCETO:
a) Presidente e Vice-Presidente da República.
b) Presidente da Câmara dos Deputados.
c) Presidente do Senado Federal.
d) Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
e) Oficial das Forças Armadas.
5. (IAUPE - Calc (PGE PE)/PGE PE/2009) Em
relação à Nacionalidade, assinale a alternativa
INCORRETA.
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Parte integrante da apostila do NUCE. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra.
DIREITO CONSTITUCIONAL
a) Há possibilidade de filho de estrangeiro ser brasileiro
nato.
b) Brasileiro naturalizado pode eleger-se Senador.
c) A opção voluntária por outra nacionalidade leva,
como regra, à perda da nacionalidade do brasileiro.
d) Estados, Distrito Federal, Municípios e Territórios
poderão ter símbolos próprios.
e) Uma criança nascida na Itália, filha de brasileira com
pai holandês, sendo a mãe chefe da missão oficial
Brasil-Itália, pode ser brasileira nata.
6. (IAUPE - GM (DESTRA)/DESTRA Caruaru/
2018) Sobre os direitos de nacionalidade previstos
na Constituição Federal de 1988 – CF/88, analise
os itens a seguir:
I. “Z”, grávida de sete meses, e o esposo “W” são
estrangeiros e vieram ao Brasil a turismo. Na viagem,
“Z” entrou em trabalho de parto, de forma que seu
filho “Y” nasceu em território brasileiro.
II. “K” é da equipe diplomática da Embaixada da
República Democrática do Congo, localizada em
Brasília, e seu filho “S” nasceu no Brasil.
III. “A”, brasileiro nato, segue em missão no estrangeiro a
serviço da República Federativa do Brasil, e o seu filho
nasceu no país de destino da missão.
IV. “M” é nascida na Síria, mas deu entrada no pedido de
nacionalidade brasileira. Ela reside no Brasil, há mais
de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal.
Poderão ser considerados brasileiros natos:
a) I e II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
7. (IAUPE - Soldado (PM PE)/2016) Sobre
Nacionalidade, analise as seguintes afirmativas:
I. O Brasil adota com primazia o jus solis, admitindo,
também, em certas circunstâncias, o jus sanguinis.
II. O sistema normativo brasileiro não admite a
pluralidade de nacionalidades, sem exceção.
III. São brasileiros natos os nascidos na República
Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país.
IV. Será declarada a perda da nacionalidade de brasileiro
em caso de cancelamento da sua naturalização por
sentença judicial, em virtude de atividade nociva a
interesse nacional.
Está(ão) CORRETA(S) somente:
a) II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II e IV.
8. (IAUPE - Soldado (PM PE)/2016) Considerando
os seguintes cargos públicos, em relação àqueles
que são de ocupação privativa de brasileiro nato,
coloque V para os Verdadeiros e F para os Falsos
( ) Procurador Geral da República
( ) Ministro do Supremo Tribunal Federal
( ) Oficial das Forças Armadas
( ) Presidente do Banco Central
( ) Ministro do Estado da Defesa
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 DIREITO CONSTITUCIONAL

( ) Vice-Presidente da República a não ser mediante ação rescisória, nunca mediante de

Assinale a alternativa que contém a sequência um novo processo de naturalização.
CORRETA. e) Será decidida a perda da nacionalidade do brasileiro
a) F-V-V-F-V-V que tiver cancelada sua naturalização, por sentença
b) V-F-F-V-V-F judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
c) V-V-F-F-V-F nacional.
d) F-V-F-V-F-V
e) F-F-V-V-F-V 12. (SELECON - CGM (Campo Grande)/Pref
Campo Grande/2021) Mireles Sarif, brasileira
9. (CRS (PM MG) - Sold (PM MG)/PM MG/2021) nata, viajou para determinado país onde obteve
Com base na Constituição da República autorização para residir e exercer atividade
Federativa do Brasil de 1988, NÃO é privativo de laborativa. Após alguns anos, resolve requerer a
brasileiro nato o cargo: nacionalidade local para exercer direitos políticos.
a) De Oficial das Forças Armadas. Apesar desse ato, manteve o passaporte brasileiro.
b) De Vice-Presidente da República. Nos termos da Constituição Federal, ocorrerá a
c) De Ministro de Estado da Defesa. perda da nacionalidade quando adquirir outra
d) De Ministro do Superior Tribunal Militar. nacionalidade, salvo de imposição de
naturalização, pela norma estrangeira, ao
10. (CRS (PM MG) - Sold (PM MG)/PM MG/2021) brasileiro residente em estado estrangeiro, como
Analise o breve relato abaixo, considerando condição para permanência em seu território ou
apenas as informações nele contidas, e assinale, para o exercício de direitos:
segundo a Constituição da República Federativa a) Pessoais
do Brasil de 1988, a alternativa CORRETA: b) Civis
“Anneliese nasceu no Brasil, filha de dois holandeses. c) Eleitorais
Passados pouco mais de cinco anos vivendo no país, d) Migratórios
mudou-se para a Holanda com a família, onde viveu
por mais de treze anos, e, posteriormente, já atingida a 13. (IAUPE - Adv (FUNASE)/FUNASE/2013) Sobre
maioridade, resolveu retornar ao Brasil. Depois de Nacionalidade, assinale a alternativa CORRETA.
mais dez anos vivendo em uma pequena cidade do sul a) São brasileiros naturalizados os nascidos no
do país, Anneliese se casou com um brasileiro, com estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
quem teve dois filhos. Contando, ao todo, mais de que qualquer deles esteja a serviço da República
quinze anos de residência no Brasil, e desejando ficar Federativa do Brasil.
no país de modo permanente, ela, então, decidiu b) São brasileiros naturalizados os nascidos no
requerer a nacionalidade brasileira.” estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
Diante disso, Anneliese: desde que sejam registrados em repartição brasileira
a) Será considerada brasileira naturalizada. competente ou venham a residir na República
b) Será considerada brasileira naturalizada, mas somente Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
se não tiver nenhuma condenação penal. depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
c) Não terá a nacionalidade brasileira, uma vez que os brasileira.
quinze anos de residência exigidos pelo texto c) Aos portugueses com residência permanente no País,
constitucional devem ser ininterruptos. serão atribuídos automaticamente os direitos inerentes
d) Será considerada brasileira nata. ao brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição.
d) Lei Complementar poderá estabelecer distinção entre
11. (IBFC - Sold (CBM BA)/CBM BA/2020) A brasileiros natos e naturalizados.
nacionalidade é reconhecida como um direito e) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
fundamental pela Constituição Brasileira. que adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos de
Contudo, estabelece situações em que será imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
possível a sua perda. Sobre essas situações de brasileiro residente em estado estrangeiro, como
perda e reaquisição da nacionalidade brasileira, condição para permanência em seu território ou para o
assinale a alternativa INCORRETA. exercício de direitos civis.
a) Uma das situações de perda da nacionalidade é a
aquisição de outra nacionalidade, salvo no caso de 14. (DIRENS Aeronáutica - EAGS (EEAR)/EEAR/
imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao Administração/2020B) Acerca da Constituição
brasileiro residente em Estado estrangeiro, como Federal de 1988 e das disposições nela inscritas
condição para permanência em seu território ou para o relativamente a direitos e garantias fundamentais
exercício de direitos civil e à administração pública, julgue o item a seguir.
b) O indivíduo que nasceu no território brasileiro, filho Dentre os critérios adotados pela Constituição
de italianos que estavam em férias no Brasil, será Federal, assinale a alternativa que apresenta a
brasileiro nato e poderá adquirir a nacionalidade hipótese de um brasileiro ser considerado nato.
italiana sem perder a brasileira. a) Os originários de países de língua portuguesa, que, na
c) Perderá a nacionalidade o brasileiro nato ou forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira.
naturalizado que, voluntariamente, adquirir outra b) Os nascidos na República Federativa do Brasil, de pais
nacionalidade. estrangeiros, mesmo que estes estejam a serviço de seu
d) Aquele que perder a nacionalidade por meio de país.
cancelamento da naturalização, não poderá readquiri-la
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 DIREITO CONSTITUCIONAL

c) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes 4. DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS

na República Federativa do Brasil há mais de quinze POLÍTICOS
anos ininterruptos.
d) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe 1. DIREITOS POLÍTICOS
brasileira, que venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, ● Conceito – os direitos políticos positivos consistem
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade no conjunto de normas que asseguram o direito
brasileira subjetivo de participação no processo político e nos
órgãos governamentais.

● Direitos políticos expressos - Portanto, são direitos

políticos expressamente previstos na Constituição
Federal (art. 14):
○ direito ao sufrágio;
○ direito ao voto nas eleições, plebiscitos e referendos;
○ direito à iniciativa popular de lei.

DIREITOS
POLÍTICOS

SUFRÁGIO VOTO NAS INICIATIVA

ELEIÇÕES, POPULAR DE
PLEBISCITOS E LEI
REFERENDOS

2. DIREITO AO SUFRÁGIO

● Conceito – o direito ao sufrágio é materializado pela

capacidade de votar e ser votado, representando,
pois, a essência dos direitos políticos;

● Aspectos do sufrágio – o direito ao sufrágio pode ser

visto sob dois aspectos:

○ capacidade eleitoral ativa – representa o direito de

votar, o direito de alistar-se como eleitor
(alistabilidade);

○ capacidade eleitoral passiva – consiste no direito de

ser votado, de eleger-se para um cargo político
(elegibilidade).

3. CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA

● Conceito – a capacidade eleitoral ativa representa o

direito de votar, nas eleições, plebiscitos e referendos;
é, portanto, o direito de alistar-se como eleitor
(alistabilidade);

● Aquisição – a aquisição da capacidade eleitoral ativa,

no Brasil, se dá com o alistamento realizado perante
os órgãos competentes da Justiça Eleitoral, a pedido
do interessado (não há inscrição de ofício).

● Cidadão – o alistamento eleitoral dá ao nacional a

qualidade de cidadão, tornando-o apto ao exercício
Gabarito
dos direitos políticos.
1. A 2. D 3. C 4. D 5. D
6. C 7. D 8. A 9. D 10. D ● Status de cidadão e direitos políticos – a obtenção
11. E 12. B 13. E 14. D do título de eleitor não permite ao eleitor todos os
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direitos políticos. O gozo integral de tais direitos
depende do preenchimento de outras condições que
só gradativamente se incorporam ao cidadão.
● Capacidade eleitoral ativa como pressuposto da
capacidade eleitoral passiva - todo elegível é
obrigatoriamente eleitor, mas nem todo eleitor é
elegível, ou seja, aquele que possui capacidade
eleitoral passiva (elegibilidade) necessariamente possui
capacidade eleitoral ativa (alistabilidade), mas a
recíproca não é verdadeira.
● Obrigatoriedade e facultatividade do alistamento
eleitoral e do voto – o alistamento eleitoral e o voto
são obrigatórios aos maiores de dezoito anos e
facultativos para os analfabetos, os maiores de setenta
anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito
anos.
● Impossibilidade de alistamento eleitoral – não é
permitido o alistamento de estrangeiro e, durante
o serviço militar, dos conscritos.
Obrigatoriedade  maiores de dezoito anos.
do alistamento
eleitoral e do voto
Alistamento  analfabetos
eleitoral  + de 70 anos;
facultativo  + de 16 – 18 anos;
Impossibilidade  estrangeiro
de alistamento  Conscritos, durante
eleitoral serviço militar obrigatório.
4. PLEBISCITO E REFERENDO
● Consulta popular (plebiscito e referendo) – uma
das formas de manifestação da soberania popular será
a realização de consulta à população por meio de
plebiscito ou referendo (art. 14), que deverão ser
convocados ou autorizados exclusivamente pelo
Congresso Nacional (art. 49, XV).
Obs.: o plebiscito e o referendo são realizados em
relação a matérias de natureza constitucional,
legislativa ou administrativa, quando for de
acentuada relevância.
● Plebiscito – é convocado com anterioridade a ato
legislativo ou administrativo, cabendo ao povo,
pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido
submetido.
● Referendo – é convocado com posterioridade a ato
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a
respectiva ratificação ou rejeição.
Obs.: quando a CF/88 fala em plebiscito, utiliza a
palavra “convocar”; quando fala em referendo,
utiliza a palavra “autorizar”.
5. CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA
● Conceito - consiste no direito de ser votado,
de eleger-se para um cargo político (elegibilidade);
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Obs.: Para que alguém seja elegível não basta
apenas ser alistável, mas, sim, deve cumprir uma
série de requisitos gerais.
● Requisitos – para que um indivíduo se torne elegível,
é necessário o cumprimento de determinados
requisitos gerais, denominados de condições de
elegibilidade, bem como a não incidência de
nenhuma das inelegibilidades, que constituem os
impedimentos da capacidade eleitoral.
● Condições de elegibilidade – são condições de
elegibilidade:
○ nacionalidade brasileira ou condição de equiparado
a português, sendo que para presidente da
República e vice-presidente da República exige-
se condição de brasileiro nato (art. 12, § 3º);
○ pleno exercício dos direitos políticos (excluem-se
daqui os que perderam ou têm suspensos os seus
direitos políticos);
○ alistamento eleitoral (comprovado pela apresentação
do título de eleitor, regularmente inscrito perante a
Justiça Eleitoral);
○ domicílio eleitoral na circunscrição (o candidato
deve ser domiciliado eleitoral – local onde vota – no
o local pelo qual se candidata, pelo período mínimo
exigido pela legislação eleitoral infraconstitucional);
○ idade mínima, que deverá ser verificada tendo por
referência a data da posse, sendo as seguintes:
 35 anos para os cargos de presidente da República
e vice-presidente da República e senador da
República;
 30 anos para os cargos de governador e vice-
governador de estado e do Distrito Federal;
 21 anos para os cargos de deputado federal,
deputado estadual ou distrital, prefeito, vice-
prefeito e juiz de paz;
 18 anos para vereador (no caso do vereador, o
candidato deve ter 18 anos até a data final para o
pedido de registro de candidaturas).
○ filiação partidária (não se admitindo a candidatura
autônoma ou avulsa, sem filiação a partido político,
exceto o registro da candidatura dos militares que é
feito sem filiação partidária, só ocorrendo a filiação
após o afastamento do militar da atividade).
Impugnação do mandato eletivo - O mandato
eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral
no prazo de quinze dias contados da diplomação,
instruída a ação com provas de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude.
Segredo de Justiça - A ação de impugnação de
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mandato tramitará em segredo de Justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou
de manifesta má-fé.
6. INELEGIBILIDADES
● Inelegibilidade – consiste na ausência de capacidade
eleitoral passiva, incidindo como impedimento à
candidatura a mandato eletivo nos Poderes Executivo
e Legislativo.
● Tipos de inelegibilidade – a inelegibilidade pode ser
absoluta ou relativa.
● Inelegibilidade absoluta – impede que o cidadão
concorra em qualquer eleição, a qualquer mandato
eletivo;
● Casos de inelegibilidade absoluta (art. 14, § 4º):
○ os analfabetos, que embora sejam alistáveis (ou seja,
possuem capacidade eleitoral ativa), não são elegíveis
(ou seja, não possuem capacidade eleitoral passiva);
○ os não-alistáveis, uma vez que a elegibilidade tem
como pressuposto a alistabilidade, isso é, para ser
elegível é necessário que antes seja alistável (ex.: os
estrangeiros e os conscritos durante o serviço militar).
Obs.: o rol das hipóteses de inelegibilidade
absoluta, por situações excepcionais, encontra--se
na Constituição Federal (art. 14, § 4º) e é taxativo,
não podendo a lei infraconstitucional ampliar este
rol.
● Inelegibilidade relativa – consiste em restrições
impostas à elegibilidade para
alguns cargos eletivos, em razão de situações
especiais em que se encontra o cidadão candidato no
momento da eleição.
● Espécies de inelegibilidade relativa
inelegibilidade relativa poderá decorrer de:
○ motivos funcionais;
○ motivos de casamento, parentescos ou afinidade;
○ condição de militar;
○ previsões em lei complementar (rol meramente
enumerativo ou exemplificativo).
► MOTIVOS FUNCIONAIS
● Reeleição – o presidente da República, os
governadores de estado e do Distrito Federal, os
prefeitos e quem os houver sucedido ou os substituído
no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subsequente.
● Possibilidade de concorrer a vários man-datos
desde que não exceda dois consecutivos - a
Constituição Federal não impede que a mesma pessoa
venha a exercer a Chefia do Executivo por mais de
40
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DIREITO CONSTITUCIONAL
duas vezes, o que se veda é a eleição sucessiva ao
terceiro mandato para o mesmo cargo.
● Regra de reeleição:
1- O vice-presidente, os vice-governadores e os vice-
prefeitos poderão, também, ser reeleitos para os
mesmos cargos, por um único período subsequente;
2- Não pode aquele que foi titular de dois mandatos
sucessivos na chefia do Executivo vir a candidatar-se,
no período subsequente, ao terceiro mandato
consecutivo, bem como não pode se candidatar à vice-
chefia do Executivo.
Obs.: Esta regra foi criada para evitar fraude.
Caso contrário, poderia ocorrer de um presidente,
por dois mandatos consecutivos, se candidatar a
vice e, após a eleição e posse, o presidente
renunciar. Nesse caso, assumiria o vice no cargo
de presidente, perfazendo assim o terceiro
mandato consecutivo, o que é vedado pela CF/88.
Obs.: Esta regra se aplica também a esfera
estadual, distrital e municipal, no tocante ao
respectivo chefe do Executivo local.
● Desnecessidade de desincompatibilização em
caso de reeleição – a Constituição Federal não exige
a desincompatibilização do chefe do Poder Executivo
que pretenda candidatar-se à reeleição, isto é, não se
exige que o chefe do Executivo renuncie, ou se
afaste temporariamente do cargo, para que possa
candidatar-se à reeleição. Entretanto, nada impede que
o chefe do Executivo opte em desincompatibilizar-se.
● Exigência de desincompatibilização para
concorrer a outros cargos – para concorrerem a
outros cargos, o presidente da República, os
governadores de Estado e do Distrito Federal e os
prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
até 06 meses antes do pleito (CF/88, art. 14, § 6º).
– a Este é um caso de inelegibilidade do presidente da
República, dos governadores de estado e do Distrito
Federal e dos prefeitos para concorrerem a outros
cargos. Essa exigência não se aplica aos mandatos
do Legislativo.
Obs.: essa inelegibilidade se aplica a qualquer
outro cargo eletivo, inclusive a suplente de
senador.
● Casos de exigência e de não exigência
de desincompatibilização dos vices – o vice-
-presidente da República, o vice-governador e o vice-
prefeito poderão candidatar-se a outros cargos,
preservando os seus mandatos respectivos, desde que,
nos seis meses anteriores ao pleito, não tenham
sucedido ou substituído o titular.
Entende o STF que o cidadão que exerce dois
mandatos consecutivos de prefeito de deter-
minado município fica inelegível para o cargo de
prefeito em qualquer outro município da
Federação, coibindo assim a figura do prefeito
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 DIREITO CONSTITUCIONAL

itinerante ou prefeito profissional. definitivamente (perda) ou temporariamente

(suspensão), dos direitos políticos, o que importará
► MOTIVOS DE CASAMENTO, PARENTESCO como efeito imediato, na perda da cidadania política.
OU AFINIDADE (INELEGIBILIDADE
REFLEXA) ● Impossibilidade de cassação dos direitos políticos
– a CF veda expressamente a cassação dos direitos
● Inelegibilidade - são inelegíveis: políticos, que significa a supressão arbitrária dos
São inelegíveis, no território de jurisdição do direitos políticos, normalmente motivada por
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou perseguições ideológicas.
afins, até o segundo grau ou por adoção, do ● Casos de perda e suspensão de direitos políticos
presidente da República, de governador de estado (art. 15) - é vedada a cassação de direitos políticos,
ou território, do Distrito Federal, de prefeito ou de cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
quem os haja substituído dentro dos seis meses I -cancelamento da naturalização por sentença
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato transitada em julgado;
eletivo e candidato à reeleição. II - incapacidade civil absoluta;
III -condenação criminal transitada em julgado,
Exceção – se o parente do chefe do Executivo já for enquanto durarem seus efeitos;
detentor de mandato eletivo e estiver se candidatando IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
a reeleição, ele é elegível. prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
Observe-se que essa inelegibilidade reflexa só se § 4º.
aplica aos parentes do presidente da República,
do governador e do prefeito, não atingindo os Obs.: a Constituição não diz quais dos casos
parentes de deputados estaduais, federais, acima ocasionam a perda ou a suspensão dos
senadores ou vereadores (mandatos do direitos políticos. De acordo com Alexandre de
Legislativo). Moraes, ocasionam a perda dos direitos políticos
as hipóteses previstas nos incisos I e IV do art. 15;
e a suspensão, as hipóteses dos incisos II, III e V
Súmula vinculante n. 18 - A dissolução da
do art. 15.
sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do
mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no
§ 7º do artigo 14 da Constituição Federal. Essa DIVERGÊNCIA – há autores que entendem que o
súmula não se aplica quando a dissolução do caso do inciso IV do art. 15 da Constituição Federal é
casamento ou da união estável se der em virtude caso de perda e outros que entendem que é caso de
de morte do cônjuge ou companheiro(a) suspensão de direitos políticos, já que a qualquer
(Informativo 729/STF) momento que a pessoa cumprir a prestação alter-
nativa prevista em lei, ela retornaria ao gozo dos seus
direitos políticos.
► CONDIÇÃO DE MILITAR

● Impossibilidade de filiação a partido político – o 8. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

militar é alistável, podendo ser eleito (art. 14, § 8º), ELEITORAL OU PRINCÍPIO DA
porém, é vedado ao militar, enquanto estiver no ANUALIDADE
serviço ativo, estar filiado a partido político (art.
142, § 3º, V). ● Princípio da anterioridade eleitoral ou princípio
da anualidade – de acordo com o princípio da
● Possibilidade de registro da candidatura sem anterioridade eleitoral, “a lei que alterar o processo
filiação partidária – entendeu o TSE que pode o eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
militar, mesmo sem prévia filiação partidária ter sua não se aplicando à eleição que ocorra até um ano
candidatura registrada. Entretanto, o registro de sua da data de sua vigência” (art. 16).
candidatura deverá ser apresentada por partido
político e autorizada pelo candidato. É importante observar que a vigência da lei não se
confunde com o início da produção de seus efeitos. A
● Elegibilidade do militar – o militar é elegível, lei eleitoral entra em vigor na data da publicação
atendidas as seguintes condições: (ocasião em que ela já existe formalmente).
a) Se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá Entretanto, ela só produz efeitos depois de um ano da
afastar-se da atividade; sua edição.
b) se contar com mais de 10 anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito, 9. PARTIDOS POLÍTICOS
passará automaticamente, no ato da diplomação, para
a inatividade. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e
extinção de partidos políticos, resguardados a
7. PRIVAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
● Perda e suspensão dos direitos políticos – o humana e observados os seguintes
cidadão pode, em situações excepcionais, ser privado, preceitos: Regulamento

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Parte integrante da apostila do NUCE. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra.

I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros
de entidade ou governo estrangeiros ou de
subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
para definir sua estrutura interna e estabelecer regras
sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e
o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais,
sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas
de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem
personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
forma da lei, os partidos políticos que
alternativamente: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois
por cento) dos votos válidos em cada uma delas;
ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de
2017)
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados
Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os
requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato,
a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa
filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
EXERCÍCIOS
1. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Sobre os
direitos políticos, analise as assertivas a seguir:
I. O direito ao sufrágio representa uma via de mão
dupla, ou seja, a capacidade de votar e de ser votado.
II. Dentre as diferenças entre plebiscito e referendo,
observa-se que, no primeiro, a consulta popular ocorre
após a realização do ato legislativo ou administrativo.
III. A capacidade eleitoral passiva consiste no direito de
ser votado.
IV. O cidadão que não completou a idade mínima para
concorrer a determinado cargo público eletivo incorre
numa das hipóteses de inelegibilidade.
Estão CORRETAS:
a) I, II, III e IV.
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Parte integrante da apostila do NUCE. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra.
DIREITO CONSTITUCIONAL
b) I, III e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I e II, apenas.
2. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2016) Acerca
dos direitos políticos, analise as afirmativas
abaixo:
I. Quaisquer estrangeiros podem alistar-se como
eleitores no Brasil, desde que mantenham residência
fixa por um ano e optem junto à justiça Eleitoral,
dentro do prazo previsto em lei específica.
II. Os conscritos, durante o período do serviço militar,
não podem alistar-se como eleitores.
III. Dentre as condições de elegibilidade para o cargo de
Senador, a CF/88 exige a idade mínima de 35 anos.
IV. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias, contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude.
Estão CORRETAS somente:
a) I e II.
b) II, III e IV.
c) I e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
3. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2016) As
definições a seguir correspondem aos conceitos
de alguns institutos inerentes aos Direitos
Políticos.
I. Direito, que tem o cidadão para eleger, ser eleito e
participar da organização e da atividade do poder
estatal.
II. Exercício da democracia direta, forma de consulta ao
povo para que delibere sobre matéria de acentuada
relevância, de natureza constitucional, legislativa ou
administrativa.
III. Refere-se à aptidão do cidadão de ser votado, de ser
eleito para cargos representativos da democracia.
IV. Projeto de lei apresentado ao Poder Legislativo por
uma parcela da população.
Assinale a alternativa que apresenta as
associações CORRETAS.
a) I - Plebiscito II - sufrágio III - iniciativa popular IV -
capacidade eleitoral ativa
b) I - Sufrágio II - capacidade eleitoral passiva III -
plebiscito, IV - iniciativa popular
c) I - Capacidade eleitoral ativa II - iniciativa popular III
- sufrágio IV - plebiscito
d) I - Sufrágio II - plebiscito III - capacidade eleitoral
passiva IV - iniciativa popular
e) I - Iniciativa popular II - capacidade eleitoral passiva
III - plebiscito IV - sufrágio
4. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Sobre os
partidos políticos, analise as assertivas a seguir:
I. O partido político deve respeitar o caráter nacional.
II. A primeira etapa para a criação de um partido político
consiste no registro do seu estatuto no Tribunal
Superior Eleitoral.
III. A segunda etapa para a criação de um partido político
consiste em adquirir a sua personalidade jurídica na
forma da lei civil.
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 DIREITO CONSTITUCIONAL

IV. É vedada a utilização pelos partidos políticos de III. Os maiores de 60 anos votam de forma facultativa, no
organização paramilitar. Brasil.
Está CORRETO o que se afirma, apenas, em: IV. Sobre o requisito da idade, a partir dos 21 anos, inicia-
a) II. se a capacidade eleitoral passiva no Brasil, para
b) III. concorrer ao cargo de Deputado Estadual.
c) IV. Está(ão) CORRETA(S) somente:
d) I e IV. a) I.
e) II e III. b) II e III.
c) I e IV.
5. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2016) Assinale a d) I, II e IV.
alternativa que apresenta a definição de partido e) II, III e IV.
político em coerência com a Constituição Federal.
a) Trata-se de uma associação criada para atuar na vida 8. (IAUPE - GM (DESTRA)/DESTRA Caruaru/
política de um país, objetivando o ingresso dos seus 2018) Sobre os direitos políticos previstos na
representantes filiados no poder para a execução do Constituição Federal de 1988 – CF/88, analise a
seu programa de governo em benefício do povo, assertivas a seguir:
sendo possível o recebimento de recursos financeiros I. O voto no Brasil é direto e secreto.
de entidade estrangeira. II. O plebiscito, o referendo e a iniciativa popular são
b) Trata-se de uma organização de pessoas reunidas em formas de expressão da soberania popular.
torno de um mesmo programa político com a III. O alistamento eleitoral é obrigatório a partir dos 16
finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao anos de idade, todavia o voto somente se torna
menos, de influenciar na gestão da coisa pública por obrigatório para os maiores de dezoito anos.
meio de críticas e oposição, com estrutura interna IV. O voto é facultativo para os maiores de 70 anos.
necessariamente determinada em lei específica. Está(ão) CORRETA(S) somente:
c) Caracteriza-se como uma organização visando a) I, II, III e IV.
mobilizar indivíduos numa ação coletiva conduzida b) I, II e IV, apenas.
contra outros, paralelamente mobilizados, a fim de c) III e IV, apenas.
alcançar, sozinhos ou em coalisão, o exercício das d) II e IV, apenas.
funções de governo, com caráter paramilitar. e) I e II, apenas.
d) Consiste em uma pessoa jurídica de direito privado,
que adquire personalidade jurídica, na forma da lei 9. (IAUPE - GM (DESTRA)/DESTRA Caruaru/
civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior 2018) O analfabeto não pode realizar alistamento
Eleitoral e presta contas à Justiça Eleitoral. Ao formar eleitoral e, por essa razão, também não pode
coligação, exige-se a obrigatoriedade da sua concorrer a cargo eletivo.
verticalização, ou seja, da vinculação entre os partidos Para o mandato de prefeito, este será impugnado
das candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital perante a justiça comum estadual.
ou municipal. I. O prazo de interposição é de 15 dias, contados da
e) É uma forma de agremiação de um grupo social que se diplomação.
propõe a organizar, coordenar e instrumentar a II. Será instruída com provas de abuso de poder
vontade popular com o fim de assumir o poder para econômico, corrupção ou fraude.
realizar seu programa de governo. III. Tramitará em segredo de justiça.
Estão CORRETOS, apenas, os seguintes
6. (IAUPE - Of (PM PE)/PM PE/Segundo-Tenente requisitos da ação de impugnação de mandato
/Administração (CFOA)/2017) Considerando os eletivo:
Direitos Políticos, complete as afirmações abaixo, a) II, III e IV.
nos termos da Constituição Federal: b) III e IV.
I. Idade mínima de elegibilidade para Deputado c) I e IV.
Estadual. d) II e III.
II. Prazo para que o mandato eletivo seja impugnado ante e) I e II.
a Justiça Eleitoral.
Nesses casos, a idade e o prazo (que será 10. (IAUPE - Adv (UPE)/UPE/2019) Analise as
contado da diplomação) serão, respectivamente, sentenças abaixo e coloque V nas verdadeiras e F
de: nas falsas. Segundo a Constituição, é vedada a
a) I – 18 anos II – 10 dias. cassação de direitos políticos, cuja perda ou
b) I – 21 anos II – 15 dias. suspensão só se dará nos casos de:
c) I – 25 anos II – 8 dias. ( ) cancelamento da naturalização por sentença transitada
d) I – 35 anos II – 12 dias. em julgado.
e) I – 30 anos II – 30 dias. ( ) incapacidade civil absoluta.
( ) condenação criminal transitada em julgado, enquanto
7. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2016) Sobre os durarem seus efeitos.
direitos políticos, analise as afirmativas abaixo: Assinale a alternativa que indica a sequência
I. A CF/88 determina que a idade da capacidade eleitoral CORRETA.
ativa começa aos 16 anos. a) V – V – V
II. Os analfabetos não podem votar no Brasil. b) F – F – F
c) V – F – V
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 DIREITO CONSTITUCIONAL

d) F – V – F 14. (FGV - Sold (PM CE)/PM CE/2021) João foi

e) V – F – F
11. (IAUPE - Sold (PM PE)/PM PE/2018) Sobre os
partidos políticos e a previsão constitucional,
observe o que dispõe o Parágrafo Primeiro do
artigo 17 da Constituição Federal:
“É assegurada aos partidos políticos autonomia para
definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições
majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições
proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação
entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade
partidária.”
O trecho em destaque demonstra que:
a) Atualmente os Partidos políticos podem se sujeitar às
regras de coligação para as eleições proporcionais.
b) Qualquer coligação horizontal é vedada pela
Constituição Federal.
c) Os partidos políticos não têm liberdade de escolha
para definir o regime de suas coligações.
d) Uma coligação estadual deve se sujeitar a uma mesma
coligação municipal, em respeito ao Princípio da
Simetria.
e) A Constituição permite que o partido político vincule-
se a diferentes coligações no âmbito vertical das
eleições majoritárias.
condenado a quatro anos de prisão, substituídos
por pena restritiva de direitos por igual período,
em sentença criminal transitada em julgado.
Como pretende concorrer a cargo eletivo na
eleição a ser realizada no ano seguinte, consultou
um advogado sobre essa possibilidade, o qual lhe
respondeu, corretamente, que a referida
condenação, enquanto produzir efeitos,
a) Impede João de concorrer a cargo eletivo somente no
local em que foi proferida a sentença.
b) Não produz efeitos no âmbito eleitoral, em razão da
independência das instâncias.
c) Apenas impede João de ocupar um cargo público,
eletivo ou não.
d) Impede João de votar e ser votado.
e) Apenas impede João de ser votado.
15. (DIRENS Aeronáutica - EAGS (EEAR)/EEAR/
Administração/2021) Assinale a alternativa que
indica um caso de perda ou suspensão de direitos
políticos.
a) Durante processo de cancelamento da naturalização.
b) Condenação civil transitada em julgado.
c) Improbidade administrativa.
d) Incapacidade civil relativa.

12. (VUNESP - Sold (PM SP)/PM SP/2ª Classe/

2021) Sobre os direitos políticos, com base na
Constituição Federal de 1988, é correto afirmar
que:
a) O conjunto dos inalistáveis é igual ao conjunto dos
inelegíveis.
b) Os analfabetos são inalistáveis.
c) A idade mínima para elegibilidade ao cargo de
Governador de Estado é de 30 (trinta) anos. Gabarito
d) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para 1. B 2. B 3. D 4. D 5. E
os maiores de dezesseis anos. 6. B 7. C 8. B 9. A 10. A
e) Podem alistar-se como eleitores os estrangeiros, desde 11. E 12. C 13. B 14. D 15. C
que vivam no país por, no mínimo, 4 (quatro) anos
sem interrupção. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
13. (DIRENS Aeronáutica - EAGS
- Constituição Federal de 1988.
(EEAR)/EEAR/Administração/2019) De acordo
- LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esque-
com os direitos políticos expressamente
matizado. 19ª ed., São Paulo: Saraiva, 2015.
consignados na Constituição Federal, assinale a
- PAULO, Vicente, ALEXANDRINO, Marcelo.
alternativa que contém o sufrágio adotado no
Direito Constitucional Descomplicado. 13ª ed., Rio
Brasil que não exige, para o exercício do direito
de Janeiro: Forense; São Paulo: Método. 2014.
de voto, a satisfação de nenhuma condição
econômica, profissional ou intelectual. - SILVA, José Afonso, Curso de Direito Constitucional
a) Sufrágio restrito. Positivo. 39ª Ed. 2016. Malheiros.
- NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 11ª
b) Sufrágio universal.
Ed. 2016. Juspodivm.
c) Sufrágio censitário. - TEMER, Michel. Elementos de Direito
d) Sufrágio capacitário. Constitucional. 24ª Ed. 2014. Saraiva.
-

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POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO - PM/PE

GEOGRAFIA

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 GEOGRAFIA

1. CARACTERÍSTICAS GERAIS E DIVISÕES DO TERRITÓRIO PERNAMBUCANO

Formação do território pernambucano em imagens

Para se conhecer um pouco o estado de Pernambuco, é necessário, primeiro localizá-lo no Brasil e na região Nordeste, onde o
mesmo se encontra inserido. O estado ocupa a porção oriental da região Nordeste, sendo banhado pelo Oceano Atlântico. De
configuração geográfica longitudinal, estreito no sentido Norte/Sul e alongado no sentido Leste/Oeste, encontra-se
Pernambuco inteiramente situado dentro dos limites da Zona Tropical do Globo (região de baixa latitude), visto que seus
pontos extremos Norte e Sul se encontram, respectivamente, entre os paralelos de 7º e 15’ e 9º e 27’ de latitude Sul. Na direção
Leste/Oeste seus pontos se localizam entre os meridianos de 34º e 48’ e 41º e 19’ de longitude Oeste de Greenwich.

Com uma área de 98.148,3 km², o Estado de Pernambuco faz fronteira com quase todos estados do Nordeste, com exceção de
Sergipe, Rio Grande do Norte e Maranhão. Em consequência da configuração espacial que apresenta e do processo de
povoamento decorrente, o espaço pernambucano oferece, do litoral para o interior, uma sucessão de paisagens diferentes,
marcadas por uma intensa diversificação de formas de uso do solo. Assim o IBGE identificou no espaço pernambucano, em
1989, a existência de cinco mesorregiões geográficas: Mesorregião Metropolitana do Recife, Mesorregião da Mata
Pernambucana, Mesorregião do Agreste Pernambucano, Mesorregião do Sertão Pernambucano e Mesorregião do São Francisco
Pernambucano. (Veja os mapas a seguir).

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 GEOGRAFIA

Mesorregiões e microrregiões de Pernambuco - IBGE

O estado de Pernambuco é constituído por 185 municípios, soma-se a eles o arquipélago de Fernando de Noronha,
distrito estadual, considerado como um dos Parques Nacionais Marinhos do País e que também faz parte de Pernambuco.

Aspectos Gerais e Limite de Fronteiras

Pernambuco é um dos menores estados do país. Apesar disso, possui paisagens variadas: serras, montanhas, planaltos, brejos e
“desertos” no interior semi-árido, e algumas das mais belas praias do Brasil em sua costa.O estado tem altitude crescente do
litoral ao sertão - as planícies litorâneas ficam próximas ao nível do mar, e os planaltos e montanhas do interior ultrapassam os
1000m de altitude. Atingindo o seu ponto culminante no Município de Brejo da Madre de Deus, no agreste pernambucano.

O Estado faz divisa com Paraíba e Ceará ao norte, Alagoas e Bahia ao sul, Piauí ao oeste e o oceano Atlântico ao leste. Tem 187
km de costa, excluindo a costa do arquipélago de Fernando de Noronha. O arquipélago é visitado por turistas do mundo todo e
nativos do estado, que em geral partem do porto do Recife Antigo em cruzeiros internacionais.

De forma geral, seu relevo é composto por uma planície costeira, de origem sedimentar, com praias, manguezais e planalto no
restante do território. 76% do território encontram-se abaixo da altitude de 600 metros. Entre 300 e 600m, estão 62% da área
total do Estado. Ainda em relação à paisagem, podem ser observadas três situações distintas: os coqueirais da Zona da Mata
(litorânea e úmida), a vegetação de transição para a região semiárida no Agreste pernambucano e a caatinga no Sertão.

FONTE: Atlas Escolar de Pernambuco

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LISTAGEM DAS MESORREGIÕES POR MICRORREGIÕES DETALHADA PELOS 184 MUNICÍPIOS DE

PERNAMBUCO E O DISTRITO ESTADUAL DE FERNANDO DE NORONHA

MESORREGIÃO: MATA PERNAMBUCANA

MICRORREGIÃO: MATA MERIDIONAL

PERNAMBUCANA

Água Preta Amarají

Barreiros Belém de Maria
Catende Cortês
Escada Gameleira
Jaqueira Joaquim Nabuco
Maraial Palmares
Primavera Quipapá
Ribeirão Rio Formoso
São Benedito do Sul Sirinhaém
Tamandaré Xexéu
São José da Coroa Grande

As usinas e destilarias instaladas na Região respondem por 60% de toda a produção de açúcar e álcool do estado, número
importante para a economia pernambucana, pois o setor sucroalcooleiro responde por 12% do PIB estadual.

MICRORREGIÃO: MATA SETENTRIONAL PERNAMBUCANA

Aliança Buenos Aires

Camutanga Carpina
Condado Ferreiros
Goiana Itambé
Itaquitinga Lagoa de Itaenga
Lagoa do Carro Macaparana
Nazaré da Mata Paudalho
Tracunhaém Vicência
Timbaúba

Tem como principal atividade econômica a produção de cana-de-açúcar e seus derivados. As constantes crises do setor
sucroalcooleiro mudaram o perfil produtivo da região com a diversificação de atividades agrárias como a avicultura,
produção de bananas, inhame, plantas frutíferas, além da pesca, comércio varejista, prestação de serviços e indústrias.

MICRORREGIÃO: VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

Chã de Alegria Chã Grande

Glória do Goitá Pombos
Vitória de Santo Antão

Economia ainda da cana-de-açúcar predominando, porém com atividades

industriais existentes e em instalação como é o caso da Sadia, além de
produtor de hortifrutigranjeiros.

MESORREGIÃO: METROPOLITANA DO RECIFE

MICRORREGIÃO: RECIFE

O conjunto de catorze municípios integrados, tendo a cidade do Recife ao centro,

possui uma alta concentração populacional e de Produto Interno Bruto (PIB), sendo o
carro-chefe da economia estadual.
Este aglomerado urbano metropolitano gera metade de toda a riqueza produzida em
Pernambuco. Consolida-se como o principal polo terciário moderno do Nordeste e o
maior canteiro de obras do país que é o complexo portuário de Suape.

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Recife Olinda
Jaboatão dos Guararapes Paulista
Abreu e Lima Camaragibe
São Lourenço da Mata
Moreno
MICROREGIÃO: ITAMARACÁ

Itamaracá Itapissuma
Igarassu Araçoiaba

MICRORREGIÃO: SUAPE

Ipojuca (polo recente de indústrias em Pernambuco, concentra

atualmente grandes investimentos com a refinaria Abreu e Lima e o
Estaleiro Atlântico Sul).

O Território Estratégico de Suape compreende cinco municípios na

sua área de influência direta e indireta: CABO DE SANTO
AGOSTINHO, IPOJUCA, JABOATÃO DOS GUARARAPES,
MORENO E ESCADA.
Cabo de Santo Agostinho

Território estratégico de SUAPE

Fonte: Condepe

MICRORREGIÃO: FERNANDO DE NORONHA

Joia do Atlântico, o arquipélago de Fernando de Noronha é destino turístico certo

para milhares de pessoas todos os anos, com o maior IDH de Pernambuco.

Fernando do Noronha

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MESORREGIÃO: AGRESTE PERNAMBUCANO

MICRORREGIÃO: ALTO CAPIBARIBE

Casinhas Frei Miguelinho

Santa Cruz do Capibaribe Surubim
Toritama Vertente do Lerio
Santa Maria do Cambucá Vertentes
Taquaritinga do Norte

A atividade econômica de maior peso nesta região é a produção de

confecções e artefatos de tecido. Consolida-se como o grande
produtor de confecções, detendo 73% da produção de todo o Estado,
equivalendo a 850 milhões de peças ao ano (setor formal e informal).

MICRORREGIÃO: BREJO PERNAMBUCANO

Agrestina Altinho
Barra de Guabiraba Bonito
Camocim de São Félix Cupira
Ibirajuba Lagoa dos Gatos
Panelas Sairé
São Joaquim do Monte

Predomínio da pecuária intensiva destinada à produção de leite e

vocação para o turismo rural.

MICRORREGIÃO: GARANHUNS

Angelim Bom Conselho

Brejão Caetés
Calcado Canhotinho
Correntes Garanhuns
Iati Jucati
Jupi Jurema
Lagoa do ouro Lajedo
Palmeirina Paranatama
Saloá São João
Terezinha

A economia está baseada na pecuária leiteira e no turismo, sendo

reconhecida como a Bacia Leiteira do estado, pois detém a
produção artesanal, semiartesanal e industrial de laticínios, participando com 21% da produção total do leite e, com favorável
perspectiva de crescimento através dos investimentos privados que vêm sendo realizados.

MICRORREGIÃO: MÉDIO CAPIBARIBE

Bom Jardim Cumaru

Feira Nova João Alfredo
Limoeiro Machados
Orobó Passira
Salgadinho São Vicente Férrer

Destacam-se a pecuária de corte, a confecção de bordados artesanais, a produção

de móveis e a atividade turística. O município de São Vicente Férrer ocupa o
segundo lugar em valor de produção estadual de frutas, com 9,32% de todo o
setor.

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MICRORREGIÃO: VALE DO IPANEMA

Águas Belas Buíque

Itaíba Pedra
Tupanatinga Venturosa

A base econômica da região é a pecuária com destaque para venturosa e o

turismo em Buíque com o Vale do Catimbau.

MICRORREGIÃO: VALE DO IPOJUCA

Alagoinha Belo Jardim

Bezerros Brejo da Madre de Deus
Cachoeirinha Capoeiras
Caruaru Gravatá
Jataúba Pesqueira
Poção Riacho das Almas
Sanharó São Bento do Una
São Caetano Tacaimbó

A economia regional está predominantemente vinculada ao Polo de Confecções

(vestuário e produto têxtil), à produção agrícola, pecuária de corte e de leite, avicultura, turismo e pelas diversas atividades de
comércio e serviços associados aos centros urbanos dinâmicos. Caruaru é o principal centro urbano com destaque para
indústrias de confecções, máquinas, farmacêutica e o polo de artesanato.

MESORREGIÃO: SÃO FRANCISCO PERNAMBUCANO

MICRORREGIÃO: ITAPARICA

Belém de São Francisco Itacuruba

Jatobá Petrolândia
Floresta Tacaratu
Carnaubeira da Penha

A região do sertão de Itaparica tem sua economia caracterizada pela agricultura

irrigada, pela piscicultura e exploração das áreas de sequeiro com agricultura de
subsistência e, particularmente, a caprinocultura, responsável por 33% da criação
do estado.

MICRORREGIÃO: PETROLINA

Afrânio Cabrobó
Dormentes Lagoa Grande
Orocó Petrolina
Santa Maria da Boa Vista Terra Nova

A economia do São Francisco está inserida no mercado mundial pela exportação

de frutas in natura, caracterizando-se pelo desenvolvimento da agricultura irrigada
às margens do rio São Francisco, com destaque para a fruticultura, horticultura e floricultura, e na agroindústria, pela
vitivinicultura, com a produção de vinhos finos de mesa conhecidos nacional e internacionalmente.

MESORREGIÃO: SERTÃO PERNAMBUCANO

MICRORREGIÃO: ARARIPINA

Araripina Bodocó
Exu Granito
Ipubi Moreilândia
Ouricuri Santa Cruz
Santa Filomena Trindade

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A economia é caracterizada pela exploração da gipsita no chamado Polo Gesseiro, pelas culturas de subsistência nas áreas de
sequeiro e pela pecuária extensiva (exploração da bovino/caprinocultura) e agricultura diversificada na Chapada do Araripe
(produção da mandioca). A região concentra 40% das reservas de gipsita do mundo.

MICRORREGIÃO: PAJEÚ

Afogados da Ingazeira Brejinho

Calumbi Carnaíba
Flores Iguaraci
Ingazeira Itapetim
Quixaba Tuparetama
Santa Cruz da Baixa Verde São José do Egito
Santa Terezinha Solidão
Serra Talhada Triunfo
Tabira

A principal cidade da microrregião é Serra Talhada, por ser a mais populosa e pelos serviços existentes. Triunfo se destaca no
turismo devido ao clima e ao acervo arquitetônico. O Sertão do Pajeú também se destaca na produção de rapadura. A economia
está voltada para a agropecuária, a indústria, o comércio, serviços e turismo.

MICRORREGIÃO: SALGUEIRO

Cedro Mirandiba
Parnamirim Salgueiro
São José do Belmonte Serrita
Verdejante

A economia do Sertão Central está baseada na agropecuária, com destaque

para a caprinovino-cultura; na pequena indústria; no comércio e serviços;
com grandes possibilidades de crescimento da apicultura e no turismo,
onde se destaca a Missa do Vaqueiro.

MICRORREGIÃO: SERTÃO DO MOXOTÓ

Arcoverde Betânia
Custódia Ibimirim
Inajá Manari
Sertânia

A economia está baseada nas atividades agropecuárias, como a Capri ovinocultura e a

agricultura irrigada, além do cultivo de lavouras de subsistência. A cidade mais
importante é Arcoverde, que concentra quase metade da população urbana de toda a
microrregião, e é um representativo centro comercial do interior do estado.

SE LIGA, FUTURO(A) PMPE! NOVA DIVISÃO DO IBGE PARA PERNAMBUCO

Esta é a lista de regiões geográficas intermediárias e imediatas de Pernambuco, estado brasileiro da Região Nordeste do
país. Pernambuco é composto por 185 municípios, que estão distribuídos em 18 regiões geográficas imediatas, que por sua vez
estão agrupadas em quatro regiões geográficas intermediárias, segundo a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) vigente desde 2017. A primeira seção aborda as regiões geográficas intermediárias e suas respectivas regiões
imediatas integrantes, enquanto que a segunda trata das regiões geográficas imediatas e seus respectivos municípios, divididas por
regiões intermediárias e ordenadas pela codificação do IBGE.
As regiões geográficas intermediárias foram apresentadas em 2017, com a atualização da divisão regional do Brasil, e correspondem
a uma revisão das antigas mesorregiões, que estavam em vigor desde a divisão de 1989. As regiões geográficas imediatas, por sua
vez, substituíram as microrregiões.[2] Na divisão vigente até 2017, os municípios do estado estavam distribuídos em 19
microrregiões e cinco mesorregiões, segundo o IBGE.
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Regiões Intermediárias de Pernambuco -IBGE (De oeste para leste: Petrolina, Serra Talhada, Caruaru e Recife)

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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS POR REGIÃO INTERMEDIÁRIA:

1 – RECIFE

- A mais populosa (5 713 883 hab. est. 2018);

- A de maior densidade demográfica (429,73 hab./km²)
- A de menor área territorial entre todas as Regiões Intermediárias (13 296,481 km² 2017)
- A que possui o maior número de municípios (71 ao total);
- Possui o maior número de Regiões Imediatas (9 ao total, das 18 que existem em PE);
- Polos urbano-industrial, tecnológico, galináceos, automobilístico e o Complexo Portuário são algumas de suas principais
características econômicas.

SE LIGA NA DICA: Vai compreender as antigas Mesorregiões Metropolitana do Recife e a da Mata Pernambucana, bem como
alguns municípios que antes pertenciam ao Agreste (alguns deles: Limoeiro, Passira, Feira Nova, Surubim, João Alfredo, São
Vicente Férrer entre outros).

2 – CARUARU

- “A segunda em praticamente todos os aspectos”: População absoluta (2 279 232 hab. est. 2018), densidade demográfica
(75,96 hab./km²), extensão territorial (30 006,257 km² 2017), Municípios (64 ao total), Regiões Imediatas (possui 4 ao total);
- Polos têxtil, graniteiro, quartzítico, leiteiro, bordados e cultural/festividades são algumas das suas principais características
econômicas.
- Possui as duas Regiões Imediatas com o maior número de municípios dentre todas as Imediatas do Estado (Caruaru, com 23
Municípios, e a de Garanhuns, com 22 municípios).

SE LIGA NA DICA: Vai compreender a maior parte da antiga Mesorregião do Agreste, bem como alguns municípios que
pertenciam ao Sertão do Moxotó (como Arcoverde, Sertânia, Custódia, Inajá entre outros).

3 – SERRA TALHADA

- “A de menor em quase todos aspectos”: População (515 026 hab. est. 2018), densidade demográfica (26,33 hab./km²), Regiões
imediatas (apenas 2 das 18 de PE), municípios (25 ao total, mesmo número de municípios que tem a Intermediária de Petrolina);
- Sua extensão territorial (19 562,552 km² 2017) é uma das menores do Estado, sendo maior apenas em relação a de Recife;
- Pecuária extensiva e a produção de ouro são as principais características econômicas desta Região Intermediária.

SE LIGA NA DICA: Esta região intermediária compreende toda a antiga microrregião de Pajeú, como também alguns municípios
da antiga microrregião de Salgueiro (São José do Belmonte e Mirandiba), Itaparica (todos, menos Itacuruba e Belém do São
Francisco) e o município de Betânia (que pertencia a Moxotó).

4 – PETROLINA
- A de maior extensão territorial dentre todas a Regiões Intermediárias de PE (35 487,080 km² 2017);
- É a terceira tanto em população absoluta (988 153 hab. est. 2018) quanto em densidade demográfica do Estado ( 27,85 hab./km²);
- Fruticultura irrigada, produção de gesso, minério de ferro e transportes são as principais características econômicas desta Região
Intermediária.
SE LIGA NA DICA: Assim como a Região Intermediária de Serra Talhada, a de Petrolina também é totalmente sertaneja;
Compreende todos os municípios das antigas microrregiões de Araripina e Petrolina, a maior parte dos municípios da Microrregião
de Salgueiro (exceção apenas de Mirandiba e São José do Belmonte) e alguns municípios da microrregião de Itaparica (Belém do
São Francisco e Itacuruba).

 Limoeiro (antes Agreste), agora tem influência direta de Recife;

 Goiana se torna uma região imediata própria;
MAIS DICAS PRA VOCÊ, PM:  Arcoverde (antes Sertão), tem influência direta agora de
Caruaru;
 Serra Talhada agora se torna uma Região Intermediária;
 Salgueiro passa a ter influência direta de Petrolina;

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2. ASPECTOS FÍSICO-NATURAIS DE PERNAMBUCO

No que diz respeito aos aspectos naturais, podemos

dividir o estado de Pernambuco em três regiões
fitogeográficas: Litoral-Mata, Agreste e Sertão. Cada porção
desta, apresenta diferenças na paisagem natural e na forma
de uso e ocupação do solo. Vejamos a seguir as
características naturais dessas três regiões. 3. Relevo: as formas esculpidas na superfície terrestre pelos
diversos agentes do relevo (ou agentes geológicos) é o que
convencionamos chamar de relevo. Com relação a este
aspecto, três feições (formas) são destaque na paisagem
pernambucana: a planície costeira, os tabuleiros litorâneos ou
costeiros e as colinas da zona da mata.

A - LITORAL-MATA

1. Clima: esta região apresenta um clima tropical chuvoso ou

litorâneo úmido; mas de acordo com a classificação de
Koppen o clima é do Litoral-Mata é As`(clima quente e
úmido com chuvas de outono-inverno). O litoral-Mata está
inserido numa área de clima úmido que sofre influências
diretas do oceano Atlântico, por isso a umidade do ar e os
índices pluviométricos se apresentam bastantes elevados
(1600 a 1800 mm/ano).

2. Vegetação: do litoral para o interior, verifica-se uma
sucessão de paisagens vegetais no território pernambucano, e
as presentes no Litoral-Mata são as formações litorâneas,
composta pelas matas de restingas e os mangues. Esta última
é denominada de halófita, ou seja, adaptada á alta salinidade.
Adentrando o continente, verificamos a ocorrência da Mata
Atlântica, uma vegetação densa, heterogênea, *1 latifoliada, *2
perenifólia e ombrófila (adaptada à ambientes úmidos). A
Mata Atlântica é um dos domínios vegetais mais devastados
do Brasil, ao longo dos tempos, desde a colonização até os
dias atuais, esta floresta sofreu diversas formas de
degradação, os estudiosos estimam que dos mais de 1 milhão
de km2 que era originalmente a Mata Atlântica restam hoje
apenas cerca de 5%. O cultivo da cana e produção do açúcar
foram as atividades humanas que iniciaram esta destruição,
depois vieram a mineração, o cultivo de café e consequente
urbanização da faixa costeira (crescimento das cidades).
*1- diz-se de uma vegetação que apresenta folhas largas.
*2- diz-se de uma vegetação que as árvores não perdem
as folhas.
4. Solo: as condições pedológicas do litoral-mata são bem
peculiares; de um modo geral observa-se solos profundos,
bem desenvolvidos e férteis. O solo dessa região é conhecido
popularmente como massapé (ou massapé), onde os
colonizadores portugueses introduziram o cultivo da cana-
de-açúcar, mais para os meios acadêmicos utiliza-se os
termos Latossolos e Podzólicos, tratadps hoje como
argissolos, pois estes apresentam grande teor de argila na sua
composição.
5. Hidrografia: os rios que drenam ou banham o litoral-
mata são de modo geral de planície com padrão de drenagem
perene (permanente). Estes rios geralmente nascem no
Agreste e correm no sentido oeste-leste, até chegarem ao seu
destino, o Oceano Atlântico. Podemos citar como exemplos
destes rios o Capibaribe, Jaboatão, Ipojuca, Tejipió, Uma e
Goiana.

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Obs.: A feição de relevo denominada de Planície

Costeira penetra o continente por estes canais fluviais, 4. Solo: os solos em geral são rasos e pedregosos, mas nos
desse modo a planície se prolonga ou aumenta de brejos os solos são profundos e férteis, dando condições
extensão ao longo dos vales desses rios. para a agricultura se desenvolver, por isso verifica-se a
produção de hortaliças, frutas, verduras e vários outros
B – AGRESTE gêneros alimentares, destinados na maioria das vezes ao
mercado consumidor da Região Metropolitana.
1. Clima: admite-se que o clima do agreste pernambucano
seja tropical subúmido, já que esta região é uma faixa de
transição entre a Zona da Mata úmida e o Sertão semi-árido,
ou BShs` (clima quente e seco, onde ocorre a vegetação de
caatinga, com temperaturas sempre elevadas). Contudo, não
devemos esquecer que no Agreste existem vários brejos, que
são locais que por apresentar altitudes mais elevadas
apresentam climas úmidos, a exemplo de Taquaritinga do
Norte e Garanhuns.
2. Vegetação: predomina a caatinga hipoxerófita, contudo
nas áreas de brejos ocorrem florestas densas similares a Mata
Atlântica. Por isso costuma-se dizer que no Agreste
encontramos elementos típicos do Zona da Mata agregados a
elementos característicos do Sertão. 5. Hidrografia: há um predomínio de rios com caráter
intermitente (temporários) e do tipo planalto.

3. Relevo: a principal feição de relevo do Agreste é sem

dúvida o Planalto da Borborema. Podemos dizer que a
região está no limite deste imenso planalto, que corta os
territórios do Rio Grande no Norte, Paraíba, Pernambuco e
Alagoas. O Planalto da Borborema que é conhecido
popularmente como Serras das Russas, apresenta rochas
cristalinas, metamórficas e ígneas, de idade arqueana
proterozóica ( Pré-Cambriano).
C – SERTÃO
1. Clima: esta região notabiliza-se pela ocorrência do clima
semiárido, que apresenta déficit hídrico (escassez de água) ao
longo do ano e temperaturas médias muito elevadas. Além
das chuvas serem reduzidas (as médias pluviométricas estão
sempre abaixo de 800 mm/ano) também são mal
distribuídas durantes o ano, se concentrando em um curto
período. Segundo a classificação climática de Koppen o
clima do Sertão é o BSh (quente e seco com temperaturas
sempre elevadas).

2. Vegetação: ocorre a caatinga hiperxerófita (adaptada a

estrema seca), que se apresenta com porte arbustivo e
herbáceo, aberta ou esparsa e caducifólia ou decídua (as
plantas perdem as folhas no período seco). As plantas
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predominantes são da família das cactáceas, pois conseguem neossolos, por se tratar de solos jovens e poucos
se adaptar bem ao regime rigoroso de seca. desenvolvidos.

3. Relevo: A Depressão Sertaneja ou Semi-árida é a mais

vasta feição de relevo do Sertão. Além desta temos o
Planalto Sedimentar (chapada) do Jatobá e a Chapa do
Araripe, de onde se extrai a gipsita, matéria-prima utilizada
na produção de gesso e cimento. Ao longo desta vasta
depressão encontram-se os inselbergues, morros residuais
formados por rochas cristalinas muito resistentes. OBS:. Pernambuco se destaca na extração de
recursos minerais, respondendo por 95% da oferta
de gesso do país. Rico em granito e calcário, o
subsolo vem permitindo o desenvolvimento das
mineradoras.

SE LIGA NO RESUMO, PM!!

- LITORAL/MATA: Clima As`(ressaltando que em

Fernando de Noronha o clima é o Aw`); presença de
Planícies/Tabuleiros Costeiros e Colinas da Zona da
Mata; Vegetação composta tanto por Mata Atlântica
quando por formações litorâneas (Mangues e Restingas);
Presença de solos areno-argilosos, bem como Latossolos
e Podzólicos; Rios predominantemente perenes, com
destaque para os rios Capibaribe, Beberibe, Goiana, entre
outros; Tendo como principais recursos minerais o
caulim, areias quartzosas e argila.

- AGRESTE: Clima BShs`; Planalto da Borborema;

Vegetação de Caatinga Hipoxerófila predominantemente
(presença também de Floresta Subcaducifoliada); Solos
litólicos; Rios intermitentes, principalmente o Mundaú e
o Ipanema (apesar da nascente de rios
predominantemente perenes, como o Una e o
Capibaribe); Tem como principais recursos minerais o
quartzo, calcário cristalino e berilo.

- SERTÃO: Climas BShw e w`; Presença do Planalto do

Jatobá, Depressão Sertaneja e Chapada do Araripe,
Vegetação predominantemente de Caatinga Hipoxerófila
(ressaltando a presença de Cerrado na Chapada do
Araripe); Predominância de rios intermitentes (com a
exceção do São Francisco), tais como o Brígida, Garças,
Pajeú, entre outros; Gipsita, ferro e calcário cristalino são
os principais recursos minerais.

4. Solo: os solos são rasos e com baixa fertilidade, e podem

ser classificados como solos litólicos (litossolos) ou
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SE LIGA, PM: POR QUE OCORREM

TERREMOTOS NO NORDESTE?

A superfície terrestre é composta por placas litosféricas

rígidas, que incluem crosta continental e oceânica, chamadas
de placas tectônicas. Essas placas flutuam sobre uma
camada viscosa da parte mais externa do manto, que os
geocientistas chamam de astenosfera. As placas tectônicas
se distribuem na superfície terrestre como se fossem peças
de um quebra-cabeça. Se uma peça dessas se move, vai
colidir com as suas vizinhas.

Essa colisão provoca dois tipos de terremotos, os

terremotos de borda de placa, mais fortes, como os que
ocorrem no Chile e os terremotos intraplaca,
historicamente mais fracos, como os que ocorrem no
Nordeste. A placa em que viajamos é a Placa Sulamericana,
que colide com a Placa de Nazca a oeste (Figura 2), e a leste,
ela se afasta da Placa Africana, como mostram as setas azuis
divergentes da Figura 2. A colisão a oeste é do tipo zona de
subducção (Figura 3A), onde a placa de Nazca que é
oceânica e mais densa mergulha sob a placa Sulamericana,
que é continental e menos densa. Já na borda leste, o
mecanismo envolve uma célula de convecção que faz o
magma ascender à superfície afastando as duas placas, dando Essa compressão a que está submetida a Placa Sulamericana,
origem à cadeia mesoatlântica, mostrada na Figura 3B. é a principal responsável pela maioria dos abalos sísmicos
Diante disto é fácil compreender que a Placa Sulamericana que ocorrem no Nordeste. Estando sobre uma unidade
está submetida a um regime compressivo provocado pelo geológica muito antiga, mas cheia de falhas,
empurrão da Placa de Nazca de oeste para leste, e pela chamada Província Borborema (Figura 4), o Nordeste é
ascensão magmática na cadeia mesoatlântica, que a empurra sismologicamente instável. As falhas mais extensas e
para oeste. profundas constituem verdadeiras zonas de fraqueza da
crosta terrestre, que os geocientistas chamam desuturas,
tendem a se movimentar, provocando diversos abalos
sísmicos. Uma dessas suturas corta o estado de Pernambuco
desde o Recife até a divisa com o estado do Piauí. Essa
grande falha geológica, de pelo menos 550 milhões de anos,
constitui uma sutura vertical da ordem de 30 km de
profundidade. Na terminologia geológica é denominada
Zona de Cisalhamento Pernambuco ou Lineamento
Pernambuco (Figura 5).

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APROFUNDANDO NOSSO CONTEXTO FÍSICO-NATURAL:

Compartimentação do relevo de Pernambuco

FONTE: Atlas Escolar de Pernambuco

FONTE: Atlas Escolar de Pernambuco

COMPARTIMENTOS GEOLÓGICOS DE PERNAMBUCO

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FONTE: Atlas Escolar de Pernambuco

CLIMA E VEGETAÇÃO

Aspectos Gerais

O clima pernambucano é tropical e úmido no litoral. Torna-se menos quente à medida que avança para o interior, em direção
ao planalto brasileiro. Na maior parte do território, a temperatura média vai de 26º a 31ºC. Nas cidades de Garanhuns e Triunfo,
que registram as maiores altitudes do Estado, o clima reduz sensivelmente, chegando a atingir temperaturas abaixo de 10ºC em
determinadas épocas do ano.

A pluviosidade, que cai rapidamente do litoral para o interior, mantém-se sempre abaixo de 600 mm anuais. O vale do São
Francisco registra os totais mais baixos: menos de 500 mm.

O Agreste, mais uma vez, se caracteriza como zona de transição, onde observam-se características do clima seco do interior e
do clima úmido do litoral. Nesta faixa, destacam-se ainda algumas áreas mais úmidas - os brejos - resultantes de uma
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pluviosidade mais abundante.

Distribuição

Duas tipologias climáticas dominam o estado de Pernambuco, cada qual em área diversa.

Na Baixada Litorânea (Zona da Mata) predomina o clima tropical com temperaturas chegando a casa dos 24°C; as chuvas nesta
região giram em torno dos 1.500mm anuais sendo maior este índice no litoral (2.000mm/ano).

Em outras duas áreas, Agreste - no centro - e Sertão - oeste do estado - ocorre o clima caracterizado como semiárido quente. As
temperaturas mais altas são registradas no sertão (26°C), diminuindo mais para o centro chegando a casa dos 22°C, isto devido
as altitudes ali localizadas (planalto da Borborema).

Quanto as chuvas o índice anual supera 2.000mm/ano nesta região. Já no sertão as chuvas são escassas e irregulares, são
registrados índices pluviométricos inferiores a 600mm/ano, originando desta forma o fenômeno da seca.

A exemplo de algumas regiões do nordeste, Pernambuco apresenta uma zona de transição climática entre o clima do sertão
(seco) e o do litoral mais precisamente na Zona da Mata (úmido).

DISRIBUIÇÃO CLIMÁTICA SEGUNDO KÖPPEN

FONTE: Atlas Escolar de Pernambuco

CLIMOGRAMA DE RECIFE

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VEGETAÇÃO

Floresta tropical atlântica

Formada por árvores de folhas grandes recobrindo a Zona da Mata, aos poucos foi devastada dando lugar a outras culturas,
como a canavieira. A Floresta Atlântica, ou mata Atlântica, estende-se por todo o litoral em uma faixa com largura
aproximada de 40 km, onde hoje restam apenas alguns remanescentes. À medida que se afasta do litoral, o porte das árvores
vai diminuindo, além de as mesmas irem assumindo a forma caducifólia, isto é, vegetais que perdem folhas, até a
substituição por vegetação de caatinga.

Floresta tropical subcaducifólia

Caracteriza-se pela constante queda das folhas das árvores, o que propicia uma maior fertilidade ao solo; guarda resquícios
da floresta atlântica consorciada com a caatinga na região do Agreste.

São plantas com cerca de 15 metros, dentre as quais leguminosas, euforbiáceas, pau-d’arco, cajazeira, baraúna e cedro.

Caatinga: vegetação aparentemente “pobre” caracterizando o sertão pernambucano e nordestino. Constitui-se em um

bioma endêmico do Brasil. Durante muito tempo foi considerada um problema, que deveria ser combatido. Como exemplo
o Projeto Algaroba, que vislumbrava substituir toda a caatinga por essa espécie de planta andina. Esse bioma subdivide-se
em:

Caatinga no sertão pernambucano

Caatinga Hipoxerófila, vegetação de clima semiárido apresentando arbustos e árvores de espinhos. A caatinga hipoxerófila
é mais úmida e possui os três estratos de vegetação: herbáceo, arbustivo e arbóreo. O estrato herbáceo, com plantas de até
um metro, é constituído, dentre outras, por bromeliáceas, gramíneas e outras espécies. O estrato arbustivo, com vegetais de
dois metros de altura, é constituído por leguminosas, euforbiáceas, crótons, rubiáceas e outras. O estrato arbóreo, com
árvores de até quinze metros, é constituído por anacardiáceas, leguminosas, cactáceas e várias outras. Nela, ainda são
encontradas plantas da mata Atlântica, entre elas o cedro, o mau-vizinho e o bom-nome. Além de outras típicas desse bioma
como a catingueira, angico, braúna, juazeiro, marmeleiro, mandacaru, umbuzeiro e aroeira.

Caatinga Hiperxerófila ocorre em zonas mais secas, com sete a dez meses secos. A vegetação é de porte mais baixo que
na caatinga hipoxerófila, ocorrendo, dentre outras, leguminosas, solanáceas, bignoniáceas, cactáceas e euforbiáceas.

Cerrado

O cerrado em Pernambuco ocorre nas regiões de tabuleiros na zona da mata Norte, caracterizando-se pela ocorrência de
bosques de árvores, situados no meio de campos de gramíneas e ervas.

Vegetação Litorânea: apresenta-se como uma vegetação rasteira, que é responsável pela fixação da área, controlando o seu
transporte pelo vento. Os mangues também são comuns, responsáveis pela reprodução de espécies de peixes, moluscos e
crustáceos. São áreas inundadas pela água do mar, quando este está em maré alta; e na maré baixa as raízes ficam expostas.

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Mangue no litoral de Pernambuco

DISTRIBUIÇÃO DA COBERTURA VEGETAL

FONTE: Atlas Escolar de Pernambuco

RECURSOS HÍDRICOS

Dois domínios hidrográficos dividem o estado de Pernambuco.

O primeiro é composto por pequenas bacias hidrográficas independentes, formadas por rios que correm diretamente para o
Atlântico. São elas: as bacias dos rios Goiana, Capibaribe, Ipojuca, Camarajibe e Una.

O segundo tipo é localizado no braço pernambucano da bacia do Rio São Francisco. Na margem esquerda do "Velho
Chico" integram-se pequenos afluentes, com destaque para o Moxotó e o Pajeú.

Com exceção do São Francisco e dos rios litorâneos, todos os rios de Pernambuco são temporários. Ou seja, surgem nas
estações chuvosas e somem durante as grandes estiagens.

A exemplo da hidrografia dos demais estados da região nordeste, os rios pernambucanos dividem-se em dois grupos:

Rios litorâneos: dirigem-se para o oceano Atlântico, destacando-se os rios Goiana, Capibaripe, Beberibe, Ipojuca,
Camarajibe e Una.

Rios Sertanejos: são assim chamados por percorrerem o interior do estado; compõem este segundo grupo os afluentes da
margem esquerda do rio São Francisco (Moxotó, Pajeú, Ipanema e rio do Navio).

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BACIAS HIDROGRÁFICAS DE PERNAMBUCO

TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Se refere ao polêmico e antigo projeto de transposição de parte das águas do rio São Francisco, no Brasil, nomeado pelo
governo brasileiro como "Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional".

O projeto é um empreendimento do Governo Federal, sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional – MI.
Orçado atualmente em R$ 4,5 bilhões, que prevê a construção de dois canais que totalizam 700 quilômetros de extensão. Tal
projeto, teoricamen-te, irrigará a Região Nordeste e semiárida do Brasil. A polêmica criada por esse projeto tem como base
o fato de ser uma obra cara e que abrange somente 5% do território e 0,3 % da população do semiárido bra-sileiro e
também que, se a transposição for concre-tizada, afetará intensamente o ecossistema ao redor de todo o rio São Francisco.

Há também o argumento de que essa transposição só vai ajudar os grandes latifundiários nordestinos, pois grande parte do
projeto passa por grandes fazendas e os problemas nordes-tinos não serão solucionados. O principal argumento da polêmica
dá-se, sobretudo, pela destinação do uso da água: os críticos do projeto alegam que a água será retirada de regiões onde a
demanda por água para uso humano e dessendentação animal é maior que a demanda na região de destino, e que a
finalidade última da transposição é disponibilizar água para a agroindústria e a carcinicultura.

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POSSÍVEIS ASPECTOS POSITIVOS:

- Aumento da vazão da água;

- Aumento da produtividade agrícola;
- Diminuição de doenças e da mortalidade infantil;
- Maior potabilidade da água;

POSSÍVEIS ASPECTOS NEGATIVOS:

- Destruição do bioma (caatinga), o que consequentemente dimunuiria a biodiversidade na região;

- Retirada da população ribeirinha;
- Indícios de desvio do curso d´agua por grandes latifundiários, o que inviabilizaria o acesso a todos sertanejos;

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3.ASPECTOS SÓCIOECONÔMICOS DE PERNAMBUCO

3.1. DEMOGRAFIA DE PERNAMBUCO

O estado do Pernambuco está localizado na Região Nordeste do Brasil. Sua extensão territorial é de 98.146,315 km²,
conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
totaliza 9.648,266 habitantes (2021), correspondendo a aproximadamente 4,6% da população brasileira, distribuídos em 185
municípios. A densidade demográfica do estado é de 98,80hab/km² (2021). Cerca 80,2% da população reside em áreas
urbanas e 19,8% em zonas rurais.

Conforme dados do IBGE, a composição étnica da população pernambucana é constituída por pardos (53,3%), brancos
(40,4%), negros (4,9%) e índios (0,5%). Quanto à estrutura por sexo, os homens representam 48,1% da população, e as
mulheres,51,9%.

A distribuição populacional no estado ocorre de maneira desproporcional, os centros urbanos localizados próximos ao
litoral concentram um elevado percentual da população pernambucana, enquanto que o sertão é pouco povoado. O IDH
(Índice de Desenvolvimento Humano) do estado é 0,673 (2010). Os indicadores sociais apresentam uma expectativa de vida
de 76,5 anos (2021), a mortalidade infantil apresenta índices elevados 11,1 óbitos a cada mil nascidos vivos (2021); a taxa de
analfabetismo é de 16,7%.

Recife, capital pernambucana, abriga uma população de aproximadamente 1,6milhão de pessoas, em uma extensão territorial
de 219 km²

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Algumas dicas importantíssimas sobre nossa dinâmica demográfica:

- A nível nacional (ou seja, em comparação aos outros 25 Estados brasileiros e o Distrito Federal), pode-se dizer que
Pernambuco é um Estado bem populoso e povoado;

- A miscigenação etnocultural, a maior difusão das religiões de origem afro ao longo dos últimos séculos e a diminuição do
preconceito histórico-familiar foram fatores fundamentais para a atual predominância do Pardos no território
pernambucano;

- Com a evolução dos meios tecnológicos nas áreas de saúde e educação ao longo dos anos, diminuíram em Pernambuco,
diminuíram taxas como a natalidade, mortalidade, mortalidade infantil e até de fecundidade;

- Assim como o Brasil, nosso Estado passa por um processo de transição demográfica. Em outras palavras, estamos
passando pelo processo de envelhecimento populacional, com uma mudança no perfil da pirâmide etária: alargamento
constante do topo e corpo, bem como estreitamento da base (Observe as pirâmides abaixo);

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- Além de ser maioria em nosso Estado em gênero, as mulheres (com 51,5 %) também vivem mais que os homens (os quais
vivem em média 70, 5 anos, enquanto as mulheres vivem em média 80,6 anos). Isso se deve a alguns fatores importantes,
tais como o maior cuidado na saúde e o maior número de acidentes de trânsito (bem como também de violência) entre os
homens.

- O IDH de Pernambuco é considerado médio (0,673), de acordo com o censo do IBGE 2010. Um detalhe importante é
que mesmo tendo o maior IDH entre as capitais nordestinas, Recife (0,772) fica atrás de Fernando de Noronha (0,788) no
âmbito estadual, o que confere à ilha de origem vulcânica o maior Índice de Desenvolvimento Humano de Pernambuco.

3.2. URBANIZAÇÃO DE PERNAMBUCO

O fenômeno da urbanização é consequência direta de dois grandes fatores que modificaram o comportamento
socioeconômico da humanidade no século XX: a Revolução Tecnocientífica e a sua resultante – a explosão demográfica. No
conceito geográfico, cidade é o aglomerado de habitações e edificações em geral, distribuídas em praças, quarteirões e ruas
(ou avenidas) pavimentadas, habitada por alguns milhares de pessoas, provido de infraestrutura de serviços urbanos (água
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encanada, coleta de lixo, esgoto, transportes coletivos, etc.), com atividades econômicas que independem do solo
(secundárias e terciárias) e com autonomia político-administrativa regida por poderes municipais (prefeitura e câmara de
vereadores).

Rebuscando o contexto histórico: A urbanização nordestina

O processo de Urbanização no Nordeste caracterizou-se, principalmente, por ter se manifestado de forma e período
distintos das demais regiões brasileiras, iniciando-se no período colonial e conhecendo um relativo declínio justamente
quando o restante do país intensificou o processo de metropolização.

Para compreendermos melhor como ocorreu – e ainda ocorre – a urbanização nordestina, primeiramente é necessário
compreender o que é, propriamente, a expressão urbanização. Essa expressão designa o crescimento das cidades em relação
ao crescimento do campo, ou seja, só há urbanização quando o crescimento da população e do espaço das cidades é
superior ao crescimento da população e do espaço do meio rural.

Além do mais, é preciso considerar a heterogeneidade do espaço dessa região, que só é concebida em um conjunto a partir
das divisões regionais brasileiras ocorridas ao longo do século XX. Antes disso, o Nordeste era entendido como uma área
com diversas regiões e atividades, possuindo um litoral, por exemplo, economicamente mais dinâmico e um Agreste e
Sertão em fase de evolução.

Como já frisamos, a região Nordeste foi a primeira a se urbanizar no Brasil, em virtude do fato de ela abrigar as primeiras
localidades colonizadas e onde se instalaram as principais atividades econômicas brasileiras. Estabeleceu-se, primeiramente, a
cultura da cana-de-açúcar, consolidando a formação do chamado “Nordeste Açucareiro”, que contrastava em relação às
demais atividades regionais. Esse contexto favoreceu o crescimento de cidades como Salvador e Recife, que eram,
respectivamente, os centros político e econômico do Nordeste Açucareiro.

A partir do século XVIII, houve um declínio dessa atividade em função da competição da produção de açúcar no Caribe, o
que se intensificou com o crescimento econômico da produção de café na região Sudeste. Em oposição, no século XIX, as
faixas do Agreste e do Sertão intensificaram a produção de algodão e as atividades pecuaristas, formando o “Nordeste
algodoeiro-pecuarista”, o que propiciou o crescimento de algumas cidades nessa região.

Ao longo do século XX, estabeleceu-se a formação do chamado “Nordeste cacaueiro”, consolidando o crescimento regional
que, em particular, favoreceu o desenvolvimento de cidades baianas, com destaque para Itabuna e Ilhéus.

Porém, em linhas gerais, a região Nordeste conheceu um intenso declínio econômico e, consequentemente, urbano ao longo
dos séculos XIX e XX. Por outro lado, regiões como o Sudeste cresceram cada vez mais e urbanizaram-se. Desse modo,
justamente quando as taxas de emigrações no Nordeste acentuavam-se, as regiões urbanas nas demais localidades
proliferavam-se. Apesar disso, algumas metrópoles, como Recife e Fortalezam, formavam-se em função das migrações
internas, em que povos do Sertão partiam em direção às faixas litorâneas economicamente mais desenvolvidas.

Assim, atualmente, ao contrário do que ocorre nas demais regiões, principalmente no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul,
que apresentam uma acentuada queda em suas taxas de crescimento urbano, o Nordeste passa a se urbanizar cada vez mais,
elevando o crescimento de suas regiões metropolitanas. Isso ocorre, principalmente, em função do atual estágio de
desconcentração industrial em curso no Brasil.

Dados do IBGE apontam que, na década de 1960, a população rural do Nordeste somava quase o dobro da população
urbana: mais de 14 mil contra pouco mais de 7 mil habitantes, respectivamente. Na década de 1980, a população das cidades
finalmente superou a população do campo.

Segundo o Censo Demográfico de 2010, a população urbana nordestina é de 38.821.246 pessoas, enquanto, no meio rural, o
número é de 14.260.704 habitantes. Tais números servem, afinal, para desmitificar a ideia de que o Nordeste é
essencialmente rural. É claro que, não diferente do que ocorre no restante do país, essa urbanização é extremamente
concentrada, principalmente nas cidades do litoral, com destaque para algumas exceções, como a cidade de Imperatriz, no
Maranhão.
ASPECTOS IMPORTANTÍSSIMOS DA URBANIZAÇÃO PERNAMBUCANA:

 A partir de 1970: Prevalência da população urbana em PE;

 Principal cidade: Recife – constitui-se como uma verdadeira metrópole;
 Também merecem destaque: Olinda (atração turística), Jaboatão, Paulista, Cabo, Igarassu e São Lourenço
(centros industriais);
 Outras cidades destaques das mesorregiões: Goiana, Nazaré da Mata, Timbaúba e Carpina (Mata), Caruaru
(Agreste), Garanhuns (Sertão).
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RMR

 Pernambuco: 7ª maior população do Brasil (9.385.810 hab.) – RMR: 7ª mais populosa entre as RMRs (3.926.317
hab.), tendo 43% desse total concentrado na Metrópole Recife;
 14 municípios e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha;
 Concentra a maior parte do PIB Estadual (65,1%);
 Apenas 124.643 habitantes nas zonas rurais;
 Recife: com 218km², representa 7,2% da área da RMR, concentrando 43% dos habitantes dessa região.

MODELO DE OCUPAÇÃO DA RMR E INTEGRAÇÃO/DINÂMICA DOS MUNICÍPIOS

 Modelo espacial caracterizado por duas estruturas: 1 – uma malha contínua que ultrapassa limites político-
administrativos (o processo de conurbação com Jaboatão, Paulista e Olinda); e 2 – Presença de núcleos isolados
(Moreno);
 Redução da participação da População de Recife (cerca de 85% da população em 1990 migrou para os
municípios vizinhos);
 Jaboatão (686.122 hab.), Olinda (389.494 hab.) e Paulista (322.730 hab.) são os núcleos conurbados com Recife;
 Destacam-se também Abreu e Lima (99.602 hab.), Camaragibe (154.054 hab.) e Cabo de Santo Agostinho
(200.546 hab.)

METRÓPOLE RECIFE

 Polo metropolitano; Mercado Mundial; Centralidade (distância de 800km entre Salvador e Fortaleza) e
Polarização (desde Natal até Aracajú – mais de 120 cidades) – Metrópole Nacional;
 Fator fundamental na integração e mobilidade urbana da capital: O sistema metroviário, que conta com duas
linhas (Centro – 1 e 2 - e Sul); 29 estações, 71 km; 15 terminais de integração ônibus/metrô do S.E.I; passando
por ampliação.

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PROBLEMAS DA URBANIZAÇÃO DE RECIFE

 Índice de Carência Habitacional, taxa de pobreza e IDH-M: as más condições entre os municípios da RMR;
 Características históricas que marcam o processo de produção do espaço metropolitano: Latifúndios e Elevada
valorização imobiliária e as desigualdades sociais;
 Processo de periferização e gentrificação – população pobre em busca do espaço – avanço para as “bordas” da
malha urbana – ocupação de áreas de risco;
 Mudança no direcionamento do fluxo urbano: municípios para Recife (antes); Recife para os municípios vizinhos
(hoje)! Fatores: Política de habitação popular e urbanização e adensamento das faixas litorâneas dos municípios.
 Infraestrutura deficitária: congestionamentos, ocupação irregular de encostas, palafitas entre outros.

Alguns dos principais problemas urbanos em Recife

3.3. ESPAÇO RURAL DE PERNAMBUCO

 Participação crescente no mercado mundial: Avanço das terras cultivadas e o avanço da tecnologia e pesquisa
(CODEVASF);
 Predominância das culturas temporárias;
 Lavouras que ocupam maior área plantada no Estado: cana-de-açúcar (36% da área plantada), feijão e milho – os
três juntos correspondem a 90% de toda área plantada;
 Análise do Índice de Gini: permanência da estrutura fundiária em PE; desigualdade social; PE dentro do padrão
concentrado;

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ESTATUTO DA TERRA E OS TIPOS DE MÓDULOS

 Criado pela Lei 4.504 de 30 de novembro de 1964 – clima de insatisfação no meio rural e ao temor do Governo
e da elite conservadora pela eclosão de uma revolução camponesa;
 Lutas que começam a partir de 1950;
 Objetivos do Estatuto: Execução de uma Reforma Agrária (o que ainda não acontece na prática) e
desenvolvimento da agricultura (projetos);
 Surge com ele o conceito de “Módulo Rural” – padrão que deve responder à propriedade familiar;
 Módulo Fiscal – unidade de medida em hectares que leva em consideração o tipo de exploração, a renda obtida,
outros tipos de explorações que propiciem renda significativa e características ambientais;

UNIDADES DE PRODUÇÃO E MODERNIZAÇÃO DA AGROPECUÁRIA DE PE

 São basicamente duas as unidades de produção: Patronal (trabalho contratado – gera mais de 68% do PIB
agrícola nacional) e a Unidade Familiar (trabalho familiar direto – predominância em PE – mais de 83% das
propriedades);
 Dos “Banguês” para as “Usinas e Destilarias” : melhoria histórica nas condições técnicas de produção;
 Processo atual: Crise do açúcar, por dois motivos: Econômico (falta de capital ou transferência de investimentos)
e o Natural (Seca);
 Processo de ocupação das áreas dos antigos engenhos;

FRUTICULTURA NO SERTÃO, CONSTITUIÇÃO DE 1988/REFORMA AGRÁRIA E CONFLITOS SOCIAIS

NO CAMPO

 Expansão da fruticultura irrigada – 1980 – Vale Submédio do São Francisco; destaque para Petrolina, como
também Lagoa Grande, Santa Maria e Orocó;
 Estabelecimento de novas especificações com o objetivo de dar um fim na concentração fundiária brasileira e
pernambucana, com a redistribuição das terras – Constituição; Surgimento do INCRA – aumento dos
trabalhadores temporários;
 1985 – Ministério da Reforma Agrária; deficiência judiciária e descaso do governo – aumento da violência no
campo;
 MST (1984) – reforma rápida e justa; em reação, se cria pelos fazendeiros a UDR;

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3.4. ECONOMIA DE PERNAMBUCO

Ferrovia Transnordestina, Complexo Portuário de Suape e a Cana de açúcar

Pernambuco vem passando por importantes mudanças no seu perfil econômico. Hoje, a consolidação e a interiorização do
desenvolvimento constituem um dos focos prioritários do Mapa da Estratégia 2012-2015 do Governo Estadual, referência
para todas as ações governamentais. Dentro da perspectiva de uma nova economia, com oportunidades para todos os
pernambucanos, destaca-se a captação de novos investimentos e empreendimentos estruturadores, instalados e em fase de
instalação, em diversas Regiões de Desenvolvimento do Estado: o Polo Farmacoquímico, de Hemoderivados e de
Biotecnologia e do Polo Automotivo (no Norte Metropolitano e Goiana, com forte influência em outros municípios da
Região da Mata Norte e da Paraíba); o Complexo Industrial e Portuário de Suape, cujo território estratégico se estende por
municípios do sul da RMR e da Mata Sul do estado, bem como a Cidade da Copa (no Oeste Metropolitano) e a Plataforma
Logística Multimodal Miguel Arraes de Alencar, nas Regiões de Desenvolvimento do Sertão (Central, do São Francisco e de
Itaparica).

Baseada na agricultura (cana-de-açúcar, mandioca), pecuária e criações, e na indústria (alimentícia, química, metalúrgica,
eletrônica, têxtil), estagnada durante a "década perdida" (1985 a 1995), a economia cresce rapidamente nos últimos anos
2000: PIB per capita de R$ 3.673,00, crescimento de + de 40% nesse período, e mais de 10% ao ano. Previsão para 2016: R$
15.000,00.

Desde a colonização: basicamente agrícola (destaque: produção nacional de cana-de-açúcar devido ao clima e ao solo tipo
massapê). Últimas décadas: novas fontes de extrativismo, floricultura e setor industrial em torno da empresa de Suape,
fundada em 1979. Principais empreendimentos: setores alimentício, químico, de materiais elétricos, comunicações,
metalúrgica e minerais não-metálicos. Destaque internacional: produção irrigada de frutas do São Francisco - quase que
totalmente voltada para exportação - concentrada em Petrolina. Gravatá: 2º maior polo floricultor do país (perde para SP).

O crescimento da cana-de-açúcar (aumento de 20% entre 1999 e 2000) diminui a cada ano, e eventualmente será nula. Perde
espaço para a indústria, comércio e serviços. Entre 1997 e 1999, Suape teve crescimento de 16,7%. Pernambuco tem a 2ª
maior produção industrial do Nordeste, atrás da BA. A indústria teve queda em 2000 (3,3% em relação a 1999). Outros
destaques: extrativismo mineral. Polo gesseiro de Araripina fornece 95% do gesso consumido no Brasil. Polo de informática
do Recife - Porto Digital - entre os cinco maiores do Brasil.
PIB PE: R$ 117.300.926 mil (2012 - 2,7% do PIB nacional). Participações internas do PIB: Agropecuária (7,7%), Indústria
(25,3%), Comércio e Serviços (72%)

Agricultura: algodão herbáceo (Agreste), cana-de-açúcar (perde importância na economia do estado e região), e destaque na
produção da agricultura irrigada no Sertão do São Francisco, nos projetos hortifrutícolas implantados pela CODEVASF
voltados para o mercado externo.

Pecuária: pecuária bovina de corte e leite, a caprinocultura, ovinocultura, suinocultura e piscicultura

Indústria: extrativa e de transformação (tradicional e moderna). Transformação: mais importante ramo. Distribuídas por
polos de importância e desenvolvimento, respectivamente:
 Polo Graniteiro – grande produtor de pedras ornamentais, destaque para o granito, nos municípios de Bezerros, Belo
Jardim e Bom Conselho.

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 Polo Gesseiro e de Cimento – produtos da indústria da construção. Destaques: municípios de Bodocó, Exu, Ouricuri,
Paulista, Goiana e Cabo de Santo Agostinho. Produção de gesso: 95% da produção nacional.
 Polo da Cerâmica – ligação com o setor construtivo, produção e beneficiamento de porcelanato, fabricação de louças de
mesa. Destaques: municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.
 Polo Tecnológico Eletrônico do Recife – destaque para PE, na RMR, destaca-se a produção de softwares. PE: 3º maior
polo de informática do país.
 Polo de Calçados – relevante para o estado, devido ao número de empregos gerados. Destacam-se: municípios de Abreu e
Lima, Timbaúba, Carpina, Bezerros, Caruaru e outros.
 Polo de Bebidas – SUAPE e municípios do Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Lagoa Grande,
Olinda, Paulista, Petrolina, Recife e Santa Maria da Boa Vista.

Polo Metal Mecânico de Linha Branca – municípios de Abreu e Lima, Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Ipojuca e
Paulista.
 Polo de Higiene Pessoal, Perfumaria, Cosmético e Limpeza – SUAPE, municípios de Abreu e Lima, Cabo de Santo
Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Igarassu, Recife, Ipojuca e Garanhuns.
 Polo de Móveis – SUAPE, municípios de Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca,
Gravatá, Bezerros, Caruaru, Lajedo, Garanhuns, João Alfredo e Afogados da Ingazeira.
 Polo de Industrialização do Leite – SUAPE e municípios da bacia leiteira: Garanhuns, Bom Conselho, Lajedo, Capoeiras,
Correntes, São Bento do Uma e Sanharó.
 Polo de Material Plástico para Construção Civil – SUAPE e municípios de Abreu e Lima, Cabo de Santo Agostinho,
Ipojuca, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Recife, Caruaru e Garanhuns.
 Polo de Embalagens – SUAPE, municípios de Abreu e Lima, Igarassu, Itapissuma, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes,
Ipojuca, Paulista, Recife, Olinda, Moreno, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Vitória de Santo Antão, Carpina, Timbaúba,
Ferreiros, Caruaru e Garanhuns.
 Porto de SUAPE - devido à magnitude, é considerado como polo econômico regional, situando na porção mais oriental da
região Nordeste com 41 km de extensão de malha rodoviária interna, que permite a circulação das cargas desde os cais até
os terminais e as indústrias.
 Turismo – um dos setores industriais que mais cresceu em PE (3% do PIB estadual), devido ao investimento do governo
em infraestrutura, com condições para receber turistas. As praias e cultura diversificada recebem grande número de turistas,
gerando receitas importantes para o estado.
 Comércio: mais expressivo em Recife – maior centro comercial de PE – e em Caruaru, Limoeiro, Arcoverde, Petrolina,
Garanhuns, Salgueiro, Araripina, Nazaré da Mata, Timbaúba e Serra Talhada.
 Transportes: principais rodovias: BR 101 (norte-sul no litoral), BR 232/Luiz Gonzaga (leste-oeste, de Recife a Parnamirim),
BR 316 (vai para Piauí) + rodovias estaduais. Três linhas ferroviárias ligam Recife a outras regiões de PE e o metrô de
superfície. Marítimo: Portos do Recife e SUAPE. Fluvial: trechos navegáveis do São Francisco. Aeroportos: Internacional
dos Guararapes – Gilberto Freire; os de Petrolina, Caruaru, Garanhuns, Pesqueira, Arcoverde e Palmares são menores.

Aprofundando o conhecimento:

ECONOMIA DE PERNAMBUCO: (Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco) – BASE DE

DADOS (CENSO 2010)

A economia de Pernambuco, fortemente calcada pela produção de commodity agrícola e por poucas cadeias industriais até os
anos 70 do século XX, passa por um consistente processo de modernização e com fortes investimentos tanto de capital
nacional quanto estrangeiro. Em linhas gerais, o Estado tem uma economia bastante complexa, com forte participação tanto
de setores de ponta - como o de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e logística - quanto da indústria
(principalmente de alimentos e bebidas, petroquímica, metalmecânica, têxtil/confecções e gesseira) e do agronegócio, cujo
melhor termômetro no Estado é o Vale do São Francisco, que movimenta US$ 500 milhões/ano.

O setor predominante é o de serviços, com participação de 59,6% no Produto Interno Bruto (PIB) local – e com ênfase na
TIC, logística e o varejo – seguido pela indústria (31,9%) e pela agricultura (8,5%).
Complexidade, presença de cadeias produtivas bem estruturadas e infraestrutura extremamente otimizada são fatores
decisivos para que o Estado tenha um excelente desempenho econômico. O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado ficou
na casa dos R$ 106 bilhões em 2011, o segundo maior do Nordeste, atrás apenas da Bahia, e vem crescendo num ritmo um
pouco superior ao do País, chegando a estar na contramão do desempenho nacional em anos de estagnação. Em 2010, por
exemplo, O PIB local – que representa 20% do PIB do Nordeste e em torno de 2% do nacional – registrou incremento de
15%, enquanto o do País apresentou retração de 7,5%.

Contribuem para este bom desempenho um mercado interno forte, a posição geográfica privilegiada em relação ao
Nordeste e aos principais mercados do mundo (Nafta e União Europeia), investimentos de peso na infraestrutura pública -
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de 1999 a 2004, foram aportados R$ 1,3 bilhão destinados, sobretudo, a rodovias, portos, aeroportos e malha de
abastecimento de gás natural – e uma política bem articulada e competitiva de incentivos fiscais.

Quanto ao mercado interno, ressalte-se que o estado conta com uma população de 8,7 milhões de habitantes, 16% da
população do Nordeste. A população economicamente ativa é de 1.444 milhão de pessoas. O PIB per capita é de R$ 12.450.

Em relação à posição geográfica no Nordeste, vale frisar que Pernambuco faz divisa com cinco dos nove estados da Região,
e conta com fácil acesso por rodovia, por via aérea ou por modal marítimo, além de estar a, em média, 800 quilômetros das
principais regiões metropolitanas do Nordeste (de Salvador e Fortaleza). No tocante às relações com o mercado nacional e
internacional, o estado tem como uma de suas principais estruturas logística o Complexo Industrial e Portuário de Suape,
que conta com 40 escalas mensais de navios, sendo 25 de longo curso e 15 de cabotagem. Suape, aliás, é hoje a grande
aposta do desenvolvimento do estado. Localizado a 40 quilômetros do Recife, o complexo concentra investimentos
privados e da Petrobras que estão na casa do US$ 40,7 bilhões. Os investimentos públicos chegam a R$ 1 bilhão desde que
Suape começou a ser construído, nos anos 70. O polo de negócios do complexo é constituído por mais de 100 empresas –
principalmente industriais e de logística – e que geram 5,9 mil empregos diretos. Um novo patamar será alcançado a partir
do estaleiro que o consórcio Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez/Mitsui vai construir, do polo petroquímico do grupo
italiano M&G e Petrobras e da refinaria a ser implantada pela Petrobras em parceria com a venezuelana PDVSA.

Quanto aos clusters mais representativos da economia local, um dos destaques é, sem dúvida, o de TIC, que tem como
principal âncora o Porto Digital, no Recife, e evidencia o grau de inserção e modernização da economia local. Ao todo, são
500 empresas de softwares, serviços e equipamentos instaladas no estado e que representam hoje 4% do PIB local. A
expectativa é que essa participação cresça para 10% nos próximos 10 anos.

Outro cluster de peso é o de bebidas. São 142 unidades industriais de cervejas, refrigerantes, vinhos, sucos, destilados,
aguardente e água mineral, numa cadeia que está entre as mais organizadas do País, contando com o suporte de indústrias de
vidros, latas, rolhas metálicas, rótulos, caixas e unidades de importação de matérias-primas, como o malte de cevada.

Entre os setores surgidos nos últimos 30 anos, se destacam: o Polo de Confecções do Agreste (que movimenta R$ 2,1
bilhões/ano, conta com 12 mil empresas, gera 77 mil empregos e produz quase 700 milhões de peças anuais) e o Polo
Gesseiro do Araripe, no Sertão, o núcleo é responsável por 95% da produção nacional de gesso e gipsita e possui em torno
de 420 empresas instaladas. Entre os segmentos mais tradicionais da economia pernambucana, uma das estrelas é o cluster
metalmecânico, que vem registrando excelente desempenho, com fortes investimentos em plantas já instaladas, a abertura de
unidades e a chegada de novas empresas. Entre os players de peso que estão presentes no cluster podem ser citados a Alcoa e
a Gerdau.

No setor de serviços, uma das melhores performances vem sendo obtida na logística, com a criação do primeiro polo planejado
de logística do País, aproveitando a tradicional vocação de Pernambuco com distribuidor regional, a posição geográfica
privilegiada e a infraestrutura otimizada. O polo já conta, só no ramo de centrais de distribuição (CDs), com em torno de
100 empreendimentos, entre instalados, em execução e em fase de projeto.

No agronegócio, o maior destaque é o Vale do São Francisco, onde o volume colhido por safra chega a 1,5 milhões de
toneladas e as exportações somaram 180 mil toneladas. O cultivo irrigado se estende por nada menos que 120 mil hectares,
com predomínio da fruticultura, hortaliças, coco e cana-de-açúcar. Só o plantio de frutas gera 240 mil empregos diretos e
960 mil indiretos.

O Vale ostenta os títulos de maior centro produtor de uvas-finas do País e maior exportador de uvas do Brasil, respondendo
por mais de 96% das exportações brasileiras do produto em 2004. Aliás, é a única região do mundo que produz duas safras e
meia de uva por ano. Representa também 60% das remessas de manga do Brasil para o mercado externo. Ao todo, as
exportações de frutas chegaram a US$ 120 milhões em 2004, sendo US$ 116 milhões apenas de uva e manga. Não bastasse
isso, o Vale passou a contar recentemente com mais um trunfo, ao entrar para o seleto clube das regiões produtoras de
vinhos finos. Estão presentes no polo de vitivinicultura tanto a elite dos produtores nacionais de vinho – a gaúcha Miolo é
um exemplo disso – quanto investidores internacionais como a Dão Sul (Portugal), Ducos (França) e Sereníssima (Itália).

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TRANSPORTES

Rede de Transportes de Pernambuco

Os meios de transporte são muito importantes para o desenvolvimento de uma região, pois é por meio deles que chegam e
saem os produtos necessários ao comércio, à indústria e ao setor de serviços. Além disso, servem para o deslocamento das
pessoas, em suas atividades diárias. Em Pernambuco, o principal meio de transporte é o rodoviário. O estado é servido por
rodovias federais e estaduais. Nossa principal rodovia é a BR 101 (recentemente duplicada), federal, que corta o estado no
sentido norte-sul junto ao litoral, ligando-o com a Paraíba, ao norte, e com Alagoas, ao sul. A BR 232 (recém duplicada e
com o nome de Luiz Gonzaga) corta o estado de leste a oeste: parte do Recife e vai até Parnamirim, no oeste do estado,
passando por Caruaru, Pesqueira, Arcoverde, Serra Talhada e Salgueiro. Liga-se com a BR 316, que vai para o Piauí. As
rodovias estaduais fazem a ligação entre as rodovias federais que cortam o estado e as cidades. A malha rodoviária é mais
densa no leste de Pernambuco, onde se localizam as maiores cidades, tornando-se mais rala em direção ao Sertão, menos
povoado.

O transporte ferroviário já teve grande importância em nosso estado antes da construção das rodovias. Atualmente, temos o
metrô de superfície, que atende à área metropolitana da capital, passando por fase de expansão com ramais para Prazeres e
Camaragibe, devendo atingir em torno de 39,5 km de extensão em sua totalidade. Em relação ao transporte marítimo, o
maior e mais movimentado é o porto de Suape, que serve de escala a diversas linhas que ligam o Brasil à América do Norte
e à Europa. No porto de Suape já funciona um terminal de derivados de petróleo e exportação de álcool. Outro trecho de
ferrovias no Nordeste é a moderna transnordestina partindo da cidade de Eliseu Martins no Piauí até os portos de Suape,
em Pernambuco, e Pecém, no Ceará, com obras já iniciadas em 2006. As obras da Transnordestina estão sendo executadas
pelo Exército.

O transporte fluvial é realizado nos trechos navegáveis do rio São Francisco, onde se destaca o porto fluvial de Petrolina,
que se comunica com Pirapora, em Minas Gerais. Em termos de transporte aéreo destaca-se o Aeroporto Internacional dos
Guararapes/Gilberto Freire, onde circulam aviões de companhias aéreas nacionais e internacionais e que possui capacidade
de operar com 5 milhões de passageiros/ano. Também é de grande importância o aeroporto de Petrolina, localizado às
margens do rio São Francisco, com a segunda maior pista de pouso do Nordeste. Em Caruaru, Garanhuns, Pesqueira,
Arcoverde e Palmares, há aeroportos menores.

Frota de Veículos de Pernambuco em Fevereiro de 2016

Anos Total Automóvel Carga (1) Ônibus (2) Motos (3) Outros
2010 1.857.540 917.804 226.785 25.436 639.406 48.109
2011 2.074.599 991.514 252.254 28.729 747.024 55.078
2012 2.279.075 1.072.631 275.686 31.561 837.272 61.925
2013 2.464.189 1.146.248 299.691 34.396 915.030 68.824
2014 2.627.802 1.210.395 323.332 36.445 981.946 75.684
2015 2.765.521 1.256.142 337.562 37.827 1.032.691 101.299
2016 2.788.258 1.262.299 339.285 37.941 1.037.786 110.947

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Fonte: DETRAN-PE
NOVOS NEGÓCIOS:

-REFINARIA ABREU E LIMA -ESTALEIRO ATLÂNTICO SUL

-ESTALEIRO PROMAR -MOINHO BÜNGE
-LABORATÓRIO HEMOBRAS -LABORATÓRIO NOVARTIS
-LABORATÓRIO LAFEPE -FÁBRICA SADIA
-FÁBRICA PERDIGÃO -POLO PETROQUÍMICO
-PARQTEL -CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO GM
-CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DA TOYOTA - FÁBRICA DA JEEP
-SHINERAY -CSN
-AMANCO -MÁQUINAS PIRATININGA IND. E COM. LTDA.
-REDIMIX -AMBEV
-ITAIPAVA -BRASIL KIRIN

LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA (PORTO DE SUAPE)

Situado na extremidade oriental da Costa Atlântica da América do Sul, o Porto de Suape tem uma localização estratégica em
relação às principais rotas marítimas de navegação, tornando mais rápidas as conexões com os mais importantes centros
portuários do mundo e reunindo condições para ser o principal porto concentrador de cargas (hub port) no Atlântico Sul. O
Complexo Industrial Portuário de Suape está situado nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, no litoral sul
do estado de Pernambuco. Com uma área total de 13.500 hectares (135 km2), distribuídos entre as zonas portuárias,
industrial, administrativa e de preservação ecológica e cultural, Suape é atualmente um polo de desenvolvimento e conta
com um dos mais importantes portos do hemisfério sul.

Porto de Destaque no Nordeste

O Porto de Suape já é o 1º do Nordeste em movimentação de

carga geral. De águas profundas, 15,50 metros, o porto pode
atender navios de até 170.000 tpb e calado operacional de 14,50
metros. Com 27 km² de retroporto, seus portos externo e
interno, onde já foram investidos, até 2013, cerca de US$ 2
bilhões em obras, oferecem as condições necessárias para
atendimento de navios de grande porte.

Vista aérea de SUAPE

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SE LIGA, PM: Regiões de Desenvolvimento

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A RD Metropolitana é a mais populosa (3.693,177 habitantes). Essa região, além da Região Metropolitana do Recife (RM
Recife), inclui o Território Estadual de Fernando de Noronha. A RD Sertão do São Francisco contém parte da Região Integrada
de Desenvolvimento (RIDE) Petrolina - Juazeiro. A RIDE Petrolina - Juazeiro foi institucionalizada pela Lei Complementar no
113/01 e regulamentada pelo Decreto no 4366/02. É interestadual é abrange quatro municípios de Pernambuco (Petrolina,
Lagoa Grande, Santa Maria e Orocó) e quatro municípios baianos (Juazeiro, Sobradinho, Casa Nova e Curaçá). Em
Pernambuco, a RIDE reúne 400.322 habitantes (IBGE, 2010).

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Se liga nas dicas, concurseiro(a):

- RD Sertão Araripe: Gesso e cimento;

- RD Sertão do São Francisco: Fruticultura irrigada

- RD Sertão Central: Produção de ferro e rodovias;

- RD Sertão Pajeú: Ouro e pecuária extensiva;

- RD Sertão Moxotó: Polo médico e educacional do Sertão e pecuária extensiva;

- RD Agreste Meridional: Bacia leiteira e Unidade quartzítica;

- RD Agreste Central: Polo cultural/festivo, artesanato, bordado;

- RD Agreste Setentrional: Polo de confecções;

- RD Mata Sul: Indústria sucroalcooleira;

- RD Mata Norte: Polo farmacêutico (Hemobrás) e automobilístico (Fiat/Jeep);

- RD Metropolitana: Principal polo econômico do Estado (tecnologia, portuária, urbano-industrial).

3.5. ARTE E CULTURA DE PERNAMBUCO

Fonte: Diário de Pernambuco

Artesanato e cultura de Pernambuco
O barro de Caruaru

Obra de Mestre Vitalino influenciou toda uma geração de artesãos

pernambucanos.
Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A Press

Terra de Mestre Vitalino, Caruaru dista 130 km do Recife. No Agreste pernambucano, é o município que se sobressai. Em
parte pela temperatura mais amena depois que o sol se põe, mas, sobretudo, pelos trabalhos em barro de seu filho mais
ilustre: Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963), mais conhecido como Mestre Vitalino. Ele foi o artesão que soube como
nenhum outro moldar o nordestino no barro. Em peças que representavam o trabalho, a família e o lazer do homem
sertanejo, ajudou a construir o imaginário de um povo. No bairro do Alto do Moura, um dos maiores centros de arte
figurativa das Américas, o turista encontra a Casa-Museu Mestre Vitalino, onde o próprio morou, e uma infinidade de
outros ateliês de seus discípulos. No Recife, o barro de Caruaru pode ser comprado em vários endereços. Um deles é o
Centro de Artesanato de Pernambuco, na Praça do Marco Zero, no Bairro do Recife.

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A carranca de Petrolina

Carrancas podem ser moldadas no barro ou esculpidas na madeira.

Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Seguindo interior adentro, o turista vai encontrar Petrolina, a capital do Sertão pernambucano. Se não quiser percorrer os
720 km em busca das famosas carrancas petrolinenses, é só se dirigir ao Mercado de São José, na Praça Dom Vital, s/n, no
bairro de São José, centro do Recife. Foi Ana Leopoldina Santos a responsável por moldar as primeiras carrancas na argila.
Seu trabalho chamou a atenção pelos traços inéditos. Passou a responder por Ana das Carrancas, tornando-se a mais
importante artesã da região e, décadas depois, merecedora da Ordem do Mérito Cultural pelo Governo Federal. Aos poucos,
sua técnica ecoou de Petrolina para o restante dos municípios do estado. Hoje em dia, já tem carranca, inclusive, esculpida
na madeira. Se maiores, servem para guardar a casa. Se menores, servem de amuleto contra o mau olhado.
Independentemente disso, simbolizam a criatividade de "uma mulher, negra, pobre e nordestina que venceu na vida".
Palavras de Maria da Cruz Santos, filha de Ana das Carrancas.

A renda de Pesqueira

Renda renascença é típica de Pesqueira, mas pode ser facilmente

encontrada no Recife.
Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press

Em Passira e Poção, mas principalmente em Pesqueira, no Agreste do estado, são as rendeiras que despontam como atração
turística. A renda renascença confeccionada ali ganhou o mundo. "Vem muita gente da Europa e dos Estados Unidos
passear na Casa da Cultura. E quando conhecem o trabalho, compram mesmo", conta uma das vendedoras da antiga casa
carcerária que, atualmente, faz as vezes de centro de artesanato. O visitante encontra de toalhas imensas a conjuntos de
cama, passando por jogos americanos e peças de vestuário. Os preços fazem jus ao minucioso trabalho manual das rendeiras
e podem chegar facilmente à cifra dos mil reais, a depender do produto. Pesqueira fica a cerca de 200 km do Recife.

O tapete de Lagoa do Carro

Estampas confeccionadas pelas tapeceiras de Lagoa do Carro.

Foto: Romero Accioly/DP/D.A Press

Na Zona da Mata, a 60 km da capital, Lagoa do Carro é sempre lembrada pela produção de tapetes artesanais. A vocação
das artesãs deu origem, inclusive, à Associação das Tapeceiras de Lagoa do Carro, prestes a completar 25 anos de atividades.
Anualmente, o trabalho pode ser conferido na Feira do Tapete e do Artesanato que acontece na cidade. Tido como o maior
produtor de tapetes do Nordeste, o município chega a movimentar a economia em R$ 50 mil ao ano. Destacam-se entre as
mestras tapeceiras, Luíza Costa, Terezinha Lira e Maria de Barro. No Recife, até o dia 15 de novembro é a Casa de Cultura
que recebe trabalhos dessas e de outras tapeceiras.

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Frevo de Olinda Caretas de Triunfo

Artesanato de Tracunhaém Papangus de Bezerros

Caboclinhos de Goiana Maracatu Rural em Nazaré da Mata.

Maracatu urbano no Recife. Ciranda em Itamaracá.

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Coco de roda da Mata Norte

Forró em Caruaru

MERECEM DESTAQUE NA CULTURA PERNAMBUCANA:

 Poesia: Manuel Bandeira, Joaquim Cardozo, Capiba, João Cabral de Melo Neto, Carlos Pena Filho, entre outros;
Nas artes: Vicente do Rego Monteiro, Lula Cardozo, Francisco Brennand, entre outros; Na música: Luiz
Gonzaga, Naná Vasconselos, entre outros; No teatro: Ariano Suassuna.

 Movimento de Cultura Popular (MCP): Conscientização das massas através da alfabetização e educação de base;

 Formações mais tradicionais: Bandas de Pífano (2 / 4 pífanos, zabumba, caixa, triângulos ou pandeiros) e as
Bandas de Rabeca (caixa, zabumba, bage – reco-reco, pandeiros e triângulos);
 Folguedos: período natalino – “Pastoral Religioso” – Cavalo Marinho / Bumba-Meu-Boi; Teatro ao ar livre;
 Frevo: “Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade” – ritmo acelerado – influência da Capoeira - domina no
Carnaval;
 Maracatú: Origem Afro-Brasileira (Séc.XVIII); Dois tipos: Nação (baque virado – conjunto percussivo –
estandarte – cortejo real) e o Rural (baque solto – os “caboclos de lança” – herança secular);
 Xaxado: Lampião – deslizado sapateado – quadra e refrão – “rifle como dama”;
 Ciranda ; Dança de São Gonçalo;
 Na literatura, destacam-se: Clarice Lispector, Josué de Castro, Manuel Bandeira, entre outros;

 Naná Vasconselos: eleito 8 vezes o melhor percussionista do mundo e ganhador de 8 prêmios Grammy – Fundou o
Grupo Codona, com Don Cherry e Collin Walcot; disco “Saudades”.
 Luiz Gonzaga: “O Rei do Baião” – Influenciou artistas como Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Dominguinhos; Porta da
música nordestina para o Brasil;

 Movimento Manguebeat: 1990 – Luta contra a Desigualdade Social – “Caranguejos com Cérebro” – Chico
Science / Nação Zumbi / Fred Quatro Zero – o Mangue como tema social e ambiental;

 Movimento Armorial: 1970 – folhetos/música de viola/xilogravura – pinturas, teatro, esculturas –

valorização da cultura nordestina brasileira / construção de uma arte erudita a partir da raízes populares –
grande mentor: Ariano Suassuna;

 Arte Figurativa e Arte Utilitária;

 Destaques para: Caruaru (barro); Goiana (Figurativa e Utilitária – Cestas); Olinda (madeira talhada); Petrolina
(carrancas); Tracunhaém (imagens de Santos – Figurativa e Utilitária); Pesqueira e Poção (Bordagem); Gravatá
(brinquedos de madeira – Utilitária); Glória do Goitá (Mamulengos), entre outros;
 São João (maior festa “country” ao ar livre); Carnaval (Galo da Madrugada – maior bloco do mundo – mais de 2
milhões de pessoas); Paixão de Cristo (1951 – Brejo da Madre de Deus – Microrregião do Vale do Ipojuca – maior
teatro ao ar livre do mundo;
 Institutos e Museus: Instituto Ricardo Brennand (2002 – complexo arquitetônico em estilo medieval – artes e
documentos relacionados ao período colonial); Museu do Homem do Nordeste (1979 – faz parte da Fundação
Joaquim Nabuco), entre outros.

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3.6. QUESTÕES AMBIENTAIS DE PERNAMBUCO

 Processo de ocupação e organização do território: fator fundamental na questão ambiental;

 Áreas litorâneas de baixa declividade e a sujeição á desertificação;
 Grande diversidade de ecossistemas: 8 mil espécies catalogadas – o que contrasta com os altos níveis de
degradação: 1% de Mata Atlântica, incluindo Mangue e Restinga e cerca de 50% de Caatinga;
 Agreste e Sertão: áreas de intensa ação antrópica sobre os recursos naturais – consumo da lenha; déficit hídrico,
o que limita as condições de vida nas duas regiões; o fenômeno das Secas no Sertão;
 O “Passivo Ambiental”;
 PE é um dos Estados mais vulneráveis do Brasil aos efeitos das mudanças climáticas;
 Áreas Litorâneas: intensificação dos processos erosivos nas praias;

PROBLEMAS AMBIENTAIS COSTEIROS

 Formação Litorânea;
 Construção e ampliação do Porto do Recife – modificação das correntes que atingem Olinda;
 Aterros de Mangues na foz do Beberibe – aceleração do processo de erosão; construção de quebra-mares –
transferência da erosão para as praias mais ao norte;
 Praias de Candeias, Piedade e Boa Viagem: problemas de erosão – obras emergenciais para proteção de imóveis;
 Erosão Marinha atinge 1/3 das praias do litoral de PE! Fatores: ocupações das áreas adjacentes, bem como
construção de estruturas rígidas sem o devido conhecimento técnico; outras praias por questões
predominantemente naturais (correntes divergentes);
 Balneabilidade das praias de PE: desenvolvimento da prática turística e imobiliária – adensamento populacional –
impactos ao meio ambiente, como destruição dos mangues decorrentes da especulação imobiliária bem como o
peso demográfico;

Erosão em Enseada dos Corais

DESMATAMENTO DA CAATINGA PERNAMBUCANA – PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO

 9,92% do território nacional: 23,8 milhões de hab. – 31,2 milhões de rebanhos – degradação ambiental pelo
superpastoreio;
 Aceleração dos ventos e a ação das gotas de chuvas (Efeito Splash) – aparecimento de Ravinas e Voçorocas;
 Interferência da recarga dos lençóis freáticos;
 Sertão do Pajeú: principal vítima! – Afogados Ingazeira, Guaracy, Tuparetama, Tabira, Solidão, São José do
Egito, Serra Talhada entre outros – perdem dezenas de quilômetros todos os dias!
 Exploração ilegal de madeira para produção de carvão;
 90,68% da superfície de PE está susceptível ao processo de Desertificação (135 municípios – 2.923 mil
habitantes);
 Fatores: processos migratórios e questões naturais; Resultados: exposição do solo e erosão, empobrecimento da
Caatinga e degradação dos recursos hídricos;
 Perda de fertilidade da terra: Cabrobó – apresenta níveis severos e acentuados de Desertificação;

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POLUIÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS E AS ENCHENTES URBANAS

 Caracterização da rede hidrográfica de PE (rios litorâneos – Goiana, Capibaribe, Ipojuca, Sirinhaém, Uma / rios
interiores – Ipanema, Moxotó, Pajeú, Brígida, Garças, etc.;
 Regime hidrológico: Perenes e Intermitentes;
 Qualidade das águas – um dos graves problemas;
 CPRH – Monitoramento mensal – teor de metais pesados, agrotóxicos, etc;
 Os principais agentes poluidores são os efluentes industriais e os esgotos domésticos;
 Enchentes: principalmente a RMR, como também parte da Mata e Agreste; consequências mais graves – Rio
Capibaribe;
 Fatores: Urbanização, inundação natural das várzeas ribeirinhas e precipitações com elevada intensidade, que
superam a capacidade de drenagem das áreas atingidas;

Alagamento na Avenida Dois Rios, no Ibura

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POLÍTICAS DE COMBATE AOS PROBLEMAS AMBIENTAIS

 Criação do Comitê Estadual de Enfrentamento das Mudanças Climáticas (2008) e do Fórum Estadual de
Mudanças Climáticas (2009);
 Criam-se as chamadas “Propostas Pernambucanas para o Enfrentamento das “Mudanças Climáticas”, levando-se
em consideração três temáticas urgentes: Desertificação – Gestão Costeira – Urbanismo;
 Entre as principais medidas/ações dessa Política – legislação não exclusiva para os juristas, mas sim a todos
profissionais que lidam com meio ambiente - destacamos: 1)A abordagem articulada das questões ambientais
locais, regionais, nacionais e globais; 2) a precaução ambiental como orientadora das ações a serem adotadas; 3) a
mitigação das ações humanas que possam favorecer a aceleração das mudanças climáticas; 4) a publicidade sobre
o tema através da informação transparente, científica e democrática; e 5) a abordagem do tema numa perspectiva
científica com inter, multi e transdisciplinaridade.

SE LIGA NA MATÉRIA, CONCURSEIRO(A)!

123 municípios de Pernambuco correm risco de desertificação por ANDRÉIA VITÓRIO

Zoneamento recém-lançado é um importante subsídio para melhor orientar as políticas públicas voltadas ao Semiárido

Em todas as Regiões de Desenvolvimento, o desmatamento e as queimadas são preponderantes para o desencadeamento da

degradação da terra – o que repercute em problemas ambientais como erosão do solo e assoreamento de cursos d´água
Foto: Arnaldo Vitorino
Por Andréia Vitório

Recife – PE. Para buscar soluções, é preciso compreender o problema. Caminha nesse sentido o levantamento realizado
por Pernambuco com a proposta de melhor conhecer o solo de boa parte do seu território para atuar de forma mais
consistente em políticas públicas de recuperação e conservação de uma das regiões mais vulneráveis às mudanças
climáticas e às ações do ser humano, o Semiárido brasileiro.

O resultado dessa empreitada chega às vésperas deste 15 de abril, Dia Nacional da Conservação do Solo, e alerta para a
importância de se voltar a atenção para esse recurso vital, imprescindível para a biodiversidade e para a segurança
alimentar. Com cerca de 80% do seu território na região Semiárida, Pernambuco vive uma realidade preocupante: 123
municípios localizados nas regiões do Agreste e Sertão e dois municípios da Zona da Mata Sul, recentemente incluídos no
Semiárido brasileiro, correm risco de sofrer processos de desertificação no Estado.

Essas e outras informações fazem parte do recém-lançado Zoneamento das Áreas Suscetíveis à Desertificação de
Pernambuco. Com investimento de mais de R$ 580 mil, ele foi desenvolvido pela Secretaria de Meio Ambiente e
Sustentabilidade de Pernambuco (Semas-PE), em parceria com a Superintendência do Desenvolvimento do
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Nordeste (Sudene) e a Embrapa Semiárido.

O documento é o mais completo sobre a realidade do solo pernambucano e traz, entre outras análises, um comparativo das
classes de suscetibilidade à desertificação entre 2003 e 2018. Foi constatado, por exemplo, que parte das áreas (quase 10
mil km2) que já se encontravam com fortes perturbações antrópicas em 2003 e foram classificadas no nível de desertificação
acentuado tiveram sua situação agravada em 2018, figurando agora como severo.

“Nos surpreendemos negativamente com os índices de degradação do solo. Temos áreas que merecem uma atenção
emergente, com níveis severos de desertificação. Isso se deve, principalmente, ao uso inadequado do solo e à perda da
cobertura vegetal”, afirma o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado de Pernambuco, José Bertott.

Mais perto da realidade

Com o levantamento, é possível observar as distintas realidades no âmbito de cada Região de Desenvolvimento (RDs) da
porção semiárida do Estado, bem como por município, o que facilita a compreensão não só dos gestores públicos, como
também de atores sociais que atuam nesses territórios.

Quem explica é a consultora responsável pela sistematização do zoneamento, Edneida Rabêlo Cavalcanti, que é mestra
em Geografia e doutora em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos: “esse trabalho nos permitiu sair de um mapa
muito genérico para um que detalha graus de suscetibilidade, de propensão ou predisposição dos terrenos à desertificação. E
isso foi feito usando indicadores biofísicos que expressam um conjunto de relações e processos de sistemas
socioecológicos.”

Ela conta ainda que nos Encontros Regionais que fizeram parte da construção do estudo foram discutidos temas
como degradação do solo (erosão e diminuição da capacidade produtiva), cobertura vegetal (desmatamento e perda
da biodiversidade) e recursos hídricos (assoreamento e salinidade dos poços). Foi identificado, por exemplo, que há
grande interdependência entre eles e que o desmatamento da Caatinga e o uso inadequado da terra são imprescindíveis
para entender o processo da desertificação e propor medidas de prevenção e recuperação.

O estudo vai além e revela que é no âmbito do município e do território que os processos de desertificação são
desencadeados e, também, onde precisam ser prevenidos e/ou resolvidos. Em todas as RDs o desmatamento e as
queimadas são preponderantes para o desencadeamento da degradação da terra – o que repercute em problemas ambientais
como erosão do solo e assoreamento de cursos d´água.

Encontros Regionais que fizeram parte da construção do estudo foram discutidos temas como degradação do solo (erosão e diminuição da capacidade
produtiva), cobertura vegetal (desmatamento e perda da biodiversidade) e recursos hídricos (assoreamento e salinidade dos poços) | Foto: Arnaldo Vitorino

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Educar para ir mais longe

A participação ativa das populações das áreas afetadas é colocada como requisito nos documentos técnicos e de política. É
um princípio constitucional. “O desafio é fazer isso sair do papel e tomar corpo. Por outro lado, quando isso acontece o
processo de governança se fortalece”, defende Edneida.

Sobre a importância da Educação Ambiental, da Educomunicação e da Educação Contextualizada, diz: “a educação

sozinha não é capaz de mudar a crise civilizatória e polissêmica que criamos, mas sem trabalhar processos de mudanças de
paradigmas e de práticas também não conseguiremos ir muito longe.”

Fortalecer resiliências e capacidades adaptativas, com plena participação das partes interessadas, dando atenção especial
aos jovens, às mulheres e aos povos e populações tradicionais é também uma proposta da iniciativa.

Terras saudáveis e a pandemia

Para a especialista, a pandemia do novo coronavírus reforçou o quanto precisamos dos ecossistemas terrestres e o quanto
se faz necessária a transição para formas de produção de alimentos numa perspectiva sustentável com a adoção, por
exemplo, da Agroecologia. “A economia circular e inclusiva, o turismo sustentável e de base local e a proteção de
áreas apontam no horizonte como iniciativas importantes que podem contribuir muito para a recuperação socioeconômica
no pós-pandemia” ressalta.
O Estudo

A primeira etapa contemplou a identificação e a caracterização de fatores socioambientais (solos, ambientes, cobertura
vegetal, clima e socioeconomia); o mapeamento e o processo digital e a verificação da verdade terrestre.

Na segunda etapa foram realizados 61 encontros, intitulados “Diálogos Municipais” e 14 workshops por região de
desenvolvimento. Esses eventos permitiram aos atores locais trabalhar a percepção sobre o Semiárido e a desertificação, bem
como dialogarem sobre o significado e importância do zoneamento. O dossiê integra o Programa de Ação Estadual de
Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca de Pernambuco (PAE/PE).

FONTE: https://agenciaeconordeste.com.br/123-municipios-de-pernambuco-correm-risco-de-desertificacao/

LEITURA COMPLEMENTAR PARA COMPREENSÃO BÁSICA DOS CONTEÚDOS DE PERNAMBUCO

A - ESTRUTURA GEOLÓGICA DA TERRA

A estrutura geológica da superfície terrestre, que continua em mutação, constitui o embasamento do modelado do relevo.
São identificadas três províncias geológicas nas terras emersas:

Escudos Cristalinos: são superfícies mais ou menos planas, onde o processo de erosão é maior do que a sedimentação.
Suas estruturas correspondem aos escudos antigos. São geologicamente velhos, datando das Eras Arqueozoica e
Proterozoica, não apresentam instabilidade geológica e favorecem ocorrências de minerais, (ferro, cobre, alumínio, estanho,
manganês, ouro, prata e pedras preciosas). No estado de Pernambuco, é a estrutura predominante desde as colinas da Zona
da Mata até a depressão semiárida.

Bacias Sedimentares: são superfícies onde o processo de sedimentação é maior que a de erosão. São recentes ou antigas e
podem ser de origem fluvial (planície de aluvião) ou de origem marinha (formada por areias quartzosas). Estão superpostas
às Bacias Sedimentares Paleo-Mesozoicas, apresentando como recursos minerais as províncias geológicas de minerais,
fósseis (petróleo, gás natural, carvão mineral). A ocorrência desses minerais está na razão da irregularidade das suas camadas,
ou seja, quanto mais horizontais forem as camadas, menor a ocorrência dos minerais fósseis. Ocorre em Pernambuco na
porção oriental, nos tabuleiros costeiros com idade recente, e as mais antigas como a bacia tucano-jatobá e a chapada do
Araripe.

Dobramentos: são as mais altas formas de relevo e o seu conjunto é bem representado pelas cordilheiras. Apresentam
grande instabilidade geológica, são recentes, da era Cenozoica, não tiveram ainda tempo de sofrer maior desgaste erosivo. A
estrutura geológica corresponde aos dobramentos e falhamentos modernos, sofrem erosão intensa.
Temos como melhores exemplos as Cordilheiras do Himalaia, Andes, Alpes e Rochosas.

No Brasil e, consequentemente, em Pernambuco, não ocorre essa estrutura.

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Não Esqueça!
Pernambuco possui pequenos abalos sísmicos provocados por eventos intraplacas, que no caso se refere ao Lineamento Pernambuco.

ROCHAS

Rochas são agregados naturais formados por um ou mais minerais, encontrados naturalmente na crosta terrestre e formando
províncias geológicas individualizadas.

O granito, por exemplo, é uma rocha constituída por quartzo, feldspato e mica.

Já o calcário é constituído predominantemente de calcita (carbonato de cálcio).

Embora possamos classificar as rochas a partir de variados critérios, a mais utilizada se baseia nos processos de origem das
rochas.

Desse modo, temos a seguinte classificação:

I. Rochas Magmáticas
São aquelas que se originam a partir do resfriamento do MAGMA.

Quando tal resfriamento se dá no interior da crosta terrestre, temos as rochas magmáticas INTRUSIVAS ou
PLUTÔNICAS, a exemplo do granito. Como Pernambuco tem grande parte de seu território em estrutura cristalina,
acontece a existência de granito, explorado principalmente no Agreste, sendo, inclusive, um dos produtos exportados pelo
estado.

Pedreira de granito em Vitória de Santo Antão.

Quando tal resfriamento se dá no exterior da crosta terrestre, temos as rochas magmáticas EXTRUSIVAS ou
VULCÃNICAS, a exemplo do basalto.

II. Rochas Sedimentares

São aquelas que se originam a partir da acumulação e solidificação de materiais provenientes do desgaste de rochas pré-
existentes ou ainda de precipitação química ou organogenética.

O calcário, por exemplo, é formado a partir da acumulação, no fundo dos mares, de carapaças de organismo marinhos, ricas
em carbonato de cálcio. As camadas superiores exercem forte pressão sobre inferiores, compactando-as.
O processo de formação das rochas sedimentares recebe o nome de DIAGÊNESE.

Podem ser:
- Clásticas ou mecânicas (ex.: areia, argila).

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- Químicas (ex.: travertino, calcário, gipsita, sal-gema).

- Organogenéticas ou orgânicas (ex.: turfa, antracito).

Mina de Gipsita em Trindade.

III. Rochas Metamórficas

São aquelas que se originam a partir de alterações na textura e/ou na estrutura de rochas pré-existentes, causando, em geral,
recristalização total ou parcial de seus minerais, alterações essas provenientes de aumento de pressão ou temperatura no
ambiente de formação da rocha.

O conjunto dessas alterações recebe o nome de metamorfismo e ocorre sempre no interior da crosta terrestre.

Assim é que, o granito, quando metamorfizado, dá origem a uma rocha chamada gnaisse, e que ocorre no planalto da
Borborema. Já o calcário, quando sofre metamorfismo, dá origem ao mármore.

B-RELEVO

Geomorfologia e Relevo

Caracteriza-se por apresentar origem sedimentar, sendo formado por três unidades distintas, Baixada Litorânea, Planalto da
Borborema e Depressão Sertaneja, estas seguindo o sentido leste-oeste. Aliando particularidades como clima e vegetação ao
relevo, surgem as regiões geoeconômicas - Zona da Mata (10.000 km²), Agreste (20.000 km²) e Sertão (68.000 km²).

Baixada Litorânea e os Tabuleiros Costeiros

Acompanha a costa litorânea constituindo-se em uma faixa de aproximadamente 70 quilômetros de largura. Na porção oeste
ocorrem elevações de 40 a 60 metros de altura formando tabuleiros, seguindo para o interior, colinas enfileiradas têm suas
altitudes atingindo 200 metros (base da Borborema
Planalto da Borborema

Ocorre paralelamente ao litoral excetuando a porção sul, onde o planalto se inclina na direção sudoeste. Suas altitudes
ultrapassam 400-500 metros tendendo a elevar-se ainda mais no sentido oeste (700-800 m).

Em sua extensão de 250 quilômetros, alguns pontos são irregulares, morros e cristas mostram-se abruptos e pedregosos. O
maciço de Garanhuns situa-se ao centro deste planalto, atingindo altitudes superiores a mil metros e servindo como divisor
de águas das bacias que seguem para o Atlântico e dos afluentes do São Francisco.

Depressão Sertaneja

Está situada a oeste do planalto da Borborema apresentando altitudes que tendem a decair de 600 para 500 metros. Seus
terrenos mostram-se regulares com sucessão de pequenos vales (500-550m).
Algumas exceções se fazem presentes nesta unidade. Altitudes superiores a 600 metros entre os rios Moxotó e Pajeú
voltando a baixar (250-350m) às margens do rio São Francisco; ao norte, fronteira com o Ceará ergue-se a Chapada do
Araripe.

Chapada do Araripe
As rochas do embasamento desta região do território brasileiro possuem idade acima de 500 milhões de anos e representam
uma área do escudo com estabilidade tectônica, que permaneceu emersa durante o tempo em que os supercontinentes
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Laurásia, do hemisfério norte e Gondwana, do hemisfério sul, estiveram unidos, constituindo o mega-continente Pangeia,
do Permiano ao Triássico.

Os ciclos de deposição da bacia estão associados aos mecanismos tectônicos de separação dos continentes de margem tipo
atlântica. Essa sedimentação de intensificou até o cretáceo propiciando a formação futura da chapada durante a regressão do
mar interior. Conta atualmente com o maior polo de produção de gesso do Brasil.

Mares de Morros

Constitui-se em um sistema de colinas convexas, disposta sobre a faixa atlântica próxima ao litoral. Esse domínio associa um
relevo planáltico estruturado sobre uma base de rochas magmáticas e metamórficas muito antigas, formadas no Pré-
Cambriano. A associação dessa base geológica com o clima Litorâneo Úmido levou à constituição de um relevo mamelonar
- com formas arredondas - relativamente elevado, denominado “Mares de Morros”

C - ATMOSFERA E CLIMA

Conceito: a atmosfera é a camada mais externa, menos densa (gasosa) e mais fria da Terra; é volátil, compressível e tem
capacidade de expansão. Ela envolve e acompanha a Terra pelo espaço devido à força da gravidade e ao movimento de
rotação.

CONCEITOS BÁSICOS

Climatologia dinâmica: é a climatologia que aborda o estudo dos climas baseando-se na “DINÂMICA DAS MASSAS DE
AR" e no "TEMPO ATMOSFÉRICO", sem deixar também de considerar as médias atmosféricas.

Tempo atmosférico: é o conjunto das características atmosféricas de um lugar qualquer num dado momento (horas, dias,
semanas). O tempo pode mudar num só dia: ensolarado pela manhã, nublado à tarde e frio ou chuvoso à noite.

Clima: é uma sucessão habitual dos diversos tipos de tempo. Depende dos tipos e mecanismos circulatórios das massas de
ar. Os climas são mais estáveis. Não mudam em curtos períodos, por isso podemos afirmar: "O clima do sertão
pernambucano é semiárido".

Massas de ar: são grandes blocos ou camadas de ar que se deslocam tanto no sentido horizontal como vertical. São
homogêneas, e suas características dependem das irradiações solares e do local sobre o qual elas se formam. Assim as massas
oceânicas são úmidas em relação às continentais (secas) e as polares são frias em relação às tropicais (quentes).

OS CONDICIONANTES CLIMÁTICOS

ELEMENTOS CLIMÁTICOS

A) Temperatura do ar - é o estado térmico do ar atmosférico medido pelo termômetro e pelo termógrafo. O calor
atmosférico é resultado de uma irradiação, ou seja, a superfície sólida da Terra absorve as ondas eletromagnéticas do Sol e as
transformam em calor. É possível identificar três unidades de temperatura diferentes:
1ª) Amplitude térmica - é a diferença entre a temperatura máxima e a temperatura mínima podendo ser diária, mensal
e anual.
2ª) Média térmica - é a média simples entre a temperatura máxima e a temperatura mínima.
3ª) Variação - latitude I altitude I maritimidade I continentalidade.

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B) Pressão atmosférica - é a pressão que o ar atmosférico exerce sobre a superfície terrestre.

C) Densidade do ar - é determinada pela quantidade de moléculas gasosas por metro cúbico de ar. Em condições normais e
iguais, o ar mais frio é denso e o ar quente é menos denso. A densidade do ar está relacionada à temperatura e à pressão do
ar.

D) Ventos – é o ar posto em movimento. O deslocamento do ar ocorre em virtude das diferentes mudanças na temperatura e,
consequentemente, na pressão atmosférica. Os ventos se deslocam sempre das áreas de baixa temperatura e alta pressão
(dispersora de ar; "anticiclonais"), para as áreas ciclonais (alta temperatura e baixa pressão) os ventos sofrem desvios para o
oeste, em função da rotação da Terra.

PRECIPITAÇÕES - são os diferentes tipos de retorno da umidade atmosférica para a superfície terrestre.

Chuva - é a mais importante das precipitações. Ocorre em todas as latitudes e é grande a dependência do Homem em
relação à mesma (agricultura, piscicultura, adutoras). Existem três tipos de chuva:

Tipos de chuva

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1. Convectiva ou de convecção: ocorre quando uma massa de ar úmida sobe devido a uma convecção térmica.
2. Orográfica ou de relevo: são resultantes do deslocamento horizontal do ar, que, em contato com as regiões elevadas, se
condensa e há a precipitação.
3. Frontal ou de frente: ocorre quando duas massas de ar de temperaturas diferentes se encontram. São menos intensas e
duradouras.

FATORES CLIMÁTICOS

a) Altitude– é inversamente proporcional à temperatura do ar. Se uma aumenta a outra diminui.

b) Latitude– é inversamente proporcional à temperatura do ar porque, sendo a Terra esférica e os raios solares em linha reta,
os mesmos chegam até a superfície terrestre variando a inclinação e também a espessura da camada atmosférica.
c) Continentalidade– é a influência que o continente apresenta sobre algumas regiões determinando uma amplitude térmica
elevada.
d) Maritimidade – é a influência que o mar exerce sobre algumas regiões apresentando uma baixa amplitude térmica porque o
mar serve como regulador térmico para o litoral (verões e invernos brandos).
e) Correntes marinhas – influenciam apenas nas costas.
f) Vegetação – absorve parte da insolação, retém umidade, promove a evapotranspiração e interfere no trabalho dos ventos.
g) Urbanização – através do calor absorvido (ilha de calor), a nebulosidade aumenta e a precipitação também.

MASSAS DE AR

São deslocamentos de ar, cujas características físicas (temperatura, umidade, densidade, etc.) são uniformes.

Tipos de massas de ar:

Polares Frias – áreas de alta pressão, emissoras de ar (subtropical).

Equatoriais Quentes– áreas de baixa pressão, receptoras de ar.

Tropicais Quentes– áreas de alta pressão atmosférica.

CLASIFICAÇÃO CLIMÁTICA

CLASSIFICAÇÃO DE KOPPEN – o climatologista alemão usou a temperatura e a precipitação pluviométrica como

elementos básicos para a sua classificação climática, e ainda usou letras como símbolo para classificar o clima.

Os tipos de clima do Brasil

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 GEOGRAFIA

Para classificar um clima, devemos considerar a temperatura, a umidade, as massas de ar, a pressão atmosférica, correntes
marítimas e ventos, entre muitas outras características. A classificação mais utilizada para os diferentes tipos de clima do
Brasil assemelha-se a criada pelo estudioso Arthur Strahler, que se baseia na origem, natureza e movimentação das
correntes e massas de ar.

De acordo com essa classificação, os tipos de clima do Brasil são os seguintes:

Clima Subtropical: presente na região sul dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Caracteriza-se por verões quentes e úmidos e invernos frios e secos. Chove muito nos meses de novembro
a março. O índice pluviométrico anual é de, aproximadamente, 2000 mm. As temperaturas médias ficam em torno de 20ºC.
Recebe influência, principalmente no inverno, das massas de ar frias vindas da Antártida.
Clima Semiárido: presente, principalmente, no sertão nordestino, caracteriza-se pela baixa umidade e pouquíssima
quantidade de chuvas. As temperaturas são altas durante quase todo o ano.

Clima Equatorial: encontra-se na região da Amazônia. As temperaturas são elevadas durante quase todo o ano. Chuvas
em grande quantidade, com índice pluviométrico acima de 2500 mm anuais.

Clima Tropical: temperaturas elevadas (média anual por volta de 20°C), presença de umidade e índice de chuvas de médio
a elevado.

Clima Tropical de altitude: ocorre principalmente nas regiões serranas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Serra da
Mantiqueira. As temperaturas médias variam de 15°C a 21ºC. As chuvas de verão são intensas e no inverno sofre a
influência das massas de ar frias vindas pelo Oceano Atlântico. Pode apresentar geadas no inverno.

Clima Tropical Atlântico (tropical úmido): presente, principalmente, nas regiões litorâneas do Sudeste, apresenta grande
influência da umidade vinda do Oceano Atlântico. As temperaturas são elevadas no verão (podendo atingir até 40°C) e
amenas no inverno (média de 20ºC). Em função da umidade trazida pelo oceano, costuma chover muito nestas áreas.

D - HIDROGRAFIA

Elementos de uma bacia hidrográfica.

RIO: curso de água.

BACIA HIDROGRÁFICA: conjunto de um rio principal, seus afluentes e subafluentes, delimitados pelos divisores de
águas.
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 GEOGRAFIA

NASCENTE: onde o rio nasce (montante).

FOZ: onde o rio termina (jusante). Pode ser:
1. delta
2. estuário
3. mista

REGIME: como o rio recebe águas:

1. pluvial: chuvas
2. nival: neve
3. glacial: geleiras
4. complexo: mais de um tipo

DRENAGEM: para onde vão as águas:

1. exorreica: mar
2. endorreica: lago, mar fechado
3. arreica: evapora
4. criptorreica: infiltra

MEANDROS - curvas que o rio executa durante o percurso.

Rios

A rede hidrográfica brasileira é formada por um número considerável de bacias de extensão e importância
variáveis.

Geralmente os rios brasileiros apresentam as seguintes características:

 principais centros dispersores: Planalto Brasileiro, Planalto das Guianas e, situada fora de nossas fronteiras, a Cordilheira dos
Andes;
 predomínio de rios de planaltos;
 predomínio de foz do tipo estuário;
 predomínio de rios perenes (rios que apresentam água o ano todo);
 grande potencial hidráulico;
 drenagem exorreica (foz voltada para o oceano);
 regime alimentado predominantemente por chuvas (pluvial);
 cheias de verão austral predominantemente;
 dificuldade de limitar as bacias hidrográficas.

BACIAS HIDROGRÁFICAS

A divisão atual, oficialmente aceita e que foi proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, agrupa os cursos
de água brasileira em oito bacias: Bacia Amazônica, Bacia do Nordeste, Bacia do São Francisco, Bacia do Leste, Bacia do
Paraguai, Bacia do Paraná, Bacia do Uruguai e Bacia do Sudeste. Verifica-se também uma nona bacia, a do Amapá, que é
constituída por cursos de águas independentes da Bacia Amazônica.

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 GEOGRAFIA

Bacias hidrográficas do Brasil (observe que Pernambuco possui área em duas delas).

Bacia Amazônica Bacia do Tocantins-Araguaia

Bacia Platina Bacia do Paraná
Bacia do Paraguai Bacia do Uruguai

Bacia do São Francisco

Estendendo-se por 631 133 km2, 7,5% do território nacional, é uma bacia inteiramente brasileira.

É um rio de planalto que nasce em Minas Gerais, na Serra da Canastra, desaguando entre Alagoas e Sergipe.

Sua navegabilidade se estende por 2 000 km, além de possuir as hidrelétricas de Três Marias, Paulo Afonso, Sobradinho e
Moxotó.

Por atravessar grande parte do semiárido nordestino, o Rio São Francisco desempenhou importante papel no contexto
histórico do Brasil. Atualmente, sua importância é vital para a economia, pois permite a irrigação ao longo de seu curso.

Bacias Secundárias

Bacia do Leste

Bacia do Sudeste-Sul: Bacia do Amapá

Bacia do Nordeste: é constituída por rios do sertão nordestino e da parte oriental da região, em grande parte temporários,
principalmente os do sertão, pois secam em função dos longos períodos de estiagem.

Os principais rios são:

 Ceará - Rio Jaguaribe;
 Rio Grande do Norte - Rio Piranhas;
 Maranhão - rios Pindaré, Mearim, Itapecuru e Grajaú;
 Maranhão/Piauí- Rio Parnaíba;
 Pernambuco – Rios Moxotó, Pajeú e Brígida.

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 GEOGRAFIA

Rio Moxotó durante a época das chuvas.

E - DEMOGRAFIA – CONCEITOS GERAIS

Dá-se o nome de população ao conjunto de pessoas que residem em determinado território (uma cidade, um estado, um
país ou mesmo o planeta).

Uma população pode ser classificada segundo a religião, a nacionalidade, o local de moradia (urbana e rural) e a atividade
econômica (ativa ou inativa). Seu comportamento e suas condições de vida são retratados através de indicadores sociais, tais
como: taxa de natalidade, mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc.

Dos 510 milhões de quilômetros quadrados da superfície terrestre, apenas um quarto é formado por terras emersas, os
chamados continentes. Estes possuem regiões habitáveis (Ecúmeno) ou não (Anecúmeno).

População absoluta é o número total de habitantes de um determinado lugar (país, região, estado, província).

Quando uma determinada região apresenta grande número de habitantes, dizemos que o lugar é populoso ou de grande
população total (absoluta) e se o número de habitantes for pequeno, dizemos que é um lugar pouco populoso.

Em termos mundiais, temos como exemplo alguns países populosos: China, Índia, Brasil, Japão, Estados Unidos; e não
populosos: Canadá, Portugal, Austrália e Mongólia.

As cidades mais populosas do mundo podem ser assim enumeradas: Cidade do México, Nova lorque, São Paulo, Tóquio e
Xangai.

Como áreas pouco populosas, citamos: Amazônia, Sibéria e Saara.

A densidade demográfica é o resultado obtido da divisão da população absoluta pela área do lugar.

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CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO

A população brasileira atual é de 205 milhões de habitantes (dados do IBGE 2013). Segundo as estimativas, no ano de 2025,
a população brasileira deverá atingir 228 milhões de habitantes. Ela se distribui pelas regiões da seguinte forma: Sudeste (85
milhões), Nordeste (56,5 milhões), Sul (29,9 milhões), Norte (17,7 milhões), Centro-Oeste (15 milhões) - dados de 2005.

Segundo o IBGE, a taxa de crescimento demográfico no Brasil, no período de 2000 a 2010, foi de 1,2% ao ano. Essa taxa é
reflexo do declínio que vem ocorrendo nas taxas de fecundidade da mulher brasileira nas últimas décadas. Em 1965, as
mulheres brasileiras tinham em média 5,7 filhos. Atualmente, o número de filhos é de cerca de 2, o que significa que essa
taxa declinou, num período de trinta anos, aproximadamente 60%. Em 2000, o Censo constatou que a população total do
Brasil era de 169 milhões de habitantes, tornando-se, assim, o Brasil, o 5º país mais populoso do mundo.

TAXA DE NATALIDADE E DE MORTALIDADE

Se observarmos os dados populacionais brasileiros, poderemos verificar que a taxa de natalidade tem diminuído nas últimas
décadas. Isto ocorre em função de alguns fatores. A adoção de métodos anticoncepcionais mais eficientes tem reduzido o
número de gravidez. A entrada da mulher no mercado de trabalho também contribuiu para a diminuição do número de
filhos por casal. Enquanto nas décadas de 1950-60, uma mulher, em média, possuía de 4 a 6 filhos, hoje em dia um casal
possui um ou dois filhos, em média. A taxa de mortalidade também está caindo em nosso país. Com as melhorias na área de
medicina, mais informações e melhores condições de vida, as pessoas vivem mais. Enquanto no começo da década de 1990
a expectativa de vida era de 66 anos, em 2005 foi para 71,88% (dados do IBGE). A diminuição da taxa de fecundidade e o
aumento da expectativa de vida têm provocado mudanças na pirâmide etária brasileira. Há algumas décadas, ela possuía uma
base larga e o topo estreito, indicando uma superioridade de crianças e jovens. Atualmente, ela apresenta características de
equilíbrio. Alguns estudiosos afirmam que, mantendo-se estas características, nas próximas décadas, o Brasil possuirá mais
adultos e idosos do que crianças e jovens. Um problema que já é enfrentado por países desenvolvidos, principalmente na
Europa.

MORTALIDADE INFANTIL

Embora ainda seja alto, o índice de mortalidade infantil diminui a cada ano no Brasil. Em 1995, a taxa de mortalidade
infantil era de 66 por mil. Em 2013, este índice caiu para 14,9 por mil. Para termos uma base de comparação, em países
desenvolvidos a taxa de mortalidade infantil é de, aproximadamente, 5 por mil. Este índice tem caído no Brasil em função,
principalmente, de alguns fatores: melhorias no atendimento à gestante, exames prévios, melhorias nas condições de higiene
(saneamento básico), uso de água tratada, utilização de recursos médicos mais avançados, entre outros.

ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

Estrutura da população é a distribuição populacional quanto aos seus elementos ou fatores naturais, isto é, o sexo e a idade.
A representação gráfica da estrutura da população é a pirâmide etária, analisada cientificamente para informar o estágio de
desenvolvimento demográfico no qual se encontra a população representada.

DISTRIBUIÇÃO POR FAIXA ETÁRIA

Utiliza-se para indicar o número de habitantes de determinada região as Pirâmides Etárias ou Pirâmides de Idades, as quais
nos oferecem uma ideia precisa de determinado grupo de população de um país subdesenvolvido, como por exemplo, se
comparado com um grupo de habitantes de um país desenvolvido.

As pirâmides etárias são classificadas em faixas de idades, distribuídas da seguinte maneira:

 O a 19 anos - jovens
 20 a 59 anos - adultos
 60 anos em diante – velhos

Até 1980, a pirâmide etária brasileira apresentava-se como um típico exemplo do que ocorria nos países subdesenvolvidos,
ou seja, tinha uma base larga, em função da grande participação de jovens - 49,6% e um ápice estreito - já que o total de
idosos na população era pouco significativo: 6,0%. No recenseamento realizado em 1991, percebeu-se que estava em
andamento uma importante mudança nessa estrutura, pois o percentual de jovens em relação à população total do Brasil
passou a ser de 44,9%, tornando-se, pela primeira vez, inferior ao de adultos, que alcançou a marca de 47,7%, enquanto o de
idosos foi para 7,3%. Em 1995, o IBGE confirmou essas mudanças, com os dados mostrando uma participação menor
ainda da parcela de jovens (42,1%), ao mesmo tempo em que aumentou a participação de adultos 49,7% e de idosos 17,9%.

Em 2003, outra pesquisa do IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, mostrou que o número absoluto de idosos no Brasil
(14,5 milhões) era um dos maiores do mundo, representando 9,6% da população do país. Isso significa que a tendência de
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envelhecimento da população brasileira, a exemplo do que vem ocorrendo em grande parte do mundo, é aumentar cada vez
mais.

POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA – PEA

É o conjunto de pessoas de mais de 10 anos de idade, de ambos os sexos, que estejam voltadas para o mercado de trabalho,
trabalhando ou procurando trabalho, em atividades remuneradas.

A PEA é formada, principalmente, por homens, e pessoas na idade adulta. As crianças, os idosos, os aposentados e inválidos
formam a população inativa ou não economicamente ativa.

A PEA no Brasil é da ordem de 90 milhões de pessoas, mais ou menos 47% da população. Quanto aos setores de
atividades, a PEA está assim distribuída:
- 11% nas atividades primárias (agricultura, silvicultura, pecuária, caça e pesca);
- 24% nas atividades secundárias (indústrias de transformação, de construção e de extração mineral);
- 65% nas atividades terciárias (comércio, transporte, prestação de serviços, funcionalismo público, bancos e profissões
liberais).

A POSIÇÃO DA MULHER NA ESTRUTURA OCUPACIONAL

Apesar do equilíbrio populacional entre homens e mulheres, estas ainda não desfrutam de condições econômicas e sociais
iguais às dos homens.

A supermulher e o subsalário. As mulheres, embora representem, na maioria dos países, mais da metade da população, só
recentemente começaram a ter uma participação mais proporcional a esta condição no conjunto das populações ativas. Com
a intensificação do trabalho feminino, os salários pagos a essas profissionais são, ainda, na maioria das vezes, inferiores aos
salários masculinos médios. Para exemplificar, na França os salários femininos são em média 30% mais baixos que os
salários masculinos, mesmo que tenham o mesmo nível de formação. A relação torna-se ainda mais grave quando nos
referimos ao Terceiro Mundo, onde as mulheres trabalham um número de horas significativamente maior que os homens e
recebem a décima parte dos rendimentos que estes obtêm em uma jornada de menos horas.

A isso se acrescente todo o trabalho doméstico que normalmente cabe às mulheres e pelo qual não recebem absolutamente
nada. Essa atividade sequer é reconhecida como trabalho; nas estatísticas oficiais a mulher que cuida dos afazeres da casa
está relacionada entre os que não trabalham.

EXPLORAÇÃO DA MÃO DE OBRA INFANTIL

Com a evolução do regime capitalista na primeira metade do século XIX, os homens adultos começaram a ser substituídos
nas fábricas por mulheres e crianças, mão de obra mais dócil e mais barata, que se sujeitava a salários menores e condições
de trabalho perigosas, exaustivas e muitas vezes insalubres.

Mas esta situação não mudou muito, principalmente nos países de Terceiro Mundo, em que na maioria das vezes as crianças
trabalham sob regime de intensa exploração e recebendo os piores salários.

No caso do Brasil, a situação é desesperadora, pois nas áreas rurais, principalmente, muitas crianças deixam de ir à escola
para ajudar os pais no corte da cana ou em atividade de colheita de laranja, banana, ou em atividades insalubres como o caso
dos meninos carvoeiros do Mato Grosso do Sul, amplamente divulgado pela imprensa.

As precárias condições socioeconômicas vividas pelas famílias fazem com que a mão de obra infantil desempenhe
importante papel na complementação da renda familiar.

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MOVIMENTOS POPULACIONAIS

Movimentos populacionais são todos os fenômenos de natureza demográfica que alteram os efetivos populacionais –
nacionais, regionais ou locais. Tais movimentos podem ser:
- Demográficos ou verticais: quando alteram os efetivos locais, regionais, nacionais ou globais, como a natalidade, a
mortalidade e o crescimento natural ou vegetativo;
- Transladativos ou horizontais: quando alteram apenas os efetivos locais ou regionais, não alterando o efetivo global (ou
total), como as migrações e o Êxodo Rural.

NATALIDADE

Muito embora tenha sofrido uma significativa diminuição nos últimos anos, a taxa de natalidade, no Brasil, ainda se
apresenta bastante alta quando comparada com as que ocorrem nos países desenvolvidos.

A taxa ou índice de natalidade no Brasil, atualmente, é da ordem de 24,8% ou 2,48%. Há 50 anos, esse índice era de 44% ou
4,4%.

Essa significativa redução da taxa de natalidade é consequência da intensa urbanização, da assimilação, do ajustamento de
problemas socioeconômicos e, logicamente, da diminuição da taxa de fecundidade da mulher brasileira.

TAXA DE FECUNDIDADE

É o número médio de filhos nascidos vivos durante a idade reprodutiva da mulher, entre 15 e 49 anos.

CRESCIMENTO NATURAL OU VEGETATIVO

O crescimento natural ou vegetativo, diferença entre a natalidade e a mortalidade, ao longo dos últimos 100 anos em que
realizamos recenseamentos, teve o seguinte comportamento:

Elevou-se de um período intercensitário para outro desde 1890 até 1960, de 1,63% para 2,9%, em razão da grande redução
que ocorreu entre os índices de mortalidade. Baixou, de 2,9% (1960) para 1,89% (1990), em razão da redução que ocorreu
nos índices de natalidade.

ANO CRESCIMENTO
NATURAL
1872 1,63%
1900 1,82%
1920 1,86%
1930 1,87%
1950 2,38%
1960 2,90%
1970 2,84%
1980 2,68%
1990 1,89%
2000 1,60%
2010 1,20%

População do Brasil ultrapassa 190 milhões, mostra Censo 2010.

40,18%
Crescimento do Amapá, estado que mais cresceu.

4,98%
Crescimento do Rio Grande do Sul, estado que menos cresceu.

84,35%
Percentual de população urbana, que, em 2000, era de 81,25%.

199,47%
Foi o crescimento de Balbinos (SP), o município com a maior expansão.

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- 48,63%
Foi o decréscimo da população de Maetinga (BA), cidade que mais encolheu.

Em comparação com o Censo 2000 (último levantamento realizado pelo IBGE), ocorreu um aumento de 20.933.524
pessoas. Esse número demonstra que o crescimento da população brasileira no período foi de 12,3%, inferior ao observado
na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000).

O Censo 2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em
áreas urbanas, agora são 84%.

IMIGRAÇÃO

Os movimentos populacionais podem ser voluntários ou forçados e o Estado pode ou não exercer alguma forma de
controle sobre o fluxo de pessoas (entrada ou saída) em seu território.

A colonização do Brasil não se caracterizou pelo propósito de formar uma nação por parte da Coroa portuguesa, que apenas
se limitou a garantir a posse do imenso território. A fórmula encontrada para isso foi a exploração dos recursos naturais,
com a instalação de algumas atividades econômicas aproveitando a mão de obra indígena, aparentemente numerosa e de
baixo custo. Posteriormente os portugueses passaram a buscar trabalhadores em suas colônias da África, o que significou a
imigração forçada de um enorme contingente populacional, durante pelo menos dois séculos. Mesmo após 1822, com a
proclamação da independência política, a estratégia do Estado e das elites não esteve voltada à formação de uma unidade
nacional estruturada nos habitantes de seu vasto território.

A imigração no Brasil foi autorizada somente em 1808, com a chegada da Família Real. Portanto, os estrangeiros que aqui se
estabeleceram antes dessa autorização não são considerados imigrantes. Eram colonizadores (portugueses), invasores
(franceses e holandeses) e escravos (negros africanos).

Os primeiros imigrantes legalizados nessa condição chegaram em 1818. Eram os suíços e os alemães, que se estabeleceram
no estado do Rio de Janeiro, onde fundaram o núcleo colonial, que deu origem à cidade de Nova Friburgo.
Como movimento contínuo, a entrada de imigrantes no Brasil ocorreu somente a partir de 1850, quando a necessidade de
mão de obra, principalmente para a cultura cafeeira, criou condições mais atrativas. Começaram então as grandes correntes
imigratórias, que se estenderam por mais de 80 anos.
Apenas os alemães, os italianos e os japoneses, que vieram para o Brasil de maneira contínua e maciça (grandes
contingentes), em determinadas épocas, constituíram as grandes correntes imigratórias.

MIGRAÇÕES INTERNAS

São os deslocamentos ou mudanças de parcelas da população brasileira de uma região para outra, de um estado para outro,
de uma cidade para outra, etc.

Durante a 1ª fase de povoamento do Brasil, que corresponde ao início da colonização, ocorreu a ocupação do litoral.

Apenas em alguns trechos, o clima e o solo, além das facilidades de comunicação com a metrópole, foram os fatores que
facilitaram a ocupação da Zona da Mata nordestina, onde se fixou a cultura da cana-de-açúcar. Com o declínio da atividade
açucareira, devido à concorrência das plantações das Antilhas, a população passou a se interiorizar em busca do ouro,
principalmente. No século XVIII, as regiões de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás tornaram-se polos de atração da
população. O esgotamento das aluviões levou ao declínio a atividade mineradora, e a população voltou-

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 GEOGRAFIA

-se então para a agricultura. Nesse período, a migração interna é motivada pela busca de melhores solos. Ocorre então a
ocupação de parte do interior de São Paulo. Já no início do século XIX, o café começa a se destacar em nossas exportações,
o Vale do Paraíba do Sul transforma-se na principal zona de atração. Por volta de 1830, o café atingiu a região de Campinas
e, posteriormente, as terras roxas do Planalto Ocidental Paulista e Norte do Paraná. Enquanto ocorria a expansão do café
no Sul do país, na Amazônia desenvolvia-se a atividade extrativa da borracha, que atraiu grande número de migrantes
nordestinos.

Dessa migração interna de nordestinos para a Amazônia, não se limitando às fronteiras do nosso território, tivemos a
ocupação e conquista do Acre, que pertencia à Bolívia. Durante a Primeira Guerra Mundial, a atividade extrativa da borracha
na Amazônia sofre o impacto da borracha, produzida pelos ingleses, nas colônias asiáticas, o que provocou o desinteresse
pela atividade e reduziu o fluxo migratório em direção à Amazônia. Somente durante a Segunda Guerra Mundial, a borracha
da Amazônia voltou a despertar grande interesse. Na década de 30, o surto algodoeiro atraiu nordestinos e mineiros para o
estado de São Paulo. Apenas no início da década de 70, ocorre outra fase de imigração para a Amazônia, em consequência
da construção de rodovias, como a Transamazônica. A implantação de projetos agropecuários e de mineração tem sido, nos
últimos anos, a responsável pela migração de nordestinos e sulistas. Atualmente, vem ocorrendo um grande deslocamento
de colonos, do Sul do país, em direção à Rondônia e a Oeste de Mato Grosso, atraídos pelas grandes plantações de soja.

A MOBILIDADE DA POPULAÇÃO

A mobilidade da população brasileira é muito grande. Ela ocorre e se orienta nos sentidos dos polos de atração que surgem
e desaparecem (transformando-se em zonas de dispersão), ou permanecem por algumas décadas. O saldo migratório nessa
última década destaca como regiões de:

Maior dispersão: o Nordeste (Paraíba, Sergipe, Alagoas, Piauí, Pernambuco, etc.); o Sul (Paraná e Santa Catarina); o
Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo); e o Centro-Oeste (Mato Grosso).

Menor dispersão: o Norte (Pará e Amazonas); e o Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul).

Maior atração: o Centro-Oeste (Distrito Federal e Mato Grosso); o Sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro); o Norte
(Rondônia, Roraima e Amapá); e o Sul (Paraná).

Menor atração: o Nordeste (Ceará, Bahia, Paraíba e Pernambuco); e o Sul (Rio Grande do Sul).

Esses índices de atração (imigração) ou de dispersão (emigração) são relativos a populações absolutas das regiões ou estados
onde eles ocorrem. Por essa razão, um estado bastante populoso, como Minas Gerais, mesmo não tendo o maior índice de
dispersão (24%), inferior aos 27% da Paraíba (estado pouco populoso), é o que dispersa o maior número absoluto de
pessoas.

Situação semelhante ocorre quando comparamos as taxas de imigração de São Paulo, com quase 24%, e Rondônia, com
56%. É muito lógico e óbvio que o número absoluto de pessoas que migram para São Paulo é algumas vezes maior do que o
total que migra para Rondônia.

Além das migrações internas, a mobilidade da população se manifesta, também, através de outros movimentos, como as
migrações pendulares, os fluxos ou movimentos sazonais e, principalmente, o êxodo rural.

MOVIMENTOS PENDULARES

Os movimentos ou migrações pendulares são os deslocamentos ou fluxos diários de trabalhadores das periferias ou
subúrbios, onde residem, para os centros comerciais, ou indústrias, onde trabalham, e vice-versa. Tais “movimentos de
vaivém”, que por vezes são longas viagens diárias, frequentes nas regiões metropolitanas brasileiras: Grande São Paulo,
Grande Rio de Janeiro, Grande Belo Horizonte, Grande Salvador, Grande Porto Alegre, Grande Recife, Grande Fortaleza,
Grande Curitiba e Grande Belém, exigem melhorias e organizados sistemas de integração dos meios de transportes, o que
nem sempre são conseguidos.

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Engarrafamento no Recife

FLUXOS OU MOVIMENTOS SAZONAIS

São movimentos de trabalhadores, frequentes em determinadas épocas do ano, entre regiões de atividades econômicas
sazonais.

Tais movimentos ocorrem quando consideráveis contingentes de população urbana se deslocam para o trabalho no campo,
por ocasião de colheitas, diariamente, ou por determinados períodos.

As transumâncias, que ocorrem no Nordeste, quando camponeses e pequenos proprietários deixam o Sertão e se deslocam
para a Zona da Mata (durante as secas), de onde retornam no reinício da estação chuvosa, e na Amazônia, entre as zonas de
seringais e de castanhais, nas diferentes épocas de coleta da castanha e do látex, movimentos ou fluxos sazonais da
população brasileira. De todos os movimentos que determinam a grande mobilidade da população brasileira, o mais
importante, generalizado, e de mais graves consequências, é o êxodo rural.

ÊXODO RURAL

É a mudança da situação de domicílio da zona rural para zona urbana (ou suburbana), ou seja, o deslocamento intenso e
numeroso de famílias do campo para as cidades. A esperança de melhores condições de vida e de salários nas cidades, as
dispensas provocadas pela mecanização agrícola, e a falta de emprego ou trabalho fixo, gerada pela implantação do Estatuto
do Trabalhador Rural (criado para fixar o homem ao campo), intensificaram o êxodo rural no Brasil nos últimos 30 anos.

Apesar de ser um sintoma de progresso relativo, próprio de países em fase de rápido crescimento industrial e urbano, o
êxodo rural acarreta uma série de consequências negativas, tanto no campo como nas cidades. Foi o êxodo rural que,
demograficamente, esvaziou os campos e superlotou as cidades, num ritmo de urbanização desenfreada, que nos levou não
ao crescimento, mas ao “inchaço das cidades”. As grandes concentrações populacionais nas cidades, com mercados de
trabalho que não assimilam e não comportam as ofertas de mão de obra disponível, geram desempregos e subempregos,
baixos salários e baixos poderes de compra, subconsumo e marginalidade social com delinquência, mendicância e
prostituição.

Fonte: IBGE

Os doze municípios das capitais mais populosas do Brasil concentravam, em 2010, quase 38 milhões de habitantes, 20% de
toda a população brasileira.

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A consequência do êxodo rural, no quadro habitacional urbano, é a especulação imobiliária, o aparecimento e crescimento
das favelas.

F - URBANIZAÇÃO E CENTROS URBANOS NO BRASIL

AS CIDADES BRASILEIRAS

O fenômeno da urbanização é consequência direta de dois grandes fatores que modificaram o comportamento
socioeconômico da humanidade no século XX: a Revolução Tecnocientífica e a sua resultante – a explosão demográfica. No
conceito geográfico, cidade é o aglomerado de habitações e edificações em geral, distribuídas em praças, quarteirões e ruas
(ou avenidas) pavimentadas, habitada por alguns milhares de pessoas, provido de infraestrutura de serviços urbanos (água
encanada, coleta de lixo, esgoto, transportes coletivos, etc.), com atividades econômicas que independem do solo
(secundárias e terciárias) e com autonomia político-administrativa regida por poderes municipais (prefeitura e câmara de
vereadores).

No conceito político, para todo Brasil, cidade é toda sede de município.

CLASSIFICAÇÃO DAS CIDADES

As cidades, em geral, no globo e no Brasil, são classificadas segundo muitos critérios, dentre os quais se destacam o da
origem e o da função urbana. Quanto à origem, as cidades são classificadas em dois tipos: naturais ou espontâneas e
artificiais ou planejadas.

CIDADES NATURAIS OU ESPONTÂNEAS

As cidades naturais ou espontâneas são aquelas nascidas da vontade popular (do povo, da população), evoluindo de habitats
urbanos ou aglomerados rurais, mostrando em seus aspectos os registros das diferentes fases de sua evolução histórica.
São cidades que se caracterizam por ruas estreitas e irregularmente traçadas, largas avenidas e becos sem saída, em condições
topográficas quase sempre desfavoráveis.

Nossas cidades naturais tiveram origem e evolução espontânea a partir de aglomerados surgidos de:
 Aldeamentos indígenas (Conceição do Araguaia); Arraiais de mineração (Ouro Preto – MG);
 Estações Ferroviárias (Bauru – SP);
 Estações de saúde (Poços de Caldas – MG);
 Fazendas agrícolas ou aglomerados rurais (Limeira-SP);
 Fazendas de gado (Currais Novos – RN);
 Fortificações militares (Fortaleza – CE);
 Frentes pioneiras (Marília – SP);
 Igrejas ou capelas (Aparecida – SP);
 Indústrias (Paulínia – SP e Paulista – PE);
 Núcleos coloniais de imigrantes (Blumenau – SC); Termas (fontes terminais ou hidrominerais): Caxambu e São Lourenço –
MG; e Porto: Recife-PE.

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CIDADES ARTIFICIAIS OU PLANEJADAS

As cidades artificiais ou planejadas são aquelas que já nasceram prontas como cidades, planejadas e construídas por
engenheiros (arquitetos, urbanistas) que previram, em planos e projetos previamente elaborados, todas as necessidades da
comunidade no organismo urbano.

Encomendadas, na sua maioria, por autoridades governamentais, as cidades artificiais são planejadas, quase sempre, para o
exercício da função político-administrativa, como sedes de governo, tornando-se capitais, como Aracaju (SE), Belo
Horizonte (MG), Goiânia (GO), Teresina (PI), e Brasília (DF).

FUNÇÕES URBANAS

A cidade é uma comunidade humana e geográfica, caracterizada pelo exercício de atividades econômicas não primárias e de
funções culturais, políticas e sociais. Apesar dessa múltipla variedade de atividades e de funções, sempre existe uma atividade
ou função principal. É a função urbana da cidade, sem a qual a vida na comunidade urbana seria bem menos intensa e muito
diferente. Quanto à função urbana, as cidades brasileiras estão assim classificadas:
 Administrativas: Brasília (DF); Comerciais ou cidades-mercado: São Paulo e Santos (SP); Industriais: Volta Redonda (RJ);
Portuárias: Santos (SP);
 Turísticas: Balneárias: Camboriú (SC); Estâncias hidrominerais e termais: Araxá (MG); e Religiosas: Aparecida (SP).

A REDE URBANA

A urbanização brasileira só começou a ocorrer no momento em que a indústria se tornou o setor mais importante da
economia nacional. Assim, representa um dos aspectos da passagem de uma economia agrário-exportadora para uma
economia urbano--industrial, fato que só ocorreu no século XX e se intensificou a partir de 1950.

Essa transformação do Brasil, que deixou de ser um país agrário e rural para se tornar um país urbano industrial, embora
ainda subdesenvolvido, apresenta também inúmeros outros aspectos. Por exemplo: as camadas sociais dos fazendeiros e
grande comerciantes exportadores deixaram de ser dominantes politicamente, isto é, perderam sua influência sobre o
governo em favor das indústrias, banqueiros e diretores de grandes estatais.

Cessou também o predomínio do campo sobre a cidade, no sentido de que os principais interesses econômicos e a maior
força de trabalho do país estão localizados no meio urbano, de cuja atividade industrial e bancária. O meio rural tornou-se
subordinado. Essa subordinação do campo em relação à cidade se manifesta de várias maneiras:
I. O campo é um fornecedor de mão de obra e gêneros alimentícios para o meio urbano; agora não mais se comercializam
apenas os excedentes nas cidades, como ocorria no período colonial, mas produz-se essencialmente para o comércio urbano.
II. O setor agrário de exportação continua a ser importante para a economia nacional, mas agora sua renda é utilizada
principalmente para pagar as importações de maquinaria ou petróleo para o setor industrial (e a dívida externa do país, que
em grande parte foi gerada por esse setor), e não mais para se importar bens manufaturados de consumo, que já são
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fabricados internamente.
III. A importância cada vez maior que assumem certos insumos procedentes do meio urbano, como fertilizantes e adubos -
além de crédito bancário e máquinas agrícolas -, também caracteriza a sujeição do campo à cidade.

Enfim, o meio rural não mais produz com vista ao mercado externo, independentes das cidades, como era regra geral no
período colonial, mas em função do meio urbano.

Além de passar a comandar o meio rural que lhe é vizinho (ou às vezes até aqueles bem distantes, como é o caso das
metrópoles), as cidades também estabelecem entre si uma rede hierarquizada, isto é, um sistema de relação econômica e
social em que umas se subordinam a outras. Em outras palavras, a modernização do país, resultado do crescimento da
economia urbano-industrial, produziu uma divisão territorial do trabalho que subordina o campo à cidade, bem como as
cidades menos às maiores. Estabeleceu-se, portanto, um sistema integrado de cidades, em que há uma hierarquia: as cidades
pequenas (em grande número) dependem das médias (em número menor); estas, por sua vez, subordinam-
-se às grandes cidades ou metrópoles (poucas).

No cume desse sistema hierarquizado de cidades, situam-se as duas únicas metrópoles mundiais: São Paulo e Rio de Janeiro.

Elas exercem uma polarização sobre todo o território brasileiro, praticamente comandando a vida econômica e social com
suas indústrias, universidades, bancos, bolsas de valores, imprensa, grandes estabelecimentos comerciais, etc. E, como elas se
localizam relativamente próximas (em relações às definições do território brasileiro), existindo em torno da via Dutra uma
área intensamente urbanizada, onde estão cidades como São José dos Campos, Taubaté, Lorena, Volta Redonda e outras, é
que ali se formará uma megalópole. De fato, essa área superurbanizada que vai de São Paulo até o Rio de Janeiro e que
abrange cerca de 46.000 Km² (aproximadamente 0,5% do território nacional) abriga cerca de 20% da população total do
país, mais de 50% dos automóveis e perto de 60% da produção industrial do Brasil.

Logo abaixo das metrópoles mundiais, mais acima de todas as outras cidades, surgem as sete metrópoles nacionais - grandes
cidades que polarizam extensas regiões do país: Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e
Brasília.

Nessa escala hierárquica da rede urbana brasileira, aparecem em seguida as capitais regionais, cidades que polarizam uma
parcela da região comandada pelas metrópoles regionais. Elas são, assim, subordinadas tanto às metrópoles nacionais quanto
a uma metrópole regional (dependendo de onde se localizam) e exercem influência sobre uma área extensa, com inúmeras
cidades pequenas e médias, além das áreas rurais ao seu redor. Exemplos: Manaus, Goiânia e Campinas.
A seguir, temos os centros regionais, cidades médias polarizadas pelas capitais regionais, que, por sua vez, polarizam uma
grande quantidade de pequenas cidades. As cidades médias existem em número bem maior do que aquelas a que estão
subordinadas (as capitais regionais), constituindo várias centenas em todo o território nacional. Alguns exemplos: Jales (SP),
Vacaria (RS), Andradina (SP), Anápolis (GO), São João da Barra (RJ), Formiga (MG), Caruaru (PE), entre outras.

Essa rede urbana brasileira, com uma hierarquia que vai das metrópoles mundiais (apenas duas) até as cidades locais
(milhares), é um sistema integrado de cidades que está se formando e não configura ainda uma realidade completa. Isso
porque o território brasileiro é imenso e algumas extensas áreas, como a Amazônia, ainda são pouco povoadas. Além do
mais, as desigualdades regionais de desenvolvimento são muito acentuadas no país, com uma notável concentração das
riquezas no Centro-Sul, especialmente em São Paulo. Esses fatos fazem com que a rede urbana não seja totalmente
articulada em toda a extensão do território nacional; em algumas áreas, como em São Paulo, esse sistema integrado de
cidades existe de forma quase perfeita, mas em outras áreas como na Amazônia, por exemplo, a densidade urbana
(quantidade de cidades em relação ao espaço) é pequena, e as comunicações entre as cidades, muito precárias.

O sistema urbano articulado é fruto da divisão territorial do trabalho entre o campo e a cidade e entre cidades com recursos
(população, equipamentos urbanos) diferentes. Esse sistema urbano só se completará quando a indústria se tornar o setor
dominante em todo o território, desde que este seja totalmente ocupado e se torne economicamente produtivo. Assim, só
existe de forma completa nas áreas de maior desenvolvimento industrial; nas áreas de baixa industrialização, ou naquelas
ainda pouco ocupadas, a rede urbana é pobre e desarticulada.
 Cidades globais – são as que prestam serviços avançados para o mundo inteiro (Nova Iorque, Tóquio e Londres). Elas têm a
função de ser um nó nos interesses mundiais. Outras não são polos tão importantes, mas também exercem influência na
região, em uma parte do globo.
 Megacidades – são cidades com mais de 10 milhões de habitantes.

AS REGIÕES METROPOLITANAS

“Estabelecidas legalmente, as regiões metropolitanas são definidas por um agregado de municípios limítrofes,
caracterizados por forte fluxo demográfico, uma estrutura ocupacional com acentuada predominância dos setores
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secundário e terciário e um sistema de integração que se traduz pelo movimento constante de pessoas entre as
unidades que as compõem, complementado e suplementando o mercado de trabalho.” (Fundação IBGE)

REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE

A Região Metropolitana de Recife é formada pelos municípios de:

Abreu e Lima; Cabo de Santo Agostinho;
Camaragibe; Igarassu;
Itamaracá; Itapissuma;
Jaboatão dos Guararapes; Moreno;
Olinda; Paulista;
Recife; São Lourenço da Mata;
Araçoiaba; Ipojuca;

G - CARACTERÍSTICAS DAS PAISAGENS NATURAIS DE PERNAMBUCO

Em função das diferenças de relevo, clima e vegetação, Pernambuco, assim como grande parte do Nordeste brasileiro,
divide-se em três regiões naturais.

Mata Pernambucana
Foi nessa região que se instalou, nos tempos coloniais, a cultura canavieira. Atualmente, graças ao emprego de técnicas
avançadas, a lavoura canavieira está em expansão, ocupando áreas destinadas a outros cultivos e praticamente dominando a
região.

A importância dessa área deve-se também ao setor industrial, em que se destaca a produção de açúcar e de álcool, que têm
significativa participação na economia do estado.

As cidades que mais se sobressaem na Mata Pernambucana são Palmares e Vitória de Santo Antão.

Agreste Pernambucano
Corresponde a uma área de transição entre a faixa litorânea e o Sertão. Com condições naturais pouco favoráveis ao
desenvolvimento da lavoura canavieira, essa região foi ocupada pela pecuária e pela agricultura de produtos alimentícios. É
por isso que hoje, no Agreste, a pecuária está associada à policultura. Contudo, a pecuária tem se expandido, em prejuízo da
lavoura. E, como a atividade pecuarista utiliza menor número de trabalhadores, essa expansão acaba favorecendo o êxodo
rural, um dos problemas da região agrestina. Boa parte do rebanho é destinada à produção de leite, executada com técnicas
modernas. Caruaru é a principal cidade do agreste pernambucano, e tem função de capital regional, graças ao seu
desenvolvimento nos setores industrial, comercial e de serviços. Sua área de influência ultrapassa as fronteiras do estado. Sua
tradicional feira é muito variada e atrai, além de turistas, produtores, artesãos e compradores de toda região e de outras
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partes do estado.

Sertão Pernambucano
Localiza-se no centro-norte do estado, na divisa com a Paraíba, o Ceará e o Piauí. O clima é semiárido, com temperatura
elevada e chuvas escassas e irregularmente distribuídas; os rios são temporários. Encontra-se nessa região a Chapada do
Araripe, onde a temperatura é mais amena, com chuvas regulares e solos férteis, aproveitados para a agricultura.

A pecuária é uma atividade econômica importante no sertão pernambucano. A produção agrícola é pequena, apesar de a
irrigação, pública ou privada, ter contribuído para melhorar as condições da região. O principal centro urbano é a cidade de
Arcoverde, que desempenha a função de capital regional. Sua influência, contudo, é dividida com as das cidades de Serra
Talhada e Salgueiro. Com aproximadamente 28 habitantes por quilômetro quadrado, é a região de menor densidade
demográfica do estado.

Recursos Minerais: terrenos pré-cambrianos e depósitos sedimentares, com atividades extrativas (bacia do Araripe e bacias
costeiras); principais recursos: argila, caulim, calcário, gipsita, etc., encontrados nos vales dos rios Ipojuca, Capibaribe,
Pirapama e Sirinhaém. Tipo de calcário extraído: os sedimentares (na porção costeira) e metamórficos (porção interior).

Relevo - leste-oeste:
Planície e Tabuleiros Costeiros, Colinas da Zona da Mata, Planalto da Borborema, Depressão sertaneja, Planalto da Bacia do
Jatobá, maciços residuais e Chapada do Araripe.

Perfil topográfico do Nordeste no sentido leste-oeste incluindo Pernambuco.

Solos: destaque Latossolos - bem desenvolvidos, coloração vermelha, amarela ou alaranjada, bastante porosos e de textura
variável, encontrados principalmente na Zona da Mata. Litossolos - pouco desenvolvidos, em áreas secas onde a erosão é
intensa, no Agreste e no Sertão. Planossolos - moderadamente ácidos, com grande quantidade de argila.

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H - IMPACTOS AMBIENTAIS

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986

Publicado no D.O.U de 17 /2/86.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - IBAMA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 48 do
Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, para efetivo exercício das responsabilidades que lhe são atribuídas pelo artigo
18 do mesmo decreto, e Considerando a necessidade de se estabelecerem as definições, as responsabilidades, os critérios
básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da
Política Nacional do Meio Ambiente, RESOLVE:

Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.

Os impactos ambientais podem ser dos tipos positivo ou negativo, sendo que o negativo representa uma quebra no
equilíbrio ecológico, que provoca graves prejuízos no meio ambiente.

Impacto ambiental positivo

Um impacto ambiental positivo ou benéfico consiste no resultado de uma norma ou medida que seja melhor para o meio
ambiente. A recuperação de rios e matas têm um impacto ambiental positivo. A construção de uma barragem pode
também ter um impacto positivo na fauna e flora de uma determinada região.

Impacto ambiental negativo

O impacto ambiental negativo é o mais conhecido e com maior repercussão. É aquele que causa danos ao meio ambiente
em função da atividade humana, e não uma simples mudança que pode ser compensada mais à frente.

Tipos de Impacto Ambiental

Além de estarem divididos entre positivo e negativo, os impactos ambientais ainda são classificados por critérios como o
tempo e a extensão do impacto.

 Direto: Também pode ser chamado de impacto ambiental de primeira ordem, e ocorre quando a relação de causa e
consequência é simples.
 Indireto: Chamado igualmente de impacto de segunda ordem (ou terceira, quarta, enésima…) e é a ação consequência de
uma cadeia.
 Local: Como o nome mesmo diz, quando é restrito a um único ambiente onde foi deflagrado.
 Regional: quando atinge mais lugares na região.
 Global: São os impactos de proporções mundiais.
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 Estratégico: Quando afeta um ecossistema ou recurso ambiental fundamental em outras estruturas.

 Temporário: Ocorre quando o impacto ocorre por um tempo determinado.
 Permanente: Quando a manifestação dos efeitos do impacto não há como ser controlada.
 Cíclico: Que é sazonal, e volta de tempos em tempos.
 Imediato: quando o efeito é instantâneo à ação.
 Médio Prazo e Longo Prazo: quando não acontecem de forma imediata, e demoram de médio a um longo tempo para
impactar.
 Reversíveis: que é possível mudar seu curso, impedir maiores desastres ambientais e voltar à formação mais próxima da
original.
 Irreversíveis: quando não é possível recuperar.

IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS

O lixo é um dos grandes problemas ambientais das cidades

A urbanização se intensificou com a expansão das atividades industriais, fato que atraiu (e ainda atrai) milhões de pessoas
para as cidades. Esse fenômeno provocou mudanças drásticas na natureza, desencadeando diversos problemas ambientais,
como poluições, desmatamento, redução da biodiversidade, mudanças climáticas, produção de lixo e de esgoto, entre
outros.

A expansão da rede urbana sem o devido planejamento ocasiona a ocupação de áreas inadequadas para a moradia.
Encostas de morros, áreas de preservação permanente, planícies de inundação e áreas próximas a rios são loteadas e
ocupadas. Os resultados são catastróficos, como o deslizamento de encostas, ocasionado a destruição de casas e um
grande número de vítimas fatais.

A compactação do solo e o asfaltamento, muito comuns nas cidades, dificultam a infiltração da água, visto que o solo está
impermeabilizado. Sendo assim, o abastecimento do lençol freático fica prejudicado, reduzindo a quantidade de água
subterrânea. Outro fator agravante dessa medida é o aumento do escoamento superficial, podendo gerar grandes
alagamentos nas áreas mais baixas.

Outro problema ambiental urbano preocupante é o lixo. O aumento populacional causa uma maior produção de lixo,
especialmente no atual modelo de produção e consumo. A coleta, destino e tratamento do lixo são questões a serem
solucionadas por várias cidades. Em muitos locais, o lixo é despejado nos chamados lixões, locais sem estrutura para o
tratamento dos resíduos. As consequências são: odor, proliferação de doenças, contaminação do solo e do lençol freático
pelo chorume, etc.

O déficit nos serviços de saneamento básico contribui para o cenário de degradação ambiental. A quantidade de esgoto
doméstico e industrial lançado nos rios sem o devido tratamento é imensa. Esse fenômeno reduz a qualidade das águas,
gerando a mortandade de espécies aquáticas e a redução do uso dessa água para o consumo humano.

Nos grandes centros industrializados, os problemas ambientais são mais alarmantes. Nesses locais, a emissão de gases dos
automóveis e das fábricas polui a atmosfera e retém calor, intensificando o efeito estufa. Com isso, vários transtornos são
gerados à população: doenças respiratórias, chuvas ácidas, inversão térmica, ilhas de calor etc.

A poluição sonora e a visual também geram transtornos para a população. Os ruídos ensurdecedores e o excesso de
elementos destinados à comunicação visual espalhados pelas cidades (cartazes, banners, placas, outdoors, fios elétricos,
pichações etc.) afetam a saúde dos habitantes.

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EXERCÍCIOS

01. Microrregião Pernambucana que se destaca pela grande produção de minério de ferro no Estado, bem como
também por ter uma cidade, a mais importante desta microrregião, que está situada no centro da região sertaneja,
por onde cruzam dois importantes eixos rodoviários: a PE – 116, no sentido Norte/Sul, e a BR – 232, no sentido
Leste/Oeste:

a) Microrregião do Alto Capibaribe

b) Microrregião do Vale do Ipojuca
c) Microrregião da Mata Meridional
d) Microrregião de Salgueiro
e) Microrregião do Sertão de Moxotó

02. Tem como principal atividade a produção de confecções e artefatos de tecido, sendo que a produção regional
representa 73% de tudo o que é produzido pelo setor no Estado. Outras atividades importantes são o cultivo de
frutas, hortaliças e cana-de-açúcar, a produção de móveis e o turismo. Por municípios, os destaques da região são
os seguintes: Em Toritama, Santa Cruz do Capibaribe e Taquaritinga do Norte, predomina o setor de vestuário;
Passira e Salgadinho destacam-se pelos bordados artesanais; em João Alfredo, a fabricação de móveis em madeira;
São Vicente Férrer é o segundo maior produtor estadual de frutas, com 9,32% de todo o setor.

O texto da questão faz referência a qual Região de Desenvolvimento pernambucana:

a) Agreste Meridional
b) Mata Norte
c) Sertão do Moxotó
d) Agreste Setentrional
e) Metropolitana do Recife

03. Leia o texto abaixo sobre as fortes chuvas recentes em Pernambuco e analise os itens a seguir sobre a dinâmica
climática estadual:

“Vinte cidades de Pernambuco registraram, até o momento, um alto índice de chuva, causando alagamentos, deslizamentos de barreiras e interrupção
do sistema de transporte público. A Prefeitura do Recife emitiu sinal de alerta e ativou o Plano de Contingência.
Em comunicado, o prefeito João Campos informou que este índice alto de chuva é resultado de um fenômeno atípico chamado Ondas de Leste e
disse que mais de 3.000 servidores estão atuando para minimizar os efeitos da chuva.
Há ocorrências graves. Várias ruas da cidade estão alagadas. Nas últimas 96h, choveu 428mm, segundo a Prefeitura.”

https://www.brasildefato.com.br/2022/05/28/fortes-chuvas-atingem-diversos-pontos-do-grande-recife

I – Fenômenos atmosféricos como o DOL, Frentes Frias, Massas de Ar (como a Tropical e Polar atlântica, no inverno) são
responsáveis pelas chuvas intensas em Pernambuco, principalmente na porção oriental do Estado.
II – O regime de chuvas de outono-inverno (s`), o qual é característico da capital pernambucana, é provocado pela ação de
um sistema atmosférico de origem extratropical denominada FPA (Frente Polar Atlântica), bem como também das Ondas de
Leste, a qual pode chegar, excepcionalmente, até o Agreste do Estado.
III – Diferentemente do Sertão, o regime de chuvas w` em Fernando de Noronha ocorre entre os meses de janeiro e julho,
com maior intensidade pluviométrica no mês de fevereiro, caracterizando o regime de chuvas totalmente no verão.
IV – As condições pedológicas, biogeográficas e hidrográficas em Pernambuco são influenciadas diretamente pelas condições
climáticas no Estado, de forma que na sua porção mais ocidental predominam os barlaventos e na oriental os sotaventos,
resultantes de uma condição geomorfológica existente em uma área de clima subúmido.

ESTÃO CORRETOS:
a) I e II
b) II e IV
c) I e IV
d) II e IV
e) II e III

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04.Sobre a questão ambiental em Pernambuco, analise os itens abaixo:

I - A atuação do homem como produtor e consumidor nos espaços geo-socioeconômicos de Pernambuco tem se realizado de
forma muito preocupante, face uma série de problemas ecológicos que vêm sendo identificados. Na verdade, em função do
processo de povoamento que aqui se efetivou e da organização econômica do nosso território, quando áreas eram devastadas
e incorporadas ao processo produtivo estadual, Pernambuco vem enfrentando uma série de impactos ambientais. Esta
situação se agravou com o crescimento econômico uma vez que este ocorreu sem demonstrar um maior comprometimento
com as questões relacionadas ao gerenciamento do meio natural e com o social.
II - Quando se pretende identificar impactos ambientais no Estado, deve-se considerar aqueles relacionados com a destruição
da vegetação natural, com o uso irracional dos solos, com a poluição dos cursos d’água e com a baixa qualidade de vida de
grande parte de sua população.
III - Pernambuco teve sua vegetação natural, a Mata Atlântica, destruída desde o início da exploração de seu espaço, a
princípio com o pau-brasil e, posteriormente cedendo lugar à ocupação dos solos pela cana de açúcar, pelos engenhos e
usinas. O surgimento de vilas e cidades, o crescimento populacional foram todos fatos que também contribuíram de forma
decisiva para a destruição das paisagens naturais de Pernambuco.
IV - Costume dos mais danosos ao meio ambiente é o de se lançar aos rios, dejetos domésticos a resíduos industriais. Os rios
se tornam com o tempo, verdadeiros canais de esgoto que transportam até a foz ou até certos pontos do seu curso, materiais
pútridos e ofensivos à saúde pública. Na maior parte do espaço pernambucano se observa que os esgotos domésticos são
lançados direta ou indiretamente nos rios, infectando as águas que a juzante vão ter uso industrial ou mesmo doméstico.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência de itens corretos:

a) I, II e III
b) II, III e IV
c) I, III e IV
d) I e II
e) I, II, III e IV

05. Observe a imagem abaixo sobre o tectonismo em Pernambuco e analise os itens a seguir:

I - O processo acima ocorre porque a Placa Sulamericana está submetida a um regime compressivo provocado pelo empurrão
da Placa de Nazca de oeste para leste, e pela ascensão magmática da cadeia mesoatlântica, que a empurra para oeste. A
Mesorregião mais afetada é a do Agreste Pernambucano.

II - Estando sobre uma unidade geológica muito antiga, mas cheia de falhas, chamada Província Borborema, o Nordeste é
sismologicamente instável. As falhas mais extensas e profundas constituem verdadeiras zonas de fraqueza da crosta terrestre,
que os geocientistas chamam desuturas, tendem a se movimentar, provocando diversos abalos sísmicos. Uma dessas suturas
corta o estado de Pernambuco desde o Recife até a divisa com o estado do Piauí. Essa grande falha geológica, de pelo menos
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550 milhões de anos, constitui uma sutura vertical da ordem de 30 km de profundidade. Na terminologia geológica é
denominada Zona de Cisalhamento Pernambuco ou Lineamento Pernambuco.

III – A região geofísica de Pernambuco onde os tremores de terra ocorrem com maior veemência tem origem geológica
predominantemente sedimentar, com presença expressiva de recursos minerais tais como gipsita, calcário cristalino, quartzo e
argila.

IV – Nas áreas de maior incidência tectônica do Estado, é possível encontrar evidências de atividades vulcânicas ocorridas
durante o período Cretáceo, caracterizando a presença do chamado Grupo Barreiras e de relevos com topo plano que se
acham entalhados nas bacias dos rios Goiana, Botafogo, Igarassu entre outros.

ESTÃO INCORRETOS:

a) I e II
b) I e IV.
c) III e IV
d) II e III
e) II, III e IV.

06. Sobre as características da agropecuária pernambucana, julgue os itens a seguir:

I - Com um crescimento de 1,6% no primeiro trimestre de 2021, o PIB agropecuário pernambucano aparece mais uma vez
em destaque. O setor apresentou o maior crescimento em relação ao mesmo período de 2020. A Agropecuária teve uma
variação de 14,2%, quase três vezes melhor que a média nacional (5,2%). As Lavouras Permanentes são as principais
responsáveis pelo crescimento, com variação de 17,5%.

II - As chuvas que atingiram dezenas de municípios na Região Nordeste, deixaram enormes prejuízos na agricultura e nas
cidades. O excesso de chuva quebrou lavouras inteiras deixando os pequenos produtores à mingua. Em Petrolina,
Pernambuco, por exemplo, o excesso de chuva entre o final de 2021 e início de 2022 no Vale do São Francisco, comprometeu
em 80% da safra de manga e uva no primeiro semestre, com prejuízos estimados em R$ 60 milhões. Sem paralelo nos últimos
15 anos, a perda de safra atinge cerca de 2.000 fruticultores, a maior parte pequenos e médios produtores.

III – O estado de Pernambuco apresenta uma estrutura fundiária bastante concentrada, onde, pode-se observar o Agreste
como a região de maior concentração de terras e com predomínio de latifúndios monocultores, enquanto o Sertão
pernambucano configura-se como a área de melhor distribuição de terras, com predomínio dos minifúndios policultores, a se
destacar o polo fruticultor do estado.

Está(ão) correto(s) o(s) seguinte(s) item (itens):

a) II e III
b) I e II
c) I e III
d) Apenas o item II
e) Apenas o item I

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07.

O objetivo do Movimento Armorial era valorizar a cultura popular do Nordeste, buscando construir uma arte erudita a partir
das raízes populares da cultura do país. O movimento tinha interesse por diversas linguagens artísticas, como a música, a
pintura, a literatura, a dança, o teatro, o cinema e a arquitetura. Um dos membros fundadores desse movimento, surgido em
1970, em Pernambuco, foi

A) Antônio Nobrega.
B) Antônio Madureira.
C) Ariano Suassuna.
D) Catulo da Paixão Cearense.
E) Gilvan Samico.

08. Leia o trecho a seguir e assinale a alternativa que indique a unidade geomorfológica pernambucana descrita
abaixo.
“É um típico planalto sedimentar, com topo plano e encostas íngremes e recortadas. Estende-se no sentido sudoeste-nordeste, desde o rio São
Francisco até as proximidades de Arcoverde. Suas altitudes variam de 500 a 800 metros, aproximadamente, e na área ocupada por esse
compartimento de relevo destaca-se a Serra Negra, no Município de Inajá.”

a) Depressão Sertaneja
b) Planalto do Jatobá
c) Tabuleiros Costeiros
d) Chapada do Araripe
e) Planalto da Borborema

09. Assinale a alternativa que caracterize corretamente os aspectos climatobotânicos da unidade geomorfológica
pernambucana ilustrada na imagem abaixo.

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a) Clima Tropical úmido, com chuvas de outono-inverno e predominância de vegetações perenefoliadas, com a
presença de espécies tanto halófilas quanto psamófilas na costa litorânea pernambucana.
b) Clima Mesotérmico, com chuvas de verão e presença de floresta Subcaducifoliada.
c) Clima Tropical úmido, com chuvas de outono-inverno e vegetação predominantemente arbustiva e decidual,
principalmente na porção meridional da Mata pernambucana.
d) Clima quente e seco, porém com menor intensidade de aridez e presença de vegetação Hipoxerófila.
e) Clima Tropical de altitude, em função da presença de Tabuleiros e de vegetação expressivamente densa e hidrófila.

10. Analisando as características da urbanização pernambucana, assinale a alternativa incorreta.

a) A urbanização da capital pernambucana se deu a partir do Bairro do Recife, tendo crescimento acelerado no Século XIX.
Neste período, a cidade já apontava para sua atual estrutura urbana, radiocêntrica, em forma de estrela e em cinco direções
(norte, sul, sudeste, oeste e noroeste), resultante da ligação entre seu núcleo primitivo e os antigos engenhos.
b) Ao mesmo tempo em que cresceu, a cidade se deslocou em direção aos bairros periféricos e municípios vizinhos,
desenvolvendo novas centralidades. O processo de metropolização que avança nos anos seguintes, data dos anos de 1950
com a integração da área intersticial entre Recife e Olinda.
c) Recife apresenta elevados níveis de exclusão socioambiental. Esta situação revela-se por meio da periferização das classes

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populares, fruto da urbanização espoliativa, em que a tônica principal foi, e ainda é, a exclusão de grande parcela da população
dos benefícios urbanos
d) Segundo Villaga (1995), o planejamento urbano desenvolvido nas últimas décadas no Brasil, vem se manifestando através
de várias modalidades, as quais apresentam características distintas. Uma dessas modalidades é a que tem se manifestado
através dos planos diretores das cidades. Fato observado na urbanização do estado de Pernambuco que graças ao
planejamento urbano eficiente, evitou na sua capital (a cidade mais populosa do estado) o processo de inchaço populacional
conhecido como: macrocefalia urbana.
e) Recife assim como a maior parte das metrópoles brasileiras cresceu através do processo de metropolização por inchação, ou
seja, tem uma concentração de habitantes em nível elevado. Uma cidade em crescimento com outros núcleos urbanos a sua
volta absorve e/ou gera, a conurbação, que se caracterizam não apenas pela junção geográfica espacial de cidades, mas pela
interação socioeconómica entre elas.

11. Os processos de transgressão e regressão marinhas alternaram-se sempre associados às contribuições dos rios e
dos ventos, moldando progressivamente a feição do sítio do Recife, preparando-o, aos poucos, para as fases seriais
pioneiras do seu ecossistema, até que se consolidaram as comunidades climáticas dos manguezais e das restingas,
enfim, da mata litorânea. Logo, a origem geomorfológica da cidade do Recife é:

a) Aluvial
b) Fluviomarinha
c) Marinha
d) Vulcânica
e) Cristalina

12. Leia o texto a seguir e assinale a alternativa incorreta sobre o Nordeste semiárido brasileiro:
"Existem na América do Sul três grandes áreas semiáridas - a região Guajira, na Venezuela e Colômbia; a diagonal seca do
Cone Sul que envolve muitas nuances de aridez ao longo da Argentina, Chile e Equador; e, por fim, o Nordeste seco do
Brasil. Das velhas e repetitivas noções do Ensino Médio herdadas um pouco por todos nós, restaram observações
pontuais e desconexas sobre o universo físico e ecológico do Nordeste seco."
(Aziz NacibAb'Saber, "Ciência Hoje", Volume Especial - Eco Brasil, mai. 1992.)
a) O semiárido nordestino caracteriza-se por baixos níveis de umidade, escassez de chuvas anuais e irregularidades no ritmo
das precipitações ao longo dos anos.
b) Um dos fatores marcantes da região é a inexistência de rios perenes e caudalosos. Essa drenagem intermitente inviabiliza
projetos de irrigação na área.
c) O Nordeste seco possui um revestimento baixo de vegetação, arbustivo-arbóreo e raramente arbóreo, de folhas miúdas e
hastes espinhentas, exuberantemente verdes nos períodos de chuvas.
d) Apesar de predominantemente seco, no semiárido encontram-se algumas áreas de mata úmida, alimentadas por chuvas
orográficas. Estas áreas são conhecidas, regionalmente, como "brejos".
e) Ao contrário do que se imagina, o Nordeste seco não é o "império" das chapadas. Em 85% do seu território predominam
depressões interplanálticas, situadas entre maciços antigos e chapadas localizadas.

13.Dentro dos espaços semiáridos nordestinos, algumas importantes diferenciações internas, relacionadas,
sobretudo, ao quadro natural, definem as chamadas áreas de exceção.
Sobre esse assunto podemos dizer que:
1- uma das áreas de exceção corresponde ao município de Triunfo, que apresenta um mesoclima diferente do das áreas
vizinhas.
2- nos brejos de altitude, a melhoria das condições ambientais e dos recursos naturais representa, de certa maneira, um
aumento da favorabilidade às atividades humanas.
3- os espaços agrícolas representados pelos perímetros de irrigação e vazante dos açudes, onde se encontram solos aluviais,
podem ser considerados como áreas de exceção.
4- o fator topográfico e a exposição aos fluxos de ar podem determinar a existência dos brejos no Agreste e Sertão
pernambucanos.
Está(ão) correta(as):
a) 1 apenas
b) 1 e 2 apenas
c) 3 e 4 apenas
d) 2, 3 e 4 apenas
e) 1, 2, 3 e 4

14.''O Rio São Francisco tem sido uma presença constante na vida nacional. Inicialmente, ele foi a grande via
fluvial que ligava áreas do centro do Brasil à porção litorânea do Nordeste, tendo sido palco de lutas entre
indígenas e colonizadores pela conquista e posse da terra, onde se traçaram os caminhos de gado''
(Manuel Correia de Andrade - Jornal do Commercio, 10/9/2000).
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Sobre o tema referido no texto, marque verdadeiro ou falso.

I. O principal rio da bacia do São Francisco, embora esta se situe inteiramente no domínio morfoclimático do semiárido,
tem um regime fluvial permanente.
II. O Projeto de Transferência de águas do São Francisco visa beneficiar bacias de rios intermitentes dos estados da Paraíba,
Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco.
III. O rio São Francisco serviu como caminho de bandeirantes e pioneiros que se deslocaram de São Paulo para combater os
índios na ‘‘guerra dos bárbaros''.
IV. O São Francisco, em face das características geomorfológicas dominantes ao longo da maior parte do seu percurso, pode
ser tido como um ‘‘rio de planalto''.
V. O Projeto de Transferência do São Francisco está localizado em trecho não navegável do rio, não afetando a
navegabilidade da área entre Pirapora e Petrolina.

Está(ão) correta(as):
a) Todas corretas
b) II, III e V apenas
c) I e IV apenas
d) IV e V apenas
e) I, II e III apenas

15.Sobre Pernambuco é errado afirmar:

a) É dividido em três mesorregiões do ponto de vista natural.
b) A caprinocultura é encontrada principalmente na Zona da Mata, por esta possuir as condições naturais adequadas para o
manejo.
c) O rio Capibaribe apesar de ter sua nascente em área de regime intermitente, passa ser perene a partir de Limoeiro.
d) O Lineamento Pernambuco é uma falha geológica que atravessa Pernambuco de leste-oeste
e) Pernambuco possui o segundo maior PIB do nordeste.

16.Observe o desenho que mostra a região Nordeste, num "corte" leste-oeste (NE-N), evidenciando o tipo de
vegetação mais, ou menos, exuberante, de acordo com a quantidade de chuva que cai na região.

Temos as seguintes regiões de leste a oeste:

a) Amazônia, Meio-Norte, Agreste, Sertão, Mata.
b) Meio Norte, Agreste, Sertão, Mata, Amazônia.
c) Amazônia, Agreste, Sertão, Meio-Norte, Mata.
d) Mata, Agreste, Sertão, Meio-Norte, Amazônia.
e) Mata, Meio-Norte, Sertão, Agreste, Amazônia.

17. Considere a figura a seguir cujas características geoambientais são similares às que ocorrem no sertão de
Pernambuco.

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Com base na interpretação desta figura, é verdadeiro afirmar que:

I. não há modificação de tipos de rochas de leste para oeste;
II. a área deprimida central está disposta entre um planalto cristalino, a leste, e um planalto sedimentar, a oeste;
III. a superfície do planalto cristalino apresenta um conjunto de formas colinosas de topos convexos;
IV. o planalto sedimentar é escarpado para leste e decai suavemente para oeste, representando uma "cuesta";
V. os solos e a cobertura vegetal são semelhantes nos três compartimentos de relevos.

Está(ão) correta(as):
a) IV apenas
b) II, III e IV apenas
c) I e IV apenas
d) Todas corretas
e) I, II e III apenas

18.Considerada a maior bacia leiteira do Nordeste, a região do agreste meridional pernambucano, e não faz parte
desta região o município de:
a) São João
b) São Bento do Una
c) Caetés
d) Catende
e) Lajedo

19.O mapa mostra os estados do Nordeste brasileiro atingidos pela seca.

(Folha de S.Paulo. 06.08.2012. Adaptado.)

A partir da análise do mapa e de seus conhecimentos, é correto afirmar que

a) os novos e os velhos coronéis dos estados da Zona da Mata estão vendo a estiagem como uma forma de distribuir água.
b) a seca ocorre em extensa área nordestina, atingindo grande proporção da população do Ceará, da Paraíba e do Piauí.
c) as obras anunciadas contra a seca, como a transposição do rio São Francisco, foram concluídas.
d) o problema da seca é cada dia mais grave e de difícil solução nos estados do Meio-Norte.
e) as cidades apresentam condições de, sozinhas, realizarem as obras contra seca que dotariam os moradores com estrutura
para enfrentar a estiagem.

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20.A região Nordeste brasileira apresenta contrastes sob os aspectos sociais, econômicos e naturais. O que vem
chamando a atenção nos últimos meses é a irregularidade marcante das chuvas que caem na região, em especial no
Sertão. Esse fato tem prejudicado ainda mais as atividades econômicas da população do “Polígono das Secas”.

O quadro a seguir apresenta três sub-regiões do Nordeste brasileiro, com suas principais características
climáticas e atividades ligadas ao setor primário da economia.

As regiões I, II e III são, nesta ordem:

a) Sertão – Agreste e Zona da Mata. d) Agreste – Meio-Norte e Zona da Mata.
b) Agreste – Sertão e Meio-Norte. e) Zona da Mata – Sertão e Agreste.
c) Sertão – Zona da Mata e Agreste.

21.Conhecidos como áreas de exceção por seu aspecto diferente da paisagem predominante. São os(as):

a) Cuestas. d) Terraços fluviais.

b) Depressões. e) Divisores d’ água.
c) Brejos.

22.“De configuração geográfica longitudinal, estreito no sentido norte/sul e alongado na direção leste/oeste,
encontra-se Pernambuco inteiramente situado dentro dos limites da zona Tropical, visto que seus pontos
extremos Norte e Sul se encontram, respectivamente, entre os paralelos de 7° e 15’ e 9° 27’ de latitude sul.”
(ANDRADE, Thaís de Lourdes Correia de. IN: Atlas Escolar de Pernambuco)
Analise e conclua.
I. O estado de Pernambuco se encontra situado numa faixa de latitudes médias, o que justifica a não existência, no Sertão, de
um clima desértico.
II. Por estar localizado inteiramente na zona Tropical, só há em Pernambuco climas Tropical Úmido e Temperado de
Altitude.
III. De leste para oeste, Pernambuco apresenta uma sucessão de paisagens naturais diferenciadas e uma intensa diversificação
de formas de uso do solo.
IV. Em Pernambuco, a maior parte da população economicamente ativa exerce atividades no setor secundário da economia.
V.Do ponto de vista geológico, Pernambuco apresenta, em grande parte do seu território, terrenos antigos que se apresentam
bastante erodidos.

Estão corretas as afirmativas

a) I e V, somente. d) I, III e IV, somente.
b) III e V, somente. e) I, II, III, IV e V.
c) II e IV, somente.

23.''Os sertanejos davam conta da metade do serviço do campo. Batiam na usina, aos bandos, contratando tarefas.
Só queriam receber dinheiro corrente, nada de vales. Metiam-se assim nos partidos, nas limpas e, enquanto o eito
da fazenda se mexia devagar, os sertanejos raspavam terra com uma velocidade de máquina. Tiravam as tarefas em
três tempos. Agora com a falta de braços o serviço deles era estimado por toda parte. Podiam até contar com os
''corumbas'' até que para as bandas do sertão, os relâmpagos aclareassem, porque só ficavam por ali esperando que
as chuvas caíssem pelas suas caatingas. Não havia pedidos que os contivessem. Com a chuva a terra deles era um
presente do céu.''
(José Lins do Rego - Usina)
O texto faz referência ao tipo de movimento horizontal da população denominado:
a) migração pendular. d) migração microrregional.
b) migração sazonal. e) migração edáfica.
c) migração urbano-rural.

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24.O climograma a seguir corresponde ao clima:

a) semiárido.
b) tropical úmido.
c) temperado continental.
d) equatorial.
e) subtropical.

25.No perfil esquemático a seguir, as grandes unidades de relevo representadas pelas letras A, B e C são,
respectivamente:

a) Planalto Central, Depressão Periférica, Planalto Atlântico.

b) Planalto da Bacia do Parnaíba, Depressão Sertaneja, Planalto da Borborema.
c) Planalto Ocidental, Depressão Periférica, Primeiro Planalto.
d) Primeiro Planalto, Segundo Planalto, Terceiro Planalto.
e) Chapadão Central, Depressão do São Francisco, Serra do Espinhaço.

26.Principal área produtora de gipsita de Pernambuco, o Araripe é de estrutura:

a) metamórfica.
b) sedimentar.
c) cristalina.
d) ígnea.
e) plutônica.

27.Pernambuco é o nome que vem do tupi Paraná-Pucá, que significa:

a) "onde o mar se arrebenta"
b) pedra que canta
c) pedra furada
d) enseada de pedras
e) grande pedra dourada

28.O texto a seguir aborda um dos grandes compartimentos de relevo observados no Nordeste brasileiro. Leia-o.
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“Trata-se de um conjunto de formas de relevo que, esculpidas no cristalino, acham-se inteiramente contidas na região
nordestina. Geologicamente , corresponde o conjunto a um dos compartimentos, ou núcleos, melhor individualizados.
Sua individualidade foi mais precisa, ainda, no Cretáceo. Nesse conjunto encontram-se as áreas de maior altitude no
Estado de Pernambuco. No Terciário, esforços epirogênicos começaram a soerguê-lo. Estende-se de Alagoas até o Rio
Grande do Norte.”

O conjunto referido corresponde à (ao):

a) Chapada do Apodi.
b) Pediplano Sanfranciscano.
c) Planalto da Borborema.
d) Depressão Sertaneja
e) Pediplano Nordestino.

29.A figura abaixo apresenta uma visão parcial da Ilha de Fernando de Noronha, pertencente ao Estado de
Pernambuco.

Imagem extraída do sitio: www.vibreleve.com/.../fernandode-noronha/.

Sobre o processo de formação da Ilha de Fernando de Noronha, podemos afirmar que:

a) É uma ilha oceânica de origem vulcânica.
b) É considerada uma ilha oceânica de origem biológica.
c) É uma ilha costeira de origem sedimentar.
d) É uma ilha de origem metamórfica.
e) É uma ilha formada na plataforma continental, também chamada de ilha costeira. Pode ser de origem vulcânica,
sedimentar ou biológica.

30.Do ponto de vista administrativo, a Ilha de Fernando de Noronha é:

a) distrito federal.
b) distrito estadual de Pernambuco.
c) território federal.
d) distrito do Rio Grande do Norte.
e) distrito municipal do Recife.

31.O vulcanismo encontrado em Pernambuco é considerado inativo, ocorrendo no(a):

a) Sertão do São Francisco. d) Planalto da Borborema.
b) Depressão sertaneja. e) Vale do Ipanema.
c) Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.

32.Um pesquisador, investigando os principais aspectos do meio natural de uma área semiárida do Nordeste
brasileiro defrontou-se com a paisagem fotografada e exposta a seguir.

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Qual deverá ser a denominação que o pesquisador utilizará para definir esses elementos paisagísticos?
a) Inselbergues sedimentares. d) Falhas.
b) Matacões. e) Dobras.
c) Afloramentos sedimentares.

33.

Considerando o mapa, é correto afirmar que se trata

a) das áreas beneficiadas pelo PAC, projeto do governo federal que busca construir diversas pequenas hidrelétricas, a fim de
promover a infraestrutura industrial necessária à região.
b) dos projetos do IBGE para a abertura de poços artesianos, objetivando atender às áreas do Sertão seco.
c) dos projetos desenvolvidos pela SUDENE desde a década de 1970, visando a irrigar as áreas da Zona da Mata Nordestina.
d) das sub-regiões Eixo Norte e Eixo Sul, onde há um reordenamento energético, visando à crescente infraestrutura
industrial local.
e) da polêmica Transposição do Rio São Francisco, projeto iniciado em 2007, que prevê a construção de 720 quilômetros de
canais, para abastecer as áreas mais castigadas pela seca.

34.Em algumas áreas do Sertão há maior grau de umidade, conhecidas como brejos, com uma economia peculiar.

Um exemplo é:
a) Petrolina
b) Arapiraca
c) Triunfo
d) Sapé
e) Imperatriz

35.Uma parcela considerável do Sertão nordestino, ou seja, de uma área submetida aos climas semiáridos,
apresenta um regime de chuvas convectivas, que se concentram no período verão-outono. Qual o sistema
atmosférico que é o principal responsável por esse regime pluviométrico?

a) Convergência do Atlântico Sul

b) Zona de Convergência Intertropical
c) Ondas de Leste
d) Vórtices Anticiclônicos
e) Frente Polar Atlântica
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36.O corte topográfico e geológico, mostrado a seguir, representa, grosso modo, um perfil feito por um pesquisador
que se deslocou da área costeira para o interior do Brasil, objetivando realizar um estudo integrado do meio
ambiente de uma região do país. Nesse corte, estão indicados pelos números 1 e 2 importantes compartimentos
regionais de relevo.

Considerando-se as informações contidas no gráfico, é CORRETO afirmar que esses compartimentos são,
respectivamente,
a) Chapada do Apodi e Planalto da Borborema.
b) Chapada do Araripe e Depressão Sertaneja.
c) Planalto de Diamantina e Bacia do Parnaíba.
d) Planalto da Borborema e Depressão Sertaneja.
e) Chapada do Araripe e Planalto do Meio-Norte.

37.Nas cidades de Maceió, Salvador e Recife, principalmente no mês de julho, é comum a ocorrência de chuvas que
provocam grandes enchentes. São as chamadas ― chuvas de inverno, que atingem o litoral oriental do Nordeste.
Levando-se em consideração a dinâmica das massas de ar no Brasil, pode-se afirmar que essas chuvas são
provocadas pelo encontro da

a) Polar atlântica (mPa), fria e úmida, com a massa Tropical atlântica (mTa), quente e úmida.
b) Equatorial continental (mEc), quente e seca, com a massa Tropical atlântica (mTa), e quente úmida.
c) Equatorial continental (mEc), quente e úmida, com a massa Tropical continental (mTc), e quente seca.
d) Polar atlântica (mPa), fria e úmida, com a massa Tropical continental (mTc), quente e úmida.

38.Sobre a cultura e artesanato pernambucano, julgue os itens:

I. O caboclinho é uma manifestação cultural típica do Sertão pernambucano, especialmente de Triunfo.
II. Os caretas são muito comuns na Mata-Norte, na região de Goiana.
III. Os papangus são personagens do carnaval pernambucano, e festejam em Bezerros no Agreste pernambucano.
IV. As carrancas são encontradas no Sertão pernambucano, e representam o imaginário do rio São Francisco, principalmente
em Petrolina.
Estão corretas:
a) I, II e IV
b) Somente I
c) III e IV
d) Todas
e) I e III

39.Sobre as atividades econômicas no Estado de Pernambuco, podemos afirmar corretamente que

a) os grandes projetos de irrigação no Sertão do São Francisco foram implantados com o apoio da Comissão de
Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), com investimentos voltados ao mercado interno regional.
b) o fechamento de diversas usinas e destilarias de açúcar em Pernambuco que se encontram, sobretudo, na Zona da Mata e
do Agreste do Estado tem contribuído para o agravamento das tensões sociais no campo.
c) a cana-de-açúcar continua a ser o principal produto agrícola de Pernambuco em área cultivada e em volume de produção,
dominando as regiões da Mata e alguns municípios da região Metropolitana do Recife.
d) as lavouras de milho e de algodão no Estado de Pernambuco vêm perdendo expressão econômica, face ao avanço na
região do Agreste da pecuária leiteira e pela praga do bicudo, que está dizimando essas culturas.
e) no Estado de Pernambuco, as grandes propriedades rurais, ou seja, os latifúndios, se dedicam basicamente às atividades
agrícolas, como a criação de animais e a produção da policultura para abastecimento dos centros urbanos.

40.Segundo ANDRADE (2003) “As condições naturais, a posição geográfica e a formação econômica – social que
modelaram o território pernambucano determinaram a sua divisão em três grandes regiões geográficas, aceitas pelo
consenso: o Litoral–Mata, o Agreste e o Sertão”.

Não são características destas regiões, exceto

a) o Agreste está situado num clima tropical úmido e subúmido, onde domina atividades econômicas ligadas à pecuária

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intensiva e à diversidade de produção de frutas e horticulturas.

b) a região canavieira se desenvolveu no domínio do litoral, onde as condições de clima e solos arenosos foram favoráveis ao
seu cultivo na forma de agricultura irrigada, além de uma pecuária intensiva.
c) o Agreste compreende a porção sobre o Planalto da Borborema, onde há uma variação do clima quente e subúmido e
dominam culturas diversificadas e uma pecuária em moldes semi-intensivos.
d) o Sertão compreende uma área de clima quente e árido e está delimitado pela área de monocultura canavieira e pelo sertão
do São Francisco, onde se situa Petrolina, a cidade mais promissora do Estado.
e) a Zona da Mata está situada entre a Região Metropolitana do Recife e os limites do clima tropical de semiaridez acentuada
do Sertão Pernambucano, uma área sob o domínio de monocultura canavieira.

41.Sobre as regiões de Pernambuco, analise as afirmações abaixo.

I. Na Zona da Mata, o clima é quente e úmido; o relevo se caracteriza por apresentar colinas convexas, que surgem
dominantemente em terrenos cristalinos da porção oriental do estado, principalmente na Mata Sul assim como apresenta
médias anuais de chuvas superiores a 1.800mm, com temperaturas anuais em torno de 24ºC.
II. No Sertão, sobretudo a partir de Arcoverde, o relevo se mostra com predominância de superfície aplainada, denominado
de pediplanos, com relevos residuais, também conhecidos como inselbergues. Apresenta precipitações anuais iguais ou
inferiores a 800mm. Também são encontradas “ilhas de umidade”, ou brejos, onde se observam índices de chuvas em
torno de 900 a 1.000 mm.
III. O Agreste marca a transição entre a Zona da Mata e o Sertão. A policultura e a pecuária de corte são as principais
atividades econômicas. Os rios são predominantemente perenes, sendo constatados, apenas, pela forma do leito e pela
existência de alguns poços.

Somente está CORRETO o que se afirma em

a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) II.
e) III.

42.O texto e a figura, apresentados a seguir, compreendem uma das principais peculiaridades da conjuntura
climática local da região Nordeste do Brasil.
“Entre a costa úmida e o Sertão semiárido, o Agreste subúmido interpõe-se, em princípio, como um faixa de transição
gradual. Muitas vezes, contudo, se estabelece bruscamente contíguo à Zona da Mata por efeitos de subexposição aos
fluxos úmidos de leste”. (SOBRINHO, Vasconcelos. As regiões naturais do Nordeste, o meio e a civilização. Recife,
2005).

Esse fenômeno ocorre quando

a) uma corrente de ar vai de encontro a um obstáculo topográfico transversalmente oposto ao fluxo é forçada a elevar-se e
em consequência resfria-se.
b) o fluxo de ar seco acarreta a formação de nuvens provocando precipitações abundantes na vertente a barlavento
constituída de grandes altitudes.
c) o ar está mais aquecido a barlavento pelo calor gerado pela condensação chegando à base da vertente a sotavento com
temperatura inferior.
d) a umidade relativa do ar é inferior a barlavento atingindo o ponto de saturação a sotavento e provocando alta precipitação
em sua base.
e) uma corrente de ar seco é forçada a elevar-se a barlavento diminuindo a formação de nuvens em consequência do seu
aquecimento.

43.Considere a tabela apresentada a seguir.

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Os dados da tabela referem-se ao ranking do Produto Interno Bruto no Estado de Pernambuco, no ano de 2003.
Considerando as características dos municípios, assinale a alternativa incorreta.
a) Petrolina mantém a primeira posição entre os municípios do interior do Estado em decorrência do seu grande
desenvolvimento na fruticultura irrigada.
b) Beneficiado pelo Complexo Industrial Portuário de Suape, o Município de Ipojuca, na região metropolitana, mantém a
quarta posição no PIB estadual.
c) O Município do Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana, é a segunda maior economia do Estado, destacando-
se nos setores de química, bebidas, plástico e metalurgia.
d) Apesar de não constar da tabela, Fernando de Noronha apresenta uma atividade econômica de grande peso no setor de
turismo, possuindo um dos maiores PIBs do Estado de Pernambuco.
e) Concentrando uma considerável parte da construção civil e da indústria da transformação diversificada, Recife continua se
destacando nos setores financeiro, comunicações e comércio.

44.Figura no Estado de Pernambuco como o maior centro produtor de mangas do Brasil, respondendo pela maior
parte das exportações dessa fruta, destinada ao mercado mundial a exemplo dos Estados Unidos, da Europa e do
Japão. Sobre este assunto, identifique a área onde ocorre a produção da manga.

a) Mesorregião da Mata Pernambucana.

b) Sertão do Submédio São Francisco.
c) Microrregião do Vale do Ipojuca.
d) Microrregião do Médio Capibaribe.
e) Microrregião da Mata Meridional Pernambucana.

45.

De acordo com o mapa acima, é correto afirmar que:

a) se trata das mesorregiões pernambucanas, identificadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística como uma
sucessão de diferentes paisagens e formas de uso do solo.
b) corresponde às cinco microrregiões geográficas de Pernambuco, marcadas por uma intensa diversificação espacial e
diferentes processos de povoamento.
c) as cinco divisões apresentadas referem-se ao conjunto de microrregiões do Estado de Pernambuco cuja identificação é
caracterizada pela diversidade natural de suas paisagens.
d) a microrregião geográfica do São Francisco corresponde ao Sertão Setentrional de clima semiárido e alta densidade
demográfica.
e) a microrregião do Agreste Pernambucano é dividida em seis mesorregiões, sendo o Vale do Ipojuca e o Alto Capibaribe os
seus mais importantes centros urbanos.

46.O elevado crescimento das metrópoles regionais e nacionais no Brasil formou um conjunto de cidades
contíguas, constituindo-se numa grande área urbana. Sobre este assunto, analise o mapa e as afirmativas a seguir.

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1. Os 14 municípios representados no mapa constituem, atualmente, a Região Metropolitana do Recife (RMR) estabelecida
com a finalidade, dentre outras, de solucionar em conjunto os problemas urbanos da área que a compõe.
2. O mapa original da RMR, criado em 1973, foi modificado com a inclusão dos Municípios de Abreu e Lima, Araçoiaba,
Camaragibe e Itapissuma (que se originaram a partir do desmembramento dos Municípios de Paulista, Igarassu e São
Lourenço da Mata), sendo Ipojuca também posteriormente incorporado.
3. Além da RMR, representada no mapa acima, são reconhecidas oficialmente no Brasil outras grandes regiões
metropolitanas, sendo São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador algumas das mais importantes.

Está (ão) correta (s):

a) 1, apenas.
b) 1 e 2, apenas.
c) 1 e 3, apenas.
d) 2 e 3, apenas.
e) 1, 2 e 3.

47.No processo de formação do território pernambucano, a partir da chegada dos portugueses na Capitania de
Pernambuco ou Nova Lusitânia, os primeiros núcleos de povoamento foram as Vilas de

A) Itamaracá e Recife.
B) Igarassu e Olinda.
C) Igarassu e Recife.
D) Recife e Olinda.
E) Itamaracá e Igarassu.

48.Sobre a questão ambiental em Pernambuco, analise as proposições abaixo:

I. O aquecimento econômico da última década trouxe benefícios a diversos municípios e polos industriais em Pernambuco,
como o aumento da oferta de empregos. No entanto, é importante que esse fenômeno de expansão econômica considere
os recursos ambientais e seus limites de sustentabilidade.
II. Poluição hídrica, saneamento básico incipiente, deposição inadequada de resíduos sólidos, dentre outros, são exemplos de
casos de degradação ambiental em Pernambuco que merecem atenção do Poder Público, da iniciativa privada e da
sociedade civil no sentido de garantir, de forma articulada, o conhecimento das causas e efeitos a fim de mitigá-los.
III. O conhecimento dos principais problemas ambientais das cidades por parte dos seus cidadãos pode ser uma das
ferramentas eficazes para combatê-los, exigindo o cumprimento da legislação vigente e praticando ações concretas em seu
cotidiano.
IV. Conceber atividades humanas, considerando as questões ambientais, parece ser uma alternativa para modelos produtivos
com menos agressão aos recursos naturais. Para tanto, o conjunto de tecnologias e criatividade pode ser o diferencial para
o cenário ambiental de Pernambuco.

Está(ão) CORRETA(S)
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II, III e IV.
e) I e IV, apenas.

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49.Leia com atenção o texto abaixo:

Posso sair daqui pra me organizar (x2)

Posso sair daqui pra desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama (x2)
o homem roubado nunca se engana
O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu vi um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um caranguejo andando pro sul
Saiu do mangue e virou gabiru
Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça
Peguei um balaio fui na feira roubar tomate e
cebola Ia passando uma véia e pegou a minha cenoura
"Aê minha véia deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia eu não consigo dormir"
E com o bucho mais cheio comecei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me desorganizando posso me organizar.
Da lama ao caos, do caos à lama o homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama o homem roubado nunca se engana Chico Science & Nação Zumbi.
Da Lama Ao Caos. 1994.
Sobre ele, assinale a alternativa CORRETA.
a) O texto faz referência ao ecossistema dos mangues como símbolo da miséria e da pobreza e ilustra a necessidade de se
proporem alternativas para sua extinção, na medida em que colaboram com a desorganização da cidade do Recife e
dificultam o desenvolvimento.
b) Da lama ao caos, do caos à lama é uma obra, que exemplifica o movimento Manguebeat, ocorrido na década de 70, na
cidade do Recife, no sentido de resgatar a desvalorização da cultura local, influenciando movimentos culturais externos.
c) No trecho do texto: “Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça”, o autor sinaliza a sua insatisfação com as heranças e
influências culturais deixadas por Josué de Castro, Mestre Salustiano, Ariano Suassuna no surgimento do movimento
Manguebeat, na década de 90.
d) O texto ilustra um movimento de renovação e valorização da cultura pernambucana, denominado de Manguebeat, nascido
na década de 90, na cidade do Recife, pautado na mobilização e na contestação social, e traz a ideia de caos como
referência às desigualdades e aos conflitos sociais.
e) No texto, o caranguejo e o aratu representam a abundância dos recursos da natureza presentes nos manguezais, sendo
esses recursos os responsáveis pela redução da fome e da miséria e por significativos avanços sociais, vistos na década de
70, momento em que nascia o Movimento Manguebeat.

50.Sobre as características e especificidades das Regiões de Desenvolvimento - RD do Estado de Pernambuco,

analise os itens abaixo:
I. A RD do São Francisco concentra o PIB mais elevado do Estado de Pernambuco e se caracteriza pela tendência de
expansão da ocupação humana em razão dos incentivos promovidos pelos gestores públicos para o desenvolvimento do
maior polo industrial de confecções do estado e crescimento da fruticultura, sobretudo para abastecimento interno.
II. Pode-se observar, na RD da Mata Sul, uma tendência de diversificação e ampliação das atividades econômicas, a partir da
implementação de projetos indutores do desenvolvimento dos quais se destacam a instalação do Polo Farmacoquímico de
Pernambuco e uma unidade da Fábrica de Automóveis Fiat no Município de Goiana.
III. A RD Metropolitana possui o maior quantitativo populacional e apresenta maior concentração de empreendimentos
econômicos, com destaque para os que se originaram com a instalação do Complexo Industrial e Portuário de Suape, que
tem atraído diversos investimentos, inclusive os do setor imobiliário nas localidades próximas ao referido
empreendimento.
IV. Na RD do Agreste Setentrional, especialmente nos Municípios de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, observa-se um
significativo crescimento dos centros urbanos em razão, sobretudo, dos incentivos ao polo industrial de confecções.

Estão CORRETOS apenas

a) I e II.
b) I, II e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, III e IV.

51.Sobre o relevo de Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA.

a) As planícies costeiras localizam-se na porção Leste de Pernambuco do Grupo Barreiras e são modeladas por cursos
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fluviais, como o de São Francisco, e demais rios igualmente intermitentes.

b) Os compartimentos regionais do relevo de Pernambuco são, em sua maioria, caracterizados por cotas altimétricas
superiores a 1.500m de altitude.
c) Inselbergues são relevos residuais encontrados nas planícies costeiras e nos tabuleiros costeiros de Pernambuco.
d) Depressões sertanejas localizam-se nas regiões de interface entre o Planalto da Borborema e as planícies costeiras.
e) No semiárido de Pernambuco, é comum a presença de superfícies aplainadas, conhecidas como pediplanos.

52.Alguns estudos justificam que o nome do Estado de Pernambuco provém da derivação do tupi, que significa
„furo de mar‟. Outros indicam que o significado seja „mar comprido‟. Ambas as etimologias associam
Pernambuco às influências marinhas. Considerando as características gerais do clima de Pernambuco, analise as
proposições abaixo:
I. A porção leste do Estado de Pernambuco apresenta menores amplitudes térmicas em decorrência do seu limite com o
Oceano Pacífico que apresenta as maiores cotas pluviométricas. Na porção oeste, as amplitudes térmicas são maiores.
II. O regime anual de precipitações pluviométricas no semiárido é menor que no litoral, porém tal regime apresenta
distribuição mais homogênea no semiárido, em decorrência da Frente Polar Atlântica e de suas maiores chuvas que
ocorrem entre o outono e o inverno.
III. Os brejos de altitude apresentam índices pluviométricos mais elevados do que em outras regiões do semiárido em
decorrência de suas altitudes e chuvas orográficas, como nos Municípios de Triunfo e Garanhuns.
IV. Em linhas gerais, Pernambuco apresenta climas quentes em decorrência da ação da latitude e modestas cotas altimétricas.
As porções com temperaturas mais amenas são as superfícies de cimeira.
Estão CORRETAS apenas
a) I e II.
b) III e IV.
c) I e III.
d) II e III.
e) II e IV.

53.O olhar geográfico possibilita analisar e compreender o espaço onde as sociedades humanas estão inseridas. No
caso de Pernambuco e de seus aspectos geográficos, é INCORRETO afirmar que o Estado apresenta
a) localização totalmente na porção tropical do Brasil.
b) maior densidade demográfica na porção Leste, sobretudo na Região Metropolitana do Recife – RMR.
c) extensão territorial no sentido Norte/Sul maior que no sentido Leste/Oeste.
d) limites interestaduais com os Estados do Ceará, Paraíba, Alagoas, dentre outros.
e) cinco mesorregiões com características geográficas peculiares.

54.Sobre os aspectos humanos de Pernambuco, assinale a alternativa INCORRETA.

a) O cultivo da cana-de-açúcar entre os séculos XVI e XVIII influenciou positivamente a economia do sertão
pernambucano.
b) Merecem destaque, na porção Leste de Pernambuco, núcleos urbanos com taxas significativas de densidade demográfica.
c) A população urbana vem superando a população rural do Estado, sobretudo na Região Metropolitana do Recife.
d) Pernambuco detém significativas áreas de produção agrícola irrigada, fator que contribui para a economia do Estado.
e) Nas últimas décadas, a economia de Pernambuco apresentou crescimento em diversos setores, fato que contribuiu para o
aumento do PIB da região.

55.Sobre a Economia de Pernambuco, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Diferentemente de outros estados, Pernambuco vivencia uma fase econômica em que as atividades de serviços e comércio
são menores na Região Metropolitana do Recife e maiores no interior.
b) Pernambuco apresenta grande potencial para o turismo, que atrai turistas por suas paisagens naturais, sua riqueza cultural e
religiosa. Essas práticas contribuem para a economia da região.
c) As modernas técnicas de irrigação aliadas às condições naturais do domínio semiárido permitem o desenvolvimento de
polos de fruticultura, como no caso de Petrolina.
d) A partir da segunda metade do século XX, Pernambuco vem apresentando regiões, que se destacam por apresentarem
certo dinamismo econômico, sobretudo nas últimas décadas.
e) No âmbito de tecnologia e inovação, Pernambuco sedia um dos principais parques tecnológicos do Brasil, que desenvolve
produtos como softwares e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC’s.

56.Considerando as proposições que tratam dos aspectos físicos de Pernambuco, coloque V nas afirmativas
Verdadeiras e F nas Falsas.
( ) Caracterizados por índices de precipitação pluviométrica abaixo de 400 mm, os municípios da zona da Mata Sul apresentam
clima seco mesotérmico.
( ) A distância de municípios do extremo oeste em relação ao mar explica a ocorrência de climas de monções com grandes
cotas de amplitude térmica diárias.
( ) A região do Agreste apresenta as maiores taxas de precipitações pluviométricas de Pernambuco.
( ) As diversas formações geológicas recentes do relevo pernambucano conferem ao Estado as maiores cotas altimétricas do

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Brasil.
( ) O território pernambucano é marcado por crescentes unidades de relevo acidentado em seu litoral e por topografias
homogêneas no agreste e sertão.

Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA.

a) F-V-V-F-V
b) V-F-F-V-V
c) V-V-F-F-V
d) F-F-F-F-F
e) V-V-V-V-V

57.Sobre as questões ambientais em Pernambuco, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Ações antrópicas como desmatamento podem trazer impactos para os diversos ecossistemas em todo o território
pernambucano.
b) A ausência de saneamento básico e de tratamento adequado para efluentes domésticos no Recife pode comprometer os
índices de potabilidade dos rios.
c) O investimento em indústria e comércio no agreste e sertão contribui diretamente para a resolução dos problemas
ambientais do litoral pernambucano.
d) Diversos municípios pernambucanos vêm sofrendo com índices crescentes de desertificação, o que pode comprometer a
concepção de um meio ambiente equilibrado e conservado para as atuais e futuras gerações.
e) Investimentos para o cumprimento da legislação que trata da questão ambiental pode ser uma importante ferramenta para
a manutenção da sustentabilidade.

58.A imagem abaixo evidencia dados de índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM dos Estados da
Região Nordeste entre 2011 e 2014.

Sobre os valores relacionados ao Estado de Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA.

a) Os valores expressos na imagem apontam índices crescentes, fato comum em todos os munípios de Pernambuco e
do Brasil.
b) Para o calcúlo do IDHM, utilizam-se dados de longevidade, saúde e educação.
c) Os índices de IDHM variam de 0 (zero) a 10 (dez).
d) Os munícipos com taxa de IDHM abaixo de 5 (cinco) são característicos de países subdesenvolvidos.
e) Pernambuco apresenta os maiores índices de IDHM em sua porção oeste.

59.Sobre os movimentos culturais em Pernambuco, analise as proposições abaixo:

I. A construção da identidade cultural de Pernambuco teve a contribuição de diversos povos.
II. A conjunção da dança ao gênero musical nascido em Pernambuco permitiu o reconhecimento do frevo como Patrimônio
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Cultural Imaterial da Humanidade.

III. A riqueza cultural de Pernambuco é preservada pelos municípios com maior PIB em decorrência da grande densidade
demográfica.
IV. O sincretismo dos caboclos de lança caracteriza o Maracatu Rural com personagens e ritmos que reproduzem uma
herança secular.

Está(ão) CORRETA(S) apenas

a) I.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) I, II e IV.

60.Analise as proposições abaixo referentes ao clima e ao relevo de Pernambuco:

I. O clima tropical semiárido abrange a maior parte do território pernambucano.
II. O planalto da Borborema propicia aos municípios, em sua porção oeste (barlavento), índices pluviométricos superiores a
2.000 mm anuais.
III. Os municípios do agreste possuem as menores taxas pluviométricas anuais do Estado.
IV. As maiores taxas de amplitude térmica localizam-se na porção leste do Estado.

Está(ão) CORRETA(S) apenas

a) I.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) I, II e IV

61.Sobre a formação climatobotânica ilustrada abaixo, analise os itens a seguir:

I – Em Pernambuco, a vegetação acima surgiu nos Tabuleiros Costeiros, especialmente em Goiana, sendo substituídas pela
cana-de-açúcar. Algumas áreas, como Garanhuns e a Microrregião do Araripe (com maior predominância nesta última), ainda
possuem um manto herbáceo, gramíneo e intercalado por árvores tortuosas., características do bioma acima ilustrado.

II – As espécies mais abundantes em Pernambuco da vegetação acima são a Mangabeira, Cajueiro, Pequizeiro entre outras.
No Estado, esse bioma se localiza em áreas predominantemente influenciadas por condições climáticas quentes e secas,
porém com menor intensidade devido à altitude onde se encontram com maior expressividade.

III – As áreas de “exceção climática” em Pernambuco apresentam expressiva quantidade de espécies características do bioma
acima ilustrado, o que configura nessas áreas a predominância de vegetação tanto tropófila quanto perenefoliada.

IV – O relevo onde predomina a vegetação acima demonstrada é caracterizado por ser uma ampla unidade geomorfológica
tabular, escarpado em suas laterais e que apresenta uma altitude que varia entre 600 a 900 metros. Sua origem está atrelada à
composição de rochas sedimentares do período pré-cambriano, o que o caracteriza como o relevo mais antigo do Estado.
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ESTÃO INCORRETOS:

a) II e IV
b) I e III
c) I e II
d) III e IV
e) II e III

62.Leia o texto a seguir e assinale a alternativa que indique corretamente o tipo climático descrito abaixo,
característico de uma determinada área pernambucana.

“Pela classificação de Koppen, este clima é semelhante ao do litoral do Rio Grande do Norte, do qual esta área dista cerca de 315 km, apresentando
porém acentuada influência marinha. O total de precipitações gira em torno de 1,421 mm por ano, apresentando duas estações bem definidas: A
chuvosa, que vai de fevereiro a julho, e a de estiagem, entre os meses de outubro e dezembro. A temperatura média anual fica em torno de 26,5⁰C,
amenizada pelo sopro constante dos Alísios de Sudeste. A localização no extremo oriente pernambucano desta área favorece o índice pluviométrico
expressivo, principalmente na estação do ano posterior ao verão.”

a) BShw`
b) Cs`a
c) As`
d) Cw`a
e) Aw`

63.Sobre os aspectos geológicos de Pernambuco, analise os itens abaixo:

I – Ao norte de Recife, verificam-se sedimentos argilosos e arenosos que foram depositados no final do Terciário e início do
Quaternário. Esses sedimentos compõem o que se chama de Grupo Barreiras.

II – Os principais recursos minerais explorados em Pernambuco são: argila, caulim, calcários, ferro, ouro, areias quartzosas e
gipsita. Este último é explorado principalmente em uma área de terrenos sedimentares no extremo oeste do Estado.

III – Em Pernambuco, os calcários sedimentares, localizados principalmente nos municípios de Goiana e Paulista, são
empregados como matéria-prima na indústria do cimento; já os calcários metamórficos ou cristalinos são usados com
finalidades ornamentais, para produção de cal e como corretivo de solos, e são localizados principalmente nos municípios de
Sertânia, Floresta, Gravatá entre outros.

IV – A maior parte do Estado é ocupado por rochas metamórficas e sedimentares do embasamento Pré-Cambriano. Fazem
parte desses terrenos os seguintes tipos de rochas: gnaisses, granitos, quartzitos, arenitos, calcários cristalinos e sienitos.

ESTÃO CORRETOS:

a) I e III
b) II e IV
c) I e II
d) III e IV
e) I, II e III

64.Com relação aos terrenos do Pré-Cambriano existentes em Pernambuco, é preciso ressaltar a presença de
sienitos, rochas ígneas, nos municípios de Triunfo, Serra Talhada e Salgueiro. Esses corpos rochosos definem um
tipo de relevo caracterizado por:

a) Ser um típico planalto sedimentar, com topo plano e encostas íngremes e recortadas, o qual se estende no sentido sudoeste-
nordeste, desde o rio São Francisco até as proximidades de Arcoverde. Na área ocupada por esse relevo, destaca-se a Serra
Negra, no município de Inajá.
b) Surgir dominantemente em terrenos cristalinos da porção oriental do Estado, elaborado por processos de erosão fluviais
desencadeados sob condições climáticas úmidas.
c) Compartimento de relevo mais ou menos planos, em geral desenvolvido em rochas mais resistentes à erosão, encontrados
dispersos na Depressão Sertaneja. Um dos mais significativos exemplos desse compartimento localiza-se em um município
que possui clima mesotérmico com verões quentes e chuvas retardadas para o verão-outono.
d) Um conjunto de maciçosou blocos falhados/dobrados, que se estende desde Alagoas até RN, na porção oriental do
Estado, apresentando em Pernambuco altitudes entre 500 a 800 metros localizado em uma região de transição do Estado.

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e) Apresentar topo plano e desenvolver em áreas ocupadas por sedimentos arenosos e argilo-arenosos do Grupo Barreiras.

65.A imagem abaixo caracteriza “áreas que necessitam de maior desenvolvimento econômico” bem como do
fortalecimento das mais expressivas, com o intuito de diminuir as desigualdades sociais existente entre as
mesorregiões e fortalecer a economia estadual. Este Mapa se refere ás chamadas:

a) Áreas metropolitanas de Pernambuco

b) Áreas de Desertificação do Estado
c) Divisões econômicas do Estado
d) Áreas de diferentes solos do Estado
e) Regiões de Desenvolvimento – RD

66.Por meio da observação da charge abaixo, assinale a alternativa que indique incorretamente características do
espaço sociocultural e físico de PE:

a) A paisagem denotada pela charge caracteriza a presença de vegetação suculenta e espinhosa, Xerófila, arbustiva e
herbácea, predominante em áreas de clima BSh.
b) A musicalidade expressa pelo cantor da charge, caracterizada pela sanfona – baião – entre outros aspectos, enalteceu
a cultura nordestina a nível nacional. Manguebeat, Movimento Armorial, MCP entre outros também são
representações expressivas da cultura Nordestina, principalmente Pernambucana.
c) De uma forma geral a letra e a paisagem em si expressas na charge denotam a situação crítica da seca, mais
especificamente no “animal morto” a fome no sertão nordestino, potencializada pela condição natural (baixo índice
pluviométrico em detrimento da ação da mEc) bem como também por certa ineficácia pública no combate à mesma;
no entanto, foram criadas as RDs, no intuito de potencializar as economias locais e tornar mais igual o
desenvolvimento estadual.

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d) O cantor de autoria do trecho musical expresso na charge tem origem em uma cidade onde predomina, em sua
microrregião, um relevo tabular e escarpado de origem sedimentar, a qual é a maior produtora de gesso do país.
e) Cantores como Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Dominguinhos entre outros sofreram influência musical do
Sanfoneiro acima ilustrado, o qual popularizou gêneros regionais como o Xote, Xaxado, entre outros.

67.Sobre a Região Intermediária de Pernambuco demonstrada no mapa, analise os itens abaixo:

I – É região intermediária que além de apresentar as duas regiões imediatas com maior número de municípios dentre todas do
Estado, é a de maior extensão territorial e densidade demográfica de PE.

II – Apresenta municípios com expressiva atividade têxtil, leiteira, quartzítica e cultural do Estado, destacando-se dentre eles
Toritama, Limoeiro, Garanhuns e Caruaru.

III – O outrora principal município da microrregião do Sertão do Moxotó passa a receber, de acordo com a nova classificação
do IBGE para Pernambuco, influência direta da Região Intermediária destacada no mapa, tornando-se uma região imediata
dela.

Está (ão) INCORRETO (S)

a) Apenas III
b) II e III
c) Apenas II
d) I e II
e) I, II e III

68.Sobre os aspectos ambientais, urbanos e rurais gerais de Pernambuco, assinale a alternativa correta:

a) A expansão populacional dos municípios metropolitanos do Recife reafirma a tendência centro – periferia, fator
justificado pelo crescimento de habitações populares, urbanização e adensamento das faixas de praias de municípios
como Jaboatão, Olinda e Paulista, entre outros fatores.
b) De acordo com o recém implantado Zoneamento das Áreas Suscetíveis à Desertificação, cerca de 91% do Estado de
PE sofre com o processo de Desertificação. O desmatamento expressivo da Caatinga para o uso de lenha como
carvão é um dos problemas ambientais mais graves do Sertão
c) A maior parte das propriedades do Estado é organizada pela agricultura familiar, que mesmo tendo suficiência na
distribuição de energia elétrica e acesso ao crédito, possuem déficit educacional da população, insuficiência de terras
para manutenção familiar e de assistência técnica devida.
d) A elevada valorização imobiliária e o efeito splash são fatores fundamentais no processo de produção do espaço
metropolitano recifense, sendo este último um fator primordial na intensificação do processo de Erosão Marinha nas
costas litorâneas.

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e) O processo de verticalização urbana, bem como da desertificação e das enchentes também são problemas graves no
Estado. Porém, com a implantação da Reforma agrária e a supremacia total da produção da cana de açúcar nos
último 30 anos, os problemas ambientais no campo se tornaram praticamente irrelevantes.

69.Analise as características abaixo no tocante aos tipos de solos em Pernambuco:

Solo 1: “São bem profundos, bem desenvolvidos, com marcante diferenciação entre os seus vários horizontes. Surgem, quase sempre, associados aos
Latossolos. Em Pernambuco, esses solos são encontrados na Zona da Mata, partes do Agreste e, em manchas localizadas, no Sertão.”

Solo 2: “São pouco desenvolvidos, daí serem considerados como solos jovens. Nestes solos, o horizonte A fica disposto diretamente sobre a rocha.
Aparecem em áreas secas ou em regiões de forte declividade, onde os processos erosivos são intensos. São encontrados no Agreste e na mesorregião do
Sertão Pernambucano, associados às Caatingas”.
Fonte: Atlas Escolar de Pernambuco.

Os solos 2 e 1, respectivamente, são classificados como:

a) Argissolos e Litólicos.
b) Podzólicos e Areias Quartzosas.
c) Litólicos e Podzólicos.
d) Regossolos e Planossolos.
e) Podzólicos e Litólicos.

70. Sobre os aspectos demográficos de Pernambuco, analise as assertivas abaixo:

I – Acompanhando a tendência nacional, Pernambuco passa por um processo de transição demográfica caracterizada pela
diminuição das taxas de natalidade, mortalidade e fecundidade, bem como do aumento da população idosa no conjunto total
da população.
II – O acesso crescente a serviços de educação e saúde, condições que ampliam as informações sobre o bem-estar da
população e evita mortes precoces por falta de tratamento, é um fator determinante no crescimento senil que se apresenta
atualmente no Estado.
III – Os povos e a diversidade caminham de mãos dadas desde o início da formação do Estado de Pernambuco. Desta forma,
a heterogeneidade na composição étnica pernambucana é um fator que justifica o predomínio atual dos Pardos em relação aos
demais grupos étnicos que compõem o Estado.
IV – O perfil da pirâmide etária pernambucana acompanha a tendência nacional, ou seja, apresentando alargamento do topo e
da base, caracterizando assim o envelhecimento populacional.
V – A diminuição da taxa de fecundidade observada ao longo dos anos em Pernambuco tem como principal fator a maior
inserção da mulher no mercado de trabalho, a qual predomina em composição de gênero no Estado em todas as faixas etárias,
por apresentarem em geral menores incitações à violência e expectativa de vida, porém maior cuidado à saúde em relação aos
homens.

Estão INCORRETAS
Gabarito
a) IV e V. 1. D 2. D 3. A 4. E 5. C
b) I, II e V. 6. B 7. C 8. B 9. A 10. D
11. B 12. B 13. E 14. C 15. B
c) II e IV.
16. D 17. B 18. D 19. B 20. E
d) I e IV. 21. C 22. B 23. B 24. A 25. B
26. B 27. A 28. C 29. A 30. B
e) I, II e III
31. C 32. B 33. E 34. C 35. B
36. D 37. A 38. C 39. C 40. C
41. A 42. A 43. D 44. B 45. A
46. E 47. B 48. D 49. D 50. D
51. E 52. B 53. C 54. A 55. A
56. D 57. C 58. B 59. E 60. A
61. D 62. E 63. E 64. C 65. E
66. C 67. D 68. A 69. C 70. A

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HISTÓRIA

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‘
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1. A OCUPAÇÃO DA AMÉRICA A última hipótese defende a ideia de que o homem

não migrou para a América, mas surgiu no próprio
continente. Nesse sentido, ele seria autóctone (quem
Você já se perguntou como a América começou a nasce na região) e não alóctone (quem não tem suas
ser habitada? origens no lugar onde habita). A teoria, no entanto,
Primeiramente, devemos ter a noção de que as não é bem aceita, visto que, como dissemos, os
explicações sobre períodos muito remotos da história registros mais antigos das atividades humanas se
ficam na base das hipóteses e não de verdades únicas e encontram na África e não na América.
fechadas. Assim, temos pelo menos três teorias
(hipóteses) sobre como se deu o processo de Portanto, agora você já sabe quais são as principais
povoamento do continente e, consequentemente, do explicações sobre o povoamento da América.
atual estado de Pernambuco. São elas:
CUIDADO: Existe a possibilidade de que as duas
► Estreito de Bering primeiras rotas de migração possam ter ocorrido em
► Ilhas do Pacífico um período temporal próximo, de modo que possam
► Autoctonismo ter sido complementares ao invés de excludentes. É
mais uma hipótese!

SE LIGA NA DICA!
Essas explicações ou mesmo a ordem de importância
sobre o povoamento da América podem ser
modificadas com o tempo, por causa do
desenvolvimento científico e a descoberta de novas
provas sobre o passado. Existe, no Brasil, uma
corrente de pesquisadores que defende a chegada do
homem pela América do Sul, pois registros muito
antigos foram encontrados na nossa região. Isso abriu
um intenso debate para se rediscutir a questão das
Figura 1 - Fonte:
http://ligadosnahistoria.blogspot.com/2010/04/o-povoamento-da- migrações humanas.
america.html
2. A PRÉ-HISTÓRIA DO ESTADO DE
O mapa acima ajuda a ilustrar o nosso pensamento. É PERNAMBUCO
muito forte entre os pesquisadores a ideia de que o
homem tenha surgido na África, visto que ali existem
os vestígios mais antigos até então encontrados sobre Você sabia que no estado de Pernambuco existe
as atividades humanas. Partindo dessa explicação, uma das maiores e mais importantes áreas de
surgem as duas primeiras e mais bem aceitas hipóteses registros humanos do Brasil para o período que
sobre o povoamento da América. antecede a chegadas dos portugueses? Vejamos
A primeira e mais importante diz que, através de quais são.
intensas migrações, o homem se deslocou por Esses lugares são chamados de sítios arqueológicos. Você
milhares de anos, saindo da África, chegando à Ásia e, já ouviu falar? Provavelmente sim. De acordo com
por meio do Estreito de Bering, fez o caminho em pesquisadores da Universidade Católica de
direção ao nosso continente. Isso foi possível graças Pernambuco (UNICAP), o sítio arqueológico é um
ao fenômeno climático conhecido como glaciação, que local onde se encontram registros de indivíduos ou
é caracterizado pela diminuição intensa na grupos de indivíduos significativos para a história ou
temperatura, que, por sua vez, aumenta as massas de pré-história do homem. A área arqueológica é formada
gelo da Terra e gera a diminuição do nível do mar, por um conjunto de sítios cujos registros humanos são
permitindo que o solo apareça em alguns espaços, de uma enorme riqueza e importância para
como no Estreito de Bering, favorecendo a circulação pesquisadores. Uma das principais artes conservadas
de pessoas pela região. De acordo com essa hipótese, ao longo de milhares de anos é a chamada pintura
o povoamento se iniciou pela América do Norte rupestre, entendida como representações artísticas
(número 1 do mapa). realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de
A segunda hipótese, um pouco menos aceita na cavernas e abrigos rochosos, conforme a imagem
comunidade acadêmica, fala sobre a mesma imigração abaixo:
oriunda da África em direção à Ásia, porém, ao invés
do deslocamento ter seguido para o norte do
continente, ele foi em direção ao sul, alcançando a
região atual conhecida como Austrália e, por meio das
várias ilhas situadas no Oceano Pacífico, o homem
conseguiu chegar à América. Por essa teoria, o
povoamento foi iniciado pela América do Sul (número
2 do mapa).

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Figura 2 - Fonte:
http://chicohistoriador.blogspot.com/2010/06/tradicao-
nordeste.html
É através desses registros que pesquisadores
investigam e conhecem as características socioculturais
das populações nativas, como as suas organizações
sociais, alimentação, cenas de caça, ritos fúnebres,
formas de sobrevivência, trabalhos, vida familiar, entre
outros. Portanto, os sítios e seus registros (pinturas,
materiais, ferramentas, etc.) são os principais locais
para a compreensão das atividades humanas antes da
chegada dos europeus.
O atual estado de Pernambuco detém o segundo
maior parque arqueológico (espaço de conservação de
registros humanos) do país, conhecido como Parque
Nacional do Catimbau, localizado entre o sertão e
agreste, nos municípios de Buíque, Ibimirim e
Tupanatinga. Ele abriga cerca de 30 sítios com
diversas pinturas rupestres, com diferentes técnicas e
estilos. Esse parque é menor apenas do que o Parque
Nacional Serra da Capivara, no Piauí.
Vejamos os principais sítios existentes
Pernambuco:
Nome do sítio Localização
Peri-Peri Venturosa
Pedra do Tubarão Venturosa
Alcobaça Buíque
Todos os sítios arqueológicos citados acima se
encontram nas regiões do agreste e sertão
pernambucano. Por que será? O clima mais árido
favorece o menor desgaste dos registros, sobretudo as
pinturas, que conseguem permanecer conservadas por
um tempo mais longo se compararmos com as regiões
onde as chuvas são torrenciais. Todavia, é
INCORRETO afirmar que APENAS existem
registros históricos sobre a ocupação humana no
interior do estado, muito embora aí se observe a sua
maior concentração.
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HISTÓRIA
3. CARACTERÍSTICAS SOCIOCULTURAIS DAS
POPULAÇÕES INDÍGENAS
Você já parou para pensar o que significa a
palavra índio? Quais os valores em torno dessa
nomenclatura? Como e por que ela foi criada? A
resposta dessas questões reside na forma como os
europeus perceberam e assimilaram o conjunto de
características sociais e culturais das populações que
viviam na América antes da chegada dos europeus.
O índio não é apenas uma forma de nomear o nativo
americano. Ele invoca valores e imposições culturais.
Mas como assim? Primeiramente, sabemos que o
termo “índio” era usado para designar os habitantes da
Índia, na Ásia. Porém, os europeus acreditavam
inicialmente que a América era a Índia e, portanto,
nomearam seus homens e mulheres por índios.
Todavia, mesmo após entender que não era a mesma
região, portugueses e espanhóis continuaram a chamar
os habitantes locais de índios para designar o outro, o
diferente, aqueles que tinham comportamentos
culturais muito distintos dos europeus.
Nesse jogo de interpretação e nomeação, o termo
“índio” esconde a diversidade de populações nativas,
já que os europeus as julgavam iguais. É certo que a
ideia mais generalizada do que é o índio surgiu de
acordo com os primeiros contatos dos europeus com
aqueles situados no litoral. De modo geral, eles eram
caçadores, coletores e seminômades, viviam em
grupos e dependiam da natureza para sobreviver, a
exemplo dos sambaquis que se alimentavam dos
animais marinhos. Boa parte desses nativos conviviam
com práticas de antropofagia, em virtude das guerras
entre populações diferentes e de seus prisioneiros. Um
ritual específico era realizado, demonstrando o poder
da guerra na cultura indígena, definidora dos prestígios
inerentes aos homens das regiões vencedoras. Porém,
em outros termos também eram comumente utilizados
pelos portugueses para se referirem aos nativos da
América, como o Tupi.
Você sabe o que é o Tupi?
Os grupos indígenas litorâneos, não raros inimigos
entre si, foram nomeados genericamente pelos
portugueses de Tupis, ao contrário daqueles que se
situavam no interior, tidos como bravos e ferozes à
ação evangelizadora dos jesuítas. Estes eram os
Tapuias. Portanto, na visão dos estrangeiros, existiam
duas grandes divisões dos ameríndios: Tupis e
Tapuias.
Com o passar da colonização, as definições foram
assumindo novas classificações. Dentre elas, destaca-se
a separação por tronco linguístico, comumente usada
na época, a exemplo dos Tupis-Guaranis, Jês,
Aruaques, entre outros. Veja o mapa abaixo:

Figura 3 - Fonte:
http://historiaemfocoslsm.blogspot.com/2011/12/povos-
indigenas-no-brasil.html
Outras divisões também foram realizadas, como as
que privilegiavam as diferenças culturais, o que mostra
os aspectos distintivos entre os grupos. Tupiniquim,
Potiguar, Caetés e Aimorés são algumas das
designações das populações indígenas pelos seus
traços culturais. Em Pernambuco, prevaleceram os
povos Caetés, Potiguar e Tabajara. Eles fizeram
alianças e guerras com os portugueses no processo de
colonização local.
Os grupos nativos do litoral do Brasil, em geral, se
reuniam em aldeias com milhares de integrantes,
unidos por laços de parentesco ou amizade. As
atividades guerreiras assumiam um papel fundamental
na organização dessas populações indígenas. O ritual
da antropofagia era o reflexo da cultura guerreira, visto
que os prisioneiros capturados nas batalhas eram
utilizados para alimentar a sede de vingança por novos
enfrentamentos. Os guerreiros que capturavam um
inimigo tinham seus corpos marcados para demonstrar
sua distinção aos demais, recebendo uma série de
regalias por bravura e valentia. Em geral, as divisões
nas mesmas comunidades eram regidas pela idade e
sexo. Líderes e orientadores espirituais eram
comumente chamados de pajés, enquanto que os
militares eram caciques.
SE LIGA NA DICA!
Quando uma questão se referir ao índio, não pense
nessa categoria como um grupo único, unido e
homogêneo. O termo esconde a diversidade e
pluralidade dos nativos americanos.
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HISTÓRIA
4. A CAPITANIA DE PERNAMBUCO
Já se perguntou como surgiu Pernambuco? Quem
dividiu o território e quem inicialmente colonizou
a região? Vejamos essa questão agora.
Após os trinta primeiros anos de presença portuguesa
na América, D. João III, rei de Portugal, voltou-se
definitivamente para sua colonização. Receoso das
constantes visitas de piratas e corsários, entre eles
franceses e holandeses, D. João III resolveu dirigir
para a América estratégias de colonização. Para tanto,
seria preciso realizar altos investimentos na construção
de cidades, fortalezas, instituições e portos, além de
um exército humano que se deslocasse para o “além-
mar”, a fim de iniciar a exploração territorial. Assim, o
vasto projeto de colonização exigiria recursos
exorbitantes.
Na tentativa de minimizar os custos, instalaram-se a
partir do ano de 1534 as capitanias hereditárias,
projeto já conhecido e desenvolvido nas possessões
portuguesas insulares da África ocidental, cuja função
era repassar aos particulares o custeio com a
colonização, já que Portugal não tinha condições de
arcar sozinho com essa despesa. As obrigações e
deveres repassados aos donatários, isto é, os principais
administradores das capitanias, estavam reunidas no
Foral.
SE LIGA NA DICA!
Veja a seguir alguns direitos e deveres contidos no Foral:
• Fundar vilas;
• Distribuir sesmarias (lotes de terra concedidos para
colonos);
• Exercer a atividade judicial e administrativa;
• Escravizar indígenas;
• Defender o território;
• Arrecadar o monopólio régio do pau-brasil.
A Carta de Doação, por sua vez, repassava oficialmente
a posse da região ao donatário, com seus respectivos
limites geográficos, cabendo a ele povoar, colonizar e
defender a capitania, não permitindo sua venda nem
sua repartição. Entretanto, assegurava o direito de
repassá-la hereditariamente.
3
 HISTÓRIA

Figura 5 - Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_de_Pernambuco#/media/
File:Nordeste_brasileiro_-_1709_(cropped).svg
Figura 4 - Fonte:
https://historiaprimeiroanoblasallesp.wordpress.com/2015/11/27/ O capitão-donatário de Pernambuco se transferiu para
capitanias-hereditarias-alessandro-marega/
a América trazendo sua esposa, D. Brites de
As fronteiras e divisões políticas sofreram Albuquerque, seus filhos, parentes e colonos dispostos
mudanças ao longo do tempo. Atenção para a a explorar o território. Muitos deles receberam lotes de
formação original, do século XVI, e em algumas sesmarias que estimularam o povoamento e dispersão
de suas transformações: de colonizadores pela extensa capitania.
Em Pernambuco, a administração ficou sob
responsabilidade de Duarte Coelho Pereira. Segundo a A instalação de feitorias e a existência de povoações de
Carta de Foral, a extensão da capitania de Pernambuco europeus no entorno de Itamaracá levou Duarte
teria como limite ao sul o Rio São Francisco; ao norte, Coelho e sua comitiva a descer por aquela região. Em
o rio Igarassu, atualmente conhecido como Canal de seguida, atravessou o rio Igarassu e fundou, nessa
Santa Cruz que separa a ilha de Itamaracá do região, o primeiro povoado da capitania, no ano de
continente; a oeste, a posse iria até onde permitia o 1535. Construiu fortes, moradias e a considerada igreja
Tratado de Tordesilhas. Essa configuração geográfica mais antiga do Brasil, chamada Igreja dos Santos
reunia cerca de 60 léguas de terra, tendo uma feição Cosme e Damião, até hoje existente no atual
parecida com a imagem acima. município de Igarassu.

Entretanto, esses limites foram recebendo novos

contornos à medida que a colonização se ampliava, os
engenhos eram construídos (ou destruídos), as vilas SE LIGA NA DICA!
cresciam e os índios eram submetidos ao domínio O primeiro povoado de Pernambuco foi Igarassu,
português. No século XVIII, a Capitania de seguido de Olinda. Apenas no começo do século
Pernambuco englobava praticamente todo o registro XVII, Recife se tornou uma vila (no contexto da
do rio São Francisco (chamada Comarca do São Guerra dos Mascates), embora seu povoamento tenha
Francisco), além da ampla jurisdição que obtivera sido muito anterior.
sobre territórios como Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba e Itamaracá, chamadas então de “capitanias Em seguida, deslocou-se para a região mais ao sul, nela
anexas” a Pernambuco, que na prática estendia fundando o Colégio Jesuíta, igrejas, a Câmara
significativamente as suas fronteiras político-militares, municipal e uma cadeia, e dando-lhe o nome de
como pode ser visto na imagem abaixo. A região, Olinda. Esta se tornou a sede da capitania, onde se
todavia, veio a sofrer uma série de recortes em seu instalaram as autoridades civis e eclesiásticas, bem
território em função das várias revoltas eclodidas no como foi o local onde se construiu a moradia dos
século XIX, conforme veremos nos capítulos senhores de engenho.
posteriores.
Você já notou que algumas cidades históricas
brasileiras se parecem bastante entre si?

Isso porque Portugal tinha um projeto e planejamento

arquitetônico de construção de cidades e vilas. Olinda
fora escolhida como sede da capitania porque tinha o

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 HISTÓRIA

perfil idealizado pelos portugueses. A localização em 5. A ECONOMIA E A SOCIEDADE

um ponto alto do relevo litorâneo, estratégico para a
construção dos fortes defensivos, oferecia uma visão
privilegiada que permitia monitorar os navios que
entravam e saíam, além da movimentação de pessoas
na parte baixa da vila. Isso sem contar as várias igrejas
erguidas nesses espaços. Cidades como Salvador e
Ouro Preto têm um desenho urbanístico parecido
com Olinda, pois representam um ideal português de
organização arquitetônica, diferente do Recife que se
aproxima mais da Holanda.
Você sabia que a aliança com os índios foi um
fator determinante para a fixação da colonização
portuguesa em vários lugares do litoral no século
XVI, incluindo Pernambuco? Vamos entender
melhor como isso ocorreu.
Duarte Coelho teve muitos problemas com os índios
habitantes do litoral de Pernambuco, os quais
resistiram bastante às incursões dos portugueses. A
aliança com as populações nativas se tornou uma
importante estratégia de fixação local, através do qual
tiveram acesso à terra, bem como estabeleceram
relações de autoajuda militar que auxiliava na defesa da
região. Como isso ocorreu? Ora, vimos que os índios
tinham uma cultura guerreira. Os portugueses
aproveitaram esse fato para estabelecerem alianças
com grupos que aceitaram apoio nas suas guerras. Isso
sem contar a prática do escambo (troca de produtos)
que chamou a atenção de algumas populações.
A dependência dos portugueses em relação às alianças
com os grupos indígenas era tamanha que o povoado
de Olinda surgiu no entorno de uma aldeia dos Caetés,
realidade não diferente de várias vilas e cidades na
América portuguesa do século XVI. Outra estratégia
de aliança foi através de casamentos, sendo a figura
mais expressiva a de Jerônimo de Albuquerque,
cunhado do donatário, que se casou com a filha de um
cacique dos Tabajaras, trazendo esse povo para o lado
dos portugueses, visto que na cultura dos índios o
casamento era um tipo de demarcação de alianças.
Esse mesmo Jerônimo é tido como o “Adão
Pernambucano”, em função dos inúmeros
amancebamentos que realizou no Pernambuco
colonial e, portanto, da produção de extensas redes de
amizade e parentesco com os nativos da América.
AÇUCAREIRA
Você sabe o papel da produção de açúcar no
crescimento da colônia? De que modo ela
movimentou a economia e a sociedade? Seguimos
avançando no tempo e na história sobre a
formação de Pernambuco...
A economia açucareira foi a base da colonização
portuguesa na América. Desde o início, Portugal
procurava estimular o povoamento da região recém-
descoberta através da produção do açúcar, buscando
fixar os colonos na terra, que até então servia
principalmente de extração do pau-brasil nas feitorias
espalhadas pelo litoral.
O povoamento de europeus deveria ser sustentava a
partir de bases econômicas que oferecessem vantagens
aos novos colonos. A opção mais rentável foi pela
empresa açucareira, já que o esperado metal precioso
não foi rapidamente encontrado no Brasil.
Você já deve ter ouvido falar que as duas
capitanias que prosperaram foram Pernambuco e
São Vicente, correto? Mas por quê?
A conhecida prosperidade que acompanhou o
crescimento das capitanias de São Vicente e
Pernambuco teve base na adaptabilidade das mudas de
plantação de açúcar. O clima e o solo fértil, além das
imensas terras, foram determinantes na organização
das primeiras vilas e cidades coloniais, as quais
cresceram na dependência da produção desta
especiaria. Entretanto, das duas capitanias que
prosperaram, Pernambuco foi ainda mais longe (São
Vicente encontrou dificuldades no começo do XVII e
já não apresentava os lucros de anos anteriores),
chegando a ser o maior produtor de açúcar do mundo
em fins do século XVI, concorrendo com o
Recôncavo Baiano, contexto de grande lucratividade
para os portugueses.
SE LIGA NA DICA!
A produção açucareira viabilizou a colonização
portuguesa do litoral, especialmente em Pernambuco.
Em Pernambuco, Duarte Coelho, desde os primeiros
anos de assentamento na região, estimulava o plantio
de açúcar. Tanto é que, em 1535, já nasciam os
primeiros engenhos, crescendo vertiginosamente nas
décadas posteriores. Os dados numéricos
exemplificam esse crescimento:

Década Quantidade de engenhos

1550 4
1570 30
Fins do XVI 140

Portanto, concurseiro, você nota o rápido e grande

crescimento de engenhos estimulados pelo clima
favorável, pelo solo de massapê e pelas alianças com

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 HISTÓRIA

os indígenas locais. Nesse sentido, a empresa do
açúcar ganhou intensa expansão, ampliando-se
rapidamente para o Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba e Bahia.
Mas você sabia que a economia açucareira foi
muito além da produção e da vida nos engenhos?
Ela também gerou reflexos em vários setores
comerciais, políticos, sociais e culturais...
Acontece que juntamente com esse alargamento e
predomínio das zonas canavieiras, surgiram vilas e
cidades que projetavam e refletiam a vida dos
engenhos e das senzalas. O alargamento do plantio
açucareiro estimulou o crescimento de atividades
paralelas, a exemplo da produção de subsistência, em
especial da farinha de mandioca, principal alimento
dos escravos. A pecuária foi multiplicada pela
necessidade da sua força motriz utilizada nas moendas,
bem como nos transportes. Portos foram ganhando
cada vez mais circulação de pessoas e mercadorias,
dinamizando as atividades locais e fortalecendo o
crescimento de certas regiões. Nesse sentido, a
empresa colonial girava em torno da cana e se estendia
por vários setores da colônia: formação de vilas e
cidades, defesa do território, relações entre grupos
sociais.
Sabe o que foi a Plantation?
A produção de açúcar esteve baseada no esquema da
Plantation, definida pela exportação de um determinado
gênero (monocultura), criado em larga escala,
utilizando imensos latifúndios, com base na mão de
obra escrava.
SE LIGA NA DICA!
Os tópicos que definem a produção com base na
Plantation são:
e deram tom à dinâmica econômica das áreas
adjacentes aos engenhos. Ao mesmo tempo,
desembarcavam em Pernambuco escravos de várias
etnias africanas, utilizados como mão de obra nas
lavouras. Eles constituíam elementos fundamentais na
produção açucareira, responsáveis pela fabricação e
transportes das sacas. O tráfico de escravos, fenômeno
que envolvia a compra, deslocamento e venda de
escravos entre África e Brasil, encontrou ambiente
bastante favorável em Pernambuco, depositando
milhões de africanos como mão de obra para a
produção local e fomentando o porto do Recife
devido à lucratividade derivada do comércio de
cativos.
Figura 6 - Pequena ilustração de um engenho. Fonte:
http://pt.slideshare.net/QuedmaSilva/engenho-de-acar-36398131
Possuir escravos, nessa sociedade, era um grande sinal
de prestígio e poder, servindo, em algumas situações,
como produtos de exibição. Já os senhores eram
detentores de comportamentos associados à fidalguia
portuguesa, sendo vistos, a partir do século XVII,
como membros da “nobreza da terra”, em função dos
serviços de colonização e expulsão dos invasores
neerlandeses. Seus trajes, participação em cerimônias e
controle da administração e política local revelam o
poder que era investido a essas pessoas, que estão na
base da formação do patriarcalismo, concentração de
terras e rendas ainda persistente no Brasil.

• Latifúndio (grandes extensões de terra)

• Monocultura (predominância de produção de uma
cultura/produto)
• Exportador (voltada para o mercado externo)
• Escravocrata (a mão de obra básica é o escravo)

E a sociedade? Qual a relação com a economia

açucareira?

As principais camadas definidas em razão da produção

açucareira foram os senhores de engenho e os
escravos. Estes últimos foram bastante impulsionados Figura 7 - Representação da relação senhor e escravo. Fonte:
http://www.fcnoticias.com.br/senhor-de-engenho-e-escravos/
por aquela atividade econômica, reconhecida como
sua principal força motriz. Os senhores viviam em
Portanto, a economia açucareira assumiu um papel
suas casas grandes, junto com familiares, agregados e
fundamental nos primeiros passos de construção das
escravos domésticos, enquanto que o escravo da
sociedades coloniais, bem como na fixação de colonos
lavoura residia nas senzalas.
e na exploração da terra que visava, sobretudo,
enriquecer a metrópole, com a mercadoria sendo
O desenvolvimento do açúcar permitiu a
monopolizada e exportada pelos comerciantes régios.
diversificação de grupos sociais, como na área das
O Brasil se tornou, a partir de então, uma região
artes liberais (sapateiro, carpinteiro, alfaiate, pescador,
açucareira de grandes latifúndios. Pernambuco, em
entre outros), que se proliferaram nos espaços urbanos
especial, dependerá por séculos da exportação desse
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 HISTÓRIA

produto, embora tivesse importância também a

plantação de mandioca e algodão.
Em virtude da invasão holandesa (1630-1654) e do
descobrimento de metais preciosos em Minas Gerais
em fins do século XVII, as vilas açucareiras foram
perdendo de destaque, agravadas por sucessivas crises
e o enfraquecimento da aristocracia local, a qual
progressivamente foi perdendo espaço para a atuação
de comerciantes na costa brasileira.
E qual seria o papel das instituições eclesiásticas
na colonização do Brasil?
A colonização portuguesa no continente americano foi
acompanhada de perto pela instalação de instituições
europeias, como forma de projetar na colônia uma
administração, justiça e religião similares às
metropolitanas. A título de exemplo, as câmaras eram
órgãos surgidos nas vilas e cidades coloniais com o
intuito de implantar e reproduzir funções da
administração portuguesa dentro da colônia, com o
funcionamento gerido, sobretudo, pela “nobreza
colonial”.
Os representantes da igreja tridentina também se
fizeram presentes na conquista portuguesa. A própria
justificativa da colonização esteve atrelada à
catequização de novos fiéis no Novo Mundo,
ensinando-lhes o “caminho da salvação” e
aumentando a quantidade de católicos através do
processo de conversão dos indígenas. Os jesuítas eram
os missionários por excelência, responsáveis não
apenas pela catequização, mas, também, pelo ensino
básico das elites.
Já ouviu falar da Inquisição? Sabe qual era a sua
função?
O órgão de repressão e coerção máximo aos hereges
na Idade Moderna para combater os pecados e
“crimes de fé” era a Inquisição, também conhecida
como o Tribunal do Santo Ofício. Ela tinha a função
de punir os que estivessem envolvidos em casos
heréticos, como sodomia, bigamia, além dos casos de
judaísmo na América. Isto é, combatia qualquer tipo
de comportamento diferente do católico. As punições
eram amplas, desde o degredo até a morte do acusado.
No Brasil, não existiu efetivamente um tribunal da
Inquisição, mas sim visitações de representantes do
Santo Ofício que ouviam as confissões e denunciações
para o julgamento final. Elas ocorreram em períodos
esporádicos nos séculos de colonização. Em seu
tempo de atuação, a Inquisição prendeu mais de mil
pessoas e mandou 29 para a fogueira. Seu maior alvo
eram os cristãos-novos, grupo bastante atuante na
sociedade colonial.
Na figura abaixo, temos a representação de uma
condenação na fogueira dirigida pela Inquisição em
Portugal. As praças se tornavam verdadeiras
cerimônias e espetáculos públicos apreciados,
inclusive, pelos monarcas.

Aqui se situa um ponto de debate e intensas disputas

na sociedade colonial. Isso porque os jesuítas tinham a
missão de catequizar os indígenas, ou seja, educá-los e
instruí-los para se adequarem aos padrões de
comportamento social e religioso baseados nas
concepções da Igreja Católica. Contudo, a ação
missionária encontrou grande resistência dos colonos,
pois estes desejavam a escravização das populações Figura 8 - Fonte:
nativas por serem mão de obra mais barata e rápida do http://histgeo6.blogspot.com/2011/11/inquisicao-no-tempo-de-d-
joao-v.html
que os africanos escravizados e transportados pelo
oceano Atlântico. O governo português se posicionou
ao lado dos missionários jesuítas ao proibir o
cativeiro de índios, a não ser daqueles que
continuavam a resistir à colonização. Nesse caso,
muitos grupos locais contrários à presença de colonos
foram escravizados com base no ideal medieval de
“guerra justa”.

O crescimento de igrejas, capelas e irmandades mostra

a preocupação em educar a população nos moldes
eclesiásticos católicos portugueses. O ensino
tridentino era a chave para organização da população
nativa nos preceitos e valores europeus, incluindo a
exploração e trabalho forçado. As ordens religiosas
também estiveram presentes na colonização do Brasil,
e exemplo dos já comentados jesuítas, mas também da
atuação dos oratorianos, carmelitas, franciscanos, entre
outros.

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6. A INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA
O levante dos luso-brasileiros aos holandeses no
século XVII foi um acontecimento significativo
na história colonial. Sabe por quê? Um breve
estudo da diplomacia portuguesa na Europa é
fundamental para compreender os
acontecimentos em Pernambuco.
A União Ibérica (1580-1640) foi o período em que
Portugal esteve sob o governo de monarcas espanhóis.
Após ter emergido como grande reino europeu, a
Espanha perseguiu o objetivo de unificar a península
Ibérica, incorporando Portugal ao seu território. Os
portugueses resistiram enquanto puderam. Mas, em
fins do século XVI, alguns acontecimentos
contribuíram para a Espanha concretizar seus
objetivos.
Em 1578, o rei Dom Sebastião, monarca da dinastia
de Avis, morreu e não deixou herdeiros. Então, o
cardeal Dom Henrique, único sobrevivente masculino
da linhagem de Avis, assumiu a regência. Com sua
morte, em 1580, o rei da Espanha, Felipe II, da mesma
linhagem familiar, achou-se no direito de ocupar o
trono português e invadiu Portugal. O domínio
espanhol sobre Portugal duraria 60 anos.
A famosa frase proferida por Felipe II ao invadir
Portugal foi: Comprei, herdei e conquistei!!
Espanha e Holanda
Antes disso, Portugal já havia estabelecido relações
comerciais com negociantes holandeses, que passaram
a financiar a produção açucareira no Brasil e a
controlar a sua comercialização no mercado europeu.
Por outro lado, no mesmo período, a Espanha
pretendia dominar o território dos Países Baixos, na
qual a Holanda estava situada, pois a circulação de
mercadorias naquela região contribuía
significativamente para abastecer os cofres do tesouro
espanhol.
Não obstante, em 1581, sete províncias do Norte dos
Países Baixos, incluindo a Holanda, criaram a
República das Províncias Unidas e passaram a lutar
por sua autonomia em relação aos espanhóis. Ao
incorporar Portugal, aproveitando-se do seu controle
sobre o Brasil, a Espanha planejou impedir que os
holandeses continuassem a comercializar o açúcar
brasileiro. Era uma tentativa de sufocar
economicamente a Holanda e impedir sua
independência.
As invasões holandesas
Os holandeses reagiram rapidamente, concentrando
seus esforços no controle das fontes dos produtos que
negociavam. Surgiu assim, em 1602, a Companhia das
Índias Orientais. Essa empresa, de porte enorme,
invadiu domínios coloniais portugueses no Oriente.
Em decorrência dos êxitos desse empreendimento, os
holandeses criaram, em 1621, a Companhia das Índias
Ocidentais. Esta ficou encarregada de recuperar o
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HISTÓRIA
acesso ao açúcar brasileiro e monopolizar o seu
comércio nos mercados europeus.
Para controlar a produção e comercialização do
produto, era necessário ocupar e se apoderar de partes
do território colonial brasileiro, onde o açúcar era
produzido. Desse modo, contando com uma frota
composta de 26 navios e 500 canhões, os holandeses
iniciaram sua primeira invasão ao Brasil em 1624.
Atacaram a cidade de Salvador, na época o centro
administrativo da colônia. Mas, um ano após terem
chegado, foram expulsos.
Uma segunda tentativa de invasão se deu em 1630,
dessa vez em Pernambuco. No primeiro momento, os
holandeses conseguiram conquistar Olinda e Recife.
Em 1635, o principal ponto de defesa dos portugueses
em Pernambuco, o Arraial do Bom Jesus, foi invadido e,
assim, a resistência luso-brasileira recuou. Houve
combates, mas os invasores resistiram e estabeleceram
o controle de uma extensa parte do litoral brasileiro
que ia de Sergipe ao Maranhão. A Companhia das
Índias Ocidentais nomeou um governador para
administrar o domínio recém-conquistado, que ficou
conhecido como o Brasil Holandês.
Maurício de Nassau
Para o cargo de governador, foi nomeado o conde
João Maurício de Nassau, que chegou ao Recife em
janeiro de 1637. No período em que governou o Brasil
Holandês, de 1637 a 1644, Nassau procurou estabelecer
uma administração eficiente e um bom relacionamento
com os senhores de engenho da região. Desse modo,
foram colocados à disposição dos proprietários de
engenho recursos financeiros, para serem utilizados na
compra de escravos e de maquinário para o fabrico do
açúcar.
Nassau também criou as Câmaras dos Escabinos, que
eram órgãos de representação municipal, a fim de
estimular a participação política da população nas
decisões de interesse local. Durante o governo de
Nassau, o Recife se tornou a sede da colonização
holandesa e passou por um intenso processo de
urbanização e melhoramentos que mudaram
completamente a paisagem local.
Com o fim do domínio espanhol sobre Portugal, em
1640, o novo rei português, D. João IV, decidiu
recuperar o território invadido, retirando-o do
domínio holandês. Esse período coincidiu com o
descontentamento dos senhores de engenho diante
dos holandeses. Nassau já havia partido e, para
explorar ao máximo a produção do açúcar brasileiro, a
Holanda adotou inúmeras medidas impopulares, em
especial o aumento dos impostos, o que contrariava os
interesses dos proprietários de engenho.
Insurreição pernambucana
A luta contra os holandeses foi iniciada pelos próprios
senhores de engenho locais e durou cerca de dez anos.
A partir da iniciativa dos senhores, os colonos da
região foram mobilizados e travaram várias batalhas

contra os holandeses. As mais importantes foram a de
Guararapes e Campina de Taborda.
Mas a expulsão definitiva dos holandeses teve início
em junho de 1645, em Pernambuco, através da eclosão
de uma insurreição liderada pelo paraibano André
Vidal de Negreiros, pelo senhor de engenho João
Fernandes Vieira, pelo índio Felipe Camarão e pelo
negro Henrique Dias. A chamada Insurreição
Pernambucana chegou ao fim em 1654, tendo
libertado o território do domínio holandês.
Porém, a expulsão dos holandeses teria um impacto
negativo sobre a economia colonial. Durante o
período em que estiveram na América portuguesa, os
holandeses tomaram conhecimento de todo o ciclo da
produção do açúcar e conseguiram aprimorar os
aspectos técnicos e organizacionais do
empreendimento. Quando foram expulsos do Brasil,
dirigiram-se para as Antilhas, ilhas localizadas na
região da América Central.
A crise da produção açucareira
Nas Antilhas, os holandeses montaram uma grande
produção açucareira que, em pouco tempo, passou a
concorrer com o açúcar do Brasil e logo se impôs no
mercado europeu. Consequentemente, provocou a
queda das exportações brasileiras. Já na segunda
metade do século XVII, os engenhos estavam em
decadência. Portugal buscava encontrar outros meios
para explorar economicamente a colônia. Um novo
meio de exploração teria início com a descoberta de
riquezas minerais, como o ouro, a prata e os
diamantes, na região que ficaria conhecida como
Minas Gerais. Ainda assim, o açúcar nunca deixou de
ser um grande produto de riqueza para Portugal e sua
produção encontrou recuperação no século XVIII.
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HISTÓRIA
7. A GUERRA DOS BÁRBAROS
Atenção, concurseiro: é importante saber o
surgimento de termos como “Guerra dos
Bárbaros” e “Confederação dos Cariris”, pois já
foi tema de questões em provas passadas.
O processo de expansão territorial e a ampliação dos
espaços colonizados pelos portugueses na América
levaram a uma série de combates entre portugueses e
indígenas, dentre os quais se destaca a Guerra dos
Bárbaros.
Bárbaro e Civilizado. Significados e apropriações:
Esse termo foi criado com o objetivo de designar os
diversos conflitos ocorridos na região em que hoje se
encontra o Nordeste brasileiro, em sua parte
continental, durante a segunda metade do século XVII
e o início do XVIII. O termo “bárbaro” era a forma
com que os europeus nomearam os comportamentos
culturais e sociais de grupos indígenas. Na verdade,
portugueses e espanhóis consideravam o seu modo de
viver como “civilizado”, entendendo como “bárbaro”
os estilos e comportamentos culturais diferentes,
incluindo a vida dos indígenas que se contrapunha à
colonização. Civilizado e bárbaro são conceitos
etnocêntricos, isto é, construídos de acordo com a
representação (percepção) de uma cultura sobre a
outra. Se tivéssemos a oportunidade de perguntar aos
nativos da América a quem eles poderiam atribuir o
significado de bárbaros, certamente seriam os
invasores europeus, por não se enquadrarem em sua
forma de vida.
Mas como surgiu e quais os motivos dessa
guerra? E quais são os grupos envolvidos? Você já
imagina?
Uma das principais atividades econômicas
desenvolvidas na colônia desde o início da colonização
foi a pecuária. Entretanto, com o fortalecimento da
produção açucareira e das regiões urbanas, o gado não
pôde se estruturar nos espaços litorâneos, pois seu
emprego necessitava de grandes áreas para poder
servir ao pastoreio. A opção para continuar a
produção era o deslocamento para o interior, cujos
espaços ainda não haviam sido reconhecidos e
conquistados, mas que reservavam imensas áreas a
serem exploradas pelos colonizadores europeus.
Dessa forma, combinavam-se propósitos do Estado
português, ansioso em ampliar os territórios
dominados e fixar as estruturas políticas europeias no
continente, e dos vaqueiros, que obteriam os lugares
para depositar seu gado.
Você lembra a diferença entre Tupi e Tapuia
mostrada no capítulo 3? Vai ser útil aqui!
O deslocamento para o interior, porém, enfrentou
diversas resistências dos nativos que já habitavam as
localidades, chamados pelos colonos de Tapuias. Os
criadores de gado não conseguiam, por recursos
próprios, adentrar o continente. Por isso, solicitou ao
9

governo português auxílio para quebrar os obstáculos
humanos dirigidos pelos índios do interior. A Guerra
dos Bárbaros, portanto, refere-se ao conjunto de
combates travados entre os portugueses, com seus
representantes instalados nos núcleos urbanos
açucareiros, e os indígenas, que residiam no sertão e
rejeitavam o domínio dos europeus.
Os conflitos se iniciaram por volta do ano de 1651 na
capitania da Bahia e se estenderam até meados de
1720, envolvendo as capitanias de Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande e Ceará. Imagine uma faixa de
terra litorânea colonizada pelos portugueses querendo
ampliar suas fronteiras para o continente. E, do outro
lado, índios residentes nas áreas interioranas, além dos
nativos expulsos de suas próprias terras no litoral, que
estavam lutando para não serem mortos ou
conquistados pelos portugueses.
O sertão, nesse contexto, era o espaço desconhecido,
não habitado pelos “civilizados”, contrastando com os
núcleos urbanos. Por isso, seus homens e mulheres
eram conhecidos como “bárbaros”, gente sem modos,
comportamentos, ou seja, aqueles personagens que
fugiam aos padrões de vida europeus e, por isso,
associados à selvageria. Imagem esta que contrastava
com o litoral, local onde estavam instaladas as
principais vilas e cidades portuguesas e onde o poder
de penetração da cultura europeia era mais ativo,
permitindo que seus habitantes fossem contagiados
pelas condutas dos que se achavam civilizados.
Portanto, a urbe era a civilização, e o sertão, a
barbárie, de acordo, claro, com a visão dos europeus.
Ao final dos conflitos, nas primeiras décadas do século
XVIII, as resistências foram diminuindo e as tropas
enviadas ao sertão foram aos poucos conquistando seu
objetivo maior: conquistar os territórios, dizimando ou
catequizando as populações locais, a fim de ampliar o
espaço de fixação portuguesa na América. Para
conseguir seus propósitos, os portugueses contaram
com o apoio de tropas diversas, incluindo negros
alforriados, indígenas aliados e paulistas, que em
conjunto dissolveram as resistências dos tapuias.
SE LIGA NA DICA!
A Guerra dos Bárbaros é um importante exemplo de
que as populações indígenas não foram extintas e nem
todas elas se renderam às invasões dos europeus no
começo da colonização.
10
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HISTÓRIA
8. A GUERRA DOS MASCATES
Sabe o que significa Mascate? Era o nome dado
pela aristocracia de Olinda aos comerciantes
portugueses residentes no porto do Recife. Mas
qual a razão desse conflito?
Uma região em declínio econômico e político (Olinda)
e outra em crescimento (Recife). O choque é
inevitável! Mas como duas regiões tão próximas
poderiam ter diferenças tão grandes?
Primeiramente, devemos saber que desde o início da
colonização a sede política e econômica da capitania
de Pernambuco era Olinda, região onde Duarte
Coelho construiu a principal vila, dando-lhe estatuto
de capital. Seu domínio e controle se estendiam por
vastas regiões, inclusive o Recife, que apenas se
caracterizava como um porto de escoamento da
produção dos senhores do açúcar.
Porém, a partir de 1654, a expulsão definitiva dos
holandeses de Pernambuco provocou uma grande
mudança no cenário econômico da região. Os grandes
produtores de açúcar, que anteriormente usufruíram
dos investimentos holandeses, viviam agora uma crise
decorrente da baixa do açúcar no mercado
internacional e a concorrência produzida nas Antilhas.
Contudo, esses senhores de engenho ainda possuíam o
controle político local por meio do poder exercido
pela câmara municipal de Olinda.
Em contrapartida, Recife – região vizinha e
politicamente subordinada à Olinda – era considerado
o principal pólo de desenvolvimento econômico de
Pernambuco. O comércio da localidade trazia grandes
lucros aos portugueses, que controlavam a atividade
comercial da região. Essa posição favorável foi
causada pelas diversas melhorias empreendidas com a
colonização holandesa, que a havia transformado em
seu principal centro administrativo.
Com o passar do tempo, a divergência política e
econômica entre a aristocracia de Olinda (mazombos)
e os comerciantes portugueses de Recife (mascates)
criou uma tensão local. Inicialmente, os senhores de
engenho de Olinda, vivendo sérias dificuldades para
investirem no negócio açucareiro, pediram vários
empréstimos aos comerciantes portugueses de Recife.
Contudo, a partir da deflagração da crise açucareira,
muitos dos senhores de engenho acabaram não tendo
condições de honrar seus compromissos.
Nessa mesma época, a complicada situação econômica
de Olinda somava-se ao completo sucateamento da
cidade, que sofreu com as guerras que expulsaram os
holandeses. Com isso, a câmara de Olinda decidiu
aumentar os impostos de toda a região, incluindo
Recife, para que fosse possível recuperar o centro
administrativo pernambucano. Inconformados, os
comerciantes portugueses, pejorativamente chamados
de mascates, buscaram se livrar da dominação política
olindense.
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Para tanto, os comerciantes de Recife conseguiram
elevar o seu povoado à categoria de vila, tendo dessa
maneira o direito de formar uma câmara municipal
autônoma. A medida deixou os latifundiários de
Olinda bastante apreensivos, pois eles perderiam o
controle sobre uma importante região da capitania.
Desse modo, a definição das fronteiras dos dois
municípios serviu como estopim para o conflito.
Perder o poder político sobre o Recife era uma medida
que os senhores de Olinda não desejavam acatar.
A guerra teve início em 1710, com a vitória dos
olindenses que conseguiram invadir e controlar a nova
vila pernambucana. Logo em seguida, os recifenses
conseguiram retomar o controle em uma reação
militar apoiada por autoridades políticas de outras
capitanias. O prolongamento da guerra só foi
interrompido no momento em que a Coroa
Portuguesa estabeleceu, em 1711, um novo
governante, que teria como principal missão pôr um
ponto final ao conflito.
O escolhido para essa tarefa foi Félix José de
Mendonça, que apoiou os mascates portugueses e
determinou a prisão dos latifundiários olindenses
envolvidos com a guerra. Além disso, visando evitar
futuros conflitos, o novo governador de Pernambuco
decidiu transferir semestralmente a administração para
cada uma das regiões. Dessa maneira, não haveria
razões para que uma fosse politicamente favorecida
por Félix José.
9. A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817
Vamos agora começar a estudar a principal
revolta separatista da história colonial brasileira,
que teve como centro articulador a província de
Pernambuco. Como todo conteúdo importante e
complexo, precisamos recuar alguns anos e
compreender os antecedentes que criaram as
condições para a eclosão da revolução. Vejamos
que fatores foram esses.
Mais um detalhe: Você sabia que a Revolução de 1817
também é conhecida como Revolução dos Padres?
Isso se deve à intensa participação de religiosos no
movimento.
Antecedentes
A Revolução foi deflagrada no ano de 1817, como
resultado de várias insatisfações e dificuldades
socioeconômicas que viviam os habitantes de
Pernambuco e províncias adjacentes. Entre os
principais fatores, apontamos:
» A Corte portuguesa, instalada no Rio de Janeiro
desde o ano de 1808, que aumentou excessivamente os
impostos das províncias brasileiras para sustentar os
gastos e necessidades da família real;
» A crise econômica de produtos essenciais ao
comércio de Pernambuco, como o açúcar e o algodão;
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HISTÓRIA
» O controle de portugueses nas exportações
econômicas da província, assim como sua intervenção
na política;
» A grande seca de 1816, que provocou uma fome
generalizada e aumentou as dificuldades econômicas
em Pernambuco.
DETALHE: Nesta época, o termo capitania havia sido mudado
para província.
Na província de Pernambuco, as discussões por
mudanças eram realizadas em sociedades secretas
desde o fim do século XVIII. As principais foram as
lojas maçônicas, destacando-se o Areópago de Itambé e o
Seminário de Olinda, onde se levantavam hipóteses de
reformas amplas, apoiadas em ideias externas, como as
dos iluministas (defensores dos princípios de
igualdade, liberdade e fraternidade), a Revolução
Francesa (contestação ao poder absolutista dos reis
europeus) e a Revolução Americana (exemplo
prático de libertação de uma colônia em relação à sua
metrópole). O movimento em Pernambuco seguia o
ideal de republicanismo apoiado pelas revoluções.
SE LIGA NA DICA!
Concurseiro, pense que Pernambuco não estava
isolado do mundo. Seus habitantes circulavam, liam,
estudavam... Por isso, ideias sobre revoluções,
mudanças, novos projetos políticos que floresciam em
diversas partes do mundo chegavam secretamente e
eram fortemente discutidos na província.
O decorrer da revolução
O movimento se iniciou com a ocupação do Recife,
em 6 de março de 1817. O seu estopim ocorreu
quando o capitão José de Barros Lima, conhecido
como Leão Coroado, reagiu à voz de prisão e matou o
comandante Barbosa de Castro. Depois, na
companhia de outros militares rebelados, Barros Lima
tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas
para impedir o avanço das tropas monarquistas. O
governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro
refugiou-se no Forte do Brum, mas, cercado, acabou
se rendendo.
Vemos, portanto, que a Revolução Pernambucana de
1817 começou como um movimento militar, mas ele
teve vários líderes. Assim que se iniciou o processo de
reformulação interna, foi instalado um governo
provisório composto por membros de diferentes
setores sociais: Manuel Correia de Araújo (agricultura),
Domingos José Martins (comércio), João Ribeiro
(clero) e Domingos Teotônio Jorge (forças armadas).
Ainda contaram com o apoio de Antônio Carlos de
Andrade e Silva e de Frei Caneca.
Em 29 de março, foi convocada uma assembleia
constituinte, com representantes eleitos em todas as
comarcas, estabelecendo a separação entre os poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi
mantido como religião oficial, porém havia liberdade
11

de culto (o livre exercício de todas as religiões); foi
proclamada a liberdade de imprensa (uma grande
novidade no Brasil); abolidos alguns impostos; a
escravidão, entretanto, foi mantida.
SE LIGA NA DICA!
Embora desejassem a independência e a instalação de
uma república, os líderes do movimento não tocaram
na questão da abolição da escravidão, pois eles eram
grandes senhores de escravos e não queriam gerar
prejuízos para suas atividades econômicas com a
formação da nova República.
Principais mudanças realizadas com a Revolução:
» Deposição do governador Caetano de Pinto Miranda
Montenegro;
» Extinção de impostos abusivos;
» Liberdade de imprensa e religião;
» Igualdade entre os cidadãos;
» Instalação da República;
» Lei Orgânica: esboço de uma Constituição.
Expansão e queda
A Revolução que eclodiu em Pernambuco buscava
suporte interno e externo. Houve tentativas de obter
apoio das províncias vizinhas. Na Bahia, o emissário
da revolução, José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, o
Padre Roma, foi preso ao desembarcar e,
imediatamente fuzilado por ordem do governador, o
Conde dos Arcos (governador da Bahia). No Rio
Grande do Norte, o movimento conseguiu a adesão
do proprietário de um grande engenho de açúcar,
André de Albuquerque Maranhão, que, depois de
prender o governador, José Inácio Borges, ocupou
Natal e formou uma junta governativa, porém não
despertou o interesse da população e foi tirado do
poder em poucos dias. O jornalista Hipólito José da
Costa foi convidado para o cargo de ministro
plenipotenciário da nova república em Londres, mas
recusou.
Tropas enviadas da Bahia avançaram pelo sertão
pernambucano, enquanto uma força naval, despachada
do Rio de Janeiro, bloqueou o porto do Recife. Em
poucos dias, 8000 homens cercavam a província. No
interior, a batalha decisiva foi travada na localidade de
Ipojuca. Derrotados, os revolucionários tiveram de
recuar em direção ao Recife. Em 19 de maio, as tropas
portuguesas entraram no Recife e encontraram a
cidade abandonada e sem defesa. O governo
provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte.
Apesar de sentenças severas, um ano depois, todos os
revoltosos foram anistiados, e apenas quatro haviam
sido executados.
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HISTÓRIA
SE LIGA NA DICA!
Você sabia que a bandeira criada pelos revoltosos em
1817 inspirou a atual do estado de Pernambuco? Veja
a imagem abaixo e compare com a oficializada nos
dias de hoje. A diferença é que a bandeira atual
apresenta apenas uma estrela, enquanto o símbolo dos
revolucionários exibia três.
Auxílio externo
Em maio de 1817, Antônio Gonçalves Cruz, o Cruz
Cabugá, desembarcou na Filadélfia com 800 mil
dólares na bagagem e três missões:
1. Comprar armas para combater as tropas de D. João
VI;
2. Convencer o governo americano a apoiar a criação de
uma república independente no Nordeste brasileiro;
3. Recrutar alguns antigos revolucionários franceses
exilados em território americano para, com a ajuda
deles, libertar Napoleão Bonaparte, exilado na Ilha de
Santa Helena, e transportá-lo ao Recife, onde
comandaria a revolução pernambucana, retornando
em seguida a Paris para reassumir o trono de
imperador da França.
Porém, na data de chegada do emissário aos Estados
Unidos, os revolucionários pernambucanos já estavam
sitiados pelas tropas monarquistas portuguesas e
próximas da rendição. Quando chegaram ao Brasil, os
quatro veteranos de Napoleão (conde Pontelécoulant,
coronel Latapie, ordenança Artong e soldado Roulet),
muito depois de terminada a revolução, foram presos
antes de desembarcar.
Em relação ao governo americano, Cruz Cabugá
chegou a se encontrar com o secretário de Estado,
Richard Rush, mas somente conseguiu o compromisso
de que, enquanto durasse a rebelião, os Estados
Unidos autorizariam a entrada de navios
pernambucanos em águas americanas e que também
aceitariam dar asilo ou abrigo a eventuais refugiados,
em caso de fracasso do movimento.
SE LIGA NA DICA!
Mesmo não conseguindo alcançar seus propósitos
principais, a Revolução de 1817 deixou profundas
marcas no governo português e na sua relação com o
Brasil, assim como gerou a redistribuição das
fronteiras e da administração local.
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 HISTÓRIA

Consequências representou o rompimento definitivo da província

com Portugal.
Debelada a revolução, foi desmembrada de
Pernambuco a capitania do Rio Grande (atual Rio Obviamente, o governo não iria deixar “barato” mais
Grande do Norte), tornando-se província autônoma. um levante e insubordinação por parte das elites
Essa havia sido anexada ao território pernambucano pernambucanas. O movimento representava uma
ainda na segunda metade do século XVIII, juntamente ameaça aberta tanto aos interesses portugueses de
o Ceará e Paraíba, que também se tornaram recolonização, expresso nas Cortes de Lisboa, como
autônomas em 1799. principalmente à elite tradicional brasileira e a seu
projeto moderado de independência política.
Também a comarca de Alagoas, cujos proprietários
rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, como O regionalismo e o sentimento de autonomia que se
recompensa, puderam formar uma província manifestavam na Região Nordeste contrariavam as
independente. Apesar dos revolucionários terem intenções da aristocracia rural, organizada
ficado no poder menos de três meses, conseguiram principalmente no Rio de Janeiro. Para essa elite, a
abalar a confiança na construção do império independência deveria conservar as estruturas
americano sonhado por D. João VI. A Coroa nunca socioeconômicas e promover mudanças políticas
mais estaria segura de que seus súditos eram imunes à apenas no sentido de romper com Portugal e garantir a
contaminação das ideias responsáveis pela subversão soberania do Brasil, possibilitando, dessa forma, que
da antiga ordem na Europa. essas elites exercessem, com maior liberdade, seus
interesses econômicos.

10. PERNAMBUCO NO CONTEXTO DA A manutenção da unidade territorial (ao contrário do

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL que ocorria na América espanhola) era a forma de
garantir que os interesses predominantes no Rio de
Janeiro fossem igualmente predominantes em todo o
Mas o que pode ter acontecido entre a Revolução Brasil. A repressão ao movimento foi articulada por
de 1817 e a Independência do Brasil, em 1822? José Bonifácio, junto com alguns fazendeiros de
Pernambuco, que depôs a Junta em 17 de setembro de
Em 1821, iniciou-se um novo movimento em 1822. Um novo governo formou-se na província, do
Pernambuco, quando foi organizada a Junta qual participava Francisco Paes Barreto e outros ricos
Constitucionalista que antecipou em um ano a proprietários, o que fez com que o governo ficasse
independência. Nesse contexto, era possível encontrar popularmente conhecido como "Junta dos Matutos".
na região uma série de elementos relacionados com a
revolução de 1817. Ainda subsistiam as condições Em 8 de dezembro de 1822, D. Pedro I foi
objetivas da crise e os elementos subjetivos, reconhecido imperador em Recife, e a elite
iluministas, expressos na Revolução do Porto, em pernambucana passou a participar da elaboração de
andamento em Portugal, que difundia ideias uma Constituição brasileira. A historiografia
constitucionalistas e liberais, apesar de suas tradicional encara a "Formação do Estado Nacional"
contradições. de forma elitizada, desprezando as guerras de
independência que ocorreram em várias províncias do
O governo de Pernambuco estava nas mãos de Luís país. Enquanto movimentos antilusitanos se
do Rego Barreto, responsável pela repressão em 1817. desenvolviam no Nordeste, reunia-se no Rio de
Muitos líderes da Revolução se encontravam em Janeiro uma Assembleia Constituinte, concentrando as
liberdade. A Junta Provisória foi formada em outubro de atenções das elites, incluindo as de Pernambuco.
1821, na cidade de Goiana, organizada principalmente
por proprietários rurais – dispostos na maçonaria – e As discussões políticas na Assembleia deixavam
por parcelas das camadas urbanas de Recife. Na antever a organização das primeiras tendências que se
prática era um poder paralelo, na medida em que, com desenvolveriam mais tarde no país. No entanto,
um discurso liberal, condenava o governo de Luís do naquele momento, a tendência predominante foi a
Rego e defendia sua deposição. centralizadora, vinculada principalmente aos interesses
lusitanos e apoiada sobretudo pelos portugueses
O movimento de caráter político se transformou residentes no Brasil, em sua maioria comerciantes, que
rapidamente em uma luta armada, que impôs a pretendiam reverter o processo de independência.
chamada Convenção de Beberibe, determinando a
expulsão do governador para Portugal e a eleição, pelo O fechamento da Constituinte foi o primeiro passo
povo, de uma nova junta para administrar a província concreto para a realização desse objetivo, seguido da
de Pernambuco. O novo governo foi formado imposição da Constituição em 1824, autoritária e
principalmente por ex-combatentes da revolução de centralizadora, fazendo com que as elites provinciais
1817, predominando, porém, os elementos da camada vissem ruir qualquer possibilidade de autonomia.
mais rica da sociedade local. Uma das medidas mais
importantes do novo governo foi a expulsão das
tropas portuguesas do Recife, que na prática

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SE LIGA NA DICA!
As primeiras décadas do século XIX apresentam várias
revoltadas lideradas pelas elites em Pernambuco, com
alguns propósitos e causas comuns. Portanto, ver
esses movimentos numa perspectiva de “longa
duração” ajuda a conectar as informações e favorece o
conhecimento histórico.
11. CONFEDERAÇÃO DE EQUADOR
A Confederação do Equador contou com a
participação de diversos segmentos sociais, incluindo
os proprietários rurais que, em grande parte, haviam
apoiado o movimento de independência e a ascensão
de D. Pedro I ao trono, julgando que poderiam obter
maior poder político com o controle sobre a província
de Pernambuco. Dessa maneira, as elites agrárias da
região pretendiam preservar as estruturas
socioeconômicas e ao mesmo tempo chegar ao poder,
até então manipulado pelos mercadores e militares de
origem portuguesa, que se concentravam em Recife.
No entanto, esse movimento não foi protagonizado
apenas pelas elites. A necessidade de lutar contra o
poder central fez com que a aristocracia rural
mobilizasse parte das camadas populares. Se as
camadas populares não tinham até então sua própria
organização, isso não significa que não houvesse
condição para organizar suas reivindicações e
caminhar com as próprias pernas, questionando não
apenas o autoritarismo do poder central, mas da
própria aristocracia da província.
SE LIGA NA DICA!
A Confederação do Equador é, em grande medida,
uma continuação da Revolução de 1817. A insatisfação
em Pernambuco continuava. Mais uma tentativa de ser
uma região autônoma e líder de uma república.
A imprensa teve um papel essencial! Vamos
aprender os principais jornais e seus
divulgadores?
Na organização do movimento, foi de grande
importância o papel da imprensa, em especial dos
jornais "A Sentinela da Liberdade na Guarita de
Pernambuco", de Cipriano Barata e do "Tífis
Pernambucano", de Frei Caneca. A eclosão está
diretamente associada às demonstrações de
autoritarismo do imperador na província de
Pernambuco, nomeando Francisco Paes Barreto como
presidente da província, em lugar de Pais de Andrade,
apoiado pelo povo. As Câmaras Municipais de Recife
e Olinda não aceitaram a substituição. Em 2 de junho
de 1824, foi proclamada a Confederação do Equador.
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HISTÓRIA
O caráter separatista do movimento pretendia negar a
centralização e o autoritarismo que marcavam a
organização política do Brasil. A consolidação dessa
situação dependia em grande parte da adesão das
demais províncias do Nordeste, que viviam situação
semelhante tanto do ponto de vista político como
econômico. Dessa maneira, as ideias republicanas e
principalmente federalistas assimiladas dos EUA
serviram como elemento de propaganda junto às elites
de cada província.
SE LIGA NA DICA!
Não esqueça: o autoritarismo da primeira Constituição
do Brasil (1824) foi um fator determinante para a
eclosão dessa revolta.
O governo da Confederação deslocou homens para
outras províncias a fim de obter a adesão de seus
governantes. Foi convocada uma Assembleia
Legislativa e Constituinte, cuja abertura estaria
marcada para o dia 7 de agosto de 1824. Do ponto de
vista político, Pais de Andrade elaborou um projeto de
Constituição tendo como modelo a Constituição
Colombiana. Do ponto de vista social, o projeto
elaborado por Frei Caneca almejava a extinção do
tráfico negreiro para o porto do Recife.
Essa medida é considerada como a primeira e mais
importante fissura do movimento, uma vez que atingia
diretamente os interesses dos proprietários rurais. No
entanto, os trabalhos preparatórios da Assembleia
Constituinte foram suspensos devido à ameaça das
forças de repressão.
O governo provisório encabeçado por Pais de
Andrade procurou adquirir armas nos Estados
Unidos, garantir a adesão das demais províncias e
organizar milícias populares para fazer frente às tropas
monárquicas de D. Pedro I. Os presidentes das
províncias do Ceará e do Rio Grande do Norte
aderiram ao movimento e organizaram tropas para
defendê-lo. Na Paraíba, o apoio veio das forças
contrárias ao presidente Filipe Néri, fiel ao imperador,
que acabou deposto.
Confronto e Derrota
A organização de tropas para defender a Confederação
permitiu grande participação popular. Setores dessa
camada já estavam organizados em "brigadas" desde
1821, compostas por mulatos, negros libertos e
militares de baixa patente. Essas brigadas foram
organizadas pelos líderes do movimento e acionadas
em determinadas situações, porém, sob o controle das
elites locais. No entanto, em vários momentos na
história dos brigados houve insubordinação e
radicalização, expressando não o sentimento nativista,
mas a radicalização contra proprietários ou ainda a
população branca.
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 HISTÓRIA

Em 1823, ocorreram ataques diretos aos portugueses, 12. A REVOLUÇÃO PRAIEIRA

que ficaram conhecidos como "mata-marinheiro" e
protestos raciais, marcados pelo exemplo haitiano.
Esse processo de radicalização amedrontava as elites e, Para encerrar o ciclo das revoluções liberais em
por várias vezes, foram responsáveis por seu recuo na Pernambuco, vamos falar sobre a Revolução
luta contra o poder central. As divisões internas ao Praieira.
movimento, sobretudo em relação às elites e suas
tendências diferenciadas, assim como o
distanciamento delas em relação à massa popular,
contribuíram para a derrota do movimento.

Por outro lado, havia a presença de tropas mercenárias

contratadas pelo poder central, comandadas por Lord
Cochrane, que cercavam a província. Essa situação foi
responsável pela política vacilante de Pais de Andrade,
que não aceitou os termos de rendição propostos pelo
mercenário, devido, principalmente, à forte pressão
que sofria das camadas baixas da população. Essa
situação é reforçada quando, depois da tomada de
Recife pelas tropas mercenárias, Pais de Andrade
refugiou-se em um navio inglês, enquanto os
elementos mais radicais resistiam em Olinda, liderados Figura 9 - Revolução Praieira: o levante que se pôs contra o governo de
por Frei Caneca. A violenta repressão, financiada pelo Dom Pedro II.
capital inglês, foi responsável por debelar o
movimento e prender seus principais líderes, que Na década de 1840, explode a Revolução Praieira em
foram executados, dentre eles o próprio Frei Caneca. Pernambuco. Movimento de caráter liberal e
federalista, inspirava-se no contexto das revoluções
liberais, socialistas e nacionalistas que varreram a
Europa no século XIX, principalmente a Revolução de
SE LIGA NA DICA! 1848 na França, que promoveu a extinção do
absolutismo no país (“A Primavera dos Povos”). A
nível local, os revoltosos em Pernambuco se
O grande símbolo da Confederação do Equador foi
queixavam da falta de autonomia provincial
Joaquim da Silva Rabelo, conhecido como Frei
(liberalismo) e repudiavam a monarquia (defendendo o
Caneca. Sua participação em revoltas não era nova, já
republicanismo). Sem contar a rivalidade com os
que esteve presente em 1817. Contudo, foi em 1824
portugueses, que continuava bastante intensa por
que sua figura se destacou através de seu papel de
causa de seu controle político e econômico.
divulgador das ideias liberais.

SE LIGA NA DICA!

Você percebeu que parte das questões que moviam a

Praieira em 1848 é oriunda de revoltas anteriores? A
de 1824, por exemplo, já mostrava a insatisfação com
a falta de autonomia. O republicanismo, por outro
lado, era ainda mais antigo, remontando ao
movimento de 1817. E os conflitos com os
portugueses... percebeu as permanências?

O nome Praieira provinha da Rua da Praia, onde era

sediado o jornal divulgador das ideias revolucionárias,
de nome Diário Novo. Nele foram publicadas as
principais ideias dos revoltosos, incluindo o Manifesto
ao Mundo, escrito por Borges da Fonseca, que
apresentava as seguintes reivindicações:

» Voto livre e universal;

» Liberdade de imprensa;
» Garantia de trabalho;
» Nacionalização do comércio;
» Instalação de uma República.

As ideias eram influenciadas pelos escritos de

socialistas na Europa. No entanto, devido à resistência
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de grupos aristocráticos em Pernambuco, algumas
propostas foram reformuladas, perdendo o caráter
socialista do movimento, embora mestiços, escravos
libertos e índios tenham participado da Praieira. Entre
os principais líderes, havia o capitão Pedro Ivo e o
intelectual General Abreu e Lima. As difíceis
condições econômicas e sociais na província e a alta
concentração fundiária estiveram no cerne do
movimento, o que dá cores mais populares à revolta,
ao contrário das anteriores, em que havia a
predominância esmagadora das elites pernambucanas.
SE LIGA NA DICA!
A Praieira não chegou a ser radicalmente uma revolta
socialista! Foi uma luta por liberdade, mudanças
sociais e políticas, por melhorias das condições de
vida, contra o encarecimento de gêneros de primeira
necessidade, do monopólio do comércio pelos
portugueses e da grande concentração de terras. Eis os
principais propósitos da revolução.
Em 1847, o movimento passou a ganhar força com a
nomeação de um presidente de província conservador
mineiro para conter a ação dos liberais
pernambucanos. Revoltados com essa ação autoritária
do poder imperial, os praieiros pegaram em armas e
tomaram a cidade de Olinda. A essa altura, um
conflito civil, contando com o apoio de grandes
proprietários, profissionais liberais, artesãos e
populares, tomou conta do estado.
Em fevereiro de 1849, os rebelados tomaram a cidade
de Recife e entraram em novo confronto com as
forças imperiais. Nesse período, o insurgente Pedro
Ivo surgiu como um dos maiores líderes dos
populares. Entretanto, a falta de apoio de outras
províncias acabou desarticulando o movimento
pernambucano. No ano de 1851, o governo imperial
deu fim aos levantes que contabilizaram cerca de
oitocentas baixas.
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HISTÓRIA
13. ESCRAVIDÃO: CRISE, RESISTÊNCIA E
ABOLIÇÃO
Desde o crescimento da produção do açúcar no século
XVI, populações foram sendo retiradas de suas regiões
naturais da África e transferidas ao Brasil por meio do
tráfico de escravos, em especial a Pernambuco, Bahia e
Rio de Janeiro. Sua presença se fazia perceber
facilmente na sociedade colonial, perpassando os
séculos até chegar ao Brasil independente, momento
no qual a mão de obra esteve direcionada, sobretudo,
para a produção cafeicultora. Entretanto, a escravidão
estava sendo pressionada na Europa do século XIX,
criticada pelos seus valores e combatida por diversas
nações.
Os africanos escravizados, transportados como mão
de obra para o Brasil, também resistiram às imposições
dos europeus. As resistências de escravos se
manifestaram de diversas formas e em diferentes
períodos, abarcando desde lutas armadas, como a
Revolta dos Malês, ocorrida na Bahia no ano de 1835,
até as constantes fugas.
Na Capitania de Pernambuco, que abrangia o atual
estado de Alagoas, ocorreu a maior resistência escrava
do período colonial: o Quilombo dos Palmares.
Comunidade formada por escravos fugidos e
resgatados das terras de senhores de cativos, eles
formaram uma sociedade de apoio mútuo que atuava
também em ataques e roubos nas urbes coloniais
durante os séculos XVI e XVII.
Seu principal representante foi Zumbi, reconhecido
pela resistência e luta dos afrodescendentes contra a
escravidão no Brasil, capturado por um missionário
português. Entretanto, conseguiu fugir e agregou a
revolta dirigida pelos quilombolas. Palmares se
localizava na Serra da Barriga, no atual Estado de
Alagoas.
O tamanho da organização desse grupo era tanto, que
o quilombo resistiu por um século às tentativas de
destruição do reduto de escravizados. Por diversas
vezes, o governo português havia enviado tropas para
combater a resistência escrava, porém enfrentando
sucessivas derrotas, o que levou à contratação dos
bandeirantes, comandados por Domingos Jorge
Velho, o ferrenho paulista que conseguiu, através de
sua tropa particular, desarticular os cativos.
► Você sabe o que é o tráfico de escravos e suas
consequências para a formação do Brasil?
O tráfico de escravos que nos interessa entender se
refere ao complexo comercial que transportava
homens, mulheres e crianças do continente africano
para territórios americanos entre os séculos XVI e
XIX. Em vista disso, a sociedade brasileira foi
fortemente influenciada pelos valores do sistema
escravista, bem como pelas características culturais dos
povos transportados para o Novo Mundo.
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 HISTÓRIA

A colonização portuguesa na América exigiu o o fim do tráfico negreiro como uma das exigências
incremento de mão de obra escrava para atuar nas para o reconhecimento da emancipação do Brasil.
principais áreas de produção econômica exportadora Assim, o tratado de 3 de novembro de 1826 fixou o
do período colonial, movida pelo açúcar e os metais prazo de três anos para a sua completa extinção. O
preciosos. Mesmo após a independência em 1822, o tráfico passou a ser considerado, a partir de então, ato
Brasil continuava essencialmente um país dependente de pirataria, sujeito a punições. Finalmente, em 7 de
da escravidão, voltada para a cafeicultura. Portanto, os novembro de 1831 – com atraso de dois anos em
africanos escravizados e, por extensão, o comércio de relação ao estipulado pelo tratado de 1826 –, uma lei
gente transatlântico eram primordiais para o formalizou esse compromisso.
funcionamento da economia brasileira.
Apesar das crescentes pressões britânicas, o tráfico
Transportadas por meio de tumbeiros (navios continuou com pouca fiscalização no Brasil. E a razão
especializados no tráfico negreiro), milhões de pessoas era simples: a economia brasileira, desde a época
foram desembarcadas na América na condição de colonial, estava assentada no trabalho escravo. Em tal
escravas. Os portos do Recife, Salvador e Rio de circunstância, a abolição do tráfico criaria enormes
Janeiro foram por excelência os locais de recepção dificuldades à economia, comprometendo as suas
desse contingente humano no Brasil. bases produtivas.

Na figura abaixo, é possível ver a representação de um Várias leis retardaram a definitiva abolição do
navio negreiro, com destaque para o local de regime escravista. As principais foram:
transporte dos africanos escravizados.
» Lei Bill Aberdeen (1845): o Parlamento britânico
aprovou uma lei, chamada Bill Aberdeen, conferindo à
Marinha o direito de aprisionar qualquer navio
negreiro no oceano Atlântico e fazer os traficantes
responderem diante do almirantado ou de qualquer
tribunal do vice-almirantado dos domínios britânicos.
» Lei Eusébio de Queirós (1850): decretou a extinção do
tráfico negreiro no Brasil.
» Lei do Ventre Livre/ Rio Branco (1871): declarou serem
livres os filhos de escravos nascidos a partir da data da
lei.
» Lei Saraiva-Cotegipe ou Lei dos Sexagenários (1885):
determinava a liberdade dos escravos com mais de 60
anos.

Figura 10 - Fonte: https://oficinaodm.wordpress.com/os-

Os limites dados às leis eram evidentes. Por exemplo,
miseraveis/historia/navios-negreiros/ embora em 1871 o governo brasileiro tivesse
implementado uma ordem para impedir a escravidão
Já imaginou como é ser transportado nessa dos filhos de escravos, isso não ocorreu na prática,
situação? Veja algumas informações que relatam pois essa nova geração ainda ficava vinculado ao
a situação dessas pessoas. senhor de seus pais por mais de duas décadas. Já a lei
dos Sexagenários assegurava a libertação de escravos
As condições nos tumbeiros eram bastante precárias, com uma idade pouco provável de ser alcançada por
sobretudo em termos higiênico-sanitários. Em geral, aqueles que trabalhavam exaustivamente durante sua
400 a 600 negros eram transportados em vida. Assim, a abolição foi protelada pelas elites
compartimentos sem nenhuma ventilação. Além disso, tradicionais e escravocratas brasileiras, que no século
o pouco fornecimento de alimentação gerava XIX foi cada vez mais se concentrando na região sul e
deficiências no quadro clínico dos africanos, como a sudeste.
falta de Vitamina C a proliferação da doença chamada
escorbuto. Os porões dos tumbeiros eram verdadeiros A abolição foi finalmente assinada em 13 de maio de
focos de disseminação de epidemias. Todos esses 1888 pela princesa Isabel, que, na ausência de D.
elementos provocavam sérios danos e mortes durante Pedro II, assumiu a regência, promulgando a Lei
as viagens, que duravam em torno de 2 a 5 meses. Em Áurea e declarando proibida a escravidão no Brasil.
alguns casos, 20% da população de escravizados não
resistia à travessia atlântica. Você sabia que existiram pernambucanos
envolvidos no processo de abolição da escravatura
As principais regiões de aquisição de escravos na no Brasil? Vejamos um panorama geral para
África se localizavam especialmente na parte ocidental depois focarmos em Pernambuco.
do continente, em locais como Guiné, Congo, Angola,
Moçambique e Costa do Marfim/Mina. No Rio de Janeiro, no ano de 1880, os abolicionistas
fundaram duas sociedades para organizar a sua luta: a
No século XIX, a Inglaterra exerceu forte pressão Sociedade Brasileira contra a Escravidão e a
contra o sistema escravista. Após 1822, ela estabeleceu Associação Central Emancipacionista. Publicações
diversas começaram a circular, pregando a abolição.
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Outras sociedades, no mesmo molde, foram
organizadas em várias províncias. A luta abolicionista
se ampliou e criou condições para a organização da
Confederação Abolicionista (1883), que unificou o
movimento no plano nacional.
Naturalmente, a abolição da escravatura não foi obra
exclusiva dos abolicionistas, que, em sua maioria, eram
moradores das cidades. Como demonstram as fugas e
rebeliões ao longo de toda a história do Brasil, os
escravos não permaneceram passivos. A possibilidade
de um levante escravo de grandes proporções foi
considerada e atemorizou os escravistas,
enfraquecendo a sua resistência ao movimento.
Os cafeicultores paulistas foram particularmente
atingidos pelo movimento de fuga dos escravos
promovido e apoiado pelos caifases, organizados por
Antônio Bento, que foi juiz de paz e juiz municipal e,
nos cargos que ocupou, defendeu sempre os escravos
contra a opressão senhorial. Na década de 1880, o
poder escravista foi seriamente abalado e o Império
foi atingido em seus alicerces.
Em Pernambuco, emerge o político e diplomata
Joaquim Nabuco, que, embora pertencesse a uma
família de classe privilegiada, fazia ferrenhas críticas ao
sistema escravocrata e lutou veementemente pelo seu
fim. Ele ocupou cargos importantes como a
embaixada do Brasil nos EUA, além de ter sido um
dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Afirmava ser a escravidão um dos principais males
enfrentados pela sociedade brasileira, reforçando a
necessidade de transformação para o trabalho livre.
Suas críticas eram realizadas tanto pelas atividades
políticas, quanto pelos escritos. Ele participou de
diversas campanhas na Câmara dos Deputados em
favor da abolição e criou a Sociedade Antiescravista
Brasileira, sendo um dos principais líderes envolvidos
na assinatura que colocava fim ao sistema.
Segundo seus princípios, o debate e a condução desse
movimento deveriam partir do parlamento, o qual
afastaria manifestações abruptas e violentas,
convencendo a sociedade brasileira das vantagens em
ter abolido tal sistema. Além disso, criticou fortemente
a Igreja Católica, pela sua inércia em posicionar-se
contra a forma exploratória de trabalho humano,
dirigida pela escravidão. Além de Nabuco, é possível
mencionar outros pernambucanos que combateram a
escravidão do Brasil, tais como: José Mariano, Barros
Sobrinho, João Ramos, Alfredo Pinto, Phaelante da
Câmara, Vicente do Café e Leonor Porto. Em
Pernambuco, existiu a associação emancipatória
Clube de Cupim, criada em 1884, que alforriava os
cativos e dava-lhes proteção.
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HISTÓRIA
14. VOTO DE CABRESTO E A POLÍTICA DOS
GOVERNADORES
Você já ouviu falar do “voto de cabresto”? Sabe o
que ele significa? Imagina quando essa prática
política surgiu? E seus impactos na sociedade
brasileira? Vamos continuar nosso estudo,
iniciando o período republicano.
Após os governos militares, dos marechais Deodoro
da Fonseca e Floriano Peixoto, na chamada República
da Espada, os fazendeiros paulistas conseguiram
controlar a situação e assumir de fato a presidência da
República, tarefa que depois dividiram com os
fazendeiros de Minas Gerais.
A República Oligárquica é a denominação dada ao
período de 1894 a 1930, em que a política do país era
dirigida por oligarquias agrárias e por
representantes civis na presidência. Prudente de
Morais foi o primeiro presidente civil que favoreceu a
volta do poder às oligarquias agrárias, que até então
estavam limitadas a dominar somente o
Poder Legislativo.
Oligarquia é um regime político em que o poder é
exercido por um pequeno grupo de pessoas,
pertencentes ao mesmo partido, classe ou família. A
política que permaneceu no poder nesse período foi
chamada de Café com Leite, já que seus representantes
maiores eram São Paulo, maior produtor
e exportador de café do país, e Minas Gerais, que,
apesar de não ser o maior produtor de leite, se
dedicava em especial a esse produto. Nesse período,
os principais governantes do país estavam fortemente
ligados ao café, como é o caso de deputados,
senadores, governadores e presidentes do Brasil.
Os cafeicultores formavam o setor economicamente
mais poderoso da sociedade da época, o que lhes
gerava aliados em potencial. Eles não tiveram
dificuldades em manter o poder: faziam arranjos com
os coronéis, latifundiários que formavam as oligarquias
estaduais e regionais; fraudavam as eleições;
colocavam o exército e a polícia contra a população
que se revoltava. Nesse contexto, houve vários
movimentos sociais de resistência à nova ordem
política. Dentre os movimentos se destacam o
cangaço, o contestado, a guerra de Canudos, a revolta
contra a vacina obrigatória, contra a chibata e as
revoltas tenentistas.
O que é o Coronelismo, enquanto prática
política?
Durante a chamada Primeira República (1889-
-1930), apenas pessoas do sexo masculino que
tivessem mais de 21 anos de idade e fossem
alfabetizadas podiam votar. Esses brasileiros
privilegiados constituíam apenas 3% da população.
Isso significa que, no primeiro período de nossa
história republicana, somente três em cada cem
brasileiros podiam votar para escolher os governantes.
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 HISTÓRIA

Mas o fato de só 3% dos brasileiros serem eleitores
não era o único problema da Primeira República. Os
grandes fazendeiros dominavam a política e fizeram
um acordo entre eles: mineiros e paulistas se
revezariam na presidência da República.
Então, não havia eleições? Havia, só que eram uma
farsa. Elas eram feitas apenas para que houvesse a
aparência de que quem escolhia os governantes era o
povo. O governo lançava os candidatos e sempre
ganhava as eleições. Quando a oposição ameaçava
ganhar em algum lugar, as eleições eram falsificadas,
fraudadas: nomes de pessoas falecidas apareciam nas
atas de votação (os títulos não tinham a foto do
eleitor); assinaturas eram falsificadas; as atas eram
rasuradas com ponta de canivete e lixa.
família e amigos nos principais cargos do governo,
para controlar toda a máquina administrativa do
estado. Deputados, senadores, vereadores,
professores, chefes militares, da saúde pública, dos
correios e de outras repartições eram sempre parentes
ou pessoas intimamente ligadas ao presidente do
Estado. E, por sua vez, o presidente da República,
para se eleger e continuar no poder, precisava ter o
apoio da maioria dos coronéis e dos presidentes dos
estados. Em troca desse apoio os coronéis recebiam
dinheiro do governo federal, para realizar obras nos
seus domínios.
Na figura abaixo é possível verificar como funcionava
a Política dos Governadores, também conhecida como
Política dos Estados:

Quem mandava em tudo e em todos era o coronel: no

advogado, no padre, no professor, nas pessoas que
trabalhavam em suas fazendas. Ele era o grande
proprietário de terras, o latifundiário. Se houvesse
mais de um coronel no município, mandava aquele
que tinha mais jagunços, mais armas e mais vontade de
lutar. No dia das eleições, seus cabos eleitorais
entregavam a cédula fechada e preenchida aos eleitores
e os acompanhavam até a hora da votação para ver se
a colocavam na urna. Era o chamado “voto de
cabresto”. Assim, o candidato do coronel sempre saía
vitorioso. Essa prática gerava o chamado “curral Figura 12 - Fonte:
eleitoral”, eleitorado dominado pelos seus coronéis. https://filosofandoehistoriando.blogspot.com/2011/03/politica-
dos-governadores.html

O plano dependia da ação dos coronéis, grandes

proprietários de terras cujo título derivava de sua
participação na Guarda Nacional (instituição que,
durante o Império, assegurava a ordem interna). Eles
controlavam o eleitorado regional, faziam a
propaganda dos candidatos oficiais, fiscalizavam o
voto não secreto dos eleitores e a apuração.

O governo central também controlava a Comissão de

Verificação de Poderes do Congresso, que era responsável
pelos resultados eleitorais finais e pela diplomação dos
eleitos.

Partidos políticos e a Oligarquia em Pernambuco

Figura 11 - Charge de Storni, 1927. (Fundação Biblioteca Nacional, A Primeira República, de 1889 a 1930, conheceu a
Rio de Janeiro) predominância de partidos estaduais. Foram frustradas
as tentativas de organização de partidos nacionais,
“Política dos governadores” entre elas a de Francisco Glicério, com o Partido
Republicano Federal, e a de Pinheiro Machado, com o
Durante a República Velha, também chamada de Partido Republicano Conservador.
Primeira República, prevaleceu um esquema de poder
que ficou conhecido como "política dos governa- Depois dos dois primeiros presidentes militares
dores", montado por Campos Salles, eleito em 1898: o (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto), todos os
presidente da República apoiava os candidatos outros que governaram o Brasil durante a Primeira
indicados pelos governadores nas eleições estaduais e República (1889-1930) ou foram grandes fazendeiros
estes davam suporte ao indicado pelo presidente nas ou tiveram o apoio deles. Todos estavam, de alguma
eleições presidenciais. forma, ligados a São Paulo e a Minas Gerais.

Significa que o coronel mais poderoso do estado, ou Em Pernambuco, as oligarquias locais durante a
seja, aquele que tinha o apoio de um maior número de República Velha governavam de acordo com seus
coronéis, era “eleito” seu presidente. Esse chefe interesses particulares. Assim, uma política de
político, uma vez no poder, colocava membros de sua valorização e proteção à produção açucareira, com a
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criação de novos engenhos e estradas de ferro para
escoamento da mercadoria, foi uma característica da
história do estado de Pernambuco nessa fase. Os
principais nomes da época entre as oligarquias locais
eram o Conselheiro Rosa e Silva, que chegou a ser
vice-presidente do Brasil, e Dantas Barreto, que
disputaram posições políticas em Pernambuco. No
campo da indústria, destacam-se figuras como Batista
da Silva, Oton Bezerra de Melo, Manuel Borba,
Hermann Lundgren.
15. A INTERVENTORIA DE AGAMENON
MAGALHÃES EM PERNAMBUCO
Vamos ver o contexto político do Brasil anos
antes da interventoria de Agamenon Magalhães
em Pernambuco.
Os anos 1920 não foram tão dourados para a
República das Oligarquias e a chamada Política do
Café com Leite. Em 1922, os tenentes se rebelaram no
Forte de Copacabana (início do Tenentismo). Em
1924, ocorreu em São Paulo a Revolta do General
Isidoro Dias Lopes e um ano depois a Coluna Prestes.
Não podemos esquecer que o Rio Grande do Sul
também estava agitado desde o ano anterior.
Fechando a década, houve a queda da bolsa de valores
de Nova lorque com repercussões negativas em todo o
mundo. “A questão operária é uma questão de
polícia”, dizia Washington Luís, último presidente da
República Oligárquica, traduzindo o pensamento da
maioria dos empresários e políticos.
A revolução de 1930, movimento idealizado pela
classe média e pelas oligarquias mineira, paraibana e
gaúcha com o intuito de combater o sistema
oligárquico e o predomínio político paulista, deflagrou
uma crise no sistema da República Velha. No entanto,
por mais irônico que possa parecer tais objetivos (uma
oligarquia, querer derrubar o sistema oligárquico),
deve-se observar algumas dimensões alcançadas pelo
movimento.
No Brasil, o período de 1930 a 1937, foi politicamente
conturbado, uma vez que envolveu fatos que
agregaram e romperam forças governamentais, quer
nacionais, quer estaduais. Em março de 1930, Carlos
de Lima Cavalcanti apoiou o candidato Getúlio
Vargas, que concorria com Washington Luís à
Presidência da República. Como Getúlio saiu
derrotado da campanha, em outubro de 1930, Lima
Cavalcanti articulou, em Pernambuco, o movimento
armado que deporia o presidente Washington Luís.
Com o golpe, Vargas tornou-se presidente do Brasil e,
como “prêmio” pelo apoio político, nomeou Carlos de
Lima Cavalcanti interventor federal em Pernambuco.
► E como estava a situação em Pernambuco com o
golpe de 1930?
Nos primeiros anos do novo regime de governo, o
então interventor do estado de Pernambuco teve sua
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HISTÓRIA
atuação política marcada pela defesa da sindicalização
da classe operária, pelo incentivo às manifestações das
forças populares e pelo combate às propostas de
reconstitucionalização do País. Em paralelo, teve de
administrar, em outubro de 1931, um levante armado
deflagrado no 21º Batalhão de Caçadores, no Recife,
que se rebelara contra o seu governo e que, com a
ocupação de quartéis e delegacias, abalou o Recife por
três dias. No final, os participantes do movimento
foram presos e exilados em Fernando de Noronha,
onde sofreram maus tratos e perseguições. Em 1932,
deflagrada a Revolução Constitucionalista de São
Paulo, Lima Cavalcanti enviou seis mil homens para
auxiliar o Governo Federal no combate aos paulistas.
Julgou que, com este ato, recuperaria o seu prestígio
em nível nacional, enfraquecido com a rebelião de
1931, no Recife. Também em 1932, iniciou as
articulações que formalizaram a criação do Partido
Social Democrático (PSD).
Em 1935, foi eleito pela Assembleia
Legislativa governador constitucional de Pernambuco,
cargo que ocupou até 1937. Formou um novo
secretariado e, nesse período, implantou medidas
consideradas como avanços sociais para a época:
merenda escolar, escolas rurais, políticas urbanísticas e
financeiras, melhorias nos hospitais; criou o
Departamento de Assistência a Psicopatas e o Serviço
de Higiene Mental; na área de Educação, criou as
Escolas de Aperfeiçoamento, a Experimental, a
Normal Modelo e a de Educação Física; incentivou a
instrução rural nas escolas do interior, o ensino dos
trabalhos manuais; oficializou as Escolas de
Engenharia, de Medicina e a Superior de Agronomia;
organizou a Brigada Militar.
Liderado por setores da Aliança Nacional Libertadora
(ANL), em novembro de 1935, aconteceu um levante
esquerdista contra o governo federal. Alguns membros
do secretariado de Carlos de Lima, acusados de
participar daquele movimento, foram afastados de
seus cargos.
O prestígio de Lima Cavalcanti junto ao presidente
Getúlio Vargas, conquistado desde que fora
interventor federal em Pernambuco, começou a
diminuir. Alguns alegam que seus adversários políticos
e ex-aliados, como Agamenon Magalhães, acusaram-
no de apoiar os revolucionários. Outros alegam o
desapontamento do presidente Vargas ao saber do
provável apoio de Lima Cavalcanti à candidatura
de José Américo de Almeida à Presidência da
República (1937). O fato é que, em novembro de
1937, após a decretação do Estado Novo (1937-1945),
Carlos de Lima Cavalcanti foi deposto do governo
pernambucano.
Getúlio Vargas o convidou para assumir as
embaixadas brasileiras na Colômbia (1938), no México
(1939-1945) e em Cuba (1945).
Encerrada a ditadura e Getúlio Vargas deposto, Lima
Cavalcanti voltou ao Brasil e retomou sua vida política:
deputado constituinte (1945), eleito pela União
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Democrática Nacional (UDN) e deputado federal
(1946-1954/1956-1959). Em 1954, o presidente Café
Filho o nomeia presidente do Instituto do Açúcar e do
Álcool (IAA), função que exerceu até dezembro de
1955.
Em Pernambuco, o governador Carlos de Lima
Cavalcanti é deposto, sendo decretado o estado de
emergência. Getúlio nomeia Agamenon Magalhães
como o interventor federal do estado.
Assume Agamenon Magalhães: trajetória
ascensão política
Agamenon Sérgio de Godói Magalhães nasceu no dia
5 de novembro de 1894, na antiga cidade de Vila Bela,
hoje Serra Talhada, no Sertão pernambucano. Após a
sua formatura em Direito, é nomeado promotor
público da comarca de São Lourenço da Mata.
Agamenon entra no Partido Republicano Democrata
(PRD), elegendo-se deputado estadual em 1933. Em
julho de 1934, a convite de Vargas, assume o
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Já em
janeiro de 1937, é nomeado interino do Ministério da
Justiça, acumulando, assim, as duas pastas. Com o
advento da ditadura Varguista, é designado interventor
do estado de Pernambuco, modelando o que viria a
ser a gestão Estadonovista.
SE LIGA NA DICA!
Agamenon Magalhães reproduz em Pernambuco o
projeto do Estado Novo de Getúlio Vargas.
Talvez poucos estados tenham sido tão receptivos à
propaganda do Estado Novo quanto Pernambuco,
onde foi útil não apenas para manter a interventoria,
mas para persuadir a sociedade e transmitir para o
povo a “emoção do Estado Novo”, como afirmou o
próprio Agamenon. Essa emoção dita por Agamenon
era promovida justamente pelos meios de
comunicação da época, o jornal Folha da Manhã e a
Rádio Club, ambos subsidiados pelo governo para
servir de suporte ideológico para ser a voz do governo.
“Um governo que não escreve, não fala, não ouve,
nem age, é um governo que não se fará entender. É
surdo-mudo” (Folha da Manhã, Recife 23/II/41, p. 3).
SE LIGA NA DICA!
O Estado Novo era uma Ditadura. Portanto, um dos
seus mecanismos de manutenção era a censura e
controle dos meios de comunicação. Para assegurar
esse ponto, o próprio Agamenon era dono de um
jornal local.
O Jornal Folha da Manhã foi adquirido pelo
interventor em 1937 e, como forma de “massificar” a
mensagem a ser passada, Agamenon Magalhães
escrevia diariamente para o jornal, sempre dando sua
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HISTÓRIA
análise sobre os fatos e corroborando com a ideologia
implantada no Estado Novo. Um dos instrumentos
utilizados para propagar o jornal de modo mais amplo
foi o seu preço: a Folha da Manhã era o jornal mais
barato em circulação e tinha uma fácil linguagem, o
que aproximava ainda mais os leitores das notícias
fornecidas pelo governo.
Em decorrência de sua política de comoção social,
Agamenon Magalhães gozava de grande aprovação
entre a população e, com isso, pôde implementar
e algumas medidas na capital recifense, de acordo com
as diretrizes do Estado Novo. Entre tais medidas,
destaca-se a Liga Social Contra o Mocambo. Mocambos
eram moradias insalubres situadas no centro do
Recife. No entanto, o intuito de Agamenon, retirando
os moradores do local, não era a melhoria de vida
daquelas pessoas, e sim afastá-las do perigo do
comunismo que muito preocupava as elites naquele
momento, bem como promover o “embelezamento”
da cidade.
Exterminar o mocambo significava o ideário do
Estado Novo, que representava o homem novo, o
moderno em detrimento do velho, atrasado e
perigoso. Enxergava-se no mocambo uma célula
doente na sociedade, um receptáculo, uma porta para
o perigo soviético adentrar. O intuito após a derrubada
das moradias era a criação de vilas populares, moradias
limpas e seguras para manter a ordem social, e
promover a libertação do ser humano de toda a
situação degradante em que vivia.
Já ouviu falar em Lei Agamenon?
Ainda no contexto do Estado Novo, o Código
Eleitoral, chamado também de "Lei Agamenon", abria
caminho para o Tribunal Superior Eleitoral conceder o
registro ou a cassação de partidos políticos, mediante
os princípios constitucionais. Desse modo, era
possível ser negado o registro de qualquer partido que
ameaçasse a ordem “democrática”.
Com base nesses pressupostos, em 1947, o Partido
Comunista Brasileiro - liderado por Luís Carlos
Prestes – vinha a ter o seu registro cassado. O
princípio do voto proporcional para as casas
legislativas vinha também do Código Eleitoral
proposto por Agamenon Magalhães.
Contra o Estado Novo, porém, havia conspiração por
toda a parte. Os estudantes, intelectuais e lideranças
populares protestavam contra Getúlio Vargas em
favor da candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes à
Presidência da República. Houve uma manifestação
nesse sentido na Praça da Independência, no dia 3 de
março de 1945.
Muitos agentes da repressão, no entanto, se
encontravam infiltrados na multidão. E, enquanto o
jornalista Aníbal Fernandes discursava na sacada do
Diário de Pernambuco, ouviam-se alguns disparos: o
estudante de Direito, Demócrito de Souza Filho, que
estava perto do orador, é atingido por tiros, vindo a
falecer. O carvoeiro Manoel Elias, que se encontrava
21

no meio do grande grupo, também perdia a sua vida.
Esse episódio sangrento tornara-se uma bandeira
contra o regime e as forças repressivas do Estado
Novo e em prol de uma urgente democratização.
A essa altura, o Estado Novo se encontrava bastante
estagnado e todos desejavam a volta do Estado de
Direito e da legalidade. Sendo assim, as elites políticas
comandaram a transição para um regime democrático.
16. MOVIMENTOS SOCIAIS E REPRESSÃO
DURANTE A DITATURA CIVIL-MILITAR EM
PERNAMBUCO
Vamos agora estudar o contexto político de
Pernambuco no início da ditadura civil-militar do
Brasil (1964-1985). A atenção inicial será dada a um
personagem político muito conhecido: Miguel Arraes.
O dia 31 de março de 1964, em Pernambuco, data em
que o golpe foi instaurado, marcou o início de
mudanças no cenário político do estado. Com os
tanques do IV Exército sitiando as ruas do Recife,
ocorre a prisão do Governador Miguel Arraes no
Palácio do Campo das Princesas, que era ex-prefeito
da capital e estava no seu segundo ano de mandato
como governador quando foi deposto pelos militares.
Político de grande popularidade, Arraes figurava como
principal líder e representante do que se definia como
Frente do Recife.
Entender esse grupo político e as ações
governamentais de Arraes e suas consequências
significa explorar, justamente, a dinâmica política e
social de Pernambuco durante boa parte das décadas
de 1950 e 1960. Os conflitos ocorridos nas ruas da
capital pernambucana dão a comprovação de que
existiu uma oposição civil ao golpe de Estado. Na
verdade, houve até uma resistência militar por meio
das ações de Hango Trench, comandante-geral da
Polícia Militar, que armou trincheiras e convocou seus
companheiros a defender a legalidade.
CURIOSIDADE
Entrevista da pesquisadora Eliane Moury
Fernandes, que rememora o cotidiano do golpe
em Pernambuco:
“No dia 31 de março, à noite, as forças do Exército ocuparam
uma grande parte do Recife, principalmente o 14° RI, o RO de
Olinda, as outras unidades todas ocuparam posições já dentro
da cidade do Recife. A Polícia Militar, por sua vez, ocupava
outra parte; então a cidade era uma cidade ocupada. O Palácio
do Governo estava cercado e protegido. Então, era praticamente
duas forças que se defrontavam, nitidamente em oposição”
(TRENCH, Hangho. Entrevista concedida à pesquisadora Eliane
Moury Fernandes para o Programa de História Oral. Fundação
Joaquim Nabuco. São Paulo: 1983. Apud: BARRETO, Túlio V;
FERREIRA, Laurindo. Op. Cit., p. 77).
22
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HISTÓRIA
Um episódio marcante esse contexto foram as Ligas
Camponesas que surgiram em 1946 e foram
extremamente importantes no debate sobre a reforma
agrária durante a ditadura militar. No plano nacional, o
maior destaque coube à liderança de Francisco Julião,
que aglutinou o movimento em torno de seu nome e
de sua figura, reunindo estudantes, idealistas,
visionários, alguns intelectuais.
Julião foi eleito deputado federal por Pernambuco
após ter sido deputado estadual no mesmo estado. Foi
nesse momento que as Ligas Camponesas chegaram
ao ápice de seu prestígio político. A partir de 1962,
essa influência decaiu, embora Francisco Julião
mantivesse o movimento. A notoriedade se deveu em
grande parte às repercussões internacionais das Ligas.
De fato, a Revolução Cubana alertou os políticos e a
opinião pública dos EUA para os perigos de outros
focos revolucionários semelhantes, e o temor recaiu
sobre o Nordeste brasileiro.
Em Recife, outra importante organização social, assim
como as Ligas Camponesas, diz respeito ao
movimento estudantil, que, assim como em diversas
capitais do Brasil, colocava-se em oposição ao
governo. No entanto, essa oposição não era feita de
forma livre e tranquila. O governo havia criado o
Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) sob
a lógica da vigilância, censura e repressão dessa rede de
informações. A pesquisadora Gislene Lacerda
apresenta um panorama de três momentos distintos
do movimento em Recife:
“[...] no primeiro momento, de 1974 a 1976, o vigor da
ditadura ainda marcava fortemente o cenário nacional,
tendo o movimento estudantil iniciado as ações de
caráter de resistência contra o regime, contudo sem
grandes lutas políticas. De 1977 a 1979, o ME se
apresentou como protagonista, [...] em que os
estudantes foram os responsáveis por reconduzir a
luta da sociedade civil pelo retorno da democracia,
mudando de uma pauta de pura resistência vivenciada
na década de 1960, para uma pauta de luta
democrática. Nesse sentido, o ano de 1979 constitui
um marco, um divisor de águas entre dois momentos.
A partir de 1979, o movimento estudantil, que
protagonizara a cena no período anterior, passa a
coadjuvante, atuando num cenário cada vez mais
habitado por outros movimentos sociais, com
destaque para o movimento sindical. Nesse período, as
greves do ABC paulista, o fim do AI-5, a Lei da
Anistia e o fim do bipartidarismo configuram uma
mudança de contexto, dando as marcas para o terceiro
momento do Movimento Estudantil. Entre 1980 e
1984, o Movimento Estudantil perde o protagonismo,
mas permanece como sujeito em constante
mobilização e luta.” (LACERDA, 2010, p. 16).
Outro personagem importante de resistência à
ditadura no estado foi o cearense Dom Hélder Câmara,
arcebispo de Olinda e Recife entre os anos de 1864-
85. Defensor dos direitos humanos, ele lutou contra as
injustiças sociais e foi um líder contra o autoritarismo.
Participou de manifestações de rua contra a ditadura e,
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por isso, foi perseguido pelo regime e acusado de ser
comunista. Adepto da não violência, ele fez
pronunciamentos no exterior, nos quais denunciava a
prática de torturas e presos políticos no Brasil.
Figura 13 - Dom Hélder Câmara. Fonte:
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/comissao-da-
verdade-denuncia-manobra-da-ditadura-contra-nobel-a-d-helder-
camara/
Movimentos liderados por bases sindicais, guerrilhas e
intelectuais, além dos estudantes e outras agremiações,
marcaram o cotidiano de resistência ao regime militar
no Brasil e, por extensão, em Pernambuco,
caracterizando o período como de extrema
instabilidade na nossa história.
17. HERANÇA AFRODESCENDENTE
PERNAMBUCO
A colonização do Brasil estimulou e criou condições
para o surgimento de uma população mestiça e plural
em suas significações. Encontramos uma sociedade
marcada pela diversidade de expressões culturais, com
gestos de espontaneidade, próprios da sociedade
brasileira. Mas isso é o reflexo da formação do nosso
país e dos caminhos trilhados pelos séculos passados
resultantes dos intensos contatos, encontros e
desencontros entre povos.
A partir de 1500, o que hoje se entende como
território brasileiro passou por intensas
ressignificações, em função das condições impostas,
resistências, lutas, negociações e acomodações geradas
no “descobrimento” do Brasil pelos europeus.
Os contatos entre índios, portugueses e africanos
criaram relações que foram muito além da necessidade
de mão de obra (escravidão) ou das relações
econômicas (comércio atlântico de africanos) e
forçaram milhões de pessoas a recomeçarem suas
respectivas vidas em meio a condições muitas vezes
adversas ou distantes de suas antigas realidades sociais.
Foi o caso dos sujeitos escravizados que, muito longe
de terem sido submissos ou coniventes com sua
situação, dispuseram-se em inúmeras revoltas que
colocaram o Estado português em cheque, revelando
formas de resistências, muitas vezes violentas e
abruptas. Mas elas também se desenvolveram a partir
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HISTÓRIA
da manutenção de valores e símbolos próprios de sua
cultura nativa, ou seja, despejaram na América práticas
culturais e rituais africanos que, embora
caracterizassem a necessidade dos cativos de preservar
certas tradições, na prática esses contatos provocaram
a mistura com valores indígenas e europeus, criando
uma sociedade plenamente mestiça em sua origem.
Processo intensificado com o aumento na quantidade
de europeus e africanos deslocados ao Brasil.
Figura 14 - Na música, na cor, na dança, os traços da miscigenação
cultural é a marca da sociedade brasileira. Fonte:
http://portomaravilha.com.br/noticiasdetalhe/4101
Pernambuco, juntamente com a Bahia e o Rio de
Janeiro, foi a principal região articuladora do tráfico
atlântico de escravos no Brasil, circuito comercial que
permitiu o encontro de culturas distintas, mas que se
reinventaram diante de novas situações regionais.
Nelas, é possível sentir o fervor de africanos em suas
EM diferentes etnias, como o nome de ruas e lugares, os
formatos de construções arquitetônicas, costumes
locais através de gírias ou práticas medicinais.
O reflexo dos encontros culturais é percebido nas
atividades que hoje os brasileiros compram para si,
como o caso do carnaval e seus cortejos alegóricos. As
irmandades negras, comidas, vestimentas, formas de
falar, andar, a cor da pele, tudo isso é fruto de valores
culturalmente construídos e reformados ao longo dos
anos.
O século XIX passou como um período problemático
ao ambiente criado no Brasil, em que a miscigenação
era algo negativo, sobretudo o contato com o negro,
denegrindo o ser humano a partir de concepções
como cor de pele ou origem social. Essa forma de
situar os homens e mulheres ainda hoje tem seus
reflexos negativos, com o índice de pobreza
concentrado nos negros, além de variadas formas de
preconceito presentes em nossa sociedade em pleno
século XXI.
Porém, como já percebia Gilberto Freyre, a presença
de africanos foi positiva para a originalidade do povo
brasileiro, com suas formas de viver, companheirismo
e apreciação da vida. Sem dúvida, a herança
afrodescendente do Brasil precisa ser mais valorizada,
não apenas pelos aspectos culturais e valores
facilmente identificados no nosso cotidiano, mas,
sobretudo, valorizar as lutas contra a discriminação
racial e colocar os mestiços e negros na posição da
qual eles nunca deveriam ser retirados: formadores do
Brasil.
23

Figura 15 - Fonte:
https://influencianegranobrasil.wordpress.com/2012/03/19/a-
contribuicao-do-negro-no-folclore-danca-musica-literatura-e-
outros/
18. PROCESSO POLÍTICO EM PERNAMBUCO
(2001-2015)
Para finalizar os estudos de história, vamos agora
conhecer um pouco sobre as atividades políticas em
Pernambuco no novo milênio. Dividiremos o
conteúdo de acordo com os governadores.
Jarbas Vasconcelos (1999/2003)
Jarbas Vasconcelos foi eleito em 1999 pelo Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB),
sucedendo Miguel Arraes, do Partido Socialista
Brasileiro (PSB). Um fato importante para analisar o
primeiro (99/03), e o segundo (03/06) governos de
Jarbas Vasconcelos é a aliança entre PMDB, PFL e
PSDB no estado, que culminou com a “União por
Pernambuco”. Pode-se afirmar que se tratava de uma
aliança meramente eleitoral (não havendo intenção de
fusionamento partidário após as eleições), uma vez
que os partidos convergiam no mesmo campo político
e ideológico.
Jarbas pôde usufruir de um contexto muito favorável,
sendo o principal de caráter político, uma vez que
mantinha íntimas relações com Marco Maciel, vice-
presidente da República, e com o presidente Fernando
Henrique Cardoso. Outro fator favorável ao governo
de Vasconcelos é o cenário econômico no que tange à
disponibilidade de recursos oriundos da privatização
de uma das maiores empresas do estado na época, a
CELPE (Companhia Energética de Pernambuco).
Sendo assim, algumas obras foram realizadas, como
barragens e adutoras no interior do estado para
combater a seca, e a principal obra de sua gestão, a
duplicação da BR-232, no trecho que liga Recife a
Caruaru, ou seja, 153 km. Ao final do seu primeiro
mandato, Jarbas já havia utilizado 72% dos recursos
oriundos da venda da CELPE.
Jarbas Vasconcelos (2003/2006)
Tendo rejeitado o convite para compor a chapa do
peemedebista José Serra à Presidência da República,
Jarbas Vasconcelos optou por disputar mais uma
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HISTÓRIA
eleição para governador do estado de Pernambuco. A
sua segunda etapa junto ao governo não desfrutou
mais dos mesmos benefícios do primeiro mandato. A
ascensão de Luiz Inácio Lula da Silva ao governo
federal e a escassez de recursos para implantar obras
fizeram com que seu segundo mandato fosse de
maiores dificuldades.
O governador Jarbas Vasconcelos chegou ao final do
governo em uma posição aparentemente incômoda,
comprimido, de um lado, por uma gestão petista na
Prefeitura do Recife, e, de outro, pelo governo Lula,
do qual dependia para obter os recursos necessários à
continuidade das obras em andamento, inicialmente
financiadas pela privatização da Celpe, ou para
começar novas obras e realizar os serviços básicos de
que o estado necessitava, em especial na área social.
Figura 16 - Jarbas Vasconcelos.
Eduardo Campos (2007/2014)
Em 1990, filiou-se ao PSB, pelo qual foi eleito
deputado estadual. Chegou ao Congresso Nacional em
1994 e, no ano seguinte, foi secretário da Fazenda. Foi
reeleito em 1998 para a Câmara Federal como
deputado mais votado de Pernambuco. Seu terceiro
mandato como deputado veio em 2002, quando se
tornou um dos principais articuladores do governo
Luiz Inácio Lula da Silva. No ano seguinte, assumiu o
Ministério da Ciência e Tecnologia e, em 2005, chegou
à presidência nacional de seu partido.
Foi eleito governador de Pernambuco em 2006. Com
altos índices de popularidade e governo bem avaliado,
conquistou a reeleição ainda no primeiro turno,
tornando-se o governador mais bem votado do Brasil
em 2010. Em 2014, lançou-se candidato à Presidência
pelo PSB.
Eduardo Campos cumpriu seu programa de governo
com a construção de três hospitais, 14 Unidades de
Pronto Atendimento (UPA) e 13 escolas técnicas em
todas as regiões do estado. Lançou o programa de
segurança, "Pacto pela Vida", que reduziu os índices
de criminalidade do estado. Com a ampliação do porto
de SUAPE e a construção do Estaleiro Atlântico Sul, a
economia do Estado apresentou índices de
crescimento econômico superiores aos do Brasil.
Eduardo Campos deixou o cargo de governador de
Pernambuco no início de 2014 para se dedicar à
campanha presidencial. Lançou sua chapa com Marina
Silva, ex-ministra do Meio Ambiente. A chapa
Eduardo e Marina estava em terceiro lugar nas
pesquisas de intenção de voto.
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No entanto, por conta de um acidente aéreo em 13 de e) a teoria de Bering parte do pressuposto que o homem
agosto do mesmo ano, Eduardo Campos veio a chegou na América do Norte em uma fase climática
falecer, comovendo todo o país em torno do seu conhecida de interglaciação.
nome.
3. (PMPE-2016) “...não se pode ignorar o NE na hora de se
discutir a antiguidade do homem na América e as vias de
dispersão por ele percorridas, não importando se foi há 20, 30
ou 40 mil anos... É conhecida de todos a longa sequência
estratigráfica lograda no Sítio do Boqueirão da Pedra Furada,
que pode significar a permanência do homem pré-histórico nesse
sítio, a partir de 48 mil anos. Mas a Pedra furada não é um
caso único.”

(MARTIM, G. Pré-História do Nordeste: pesquisas e pesquisadores.

Clio Arqueológica, Recife: UFPE, n° 12, p. 7-15. ano 1997. p.11.
Adaptado.
Figura 17 - Local da tragédia onde o jatinho que transportava
Eduardo Campos caiu em Santos, no litoral de São Paulo.
Em Pernambuco, por exemplo, localizado no
município de Buíque, o sítio de “Alcobaça”
possui um dos maiores e mais representativos
painéis de figura rupestre do estado, que, por seu
EXERCÍCIOS tamanho e complexidade, é de grande relevância
1. Segundo a explicação mais difundida sobre o para o entendimento da pré-história local e
povoamento da América, grupos asiáticos teriam nacional. Em relação ao estudo do período pré-
chegado a esse continente pelo Estreito de colonial sobre o atual estado de Pernambuco,
Bering, há 18 mil anos. A partir dessa região, assinale a alternativa INCORRETA.
localizada no extremo noroeste do continente a) O sítio “Furna do Estrago”, localizado no município
americano, esses grupos e seus descendentes do Brejo da Madre de Deus, é de grande importância
teriam migrado, pouco a pouco, para outras áreas, para o entendimento dos grupos que habitaram o atual
chegando até a porção sul do continente. agreste nordestino, uma vez que permite se entender
Entretanto, por meio de estudos arqueológicos um pouco mais sobre os rituais funerários da época.
realizados no Parque Nacional da Serra da b) O material arqueológico, encontrado nos sítios que
Capivara (Piauí), foram descobertos vestígios da remontam ao período pré-colonial do estado, é
presença humana que teriam até 50 mil anos de fundamental para se entender o povoamento da
idade. Validadas, as provas materiais encontradas região, bem como parte das características
pelos arqueólogos no Piauí: socioculturais daqueles que os utilizaram.
a) comprovam que grupos de origem africana cruzaram o c) As figuras rupestres, encontradas em vários sítios de
oceano Atlântico até o Piauí há 18 mil anos. Pernambuco, são de grande relevância para a
b) confirmam que o homem surgiu primeiramente na compreensão das populações que habitaram as terras
América do Norte e, depois, povoou os outros pertencentes hoje a esse estado.
continentes. d) Embora a região da Zona da Mata também possua
c) contestam a teoria de que o homem americano surgiu vestígios da presença dos Homo Sapiens Sapiens, o
primeiro na América do Sul e, depois, cruzou o Agreste e o Sertão pernambucano, durante o longo
Estreito de Bering. período pré-colonial, são os locais onde pode ser
d) confirmam que grupos de origem asiática cruzaram o encontrado o maior número de sítios arqueológicos do
Estreito de Bering há 18 mil anos. Estado.
e) contestam a teoria de que o povoamento da América e) Embora “Alcobaça” possua grande representatividade
teria iniciado há 18 mil anos. entre os arqueólogos, o estado de Pernambuco, como
um todo, tem pouca importância para o entendimento
2. Acerca das teorias explicativas sobre o processo do período
de povoamento da América, marque a alternativa
correta: 4. Leia o trecho a seguir:
a) A chegada do homem americano ainda é um tema
obscuro, sem muitas certezas. No entanto, é possível “Na década de oitenta foram encontrados oitenta e três
assegurar que os grupos humanos são oriundos da esqueletos, entre adultos e crianças, na Furna do Estrago
África. pela professora Janette Lima e sua equipe de arqueologia
b) A teoria a qual afirma que o homem emigrou para a da Universidade Católica de Pernambuco, dentre os quais,
América por meio do continente oceânico é chamada encontra-se o Flautista, talvez o mais famoso esqueleto do
ilhas da polinésia. local, que é chamado assim por ter sido encontrado com
c) a única explicação para o processo de povoamento da uma flauta além de pinturas rupestres, artefatos utilizados
América se sustenta entre os cientistas do Estreito de pelos grupos humanos que habitaram o local em diversas
Bering. épocas, restos de fogueiras e alimentos”. SILVA, George;
d) o autoctonismo é a principal teoria sobre a presença MELO, Soyonara. SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DE
do homem americano, por meio do seu surgimento no PERNAMBUCO: UMA ABORDAGEM CULTURAL.
próprio continente. V Colóquio de História, p. 1307.

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A passagem acima descreve artefatos e objetos
encontrados em sítios arqueológicos no estado de
Pernambuco. Com base em seus conhecimentos e na
descrição acima, marque a alternativa INCORRETA:
a) a preservação dos sítios requer muito trabalho e
cuidado, uma vez que parte dos objetos pode se desgastar
facilmente, gerando a perda de fragmentos históricos.
b) o flautista se destaca entre os esqueletos encontrados
nos sítios arqueológicos de Pernambuco, que ganhou
expressão por conta do objeto encontrado ao seu redor.
c) as pinturas rupestres são registros variados que
englobam diversas ações humanas, incluindo a
representação de seres divinos e guerras tribais.
d) As fogueiras e restos de alimentos são indicativos da
forma como o ser humano se relacionava com a natureza
e a transformava para suas necessidades.
e) apesar da variedade de registros, pouca coisa está
conservada, fazendo com que seja quase impossível
revelar histórias sobre os nativos brasileiros antes da
chegada dos europeus por causa da ausência da escrita.
5. Ao longo de séculos, os grupos nativos do Brasil
viveram com seus costumes e crenças. Eles tinham
hábitos cotidianos que chamaram a atenção dos
portugueses, especialmente de gostos e formas de
agir em sociedade que se diferenciavam bastante dos
estrangeiros e invasores. Acerca das culturas
indígenas antes da presença dos portugueses no
Brasil, marque a alternativa correta:
a) Os nativos do litoral pernambucano eram ágrafos, ou seja,
não possuíam o domínio da escrita, o que inviabilizou
estudos sobre a sua cultura.
b) As comunidades nativas do Brasil viviam no estágio
paleolítico e atrasado do progresso humano, pois
dependiam apenas da caça e da coleta.
c) Dentre as principais formas de manifestação cultural, a
guerra era um elemento definidor do status e privilégios
que um homem poderia ter, a exemplo da possibilidade de
obter casamentos com várias mulheres.
d) O domínio de terras e da agricultura por parte de alguns
homens permitia a formação de rígidas hierarquias sociais.
e) As mulheres detinham pouco valor para essas sociedades,
uma vez que seus serviços se resumiam a atividades
caseiras, como o cuidado com os filhos e a preparação de
alimentos.
6. Quando se fala em culturas indígenas antes da
chegada dos europeus em Pernambuco
invariavelmente nos remetemos aos sítios
arqueológicos espalhados pelo estado que remontam
a centenas de anos. Sobre esse tema, marque a
alternativa INCORRETA:
a) Os sítios estão localizados essencialmente nas regiões
interioranas, conservando variados registros
produzidos pelos nativos.
b) Nessas regiões é possível encontrar as pinturas
rupestres, que são extremamente importantes, pois
apresentam representações da vida cotidiana.
c) os rituais funerários podem ser compreendidos
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HISTÓRIA
parcialmente por meio dos estudos das escavações e
dos cemitérios indígenas.
d) as ferramentas indicam os instrumentos utilizados para
o sustento e a sobrevivência dos povos antigos,
aplicados, por exemplo, em guerras e na caça.
e) apesar de apresentar formas variadas de registro
arqueológico, o conjunto de sítios aponta a unicidade
de etnias que viviam no estado de Pernambuco antes
da chegada dos europeus.
7. Os sítios arqueológicos são os principais locais de
preservação dos elementos culturais e sociais das
populações nativas antes da chegada dos
europeus na América. Nessas regiões, é muito
comum encontrar as pinturas rupestres, como se
pode observar na imagem abaixo retirada do
Parque Nacional do Vale do Catimbau:
Fonte: https://www.360meridianos.com/especial/vale-
do-catimbau-pinturas-rupestres
Sobre esse tema, é correto afirmar:
a) Em Pernambuco, existem diversas tradições
pictóricas formadas pelas pinturas rupestres. A mais
comum encontrada no estado é a Tradição
Nordeste.
b) O único formato pictórico existente em Pernambuco
é a Tradição Itacoatiara, aquela que é marcada por
desenhos em relevo.
c) Por meio das pinturas é possível analisar aspectos
sobre o cotidiano das populações indígenas, bem
como dos rituais fúnebres associados às divindades
bélicas.
d) O mais importante objeto dentro dos sítios são os
fósseis, pois apenas eles podem expor elementos
sobre as pessoas que viviam na época.
e) Pernambuco é o estado brasileiro que mais apresenta
a conservação de pinturas rupestres no país, o que
torna a região a mais bem preservada.
8. (PMPE-2016) Com relação ao tipo de organização
social predominante entre os grupos indígenas
que habitavam o litoral do atual estado de
Pernambuco no momento dos primeiros contatos
com os europeus, assinale a alternativa
CORRETA.
a) As tribos tupi do litoral de Pernambuco pré-colonial
possuíam uma população de algumas centenas de
indivíduos, divididos em pequenas aldeias espalhadas
pelos quilômetros da costa entre o Rio São Francisco e
o Canal de Santa Cruz.
b) A maioria dos grupos indígenas que habitava a atual
costa de Pernambuco no período da conquista era de
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língua Tupi, organizava-se em aldeias de milhares de
indivíduos, cujos laços sociais principais eram
firmados em linhagens e parentescos, e onde a divisão
de trabalho baseava-se, principalmente, em quesitos de
gênero e idade.
c) Os grupos tupi que ocupavam o território do atual
estado de Pernambuco no momento da conquista se
organizavam em tribos de caçadores nômades que
cultuavam divindades representando espíritos da
natureza, como Tupã.
d) Todos os grupos indígenas que ocupavam o atual
estado do Pernambuco no momento da conquista
praticavam rituais antropofágicos, associados com o
culto às divindades bélicas.
e) Os grupos indígenas tapuia que ocupavam todo o
litoral do atual estado de Pernambuco durante o
processo de conquista tinham suas estruturas sociais
baseadas em linhagens e parentescos, divisão de
trabalho por gênero e idade, praticavam a agricultura
sazonal e possuíam uma cultura na qual os principais
valores sociais giravam em torno da guerra.
9. Acerca das características dos povos nativos do
litoral pernambucano antes da chegada dos
europeus, marque a alternativa CORRETA:
a) organizavam-se em grupos nômades, cultuando
divindades relacionadas à natureza.
b) eram formados por linhagens e parentescos,
destacando-se a alta densidade populacional e a
formação de rígidas hierarquias sociais.
c) viviam essencialmente da agricultura, onde realizavam
sua produção de subsistência, mas também
trabalhavam na caça e na coleta.
d) tinham aldeias espalhadas por todo o litoral, vivendo
do trabalho feminino e sustentando-se nas trocas com
os portugueses.
e) tinham na guerra um forte elemento de ligação
cultural, apesar de serem grupos selvagens e bárbaros,
pois praticavam o canibalismo.
10. Durante o século XVI, os portugueses iniciaram o
processo de ocupação no território americano,
realizando a conquista e colonização do território.
A região que mais se destacou durante esse
século foi a capitania de Pernambuco. Sobre esse
contexto, identifique a alternativa correta:
a) A colonização da capitania se deu de forma rápida e
progressiva, graças ao apoio que Duarte Coelho
ofereceu na construção das cidades.
b) As capitanias hereditárias se destacavam pelo poder
descentralizado, em que os donatários assumiam
grandes responsabilidades de governo e administração.
c) A produção açucareira foi a única forma de produção
econômica da capitania. Não é à toa, que a
especialidade de Pernambuco foi a exportação desse
produto.
d) Os familiares que chegaram na capitania junto com
Duarte Coelho também exerceram um papel
importante na colonização. A exemplo do filho do
donatário que se casou com a filha de um cacique
Tabajara.
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HISTÓRIA
e) O primeiro grande povoado construído em
Pernambuco foi Goiana, local em que se encontra a
igreja dos Santos Cosme e Damião, fundada no início
da colonização.
11. (PMPE-2018)
“Curiosamente, a modalidade inicial que o sentimento
nativista assume nas crônicas do primeiro século de
colonização (1532-1630) não consiste, como ocorrerá
adiante, na afirmação da originalidade da nova terra, mas
ao contrário no orgulho pela lusitanidade que já
caracterizaria a vida cotidiana nos principais núcleos de
povoamento.”
(MELLO, Evaldo Cabral. “Uma Nova Lusitânia. In: MOTA, Carlos
Guilherme. Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).
Em relação ao primeiro século de colonização,
assinale a alternativa CORRETA.
a) A expansão territorial da capitania de Pernambuco se
deveu mais ao seu primeiro donatário, Duarte Coelho,
que a seus filhos e cunhado, Jerônimo de
Albuquerque. Estes se detiveram a consolidar a região
habitada.
b) A conquista da porção interiorana da capitania de
Pernambuco, principalmente a região designada por
sertões, foi facilitada pela docilidade dos grupos
indígenas que ali habitavam.
c) Em Igarassu, ainda na primeira metade do século XVI,
os colonos portugueses enfrentaram a resistência dos
nativos, que cercaram essa vila por muitos dias, tendo
que contar com o apoio dos que habitavam em
Itamaracá para romper o cerco indígena.
d) Os franceses foram grandes aliados dos portugueses
na defesa do norte do Brasil e da Guiana Francesa.
Em Pernambuco, por exemplo, as tropas dessas duas
nações repeliram os caetés.
e) Como a sociedade era extremamente patriarcal, o
comando da capitania de Pernambuco, quando da
ausência de Duarte Coelho, ficava sob a
responsabilidade do seu cunhado, uma vez que D.
Beatriz de Albuquerque, sua esposa, era considerada
inapta à tarefa.
12. A capitania de Pernambuco se destacou como
uma das primeiras que concentrou a colonização
na América portuguesa. Durante o século XVI, a
presença de estrangeiros ficou marcada pela
ocupação da família de Duarte Coelho. Acerca
desse tema, marque a alternativa CORRETA:
a) o donatário encontrou, inicialmente, grupos indígenas
de língua tapuia, incluindo uma imensa população que
ia desde o Ceará até Sergipe.
b) as populações nativas que ocupavam boa parte do
litoral de Pernambuco eram os Tabajaras e Caetés,
grupos aliados que fizeram muita resistência a
presença portuguesa na América.
c) apesar dos conflitos iniciais, os portugueses romperam
o cerco indígena e ampliaram rapidamente a
construção de povoados pelo litoral.
d) o suporte para o desenvolvimento da colonização veio
da família do donatário e da contratação de artesãos
especializados na plantação de açúcar.
e) A exceção de Brites de Albuquerque, as demais
mulheres da época não tinham poderes de
27

administração de seus bens, bem como de direitos
sobre seus filhos.
13. (PMPE-2018)
Para Celso Furtado, “Cada um dos problemas
referidos – técnica de produção, criação de mercado,
financiamento, mão-de-obra – pôde ser resolvido no
tempo oportuno, independentemente da existência de
um plano geral preestabelecido. O que importa ter em
conta é que houve um conjunto de circunstâncias
favoráveis sem o qual a empresa não teria conhecido o
enorme êxito que alcançou.”
(FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil.)
Em relação à economia açucareira no período
colonial, assinale a alternativa CORRETA.
a) Sem possuir uma experiência concreta no cultivo e
produção do açúcar, Portugal, inicialmente, teve
dificuldades em implementar o empreendimento
açucareiro no território da Capitania de Pernambuco.
b) A mentalidade da colonização portuguesa fez com que
os recursos obtidos no comércio do açúcar fossem
transferidos para a metrópole, não permitindo o
desenvolvimento da Capitania de Pernambuco nem
altos investimentos na produção açucareira.
c) Muito importante para a comercialização do açúcar
durante o “Período holandês”, os cristãos novos de
origem judaica praticamente não tiveram acesso ao
tráfico do açúcar no período colonial em Pernambuco,
pois a Santa Inquisição proibia a participação destes.
d) Os escravos africanos, ao contrário dos indígenas da
América Portuguesa, não estavam habituados a
manejar lavouras destinadas à produção capitalista, o
que dificultou, mas não impossibilitou, a introdução
daqueles no empreendimento do açúcar.
e) Duarte Coelho assumiu um papel agressivo no
lançamento do empreendimento açucareiro na
Capitania de Pernambuco, trazendo para esta artesãos
e especialistas das ilhas do Atlântico.
14. A produção açucareira foi muito importante no
processo colonizador português na América, em
especial na capitania de Pernambuco. Sobre a
relação entre esse produto econômico e a
sociedade colonial, marque a alternativa correta:
a) O açúcar foi o único grande produto de exportação
que atendeu a economia colonial, com importante
base escravocrata.
b) O açúcar era plantado com base na plantation, cujos
elementos básicos eram o latifúndio, a monocultura,
a exportação e a escravidão.
c) Os senhores de engenho, também conhecidos como
açucarocracia, tinham seu poder de comando
reduzido às suas plantações e engenhos.
d) Os escravos eram a base da economia colonial.
Primeiramente os cativos eram africanos e, em
seguida, foram substituídos pelos indígenas.
e) Portugal tinha conhecimento da plantação do açúcar
nas ilhas atlânticas, mas não das capitanias
hereditárias.
15. (Cesgranrio) A Igreja Católica teve papel
relevante no processo de colonização, que pode
ser constatado:
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HISTÓRIA
a) na Catequese que, promovendo a integração do índio
aos padrões europeus e cristãos, favoreceu a sua
emancipação.
b) na Educação, através das Ordens Religiosas, a Igreja
monopolizou as instituições de ensino até o século
XVIII.
c) nas Missões, que, ao reunirem os contingentes
indígenas, facilitavam o fornecimento de mão-de-obra
para a lavoura.
d) na defesa das Fronteiras, sendo as missões a primeira
defesa por onde penetraram estrangeiros no Brasil.
e) na administração, ocupando o clero a maior parte dos
cargos públicos que exigiam melhor nível de instrução.
16. (Ibmecsp 2009) A Companhia de Jesus foi criada na
Espanha em 1534 no contexto da Contrarreforma,
tendo uma atuação importante no processo
colonizador da América Portuguesa. Sobre a
atuação da Companhia de Jesus na colonização do
Brasil podemos afirmar que:
a) Os jesuítas foram responsáveis pela fundação das
primeiras cidades brasileiras como São Paulo, São
Vicente e Salvador. A catequização dos indígenas era
feita em reduções onde eles permaneciam em regime de
escravidão.
b) Os jesuítas se destacaram na ação educativa e
catequizadora dos grupos indígenas brasileiros. Vários
missionários jesuítas moravam nas aldeias procurando
conhecer os hábitos, a cultura e respeitando a
religiosidade indígena.
c) A educação foi um dos principais instrumentos de
evangelização dos jesuítas, que fundaram colégios no
Brasil e organizaram aldeamentos conhecidos como
Missões para catequizar os indígenas e convertê-los para
o catolicismo.
d) Os jesuítas chegaram ao Brasil como o braço religioso
da coroa portuguesa. Tinham como missão catequizar
os indígenas e apoiar os bandeirantes na captura dos
índios que passavam a morar nas vilas e missões.
e) A ação militar foi a forma pela qual os jesuítas
participaram da colonização portuguesa no Brasil.
Apoiados pelo Marquês de Pombal, estabeleceram
Missões na região de São Paulo e no sul do país para
manter os índios reunidos.
17. Maurício de Nassau chegou a Pernambuco em
1637, pretendendo pacificar a região e governar com
a colaboração dos luso-brasileiros. Sobre o governo
de Nassau, analise as proposições abaixo.
I. Fundou, no interior da capitania, o Arraial do Bom Jesus para
concentrar a resistência holandesa e, usando a tática de
guerrilha, minar a resistência dos pernambucanos.
II. A Companhia das Índias Ocidentais concedeu créditos aos
senhores de engenho para o reaparelhamento das propriedades, a
recuperação dos canaviais e a compra de escravos.
III. Nassau estimulou a vida cultural e investiu em obras urbanas,
nos domínios holandeses. A cidade do Recife foi beneficiada com
a construção de casas, pontes e obras sanitárias.
IV. Embora o objetivo dos holandeses fosse o de expandir sua fé
religiosa, o luteranismo, outras religiões foram toleradas, exceto o
judaísmo.
Está CORRETO o que se afirma em
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 HISTÓRIA

a) I e II, apenas. Em qual alternativa está indicado o nome do

b) II e III, apenas. autor dessa obra?
c) II, III e IV, apenas. a) Albert Eckhout
d) I, II e III, apenas. b) Jean B. Debret
e) I, II, III e IV. c) Caspar Schamlkalden
d) Frans Post
18. Durante o século XVII, o avanço dos holandeses e) Felipe Bettendorff.
no Brasil alcançou boa parte do litoral nordestino.
A capitania de Pernambuco se viu invadida e, 20. Observa a imagem abaixo:
posteriormente, influenciada pela colonização dos
flamengos. Sobre esse tema, marque a alternativa
INCORRETA:
a) o período de presença holandesa em Pernambuco é
dividido em três partes: resistência, nassoviano e
insurreição pernambucana.
b) Durante a gestão de Nassau, o Recife recebeu obras de
urbanização, a construção de pontes e palácios, além
de investir na chegada de artistas.
c) O principal ponto de resistência dos holandeses em
Pernambuco foi o Arraial do Bom Jesus, localizado no
atual bairro de Casa Amarela. FONTE:https://istoe.com.br/117420_MARAVILHA+DE+CENARI
d) Domingos Fernandes Calabar é um personagem O/
emblemático para compreender o avanço holandês,
sobretudo pela sua fama de traidor. O pintor desta obra integrou a comitiva de Maurício
e) A expulsão dos flamengos ocorreu a partir de 1645 e de Nassau na época de sua administração do Brasil
foi liderada pelo agrupamento de vários líderes: Holandês. Quem foi o produtor dessa pintura?
indígenas, africanos e os descendentes de europeus. a) Duarte Coelho
b) Albert Eckhout
19. (PMPE-2018) c) Frans Post
Maurício de Nassau, “...além de ser o chefe militar que d) Jerônimo de Albuquerque
a Holanda precisava para governar as províncias e) Pieter Post
brasileiras invadidas, produtoras do açúcar tão
cobiçado pela Europa, era também um homem culto, 21. Observe o trecho a seguir:
que quis cercar-se de cientistas e artistas talentosos
para registrar o desconhecido que o aguardava, “A própria construção da imagem de uma única guerra
adivinhando de antemão o grande interesse que esta contra os “bárbaros”, os então chamados tapuias – ou
documentação despertaria entre os nobres europeus seja, um número indefinido de grupos indígenas
quando de sua volta à Holanda.” independentes que habitavam o Recôncavo Baiano e o
semiárido das capitanias do norte – com a conjugação dos
(http://www.mundoatlantico.org/coloquiobrasilholan diferentes conflitos em um só, contribuiu para a
des/DOWNLOAD/vieira-BRASIL_HOLANDES- simplificação do papel que a agência indígena exerceu na
2012.pdf). cultura militar seiscentista. Isso apesar de que, se existia
alguma homogeneidade, ela estava apenas nas políticas
Um dos artistas trazidos por Nassau foi o autor da expansionistas dos centros administrativos responsáveis
tela “Vista da Cidade Maurícia”, pintada em 1657. pela montagem das expedições de conquista,
principalmente o governo geral e o governo de
Pernambuco. De fato, a própria divisão em guerra do
Recôncavo e guerra do Açu é uma convenção artificial
baseada mais no centro responsável pela resposta aos
levantes sertanejos do que em qualquer unidade possuída
pelos mesmos” SILVA, Kalina Vanderlei. Agência
Indígena na Conquista do Sertão: Estratégias Militares e
Tropas Indígenas na ‘Guerra dos Bárbaros’ (1651-1704),
p. 78.

A Guerra dos Bárbaros esteve entre os principais

conflitos de expansão dos portugueses no continente
americano, que se estendeu por uma longa faixa
(https://www.google.com.br/search?q=pinturas+de+post+sobre+o+re territorial no sertão. Todavia, a participação indígena
cife&rlz=1C1OKWM_ptBRBR792BR792&tbm=isch&source=iu&ictx nessa guerra ainda é pouco trabalhada apesar de
=1&fir=KwTBu1pa89RCMM%253A%252CuxRqWmh2phAeKM%252 agregar diversos valores, como a passagem citada por
C_&usg=__O3M1yXy_KxE Kalina Vanderlei Silva. Sobre esse tema, marque a
Vkt2Z4tcEA4aKYc%3D&sa=X&ved=2ahUKEwiewcDQ6
PcAhUFpFkKHbqVC- alternativa correta:
wQ9QEwAHoECAQQBA#imgrc=KwTBu1pa89RCMM).
a) as batalhas foram movidas apenas pelos interesses dos
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 HISTÓRIA

indígenas, que disputaram intensamente a ocupação do A partir do texto acima, assinale a alternativa
sertão nordestino. CORRETA.
b) os portugueses ganharam quase todos os conflitos, a) O autor defende que a existência de uma confederação
devido à superioridade bélica de seus guerreiros. dos cariris, ou mesmo, de uma Guerra dos Bárbaros
c) os bandeirantes, alguns escravos e índios tupis do generalizada são criações dos historiadores que mal
litoral também compuseram parte das tropas interpretaram a documentação colonial.
portuguesas que avançaram sobre os tapuias. b) O autor associa a Guerra dos Bárbaros à
d) a unidade indígena do sertão colonial foi crucial para Confederação dos Tamoios, defendendo que ambas
as sucessivas vitórias contra os portugueses. foram movimentos sociais indígenas contra a
e) a Guerra dos Bárbaros não pode ser interpretada colonização.
como uma luta de resistência indígena, uma vez que os c) O autor defende a existência de um confronto entre as
nativos estiveram dos dois lados de combate. forças da colonização e as populações indígenas
sertanejas, organizadas em uma frente comum.
22. A Guerra dos Bárbaros foi um longo conflito d) O texto defende que nunca existiu um levante
ocorrido no Nordeste brasileiro, marcadamente indígena sertanejo contra a colonização, tendo sido a
na região interiorana das capitanias régias. Uma Guerra dos Bárbaros apenas uma invenção da
guerra que se expandiu territorialmente e historiografia.
envolveu diversos grupos na luta pela conquista e) Segundo o autor, por não haver unidade na resistência
do sertão. Sobre esses conflitos, é INCORRETO indígena contra a colonização, essa resistência não
afirmar: teria existido.

a) a pecuária exerceu importante impacto na guerra uma 24. (PMPE-2016) A chamada Guerra dos Mascates,
vez que a expansão das fazendas de gado para o episódio ocorrido em Pernambuco, entre 1710 e
interior provocou os primeiros conflitos contra os 1711, foi um conflito entre diferentes elites
grupos do sertão. político-econômicas, localizadas em Olinda e
b) o sertão era visto pelos portugueses como o local do Recife, resultando na ascensão da elite mercantil
desconhecido, a habitação de selvagens. Daí a de Recife.
referência de Guerra dos Bárbaros. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.
c) os índios são parte integrante dessa história, tendo em a) Em 1711, as autoridades coloniais puseram fim ao
vista seu poder de reação ao avanço da colonização. conflito, reafirmando o status de Recife enquanto vila,
d) os índios do sertão eram conhecidos como tapuias, o que conferiu à elite dessa povoação os meios para
pois negavam a catequização e resistiam os ideais da consolidar seu poder político na capitania, mediante
colonização. cargos na câmara municipal da nova vila.
e) as forças militares portuguesas contavam b) Os mercadores do Recife foram politicamente
principalmente com a atuação do exército que vinha apoiados, em sua revolta contra o poderio dos
do reino para enfrentar as tropas indígenas. senhores olindenses, por diversos grupos sociais livres
de Recife e Olinda assim como por um pequeno
23. (PMPE-2016) Segundo o historiador Pedro número de escravos.
Puntoni, no livro “A Guerra dos Bárbaros”, c) A Guerra dos Mascates foi um conflito político entre
senhores de engenho e mercadores de grande porte
“Sem dúvida alguma, a compreensão dos povos ditos tapuias em Pernambuco do início do século XVIII que se
como uma unidade histórica e cultural, em oposição não só ao mundo estendeu por outras províncias do atual Nordeste,
cristão europeu mas aos povos tupis, habitantes do litoral, foi um dos como o Ceará e o Rio Grande do Norte.
elementos mais importantes na caracterização coeva da unicidade dos d) Os mercadores do Recife, em sua ânsia por liberdade,
conflitos ocorridos no Nordeste, ao longo das décadas finais dos proclamaram a República em 1711, proclamação,
Seiscentos e início dos Setecentos, no contexto específico do processo de entretanto, revogada pelas autoridades coloniais.
expansão da pecuária e, portanto, da fronteira. De fato, a extensa e) Em 1711, as autoridades coloniais puseram fim ao
documentação colonial refere-se ao conjunto de confrontos e conflito, elevando o Recife à categoria de vila, mas
sublevações dos grupos tapuias do sertão nordestino como uma dando à elite olindense a primazia sobre os cargos da
“Guerra dos Bárbaros‟, unificando, dessa maneira, situações e nova câmara municipal do Recife.
contextos peculiares. Por isso, tal como no episódio da chamada
Confederação dos Tamoios, inventada pela intuição de Gonçalves de 25. (PMPE-2018)
Magalhães, a Guerra dos Bárbaros foi igualmente tomada pela “O ponto alto sobre as tensões entre a açucarocracia
historiografia como uma confederação das tribos hostis ao império de Olinda e a Coroa se dá quando esta resolve em
português, um genuíno movimento organizado de resistência ao 1709 criar uma nova municipalidade vizinha à
colonizador. (...) Câmara Cascudo, que conhecia bem a olindense: a Câmara Municipal do Recife. Desde a
documentação colonial do Rio Grande, criticou em sua História segunda metade do século XVII, havia uma clara
aqueles que, “lembrando a dos tamoios‟, chamavam a Guerra dos oposição entre os comerciantes reinóis do Recife e os
Bárbaros, “romanticamente‟, de “confederação dos cariris”. Não senhores de engenho de Olinda, estes representantes
houve plano comum nem unidade de chefia.” da nobreza das terras...”
(PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros - Povos Indígenas e a
Colonização do Sertão Nordeste do Brasil, 1650-1720. São Paulo, (https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/75
Hucitec, 2002, p. 77;79).
78/1/arquivo6576_1.pdf)

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O texto acima faz referência à “Guerra dos
Mascates”, conflito, que colocou, em lados
opostos, os senhores de engenho e os
comerciantes reinóis. Em relação a esse episódio,
é CORRETO afirmar que
a) a criação de uma nova municipalidade em atendimento
às demandas dos comerciantes reinóis gerou grande
insatisfação à açucarocracia olindense, que queria
reservar a si não apenas honrarias e privilégios
especiais como também o controle político da
capitania.
b) mesmo tendo saído derrotados na “Guerra dos
Mascates”, os senhores de engenho de Olinda não se
abateram, pois não perderam o controle sobre a recém
criada Câmara do Recife.
c) com seu fim, as elites comerciais de Recife e as
latifundiárias de Olinda restabeleceram os laços graças
à ativa influência da administração lusa, a quem não
interessava financeiramente a desunião de
comerciantes e produtores de açúcar.
d) influenciados pelas ideias revolucionárias que
circulavam pela Europa, os senhores de engenho de
Olinda defenderam os interesses da capitania,
reafirmando o sentimento de identidade nacional do
Brasil.
e) considerado pela historiografia como um movimento
liberal, buscava conservar a maior autonomia da
Câmara de Olinda em relação à administração lusitana,
algo que os pernambucanos conservavam desde o
período duartino.
26. Na primeira metade do século XVIII, aconteceu
em Pernambuco um movimento nativista
chamado Guerra dos Mascates. Sobre esse tema,
marque a alternativa correta:
a) A revolta ganhou proporções nacionais, incluindo as
províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará,
na luta pela independência.
b) Ocorrido entre os anos de 1710 e 1711, a guerra
movimentou as duas principais elites do Recife e
Olinda, quando o grupo de comerciantes tentou
construir uma nova câmara municipal.
c) Apesar de longo, os conflitos não causaram maiores
desavenças, uma vez que o governador Sebastião de
Castro e Caldas, pró-mascates, assegurou a
autonomia do Recife.
d) Teve na elite de Olinda, a nobreza da terra, seus
principais protagonistas, que invadiram o Recife e
dominaram os cargos da vereança local.
e) Lutou pela instalação de uma república independente
em Pernambuco, a qual buscou produzir a primeira
carta constitucional do Brasil.
27. O começo do século XIX foi caracterizado pelo
surgimento de um importante movimento de
emancipação liderado pela província de
Pernambuco no ano de 1817. Sobre esse assunto,
marque a alternativa CORRETA:
a) a presença da corte no Rio de Janeiro em nada
influenciou o movimento em Pernambuco, por conta
da distância geográfica.
b) os ideais iluministas, com o tema “liberdade, igualdade
e fraternidade”, serviram de base ideológica para o
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HISTÓRIA
movimento de 1817, mas não tem relação com a
revolução francesa.
c) A presença de diversos grupos entre os revoltosos
(militares, religiosos, senhores de engenho, etc)
demarca a pluralidade de ideias, inclusive com fortes
referências abolicionistas.
d) a revolução de 1817 é considerada a mais importante,
pois foi a única que saiu do papel e implantou a
república no Brasil.
e) apesar de ter durado pouco mais de 70 dias, o
movimento se estendeu para outras províncias e
buscou apoio externo, como dos EUA.
28. A Revolução de 1817 em Pernambuco mostrou o
desejo de autonomia dos brasileiros em relação à
metrópole portuguesa.
Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa
correta.
1. A aristocracia pernambucana se posicionou contrária
às idéias liberais da Revolução de 1817.
2. Os rebeldes receberam apoio e solidariedade de outras
regiões da colônia e conseguiram instalar um governo
provisório republicano.
3. Alguns membros do clero participaram ativamente da
revolução e da resistência à repressão.
4. Os líderes da Revolução de 1817 conseguiram escapar
da punição do governo português.
5. O conde dos Arcos, governador da Bahia, reprimiu
duramente os revoltosos.
Está (ão) correta(s):
a) 1, apenas.
b) 1, 3 e 4, apenas.
c) 2, 3 e 5, apenas.
d) 2 e 4, apenas.
e) 1 e 5, apenas.
29. Apesar de sua participação na Independência do
Brasil, D. Pedro I não conseguiu tornar-se um
governante popular. Nesse sentido, podemos
lembrar a Confederação do Equador, que foi um
dos movimentos de reação ao autoritarismo do
imperador. Sobre esse movimento, é incorreto
afirmar:
a) criticaram a Constituição de 1824, considerando-a
centralizadora.
b) buscaram, com sucesso, contar com o apoio das
províncias vizinhas.
c) eram radicalmente contra a escravidão.
d) formaram brigadas populares para radicalizar a luta.
e) contaram com a ajuda de membros do clero local.
30. No campo das insurreições liberais que eclodiram
em Pernambuco, destacam-se a Confederação do
Equador de 1824 e a Revolução Praieira de 1848.
Marque a alternativa que relaciona corretamente
os eventos históricos:
a) ambos os movimentos iniciaram de forma semelhante:
a deposição do governador da província pelos
imperadores brasileiros.
b) a Confederação do Equador, apesar de ter implantado
a república, não conseguiu se estender para outras
regiões.
31

c) entre os principais líderes revoltosos da Confederação
do Equador havia Frei Caneca, que divulgava as ideias
no jornal Sentinela da Liberdade.
d) na Revolução Praieira aconteceram levantes armados
que derrubaram o governo e implantaram por dois
anos a república.
e) todos os movimentos liberais de Pernambuco eram
marcadamente antiabolicionista. Por isso, o debate
sobre o fim da escravidão não era visualizado.
31. (PMPE-2016) As primeiras décadas do século XIX
foram marcadas pelo chamado ciclo das
insurreições liberais em Pernambuco, com a
Insurreição de 1817, a Confederação do Equador e
a Revolução Praieira. Essas insurreições se
constituíram em movimentos federalistas e, com
exceção da Insurreição Pernambucana, se
contrapunham ao projeto de independência
implantado em 1822 por José Bonifácio e D. Pedro
I, a partir do Rio de Janeiro.
No que concerne especificamente à Confederação
do Equador, assinale a alternativa CORRETA.
a) Diferindo da Revolução Praieira, que defendia a
bandeira da abolição, os principais líderes da
Confederação do Equador eram antiabolicionistas.
b) Os líderes da Confederação do Equador, liberais e
republicanos, contestavam o poder centralizado e
autoritário de D. Pedro I e propunham a abolição da
escravidão assim como a República Federalista.
c) Frei Caneca, um dos intelectuais responsáveis pelas
ideias basilares da Confederação do Equador, era um
veterano de outras insurreições liberais, como a
Praieira.
d) Apesar da derrota das forças da Confederação do
Equador para as forças do Império, a Província de
Pernambuco que, a partir dessa revolta, consolidaria
uma imagem de província rebelde, conseguiu assegurar
um novo território, a comarca do São Francisco,
agregada a partir da Bahia.
e) A Confederação do Equador foi um movimento
republicano e federalista, proposto por integrantes da
elite pernambucana, entre os quais se destacavam
intelectuais, militares e políticos liberais, que se
espalhou pelas províncias da Paraíba, do Rio Grande
do Norte e Ceará.
32. O Ciclo das Insurreições Liberais é o nome que se
dá ao conjunto de conflitos emancipatórios que
explodiu na província de Pernambuco na primeira
metade do século XIX, nomeadamente a
Revolução Pernambucana de 1817, a destruição definitiva de Palmares.
Confederação do Equador de 1824 e Revolução
Praieira de 1848. Sobre esses movimentos, marque
a opção correta:
a) Eles eram movimentos republicanos, liberais e
federalistas, imbuídos de ideais antilusitanos e
nacionalistas.
b) A Revolução Pernambucana foi o único movimento
que instalou, ainda que provisoriamente, a república
no Brasil.
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HISTÓRIA
c) Por conta dos ideais elitistas, nesse ciclo das
insurreições liberais não chegamos a localizar debates
em torno da abolição.
d) Os principais jornais divulgadores dos três
movimentos foram o Tífis Pernambucano e o Diário
Novo.
e) O principal personagem da Revolução Pernambucana
foi Frei Caneca, que terminou sendo fuzilado por
participar do movimento emancipacionista.
33. “E eu piso onde quiser, você está girando melhor,
garota
Na areia onde o mar chegou, a ciranda acabou de
começar, e ela é!
E é praieira!!! Segura bem forte a mão
E é praieira !!! Vou lembrando a revolução, vou
lembrando a Revolução
Mas há fronteiras nos jardins da razão”
O trecho acima da música Praieira, de Chico
Sciense, remete brevemente à Revolução Praieira
de 1842-1849, ocorrida em Pernambuco. Essa
revolução de caráter liberal tinha uma série de
reivindicações, exceto:
a) A liberdade de imprensa.
b) A instituição do voto universal.
c) O fim do monopólio comercial dos portugueses.
d) O fim da propriedade privada dos meios de produção.
e) A extinção do poder moderador.
34. O quilombo dos Palmares se transformou em um
importante fato histórico através do qual,
atualmente, o movimento negro brasileiro buscar
manter viva a memória da resistência dos
africanos escravizados contra a exploração
vivenciada durante toda a história de ocupação do
território que hoje chamamos de Brasil. Sobre os
fatos relacionados ao quilombo dos Palmares,
indique a alternativa abaixo que está incorreta:
a) Em 1694, sob a liderança do bandeirante paulista
Domingos Jorge Velho, as forças oficiais começaram a
impor a desarticulação de Palmares.
b) O governador de Pernambuco, Aires Sousa e Castro, e
Zumbi, importante líder palmarino, assinaram o
chamado “acordo de 1678” ou “acordo de Recife”.
c) A prosperidade e a capacidade de organização desse
imenso quilombo representaram uma séria ameaça
para a ordem escravocrata vigente. Não por acaso,
vários governos que controlaram a região organizaram
expedições que tinham por objetivo estabelecer a
d) Instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas,
Palmares se transformou em uma espécie de
confederação, que abrigava os vários quilombos que
existiam naquela localidade.
e) Pelo acordo de Recife, o governo pernambucano
reconhecia a liberdade de todos os negros nascidos em
Palmares e concedia a utilização dos terrenos
localizados na região norte de Alagoas em troca da
promessa de que o quilombo não recebesse mais
nenhum africano fugido.
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35. Sobre as características da sociedade escravista
colonial da América portuguesa estão corretas as
afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de uma.
Indique-a.
a) O início do processo de colonização na América
portuguesa foi marcado pela utilização dos índios
denominados “negros da terra” – como mão-de-obra.
b) Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da
utilização da mão-de-obra escrava africana seja em
áreas ligadas à agroexportação, como o nordeste
açucareiro a partir do final do século XVI, seja na
região mineradora a partir do século XVIII.
c) A partir do século XVI, com a introdução da mão-de-
obra escrava africana, a escravidão indígena acabou
por completo em todas as regiões da América
portuguesa.
d) Em algumas regiões da América portuguesa, os
senhores permitiram que alguns de seus escravos
pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro
dos latifúndios agroexportadores, o que os
historiadores denominam de “brecha camponesa”.
e) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos
e escravas trabalharam vendendo mercadorias como
doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como
“escravos de ganho”.
36. Durante os séculos em que a escravidão
predominou no Brasil, a chegada de africanos fez
multiplicar as formas de resistência. Essas podem
ser caracterizadas de diversas formas, exceto:
a) os cativos formavam famílias, tinham filhos e
construíam maneiras de manter parte de suas tradições
culturais em Pernambuco.
b) os africanos chegavam a organizar formas de
sociabilidade por meio das próprias instituições
religiosas, como as irmandades de negros.
c) a capoeira era uma estratégia de luta utilizada por
todos os grupos africanos, herança que esteve na base
de uma luta bastante conhecida atualmente.
d) a fuga de escravos para integrar-se a outros senhores
foi uma forma de resistência que buscavam diminuir
os sofrimentos.
e) não apenas de resistência era construído o cotidiano
dos escravos. Muitos deles preferiam servir
caridosamente ao senhor buscando amenizar as dores
diárias.
37. (PMPE-2018)
“Embora não tivessem sido as únicas formas de
resistência coletiva sob a escravidão, a revolta e a
formação de quilombos foram das mais importantes.
Apesar de muitos quilombos terem se formado aos
poucos, através da adesão de fugitivos individuais ou
agrupados, outros tantos resultaram de fugas coletivas
iniciadas em revoltas. Tal parece ter sido, por exemplo,
o caso de Palmares.”
(REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no
Brasil.)
Certamente o quilombo do Palmares foi e ainda é
considerado um marco da resistência escrava em
Pernambuco, por todo significado e simbologia
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HISTÓRIA
que existe em relação a ele. Todavia, ele não foi a
única forma de resistência que os escravos
africanos desenvolveram em solo pernambucano.
Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que
a) as atividades atribuídas a alguns escravos acabavam
por facilitar uma possível fuga. Um escravo que
trabalhava vendendo mercadorias precisava de maior
mobilidade e flexibilidade em relação ao horário,
possuindo maiores chances de se distanciar, antes que
o dono soubesse o que, de fato, havia acontecido.
b) o quilombo do Catucá, que se localizava nas
proximidades das cidades do Recife e Olinda, foi um
dos maiores problemas para as autoridades provinciais
durante quase toda a segunda metade do século XIX.
c) apesar de a capoeira ser vista hoje como uma luta, ela
não era praticada pelos escravos como forma de
resistência. Nessa época, estava muito mais ligada ao
lado lúdico e de diversão.
d) o processo de catequese pelos quais passavam os
escravos africanos permitiu que a religião africana
praticamente desaparecesse do Brasil, no período
imperial. Poucos eram os escravos que resistiam e
continuavam a homenagear os orixás.
e) ao contrário do medo existente entre os habitantes da
Bahia e do Rio de Janeiro, a população de
Pernambuco não estava assombrada por um grande
levante de escravos, aos moldes do que ocorreu no
Haiti. Isso se justificava pela enorme repressão
exercida contra os escravos rebeldes na capitania de
Pernambuco.
38. (PMPE-2016) Durante os três séculos, nos quais
vigorou a escravidão no Brasil, a resistência de
escravos tanto de origem africana quanto de
origem indígena foi constante e tomou as mais
diversas formas. No século XIX, quando a
escravidão brasileira viveu seu apogeu com o
maior afluxo de escravos africanos, o crescimento
das cidades fez multiplicar nelas não apenas o
número de escravos mas também as formas de
resistência, que se diversificavam cada vez mais.
E, se as fugas sempre foram as mais famosas e
emblemáticas dessas formas de resistência, nunca
foram as únicas.
Sobre elas, diz o historiador Marcus Carvalho:
“Nunca faltaram fugas de escravos no Recife. Alguns se
aproveitavam dos cortes que o Capibaribe fazia entre os bairros
para se evadirem dentro da própria cidade em busca de dias
melhores. Existem ainda casos mostrando o outro lado da
história: fugas do Recife para o interior, ou até para fora da
Província, buscando a distância do senhor ou a proximidade de
parentes, amores, amigos e pessoas da mesma etnia ou nação.”
(CARVALHO, M. J. M. Liberdade: Rotinas e
Rupturas do Escravismo no Recife, 1822-1850. Recife:
Ed. Universitária da UFPE, 2010. P. 176)
Tendo em vista esse cenário, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) O quilombo do Catucá, situado nas margens do
Recife, na primeira metade do século XIX,
caracterizou-se por ser um espaço de resistência contra
a escravidão, que cresceu beneficiando-se dos muitos
33

conflitos internos das próprias elites escravistas,
principalmente nas chamadas insurreições liberais.
b) O quilombo do Catucá, situado nas margens do
Recife, na primeira metade do século XIX, cresceu
associado a esse centro urbano, beneficiado das fugas
de escravos do Recife e canaviais da região, chegando
também a se expandir sobre toda a região antes
dominada por seu predecessor, o quilombo de
Palmares.
c) Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do
século XIX, começaram a se desenvolver novas
formas de fugas, como as chamadas “fugas de portas a
dentro‟, quando um escravo urbano fugia de seu
dono, mas permanecia na mesma cidade, agora
servindo a um novo senhor com o qual havia
estabelecido um processo de negociação.
d) Construções culturais, como a capoeira, o maracatu, e
mesmo o culto a determinados santos católicos, como
São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, foram
importantes formas de resistência cotidiana,
elaboradas por escravos e ex-escravos nas margens da
sociedade escravista e mesmo em suas instituições
mais importantes, como a Igreja Católica.
e) O trabalho escravo nos canaviais também gerava
resistência, fosse na forma de revoltas e assassinatos
de feitores, fosse na forma de sabotagens da produção.
39. (PMPE-2016)
O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em
Pernambuco, teria sido apenas mais um dos vários
episódios de contrabando de escravos, caso não
tivesse dado errado. Tudo começou quando o
comandante do palhabote (espécie de embarcação
também utilizada para o tráfico atlântico de escravos),
invés de ancorar no engenho de João Manuel de
Barros Wanderley, acabou parando nas terras do seu
vizinho. Este, por sua vez, prontamente denunciou o
caso às autoridades. A notícia acabou ganhando
grande destaque na imprensa, por ter sido o último
negreiro apreendido na costa brasileira com cativos
africanos a bordo.
(CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias:
o funcionamento do tráfico de escravos depois de
1831. Revista de História, São Paulo, n° 167,
julho/dezembro 2012. pp. 223-260).
Em relação ao tráfico de escravos em
Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA.
a) O desembarque de cativos africanos nos portos
naturais das diversas praias que ficavam na Província
de Pernambuco, mas distante o suficiente para
dificultar a vistoria das autoridades imperiais, foi uma
estratégia desenvolvida pelos atores que participavam
do contrabando de africanos, para continuar
fornecendo cativos para a capitania.
b) Embora conhecida como “Lei para Inglês ver”, a Lei
de 1831 contribuiu bastante para frear o ímpeto dos
traficantes. Exemplo disso é que, em finais da década
de 1830 e durante a década de 1840, o número de
escravos que ingressaram na Província de Pernambuco
diminuiu de forma vertiginosa.
c) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor desde
1831, as autoridades imperiais nada fizeram para deter
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HISTÓRIA
o comércio ilegal nos portos das capitais provinciais.
Exemplo disso foi o porto do Recife, que não teve seu
cotidiano alterado, no que tange ao comércio atlântico
de escravos.
d) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e
nacional, o “Desembarque de Sirinháem” pode ser
considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da
coroa impedia que fatos como este fossem
corriqueiros.
e) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”,
uma província com forte tendência abolicionista,
Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além
disso, os políticos e as elites latifundiárias estavam
mais interessados em fomentar a vinda de mão de
obra livre do exterior, principalmente a dos chineses.
40. (PMPE-2018) Ao sair da província de
Pernambuco, Darwin, cientista inglês, escreveu
em diário, que posteriormente daria origem ao
livro “A Origem das Espécies”: “No dia 19 de
agosto, finalmente deixamos a costa do Brasil. Eu
agradeço a Deus, nunca mais ter que visitar um
país escravista.” (Charles Darwin). A história do
Brasil está marcada pela presença da mão de obra
escrava e de tudo o que ela representou para seu
desenvolvimento econômico e cultural. Em
relação ao tráfico de escravos para as terras
pernambucanas, é CORRETO afirmar que
a) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do
tráfico atlântico de escravos envolvia uma série de
produtos, que eram levados pelos navios saídos da
província de Pernambuco, rumo aos portos africanos.
Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das
manufaturas europeias e norte-americana.
b) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre
todos os escravos vindos de fora a partir daquela data,
não impactou o comércio escravista de Pernambuco,
pois estes continuaram sendo desembarcados nos
portos desta província, sem qualquer fiscalização.
c) os dados sobre a importação de escravos entre os anos
de 1815 e 1824 sugerem que tanto a Insurreição
Pernambucana de 1817 como a Confederação do
Equador (1824) diminuíram consideravelmente a
entrada da mão de obra escrava. Em 1817, por
exemplo, houve uma queda de cinquenta por cento
em relação a 1815.
d) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra
previam o fim do comércio atlântico de escravos em
três anos. A partir daí, o número de importações cairia
até não se registrar mais a entrada de africanos
escravizados pós 1850.
e) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se
afirmar que, ao menos na capitania de Pernambuco, o
único fator que contribuiu para o fim do tráfico
atlântico de escravos foi a pressão internacional.
41. No contexto das revoltas e levantes sociais
ocorridos em Pernambuco, destaca-se a organização
dos escravos que lutaram por liberdade. Os
chamados quilombos, comunidades formadas por
africanos e seus descendentes, tornaram a sociedade
bastante complexa, com atores que lutaram e
reagiram ao governo. Em Pernambuco, podemos
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elencar os quilombos de Palmares e Catucá. Sobre
eles, marque a alternativa INCORRETA:
a) Ambos os quilombos tinham o africano e seus
descendentes como os principais agentes de
organização social, apesar de existirem outros grupos
ativos nos mocambos.
b) O maior quilombo das Américas, Palmares, teve seu
período de existência relacionado às invasões
holandesas, enquanto que Catucá foram as
insurreições liberais do século XIX.
c) Em Palmares, cujo principal mocambo era conhecido
como de Macacos, teve duas grandes lideranças:
Ganga Zumba e Zumbi.
d) O quilombo do Catucá esteve organizado ao redor das
principais cidades litorâneas de Pernambuco, como
Recife e Olinda, dentro de uma grande floresta.
e) Ambos os quilombos eram urbanos, constituído por
grupos escravizados e que se levantaram fortemente
contra o governo.
42. O século XIX esteve caracterizado, entre outras
coisas, pela luta gradual dos escravos em busca
da liberdade. Condicionantes sociais, políticas e
econômicas estiveram na base desse movimento
conhecido como processo de abolição. Sobre esse
tema, analise as alternativas:
I- A pressão da Inglaterra foi realizada essencialmente
por conta da Revolução Industrial.
II- A Província de Pernambuco recebeu a influência de
movimentos revolucionários, a exemplo do Haiti.
III- No que tange aos movimentos ocorridos em
Pernambuco, o Clube do Cupim atuou expressamente
na luta a favor da escravidão.
IV- José Bonifácio foi um líder brasileiro e pernambucano
que esteve a favor da abolição.
Marque as alternativas corretas:
a) Apenas I, II e III;
b) Apenas I, II e IV;
c) Apenas II, III e IV
d) Apenas I e IV;
e) I, II, III e IV.
43. Sobre as articulações políticas conhecidas como
“política do café-com-leite”, pode-se afirmar que
a) atendiam às crescentes reivindicações das classes
operárias das grandes cidades.
b) privilegiavam as oligarquias de São Paulo e de Minas
Gerais nos cargos de poder.
c) garantiam honestidade e legitimidade aos pleitos
eleitorais de todo o país.
d) eliminavam a influência dos coronéis afastando-os de
decisões políticas da República.
e) regulavam a crescente produção industrial dos setores
alimentício e têxtil.
44. A Primeira República ou República Velha foi um
período da História política do Brasil que se
caracterizou pelo afastamento do ideal da
República. O que deveria ser um governo para
todos na prática era um governo de poucos. Sobre
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HISTÓRIA
os fatos com os quais podemos caracterizar a
Primeira República estão:
I. Com o “voto de cabresto” os coronéis dominavam as
clientelas rurais e manipulavam as eleições;
II. A política dos governadores consagrava a troca de
apoio entre o governo federal e as oligarquias
estaduais mantendo o mesmo grupo político no poder.
III. A política do café com leite foi o domínio da sucessão
presidencial pelos grandes fazendeiros de Minas
Gerais e São Paulo, principalmente os representantes
dos cafeicultores paulistas, alternando-se na
presidência da República.
IV. O Movimento dos Tenentes - o Tenentismo – que
possuía caráter militar contribuiu para consolidar os
governos da Primeira República.
V. As fraudes eleitorais eram exceção e não regra neste
período, devido ao rigoroso trabalho de fiscalização do
processo eleitorado efetuado pela Comissão de
Verificação.
Assinale a alternativa verdadeira:
a) Apenas a alternativa I, está correta.
b) As alternativas I,II,III estão corretas.
c) As alternativas I,II,IV e V estão corretas.
d) As alternativas II,III e IV estão corretas.
e) Apenas a alternativa V está incorreta.
45. Recentemente as páginas de um jornal paulista
foram ocupadas pela polêmica entre um
renomado filósofo e um conhecido político do
nordeste brasileiro. Este último foi apontado por
seu debatedor como sendo praticante de
"coronelismo". A expressão "coronelismo",
cunhada na década de 30, no Brasil, diz respeito a
uma prática política que se define:
a) pela articulação de governadores dos estados mais
poderosos com o objetivo de sustentar algum
candidato ao poder executivo.
b) pelo controle político regional exercido através de
favorecimentos e constrangimentos pessoais.
c) pelo comando de "lobbies" no Congresso Nacional
com a finalidade de assegurar posições pessoais.
d) pela aliança de proprietários de terras com setores
politizados do Exército.
e) pela utilização de canais de comunicação de massa
com objetivos políticos.
46. Durante os anos de 1937 e 1945, o estado de
Pernambuco esteve sob a interventoria de
Agamenon Magalhães, político influente do
estadonovismo. Sobre esse contexto, é correto
afirmar:
a) Esteve umbilicalmente ligado às propostas de governo
de Getúlio Vargas, uma vez que Agamenon foi
escolhido pelo presidente para dirigir o estado de
Pernambuco.
b) Apesar de manter-se aliado ao presidente, Agamenon
Magalhães não construiu suas bases políticas de
governo no populismo e no controle de sindicatos.
c) A Liga Social contra o Mocambo foi seu principal
projeto de combate a pobreza, fornecendo moradia
gratuita aos desempregados.
35

d) Entre os aliados do governo, encontram-se os judeus e
comunistas, grupos fortes e de coesão política capazes
de manter Agamenon Magalhães intacto no poder.
e) A descentralização política, o liberalismo e a
industrialização foram pontos fortes do governo
estadonovista em Pernambuco.
47. O período do Estado Novo em Pernambuco foi
administrado pelo interventor Agamenon
Magalhães, entre os anos de 1937-45, cuja prática
política esteve caracterizada pelo regime
ditatorial. Acerca desse momento, marque a
alternativa correta:
a) a propaganda política era intensa, tanto do governo
quanto contra ele, fato que demonstra a relativa
liberdade de imprensa.
b) os mocambos foram intensamente castigados,
retirados dos centros urbanos, no projeto chamado
“Liga Social contra o Mocambo”.
c) no regime ditatorial houve o recuo das garantias
fundamentais, incluindo a proteção trabalhista.
d) o crescimento econômico alcançou números muito
altos, conhecido como “Milagre Econômico”.
e) o estado pouco interviu na economia e na educação,
razão pelo qual foi razoavelmente eficiente.
48. Durante a interventoria de Agamenon Magalhães
em Pernambuco, alguns aspectos foram
ressaltados em sua prática política, entre elas:
a) Uma prática democrática onde o cidadão tinha acesso
ao voto direto para eleger seus representantes no
estado.
b) Uma prática política onde o populismo era uma das
características marcantes do seu governo, contando
com o apoio dos meios de comunicação para formar
uma ideia positiva sobre seu governo.
c) Um governo voltado para as classes populares, onde
os interesses do povo estavam na ordem do dia pra o
governador, não estando submetido a nenhuma
influência de capital internacional.
d) Um governo que apesar de estar atrelado
umbilicalmente ao Estado Novo de Getúlio Vargas,
tinha autonomia em suas ações, não devendo dessa
forma nenhuma satisfação ao governo central.
e) Um governo de caráter socialista, extremamente
influenciado pelas ideias de Karl Marx e Friedrich
Engels.
49. A Liga Social Contra o Mocambo empreendida
por Agamenon Magalhaes teve reflexos profundos
na paisagem do Recife, quais motivos levaram o
interventor do estado a empreender essa luta.
a) Agamenon era um apreciador da arte, seu gosto
refinado pelos palácios de inspiração francesa do inicio
do século XIX o moviam ao objetivo de trocar todos
os mocambos por tais palácios.
b) Agamenon tinha o objetivo de retirar a população
carente dos mocambos uma vez que tinha interesses
comerciais na área, entre eles construir um grande
residencial e lucrar com os altos preços dos alugueis.
c) O interventor de Pernambuco era extremamente
sensível as mazelas sociais pela qual passava o povo
pernambucano e buscava uma melhora a todo custo
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HISTÓRIA
do nível de vida dessas pessoas.
d) A liga social contra o mocambo foi empreendida com
o objetivo de afastar a população pobre que habitava
os mocambos e promover o embelezamento estético
da cidade que se propunha como moderna.
e) Agamenon tinha como objetivo construir novas
palafitas para que os moradores pudessem habitar.
50. (PMPE- 2016)
Segundo a historiadora Graça Ataíde, no seu livro A
construção da Verdade Autoritária, a “...vigilância e o controle
sobre a imprensa em Pernambuco garantiam ao Estado a
propaganda e o doutrinamento político... utilizando-se da
persuasão e do doutrinamento diário, a Folha da Manhã,
veiculava, por meio de suas mensagens, valores que compunham
a ideologia estadonovista”.
(ALMEIDA, M. das G. A. A., A construção da
Verdade Autoritária. São Paulo:
Humanitas/FFLCH/USP, 2001. p. 181.)
Em relação aos valores e à ideologia defendidos
pelo Estado Novo, do qual Agamenon
Magalhães, em nível estadual, era um de seus
maiores representantes, assinale a alternativa
CORRETA.
a) Igualdade, Liberdade Política, Xenofobismo,
Anticomunismo.
b) Liberdade Política, Igualdade, Estado Mínimo,
Descentralização Política.
c) Anticomunismo, Educação Libertária, Xenofilismo,
Nacionalismo.
d) Estado Mínimo, Educação Libertária, Xenofilismo,
Antissemitismo.
e) Nacionalismo, Xenofobismo, Anticomunismo,
Antissemitismo.
51. (PMPE-2018)
“Ciente da importância política de Pernambuco,
Vargas apontou como interventor no estado
precisamente o maior desafeto do governador
deposto, Agamenon, figura de sua maior confiança,
empossado no dia 2 de dezembro de 1937...”.
(SOUZA NETO, José Maria. Sonhos de
Nabucodonosor: um ensaio sobre Estado Novo e
propaganda em Pernambuco).
Sobre o período da Interventoria de Agamenon
Magalhães em Pernambuco, é CORRETO
afirmar que
a) seguindo o que ocorria nacionalmente, a interventoria
de Agamenon fazia do primeiro de maio uma das
datas mais comemoradas, instando trabalhadores e
donos de fábricas a marcharem juntos, como forma de
demonstrar o sentimento cooperativista.
b) o Recife já em finais da década de 30 havia
praticamente erradicado a pobreza; era agora a
“Veneza americana”, onde seus habitantes podiam
usufruir das comodidades e facilidades de uma cidade
moderna.
c) durante o período que Magalhães esteve à frente do
governo estadual, uma verdadeira expulsão da pobreza
teve lugar nas áreas centrais da cidade. Os moradores
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dos famosos mocambos foram remetidos para casas
doadas pelo Estado. A mentalidade é que tanto ricos
como pobres deveriam ser beneficiados igualmente
pelo governo.
d) apesar da censura que existia nos meios de
comunicação nacional, em Pernambuco, os jornais
praticamente não sofreram com tais medidas. Existia
uma verdadeira admiração pela administração de
Agamenon, o que resultava em poucas críticas ao seu
governo.
e) nesse período, houve um esforço por parte do
governo para introduzir a cultura popular como traço
característico do povo de Pernambuco. Para isso,
foram criadas exposições artísticas, em que se
apresentavam a arte popular, bem como a Liga
Carnavalesca, visando incluir as camadas médias e as
elites no “brinquedo” do povo.
52. Nos chamados “Anos de Chumbo”, o Brasil
esteve sob um regime de repressão e perseguição,
justificado pela guerra contra os comunistas. Em
Pernambuco não foi diferente. Sobre os
movimentos sociais e a repressão ocorrida no
estado durante os anos de 1964 e 1985, marque a
alternativa INCORRETA:
a) As Ligas Camponesas eram associações rurais que
lutavam a favor da vida dos trabalhadores do campo e
que foram duramente reprimidas a partir de 1964.
b) O principal líder político de Pernambuco, Miguel
Arraes, esteve à frente da resistência, e por isso acabou
preso e exilado para a Argélia.
c) No campo do terrorismo, destaca-se o atentado no
aeroporto do Recife no ano de 1966 contra o general
Costa e Silva.
d) Dom Hélder Câmara a frente da diocese sofreu
reprimendas por conta da defesa dos direitos
humanos, sendo perseguido e censurado pelo regime.
e) No Recife aconteceram vários levantes contra a
ditadura por conta da repressão imensa realizada
apenas aos comunistas na cidade.
53. A Ditadura Civil-Militar foi um regime de governo
da história republicana brasileira que durou 21
anos. Sobre os movimentos sociais e as repressões
que aconteceram nesse período em Pernambuco,
é INCORRETO afirmar:
a) Grupos sindicalistas e movimentos operários se
reuniram para protestar, realizando atos e comícios
de críticas ao governo ditatorial.
b) As Ligas Camponeses tiveram forte impacto nos
movimentos de oposição, sobretudo na área rural
onde sua atuação era mais intensa.
c) Líderes religiosos, como Dom Hélder Câmara,
demonstram que todos os membros da Igreja eram
fortemente contrários às práticas do governo
ditatorial.
d) O principal representante do governo no estado de
Pernambuco, Miguel Arraes, foi preso e exilado para
a Argélia, onde esteve residindo até a publicação da
lei da Anistia.
e) É possível identificar atos de grande extremismo
contra o governo, a exemplo da tentativa de
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HISTÓRIA
assassinato do futuro presidente Costa e Silva dentro
do aeroporto dos Guararapes.
54. (PMPE-2018)
No dia 1 de abril de 1964, o Brasil começava a
vivenciar uma história que se estenderia até 1985,
período esse denominado de ditadura, ditatorial ou
ainda anos de “chumbo”; desse modo, desenvolver-se-
ia, assim, uma história de lutas de confrontos diretos e
indiretos. Essas lutas se davam no intuito de sobrepor
o poder que o Estado exercia sobre a população
através de um governo opressor, evidenciando os
constantes combates urbanos, que se davam na forma
explícita de repressão.
(http://www.sul2013.historiaoral.org.br/resources/anais/2/126792
5985_ARQUIVO_ArtigocompletoaserenviadoaoXEncontroNacion
aldeHistoriaOral.pdf).
Em relação a esse tema, assinale a alternativa
CORRETA.
a) Dom Hélder Câmara, à frente da Arquidiocese de
Recife e Olinda, adotou uma postura imparcial em
relação ao regime civil-militar instaurado em 1964. Ele
fazia parte de setores da Igreja Católica que buscavam
se aproximar do regime, já que este defendia os ideais
cristãos.
b) Durante muito tempo relacionada aos militares, a
morte obscura do padre Henrique foi investigada pela
Comissão da Verdade e por alguns historiadores. Foi
concluído, entretanto, que os militares não tiveram
envolvimento nesse episódio, contrariando, assim, a
historiografia marxista.
c) Politicamente alheia às transformações e perturbações
políticas que aconteciam, as camadas populares, assim
como ocorreu no episódio da proclamação da
república, assistiram atônita à ruptura democrática.
d) Francisco Julião (1965-1969), considerado por muitos
como um dos mais radicais líderes de esquerda no
período pré-1964, no Brasil, dirigente das Ligas
Camponesas e deputado socialista, foi exilado para o
México em 1965.
e) Após as investigações iniciadas pela inteligência das
forças armadas, vários ex-integrantes das ligas
camponesas foram presos sob a acusação de serem
guerrilheiros. De fato, documentos da época
comprovam a ida de vários deles para Cuba, onde
receberam treinamento militar.
55. (PMPE-2016)
“Pena! Com tudo isso de 1964, matou a nossa liderança
camponesa toda. O que foi encontrado de cadáveres, de corpos na
estrada entre Caruaru e Campina Grande, inclusive mutilados
para ninguém conhecer quem era […] pouca gente sobrou
daquele tempo no campo, pouquíssima gente. Sobrou quem a
gente escondeu, uma parte, uns que resistiram porque eram
fortes, como Joaquim Camilo, que eu te falei, mas Zé Eduardo e
Gessino tiveram que se ausentar, mas o resto... Manoelzinho
sumiu, ninguém sabe aonde foi que acabou Manoelzinho. Ele
era aqui da Mirueira, trabalhava aqui nesse Litoral Norte
todo; Igarassu, Goiana, Paulista.”
O personagem que relata a história acima era
médico, membro do Partido Comunista e das
Ligas Camponesas e concedeu entrevista no ano
de 2011 à equipe de Pesquisadores da
37

Universidade Federal de Pernambuco, integrantes
do Projeto Marcas da Memória. Em relação aos
movimentos sociais e à repressão durante a
Ditadura Civil-Militar em Pernambuco, assinale a
alternativa CORRETA.
a) Além dos camponeses, que estavam integrados em
algumas associações classistas, trabalhadores urbanos,
profissionais liberais e até membros da igreja católica
também participaram da resistência contra as tropas
governamentais.
b) Por mais que haja depoimentos versando sobre a
violência empregada pelo governo, quase nada foi
provado contra os militares. A falta de um número
maior de provas acaba ratificando a versão de que, em
Pernambuco, o regime civil-militar foi moderado.
c) A resistência ao golpe e à ditadura civil-militar ficou
restrita ao meio rural, não sendo possível se
verificarem focos de resistência nas zonas urbanas.
Dentre as suas principais causas, destaca-se a pouca
influência que o Partido Comunista possuía no Recife
e em sua região metropolitana bem como a falta de
organização da sociedade para ações de resistência,
fossem elas individuais ou coletivas.
d) Ao contrário do que aconteceu no restante do país, em
Pernambuco, não houve qualquer ingerência do
regime civil-militar no sistema educacional recém-
modificado pelo então governador Miguel Arraes. Pelo
contrário, percebendo a importância das
transformações realizadas por Arraes e Paulo Freire,
os militares deram continuidade ao trabalho,
percebendo as estratégias do Movimento de Cultura
Popular como benéficas para o senso crítico dos
cidadãos.
e) Um dos personagens mais destacados das Ligas
Camponesas foi Francisco Julião, personagem fulcral
para a repressão dos militares contra os camponeses,
uma vez que ele acabou traindo seus companheiros
em troca da sua liberdade e permanência no Brasil,
após 1964.
56. Sobre o governo de Jarbas Vasconcelos, é correto
afirmar:
a) A aliança “União por Pernambuco” foi fundamental
para a reeleição de Jarbas.
b) Concluiu os dois mandatos de governador.
c) As disputas políticas não foram intensas no seu
governo.
d) A grande aproximação com o PT foi uma de suas
estratégias.
e) Ausência de projetos educacionais.
57. O governo de Eduardo Campos foi caracterizado
por vários programas, dentro os quais o Pacto
pela Vida. Marque a alternativa que melhor expõe
seus efeitos.
a) Embora tenha sido bem recebido, o programa não
reduziu os índices de criminalidade no estado.
b) O programa foi eficiente apenas na redução de roubos
e furtos.
c) O Pacto pela Vida foi um dos carros chefes de
Campos, pois obteve um dos índices mais expressivos
no combate ao crime no país sendo, inclusive
premiado.
d) Não serviu de propaganda política devido ao fracasso
38
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HISTÓRIA
do programa.
e) Conseguiu zerar o índice de criminalidade no estado.
58. (PMPE-2016) Leia os textos a seguir:
Texto I
“A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes
reificada, apresentada como um repertório inerte de
tradições, como se não estivesse enraizada em
processos culturais dinâmicos e em ambientes sociais
desiguais...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-
descendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 39.
Texto II
“A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi
você quem escreveu... / Perseguidos sem direito nem
escolas / Como podiam registrar as suas glórias /
Nossa memória foi contada por vocês / E é julgada
verdadeira como a própria lei / Por isso, temos
registrado em toda a história / Uma mísera parte de
nossas vitórias / Por isso, não temos sopa na colher /
E sim, anjinhos para dizer que o lado mau é o
Candomblé...”.
Texto III
“O preconceito racial a que são submetidos não só os
maracatuzeiros e maracatuzeiras mas toda a população
negra desta cidade está oculto nas falas, nos
procedimentos, nos gestos...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura
afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 11.
Com base nos textos, analise aspectos das
manifestações culturais Afro-Brasileiras em
Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.
a) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a
proteção dos locais onde são realizados, garantidos
pela Constituição de 1988, foram decisivos para que
não houvesse, nos últimos anos, casos de intolerância
religiosa em Pernambuco.
b) A permanência da cultura Afro-brasileira em
Pernambuco demonstra que os afrodescendentes,
após a abolição da escravatura, tiveram suas condições
sociais alteradas, sendo reconhecidos e respeitados
pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
c) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos
de hoje, a capoeira só chegou a esse Estado graças ao
desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de
angola na Bahia.
d) A permanência da herança cultural afrodescendente no
estado de Pernambuco só foi possível devido às táticas
estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam
e partilham esses códigos culturais, constituindo-se em
uma atitude de resistência em defesa da identidade e
do respeito à diversidade cultural.
e) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco,
como o maracatu, são verdadeiras reproduções dos
costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga
coroação dos reis e rainhas do congo.
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 HISTÓRIA

Gabarito
59. (PMPE-2018) 1. E 2. B 3. E 4. E
Segundo a historiadora Isabel Guillen ao se caminhar 5. C 6. E 7. C 8. B
“...pelas ruas do Recife lembramos que a cidade foi 9. C 10. B 11. C 12. D
palco de mais de trezentos anos de escravidão de 13. E 14. B 15. B 16. C
populações africanas e seus descendentes... [Mas], 17. B 18. C 19. D 20. B
parece que a história da escravidão e da cultura negra, 21. C 22. E 23. A 24. A
herança da diáspora, permanece invisibilizada na 25. A 26. B 27. E 28. C
cidade. Qualquer pessoa que transita pela cidade, seja 29. C 30. A 31. E 32. A
um jovem estudante ou turista, encontrará parcas 33. D 34. B 35. C 36. C
referências à história da escravidão e da cultura negra
37. A 38. B 39. A 40. A
na região metropolitana do Recife: o busto de Zumbi
41. E 42. B 43. B 44. B
na praça do Carmo, a estátua de Solano Lopes no
Pátio de São Pedro; Dona Santa na praça defronte à 45. B 46. A 47. B 48. B
rua Vidal de Negreiros, a Igreja de Nossa Senhora do 49. D 50. E 51. A 52. E
Rosários dos Homens Pretos, alguns baobás plantados 53. C 54. D 55. A 56. A
em praças na cidade... E pouco nada mais do que 57. C 58. D 59. A
isso.”

(http://www.encontro2018.historiaoral.org.br/resourc
es/anais/8/1524268689_ARQUIVO_Lugaresdemem
oriadaculturanegraguillen.pdf)

Em relação às manifestações culturais

afrodescendentes do Recife, assinale a alternativa
CORRETA.
a) As práticas religiosas que foram elaboradas e
(re)elaboradas pelos africanos escravizados e libertos e
pelos seus descendentes ficaram conhecidas pela
designação de religiões afro-brasileiras. Em
Pernambuco, de uma maneira geral, essas práticas
receberam o nome de xangô.
b) O maracatu, segundo os historiadores, surgiu na
capitania de Pernambuco, ainda no século XVI, como
uma forma de dança ritual na qual os homens
definiam suas futuras esposas.
c) Ao contrário de outras manifestações culturais, o
maracatu, graças à atuação da liga carnavalesca e de
alguns folcloristas, pôde conservar sua forma de
expressão. Assim, os atuais grupos de maracatus são
praticamente idênticos aos que existiram ao longo do
século XIX.
d) A capoeira, apesar de ter surgido na África, teve, no
Brasil, uma grande disseminação entre os escravos,
que a praticavam como forma de luta. Após seus
primeiros registros terem sido feitos na Bahia, chegou
ao estado de Pernambuco possivelmente em finais do
século XIX.
e) As religiões africanas, introduzidas pelos escravos em
Pernambuco, tiveram relativa liberdade, o que justifica,
em certa medida, a sua existência até os dias de hoje.

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MATEMÁTICA

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‘
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1. JUROS (Sistema de capitalização) Os juros gerados no quinto ano são

20
1 0 .0 0 0   2 .0 0 0 .
JUROS 100

Na prática da Matemática Financeira, o juro é o NA CAPITALIZAÇÃO SIMPLES os juros

elemento que nos permite levar um valor de uma data
para outra, isto é, são os juros que nos permitem levar um
Valor Presente para um Valor Futuro ou vice-versa.
Enfim, são os juros que nos permitem comparar valores e
decidirmos pela melhor alternativa de compra, venda ou
pagamento.
gerados em cada período são sempre os mesmos, ou
seja, a taxa incide apenas sobre o capital inicial. Dessa
forma, o montante após os 5 anos vale R$ 10.000,00
(capital aplicado) mais 5 vezes R$ 2.000,00 (juros).
Conclusão: o montante é igual a R$ 20.000,00 (lembre-
se que o montante é o capital inicial mais o juro).

ELEMENTOS PARA O CÁLCULO DOS JUROS Capitalização Composta

Capital (C)  Pode ser chamado de principal, capital
No regime de capitalização composta, o juro
inicial, valor presente, valor atual, montante inicial,
gerado em cada período agrega-se ao capital, e essa
valor de aquisição, valor à vista.
soma passa a render juros para o próximo período. Daí
que surge a expressão “juros sobre juros”.
Juros (J)  Quando uma pessoa empresta a outra um Exemplo: Imagine a seguinte situação: Apliquei R$
valor monetário, durante certo tempo, é cobrado um valor
10.000,00 a juros compostos durante 5 anos à taxa de 20%
pelo uso do dinheiro. Esse valor é denominado juros.
a.a. Vamos calcular os juros gerados em cada período e o
montante após o período de cada aplicação.
Taxa de juros (i)  A taxa de juros representa os juros
numa certa unidade de tempo. A taxa obrigatoriamente Os juros gerados no primeiro ano são
deverá explicitar a unidade de tempo. 20
Tempo (n)  Quando falamos em tempo, leia-se 1 0 .0 0 0   2 .0 0 0 e o montante após o
100
NÚMERO DE PERÍODOS. primeiro ano é 10.000+2.000=12.000.
Montante (M)  Pode ser chamado de montante, Os juros gerados no segundo ano são
montante final, valor futuro. É o valor de resgate.
Obviamente o montante é maior do que o capital inicial. 20
1 2 .0 0 0   2 .4 0 0 e o montante após o
O montante é, em suma, o capital mais os juros. 100
segundo ano é 12.000+2.400=14.400.
REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO. Os juros gerados no terceiro ano são
20
Capitalização Simples 1 4 .4 0 0   2 .8 8 0 e o montante após o terceiro
De acordo com esse regime, os juros gerados em 100
cada período são sempre os mesmos. ano é 14.400+2.880=17.280.
Exemplo: Imagine a seguinte situação: Apliquei R$ Os juros gerados no quarto ano são
10.000,00 a juros simples durante 5 anos à taxa de 20% 20
a.a. Vamos calcular os juros gerados em cada período e o 1 7 .2 8 0   3 .4 5 6 e o montante após o quarto
100
montante após o período de aplicação.
ano é 17.280+3.456=20.736.
Como a própria leitura da taxa indica: 20% ao ano Os juros gerados no quinto ano são
(vinte por cento ao ano). Cada ano, de juros, receberei
20%. 20% de quem? 20
2 0 .7 3 6   4 .1 4 7 , 2 0 e o montante após o
De R$ 10.000,00!! 100
Os juros gerados no primeiro ano são quinto ano é 20.736+4.147,20=24.883,20.
20
1 0 .0 0 0   2 .0 0 0 . Observação: Se a operação de juros for efetuada em
100
apenas um período, o montante será igual nos dois
Os juros gerados no segundo ano são
regimes. No nosso exemplo, se parássemos a
20 aplicação no primeiro mês, teríamos um montante de
1 0 .0 0 0   2 .0 0 0 .
100 R$ 12.000,00 nos dois regimes de capitalização.
Os juros gerados no terceiro ano são Verifique!
20
1 0 .0 0 0   2 .0 0 0 .
100
Os juros gerados no quarto ano são JUROS SIMPLES
20 Juros simples são aqueles calculados sempre sobre
1 0 .0 0 0   2 .0 0 0 .
100 o capital inicial, sem incorporar à sua base de cálculo os
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 MATEMÁTICA

juros auferidos nos períodos anteriores. Ou seja, os juros O montante simples é igual ao
não são capitalizados. montante composto.
O juro produzido no primeiro período de
aplicação é igual ao produto do capital inicial (C)
pela taxa de juros (i), como foi feito no nosso exemplo.
O montante simples é maior do que
E, consequentemente, o juro produzido em n períodos de
o montante composto.
aplicação será:

J  C i n
O montante simples é menor do que
E, lembrando também que o montante é a soma o montante composto.
do capital com os juros produzidos, temos a seguinte
fórmula abaixo:

M C  J
No cálculo financeiro, juro é uma compensação em
M  C  (1  i  n ) dinheiro pelo uso de um capital financeiro, por
determinado tempo, a uma taxa previamente combinada.
JUROS COMPOSTOS

No regime de capitalização composta, o juro EXERCÍCIOS DE JUROS SIMPLES

gerado em cada período agrega-se ao capital, e essa
soma passa a render juros para o próximo período. Daí 1. Um empresário contratou um empréstimo pagando
que surge a expressão “juros sobre juros”. uma taxa de juros simples de 6% ao mês durante
Para calcular o montante de uma capitalização nove meses. Ao final deste período, calculou em R$
composta utilizaremos a seguinte fórmula básica: 540.000,00 o total dos juros incorridos. O valor
tomado em empréstimo foi de
a) R$ 1.000.000,00.
b) R$ 1.080.000,00.
Evolução de um capital nos dois sistemas de c) R$ 1.200.000,00.
capitalização d) R$ 960.000,00.
e) R$ 2.000.000,00
Exemplo:
Movimentação de R$ 1.000,00 a juro simples de 10% a.m.
2. Uma empresa, iniciando no ramo da construção,
Saldo no resolve investir R$ 150.000,00 durante 8 meses à taxa
Juro de de juros simples de 26,4% ao ano. Assinale a
Período início do Montante
cada mês alternativa que indica corretamente o montante que a
mês
empresa terá no final do período da aplicação e os
juros dessa operação.
a) R$ 466.800,00 e R$ 316.800,00
b) R$ 466.800,00 e R$ 176.000,00
c) R$ 176.400,00 e R$ 26.400,00
d) R$ 150.000,00 e R$ 176.000,00
Movimentação de R$ 1.000,00 a juro composto de 10% e) R$ 150.000,00 e R$ 316.800,00
a.m.

Saldo no 3. Um capital de R$ 2500,00 é aplicado a juros simples a

Juro de
Período início do Montante uma taxa de 4% ao mês. É CORRETO afirmar que,
cada mês
mês ao fim de um ano, esse capital rendeu, em reais,
a) R$ 2500,00
b) R$ 1800,00
c) R$ 1200,00
d) R$ 1500,00
e) R$ 1300,00

COMPARAÇÃO ENTRE JUROS SIMPLES E 4. Supondo que uma taxa de juros simples mensal da
COMPOSTOS poupança seja de 0,7%, foram depositados R$
1.500,00 em 01 de agosto de 2018. Se não se fizer
Em resumo, temos as seguintes relações: nenhuma retirada, no aniversário de 3 meses, o

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montante será de do valor dessa venda numa operação financeira

a) R$ 1.815,00 durante 6 meses, capitalizado por uma taxa semestral
b) R$ 1.527,50 de juros de 9%; no final da operação ela obteve 1440
c) R$ 1.770,00 reais de juros. Qual o valor total da venda do carro?
d) R$ 1.950,30 a) R$ 22000
e) R$ 1.531,50 b) R$ 20000
c) R$ 24000
5. Um aluno de matemática precisou comprar um novo d) R$ 15000
computador, mas como não tinha o dinheiro todo, e) R$ 18000
fez um empréstimo para pagá-lo. Ao final do
empréstimo, terá pago R$ 4.300,00. Só de juros 11. Carlos aplicou o seu capital a juros simples, do
pagará R$ 1.800,00. A taxa de financiamento foi de seguinte modo: 1/3, à taxa de 2% ao mês, e o restante,
3% a.m. Por quantos anos, o aluno pagará pelo à taxa de 2,5% ao mês. No fim de três meses, Carlos
empréstimo? recebeu R$ 196,00 de juros. Qual o capital empregado
a) 2 por Carlos?
b) 6 a) R$ 2 800,00
c) 3 b) R$ 1 300,00
d) 4 c) R$ 1 700,00
e) 5 d) R$ 2 200,00
e) R$ 2 500,00
6. Uma empresa financeira está com uma promoção
para consignado e oferece empréstimos a juro
simples para funcionários públicos. Aproveitando a
promoção, Laura pediu emprestado nessa empresa
R$ 2 800,00 com uma taxa de 5% ao mês.
Se o montante da sua dívida ficou em R$ 4 200,00,
qual o tempo, em meses, que ela levou para quitar esse
empréstimo?
a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10

7. Comprei um objeto eletrônico de R$ 3.000,00 numa

loja de departamento, com a seguinte condição: dar
50% do valor do objeto como entrada, e ao restante
aplica-se um juro simples de taxa igual a 75% ao ano
e divide-se em dez parcelas iguais de
a) R$ 93,75
b) R$ 187,50
c) R$ 243,75
d) R$ 345, 50
e) R$ 487,50.

8. Uma pessoa aplicou 12600 reais durante 30 dias, a

uma taxa de juros de 1,8% ao mês; quanto ela
recebeu de juros
a) R$ 333,33
b) R$ 12826,80
c) R$ 266,60
d) R$ 226,80
e) R$ 80,00

9. Qual será o montante, se um investidor aplicar 50000

reais, a uma taxa semestral de juros de 8,4%, durante
6 meses? Gabarito
a) R$ 54200 1. A 2. C 3. C 4. E 5. A
b) R$ 55000 6. E 7. C 8. D 9. A 10. B
c) R$ 55222 11. A
d) R$ 55680
e) R$ 56120

10. Ao vender um automóvel, uma pessoa aplicou 80%

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE JUROS i = 20% a.m = 0,2

COMPOSTOS n=?
3600 = 2500 (1 + 0,2)n
1. Calcular o Montante que aplicado a juros 36
= (1,2)n  1,2n = 1,44  1,2n = 1,22
compostos de 6% a.a., capitalizados 25
semestralmente durante 1 ano e 6 meses, atingirá  n=2
um capital de R$ 200.000,00.

C = R$ 200.000,00
EXERCÍCIOS DE JUROS COMPOSTOS
i = 6% a.a. = 3% a.s.
n = 1a 6m  n = 3
1. Uma pessoa pretende realizar uma aplicação com o
M=?
intuito de obter R$ 200.000,00 ao final de um ano,
M = C(1 + i)n
período em que o dinheiro permanecerá aplicado.
M = 200.000 (1 + 0,03)3
Sabendo que o fundo de investimento no qual será
M = 200.000 (1,03)3
realizada esta aplicação rende 7% ao trimestre, assinale
M = 200.000 x 1,0927  M = R$ 218.540,00 a alternativa que indica corretamente o valor presente
que deverá ser investido para conseguir, em um ano, o
montante desejado de R$ 200.000,00.
a) R$ 186.591,70
2. Calcular o capital que aplicado a juros compostos, b) R$ 152.579,04
capitalizados bimestralmente a taxa de 12% a.a. c) R$ 151.279,20
durante 8 meses, produziu um montante de R$ d) R$ 120.997,05
108.240,00. e) R$ 88.802,39
C=?
i = 12% a.a. =
12
= 2% a.b. 2. Uma empresa de vestuário resolveu começar a investir
6 os recursos excedentes de suas transações comerciais.
n = 8 m  n = 4 bim. Para isso, decidiu investir R$ 1.000,00 durante 3 meses
M = R$ 108.240,00 a uma taxa de juros compostos de 2% ao mês. Com
M = C(1 + i)n base nas informações, assinale a alternativa que indica
108.240 = C(1 + 0,02)4 corretamente os juros resultantes dessa operação.
108.240 = C(1,02)4 a) R$ 61,21
108.240 = C x 1,0824 b) R$ 60,90
108 . 240 c) R$ 55,30
C=  C = R$ 100.000,00 d) R$ 54,32
1 , 0824
e) R$ 51,15
3. Um banco remunera mensalmente as aplicações,
incorporando os juros obtidos ao investimento. O 3. Uma pessoa deixou de pagar seu cartão de crédito no
valor de certa aplicação aumentou 21% em 2 valor de R$ 500,00 na data de vencimento. A dívida
meses. Assinale, em percentagem, a taxa mensal dessa pessoa será paga no regime de juros compostos
de juros com que o banco opera. a uma taxa de 12% ao mês. Após três meses, qual será
o valor da dívida?
M = 121% C. a) R$ 720,00.
n=2 b) R$ 620,00.
M = C(1 + i)n c) R$ 672,00.
121%C = C(1 + i)2 d) R$ 702,46
121 C
= C (1 + i)2 e) R$ 720,86.
100
4. Ana aplicou R$ 1.500,00 em uma aplicação com juros
121 11
1+i=  1+i=  1 + i = 1,1 compostos de 3% ao mês. Após três meses, ela
100 10 precisou resgatar o dinheiro aplicado, e para isto teve
i = 1,1 – 1  0,1 que pagar uma multa de R$ 120,00 sobre o dinheiro
aplicado. Quanto ao valor resgatado por Ana,
 i = 10% a.m aproximadamente, assinale a alternativa correta.
a) R$ 1.519,10
b) R$ 1.545,40
c) R$ 1.639,10
4. Um montante de R$ 3.600,00 foi resultado de uma d) R$ 1.698,40
aplicação de R$ 2.500,00 à taxa efetiva mensal de e) R$ 1500,00
20%. Quantos períodos mensais durou essa
aplicação? 5. O valor da fatura de um cartão de crédito era de R$
1.200,00. Tendo sido paga com dois meses de atraso, o
M = R$ 3.600,00 cartão de crédito cobrou juros compostos de 17% ao
C = R$ 2.500,00 mês.

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Quanto foi o montante pago? 10% ao mês. Se Carlos tivesse investido no regime de
a) R$ 1.241,14 juros simples, então teria:
b) R$ 1.505,28 a) Ganho R$ 16,00
c) R$ 1.642,68 b) Perdido R$ 8,00
d) R$ 1.452,00 c) Ganho R$ 8,00
e) R$ 1.228,97 d) Perdido R$ 16,00
e) Seria indiferente
6. Um cidadão necessitará de $ 190.000 daqui a 3 anos.
Considerando que os bancos têm apresentado
alternativas de investimento pelo sistema de juros
composto, que remuneram o capital com taxa de juros
de 10% ao ano, assinale a alternativa que aponta o
valor que este cidadão deverá aplicar hoje no sistema
financeiro, para conseguir o valor pretendido
(considerar o arredondamento matemático):
a) $ 112.000
b) $ 142.750
c) $ 130.750
d) $ 141.500
e) $ 150.900

7. Uma aplicação rende uma taxa de juros de 19% ao

mês. O valor do montante da aplicação dobrará em
relação ao valor inicial dessa aplicação em:
a) 4 meses
b) 3 meses
c) 6 meses
d) 5 meses
e) 12 meses

8. Um investidor aplicou R$ 40.000,00 a juro composto

de 8% a.m., sem cobrança de taxa de administração
por parte da Instituição Financeira.
Após 2 meses ele terá o montante de:
a) R$46.656.
b) R$46.400.
c) R$43.200.
d) R$44.000.
e) R$ 47.000.

9. Antônio resolveu fazer duas pequenas aplicações em

regime de juros compostos, num prazo de apenas um
mês. Ele vai aplicar R$ 1 000,00, parte no Banco Alfa
e parte no Banco Beta. Esses bancos cobram,
respectivamente, uma taxa de 5% e 6% ao mês. Se
Antônio resgatou o mesmo valor nas duas aplicações,
quais os valores aproximados de investimento em cada
banco?
a) R$ 392,00 e R$ 698,00
b) R$ 498,00 e R$ 502,00
c) R$ 474,00 e R$ 526,00
d) R$ 396,00 e R$ 604,00
e) R$ 520,00 e R$ 480,00

10. Uma aplicação de 15.000 reais, durante 12 meses,

gerou um montante de 16.875 reais; qual foi a taxa
anual de juros aplicada?
a) 12,5%
b) 11 ,2%
c) 14,5%
d) 10,3% Gabarito
e) 11.4% 1. B 2. A 3. D 4. A 5. C
6. B 7. A 8. A 9. B 10. A
11. Carlos investiu R$ 800,00 no regime de juros 11. B
compostos durante 2 meses a uma taxa de juros de
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3. FUNÇÕES E GRÁFICOS EXERCÍCIOS BÁSICOS

1. Considere a relação de A em B, onde A representa o

Conceito de Função conjunto dos habitantes da cidade de Recife e B o
Função de A em B é uma relação especial entre esses conjunto dos reais, que manda associar a cada
dois conjuntos de modo que a cada elemento de A habitante a sua altura em metros.
corresponda um e somente um elemento de B.

2. Completar o quadro seguinte:

Imagem de uma Função Real
Im(f) = {y / (x, y)  f} Lei de Formação Domínio
1 D = { x  | x  0}
Gráfico de uma Função y 
x
Dada uma função f, se representarmos no plano
y  D = {x   | x  0}
cartesiano todos os pares ordenados (x,y), onde x x
pertence ao domínio de f e y = f(x), obteremos um y 
3
x D=
conjunto de pontos que é o gráfico de f.
Ex.: f : R  R 1 D = {x   | x > 0}
y 
x

y
x  y = |x|
3. Qual é o domínio mais amplo da função f, tal que:
x y
2x - 6
-2 |-2| = 2 fx  
-1 |-1| = 1 8 - 2x
x
0 |0| = 0
1 |1| = 1 -2 -1 0 1 2
2 |2| = 2
DOM = R 4. Qual é a imagem da função f, de A={-2,-1, 0, 1, 2}
IM = R+ em B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}, tal que f(x) = x2 + 1.

Análise de gráficos
Ao examinarmos o gráfico de uma relação R, é
possível obtermos através dele algumas informações 5. Sendo f(x) = 2x + 5 e g(x) = 3x – 4 determinar:
sobre as propriedades que a caracterizam, como, por f(25) =
exemplo, reconhecer se R é uma função, identificar o f(g(7)) =
domínio e a imagem de R, etc. g{g[f(f(4))]} =
Observação:
Um gráfico de uma relação R não representa uma
função de x em y, se existir alguma paralela ao eixo
dos y que não corte o gráfico ou que corte o gráfico 6. Seja uma função y = f(x) cujo gráfico está
em mais de um ponto. representado abaixo. Assinale a afirmação correta:
Zeros de uma função
Os valores de x que tornam f(x) igual a zero y
denominam-se zeros ou raízes da função.
Graficamente, os zeros estão representados pelas
abscissas dos pontos onde o gráfico corta o eixo dos x.
y Zeros = {-1, 2, 3} x2
x1 x3 0 x4 x5
-1 2 3 x
x a. f(0) = 0
b. f(x1) = f(x3) = f(x5) = 0
c. f é crescente no intervalo ]x3, x5[
d. f é decrescente no intervalo ]x3, x5[
e. f(x2) = f(x4) = 0

7. No gráfico a seguir, temos o nível da água

armazenada em uma barragem, ao longo de três
anos.
O nível de 40 m foi atingido quantas vezes neste
período?

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Nível (m) 5. FUNÇÃO DO 1º GRAU

É toda função do tipo f(x) = ax + b, com a e b reais e
100
a  0.
90
Ex.: a) f(x) = 2x + 3
80 b) f(x) = 3x – 1
c) f(x) = x + 4
d) f(x) = x  5

Gráfico: é uma reta inclinada aos eixos.

a) 1 10 tempo
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

5. O domínio da função real f definida por f(x)=√x-

2+√2x-6 é o subconjunto dos reais, representado
pelo intervalo
a) [0; + ∞[
b) [2; + ∞[ Função crescente Função decrescente
c) [1; +∞[ f(x) = ax + b
d) [5; +∞[  a  coeficient e angular  a  0 , função crescente
e) [3; +∞[  
 b  coeficient e linear  a  0 , função decrescent e

6. Se g(1+x) = , então g(3) vale: Raiz ou Zero da Função: é o valor onde o gráfico
a) 0 intercepta o eixo das abscissas ox  . É o valor de x
b) 3 que anula a função.
c) 1/2
d) 3/10 b
e) 2/5 ax + b = 0  ax = b  x= 
a

7. Sendo A = (0, -1, , ) e B = (-3, -1, 0, 1, 3, 7,  4 

11) o conjunto imagem da função f: A B Ex.: f(x) = 2x – 4  raiz =   raiz = 2
2
definida por f(x) = 2x2 – 3 é:
a) (-3, -1, 3) Valor de b: é o valor onde o gráfico intercepta o eixo
b) (-1, 0, 1)
das ordenadas 0 y  .
c) (0, 1, 7)
d) (-3, -1, 3, 11) Ex.: f(x) = 2x – 4  b = 4
e) (0, 7)
Obs.: o gráfico de uma função do 1º grau é uma reta, então
8. Seja f uma função real de variável real. Se f(x+3) = basta determinar a raiz e o valor de b na função.
x² + 2, então f(-1) é igual a: Ex.: f(x) = 2x – 4
a) 12
b) 18  4  4
raiz =  = =2
c) 24 2 2
d) 30
e) 36 b=4

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS EXERCÍCIOS

1. Represente graficamente a função 1. Um aplicativo de transporte privado utiliza uma

f(x) = 2x + 4. função matemática para determinar o valor que deve
ser cobrado por uma corrida realizada. Essa função é
Resolução: a = 2; b = 4 determinada por um valor fixo e um valor variável. O
b 4 valor fixo é de R$ 4,50 e o valor variável é de R$ 1,25
raiz = = = 2 por quilômetro rodado. Em uma viagem que custou
a 2
R$ 27,94, é correto afirmar que a quilometragem
utilizada pelo aplicativo para calcular o preço final da
corrida foi de
a) 17,64 km.
b) 18,75 km.
c) 19,15 km.
d) 20,25 km.
e) 20,55 km.
2. O gráfico abaixo representa a função definida por f(x)
= ax + b. 2. Sejam a e b números reais não nulos e f uma função
de R em R definida por f(x) = ax + b. Sabendo que o
gráfico de f(x) é uma reta que passa pelos pontos (2, 7)
e (5, 13), é CORRETO afirmar que a + b é igual a
a) 7
b) 5
c) 4
d) 6
e) 8

a) Determine a raiz da função 3. O coeficiente angular da reta cuja equação é

b) O valor numérico da função para x = 2. 4x+2y−7=0 é igual a:
a) 0,5
Resolução: b) -0,5
b=3 c) 2
b
d) -2
raiz = 1  = 1  a = b e) 3
a
a=b  a=3 4. O gráfico da função f(x) = -3x+b intercepta o eixo das
abscissas (eixo x) no ponto A(-2,0). Nessas condições
f(x) = 3x + 3 o valor de b é:
a) 1,5
b) f(2) = 3 . 2 + 3  f(2) = 6 + 3  f(2) = 9 b) -1,5
c) 6
d) 23
3. O aluguel de um carro, por dia, é de R$ 15,00 mais R$ e) -6
1,00 por quilômetro rodado.
5. Uma equipe de alunos da Prefeitura da Cidade do
a) Qual a função que representa o aluguel y por x Recife está participando de uma olimpíada do
quilômetros rodados. conhecimento junto com o seu professor orientador.
No momento, vivenciam uma etapa (ligada a um dos
Resolução: y = 1,00 x + 15  y = x + 15 patrocinadores do evento) na qual são disponibilizados
dois telefones celulares, um para o professor
orientador e o outro para a equipe. Ambos devem se
b) Quanto pagaríamos de aluguel se rodássemos 200 km comunicar por um tempo para que a conta apresente o
em 1 dia? mesmo valor em reais. A direção da olimpíada
disponibilizou dois celulares com dois tipos de planos,
Resolução: y = 200 + 15  y = R$ 215,00 um pós-pago e outro pré-pago e avisou que, no
primeiro tipo, o minuto tem um custo de R$ 0,40 e a
assinatura é de R$ 25,00, e no pré-pago, o minuto
c) Se o aluguel custou R$ 75,00 em um dia, quantos custa R$ 0,90, porém não precisa pagar por assinatura.
quilômetros percorreu? Quanto tempo os telefones serão usados para que o
preço da conta seja o mesmo?
Resolução: 75 = x + 15  75 – 15 = x a) 100 minutos
b) 90 minutos
 x = 60 km
c) 50 minutos
d) 45 minutos

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e) 20 minutos pelo passageiro que pagou R$ 19 para ir de sua casa ao

shopping é de:
6. O gráfico da função real de variável real f(x) = ax + b a) 5 km
passa pelos pontos (2, 6) e (3, 4). É CORRETO b) 10 km
afirmar que b/a é igual a c) 15 km
a) - 5 d) 20 km
b) 5 e) 25 km
c) 6
d) - 6 12. Um fazendeiro resolveu investir em uma colheitadeira
e) 4 para facilitar o serviço na plantação. Sabendo que o
valor pago foi de R$ 300.000 no ano da compra, é
7. Na locação de um carro popular, a locadora A cobra bastante comum que máquinas desse porte percam o
R$ 100,00 e mais R$ 20,00 por dia, e a locadora B, R$ seu valor V ao decorrer dos anos t. Supondo que a
140,00 mais R$ 15,00 por dia. Se a Empresa pretende taxa de depreciação de uma máquina desse porte é de
alugar um carro por x dias, então R$ 22.000 por ano, devido ao seu constante uso,
a) se x = 1 8, então é mais vantagem alugar na locadora podemos afirmar que o valor da colheitadeira, ao final
A. de 7 anos, será de:
b) se x = 7, então é mais vantagem alugar na locadora B. a) R$ 154.000
c) se x = 9, é mais vantagem alugar na locadora B. b) R$ 246.000
d) se x > 9, é indiferente alugar na locadora A ou na B. c) R$ 146.000
e) se x = 10, é mais vantajoso alugar na locadora A. d) R$ 174.000
e) R$ 210.000
8. As retas ( r ) e ( s ) de equações 3x – y + 7 = 0 e 4x – y
– 5 = 0, respectivamente, passam pelo ponto P (a, b). 13. O uso de aplicativos para realizar viagens é cada vez
O valor de a + b é mais comum no cotidiano. Supõe-se que, para calcular
a) 55 o valor da viagem em um aplicativo, há um valor fixo
b) 54 mais um total de R$ 1,40 por quilômetros rodado.
c) 48 Sabendo que um cliente pagou R$ 15,60 ao final da
d) 36 viagem, a quantidade de quilômetros rodados foi de 8
e) 24 km, então o valor fixo da viagem foi de:
a) R$ 2
9. O gerente de uma empresa de transporte rodoviário b) R$ 2,50
resolve determinar a expressão que permite calcular a c) R$ 3,60
despesa mensal em reais de um caminhoneiro, em d) R$ 4,40
função do número x de quilômetros percorridos pelo e) R$ 5
caminhão em um mês. Para isso, ele colhe as seguintes
informações: 14. Dada a função afim f(x) = ax + b, sabendo-se que f(3)
- Custo fixo de R$ 800,00 na manutenção do caminhão; = 6 e f (-2) = -3, o valor do coeficiente angular dessa
- O consumo médio é 20 litros de diesel a cada 100 km; função é:
- O valor do litro de diesel é R$ 0,60. a) 9/5
Assim, a expressão encontrada é b) 5/9
a) 0,06.(2x + 800) c) 3
b) 0,06.(x + 800) d) 3/5
c) 0,12x e) 5/3
d) 0,06x
e) 0,12x + 800 15. Podemos afirmar que o zero da função f(x) = -2x + 5
é igual a:
10. Uma prestadora de serviços cobra pela visita à a) 2
residência do cliente e pelo tempo necessário para b) 2,5
realizar o serviço na residência. c) -2,5
O valor da visita é R$ 40 e o valor da hora para d) -3
realização do serviço é R$ 20. e) 3
Uma expressão que indica o valor a ser pago (P) em
função das horas (h) necessárias à execução do serviço
é:
a) P = 40h
b) P = 60h
c) P = 20 + 40h
d) P = 40 + 20h
Gabarito
11. Sabe-se que o preço a ser pago por uma corrida de táxi 1. B 2. B 3. D 4. E 5. A
inclui uma parcela fixa, que é denominada bandeirada, 6. A 7. C 8. A 9. E 10. D
e uma parcela variável, que é função da distância 11. C 12. C 13. D 14. A 15. B
percorrida. Se o preço da bandeirada é de R$ 4,60 e o
quilômetro rodado é R$ 0,96, a distância percorrida
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6. FUNÇÃO DO 2º GRAU Se a > 0, o vértice indica ponto mínimo, se a < 0 o

vértice indica ponto máximo.

É toda função do tipo f(x) = ax2 + bx + c, com a, b e Valor máximo (mínimo) = 



c reais e a  0. 4a
Ex.: a) f(x) = x2 – 6x + 5 b) f(x) = –x2 + 4x – 3 b
Para se obter o máximo (mínimo) =
2a
Gráfico: é uma parábola, se a > 0, a concavidade da
parábola é voltada para cima. Se a < 0, a concavidade
da parábola é voltada para baixo. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Represente graficamente a função

f(x) = x2 – 2x – 3.

Resolução:
a>0 a<0 a = 1; b = –2 ; c = –3

 = b2 – 4ac
Zero ou Raízes da Função Quadrática: são os
valores onde o gráfico intercepta o eixo das abscissas  = (–2)2 – 4.1.(–3)
 = 4 + 12
0 x  .
 = 16
>0,
b    (2)  16
raízes: x =  x = =
2a 2 .1
2  4
2
2  4 2
 = 0, x1 = = = 1
2 2
2  4 6
x2 = = =3
2 2

Coordenadas do vértice
b (2) 2
Xv = = =  Xv = 1
2a 2 .1 2
  16  16
< 0, Yv = = =  Yv = 4
4a 4 .1 4

Valor de C: é o valor onde o gráfico intercepta o eixo

dos y.

2. Achar o máximo ou o mínimo da função

C>0 C=0 C<0 f(x) = x2  8x + 30
Coordenadas do Vértice Resolução:
a = 1 ; b = 8 ; c = 30
 b    Valor máximo  a = –1
v=  , 
 2a 4a   = b2 – 4ac
 = (8)2 – 4.(1).30
 = 64 + 120
v=
 b     = 184
 , 
 2a 4a 

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  184  184 3. A função f(x)=−x2+12x, representa o total de

Valor máximo =    documentos expedidos na hora x numa repartição
4a 4 .(  1 ) 4
VMáx = 46 pública, x é um número inteiro entre 0 e 6 horas.
Nessas condições, o total de documentos expedidos às
3. O lucro de uma empresa é dado em função da 3 horas nessa repartição foi:
diferença entre a sua receita R e o seu custo C, a) 27
representados respectivamente por b) 36
c) 32
R = p2 + 15p e C = p2 + 10p – 25.
d) 45
Determine o lucro máximo da empresa.
e) 33
Resolução:
4. Esboçando o gráfico da função real de variável real
definida por f(x)=x2−2x+4 no plano cartesiano,
L=R–C
obtemos uma parábola de vértice com coordenadas (x
L = p2 + 15p – (p2 + 10p – 25) v , y v). É CORRETO afirmar que a soma das
L = p2 + 15p – p2 – 10p + 25 coordenadas do vértice é igual a
L = 2p2 + 5p + 25 a) 4
 = 52 – 4.(–2).25 b) – 4
 = 25 + 200 c) 5
 = 225 d) – 5
  225  225 225
e) 0
LMáx = = =  LMáx =
4a 4 .(  2 ) 8 8
5. Substituindo o valor da raiz da função f(x)=−2/3x+4 ,
na função g(x) = x2 – 4x + 5, encontramos como
LMáx = 28,125 resultado:
a) 12
4. Em um projeto de engenharia, y representa o lucro b) 15
máximo, e x, a quantia a ser investida para a execução c) 16
do projeto. Uma simulação nos dá a função y = –x2 + d) 17
8x – 7. Calcule quanto devemos investir para obter o e) 19
máximo lucro líquido.
6. A soma das coordenadas do vértice da parábola da
Resolução: função f(x) = – x2 + 8x – 12 é igual a:
a = –1; b = 8 ; c = –7 a) 4
b b) 6
x=
2a c) 8
8 8 d) 10
x=  x= x=4
2 .(  1 )  2 e) 12

7. Um foguete foi lançado de um ponto O do solo e

descreveu uma trajetória em forma de parábola, até
EXERCÍCIOS
retornar ao solo. Se ele atingiu as alturas de y = 35m e
y = 60m nos instantes x = 10s e x = 20s,
1. Seja f:R→R uma função polinomial do segundo grau, respectivamente, qual foi a altura máxima alcançada
definida por f(x)=x2 − 6x + 8, simbolizamos o por ele?
conjunto imagem de f por Im(f). Assinale a alternativa a) 40 m
que representa corretamente Im(f). b) 50 m
a) Im(f)={y∈R/y≥−1} c) 60 m
b) Im(f)={y∈R/y≥−3} d) 80 m
c) Im(f)={y∈R/y≤1} e) 70 m
d) Im(f)={y∈R/y≤3}
8. O valor máximo da função g(x)=m(x−9)(x−1) é igual
2. Um arqueiro dispara uma flecha em um terreno plano a 80. O valor do coeficiente m é:
e horizontal, que, após percorrer uma trajetória a) -2
parabólica, atinge o solo a exatos 25 metros de b) 2
distância. Considere a posição do arqueiro como c) -4
sendo x=0, o ponto que a flecha atingiu o solo como d) -5
sendo x=25, e que a altura máxima que a flecha atingiu e) 5
foi de y=15,625 metros. Quanto a função que
descreve a trajetória da flecha, assinale a alternativa 9. Seja f uma função real de variável real definida por f(x
correta. + 1) = x2 – 2x +3. É CORRETO afirmar que f(x) é
a) y = -0,1 x2 + 2,5 x definida por
b) y = -0,2 x2 + 2,5 x a) x2 – 3x + 4
c) y = -0,1 x2 + 5 x b) x2 – 4x + 3
d) y = -0,2 x2 + 5 x c) x2 + 4x + 3
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d) x2 – 4x + 6 8. PROGRESSÃO ARITMÉTICA (P.A.)

e) x2 – 6x + 4

10. Uma pedra é lançada, e sua trajetória é determinada É uma sequência em que cada termo a partir do
pelo gráfico da função f(x) = - x2 + 8x -12, onde x é segundo é igual ao anterior somado a uma constante R
medido em metros. É CORRETO afirmar que a altura chamada razão.
máxima alcançada pela pedra é de Ex.: (2, 5, 8, 11, 14)
a) 12 m Razão = a2 – a1 = a3 – a2  R = 5 – 2  R = 3
b) 10 m
c) 8 m NOTAÇÕES:
d) 6 m Primeiro Termo = a1
e) 4 m Razão = R (P.A.) e q(P.G.)
Número de termos = n
11. Sabendo que f é uma função real definida por f(x) = - Termo Geral = an
x2 + 6x – 8, é CORRETO afirmar que a imagem de f é Soma dos n primeiros termos = Sn
o intervalo real
a) ] - ∞, 1] CLASSIFICAÇÃO:
b) [1, ∞] 1. Crescente: (3, 5, 7, 9, 11) R = 2 R > 0 (positiva)
c) ] 1, 1320[
2. Decrescente: (18, 15, 12, 9, 6) R = 3 R < 0
d) [1, ∞ [
(negativa)
e) ]- ∞, ∞[
3. Constante: (5, 5, 5, 5, 5) R = 0
12. A função A(t)=−t2 + 8t − 7 descreve a trajetória de
REPRESENTAÇÃO ESPECIAL:
uma bola arremessada para cima até atingir o solo,
sendo t dado em minutos e A(t) a altura(em metros) 3 termos  (x – R, x, x + R) razão = R
da bola em relação ao solo. A altura máxima que a 4 termos  (x – 3R, x – R, x + R, x + 3R) razão =
bola atinge é de: 2R
a) 10 metros 5 termos  (x – 2R, x – R, x, x + R, x + 2R) razão =
b) 8 metros R
c) 6 metros Ex.: Em uma P.A. de três termos, a soma é 21 e o
d) 9 metros produto é 280. Calcular a razão.
e) 15 metros
21
x – R + x + x + R = 21  3x = 21  x =
3
 x=7
(x – R) . x . (x + R) = 280  (7–R) . 7 . (7+R) = 280

280
(7 – R) (7 + R) =  72 – R2 = 40  49 – R2 = 40
7
– R2 = 40 – 49  – R2 = 9  R2 = 9 
R=  9  R= 3

PROPRIEDADES

1ª) Em uma P.A. limitada, a soma de dois termos

equidistantes dos extremos é igual a soma dos
extremos.
(a1 , a2, a3, a4, a5)  a1  a5 = a2  a4 = a3 + a3
Ex.: (2, 5, 8, 11, 14)
2 + 14 = 5 + 11 = 8 + 8 = 16

2ª) Em uma P.A., qualquer termo, com exceção dos

extremos, é média aritmética entre o antecedente e o
consequente.
a1  a 3
(a1, a2, a3)  a2 =
2
Gabarito
Ex.: Calcular o valor de x para que os termos
1. A 2. A 3. A 4. A 5. D
seguintes fiquem nesta ordem em P.A.
6. C 7. D 8. D 9. D 10. E
(x + 2)2, (x + 5)2 e (x + 7)2.
11. A 12. D

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Resolução: Ex.: Qual é a soma dos n primeiros números ímpares

2 2 naturais?
(x  2)  (x  7)
(x + 5)2 =  a1 = 1
2 R=2
x
2
 4x  4  x
2
 14 x  49 an = 1 + (n – 1).2
x2 + 10x + 25 = 
2 an = 1 + 2n – 2  an = 2n – 1
2x2 + 20x + 50 = 2x2 + 18x + 53 ( 1  2 n  1). n 2n
2

20x – 18x = 53 – 50 Sn = =  Sn = n2
2 2
3
2x = 3  x =
2 Ex.: Um teatro tem 18 poltronas na primeira fila, 24
na segunda, 30 na terceira, e assim na mesma
sequência, até a vigésima fila, que é a última. O
FÓRMULA DO TERMO GERAL número de poltronas desse teatro é:
(18, 24, 30, ...) an = a1 + (n – 1).R
a2 = a1 + R
a3 = a2 + R = a1 + R + R = a1 + 2R a1 = 18
a4 = a3 + R  a1 + 2R + R = a1 + 3R R=6
n = 20
an = a1 + (n – 1) . R a20 = a1 + 19.R
a20 = 18 + 19.6
a20 = 18 + 114  a20 = 132
Ex.: Qual é o vigésimo termo da P.A. (3, 8, ...)?
a1 = 3 a 1  an . n 18  132 . 20
R=5 Sn =  S20 = 
2 2
n = 20
10
an = a1 + (n – 1).R 150 . 20
a20 = 3 + (20 – 1).5 S20 = S20 = 1.500
a20 = 3 + 19 . 5 2
a20 = 3 + 95
a20 = 98

Ex.: Achar o número de múltiplos de 5

compreendidos entre 21 e 623. EXERCÍCIOS
a1 = 25
an = 620 1. Foram abertas 18 turmas de um novo curso que
R=5 ocorrerá em três turnos. A quantidade de turmas
an = a1 + (n – 1)R disponíveis para tarde, manhã e noite segue, nessa
620 = 25 + (n – 1).5 ordem, uma progressão aritmética de razão 4.
620 = 25 + 5n – 5 Quantas turmas serão formadas para o turno da noite?
600 a) 8
600 = 5n  n =  n = 120 b) 10
5
c) 6
d) 2
Ex.: Interpolar cinco meios aritméticos entre 6 e 30. e) 12
a1 = 6 (6 _ _ _ _ _ 30)
an = 30 2. O valor inicial da previdência privada de Lucas será R$
n=7 200,00, e a esse valor serão acrescentados R$ 10,00
an = a1 + (n – 1).R mensalmente.
30 = 6 + (7 – 1).R Qual o valor total depositado quando essa previdência
30 = 6 + 6R completar 3 anos?
24 = 6R  R =
24
 R=4 a) R$ 13.500,00
6 b) R$ 550,00
P.A. (6, 10, 14, 18, 22, 26, 30) c) R$ 27.000,00
d) R$ 1.100,00
e) R$ 8.700,00
SOMA DOS n PRIMEIROS TERMOS
3. Em uma campanha de doações à Creche Marias de
S1 = a 1 Deus, feitas por um grupo de lojistas de uma pequena
S2 = a 1 + a 2 cidade, foram arrecadados 17 600 reais. Na reunião
S3 = a 1 + a 2 + a 3 que decidiu quanto aos valores a serem doados por
( a 1  an ) n cada lojista, ficou acordado que a loja de menor lucro
Sn = a1 + a2 + a3 + .... + an  Sn = líquido anual doaria 800 reais, a segunda loja de menor
2
lucro líquido anual, 400 reais a mais que a primeira, a
terceira, 400 reais a mais que a segunda e assim
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sucessivamente. Quantas lojas fizeram doação à 9. A soma dos termos da P.A. (-16, -14, -12, ....., 84) é
Creche Marias de Deus? a) 42
a) 6 b) 126
b) 9 c) 1042
c) 8 d) 1126
d) 10 e) 1734
e) 11
10. Considere que os números inteiros de 1 a 3500 estão
4. Para organização de uma exposição, carros foram dispostos como na tabela abaixo. Qual o número
dispostos em filas. Na primeira fila, foram colocados 3 escrito na Coluna 3 da Linha 276?
carros; na segunda, 6; na terceira, 9 e assim
sucessivamente, até que, na última fila, foram expostos
90 carros. Sabendo-se que o acréscimo da quantidade
de carros em cada fila segue uma progressão
aritmética, quantas filas foram ocupadas?
a) 20
b) 23
c) 27
d) 30
e) 32 a) 1916
b) 1948
5. Uma sequência de números reais é chamada de c) 1932
Progressão Aritmética, se a subtração de termos d) 1928
consecutivos for uma constante. Se uma sequência em e) 1950
progressão aritmética tem, como segundo termo, o
número 7 e como décimo termo, o número 39, a soma 11. A sequência diária de fixação de blocos para
dos seus 5 primeiros termos é igual a construção de uma pirâmide segue uma lei de
a) 28 formação, conforme figura abaixo.
b) 35
c) 39
d) 55
e) 78

6. Seja (92,93,94,95 ......... 310,311,312) uma sequência de

números naturais. Se n é o número de termo dessa
Seguindo essa lei, quantos blocos comporão a
sequência, é CORRETO afirmar que n é igual a
pirâmide no 50º dia?
a) 221
a) 50
b) 220
b) 255
c) 310
c) 1050
d) 312
d) 1275
e) 311
e) 1725
7. Em uma progressão aritmética crescente de oito
12. Magda resolveu dar a sua filha Marcella uma mesada
termos, a soma dos termos é 140, e a diferença entre
de R$ 400,00 por mês. Marcella, que é muito esperta,
os termos extremos é 21. É CORRETO afirmar que a
disse a sua mãe que, em vez da mesada de R$ 400,00,
razão dessa progressão é igual a
gostaria de receber um pouquinho a cada dia: R$ 2,00
a) 2
no primeiro dia de cada mês e, a cada dia, R$ 1,00 a
b) 3
mais que no dia anterior. Magda concordou, mas, ao
c) 4/3
final do primeiro mês, logo percebeu que havia saído
d) 5/4
no prejuízo. Quanto, em um mês com 30 dias,
e) 2/3
Marcella receberá a mais do que receberia com a
mesada de R$ 400,00?
8. Durante vinte e um dias, observou-se o crescimento
a) R$ 49,00.
do caule de um pé de pimentão germinado. No
b) R$ 34,00.
primeiro dia, sua altura era de 10 mm e no último, de
c) R$ 95,00.
90 mm.
d) R$ 55,00.
É CORRETO afirmar que o seu crescimento diário,
e) R$ 45,00.
sabendo-se que esse valor foi constante, em mm, é
a) 1,0
13. A soma das idades dos quatro filhos de uma família é
b) 2,0
48 anos. Se a idade do mais novo é 9 anos, e as idades
c) 3,0
dos quatro estão em P.A, a idade do mais velho é
d) 4,0
a) 12
e) 5,0
b) 15
c) 18

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d) 14 8. PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (P.G.)

e) 39

14. Rebeca, Dan e Eduarda são três irmãos, cujas idades É uma sequência em que qualquer termo, a partir do
são respectivamente iguais aos termos de uma segundo, é igual ao anterior multiplicado por uma
progressão aritmética de razão 4. Se daqui a 2 anos, a constante q, chamada razão da P.G.
idade de Eduarda é o dobro da idade de Rebeca, nesse
período, a idade de Dan será: Ex.: (2, 6, 18, 54, 162)
a) 10 anos.
b) 12 anos. a2 a3 6
c) 13 anos. Razão: q =   q=  q=3
d) 15 anos. a1 a2 2
e) 16 anos.
CLASSIFICAÇÃO (com a1 > 0)
15. Jorge resolve depositar, todos os meses, certa quantia 1) Crescente: (2, 8, 32, 128) q = 4 a > 1
na caderneta de poupança. No primeiro mês, 2) Decrescente: (32, 16, 8, 4) q = 12 0 < q < 1
depositou R$ 10,00, no segundo mês R$ 20,00, no 3) Constante: (7, 7, 7, 7) q=1
terceiro mês R$ 30,00 e assim por diante. Após efetuar
o vigésimo depósito, qual a quantia total depositada 4) Alternante: (5, 10, 20, 40) q = 2 q < 0
por Jorge?
a) R$ 1.100,00.
b) R$ 3.100,00.
c) R$ 2.100,00. REPRESENTAÇÃO ESPECIAL
d) R$ 4.100,00.  x 
3 termos   , x , xq



razão = q
e) R$ 5.100,00.  q 
 x x 
4 termos   , , xq , xq
3  razão = q2
 3 q 
q 

 x x 
5 termos   , , x , xq , xq
2  razão = q
 2 q 
q 

Ex.: A soma de três números em P.G. é 39 e o

produto entre eles é 729. Calcular os três números.
 x
  x  xq  39
 q

 x 3 3
. x . xq  729  x  729  x  729  x  9
 q

9
subst. + 9 + 9q = 39  9 + 9q + 9q2 = 39q 
q
9q2 – 30q + 9 = 0  3q2 – 10q + 3 = 0
 = (10)2 – 4 . 3 . 3   = 100 – 36   = 64
 (  10 )  64 10  8
q= =
2 .3 6
10  8 18
q1 =   3
6 6
10  8 2 1
q2 =  =
6 6 3

9 
 , 9, 9. 3   (3, 9, 27)
 3 

Gabarito PROPRIEDADES
1. B 2. A 3. C 4. D
1º) Em uma P.G. limitada, o produto de dois termos
5. D 6. A 7. B 8. D
equidistantes dos extremos é igual ao produto dos
9. E 10. D 11. DC 12. extremos.
13. B 14. B 15. C 16. (a1, a2, a3, a4, a5)
a1 . a5 = a2 . a4 = a3 . a3
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Ex.: (2, 6, 18, 54, 162)

2 x 162 = 6 x 54 = 18 x 18 = 324 SOMA DOS TERMOS DE UMA P.G.

2º) Em uma P.G., qualquer termo, com exceção dos

extremos, é média geométrica entre o antecedente e o 1º) Limitada  Sn =
a1. q  n
1 
consequente. q 1

(a1 , a2 , a3)  a22 = a1 . a3

Ex.: Dar o valor de x na igualdade
Ex.: Determine o valor de x, de modo que os números x + 3x + ... + 729x = 5465, sabendo-se que os termos
x + 1, x + 4 e x + 10 formem, nesta ordem, uma P.G. do 1º membro formam uma P.G.
(x + 4)2 = (x + 1) . (x + 10) a1 = x
x2 + 8x + 16 = x2 + 10x + x + 10 3x
8x + 16 = 11x + 10 q= =3
x
8x – 11x = 10 – 16  –3x = – 6  x = 2 an = 729x
Sn = 5465
an = a1 . qn – 1
729x = x . 3n – 1
FÓRMULA DO TERMO GERAL 36 = 3 n – 1  n – 1 = 6  n = 7
a2 = a1 . q
a3 = a2 . q = a 1 . q . q = a 1 . q 2
a4 = a3 . q = a 1 . q 2 . q = a 1 . q 3 Sn = 
a1. q  n
1  5465 =

x. 3
7
1 
. q 1 31
. 2187  1
. 5465 = x.  1093x = 5465 
2

an = a1 . qn – 1 x=
5465
 x=5
1093

Ex.: Achar o 6º termo da P.G. (2, 6, ...) 2º) Ilimitada  –1 < q < 1, n   , qn  0
a1 = 2 a1
6 S=
q= =3 1 q
2
n=6 Ex.: Resolva a equação 80x + 40x + 20x + ... = 320
sabendo-se que os termos do 1º membro formam uma
an = a1 . qn – 1 P.G. infinita.
a6 = 2 . 36 – 1
a6 = 2 . 35 a1 = 80x
a6 = 2 . 243  a6 = 486
40 x 1
q= 
80 x 2
Ex.: Numa P.G. de 4 termos, a razão é 5 e o último Sn = 320
termo é 375. Calcular o primeiro termo dessa P.G.
80 x 80 x
320 =  320 =  160x = 320 
n=4 1 1
q=5 1
2 2
an = 375
320
an = a1 . qn – 1 x=  x=2
375 = a1 . 54 – 1 160
375
375 = a1 . 53  375 = 125 a1  a1 =  a1 = 3
125
Ex.: Numa P.G. de razão 4, o primeiro termo é 8 e o
último é 231. Quantos termos tem essa P.G.?
q=4
a1 = 8
an = 231

an = a1 . qn – 1
231 = 8 . 4n – 1
231 = 23 . 22n – 2  231 = 22n + 1
2n + 1 = 31  2n = 31 – 1  2n = 30 
30
n=  n = 15
2

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EXERCÍCIOS abaixo do local de onde as gotas caíam. Na primeira

hora, a vasilha recebeu 5 gotas de chuva; na segunda
hora, 25 gotas; na terceira, 125 gotas e assim por
1. A solução da equação x + + + + ... = 15, diante. Depois de quantas horas, essa vasilha recebeu
78 125 gotas?
em R, é:
a) 7
a) 1
b) 6
b) 3
c) 5
c) 10
d) 8
d) e) 9

e) 7. Para fazer uma atividade artística com um grupo de

estudantes, Maria pegou uma folha de cartolina e
dobrou ao meio e, depois, novamente dobrou ao meio
pela linha de dobra formada e assim procedeu
2. (F. C. CHAGAS) A solução da equação x + + +
sucessivas vezes. Em quantas partes iguais, estará
dividida essa folha de cartolina após Maria dobrá-la
+ ... = 15, em R, é: pela sexta vez?
a) 1 a) 12
b) 3 b) 16
c) 10 c) 32
d) 64
d) e) 78

e) 8. Professora Rebeca lê um desafio para seus alunos:

“Considere a P.A. (2,5,8,11,...) e a P.G. (3,6,12,24,...)
Na
3. Fernanda está construindo uma estrutura com vários sequência (2,3,5,6,8,12,11,24,14,48,...), onde os termos
níveis formados por pedras simétricas. No primeiro da P.A. ocupam as posições ímpares e as da P.G., as
nível, Fernanda colocou uma pedra; no segundo, duas posições pares, determine o seu 25º termo.” Assinale a
pedras; no terceiro, quatro pedras e, assim, alternativa CORRETA deste desafio.
sucessivamente. Sabendo-se que cada nível possui o a) 602
dobro do número de pedras do nível anterior e que a b) 38
estrutura terá 255 pedras, quantos níveis terá a c) 3 × 24²
estrutura construída por Fernanda? d) 49
a) 65 e) 25
b) 7
c) 66 9. O número 3 + 0,25 + 0,0025 + 0,000025 +
d) 8 0,00000025 +... é escrito em forma de fração por:
e) 12 a) 7/550
b) 32/299
4. Uma fábrica inaugurou sua produção com 4 itens. c) 425/129
Sabendo-se que a quantidade de itens produzidos pela d) 3/39
fábrica em cada ano consecutivo obedece a uma e) 42/577
progressão geométrica e que, no quinto ano, foram
produzidos 324 itens, qual a soma total de itens 10. Determine m inteiro positivo, de modo
fabricados nesses cinco primeiros anos? que 2+4/m+8/m2+...=14/5
a) 434 a) 1
b) 844 b) 3
c) 448 c) 5
d) 848 d) 7
e) 484 e) 9

5. Sabendo-se que o quinto termo de uma P.G. é 162 e 11. A quantidade de bactérias em uma colônia, sob
que a razão é igual a 3, é CORRETO afirmar que a condições ideais, dobra a cada 3 horas. Se uma
soma dos cinco primeiros termos vale amostra contém 100 bactérias, então qual dos
a) 15 números abaixo excede o número de bactérias após 30
b) 54 horas?
c) 242 a) 102.100
d) 486 b) 102.200
e) 810 c) 102.300
d) 102.400
6. Num dia de chuva forte, foi identificada uma goteira e) 102.500
no teto da sala de vídeo. Para controlar o pinga-pinga,
a servente colocou uma pequena vasilha no chão,
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12. Um capital aplicado no sistema financeiro rende 2% 9. ANÁLISE COMBINATÓRIA

ao mês. Podemos afirmar que os valores, a cada mês,
deste capital estão em progressão
a) aritmética de razão 1.02. Objetivos da Combinatória
b) aritmética de razão 2.
c) geométrica de razão 0.02. Formação de agrupamentos
d) geométrica de razão 1.02.
e) geométrica de razão 2. Contagem de agrupamentos
13. Em um determinado jogo, o prêmio pago ao acertador
é 10 vezes o valor da aposta. José resolve, então, jogar Tipos de Agrupamentos
e apostar R$ 2,00 na 1° vez, e nas rodadas seguintes
aposta sempre o dobro da aposta anterior. José acerta Arranjo
somente na 8° vez e não joga mais.
Considerando-se o montante que José investiu até a 8° Permutação
jogada e o que ganhou, o seu lucro, em reais, foi de:
a) 256 Combinação
b) 510
c) 1.350 Critério Diferenciador
d) 2.050
e) 2.560 Quando a ordem dos elementos é importante na
formação do agrupamento, este agrupamento é um
arranjo.
Em caso contrário, é uma combinação.

Observação:

Permutação é um caso particular de arranjo quando m

= p.

m é o número de elementos disponíveis.

p é o número de elementos de cada agrupamento.

Fatorial de um número natural n

Fatorial de um número natural n é o produto de todos

os fatores naturais de 1 a n.
n! = n(n - 1) (n - 2) ... 1

Ex: 3! =
4! = 4.3.2.1 = 24
0! = 1 (convenção)

Cálculo Combinatório

Arranjos simples (sem repetição do elemento)

m!
Am,p 
( m  p )!

Ex: A6,4 =

Arranjos completos:

Ar m , p  m
p

Ex: Ar6,3 =

Permutações simples:
Gabarito Pm  m !
1. C 2. C 3. D 4. E 5. C
6. A 7. D 8. B 9. B 10. D Ex: P5 =
11. E 12. D 13. D Permutações com elementos repetidos:

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 ,  ,  ... m! 5. O número de anagramas da palavra ESCOLA, que

Pm  começam por S e terminem por L, é
 !  !  !...
a) 720
b) 120
Combinações simples: c) 24
d) 12
Am,p ou C m,p 
m! e) 18
C m,p 
p p
p ! ( m  p )!
6. Com os algarismos 1, 2, 3, 4 e 5, sem repeti-los,
podemos escrever X números de 4 algarismos,
Ex: C8,3 = maiores que 2400. O valor de X é:
a) 68
EXERCÍCIOS b) 72
c) 78
d) 84
ARRANJO E PERMUTAÇÃO e) 124

1. Para abrir um cofre é necessário saber uma sequência 7. Abraão, Arão, Calebe, Davi, Eli, Isaque, Ismael e
de 3 letras diferentes dentre as 10 primeiras letras do Israel são 8 irmãos. Eles têm um cofre em sua casa e
alfabeto. Sabendo que a primeira letra da sequencia é decidiram criar uma senha para o cofre com 8 letras,
uma vogal e a terceira letra é uma consoante, então o utilizando a letra inicial de cada um de seus nomes, na
total de sequências possíveis que podem ser formadas quantidade exata em que aparecem. Por exemplo,
para abrir o cofre é: AACDEIII é uma senha válida e ACDDEEII não o é.
a) 210 O total de senhas distintas possíveis é:
b) 168 a) 1.680.
c) 420 b) 3.360.
d) 324 c) 6.720.
e) 830 d) 40.320.
e) 1.141
2. Cinco pessoas de diferentes alturas devem ocupar
cinco cadeiras. O fotógrafo pediu que nem o mais 8. Numa estante com 4 livros de Matemática, 3 de Física
baixo nem o mais alto ocupassem as cadeiras das e 2 de Química, todos distintos, de quantas maneiras
extremidades. podemos dispor os livros de modo que fiquem
Respeitando essa condição, o número de maneiras separados por assunto?
como as pessoas podem se posicionar para a a) 1024
fotografia é: b) 144
a) 12. c) 1728
b) 18. d) 24
c) 24. e) 48
d) 36.
e) 72. 9. Assinale a alternativa correta em relação ao número de
maneiras diferentes que podemos organizar as letras
3. Uma “capicua” é um número que, quando lidos seus da sigla FUNDATEC, de modo que:
algarismos de trás para frente, o número obtido é igual • a letra F apareça sempre na primeira posição.
ao original. Por exemplo, 121, 2332 e 3333 são • as consoantes N e D apareçam sempre juntas em
capicuas; 4324 não é. O número de “capicuas” de três qualquer ordem.
algarismos é igual a: • as consoantes T e C apareçam sempre juntas em
a) 60 qualquer ordem.
b) 75 a) 56.
c) 90 b) 120.
d) 120 c) 240.
e) 180 d) 480.
e) 5.040
4. Bruna mora longe de seus pais e deseja escolher 3
meses de um mesmo ano para visitá-los, sendo que os 10. Uma reunião no Ministério da Fazenda será composta
dois primeiros deles devem ser do primeiro semestre por seis pessoas, a Presidenta, o Vice-Presidente e
do ano e não consecutivos; o outro mês deve ser quatro Ministros. De quantas formas distintas essas
qualquer um a partir de agosto. De quantas maneiras seis pessoas podem se sentar em torno de uma mesa
Bruna poderá efetuar a escolha dos meses em que redonda, de modo que a Presidenta e o VicePresidente
visitará seus pais? fiquem juntos?
a) 18. a) 96
b) 32. b) 360
c) 50. c) 120
d) 60 d) 48
e) 44 e) 24
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 MATEMÁTICA

oficial qualquer e B um soldado qualquer, qual é o

Gabarito número de comissões de que participa o oficial A e
1. B 2. D 3. C 4. C 5. C não participa o soldado B?
6. D 7. B 8. C 9. D 10. D a) 105
b) 87
COMBINAÇÃO c) 64
d) 256
1. O departamento técnico de uma construtora e) 504
imobiliária tem 10 técnicos de nível superior sendo 7
engenheiros e 3 arquitetos. Quantas equipes técnicas 7. Uma organização dispõe de 10 economistas e 6
distintas podem ser formadas por 2 desses técnicos administradores. Quantas comissões de 6 pessoas
com a participação de pelo menos um engenheiro em podem ser formadas, de modo que cada comissão
cada equipe? tenha, no mínimo, 3 administradores?
a) 14 a) 3136
b) 35 b) 253
c) 21 c) 5236
d) 28 d) 3632
e) 42 e) 5362

2. De quantas formas podemos repartir 9 pessoas em 3 8. Em uma sala de aula existem 12 alunas, onde uma
grupos, ficando 3 pessoas em cada grupo? delas chama-se Carla, e 8 alunos, onde um deles
a) 1680 atende pelo nome de Luiz. Deseja-se formar
b) 1400 comissões de 5 alunas e 4 alunos. Determine o
c) 1600 número de comissões, onde simultaneamente
d) 1580 participam Carla e Luiz.
e) 1480 a) 10540
b) 23410
3. Para formar uma comissão com quatro policiais c) 9824
militares, estarão à disposição cinco oficiais e quatro d) 11550
praças. Quantas comissões distintas poderão ser e) 5670
formadas, de maneira que, em cada uma delas, haja,
pelo menos, um oficial? 9. Um técnico de um time de voleibol possui a sua
a) 225 disposição 15 jogadores que podem jogar em qualquer
b) 20 posição. De quantas maneiras ele poderá escalar seu
c) 60 time de 6 jogadores?
d) 125 a) 4 450 maneiras
e) 120 b) 5 210 maneiras
c) 4 500 maneiras
4. A fim de formar uma comissão organizadora para d) 5 005 maneiras
formatura do curso de Licenciatura em Matemática, e) 2450 maneiras
foram escolhidos, na turma, 3 membros para formar a
comissão, dentre as 10 pessoas que se candidataram. 10. Uma lanchonete tem uma promoção de combo com
De quantas maneiras distintas esse grupo pode se preço reduzido em que o cliente pode escolher 4 tipos
combinar? diferentes de sanduíches, 3 tipos de bebida e 2 tipos de
a) 90 sobremesa. Quantos combos diferentes os clientes
b) 100 podem montar?
c) 120 a) 30 combos
d) 290 b) 22 combos
e) 300 c) 34 combos
d) 24 combos
5. O grupo para análise de inquéritos administrativos de e) 48 combos
uma corporação é formado por 3 tenentes e 5
sargentos. Quantas comissões de inquérito,
constituídas por 5 pessoas, podem ser formadas,
contendo, no mínimo, 1 tenente?
a) 10
b) 15
c) 35
d) 40
e) 55

6. Um grupo de inquérito é formado por 8 oficiais e 4 Gabarito

soldados. Para analisar os processos, formam-se 1. E 2. A 3. D 4. C 5. E
comissões com 4 oficiais e 2 soldados. Sendo A um 6. A 7. A 8. D 9. D 10. D

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 MATEMÁTICA

10. PROBABILIDADE PROBABILIDADE

A probabilidade de ocorrer um evento A é o

EXPERIMENTO ALEATÓRIO quociente entre o número de casos desejados e o
número de casos possíveis.
Experimento aleatório é todo experimento que,
mesmo repetido várias vezes sob condições n (A )
semelhantes, apresenta resultados imprevisíveis. P(A) =
n (U )
Exemplos:
1) Lançamento de uma moeda.
2) Extração de uma carta de um baralho. Observações:

Observação: 1) 0  P(A)  1

O experimento cujo resultado é previsível é 2) A =   P(A) = 0

denominado experimento determinístico.
3) A = U  P(A) = 1
Exemplos:
EXERCÍCIOS
1) Velocidade com que um corpo em queda livre toca o
solo. 01. Tirando-se, ao acaso, uma carta de um baralho
comum de 52 cartas, calcular a probabilidade de
2) Temperatura em que o leite ferve. sair um rei.
R: 1/13
ESPAÇO AMOSTRAL

Espaço amostral de um experimento aleatório é

conjunto de todos os resultados possíveis deste 02. Numa urna existem 25 bolas numeradas de 1 a 25.
experimento. Extraindo-se uma bola, ao acaso, qual é a
probabilidade de se obter um número que seja
Notação: U divisor de 15 ou divisor de 20?
R: 8/25
Exemplos:

No lançamento de um dado, temos:

03. Qual é a probabilidade de se extrair uma bola

No lançamento de uma moeda temos: verde ou vermelha de uma urna que contém 5
bolas vermelhas, 4 amarelas e 3 verdes?
R: 2/3
EVENTO

Evento é o conjunto dos resultados desejados no

experimento aleatório. PROBABILIDADE DE NÃO OCORRER UM
EVENTO
Notação: A

A : complementar de A em relação ao universo, ou seja,

Observações: A = U - A.

1) Quando A é um conjunto unitário, se diz que o evento

é simples. A é o evento “ não ocorrer A.

2) Quando A é um conjunto vazio, se diz que o evento é P(A) + P( A ) = 1

impossível.
Exemplos:
3) Quando A é o espaço amostral, se diz que o evento é
certo. 1) No lançamento simultâneo de dois dados,
calcular a probabilidade de obter soma diferente
4) Quando os elementos do espaço amostral têm a de 11.
mesma chance de ocorrer, se diz que o espaço R: 17/18
amostral é equiprovável.

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 MATEMÁTICA

2) A probabilidade de Antônio acertar um alvo é 0,6 EXERCÍCIOS

e a probabilidade de Paulo acertar é 0,7. Se cada
um fizer uma única tentativa, qual é a 1. Uma caixa contém seis bolas brancas e quatro pretas.
probabilidade dos dois errarem o alvo? Duas bolas serão retiradas dessa caixa, uma a uma e
R: 0,12 sem reposição, então a probabilidade de uma ser
branca e a outra ser preta é igual a
a) 4/15.
b) 7/15.
ADIÇÃO DE PROBABILIDADES c) 2/15.
d) 8/15.
A probabilidade de ocorrer o evento A ou o evento e) 11/15.
B é igual à probabilidade de ocorrer A mais a
probabilidade de ocorrer B menos a probabilidade 2. Uma senha de cadeado é composta de 4 números
de ocorrer A e B. inteiros (dígitos) que variam de 1 a 6 cada número. A
chance de alguém adivinhar a senha apenas com base
P(A U B) = P(A) + P(B) – P(A  B) na sorte e sabendo que o segundo dígito da senha é 3
ou 5 é
a) maior que 50%.
Observação: b) maior que 25%, mas inferior a 50%.
c) pelo menos, de 10%.
 Se A  B =   A e B são chamados de d) inferior a 10%.
eventos excludentes. e) impossível.

Multiplicação de Probabilidades 3. O Departamento de Fiscalização de Trânsito dispõe

de dez fiscais, sendo 5 do sexo masculino e 5 do sexo
A probabilidade de ocorrerem os eventos A e B é feminino. Pretende criar uma equipe com 3 fiscais
igual à probabilidade de ocorrer A vezes a sorteados ao acaso. Qual é a probabilidade de os
probabilidade de ocorrer B, depois que A ocorreu. componentes da equipe serem do mesmo sexo?
a) 1/6
P(A  B) = P(A) . P(B/A) b) 1/5
c) 1/4
d) 1/3
Exemplos: e) 1/2

01. Se retirarmos sucessivamente e sem reposição 4. A professora Vanessa pediu aos seus 30 alunos para
duas cartas de um baralho, qual é a probabilidade estudarem um determinado tema, pois 2 deles seriam
de obtermos duas cartas de ouro? sorteados na semana seguinte, a fim de serem
R: 1/17 apresentados aos demais colegas. Sabendo-se que a
sala é formada por 18 meninos e 12 meninas, qual é a
02. Uma urna contém 8 bolas amarelas e 6 verdes. probabilidade de serem escolhidos um menino e uma
Qual é a probabilidade de retirarmos 2 bolas menina?
sucessivamente, sem reposição, sendo uma verde a) 72/145
e a outra amarela? b) 51/145
R: 48/91 c) 30/145
d) 22/145
e) 2/145

5. Dos 10 médicos habilitados para primeiros-socorros, 6

são homens, e 4, mulheres. Para montagem de uma
equipe com 3 médicos sorteados aleatoriamente, qual a
probabilidade de os sorteados serem do mesmo sexo?
a) 50%
b) 40%
c) 30%
d) 20%
e) 10%

6. Estão reunidas 20 pessoas, e só uma é do sexo

masculino. Escolhem-se, aleatoriamente e sem
reposição, cinco pessoas. É CORRETO afirmar que a
probabilidade de a pessoa do sexo masculino estar
entre as cinco pessoas escolhidas é
a) 1/5
b) 1/ 4

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 MATEMÁTICA

c) 1/3 e) 190/200
d) 1/6
e) 2/3 12. Dois atiradores acertam o alvo uma vez a cada três
disparos. Se os dois atiradores disparam
7. No almoxarifado da escola onde Ana trabalha, existem simultaneamente, então a probabilidade do alvo ser
canetas de 3 cores num total de 15 canetas. Ana entra atingido pelo menos uma vez é igual a
no almoxarifado, no escuro e pega uma caneta, sem a) 2/9
saber a sua cor. A probabilidade de ela pegar uma b) 1/3
caneta azul é o dobro da probabilidade de pegar uma c) 4/9
vermelha e a probabilidade de ela pegar uma caneta d) 5/9
preta é de 40%. Com base nessas informações, e) 2/3
quantas são as canetas vermelhas?
a) 3 13. André, Bruno e Carlos disputam um jogo lançando
b) 4 um dado honesto. André lança o dado e, se sair 1, 2 ou
c) 6 3, ele ganha. Se ele não ganhar, Bruno lança o dado e,
d) 8 se sair 4 ou 5, ele ganha. Se nenhum dos dois ganhar,
e) 9 Carlos é o vencedor. Qual a probabilidade de Carlos
ganhar o jogo?
8. Um lote de seis parafusos tem dois parafusos a) 1/6
defeituosos. Se dois parafusos são retirados do lote um b) 1/9
a um e sem reposição, qual a probabilidade de ambos c) 1/3
serem defeituosos? d) 1/8
a) 1 / 12 e) 1/21
b) 1 / 15
c) 1 / 3 14. Na biblioteca de uma universidade, há uma sala que
d) 1 / 10 contém apenas livros de Matemática e livros de Física.
e) 1 / 8 O número de livros de Matemática é o dobro do
número de Física. São dirigidos ao ensino Médio 4%
9. Em uma Unidade, 60% dos oficiais superiores são do dos livros de Matemática e 4% dos livros de Física.
sexo masculino, e 40% do feminino. Entre os homens, Escolhendo ao acaso um dos livros dirigidos ao
25% têm a patente de coronel, 30%, tenente coronel, e Ensino Médio, a probabilidade de que ele seja de
45% são majores. Em relação às oficiais femininas, Matemática é
18% são coronéis, 45% têm a patente de tenente a) 3/8
coronel, e 37%, de major. b) 1/2
Sorteado um oficial ao acaso, a probabilidade de que c) 5/8
seja um coronel é d) 2/3
a) 43,5%. e) 5/6
b) 86,0%.
c) 8,6%. 15. Uma máquina produziu 8 peças aparentemente iguais,
d) 4,35%. mas duas delas apresentaram defeitos (as outras
e) 22,2%. estavam perfeitas). Escolhendo-se duas peças ao
acaso, a probabilidade de que uma delas seja perfeita, e
10. Um dado não viciado de 6 faces regulares, cada qual a outra, defeituosa, é de:
com um número (1, 2, 3, 4, 5, 6), foi lançado a) 1/2
aleatoriamente por 4 vezes, e a cada lançamento teve b) 1/3
seu resultado anotado. c) 3/7
A probabilidade de que, em todos os lançamentos, o d) 2/5
número anotado seja menor que 3 é de e) 4/9
a) 2/9
b) 2/27
c) 1/87
d) 1/81
e) 1/131

11. De um grupo de 200 estudantes, 80 estão matriculados

em Francês, 110 em Inglês e 40 não estão
matriculados nem em Inglês nem em Francês.
Seleciona-se, ao acaso, um dos 200 estudantes. A
probabilidade de que o estudante selecionado esteja Gabarito
matriculado em pelo menos uma dessas disciplinas 1. D 2. D 3. A 4. A
(isto é, em Inglês ou em Francês) é igual a: 5. D 6. B 7. A 8. B
a) 30/200 9. E 10. D 11. D 12. D
b) 130/200 13. C 14. B 15. D
c) 150/200
d) 160/200
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POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO - PM/PE

PORTUGUÊS

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‘
 PORTUGUÊS

1. PADRÃO ESCRITO / NÍVEL CULTO  MAL

Ortografia Oficial
 Advérbio (= “erradamente”; oposto de BEM)

EMPREGO DOS “PORQUÊS” Ex.: Nosso time jogou muito mal.

01. PORQUE – conjunção coordenativa explicativa  Substantivo (= “doença”, “moléstia”).

(= pois ou como) ou subordinativa causal.
Ex.: A AIDS é um grande mal.
Ex.: Entre, porque está chovendo. (explicação)
Porque estava doente, faltou ao trabalho. (causal)  Conjunção temporal (= “assim que”, “quando”).

02. PORQUÊ – usado como substantivo, sinônimo de Ex.: Mal entrou e já foi reclamando de tudo.
motivo, razão. Vem sempre precedido por uma palavra
determinante = artigo, pronome, etc.) 03. MAIS / MAS

Ex.: Não sei o porquê de tanta complicação. MAIS – pode funcionar como pronome indefinido ou
(= o motivo / a razão) como conjunção adversativa.

03. POR QUE Ex.: Havia mais pessoas na sala. (pronome indefinido)
 Nas interrogativas diretas vem anteposto.
Ex.2: Ele está mais feliz. (advérbio)
Ex.: Por que você não estuda com mais empenho?
MAS – conjunção que pode indicar oposição ou adição.
 Quando equivale a “pelo(a)(s) qual(is)” e flexões.
Ex.: Ele se esforçou, mas não chegou em primeiro lugar.
Ex.: São muitas as dificuldades por que passamos. Ex.2: Ele estuda, mas também trabalha.

 Quando depois dele vier subentendida ou expressa a 04. ONDE e AONDE

palavra razão (ou motivo) nas frases interrogativas
indiretas. A palavra AONDE apenas é usada quando o verbo da
oração pede preposição A
Ex.: Não sei por que você se foi tão depressa.
(por que motivo / razão) EX.: Aonde você vai?

04. POR QUÊ – é usado em fim de frase interrogativa ou de Ex.2: Onde você mora?
oração.
05. MEIO
Ex.: Você não estuda com mais empenho por quê?
A palavra MEIO flexiona se for numeral ou
 Observação: Em final de frase a palavra que deve ser substantivo. Caso seja advérbio, ficará invariável.
sempre acentuada, por se tratar de um monossílabo
tônico terminado em e. Ex.: Agora é MEIO-dia e MEIA. (numeral)
Ex.: Está preocupado com quê?/ Medo de quê?
Ex.2: Ela está MEIO preocupada. (advérbio)
OUTRAS EXPRESSÕES
Ex.3: O aluno estava no MEIO da sala. (substantivo)
01. ONDE / AONDE
06. ESTÁ e ESTAR
 AONDE – dá ideia de movimento ou aproximação.
Usado diante de verbos que indicam movimento. (ir, ESTÁ – forma flexionada do verbo (3ª pessoa do
chegar, dirigir-se, etc.) singular)
Ex.: Aonde vais com tanta pressa?
Chegamos aonde queríamos. ESTAR – infinitivo

 ONDE – indica lugar fixo ou onde se passa algo. Dica: Troque pelo verbo VIVER. Se aparecer “VIVE”,
Ex.: Onde fica aquela loja? será ESTÁ. Caso apareça “VIVER”, será ESTAR.
Os livros estão onde você queria.
Ex.: Ele ESTÁ (VIVE) em casa.
02. MAU / MAL
Ex.2: Ele tem vontade de ESTAR (VIVER) perto dos
 MAU – é adjetivo (contrário de BOM). familiares.
Ex.: Rodrigo nunca está de mau humor.
Ele não é mau aluno.

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EXERCÍCIOS e) "Quantas veZes seus temores bloquearam seus sonhos?"

(vazamento)
01. (UPENET/IAUPE) Após preencher a lacuna com a
letra correta nos termos entre parênteses, você 5. (UPENET – 2014 – SES-PE) Sobre a Grafia das
perceberá que, em uma delas, não há palavras, é INCORRETO afirmar que, na frase
correspondência de grafia entre o termo sublinhado a) A morte de Eduardo Campos foi uma grande perda para o Estado
e o termo entre parênteses. Assinale a alternativa de Pernambuco, a palavra “perda" está grafada
que indica essa NÃO correspondência. corretamente.
a) “...porque eles têm crescido fracos e sem qualquer b) Os Assistentes de Saúde têm enfarte quando recebem os seus
esperanÇa.” (bonan_a) contracheques, a palavra “enfarte" também pode ser grafada
b) “Outra certeza que temos é a necessidade urGente ...” assim: infarto, infarte.
(ultra _e) c) Moro numa casa geminada onde há muitos germes, a palavra
c) “Teremos que providenCiar novas atitudes dos pais ...” “geminada" está grafada corretamente.
(in_itar) d) Não pertube! Gente doente, a palavra “pertube" está grafada
d) “...determina forte inclinaÇão para a dependência.” corretamente.
(a_afrão) e) Só os pobres de coração cometem estupros, a palavra “estupros"
e) “Isso é válido para o uso de drogas peSadas, mas está corretamente grafada.
igualmente...”(bi_ar)
6. (UPENET – 2014 – Prefeitura de Paulista-PE) A
02. (UPENET/IAUPE) Analise as proposições palavra “pessoas” é grafada com dois SS. Assim
abaixo: se grafam também
I. “Exportar" e “importar" são palavras constituídas de a) gesso e lissonja.
um único radical precedido de prefixos, cujos b) assombro e bissar.
significados se opõem. c) profissional e arrassar.
II. Em: “O mercado é o lugar público onde nego-ciantes d) agressivo e excessivo.
expõem e vendem seus produtos.", tem-se um período e) admissão e cobissa.
composto, em que o termo em destaque se refere ao
seu antecedente, introduzindo uma oração adjetiva. 7. (MS CONCURSOS – 2017 – Pref. Piraúba-MG)
III. Os termos “prejuízo" e “país" são acentuados porque, Assinale a alternativa onde a grafia do porquê
em ambos, o “i" representa uma vogal tônica que está incorreta:
forma hiato com a vogal anterior. a) Você fez isso, por que?
IV. Em: “...enquanto o varejista vende produtos b) Essa é a razão por que o demiti.
unitários...", o termo em destaque é grafado com j. c) Venha porque fazemos questão de sua presença.
Assim também se grafa o termo agiotagem. d) Ninguém sabe o porquê de ela ter feito isso.
8. (FUNDEP – 2016 – IFN-MG) Leia o trecho a
Estão CORRETAS seguir. “E o que acontece com essa menina que
a) I, II, III e IV. engravida porque enxerga na maternidade um papel
b) I, III e IV, apenas. social, uma forma de justificar sua existência no
c) II e III, apenas. mundo?”
d) I e IV, apenas.
e) I, II e III, apenas. Assinale a alternativa incorreta em relação à
palavra destacada, de acordo com a norma
03. (UPENET/IAUPE) Observe os itens abaixo: padrão.
I. “Prontas para libertar-me de indevidas prisões.” a) Está grafada incorretamente, posto que se trata de uma
II. “... atentas, às vezes para acusar, outras para acariciar...” sentença interrogativa.
III. “...ou para selar amores ainda indecisos..” b) Confere ao trecho uma ideia de causalidade.
c) Nesse contexto, pode ser substituída por “porquanto”.
Em relação aos termos sublinhados, está d) Indica algo em razão de que uma determinada situação
CORRETO o que se afirma em ocorre.
a) Como o termo do item I, grafa-se o termo “fusilamento”.
b) O termo “enviezar” se grafa da mesma forma que o 9. (CESGRANRIO – 2016 – IBGE) No trecho “Há
termo do item II. sempre um porquê.”, a palavra destacada está grafada
c) Como o termo do item III, escreve-se o termo de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
“praserosos”.
d) O termo “aprazar” se grafa do mesmo modo que o A palavra ou a expressão destacada aparece
termo do item II. corretamente grafada em:
e) Como os termos dos itens I e III, escreve-se também a) As pessoas devem procurar viver de uma forma mais
com “s” o termo “espertesa”. relaxada de modo a conhecerem melhor o por quê de
suas atitudes.
04. (UPENET/IAUPE) Assinale a alternativa cujo b) É difícil entender o porquê de não serem implementadas
termo em parênteses NÃO se grafa da mesma forma políticas mais eficientes para evitar a degradação de
que o termo sublinhado. (Observe as letras nossos principais biomas.
maiúsculas) c) As pressões sociais impedem que as pessoas alcancem a
a) "...mesmo sem búSSola." (missanga) felicidade porquê impõem valores que podem não
b) "É não esperar uma heranÇa..." (alvoroço) combinar com as aspirações próprias.
c) "Ser um empreendedor é eXecutar os sonhos..." (exérese) d) Programas de proteção ambiental têm tentado reduzir a
d) "É ter consciência de que quem venCe sem obstáculos..." pobreza das populações das florestas por quê é uma
(acetinado) forma de evitar o desmatamento.

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e) Por quê tantas pessoas são infelizes e reclamam que não
conseguem atingir seus objetivos na vida?
10. (Alternative Concursos – 2016 – Câmara de
Bandeirantes-SC) O emprego
palavra porque está correto em todas as
sentenças abaixo, exceto em:
a) Ele não sabe exatamente por que isso acontece.
b) Ela respondeu a questão porque precisava de nota.
c) A rua porquê passei está cheia de buracos.
d) Elas resolveram voltar porque já estava tarde.
e) Retiraram-se do clube sem falar por quê.
11. (MÁXIMA – 2016 - SAAE de Aimorés – MG)
Analise as frases a seguir.
I. As situações _______ passei não me trouxeram
respostas.
II. Com este _________ você acabará me convencendo.
III. Sou grato __________ me ouves.
IV. Ficou com essa cara _______ ?
A sequência que completa corretamente:
a) Porque – porquê – por que – por quê;
b) Por que – porque – porque – por quê;
c) Porque – porquê – porque – por que;
d) Por que – porquê – porque – por quê.
Gabarito
1. B 2. E 3. D
5. D 6. D 7. A
9. B 10. C 11. D
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2. SEMÂNTICA
Parte da gramática que trata do estudo do significado das
da palavras, seja esse literal ou mesmo contextual.
CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO
 Conotação – Sentido figurado, metafórico.
Ex.: Ana é uma gata.
 Denotação – Sentido real, dicionarizado.
Ex.: Répteis são animais vertebrados.
SINONÍMIA E ANTONÍMIA
 Sinônimos - Palavras de significados semelhantes.
Ex.: Cláudia é muito generosa / bondosa.
 Antônimos - Palavras de significados opostos.
Ex.: Muitos alunos foram bem / mal nas provas.
POLISSEMIA
Propriedade que uma mesma palavra tem de assumir
vários significados dependendo do contexto em que ela
ocorre. Veja os exemplos que seguem:
 Não dá para comparar água com vinho. (ser possível)
 Quem dá aos pobres, empresta a Deus. (fazer doação de
algo)
 Dá pena de ver o estado daquele homem. (provocar)
 Deu com a cara na porta. (bater)
 Ela deu uma boa explicação. (apresentar)
Reinaldo Dias - Adaptado do livro Língua e Literatura - aa.
Carlos Faraco e Francisco Moura - Editora Ática.
AMBIGUIDADE
Acontece quando uma só palavra, no mesmo contexto,
assume diferentes significados.
Ex: É um absurdo que tenhamos medo de criança.
(Nesse caso, o medo de criança a que o autor se refere na
frase pode ser um medo próprio de uma criança, isto é,
medo infantil ou medo (pavor) ao ver uma criança
(rejeição à criança)).
4. A
8. C
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EXERCÍCIOS 3. PADRÃO ESCRITO / NÍVEL CULTO

Acentuação Gráfica
Analise o texto abaixo e as assertivas relacionadas a
ele.
REGRAS GERAIS
“Do pó vieste e ao pó voltarás.”
1. MONOSSÍLABAS
Principalmente se fores concorrente da S10.

I- Um dos recursos de integração entre os segmentos do Acentuam-se as monossílabas tônicas terminadas em A,

texto é a polissemia da palavra pó. E e O.
II- A intertextualidade bíblica representa a pressuposição de Ex.: PÁ(s), FÉ(s), NÓ(s)
um conhecimento partilhado entre emissor e receptor.
III- A presença de uma frase bíblica pode ser atribuída a uma 2. OXÍTONAS
intenção de persuadir um público religioso.
IV- Como se trata de texto publicitário, a função de  Acentuam-se oxítonas e monossílabos tônicos
linguagem predominante é a fática. terminados em A, E, O seguidas ou não de S mesmo
V- O emprego da 2ª pessoa do singular indica a opção por seguidos de LO (S), LA (S).
uma linguagem padrão que visa atingir um público Ex.: cajá(s) café(s), jiló(s);
consumidor culto. cantá-la(s), fazê-la(s), pô-lo(s)
VI- O recurso das aspas explica-se pelo fato de envolver
uma citação.  Acentuam-se oxítonas terminadas por -em, -ens
(com duas ou mais sílabas)
Estão CORRETAS: Ex.: armazém, parabéns
a) todas.
b) I, II e VI  Observação: não se acentuam as oxítonas terminadas
c) I, IV e V em u(s) ou i(s) Ex.: caju, pitu, tupi
d) II, IV e V
e) IV, V e VI. 3. PAROXÍTONAS

 Acentuam-se as terminadas em: i, L, N, PS, R, US,

UM (UNS), X; ditongo oral (crescente ou decrescente)
seguido ou não de S;
Ex.: ímã(s), órgão(s); pônei(s), hífen; júri, lápis; íons;
bônus, álbum (uns); série(s), jóquei(s); bíceps; éter,
látex, próton, cônsul.

 Paroxítonas não acentuadas:

 Os prefixos paroxítonos terminados em i e r:

Ex.: anti, semi, super, inter

4. PROPAROXÍTONAS

 Acentuam-se todas.
Ex.: mágico, trêmulo, síndico

MUDANÇAS NAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO

(Novo Acordo Ortográfico)

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói

das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico
na penúltima sílaba).

Como era Como fica

andróide androide
apóia (verbo apoiar) apoia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide asteroide
bóia boia
estréia estreia
estréio (verbo estrear) estreio
heróico heroico
Gabarito
B idéia ideia

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Atenção: essa regra é válida somente para palavras • Permanecem os acentos que diferenciam o singular do
paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados
palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir, etc.).
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
Exemplos:
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
no u tônicos quando vierem depois de um ditongo. Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Como era Como fica Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos
baiúca baiuca estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
bocaiúva bocaiuva
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em
cauíla cauila
todas as aulas.
feiúra feiura
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem as palavras forma / fôrma. Em alguns casos, o uso do
em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é
a forma da fôrma do bolo?
Ex: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do
êem e ôo(s). indicativo dos verbos arguir e redarguir.
Como era Como fica 6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em
abençôo abençoo guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar,
crêem (verbo crer) creem desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir, etc. Esses verbos
dêem (verbo dar) deem admitem duas pronúncias em algumas formas do
presente do indicativo, do presente do subjuntivo e
dôo (verbo doar) doo também do imperativo.
enjôo enjoo
lêem (verbo ler) leem VEJA:
Magôo (verbo magoar) magoo
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas
Perdôo (verbo perdoar) perdoo
devem ser acentuadas.
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem Exemplos:
vôos voos • verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam;
zôo zoo enxágue, enxágues, enxáguem.

• verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem;

4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára delínqua, delínquas, delínquam.
/ para, péla(s) / pela(s), pêlo(s) / pelo(s), pólo(s) /
polo(s) e pêra / pera. b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas
deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada
Como era Como fica é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente
Ele pára o carro. Ele para o carro. que as outras):
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Exemplos:
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo. • verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam;
Esse gato tem pêlos Esse gato tem pelos brancos. enxague, enxagues, enxaguem.
brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera. • verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem;
delinqua, delinquas, delinquam.
Atenção:
• Permanece o acento diferencial em pôde / pode. Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a
primeira, aquela com a e i tônicos.
Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito
perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. SÍLABA TÔNICA DE ALGUNS VOCÁBULOS
Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa
do singular. 01. São Oxítonos – cateter, condor, ruim, ureter, Nobel,
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje mister;
ele pode.
02. São Paroxítonos – avaro, austero, aziago, ciclope,
• Permanece o acento diferencial em pôr / por. Pôr é filantropo, ibero, pudico, juniores, látex, recorde,
verbo. Por é preposição. rubrica, têxtil, dúplex.

Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por 03. São Proparoxítonos – aerólito, ínterim, aríete, lêvedo,
mim. bávaro, crisântemo, monólito, trânsfuga.
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b) Mariana jamais para o carro nos locais apropriados.

 Observação: há palavras que admitem dupla pronúncia c) Eles não veem a realidade porque é dolorosa demais.
(prosódia): d) Com um grito heroico, ela pôs fim àquela discussão
banal.
 Ajax / Ájax; alópata / alopata; anídrido / anidrido; e) Que ideia genial você teve, Mércia!
 acróbata / acrobata; biópsia / biopsia;
4. (UPENET – 2014 – PM-PE – FORMAÇÃO DE
 crisântemo / crisantemo; Dário / Dario;
OFICIAIS) Observe os termos abaixo sublinhados.
 Gândavo / Gandavo; hieróglifo / hieroglifo; Em seguida, assinale a alternativa que apresenta a
 Madagáscar / Madagascar (mais geral); justificativa CORRETA para o acento existente no
 Oceânia /Oceania; ortoépia / ortoepia; termo sublinhado.
 oxímoro / oximoro; projétil / projetil; réptil/reptil; a) "A importância da participação da família no
 sóror/soror; transístor/transistor; xérox/xerox; etc. desenvolvimento da criança..." - paroxítona terminada em
hiato.
b) "...a criança tem dificuldade em processar mentalmente
O melhor mesmo é não “chutar”. As dúvidas quanto à estímulos..." - a tonicidade recai na penúltima sílaba.
prosódia devem ser resolvidas por meio de consulta a um c) "Numa viagem de férias, uma mãe estará mediando o
bom dicionário. aprendizado..." - proparoxítona terminada em ditongo.
d) "A importância da participação da família no
desenvolvimento da criança é indiscutível..." - paroxítona
EXERCÍCIOS terminada em “l”.
e) "...mas neste século, os pais deixaram de lado a educação
dos filhos..." - a tonicidade recai na penúltima sílaba.
1. (UPENET - 2014 – Pref. Paulista-PE) Sobre
ACENTUAÇÃO, assinale a alternativa cuja
5. (UPENET – 2013 – SECRETARIA DA MULHER)
tonicidade de ambos os termos sublinhados recai
Sobre ACENTUAÇÃO, observe os termos
na antepenúltima sílaba.
sublinhados dos itens abaixo:
a) "Ele pode acontecer por influência de fatores diversos..."
I. "...preparou a cafeteira do café para estar pronta para
- "infalível de aprovação para o candidato..."
ligar no dia seguinte."
b) "...que podem ser considerados a fórmula infalível...” –
II. "Foi à cozinha fazer os sanduíches para o lanche..."
“que pretende enfrentar uma seleção pública."
III. "...e apanhou um caderno que estava caído debaixo da
c) "...quando o conteúdo não é lembrado justamente..." -
cadeira."
"Ele pode acontecer por influência de fatores diversos..."
IV. "Nessa altura, o pai disse lá da sala:"
d) "Esforço, preparo, dedicação e estudo intenso..." -
V. "- Pensei que você tinha ido se deitar."
"pretende enfrentar uma seleção pública."
e) “...quando o conteúdo não é lembrado..." – “pode
Assinale a alternativa CORRETA.
acontecer por influência de fatores diversos..."
a) No item I, a tonicidade do termo sublinhado recai na
penúltima sílaba.
2. (UPENET – 2013 – FUNASE) Sobre
b) No item II, o "i" é tônico e forma hiato, razão por que é
ACENTUAÇÃO, analise as afirmativas abaixo:
acentuado.
I. “Temos muitas dúvidas a respeito de quase todas as
c) No item III, o "i" forma ditongo, o que justifica o acento
coisas...” – a tonicidade do termo sublinhado recai na
nele existente.
antepenúltima sílaba.
d) O termo sublinhado do item IV é monossílabo átono,
II. “...para que possamos impedir que persista a tendência
razão por que é acentuado.
atual...” – a tonicidade do termo sublinhado recai na
e) A tonicidade do termo sublinhado do item V recai na
penúltima sílaba, e o acento se justifica por terminar em
penúltima sílaba.
hiato.
III. “...e que ela venha a envolver praticamente toda a
juventude do nosso país.” – no termo sublinhado existe a
presença de um hiato. Caso o acento fosse retirado, o
hiato seria preservado.
IV. “Sim, porque é fácil colocar toda a culpa do problema
das drogas...” – os acentos dos termos sublinhados se
justificam por serem, respectivamente, um monossílabo
átono e um termo cuja tonicidade recai na penúltima
sílaba e termina em “l”.

Está CORRETO o que se afirma em

a) I e IV.
b) II e III.
c) I, III e IV.
d) I.
e) II.

3. (UPENET/IAUPE) Sobre a Reforma Ortográfica,

existe UM ERRO em uma das alternativas abaixo. Gabarito
Assinale-a. 1. B 2. D 3. A 4. D 5. B
a) Vamos por as cartas na mesa, Marcelo?

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4. PADRÃO ESCRITO / NÍVEL CULTO B) Para isolar palavras ou expressões estranhas à língua culta
Pontuação (expressões populares, gírias, estrangeirismos,
neologismos, arcaísmos, etc.).
Ex.: Ele era um “gentleman”.
Os sinais de pontuação são recursos típicos da língua Pedro estava “numa nice”.
escrita porque esta não dispõe do ritmo e da melodia da
língua falada. É, pois, a pontuação um meio de C) Indicar sentido diverso do usual (ironia).
representar, na escrita, as pausas e entonações da fala. Ex.: Ficou “lindo” (= feio).
Desse modo, não há critérios extremamente rígidos
quanto ao uso dos sinais de pontuação. Mesmo assim, 8) Parênteses  Servem para isolar explicações, indicações
faremos um breve estudo acerca das principais regras ou comentários acessórios.
para o emprego dos sinais de pontuação exigidas pelas
principais bancas examinadoras. Ex.: Marcos leva uma vida mansa (dinheirinho, casa,
comida, roupa lavada, etc.) e ainda reclama da vida.
1) Ponto Final  Utilizado para encerrar qualquer tipo de
frase declarativa ou imperativa. Representa a pausa 9) Travessão  Pode ser usado:
máxima da voz.
Ex.: É preciso estudar tudo. A) nos diálogos, indicando que alguém está falando de viva
voz (discurso direto), marcando a mudança de
 Observação: Também é usado para indicar abreviação interlocutor.
de palavras (Sr. / Sra. / Obs.). Ex.: – Olá! Como vai?
– Vou bem. E você? (...)
2) Ponto de Interrogação  Usado em frases interrogativas B) para substituir a dupla vírgula (o duplo travessão).
diretas, ainda que a pergunta não exija resposta. Ex.: Castro Alves – poeta romântico – foi um grande
Ex.: Por que você faltou ontem? abolicionista.
3) Ponto de Exclamação  Usado ao final de frases C) diante de enumeração, substituindo os dois pontos.
exclamativas e imperativas. Também é comum após Ex.: Apesar da imensa crise financeira por que passou,
interjeições ou orações que indiquem surpresa, decidiu comprar tudo – roupas, sapatos, toalhas, etc.
entusiasmo.
Ex.: Saia daqui! / Que bom! 10) Vírgula
4) Ponto e vírgula  Pausa superior à vírgula. A) Indicar a omissão de um termo (geralmente verbo).
Ex.: Na sala, muitos alunos interessados. (há)
A) Separar os diversos itens de uma enumeração. Muitos preferem cinema; eu, teatro. (prefiro)
Ex.: Os manifestantes entregaram uma pauta de
reivindicação constando os seguintes itens: redução da B) Separar termos de mesma função sintática.
jornada de trabalho; direito a descanso remunerado; fim Ex.: Alunos, professores e funcionários viajaram.
das demissões e garantia dos direitos adquiridos na última Mauro comprou balas, pirulitos e pipocas.
assembleia.
C) Para separar aposto e vocativo.
B) Separa orações que em seu interior já tenham vírgula. Ex.: Brasília, capital do Brasil, é belíssima.
Ex.: Antes, você dirigia tudo; agora, dirijo eu. Senhor, livrai-nos de todo o mal!

5) Dois Pontos  Usados para “anunciar” algo. D) Para separar palavras e expressões explicativas ou
retificadoras como: por exemplo, ou melhor, isto é, aliás, além
A) Citação. disso, então, etc.
Ex.: Recordando um verso de Manuel Bandeira: “A vida Ex.: Os atletas chegaram ontem, aliás, anteontem.
inteira que poderia ter sido e que não foi”.
E) Para separar os termos e orações deslocados de sua
B) Enumeração. posição normal na frase ou intercalados.
Ex.: Ganhei muitos presentes: roupas, sapatos, etc. Ex.: De lasanha, eu gosto. / Os livros, você trouxe?
Pela manhã, os alunos foram à escola.
C) Na invocação das correspondências. Enquanto todos dormiam, eu estudava.
Ex.: Prezado Senhor: Terminada a sessão, iremos para casa.
Penso que não poderei comparecer à sua festa, na O importante, afirmou o atleta, é competir.
próxima semana. (...)
F) Para separar orações coordenadas.
6) Reticências  Indicam interrupção do pensamento. Ex.: Chegou, entrou rápido, depois saiu. (assindética)
Falam muito, mas nada fazem. (sindética)
Ex.: E eu que trabalhei tanto pensando que...
 Observações:
7) Aspas  1) As conjunções e, ou e nem, quando repetidas ou
empregadas enfaticamente, admitem vírgula antes. Ex.:
A) Para isolar citação textual colhida a outrem. Todos cantavam, e pulavam, e sorriam.
Ex.: Como afirma McLuhan: “O meio é a mensagem”. 2) Ele agiu de má fé, e o policial o prendeu.
(sujeitos diferentes)
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G) Para separar orações adjetivas explicativas. d) a vírgula após o termo teorias poderia ser substituída por
Ex.: O candidato, que é inteligente, estuda muito. um ponto.
e) a vírgula após o termo técnicas deveria ser substituída por
 ALTERAÇÃO DE VALOR SEMÂNTICO um ponto.

A alteração do valor semântico, mediante o uso das 03. Observe os sinais de PONTUAÇÃO, existentes nos
vírgulas, está diretamente relacionada ao contexto itens abaixo:
linguístico situacional em que ocorre o enunciado, bem I. "Localizada a 415 km da capital, a terra de Virgulino Ferreira
como à intencionalidade do falante. Vejamos alguns da Silva é cortada pela BR-232.”
casos: II. "É lá que estão guardados vários pertences do Rei do Cangaço: as
armas, roupas de couro."
Ex1.: Os micros, que são modernos, custam caro. III. “imponente Serra Talhada marca a paisagem da cidade, onde está
(Explicação – sentido amplo) o cruzeiro da cidade, que proporciona belas vistas como a do
Os micros que são modernos custam caro. mirante do Talhado do Urubu."
(Restrição – sentido restrito) IV. "Se a figura de Lampião representa a Rota do Cangaço e de
Lampião, Serra Talhada não pode ficar de fora do roteiro.”
Ex2.: As monarquias, despóticas e sórdidas,
prejudicaram a democracia. Assinale a alternativa que contém uma afirmativa
(Explicação – sentido amplo) CORRETA.
As monarquias despóticas e sórdidas prejudicaram a a) No item I, a vírgula é facultativa.
democracia. (Restrição – sentido restrito) b) No item II, os dois pontos indicam início de diálogo, e a
vírgula isola elementos de mesma função sintática.
Ex3.: Mate, não perdoe! c) No item III, as vírgulas isolam orações subordinadas
(ordem de execução) adjetivas.
Mate não, perdoe! d) No item IV, a vírgula é facultativa.
(pedido de clemência) e) Os dois pontos do item II poderiam ser supri-midos, e
isso não caracterizaria desobediência às normas vigentes
de pontuação.

EXERCÍCIOS 04. Observe os sinais de pontuação existentes no

pensamento abaixo:
01. (UPENET/IAUPE) “Dinheiro é como água do mar: quanto mais você toma, maior é
sua sede. O mesmo se aplica à fama.” (Schopenhauer)
TEXTO 4
Sobre eles, está CORRETO o que se afirma na
Aqueles, que têm um grande autocontrole ou que estão totalmente alternativa
absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não a) Os dois pontos introduzem um esclarecimento do que
andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em foi declarado.
silêncio. (Mahatma Gandhi) b) A vírgula isola termos explicativos.
c) As aspas indicam o encerramento da fala de alguém.
Sobre os SINAIS DE PONTUAÇÃO, assinale a d) Um dos pontos finais sugere continuidade de mensagem.
alternativa CORRETA. e) Os dois pontos finais indicam interrupção da mensagem.
a) Os dois pontos após o termo "natureza" indicam uma
suspensão de ideias. 05. (UPENET/IAUPE)
b) A vírgula após o termo "continuamente" é obrigatória.
c) A vírgula após o termo "trabalho" poderia ser retirada e TEXTO 02
não caracterizaria erro gramatical. "Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política, de
d) Poderia haver uma vírgula após o termo "juntas". ideais. Jamais conheci alguém sinceramente cansado de
e) Poderia haver uma exclamação após o termo "pouco". dinheiro." (Millôr Fernandes)

Sobre as vírgulas existentes no texto, é

02. (UPENET/IAUPE) Sobre o texto abaixo: CORRETO afirmar que
a) são facultativas.
b) isolam apostos.
c) separam elementos de mesma função sintática.
d) a terceira é facultativa.
e) separam orações coordenadas assindéticas.

É CORRETO afirmar que

a) a vírgula após o termo técnicas poderia ser retirada, sem
caracterizar erro gramatical. Gabarito
b) a vírgula após o termo teorias é facultativa. 1. B 2. D 3. C 4. A 5. C
c) deveria existir uma vírgula após o verbo seja.
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5. CATEGORIAS GRAMATICAIS 2. CONJUNÇÃO

Funcionalidade no Texto Une orações ou termos semelhantes

Para se ter um bom domínio sobre o estudo das

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS conjunções é preciso também estar bastante atento às
relações lógico-discursivas por elas estabelecidas, por
Substantivo Advérbio meio dos processos de coordenação e subordinação:
Adjetivo Preposição
Artigo Conjunção  CONJUNÇÕES COORDENATIVAS:
Numeral Interjeição
Pronome A) CONCLUSIVAS
Verbo
 Valores semânticos:
CLASSES INVARIÁVEIS conclusão, fechamento, finalização ...
1. PREPOSIÇÃO
 logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois
Une dois termos (posposto ao verbo), etc.
Ex.: Estudamos muito, portanto passaremos no
O primeiro termo (antecedente) é explicado ou concurso.
completado pelo sentido do segundo (consequente).
Assim: B) ADITIVAS

Antecedente Consequente  Valores semânticos:

(regente/subordinante) Preposição (regido/ adição, soma, acréscimo ...
subordinado)
Foi a Roma.  e, nem (e não), não só... mas também, mas ainda,
Fugiu de casa. como também, etc.
Mora com a família Ex.: Estudaram muito e passaram no concurso.

C) ADVERSATIVAS
 PRINCIPAIS RELAÇÕES SEMÂNTICAS
Autoria – Música de Djavan. / Tela de Renoir.  Valores semânticos:
Lugar – Ver de perto. / Estar sob a mesa. oposição, contraste, adversidade, ressalva ...
Destino – Ir a Brasília. / Ir à Bahia.
Instrumento – Escrever a lápis. / Ferir-se com a faca.
 mas, porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto
Finalidade – Vir para ficar. / Vir em socorro.
etc.
Conteúdo – Copo de (com) água.
Ex.: Não estudou muito, mas passou nas provas.
Preço – Livro de dez reais.
Origem – Descender de família humilde. D) ALTERNATIVAS
Limite – Estudar até não poder mais. / Ir até a praia.
Oposição – O Brasil jogará contra a Argentina hoje.
 Valores semânticos:
Assunto – Falamos sobre cultura.
alternância, escolha ou exclusão
Posse – Camisa de Fernanda.
Causa – Tremer de frio. / Ser preso por vadiagem.
 ou...ou; ora...ora; já...já; seja... seja; quer... quer, não ...
nem, etc.
Ex.: Ora estudava, ora trabalhava.
 LOCUÇÃO PREPOSITIVA: Dois ou mais vocábulos
com valor de preposição. E) EXPLICATIVAS
Ex.: a fim de, de acordo com, de encontro a, etc.
 Valores semânticos:
 FORMAS COMBINADAS E CONTRAÍDAS: explicação, justificativa, motivo, razão ...
 Combinação  porque, pois (antes do verbo), que, porquanto, etc.
ao (preposição a + artigo definido “o”) Ex.: Vamos indo, que já é tarde.
aonde (preposição a + advérbio onde)
 CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS:
 Contração
do (preposição de + artigo definido “o”) A) TEMPORAIS
no (preposição em + artigo definido “o”)
daqui (preposição de + advérbio aqui)  Valores semânticos:
temporalidade, relação cronológica ...
 Na linguagem culta não se deve contrair a preposição
“de” se o termo seguinte estiver exercendo a função  logo que, quando, enquanto, até que, antes que, depois
sintática de sujeito de um verbo. que, desde que, assim que, sempre que, etc.
Ex.: Está na hora da onça beber água. (errado!) Ex.: Enquanto todos dormiam, eu estudava.
Está na hora de a onça beber água. (certo!)

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B) CONDICIONAIS  como, mais...do que, menos...do que, tão... como,

tanto... quanto, etc.
 Valores semânticos: Ex.: Ele dorme como um urso. (dorme)
condição (condicionalidade), pré-requisito, algo supostamente
esperado...  LOCUÇÕES CONJUNTIVAS: Duas ou mais palavras
empregadas com valor de conjunção.
 Se, caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo se, Ex.: se bem que, a fim de que, ainda que, etc.
etc.
Ex.: Se você estudar muito, passará nas provas.
 Observações:
1) A conjunção e (aditiva) pode aparecer com valor
C) PROPORCIONAIS
adversativo.
 Valores semânticos: Ex.: “É ferida que dói e não se sente”.
proporção, proporcionalidade, simultaneidade, concomitância... (= mas) (Camões)

2) A conjunção mas (adversativa) pode aparecer com

 à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto
valor aditivo.
mais (ou menos)... mais/menos, tanto mais (ou menos)...
Ex.: Era um homem trabalhador, mas principalmente
mais/menos, etc.
honesto.
Ex.: À medida que estudava, aprendia o assunto.

D) FINAIS 3) A relação de causa-consequência é de natureza sintático-

semântica e independe da classificação sintática do
 Valores semânticos: período.
finalidade, objetivo, intenção, intuito ... Ex.: Falou tanto | que ficou muito rouco.
causa consequência
 a fim de que, para que, que e porque (= para que), etc.
Ex.: Fez tudo a fim de que passasse nas provas. 4) Conjunção Integrante x pronome relativo
 Conjunção Integrante: QUE  “isso / esse(a)”
E) CAUSAIS Ex.: Necessito de que me ajudem.
(=Necessito disso)
 Valores semânticos:  Pronome Relativo: QUE  “o(a)(s) qual(is)”
causa(lidade), motivo, razão... Ex.: O livro que eu li é ótimo. (que = o qual)

 porque, como, uma vez que, visto que, já que, posto

que, etc. 3. ADVÉRBIO
Ex.: Já que tu não vais à loja, eu também não irei.
Indica circunstância (circunstante).
F) CONSECUTIVAS Modifica: verbo, adjetivo ou advérbio.

 Valores semânticos:  CIRCUNSTÂNCIAS:

consequência, resultado, produto...
Ex.: Saiu com os amigos. (companhia)
 que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), etc. Conversaremos outro dia. (tempo)
Ex.: Falou tanto que ficou rouco. Falava-se sobre a guerra ao terrorismo. (assunto)
G) CONCESSIVAS  LOCUÇÃO ADVERBIAL: Duas ou mais palavras com
valor de advérbio.
 Valores semânticos: Ex.: às vezes, às pressas, à direita, à noite, etc.
concessão, contraste, consentimento, licença, quebra de expectativa...
 FLEXÃO DO ADVÉRBIO:
 embora, ainda que, se bem que, mesmo que, mesmo
quando, posto que, apesar de que, conquanto, não
O advérbio é uma classe invariável em gênero e número,
obstante, etc.
mas flexiona-se em grau. À semelhança do adjetivo,
Ex.: Embora discordasse, aceitei suas condições.
admite dois graus: comparativo e superlativo.
H) CONFORMATIVAS Ex.1: Bianca fala tão alto quanto Mariana.
(comparativo de igualdade)
 Valores semânticos: Ele agiu mais / menos rápido (do)que eu.
conformidade, consonância, igualdade/semelhança, concordância... (comparativo de superioridade / inferioridade)
 conforme, como, segundo, consoante [todas com o Ex.2: Jéssica dança muito rápido / rapidíssimo.
mesmo valor de “conforme”], etc. (superlativo analítico / sintético)
Ex.: Tudo saiu conforme combinamos.
 OUTRAS CONSIDERAÇÕES:
I) COMPARATIVAS
1) Certos advérbios podem apresentar-se no diminutivo ou
 Valores semânticos: repetidos, mas ambos com valor de superlativo.
comparação, analogia, paralelo... Ex.: Hoje cheguei cedinho. (=muito cedo)
Todos chegaram cedo, cedo.

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2) Quando se coordenam vários advérbios terminados em reitores de

–mente, pode-se usar esse sufixo apenas no último Vossa Magnificência V. Mag.ª (s)
universidades
advérbio.
Ex.: Ela estudava calma, tranquila e sossegadamente. Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade
3) Antes de particípios usam-se as formas analíticas: mais V. M. I. Imperadores
Imperial
bem, mais mal.
Ex.: Aqueles candidatos estão mais bem (mais mal) Vossa Santidade V. S. Papa
preparados que os outros. Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus
 OPERADORES ARGUMENTATIVOS:

A argumentação faz parte da linguagem na medida em
que desejamos, quando falamos ou escrevemos, persuadir
nosso interlocutor. Existem palavras que são
responsáveis pela sinalização da argumentação, são os
operadores ou marcadores argumentativos.
O usuário da língua deve se conscientizar do valor
argumentativo dessas marcas para que as perceba no
discurso do outro e as utilize com eficácia no seu próprio
discurso.
Os mais empregados são os seguintes:
Senhor, senhora e você também são pronomes de
tratamento. "O senhor" e "a senhora" são emprega-
dos no tratamento cerimonioso; "você" e "vocês", no
tratamento familiar. Você e vocês são largamente
empregados no português do Brasil; em algumas regiões,
a forma tu é de uso frequente, em outras, é muito pouco
empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem
litúrgica, ultraformal ou literária.
Observações:

Inclusive, até Estabelecem a hierarquia numa escala, a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
mesmo, até assinalando o elemento mais forte. tratamento que possuem "Vossa (s)" são empregados em
mesmo relação à pessoa com quem falamos.
Estabelecem a hierarquia numa escala,
ao menos assinalando o elemento mais fraco. Por exemplo: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
pelo menos compareça a este encontro.
no mínimo
e, também, nem, Emprega-se "Sua(s)" quando se fala a respeito da pessoa.
tanto …….. como, Por Exemplo: Todos os membros da C.P.I. afirmaram
não só ........ mas Ligam elementos de duas ou mais escalas
orientadas no mesmo sentido. que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República,
também, além de,
além disso
agiu com propriedade.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
aliás tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por
Introduzem um argumento decisivo.
além do mais exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse
ainda Marca excesso ou introduz um argumento a deputado supostamente tem para poder ocupar o cargo
favor. que ocupa.

já Indica mudança de estado. b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento se dirijam

mas, porém, à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª
contudo, embora, pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os
ainda que, posto Marcam oposição. pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem
que, apesar de que ficar na 3ª pessoa.
isto é, quer dizer,
ou seja, Por exemplo:
em outras Ajustam, esclarecem a afirmação anterior. Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas
palavras promessas, para que seus eleitores lhe fiquem
reconhecidos.
quase Orientam no sentido da afirmação.
pouco
4. VERBO
apenas Orientam no sentido da negação. Indica ação, estado, mudança de estado ou
um pouco fenômeno da natureza.

MODO INDICATIVO  Ação real, certa

CLASSES VARIÁVEIS FUTURO DO FUTURO DO
PRESENTE PRESENTE PRETÉRITO
PRONOMES DE TRATAMENTO eu estudo eu estudaREI eu estudaRIA
tu estudas tu estudaRÁs tu estudarias
ele estuda ele estudará ele estudaria
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
nós estudamos nós estudaremos nós estudaríamos
Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais vós estudais vós estudareis vós estudaríeis
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos eles estudam eles estudarão eles estudariam

altas autoridades e PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉR.

Vossa Excelência V. Ex.ª (s)
oficiais-generais PERFEITO IMPERFEITO MAIS-QUE-

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PERFEITO *PRET. PERF.: precavi,

eu estudei eu estudaVA eu estudaRA precaveSTE, precaveU,
Tu estudaSTE tu estudavas tu estudaras precaveMOS,
ele estudoU ele estudava ele estudara PRECAVER (-SE) precaveSTES, precaveRAM
nós estudaMOS nós estudávamos nós estudáramos
vós estudaSTES vós estudáveis vós estudáreis *PRET. MQP.: precaveRA, ...
eles estudaRAM eles estudavam eles estudaram
*IMPERF. SUBJ.: precaveSSE, ...
Observação:
*FUT. SUBJ.: precaveR, ...
Pretérito imperf. do indicativo: AR = “VA” (cantava); ER /
IR = “-IA” (fazia, partia);
Exc.: tinha, vinha, punha. *PRET. PERF.: provi, proveSTE,
proveU, proveMOS,
proveSTES, proveRAM
MODO SUBJUNTIVO  Ação possível, hipótese
PROVER *PRET. MQP.: proveRA,
PRESENTE IMPERFEITO FUTURO proveRAS...
(QUE) (SE) (QUANDO)
*IMPERF.SUBJ.: proveSSE, ...
eu estude eu estudaSSE eu estudaR
tu estudes tu estudasses tu estudaRES *FUT. SUBJ.: proveR, proveRES...
ele estude ele estudasse ele estudaR *PRES. INDIC..:requeiro,
nós estudemos nós estudássemos nós estudaRMOS requeres...
vós estudeis vós estudásseis vós estudaRDES
eles estudem eles estudassem eles estudaREM *PRET. PERF.: requeri,
REQUERER requereSTE, requereU,
MODO IMPERATIVO – Indica ordem, sugestão requereMOS,
AFIRMATIVO NEGATIVO requereSTES, requereRAM
--------------------------- ---------------------------
*PRET. MQP.: requereRA, ...
estuda tu não estudes tu
estude você não estude você *IMPERF. SUBJ.: requereSSE, ...
estudemos nós não estudemos nós
estudai vós não estudeis vós *FUT. SUBJ.: requereR, ...
estudem vocês não estudem vocês
FORMAS NOMINAIS DO VERBO
INFINITIVO INFINITIVO
PESSOAL IMPESSOAL DESTAQUES VERBAIS IV
estudar eu estudar NORTEAR
estudares tu GERÚNDIO - EAR * norteio, norteias, norteia, norteamos, norteais,
estudar ele estudando norteiam
estudarmos nós PARTICÍPIO “M-A-R-I-O” (mediar, ansiar, remediar, incen-diar,
estudardes vós estudado - IAR odiar)
estudarem eles * medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais,
medeiam
DESTAQUES VERBAIS I
VOZES DO VERBO
TER entreter, manter, abster...
ATIVA  sujeito pratica a ação
VER “quando” ou “se”: ver  vir; vir  vier
(1 verbo / 1 locução verbal)
VIR intervir, desavir, ...
PÔR propor, dispor, compor, pressupor... Ex.: Cláudia pintou um quadro.
(sujeito agente/ativo = Cláudia)
DESTAQUES VERBAIS II * Haver (V)
*pres. indic.: reavemos, reaveis PASSIVA  sujeito sofre a ação
REAVER * reouve (e não, “reaveu”)
* reouvesse (e não, “reavesse”)
 Analítica  2 ou mais verbos
(auxiliar + principal no particípio)
PRECAVER *pres. indic.: precavemos, precaveis
Ex.: Um quadro foi pintado por Cláudia.
(-SE)
* sujeito paciente/passivo = Um quadro
* agente da passiva = por Cláudia

 Sintética ou pronominal  verbo + SE (partícula

apassivadora.)
Ex.: Pintou-se um quadro.

REFLEXIVA  sujeito pratica e sofre a ação

DESTAQUES VERBAIS III Ex1.: Daniela cortou-se com a faca.

(SE  pronome reflexivo / reflexividade = “a si mesma”)
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abaixo os pronomes sublinhados:

Ex2.: Os convidados cumprimentaram-se. “- Moço, me faça o favor de colocar a sinaleira quando for dobrar.
(SE  pron. reflexivo / reciprocidade = “uns aos outros”) Se isso o incomoda, sinto muito. Faz parte das normas do trânsito.
 Observações: Quem se atreve a dirigir, precisa obedecer a elas. Não se perturbe
por tão pouco. Nós nos resolveremos sem a necessidade de
1) Na mudança de voz, o tempo e o modo do(s) verbo(s) autoridades. Basta você se comprometer a assumir as despesas.”
sempre permanecerão inalterados. (Autor desconhecido)

2) As frases que aceitam conversão de voz verbal Está CORRETO o que se afirma na alternativa
apresentam verbos transitivos diretos (VTD). a) O 1º pronome indica a presença de próclise.
Gramaticalmente, é considerada uma construção
incorreta.
b) O 2º pronome também poderia estar enclítico, e isso não
EXERCÍCIOS caracterizaria erro.
c) No 3º pronome, a próclise se justifica por estar diante de
1. (UPENET – 2013 – JUCEPE) Em um dos um pronome interrogativo.
pensamentos abaixo, emprega-se o verbo d) No 4º pronome, se o advérbio “não” fosse substituído
sublinhado no modo imperativo. Identifique-o. por “jamais”, esse pronome poderia também ficar
a) "O comércio do mundo é conduzido pelos fortes e enclítico ao verbo.
usualmente opera contra os fracos." (Henry Beecher) e) O 5º pronome poderia ficar proclítico ao verbo
b) "Nós não devemos apenas acreditar naquilo que “assumir”.
vendemos. Devemos também vender aquilo em que
acreditamos." (William Bernbach) 5. (UPENET/IAUPE) Observe os verbos sublinhados
c) “Faça um cliente, não uma venda." (Katherine Barchetti) de cada item abaixo:
d) "Se você pudesse vender a sua experiência pelo preço que I. “Passe o dia inteiro sem reclamar de nada.”
ela lhe custou, ficaria rico." (J. P. Morgan) II. “No dia seguinte, repita.”
e) "O segredo do comércio está em levar as coisas de onde III. “E releia o que você reclamaria no dia anterior.”
abundam para onde são mais caras." (Ralph Waldo IV. “E sempre se faça essa pergunta.”
Emerson) V. “A reclamação que eu tenho a fazer mudará alguma
coisa?”
2. (UPENET – 2013 – JUCEPE) Observe os itens
abaixo: Qual alternativa apresenta os itens em que o tempo
I. “Viu o sorriso.” verbal dos verbos sublinhados indica uma ação que
II. “Continuara aquele sorriso...” ainda vai acontecer?
III. “Porque Quincas ria daquilo tudo...” a) I e III.
IV. “...de quem se divertia.” b) II e IV.
V. “... um riso que se ia ampliando...” c) III e V.
Em todos eles, os verbos se encontram conjugados d) II, III e V.
em um tempo do passado. Sobre o tempo verbal, e) I, III e V.
assinale a alternativa que contém uma afirmação
CORRETA. 6. Assinale a alternativa correspondente à classe
a) No item I, o verbo se encontra no pretérito imperfeito. gramatical da palavra a, respectivamente: Esta
b) No item II, o tempo do verbo é o mais-que-perfeito. gravata é a que recebi; Estou disposto a tudo; Fiquei
c) No item III, o verbo se encontra no pretérito perfeito. contente com a nota; Comprei-a logo que a vi.
d) No item IV, o verbo se encontra no pretérito perfeito. a) artigo - artigo - preposição - preposição
e) No item V, o tempo do verbo sublinhado é o pretérito b) preposição-artigo -pronome demonstrativo - artigo
mais-que-perfeito. c) pronome demonstrativo - preposição - artigo - pronome
pessoal
3. (UPENET – 2014 – Prefeitura de Ipojuca) Sobre o d) pronome pessoal - preposição - artigo - pronome pessoal
EMPREGO DE CLASSE DAS PALAVRAS, assinale e) nenhuma das alternativas
a alternativa CORRETA.
a) Em “porque uma das coisas mais associadas ao riso...”, – 7. Assinale a opção em que o A é, respectivamente,
o termo sublinhado é classificado como conjunção artigo, pronome pessoal e preposição:
subordinativa que exprime circunstância modal. a) Esta é a significação a que me referi e não a que
b) “Há registros de saltimbancos se apresentando para entendeste.
famílias” – o primeiro verbo desse trecho é pessoal, cujo b) A dificuldade é grande e sei que a resolverei a curto
sujeito é representado pelo termo “registros”. prazo.
c) Em “antecipando o que irá acontecer...”, – o termo c) A escrava declarou que preferia a morte à escravidão,
sublinhado é classificado como pronome demonstrativo. d) Esta é a casa que comprei e não a que vendi a ele.
d) “E o circo se propõe à difícil tarefa de nos trazer alegria.” e) A que cometeu a falta receberá a punição.
– o termo sublinhado é pronome pessoal reto e poderia
ser retirado da oração, sem causar qualquer prejuízo de 8. ... Como fazia em noites de trovoadas.
ordem gramatical. O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em
e) “Vocês já repararam que os artistas circenses nos fazem que se encontra o grifado acima está em:
alegres...” – o termo sublinhado se classifica como a) Ao ouvir as notícias...
pronome pessoal reto, utilizado para se referir a alguém b) ... D. João embarcou na carruagem...
da 3ª. pessoa do singular. c) ... que passara a madrugada...
d) ... bastaram algumas semanas...
4. (UPENET – 2014 – Prefeitura de Ipojuca) Observe
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e) ... que o aguardava... 6. ESTRUTURA DAS PALAVRAS

9. O entusiasmo, que levava a citações...

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que  Radical – elemento básico de palavra: vidro – vidraça.
o grifado acima está na frase:
a) Pouco a pouco se agrupam diante do homem...  Cognatas – palavras formadas a partir de um mesmo
b) Que se arrasta cantante... radical: pedra, pedreira, pedrada, pedregulho,
c) Que a voz se fazia mais forte... pedregoso.
d) Imaginou o boi fincado na paisagem...
e) Os ouvintes (...) começam e mexer-se...  Afixos – prefixo (antes do radical): descontrole; sufixo
(depois do radical): lixeiro.
10. O Ministério lançará um livro que reúna dados sobre
espécies invasoras marinhas. (2. parágrafo).  Desinência – elemento final da palavra, que indica as
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que flexões de nomes, ou seja, gênero e número (desinência
o grifado acima está na frase: nominal) e de verbos, ou seja, número, pessoa, tempo e
a) ...isso se dá no momento... modo (desinência verbal). Ex.: menino, lemos.
b) “queremos que sirva como critério para barrar sua
entrada e seu plantio”...  Vogal Temática – dividem-se em nominais e verbais.
c) ... e hoje ocupa o lugar de espécies nativas nos parques e Nominais são as vogais –a, –e e –o, quando átonas
reservas do Rio... finais: mesa, base, livro. Nesses casos, não poderíamos
d) ...o homem, desavisado do estrago que pode provocar no pensar que essas terminações são indicadoras de gênero,
ambiente... pois mesa, base e livro, por exemplo, não sofrem flexão de
e) ...mas que agora começa a ser revista... gênero. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência
indicadora de plural: carro-s, mesa-s, dente-s.
11. ... que antecipam a chegada do elevador. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, caqui,
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a mandacaru, cipó, por exemplo) não apresentam vogal
forma verbal correta passa a ser: temática; podemos considerar que os terminados em
a) antecipa. consoante (feliz, roedor, mal, por exemplo) têm o
b) é antecipada. mesmo comportamento, só aparecendo a vogal temática
c) foi antecipada. neles quando colocados no plural (feliz-e-s, roedor-e-
d) tinha antecipado. s, mal-e-s). Verbais são as vogais –a, –e e –i que
e) foram antecipadas. indicam a conjugação a que os verbos pertencem: salvar
(1ª), receber (2ª), sair (3ª).
12. Transpondo-se para a voz passiva a construção um
artista plástico pesquisando linguagem, a forma  Tema – radical + vogal temática: levantas, comeste.
verbal resultante será:
a) Sendo pesquisada  Vogais e consoantes de ligação – unem elementos
b) Estando a pesquisar mórficos: frutífero, paulada.
c) Tendo sido pesquisada
d) Tendo pesquisado PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
e) Pesquisava-se
 DERIVAÇÃO
13. ...aquele espaço será ocupado por publicidade.
Transpondo a frase acima para a voz ativa, o verbo . Prefixal – acréscimo de prefixo: rever.
passará a ser:
a) Ocupará . Sufixal – acréscimo de sufixo: sociável.
b) Ocuparam
c) Tinha ocupado . Parassintética – acréscimo simultâneo de prefixo e
d) Ocupariam sufixo: envelhecer.
e) Está ocupando
. Prefixal e sufixal – acréscimo não-simultâneo de prefixo
14. A frase que admite transposição para a voz passiva é: e sufixo: desrespeitoso.
a) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.
b) O conceito de espetáculo unifica e explica uma grande . Regressiva – redução da palavra derivante mediante
diversidade fenômenos. substituição da terminação verbal por uma das vogais
c) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a temáticas nominais: -a, -e ou –o. Contar – conta; marcar
própria sociedade e seu instrumento de unificação. – marco; realçar – realce.
d) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida. . Imprópria – mudança de classe gramatical: O seu falar
e) Por ser algo separado, ele é foco do olhar iludido e da era manso.
falsa consciência.  COMPOSIÇÃO

. Por justaposição – união de palavras sem que sejam

Gabarito alteradas fonética ou graficamente: arranha-
1. C 2. B 3. C 4. A 5. C -céu, vaivém.
6. C 7. B 8. E 9. C 10. B
11. B 12. A 13. A 14. B . Por aglutinação – fusão de palavras, com alterações em
sua estrutura: planalto (plano alto), aguardente (água
ardente).

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. Compostos eruditos – união de radicais gregos ou a) doença - raça.

latinos: psicologia, micróbio. b) semelhança - matança.
c) estudo - multidão.
 HIBRIDISMO d) raça - mulher.
e) cura - joelho.
Combinação ou união de palavras de línguas diferentes:
06. As palavras “esquartejar”, “desculpa” e
Ex: sociologia (latim + grego), automóvel (grego + “irreconhecível” foram formadas, respectivamente,
latim), alcoômetro (árabe + grego), televisão (grego + pelos processos de:
latim), bananal (africano +latim), Florianópolis a) sufixação - prefixação - parassíntese.
(português + grego), burocracia (francês + grego) b) sufixação - derivação regressiva - prefixação.
c) composição por aglutinação - prefixação - sufixação.
 ONOMATOPEIA d) parassíntese - derivação regressiva - prefixação.
e) parassíntese - derivação imprópria - parassíntese.
Palavra que reproduz ruídos, sons e vozes: bangue-
bangue, tintim, bum, psiu, reco-reco, zunzum, etc. 07. Assinalar a alternativa em que a palavra entre aspas
é exemplo de derivação parassintética:
 REDUÇÃO OU ABREVIAÇÃO VOCABULAR a) A situação mal resolvida provocou-lhe um "ataque" de
ira.
Abreviação da palavra: cine, moto, analfa, metrô, neura. b) Terminado o "combate", o soldado descansou.
c) A "reforma" tributária se faz necessária.
d) No "entardecer", o sol oferecia um incrível espetáculo.
 SIGLA
e) Ler histórias policiais é seu "passatempo" predileto.
Combinação das letras iniciais de uma série de palavras:
08. Estabeleça a combinação dos radicais latinos das
INSS, USP, UFPE, UFRJ.
colunas I e II, de forma a construir termos que
signifiquem: "quem vaga pela noite", "o que traz o
sono", "quem assassina o irmão", "o que quer o
EXERCÍCIOS
bem", "o que é relativo ao campo":
1. fratri ( ) vago
01. Assinalar a alternativa que registra a palavra que tem 2. agri ( ) fero
o sufixo formador de advérbio: 3. bene ( ) cida
a) desesperança. 4. nocti ( ) volo
b) pessimismo. 5. soni ( ) cola
c) empobrecimento.
d) extremamente. A sequência correta é:
e) sociedade. a) 5, 2, 3, 4 e 1;
b) 4, 5, 1, 3 e 2;
2. Assinalar a alternativa em que a primeira palavra c) 1, 2, 3, 4 e 5;
apresenta sufixo formador de advérbio e, a segunda, d) 2, 4, 5, 1 e 3;
sufixo formador de substantivo: e) 2, 5, 1, 3 e 4.
a) perfeitamente - varrendo.
b) provavelmente - erro. 9. Assinale a alternativa que exemplifica o processo de
c) lentamente - explicação. DERIVAÇÃO PARASSINDÉTICA.
d) atrevimento - ignorância. a) entardecer
e) proveniente - furtado. b) pé-de-moleque
c) automóvel
03. As palavras "prova", "respeito", "mando" e d) beija-flor
"espécie" são, no plano de formação de palavras, e) desdita
respectivamente,
a) todas primitivas. 10. Assinale a opção em que o processo de formação de
b) todas derivadas por sufixação. palavras está indevidamente caracterizado:
c) todas derivadas deverbais. a) pão-nosso - composição por justaposição.
d) derivadas deverbais, somente as três primeiras. b) aventuroso - derivação sufixal.
e) derivadas deverbais, somente as duas primeiras. c) embonecar - composição por aglutinação.
d) descanso - derivação regressiva.
04. Os vocábulos "aprimorar" e "encerrar" classificam- e) incerto - derivação prefixal.
se, quanto ao processo de formação de palavras,
respectivamente, em: 11. Assinalar a alternativa que indique corretamente o
a) parassíntese / prefixação. processo de formação das palavras SEM-TERRA,
b) parassíntese / parassíntese. SERTANISTA e DESC-ONHECIDO:
c) prefixação / parassíntese. a) composição por justaposição, derivação por sufixação,
d) sufixação / prefixação e sufixação. derivação por prefixação e sufixação;
e) prefixação e sufixação / prefixação. b) composição por aglutinação, derivação por sufixação e
derivação por parassíntese;
05. Os vocábulos "PATOlogias " e "GENOcídio", c) composição por aglutinação, derivação por sufixação e
cujos radicais estão escritos em maiúsculo, derivação por sufixação;
significam, respectivamente:

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d) composição por justaposição, derivação por sufixação e 19. Assinale o par de vocábulos cujos sufixos
composição por aglutinação; apresentam valor semântico idêntico ao dos sufixos
e) composição por aglutinação, derivação por sufixação e de “empreendedor” e “riqueza”, respectivamente.
derivação por prefixação. a) estudante / ancoradouro
b) dormitório / inabilidade
12. Assinalar a alternativa em que as duas palavras são c) brasileiro / folhagem
formadas por parassíntese: d) professor / artista
a) indisciplinado - desperdiçar; e) faxineiro / doçura
b) incineração - indestrutível;
c) despedaçar - compostagem; 20. Considerando o valor dos sufixos, assinale o par de
d) endeusado - envergonhar; vocábulos que guardam entre si a mesma relação
e) descamisado - desonestidade. semântica existente entre “elaborar” /
“elaboração”.
13. Assinalar a alternativa correta quanto à formação das a) criar / criativo.
seguintes palavras: GIRASSOL; DESTAMPADO; b) navegar / navegante
VINAGRE; IRREAL. c) lavar/ lavatório
a) sufixação; parassíntese; aglutinação; prefixação; d) cobrar / cobrança
b) justaposição; prefixação e sufixação; aglutinação; e) quebrar / quebradiço
prefixação;
c) justaposição; prefixação e sufixação; sufixação;
parassíntese;
d) sufixação; parassíntese; derivação regressiva; sufixação;
e) aglutinação; prefixação; aglutinação; justaposição.

14. Assinale a alternativa em que se encontram palavras

com prefixo de mesmo sentido que em:
INJUSTIÇAS.
a) intenso - imoral - ingrato.
b) imóvel - inteiro - infeliz.
c) improvável - incansável - intocável.
d) ingênuo - ingestão - íngreme.
e) infusão - inteligente - infrequente.

15. Assinale o vocábulo cujo prefixo é semanticamente

diferente do de “intocável”.
a) afônico b) ilegal
c) desconfortável d) anônimo
e) imigrante

16. Aponte a opção em que aparece o mesmo prefixo

existente na palavra “impunidade”, tendo ele o
mesmo significado.
a) inevitável
b) invadindo
c) influência
d) inicialmente
e) incluindo

17. Numere a coluna da direita, relacionando-a com a

da esquerda, pelo significado do prefixo. A seguir,
assinale a resposta correta.
1) desesperança ( ) repetição
2) contramarcha ( ) oposição
3) redobra ( ) privação, negação
4) influir ( ) passar além de
5) translúcido ( ) movimento para dentro

a) 3-5-2-1-4 b) 2-3-4-5-1
c) 3-2-1-5-4 d) 4-3-2-1-5
e) 5-4-3-1-2

18. Assinale a opção em que os prefixos têm o mesmo

significado: Gabarito
a) contradizer – antídoto 1. D 2. C 3. D 4. A 5. A
b) desfolhar – epiderme 6. D 7. D 8. B 9. A 10. C
c) decapitar – homicídio 11. A 12. D 13. B 14. C 15. E
d) supercílio – acéfalo 16. A 17. C 18. A 19. E 20. D
e) semimorto – perianto.
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7. SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO PRONOMES RELATIVOS: USOS E FUNÇÕES

 Sujeito
Período é uma frase organizada em orações. O período
simples é formado por uma única oração e o composto Um indivíduo que zela por seus direitos merece tê-los.
por duas ou mais orações, que se podem relacionar por (Um indivíduo merece ter seus direitos. Um indivíduo zela por
meio de dois processos sintáticos diferentes: a seus direitos.)
subordinação e a coordenação. Ocorre subordinação
quando um termo atua como determinantes de outro  Objeto direto
termo. A subordinação ocorre no período composto
quando surgem orações que desempenham funções As dificuldades que houver devem ser superadas
sintáticas em outras orações. São três os tipos de orações solidariamente. (Deve haver dificuldades. As dificuldades
subordinadas. devem ser superadas.)

 Subordinadas Substantivas são as que exercem funções  Complemento nominal

substantivas (sujeito, objeto direto e indireto,
complemento nominal, aposto e predicativo).
 Subordinadas Adjetivas são as que desempenham
funções adjetivas (adjuntos adnominais).
 Subordinadas Adverbiais são as que exercem funções
adverbiais (adjuntos adverbiais que exprimem as mais
variadas circunstâncias).
SUBORDINADAS ADJETIVAS
São as que desempenham funções adjetivas (adjuntos
adnominais). Há orações subordinadas adjetivas que
restringem o sentido do termo antecedente,
individualizando-o: são as chamadas subordinadas
adjetivas restritivas. Outras realçam um detalhe ou
amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra
suficientemente definido: são as subordinadas adjetivas
explicativas.
Observe:
Pedi ajuda a um homem que passava naquele
momento.
A miséria parece não sensibilizar o homem, que se
considera um ser emocionalmente privilegiado.
Leia os períodos abaixo e identifique as diferenças de
significado que as orações subordinadas adjetivas
restritivas e explicativas apresentam:
As fortes razões a que você sempre fazia referência
desapareceram? (As fortes razões desapareceram. Você sempre
fazia referência às fortes razões.)
 Predicativo
O pessimista que eu era deu lugar a um insuportável
sonhador. (Eu era pessimista. O pessimista deu lugar a um
insuportável sonhador.)
 Agente da passiva
Os mosquitos por que temos sido picados não
transmitem nenhuma doença? (Nós temos sido picados por
mosquitos. Os mosquitos não transmitem nenhuma doença?
 Adjunto adverbial
A enxada com que ele costumava trabalhar foi-lhe
roubada. (Ele costumava trabalhar com a enxada. A enxada
foi-lhe roubada.)
SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Exercem a função de adjunto adverbial em relação à
oração principal de que dependem. Normalmente,
são introduzidas pelas seguintes conjunções e
locuções conjuntivas.
1) Temporais – quando, enquanto, logo que, assim que,
depois que, até que, apenas, mal, etc.

Recebi uma carta de minha irmã que está morando em Ex.: Todos choramos, quando ele morreu.
Salvador.
2) Finais – a fim de que, para que, que (= para que)
Recebi uma carta de minha irmã, que está morando em
Salvador. Ex.: Fiz-lhe sinal que se calasse.

O país que não investe em seu próprio povo tem 3) Proporcionais – à proporção que, à medida que,
poucas possibilidades de crescer. quanto mais... etc.
Ex.: Quanto mais convivo com ele, mais o aprecio.
O país, que não investe em seu próprio povo, tem
poucas possibilidades de crescer. 4) Causais – porque, pois, que, visto que, como, uma vez
Os homens cujos princípios não são sólidos acabam se que, já que, na medida em que, etc.
corrompendo.
Ex.: O tambor soa, porque é oco.
Os homens, cujos princípios não são sólidos, acabam
se corrompendo. 5) Condicionais – se, salvo se, contanto que, desde que, a
menos que, a não ser que, etc.

Ex.: Se eu tivesse vinte anos, casar-me-ia com você.

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6) Consecutiva – (tanto) que, (tão) que, (de tal forma) que, anterior. Assim, em “Choveu, porque a rua está
etc. molhada”, com a segunda oração, o falante está apenas
apresentando o motivo que o levou a fazer a declaração.
Ex.: Chovia, que era um horror! É óbvio que não há qualquer relação de causa e efeito.
Convém lembrar que, estando o verbo da primeira
7) Comparativas – (tal, como, quanto (mais...) do que, oração no imperativo, as conjunções que, porque, pois etc.
(menos...) do que, (tanto) quanto, etc. são coordenativas explicativas:

Ex.: O silêncio é mais precioso do que o ouro. Aguardem um pouco, que o doutor já está chegando.

8) Conformativas – como, conforme, segundo, consoante, Não falem alto, pois estamos em um hospital.
etc.
Tenham calma, porque todos serão atendidos.
Ex.: Cada um colhe conforme semeia.

9) Concessivas – embora, mesmo que, apesar de que, ainda ORAÇÕES REDUZIDAS

que, se bem que, conquanto que, conquanto, não
obstante, a despeito de, malgrado etc. (as orações concessivas São aquelas que não apresentam conjunções, sendo
expressam um fato – real ou suposto – que poderia opor-se à introduzidas por um verbo em uma de suas formas
realização de outro fato principal, porém não frustrará o nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio). Classificam-
cumprimento deste). O verbo da oração concessiva sempre se da mesma forma que as orações desenvolvidas.
aparece no MODO SUBJUNTIVO.
Ex.: É proibido fumar. (oração subordinada substantiva
Ex.: Mesmo que estivesse doente, ele trabalhava muito. subjetiva reduzida de infinitivo)

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO Terminada a reunião, todos saíram. (oração subordinada
adverbial temporal reduzida de particípio)
Nesse período, as orações não têm função sintática. Na
coordenação, ligam-se orações de mesmo valor. Segundo Chegando à estação, comprei as passagens. (oração
a natureza das orações que ligam, as orações subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio)
independentes coordenadas classificam-se da mesma
forma pelo qual classificam as conjunções coordenadas:
EXERCÍCIOS
1) Aditivas – e, nem, locuções: não só..., mas também,
tanto... como, etc. 1. (UPENET, 2015, PREF. DE GARANHUNS) O
termo "mas" exprime ideia de oposição, podendo
Ex.: Não veio nem telefonou. ser substituído, sem alterar o sentido, pelo conectivo
a) pois.
2) Adversativas – mas, porém, contudo, todavia, b) assim.
entretanto, no entanto, senão, etc. c) todavia.
d) portanto.
Ex.: Não saía, senão com os primos. e) por isso.
3) Alternativas – ou, ora... ora, quer... quer, etc. 2. (UPENET – 2015 – FACEPE) No trecho: “Ao
misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se
Ex.: Venha agora ou perderá o lugar. tornou sinônimo de comunicação em tempo real.”,
o segmento destacado estabelece, com o restante do
4) Conclusivas – logo, portanto, por isso, assim, pois (após trecho, uma relação sintático-semântica de
o verbo), de modo que, etc. a) causa.
b) comparação.
Ex.: O ideal é nobre; vamos, portanto, lutar por ele. c) condição.
d) finalidade.
5) Explicativas – pois (antes do verbo), porque, porquanto, e) tempo.
que, etc.
3. (UPENET – 2015 – PREF. DE GARANHUNS) No
Ex.: Não leias no escuro, pois faz mal à vista. trecho “... uma família em que os filhos crescem
com disciplina, mas sem a tirania de competição.” o
IMPORTANTE! conectivo “mas” liga duas orações independentes,
estabelecendo entre elas uma relação de
DIFERENÇA ENTRE CAUSAL E EXPLICATIVA a) adição.
b) oposição.
Na oração subordinada adverbial causal, existe, c) explicação.
necessariamente, uma relação de causa e efeito. Uma d) conclusão.
oração causal é fator determinante de sua principal e, no e) exclusão.
tempo, ocorre antes dela. Em, por exemplo, “A rua está
molhada porque choveu”, a segunda oração é causa da
primeira. Por outro lado, com uma oração explicativa, o
falante esclarece o porquê de ter feito a declaração
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4. (UPENET – 2015 – Prefeitura do Recife) Em: II. Quando surgirem / Seus primeiros raios de mulher
“Antes disso, o Estado apenas oferecia atendimento III. Duas nuvens no céu / E um sol a sorrir no papel...
à saúde para trabalhadores com carteira assinada
(...)”, a palavra destacada acrescenta nesse trecho Observando-se as várias circunstâncias
um sentido de: apresentadas, é correto classificá-las,
a) adição. respectivamente, como:
b) explicação. a) causal / temporal / comparativa.
c) oposição. b) temporal / condicional / adversativa.
d) restrição. c) aditiva / temporal / condicional.
e) ressalva. d) condicional / temporal / aditiva.
e) causal / temporal / aditiva.
5. (UPENET – 2013 - SESC/PE) Observe os itens
abaixo:
I. "A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as
grandes a gente logo enxerga” (Provérbio japonês)
II. "Se quiser conhecer um cavalo, monte nele; se quiser
conhecer uma pessoa, conviva com ela."(Provérbio
japonês)
III. “Endireite o galho, enquanto a árvore é nova."(Provérbio
japonês)
Sobre os termos neles sublinhados, é CORRETO o
que se afirma em
a) No item I, o termo exprime relação de concessão.
b) No item II, o termo poderia ser substituído por “uma vez
que”, sem causar prejuízo de sentido à oração.
c) No item III, o termo exprime circunstância temporal.
d) Tanto o termo do item I com o do item III poderiam ser
substituídos por “se bem que”.
e) O termo do item II exprime relação de oposição.

6. (UPENET – 2014 – PREF. SERRA TALHADA)

Observe os itens abaixo:
I. "...conforme dizer de especialistas, “num verdadeiro museu a céu
aberto”".
II. "Para se conhecer um pouco das histórias dos bravos sertanejos que
povoaram os sertões..."
III. "...quando da colonização...”

Sobre os termos sublinhados, está CORRETO o que

se afirma em
a) No item I, o termo poderia ser substituído por
"enquanto", sem causar prejuízo ao sentido original do
texto.
b) No item II, o termo encerra ideia de causa.
c) No item III, o termo exprime circunstância temporal.
d) Tanto o termo do item I como o do item III poderiam
ser substituídos por "segundo", sem causar prejuízo ao
sentido original de ambos os textos.
e) O termo do item II poderia ser substituído por "por " e
isso não implicaria mudança de sentido no texto original.

7. (UPENET – 2004 – Pref. Tamandaré/PE) Assinale

a alternativa em cuja oração destacada o conectivo
exprime ideia de oposição.
a) “o amor tem mil inimigos, mas o pior deles é o
tempo.”
b) “faz um meneio de lado com a cabeça e diz...”.
c) “hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher...”
d) “...se ela estivesse ao seu lado e ele quisesse se referir a
ela...”
e) “deve-se dizer que o norberto ainda usava um vago
gesto... ”

8. (UPENET – 2009 – Pref. Cupira/PE) Ao ligar duas Gabarito

orações, a conjunção pode expressar uma série de 1. C 2. E 3. B 4. D
circunstâncias. Analise os fragmentos abaixo. 5. C 6. C 7. A 8. D
I. Serei, de você, confidente fiel / Se seu pranto molhar
meu papel...
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8. SINTAXE DE CONCORDÂNCIA Ex.: É proibido entrada.

Nominal e Verbal (sem elemento determinante)
É proibida a entrada.
(com determinante)
1. CONCORDÂNCIA NOMINAL É preciso álcool para limpar a mesa.
Principais casos Seriam precisos vários conferencistas.

Ocupa-se da relação entre as classes de palavras que  Mesmo / próprio / incluso / anexo / obrigado /
compõem o chamado grupo nominal: substantivo, quite
artigo, numeral, pronome e adjetivo.
 Concordam em gênero e número com o substantivo a
1) Concordância do adjetivo (adjunto adno-minal) que se referem.
com o substantivo.
Ex.: Seguem anexos (ou inclusos) os documentos.
 O adjetivo concorda em gênero e número com o Muito obrigadas – responderam elas.
substantivo a que se refere. Elas mesmas (ou próprias) fizeram o trabalho.
Ex.: A casa amarela ficava no fim da rua. Nós estamos quites com a receita federal.

 Um só adjetivo referindo-se a mais de um  Observação: “Em anexo” = invariável

substantivo de gênero ou número diferente:
 Bastante / Bastantes
 Quando vem após os substantivos, concorda com o mais  Bastante = muito(a), suficiente.
próximo ou com os dois (substantivos). (função adverbial)
Ex.: O rapaz e a moça apaixonada / apaixonados saíram. Ex.: Conheceu bastante coisa durante a visita.
Estudei bastante hoje.
 Observação: É importante lembrar o seguinte critério,
quando o adjetivo concordar com os dois  Bastantes = muitos (as), suficientes.
substantivos: masc. + masc., masc. + femin. ou femin. (função adjetiva)
+ masc. = masculino plural; femin. + femin. = Ex.: Fiz bastantes coisas em casa.
feminino plural. Estudei bastantes assuntos para o concurso.

 Quando vem antes dos substantivos, concorda com o  Caro / barato / alto / baixo
mais próximo.
Ex.: Os antigos postes e luminárias eram requintados. Ex.: Elas são altas. (adjetivo)
Elas falaram alto. (advérbio)
 Dois adjetivos referindo-se ao mesmo substantivo: A roupa é cara. (adjetivo)
Ex.: Os líderes japonês e italiano se reuniram hoje. A roupa custou caro. (advérbio)
O líder japonês e o italiano se reuniram hoje.
 Meio
2) Concordância do Particípio com o Substantivo
 = “um pouco”. (invariável - função adverbial)
 O particípio concorda em gênero e número com o Ex.: Amanda está meio pensativa.
substantivo a que se refere:
 = “metade”. (variável - função adjetiva)
 nas orações reduzidas: Ex.: Tomamos meia garrafa de vinho.
Ex.: Dado o sinal, todos se retiraram. Estava a meio metro de distância.
Concluídas as pesquisas, detalharemos os dados.  = “veículo, caminho”. (variável - substantivo)
Ex.: O(s) meio(s) de comunicação de massa...
 na voz passiva:
Ex.: Foram anotadas todas as reclamações.  Só / a Sós
Haviam sido anotados os detalhes.
 = “somente, apenas”.
 Quando o particípio se refere a dois ou mais substantivos (invariável - função adverbial)
de gêneros diferentes: Ex.: Só eles não concordaram com a proposta.
Ex.: O empenho e a confiança foram ampliados.
 = “sozinho”.
 O particípio não varia quando forma tempo composto: (variável - função adjetiva)
Ex.: Ninguém havia anotado as reclamações. Ex.: Ele (a)(s) estava(m) só(s). (ou “a sós” = invar.)
Todos haviam anotado as reclamações.  Menos / alerta / pseudo / a olhos vistos
3) Casos Gerais
 São invariáveis
Ex.: Havia menos pessoas na reunião de hoje.
 É preciso / É necessário / É proibido... Os policiais estavam alerta.
(ou “em alerta” = invariável)
 Sem elemento determinante ficam invariáveis. Caso Trata-se de pseudossábias.
contrário, concordam em gênero com ele. O dinheiro inflacionado desaparece a olhos vistos.

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 Observação: Alerta = “aviso, sirene” é substantivo e 4) Outros Casos Gerais

sofre flexão.
Ex.: Já dei vários alertas ao gerente.  Quando o sujeito é formado de um coletivo:
Ex.: O cardume escapou.
 Possível / Possíveis Os cardumes escaparam.

 Usadas em expressões superlativas  Quando o sujeito é formado de um coletivo singular:

Ex.: O político obteve o maior elogio possível. Ex.: Um grupo chegou. (não especificado)
As portas estavam o mais bem fechadas possível. Um grupo de mães chegou / chegaram.
As notícias que trouxe são as melhores possíveis. (especificado)
Ela fazia trabalhos os mais completos possíveis.
 Com nomes próprios no plural:
 Adjetivos adverbializados Ex.: Minas Gerais não possui mar.
(sem determinante)
 Ficam invariáveis.
As Minas Gerais não possuem mar.
Ex.: Márcio foi direto à secretaria. (= diretamente)
(com determinante)
Saiu rápido para o trabalho (= rapidamente)

 Tal qual  Observação: Quando se trata de títulos de obras,

admite-se o plural ou o singular.
Ex.: Os Lusíadas conta(m) a história de Portugal.
 “Tal” concorda com o antecedente e “qual” com o
consequente.
Ex.: Raphael é tal quais os pais.  Pronomes de tratamento: sempre usar 3ª pessoa.
As meninas eram tais qual a mãe. Ex.: Vossa Excelência conhece seu problema.
Vossas Excelências conhecem seus problemas.
2. CONCORDÂNCIA VERBAL
Principais casos  Pronomes relativos QUE e QUEM
Ex.: Fui eu que paguei a conta.
1) Com o Sujeito Simples Fomos nós quem pagou / pagamos a conta.

 O verbo concorda com o sujeito em número e  Núcleos ligados por OU

pessoa, estando o sujeito antes ou depois do verbo. Ex.: Ana ou Júnior vencerá o jogo.
Ex.: Os presidiários faziam misérias. (exclusão = verbo no singular)
Vós conseguistes um bom dinheiro. Recife ou Natal possuem belas praias.
(adição = verbo no plural)
2) Com sujeito composto anteposto ao verbo
 Com a palavra “SE”
 O verbo concorda com os dois elementos do sujeito.
Ex.: Ouro Preto e Mariana são cidades históricas. Partícula apassivadora
A secretária e o diretor chegaram ontem. Analisou-se o plano de reforma agrária.
Analisaram-se os planos de reforma agrária.
 Se os núcleos forem sinônimos ou formados de
palavras de um mesmo conjunto significativo. (singular Índice de Indeterminação do Sujeito
ou plural) Precisa-se de homens e mulheres corajosos.
Ex.: A sinceridade e a franqueza é / são uma virtude. Descansa-se muito em Aldeia.

 Núcleos em sequência gradativa  COM SUJEITO FORMADO POR EXPRESSÕES

(singular ou plural)
Ex.: Uma brisa, um vento, um furacão não o abalava / a) Um ou outro – o verbo fica no singular.
abalavam. Ex.: Hoje, um ou outro viaja a Brasília.

b) Um e outro, nem um nem outro, nem... nem... – o

 Núcleos resumidos por pronome indefinido
verbo vai, de preferência, para o plural.
(tudo, nada, todos, ...)
Ex.: Um e outro esculpiam a madeira da porta.
Ex.: Papel, lápis, borracha, tudo era caro na loja.
Tios, irmãos, primos, todos chegaram cedo.
c) Um dos que, uma das que – o verbo vai, de
preferência, para o plural. (singular = ênfase)
3) Com sujeito composto posposto ao verbo
Ex.: Eu era uma das que mais estudavam.
O aluno é um dos que menos aparecem no curso.
 O verbo concorda com o termo mais próximo ou
com os dois elementos do sujeito.
d) Mais de, menos de – o verbo concorda com o numeral
Ex.:
que segue a expressão.
Vende-se (ou vendem-se) casa e apartamentos.
Ex.: Mais de um tenista representou o Brasil.
Chegou (ou chegaram) a carta e o bilhete.
Mais de cem pessoas morreram no incêndio.

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*Casos especiais: 2 - Quando acompanhado de verbo auxiliar, o verbo

impessoal transmite a ele a sua impessoalidade.
Mais de um aluno, mais de um professor faltaram. Ex.: Deverá haver feiras de artesanato na praça.
(expressões repetidas na mesma frase) Vai fazer cinco anos que te vi.

Mais de um veículo chocaram-se. 3 - Na língua popular é comum o uso do verbo ter,

(“se” = indicando reciprocidade) impessoal, no lugar de haver ou existir.
Ex.: Tem gente nova no pedaço.
e) A maior parte de (ou uma porção de, grande número Tem dias em que a gente estuda demais.
de, a maioria de, metade de...) – o verbo fica, de
preferência, no singular.  Concordância dos verbos dar, soar e bater
Ex.: A maior parte precisa ler mais.
(não especificado) Na indicação de horas, esses verbos concordam com o
número de horas que, normalmente, é o sujeito. A não
A maior parte dos alunos precisa / precisam ler. ser que sejam usadas outras palavras como sujeito.
Ex.: Deu dez horas o relógio da matriz.
f) Locuções pronominais [Qual(is) de nós...; muito(s) Bateram cinco horas no relógio da matriz.
de vocês, ... ] – O verbo concorda com o pronome
indefinido (ou interrogativo) ou com o pronome pessoal.  Faltar, sobrar e bastar
Ex.: Qual de vós é humilde?
Quais de vós são / sois humildes? Esses verbos concordam com o sujeito.
Ex.: Basta uma semana para terminar a promoção.
 Com número percentual Faltam quinze minutos para as duas horas.
Ex.: 1% (da produção) foi vendido.
5% (das pessoas) discordam da imposição.  Concordância do verbo SER
1% das pessoas discorda (m) da imposição.
Os 87% da produção de soja foram negociados.  O verbo ser ora concorda com o sujeito, ora concorda
com o predicativo.
 Expressão HAJA VISTA: “Vista” é invariável. Ex.: Esses sorrisos são a minha alegria.
Ex.: Haja(m) vista os ladrões de colarinho branco. Minha vaidade são minhas filhas.
O parlamentar sempre ausente sois vós.
 CONCORDÂNCIA DOS VERBOS IMPESSOAIS
 Se o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de
Por não possuírem sujeito, os verbos impessoais ficam na palavras ou expressões como pouco, muito, menos de, mais de,
3ª pessoa do singular. etc., o verbo ser fica no singular.
Ex.:
 Haver (singular) usado no sentido de: “O F-E-R-A” Cinco quilos de arroz é mais do que necessário.
(ocorrer, fazer, existir, realizar-se e acontecer) Trezentos reais pela passagem é muito.
Ex.: Há alunos que estudam muito. (=existem)  Concordância do verbo PARECER
Houve uma grande festa. (=realizou-se)
Há muitos anos que não nos vemos. (=faz) Antes do infinitivo admite duas concordâncias:
Ex.: As brincadeiras pareciam alegrar a criançada.
 FA-S-E (verbos fazer, ser e estar) indicando: tempo As brincadeiras parecia alegrarem a criançada.
decorrido, hora, data ou fenômeno da natureza. “Fazer”
e “estar” sempre no singular; o verbo “ser”, singular ou
plural de acordo com o contexto.
EXERCÍCIOS
Ex.: Faz meses que te espero. (e não “fazem”)
Era cedo quando cheguei. 01. (UPENET/IAUPE) Em relação à concordância
Estava um dia chuvoso. / Hoje é/são 20 de maio. nominal, em uma das alternativas abaixo, a
 Verbos = Fenômenos da natureza (chover, nevar, ventar, justificativa está INCORRETA. Assinale-a.
gear, trovejar, relampejar, anoitecer, etc.) a) “Elas derivam da observação dos fatos, especialmente
Ex.: Choveu ontem. / Anoiteceu lentamente. daqueles que são indiscutíveis...” – se o termo “fatos “
fosse substituído por “ocorrências”, estaria correto o
 Expressões “basta de”, “chega de”, “passa de”, etc. trecho: elas derivam da observação das ocorrências,
Ex.: Chega de preguiça! Já passa de uma hora. especialmente daquelas que são indiscutíveis.
b) “E eles seduzem nossos filhos porque eles têm crescido
 Observações: fracos e sem esperanças.” – se o termo “filhos” fosse
permutado por “ gerações”, estaria correto o trecho: e
1 - Os verbos que exprimem fenômenos da natureza, eles seduzem nossas gerações porque elas têm crescido
quando usados em sentido figurado, deixam de ser fracas e sem esperanças.
impessoais. c) “A verdade é que eles entram nas nossas casas porque
Ex.: Já amanheci disposto.  Eu encontram portas abertas.” – se ao termo “portas” fosse
acrescido o termo “portões”, estaria correto o trecho: a
Choveram denúncias no INSS.  denúncias.
verdade é que eles entram nas nossas casas porque
encontram portas e portões abertos.

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d) “...que não deixam margem para interpretações variadas.”
– se ao termo “interpretações” fosse acrescido o termo
“diagnósticos”, estaria correto o trecho: que não deixam
margem para interpretações e diagnósticos variadas.
e) “Isso é válido para o uso de drogas nos primeiros anos...”
– se o termo “isto” fosse substituído por “todas as
argumentações e todos os fatos”, estaria correto o trecho:
todas as argumentações e todos os fatos são válidos para
o uso de drogas nos primeiros anos.
TEXTO 03
“O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma
criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser
depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho.
Por isso, os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas
do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.”
(Rubem Alves)
02. (UPENET/IAUPE) Observe o trecho abaixo:
“Uma semente há de ser depositada no ventre vazio”
O termo sublinhado se classifica como um verbo
pessoal, e sua concordância se dá com o seu sujeito,
“uma semente”.
Em todas as alternativas abaixo, o verbo “haver” é
pessoal, EXCETO em uma. Assinale-a.
a) Haveria Francisco de depositar o cheque no banco mais
próximo de sua casa.
b) Haviam eles se ausentado do júri por motivo de ordem
superior.
c) Nós houvemos por bem facilitar o acesso aos mais
carentes.
d) Houvera diversos tumultos durante o julgamento do
assassino da criança.
e) Nada havia acontecido de anormal durante a reunião
extraordinária.
03. (UPENET/IAUPE) Observe o trecho abaixo:
“O trânsito é importante para a economia de um país,
por interligar produções industriais ou naturais aos
consumidores através dos meios de transporte. Além
disso, proporciona o fluxo de pessoas para o trabalho,
escola, médico, diversão, etc.”
Se o termo “país” estivesse no plural, estaria
CORRETO o que se indica na alternativa
a) O trânsito é importante para a economia de países, por
interligarem produções... Além disso, proporcionam o
fluxo de pessoas para o trabalho...
b) O trânsito é importante para a economia de países por
interligar produções... Além disso, proporcionam o fluxo
de pessoas para o trabalho...
c) O trânsito é importante para a economia de países, por
interligarem produções... Além disso, proporcionão o
fluxo de pessoas para o trabalho...
d) O trânsito é importante para a economia de países, por
interligar produções. Além disso, proporcionarão o fluxo
de pessoas para o trabalho.
e) O trânsito é importante para a economia de países, por
interligar produções... Além disso, proporciona o fluxo
de pessoas para o trabalho.
04. (UPENET/IAUPE) Observe os fragmentos
relacionados abaixo:
I. "Juntos, mãe e filho, apavorados, corriam de um lado
para o outro, atônitos. Chega um carro e, vagarosamente,
decide parar próximo ao local do crime."
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II. "Desce um homem, uma mulher, ambos aparentando 50
anos."
III. "Havia rumores de que, bêbado, o homem caído..."
Sobre eles, está CORRETO o que se afirma na
alternativa
a) No item I, caso o sujeito fosse composto de dois termos
femininos, os adjetivos "juntos", "apavorados" e
"atônitos" se manteriam inalterados em sua grafia.
b) No item II, estaria correto também se o verbo
sublinhado estivesse no plural, concordando com ambos
os sujeitos.
c) No item III, se o verbo sublinhado fosse substituído por
"existir", mantendo-se o mesmo tempo verbal, estaria
correto o trecho: Existia rumores de que, bêbado, o
homem caído...
d) "de que, bêbado, o homem caído, um adulto de seus
quase 60 anos, tentara atravessar a avenida..." - se o
termo "homem" fosse substituído por "mulher", estaria
correto o trecho: de que, bêbada, a mulher caída, um
adulto de seus quase 60 anos, tentaram atravessar a
avenida...
e) "Uma criança permanece no automóvel. Ainda bebê, de
quase 06 meses, dorme tranquila." - se o termo
sublinhado fosse permutado por "duas", mantendo-se o
tempo verbal dos verbos, estaria correto o seguinte
trecho: Duas crianças perma-neceram no automóvel.
Ainda bebês de quase 6 meses, dormiam tranquilas.
05. (UPENET/IAUPE) Observe os itens abaixo:
I. "Assinou um cartão de aniversário para uma amiga, selou
o envelope e fez uma pequena lista para o supermercado,
colocou ambos perto da carteira."
II. "-Estou cansada, e já é tarde, vou me deitar!!!"
III. "...confirmou se as caixas de cereais estavam
vazias..."
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Se no item I, os termos sublinhados fossem substituídos
por "uma carta", o termo "ambos" se manteria inalterado.
b) No item II, o adjetivo "cansada" se refere a pessoas do
sexo feminino.
c) No item III, se ao termo "caixas" fosse acrescido
"caixões", estaria correta a construção: confirmou se as
caixas e os caixões de cereais estavam vazias.
d) No item I, se o termo "lista" fosse substituído por
"resumo", o termo "ambos" não se alteraria em sua
grafia.
e) No item III, estaria também correto se o termo "vazias"
concordasse com "cereais".
06. (UPENET/IAUPE) Sobre CONCORDÂNCIA
VERBAL, analise os itens abaixo:
I. "Ser um empreendedor é executar os sonhos, mesmo que
haja riscos."
II. "É ter consciência de que quem vence sem obstáculos..."
III. "É tomar atitudes que ninguém tomou."
IV. "Quantos projetos você deixou para trás?"
Assinale a alternativa CORRETA.
a) No item I, se o verbo sublinhado fosse substituído por
"existir", este seria conjugado na 3ª pessoa do singular.
b) No item II, o verbo sublinhado concorda com o seu
sujeito, representado pelo pronome relativo "que".
c) No item III, se o sujeito "ninguém" fosse substituído por
"todos os convidados", mantendo-se o tempo verbal,
estaria correto o trecho: É tomar atitudes que todos os
convidados tomam.
d) No item IV, se fosse acrescido a "você" os termos "sua
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família" e "seus amigos", estaria correto o trecho: 10. (UPENET,2015, PREF. DE GARANHUNS) No
Quantas projetos você, sua família e seus amigos texto, o adjetivo “bonita” concorda com o
deixamos para trás? substantivo “família”. Em qual das alternativas
e) No item I, estaria correta a construção: Ser um abaixo, o termo sublinhado NÃO concordou com o
empreendedor é executar os sonhos, mesmo que existam termo ao qual se refere?
riscos. a) Os pais cujos filhos tiraram nota excelente receberam
bastantes congratulações.
07. (UPENET/IAUPE) Observe os itens abaixo: b) É proibido a entrada de pessoas estranhas à família.
I. “A rede de história da EMPREL começou a ser tecida c) Os pais que zelam pelos seus filhos estão quites com a
em 1963...” sociedade.
II. “Em janeiro de 1970, no velho casarão 271 da rua da d) A mãe está meio triste porque o filho não faz prece às
União...” refeições.
III. “Passados 26 anos da sua criação...” e) A família bonita diz obrigada aos seus membros quando
IV. “Na educação, toda renovação de matrícula já é da sua renúncia às drogas.
automática...”
V. “Desde o controle de campanhas de vacinação e
epidemiológico...”

Sobre eles, está CORRETO o que se declara na

alternativa
a) No item I, o termo tecida concorda com o termo a que
se refere, história.
b) No item II, se o termo casarão fosse para o plural, o
termo velho não sofreria mudança em sua ortografia.
c) No item III, o termo passados poderia estar no feminino
singular concordando com o termo criação.
d) No item IV, o termo automática concorda com o termo
educação.
e) No item V, o termo epidemiológico concorda com o
termo a que se refere, controle.

08. (UPENET/IAUPE) Em uma das alternativas,

existe um ERRO de Concordância. Assinale-a.
a) "Localizada a 415 km da capital, a terra de Virgulino
Ferreira da Silva é cortada pela BR-232" - o primeiro
termo sublinhado concorda com "capital", e o segundo,
com "terra".
b) "...ao arrastarem sobre o solo durante as comemorações
celebradas nos momentos de glória..."- se o termo
"comemorações" fosse substituído por "festividades e
homenagens", o termo sublinhado se manteria inalterado
em sua grafia.
c) "A imponente Serra Talhada marca a paisagem da
cidade..." - se Serra Talhada fosse considerada município,
o termo sublinhado permaneceria inalterado em sua
grafia. Haveria mudança do determinante "a" para o "o".
d) "É lá que estão guardados vários pertences do Rei do
Cangaço..." - se o termo "pertences" fosse substituído
por "obras", estaria correta a seguinte construção: É lá
que estão guardadas várias obras do Rei do Cangaço.
e) "O centro do município tem a Igreja de Nossa Senhora
da Penha com seus belos vitrais..." - se o termo "vitrais"
fosse substituído por "altares", o texto original não
sofreria qualquer mudança.

09. (UPENET/IAUPE) Em qual das alternativas

abaixo, o termo ou a expressão sublinhado(a) NÃO
foi empregado(a) de acordo com as normas da
variedade padrão?
a) Eles próprios fizeram os seus dias melhores que os
anteriores.
b) Obrigado, Senhor, pelo novo dia que me deste para
minha renovação, disse o pecador.
c) Queremos todos estar inclusos no grupo que deseja a
conversão. Gabarito
d) É preciso música para se ter uma nova vida. 1. D 2. D 3. E 4. B 5. D
e) É necessário uma nova chance para que sejamos 6. E 7. E 8. A 9. E 10. B
melhores que nós mesmos.
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9. SINTAXE DE REGÊNCIA C) Direto e Indireto (VTDI) – precisa de dois

Nominal e Verbal complementos: um objeto direto e outro indireto.
Ex.: Ele entregou a encomenda ao rapaz.
VTDI OD OI
Trata do mecanismo que regula as ligações entre um (o quê?) (a quem?)
verbo ou nome e os seus complementos.
 INTRANSITIVO  não precisa de complemento.
1. REGÊNCIA NOMINAL
O termo regente é um nome. Ex.: Poucos saíram ontem.
VI adj. adverbial
REGÊNCIA DE ALGUNS NOMES de tempo (quando?)
(Advérbio, Substantivo ou Adjetivo)
acessível (a) idêntico a Juliana mora em Paris.
acostumado a, com incompatível com VI adj. adverbial de lugar (onde?)
afável com, para com indiferente a
aflito com, por liberal com 2. REGÊNCIA VERBAL
antipatia a, contra, por natural de O termo regente é um verbo.
apto a, para necessário a
atencioso com, para com nocivo a 1. ASSISTIR
compaixão de/para paralelo a
com/por parecido a, com  No sentido de socorrer, dar assistência é VTD
compatível com permissivo a Ex.: A enfermeira assistiu o doente.
compreensível a pertinaz em  No sentido de ver, observar, presenciar é VTI (A)
comum a, de preferível a Ex.: Paulo assistiu ao (a um) filme na TV.
conforme a, com prejudicial a  No sentido de caber, pertencer é VTI (A)
cruel com, para com, para propício a Ex.: Liberdade é um direito que assiste ao homem.
cuidadoso com respeito a / com / de / para
descontente com com / por  Observação: admite a forma oblíqua LHE.
devoção a, para com, por semelhante a Ex.: É um direito que lhe assiste.
dúvida acerca de , de, em, sensível a
sobre situado (sito, residente,  No sentido de morar, residir é VI (EM)
fácil a, de, para morador)  em, entre Ex.: Jéssica assiste em Recife.
falho de, em suspeito a, de
firme em último a, de, em 2. ASPIRAR
generoso com vereador, deputado,
grato a senador  por, pelo(a)(s)  No sentido de respirar, sorver, inspirar é VTD
hábil em versado em Ex.: Nós aspiramos o/um perfume.
horror a
hostil a, para com  No sentido de almejar, pretender é VTI (A)
Ex.: Pedro aspira ao/a um cargo de chefia.
 PREDICAÇÃO VERBAL
 Observação: mesmo com a preposição A, este verbo
Trata da “transitividade” do verbo. Este pode ser: não admite a forma oblíqua LHE (Esse posto?
Aspiro-lhe). Usa-se a forma convencional: Aspiro a
 TRANSITIVO  precisa de um complemento ele.
chamado objeto. O objeto é a resposta ao verbo (O quê?
com/a/de quem?) 3. VISAR
A) Direto (VTD) – precisa de complemento sem  No sentido de mirar ou dar o visto é VTD
preposição (objeto direto). Ex.: O atirador visou o alvo, mas errou o tiro.
Ex.: Martha comprou flores. O professor visou os exercícios.
VTD OD (o quê?)
 No sentido de almejar, ter em vista é VTI (A)
Hugo bebeu um refrigerante.
Ex.: Marcos ajudava sem visar a lucros.
VTD OD (o quê?)

B) Indireto (VTI) – precisa de complemento com  Observação: nesse sentido, visar não pode ser usado
preposição (objeto indireto). na forma oblíqua LHE (“Esse posto? Viso-
Ex.: Paula gosta de estudar. -lhe”), mas sim “Esse posto? Viso a ele”.
VTI OI (de quê?)
4. CHAMAR
Ela obedece ao chefe.
VTI OI (a quem?)  No sentido de reunir, convocar é VTD
Todos simpatizam com o diretor. Ex.: O presidente chamou a (ou pela) imprensa.
VTI OI (com quem?) O técnico chamou mais (ou por mais) dois jogadores.

 No sentido de apelidar, cognominar

Ex.: Chamei (a) Ricardo (de) preguiçoso.
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5. PROCEDER  No sentido de ser penoso/difícil é VTI

Ex.: Custa a um cidadão acreditar nos políticos.
 É VI no sentido de: originar-se (DE) e ter fundamento Custou-nos (ou custou-lhes) ter que agir.
Ex.: A carta procede do Japão.
Sua acusação não procede.  Observação: são erradas as construções: “Custamos
a / para entender o assunto.”
 É VTI para: executar (A) *Usa-se: Custou-nos entender o assunto.
Ex.: Vossa Excelência irá proceder a um inquérito.
13. PREFERIR (VTDI)
6. ESQUECER / LEMBRAR
Ex.: Prefiro doces a salgados.
 Ambos são VTD (quando não pronominais)
Ex.: Mariana esqueceu (ou lembrou) tudo. 14. RESPONDER
 São VTI (DE) quando pronominais  É VTD para dar o conteúdo da resposta diretamente.
Ex.: Mariana se esqueceu (se lembrou) de tudo. Ex.: Ele respondeu que não estava bem hoje.
7. AGRADAR  É VTI (A) quando se refere a “quem” ou o “que”
produziu a pergunta.
 No sentido de fazer carinho é VTD Ex.: Ele respondeu ao questionário / ao seu tio.
Ex.: A mãe agradava o seu filho.
 No sentido de contentar, satisfazer é VTI (A)  OUTRAS REGÊNCIAS
Ex.: As notas não agradaram aos professores.
(ou não lhes agradaram) 1. São Transitivos Diretos: abandonar, abençoar, abZorrecer,
abraçar, conservar, convidar, proteger, respeitar, prejudicar,
8. INFORMAR, AVISAR, PREVENIR , ADVERTIR, visitar, socorrer, suportar, conhecer, eleger, etc.
NOTIFICAR, CIENTIFICAR e CERTIFICAR 2. São Transitivos Indiretos: simpatizar/ antipatizar (com),
consistir (em), obedecer/ desobedecer (a)...
 Apresentam OD (coisa) e OI (pessoa) ou vice-versa:
3. São Indiferentemente Transitivos Diretos ou Transitivos
Ex.: Informe os novos prazos aos interessados.
Indiretos: abdicar (de), almejar (por), ansiar (por),
Informe os interessados dos novos prazos. anteceder (a), atender (a), atentar (em, para), cogitar (de,
(ou sobre os novos prazos) em), consentir (em), deparar-se (com), desdenhar (de),
gozar (de), necessitar (de), preceder (a), presidir (a),
Caso se utilize pronomes como complementos: renunciar (a), satisfazer (a), versar (sobre).
Ex.: Informe-os aos interessados.
(Informe-lhes os novos prazos)
 OBSERVAÇÕES FINAIS
Informe-os dos novos prazos.
(Informe-se deles ou sobre eles) 1) VTI  NÃO admitem voz passiva
Exceção: (des)obedecer
9. PAGAR / PERDOAR / AGRADECER
Ex1.: “O filme foi assistido pelos alunos.” (errado)
Ex.: Paguei o livro. (VTD  OD = coisa) Os alunos assistiram ao filme. (certo)
Paguei ao livreiro. (VTI  OI = pessoa) Ex2.: “O cargo era visado pelos gerentes.” (errado)
Paguei o livro ao livreiro. (VTDI) Os gerentes visavam ao cargo. (certo)

10. QUERER 2) Não se deve dar um único complemento a verbos de

regências diferentes.
 No sentido de desejar é VTD Ex1.: “Entrou e saiu da sala.” (errado)
Ex.: “Eu quero uma casa no campo.” (Zé Rodrix) Entrou na sala e saiu dela. (certo)
Ex2.: “Assisti e gostei do filme.” (errado)
 No sentido de estimar, ter afeto - VTI (A) Assisti ao filme e gostei dele. (certo)
Ex.: Quero a meus amigos. 3) Havendo pronome relativo, a preposição desloca-
-se para antes dele.
11. IMPLICAR Ex.: Esta é a faculdade a que aspiro.
Este é o autor a cuja obra me refiro.
 No sentido de acarretar, provocar é VTD Este é o autor de cuja obra gosto.
Ex.: Sua postura implicará demissões. Este é o autor por cuja obra tenho simpatia.
 No sentido de incomodar, embirrar é VTI (COM)
Ex.: Ana implica com minhas amizades. EXERCÍCIOS

 No sentido de envolver-se é VTDI (EM/COM) 01. (UPENET/IAUPE) Sobre REGÊNCIA VERBAL,

Ex.: Implicaram o tio em atividades criminosas. analise as afirmativas abaixo, observando o verbo
contido em cada item.
12. CUSTAR I. “...porque encontram portas abertas.” – o verbo exige
complemento não regido de preposição.
 No sentido de ter o valor / preço de é VI II. “Mas também temos algumas certezas.” – o verbo
Ex.: A calça custou vinte reais. exige complemento sem ser regido de preposição.

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III. “ Elas derivam da observação dos fatos...” – o verbo 06. (UPENET/IAUPE) Observe os verbos do texto
não pede complemento. abaixo:
IV. “Isso é válido para o uso de drogas...” – o verbo pede
complemento regido de preposição.
V. “... determina forte inclinação para a dependência.” –
o verbo exige dois complementos: um regido de
preposição e o outro não.

Está CORRETO o que se afirma em

a) I e II. b) II e IV.
c) II, III e V. d) I, IV e V.
Considerando o contexto em que eles se encontram,
e) I, II e V.
está CORRETO o que se declara na alternativa
a) O verbo atropelar apresenta a mesma regência do verbo
02. (UPENET/IAUPE) Observe a regência do verbo
conviver.
sublinhado no trecho abaixo:
b) O verbo suportar exige complemento regido de
“Tenho em minhas mãos a cumplicidade de que
preposição.
necessito...”
c) Os verbos atropelar, vencer e enfrentar exigem
complemento sem ser regido de preposição.
Assinale a alternativa cujo verbo apresenta essa
d) A vírgula após o termo teorias poderia ser substituída por
mesma regência.
um ponto.
a) “Quero andar de mãos juntas, sempre juntas.”
e) Os verbos conviver, suportar e enfrentar exigem
b) “Não se furtaram ao menor dos acenos.”
complemento sem ser regido de preposição.
c) “Resta-me a esperança do seu talentoso manuseio.”
d) “Minhas, tão minhas, que são mais do que eu mesma.”
07. (UPENET/IAUPE) Sobre o trecho abaixo:
e) “...ou para selar amores ainda indecisos.”
"É onde se pode assistir a uma apresentação de xaxado..."
03. (UPENET/IAUPE) Observe os trechos abaixo:
Está CORRETO o que se afirma na alternativa
I. “Passe um dia inteiro sem reclamar de nada.”
a) O verbo assistir tem o significado de presenciar, e o seu
II. “Quando a vontade de reclamar aparecer...”
complemento pode vir ou não regido de preposição.
b) Estaria também correta a seguinte construção: É onde se
Sobre eles, é CORRETO afirmar que
pode assistir à uma apresentação de xaxado.
a) no trecho I, o segundo verbo exige complemento regido
c) Se o artigo "uma" fosse retirado desse trecho, seria
de preposição.
facultativo o emprego da crase.
b) no trecho II, “de reclamar” completa o sentido do verbo
d) Estaria correta a seguinte construção: É onde se podem
“aparecer”.
assistir à apresentações de xaxado.
c) no trecho II, o complemento do termo “vontade” indica
e) Permutando-se o verbo assistir por "presenciar", estaria
exemplo de regência verbal.
correta a seguinte construção: É onde se pode presenciar
d) no trecho I, o primeiro verbo exige complemento regido
uma apresentação de xaxado.
de preposição.
e) tanto o primeiro verbo do trecho I como o primeiro do
08. (UPENET/IAUPE) Atente ao trecho abaixo:
trecho II exigem complemento regido de preposição.
“A batalha seguinte é garantir qualificação para as profissionais
fazerem jus ao aumento nos direitos”, comentou.
04. (UPENET/IAUPE) Observe o pensamento abaixo:
"Mulher bela sem pudor é um monstro comparável à ovelha dotada Jornal do Commercio. Mais direitos para as domésticas. Caderno Economia.
de ferocidade." p.1. 22.11.2012.
(Denis Diderot)
Sobre os termos sublinhados, é CORRETO afirmar
Sobre os termos nele sublinhados, assinale a que
alternativa CORRETA. a) se ligam ao verbo “fazer”.
a) São exemplo de regência nominal. b) apontam um exemplo de regência verbal.
b) Ligam-se ao verbo ser, sendo classificados como c) indicam um exemplo de regência nominal.
complemento verbal. d) gramaticalmente, estaria correta a construção: jus de
c) Completam o sentido do verbo e vêm regido de aumento.
preposição. e) se classificam como complemento verbal regido de
d) Completam o sentido do termo "monstro", classificado preposição.
como complemento nominal.
e) São exemplo de regência verbal.

05. (UPENET/IAUPE) Em qual das alternativas

abaixo, o verbo sublinhado não exige complemento?
a) "Ser um empreendedor é executar os sonhos..."
b) "É não esperar uma herança..."
c) "Quantas vezes seus temores bloquearam seus sonhos?"
d) "...não é esperar a felicidade acontecer, mas conquistá-la.”
e) "É caminhar por lugares desconhecidos, mesmo sem Gabarito
bússola." 1. A 2. B 3. B 4. A
5. E 6. C 7. E 8. C

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10. ESTUDO DA CRASE  Observação final:

Segundo Ernani Terra (2007), o a das expressões
adverbiais de instrumento não deve receber acento
Regras gerais grave.
Ex.: Cláudia escreveu uma carta a máquina.
Em sentido restrito, o termo crase designa a contração Feriu-se a faca. / Viajaram num barco a vela.
da preposição a (do termo regente) com o artigo a (pl. as)
ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele (a)
(s), aquilo (do termo regido). Indica- 02. OCORRE CRASE:
-se pelo acento grave ( ` ).
1  Nas expressões formadas com palavras femini-nas,
REGRAS GERAIS sejam elas adverbiais (às vezes, às pressas, à noite...),
prepositivas (à procura de, à moda de1...) ou conjuntivas
01. NUNCA OCORRE CRASE: (à medida que, à proporção que...)
Ex.: Chegaram à noite. | Estava à espera de todos.
1  Diante de palavras masculinas Caminhavam às pressas. | Comprou tudo à vista.
Ex.: Assisto a filme de comédia. Nessas expressões, ocorre o acento grave mesmo que
não haja ocorrido a crase, isto é, a fusão de duas vogais
2  Diante de verbos idênticas.
Ex.: Estou apto a desenvolver as tarefas.
2  Diante de nomes de lugar que admitem artigo a2:
3  Nas expressões formadas por palavras repetidas1 Ex.: Vou à Itália. (Voltei da Itália)
Ex.: Dosava a medicação gota a gota. Vou à Argentina. (Voltei da Argentina)
O atendimento dar-se-á de segunda a quinta- Vou a Roma. (Voltei de Roma)
-feira. Vou a Curitiba. (Voltei de Curitiba)

4  Diante de pronomes que repelem o artigo2 3  Diante das palavras Casa, Terra e Distância, quando
Ex.: Dirijo-me a Vossa Majestade. devidamente especificadas3:
Fiz referência a ele. Ex.: Retornamos rápido à casa de seu amigo.
Isto não interessa a ninguém. Os aventureiros chegaram à terra do petróleo.
O autor a cuja obra me refiro. O posto fica à distância de 200 m.

5  Quando um a (singular) estiver diante de palavra  Observações:

plural (referência indeterminada= ausência do artigo) 1) A locução prepositiva feminina “à moda de” receberá o
Ex.: Obedeço a leis que se configuram como justas. acento grave mesmo quando o termo “moda de“ vier
Somos favoráveis a decisões mais ponderadas. subentendido.
Ex.: Era uma tela à Portinari. / Fez um gol à Pelé.
 Observações:
2) Se o lugar vier especificado, ocorrerá crase.
1) Indicando um período determinado, ainda se discutem Ex.: Foi a Lisboa.
as formas: (Não especificado = não ocorre crase)
de 9h as 11h (não determinado pelo artigo)
das 9h às 11h (determinado pelo artigo) Foi à Lisboa de D. João VI.
Cheguei desde as sete horas. (desde o meio-dia) (Especificado = ocorre crase)

Vale ressaltar que essa regra se estende às palavras de 3) Atenção para os casos:
mesmo valor sintático. Na indicação do número de
horas, ocorrerá crase: Saí às quatro da tarde./ Chegou  Retornamos imediatamente a casa.
à uma hora. (no sentido de lar, moradia – não especificada)

2) A crase diante dos pronomes ocorre apenas em casos  Os aventureiros chegaram a terra.
bastante isolados. (no sentido de chão firme, lugar não especificado)

 Pronomes de tratamento femininos (senhora, senhorita,  O posto fica a 200 metros./ A casa fica a distância.
dona e madame – os dois últimos quando especificados) (distância não especificada)
Ex.: Fiz alusão à Dona Plácida.
03. CRASE FACULTATIVA:
 Pronomes demonstrativos aquele(a)(s), aquilo
Ex.: Visamos àquele bom emprego. 1  Diante de nomes de pessoas do sexo feminino1
Ex.: Ele fez referência a (à) Mariana.
 Certos pronomes relativos
Ex.: As cidades às quais iremos ficam longe. 2  Diante de pronomes possessivos femininos2:
( As roupas as quais compramos são caras) Ex.: Obedeço a (à) sua coordenadora.
Esta camisa é igual à que compramos.
( A faculdade a que aspiro oferece ótimos cursos.) 3  Depois da preposição até:
Ex.: Após a aula, Jéssica foi até a (à) biblioteca estudar.

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 Observações: 4. (Pref. Cupira/PE – 2009) Em “Só peço a você”, a

1) Alguns gramáticos afirmam que, se o nome feminino crase
representar uma pessoa pública (famosa), o artigo não a) é facultativa.
poderá ser usado e, consequentemente, não ocorrerá b) não ocorreu, porque só existe a presença do artigo a.
crase. c) poderia ter ocorrido, uma vez que o verbo não exige a
Ex.: Fez alusão a Madona. presença da preposição a.
Referiu-se a Evita Perón. d) não ocorreu, porque o pronome não admite artigo,
registrando-se, apenas, a presença da preposição a.
2) É facultativo o emprego do artigo definido diante dos e) ocorreria, se o termo você fosse substituído por ela.
pronomes possessivos.
5. (CPRH/PE – 2008) Sobre CRASE, analise os itens
abaixo.
EXERCÍCIOS I. “A ideia do parlamentar era democratizar a campanha...”
– em ambos os termos sublinhados, existe a presença,
apenas, do determinante “a”.
1. (UPENET/IAUPE) Sobre CRASE, observe os
II. “...evitando que apenas os candidatos mais ricos tivessem
textos abaixo:
acesso aos meios de comunicação.” – se o termo
I. "Informamos à Compesa um buraco na calçada da
sublinhado fosse substituído por “vias”, estaria correta a
Av. Visconde de Albuquerque."
construção: evitando que apenas os candidatos mais ricos
II. "Combate a ligações clandestinas no Recife."
tivessem acesso as vias de comunicação
III. "Currículo nacional começa a ser revisto."
III. “A desconfiança do eleitor tem suas razões” –
V. "Há mais de quatro meses, um esgoto corre a céu
inexiste crase no termo sublinhado pelo fato de este
aberto..."
conter apenas o determinante “a”.
VI. "Ficamos expostos ao empurra-empurra e às pessoas
que não respeitam as filas."
Somente está CORRETO o que se afirma em
a) I.
Abaixo, apenas uma das alternativas apresenta
b) III.
uma declaração CORRETA. Assinale-a.
c) II e III.
a) No item I, a crase é facultativa.
d) I e II.
b) No item II, se o termo sublinhado estivesse no plural, a
e) I e III.
crase seria obrigatória.
c) No item III, existe a presença da preposição e do artigo.
6. (UPENET – 2014 – Pref. Paulista-PE)
d) No item IV, existe a presença, apenas, do artigo, razão
por que não existe a crase.
UMA LUZ QUE CHEGOU TARDE
e) No item V, deveria também haver crase em "respeitam às
filas".
As lâmpadas incandescentes de 60 watts, as mais
tradicionais no País, deixarão de ser fabricadas e
2. (UPENET/IAUPE) Observe os itens abaixo:
importadas a partir de 30 de junho. As incandescentes
I. “...de pedir uma fisionomia mais a caráter..."
com potência mais alta saíram do mercado no fim do ano
II. “...mais de acordo com a solenidade da morte."
passado. Desde então, lojas e supermercados passaram a
III. “...olhos a fitarem o monte de roupa suja..."
oferecer mais opções de lâmpadas com outras
tecnologias, como fluorescentes ou halógenas de LED a
Em que item(ens), a crase é facultativa?
preços cada vez mais baixos.
a) Em I e II. b) Em II e III.
c) Em I. d) Em II.
Revista Época. Editora Globo. p.11. 16.06.2014.
e) Em nenhum deles.
Sobre CRASE, analise os itens abaixo:
3. (UPENET/IAUPE) Sobre CRASE, analise os itens
I. "... deixarão de ser fabricadas e importadas a partir de 30
abaixo:
de junho." ─ neste contexto, a crase é facultativa.
I. “uma das coisas mais associadas ao riso e à alegria é o
II. “... lojas e supermercados passaram a oferecer mais
circo.” – nesse caso, a crase é facultativa.
opções de lâmpadas..." ─ neste caso, não se pode crase
II. “E o circo se propõe à difícil tarefa de nos trazer alegria.”
por estar diante de verbo.
– se o verbo sublinhado fosse substituído pela forma
III. "... a preços cada vez mais baixos." ─ se o termo
verbal “tem”, a crase permaneceria.
"preços" fosse substituído por "taxas", a crase seria
III. “Vamos prestando atenção à cena e começamos a nos
obrigatória.
iluminar...” – em relação ao primeiro termo sublinhado, a
IV. "... as mais tradicionais no país..." ─ neste caso, existe a
crase é obrigatória. Quanto ao segundo termo
presença do artigo "as", razão por que não existe crase.
sublinhado, existe apenas a presença da preposição, razão
por que inexiste a presença do acento grave.
Está CORRETO, apenas, o que se afirma em:
IV. “...vilarejos e nobres desde a Antiguidade.”- nesse caso, a
a) I e III.
crase é facultativa.
b) II e IV.
c) II e III.
Está CORRETO o que se afirma em
d) I e II.
a) III
e) III e IV.
b) I e III
c) I, II e IV
7. (UPENET – 2015 – Prefeitura do Recife) Da mesma
d) II e III
forma que em “direito à saúde”, a crase é obrigatória
e) I, II, III e IV
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a) Finalmente o juiz absolveu à ré. FIGURAS DE LINGUAGEM

b) Ele fez jus à uma aposentadoria.
c) Ela tem direito à plano de saúde. É um recurso de expressão que consiste no emprego
d) A música é uma homenagem à vida. de palavras ou expressões em sentido figurado, ou
e) Todos merecem ter acesso à bens culturais em sentido diferente do atual.

8. (UPENET – 2015 – Expresso Cidadão) Considere os Há três tipos de figuras de linguagem: figuras de
princípios que orientam o emprego da crase para palavras ou tropos, figuras de pensamento e figuras
identificar a alternativa que utiliza esse recurso de construção, também chamadas de figuras de
CORRETAMENTE. sintaxe.
a) Ficar muito tempo no chuveiro leva à faltar água.
b) É possível apontar o bom caminho à uma criança. FIGURAS DE PALAVRAS (ou TROPOS)
c) Não há conselhos que substituam às boas práticas.
d) Os pais podem pedir apoio à escola? Consistem na mudança ou substituição do sentido real
e) Muitos pais não levam à mão a consciência. das palavras para o seu sentido figurado. São elas:

COMPARAÇÃO – é a comparação entre dois

elementos por meio de suas características comuns.
Normalmente se emprega uma conjunção comparativa
(como, tal qual, assim como, etc.):
“E na minh’alma o nome iluminou-se
Como um vitral ao sol...” (Florbela Espanca)

“Sejamos simples e calmos

Como os regatos e as árvores” (Fernando Pessoa)

METÁFORA – consiste no emprego de uma palavra

fora de seu sentido próprio, tendo como base uma
comparação subentendida, já que a conjunção
comparativa não aparece claramente:
“Em praias de indiferença
navega o meu coração.
Venho desde a adolescência
Na mesma navegação.” (Cecília Meireles)

“Ó mar salgado, quanto do teu sal

São (como) lágrimas de Portugal!” (Fernando Pessoa)
“Meus paralíticos sonhos desgosto de viver.” (Carlos
Drummond de Andrade)

CATACRESE – é a utilização de um termo fora de seu

sentido próprio por não haver uma palavra apropriada
para expressar o que se pretende. É, na verdade, uma
metáfora desprovida de originalidade pelo uso constante.

Havia comentários interessantes na orelha do livro.

Os pés da mesa não suportaram o peso das caixas.
Alguns viajantes descansavam próximo ao leito do rio.
Concluídas as negociações, a comitiva embarcou no
avião.
METONÍMIA (ou SINÉDOQUE) – consiste na
substituição de um termo por outro com o qual existe
uma relação de significado.

“Qual branca vela n’amplidão dos mares.” (Castro Alves)

‫׀‬
(barco)
“O bonde passa cheio de pernas.” (Carlos Drummond
de Andrade)
‫׀‬
(pessoas)
“Beijaria até uma caveira
Se espumante o Madeira ali corresse.” (Álvares de
Gabarito Azevedo)
1. B 2. E 3. A 4. D ‫׀‬
5. E 6. B 7. D 8. D (vinho)

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PERÍFRASE (ou ANTONOMÁSIA) – é o emprego “Quando a indesejada das gentes chegar...” (Manuel
de uma expressão que identifica coisa ou pessoa, Bandeira) ‫׀‬
salientando suas qualidades ou um fato notável pelo qual (a morte)
são conhecidas:
IRONIA – consiste em se dizer o contrário do que se
O país do futebol acredita em seus filhos. pensa, normalmente com intenção sarcástica:
‫׀‬ “Moça linda bem tratada,
(Brasil) Três séculos de família,
Burra como uma porta;
A dama do teatro brasileiro foi indicada para o Oscar. Um amor.” (Mário de Andrade)
‫׀‬
(Fernanda Montenegro) “Os filhos estão nascendo
com tamanha espontaneidade.
“O autor de Quincas Borba é conhecido como o Bruxo Como é maravilhoso o amor
do Cosme Velho.” (o amor e outros produtos)
‫׀‬
HIPÉRBOLE – caracteriza-se pelo exagero da
(Machado de Assis) linguagem, para intensificar uma ideia:

SINESTESIA – consiste na mistura de sensações que “O pensamento ferve e é um turbilhão de lava.” (Olavo
produzem forte sugestão: Bilac)
“Farei que amor a todos avivente,
“Meu Deus! Como é sublime um canto ardente!” pintando mil segredos delicados.” (Camões)
(Olavo Bilac)
‫׀‬ PROSOPOPEIA (ou PERSONIFICAÇÃO)
(audição + tato) consiste na atribuição de características humanas a seres
inanimados ou irracionais. É também chamada de
“Os carinhos de Godofredo não tinham mais o gosto animização:
dos primeiros tempos.” (Autran Dourado) “O dia nascia atrás dos quintais.
‫׀‬ ‫׀‬ As pensões alegres dormiam tristíssimas.
(tato) (prazer) As casas também iam bêbadas. (Carlos Drummond de
Andrade)
O vento frio e cortante balançava os trigais dourados e
macios que se estendiam. “A areia é fina deu no sino.
‫׀‬ ‫׀‬ O sino é de prata deu na mata.
(tato) (visão A mata é valente deu no tenente.” (Jorge de Lima)
+ tato)
GRADAÇÃO – consiste em organizar uma sequência de
FIGURAS DE PENSAMENTO ideias em sentido crescente ou decrescente:

Caracterizam-se por apresentar ideias diferentes “O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a
daquelas que normalmente a palavra sugere na frase. gula do milionário.” (Olavo Bilac)
As principais figuras de pensamento são:
“esse coração oculto
ANTÍTESE – consiste no emprego de palavras ou pulsando no meio da noite, de neve, da chuva
expressões de sentidos opostos, para realçar o contraste debaixo da capa, do paletó, da camisa
de ideias: debaixo da pele, da carne.” (Ferreira Gullar)

“Porém se acaba o Sol, por que nascia?” (Gregório de APÓSTROFE – é a invocação ou chamamento de
Matos) alguém ou de alguma coisa. Corresponde sintaticamente
“Escrevo porque amanhece, ao vocativo:
e as estrelas lá no céu
“Ai Nise amada! Se este meu tormento,
lembram letras no papel,
Se estes meus sentidíssimos gemidos” (Cláudio Manuel
quando o poema me anoitece.” (Paulo Leminski)
da Costa)
“Não desejei senão estar ao sol ou à chuva – “Senhor, escutai meu estrondoso medo.” (Adélia Prado)
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.” (Fernando Pessoa) “Alegres campos, verdes arvoredos,
claras e frescas águas de cristal,
EUFEMISMO – consiste na suavização da linguagem, que em vós os debuxais ao natural.” (Luís de Camões)
evitando-se o emprego de palavras ou expressões
desagradáveis: PARADOXO (ou OXÍMORO) – trata-se de uma
antítese, porém com maior intensidade no contraste de
“Era uma estrela divina ideias antagônicas:
Que ao firmamento voou!” (Álvares de Azevedo) “Amor é fogo que arde sem se ver,
‫׀‬ É ferida que doi e não se sente,
(morreu) É um não querer mais que bem querer,
É um andar solitário entre a gente.” (Camões)
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FIGURAS DE CONSTRUÇÃO PLEONASMO – consiste na repetição de um termo,

(ou DE SINTAXE) para realçar seu sentido:

“Nas tardes da fazenda há muito azul demais.” (Vinicius

Caracterizam-se por apresentar determinadas mudanças de Moraes)
na estrutura comum das orações. São figuras de
construção: “A mim me enerva o ardor com que ela vibra.

ANÁSTROFE – é a inversão da ordem normal dos “A flor que atiraste agora,

termos da oração. Trata-se, normalmente, de uma quisera trazê-la ao peito.” (Cecília Meireles)
inversão simples do sujeito e do predicado:
Há casos em que a repetição desnecessária cria um
“Já vinha a manhã clara pleonasmo vicioso, caracterizando um vício de
‫׀‬ ‫׀‬ linguagem:
(predicado) (sujeito) O elevador subiu para cima com excesso de pessoas.
Os alunos entraram para dentro da sala rapidamente.
Dourando os horizontes.” (Cláudio Manuel da Costa)
POLISSÍNDETO – consiste na repetição de um
“Entre a caatinga tolhida e raquítica, conectivo (geralmente a conjunção coordenativa aditiva
entre uma vegetação ruim, de orfanato: e) entre termos ou orações:
no mais alto, o mandacaru se edifica.” (João Cabral de “E a névoa e flores e o doce ar cheiroso
Melo Neto) Do amanhecer na serra,
E o céu azul e o manto nebuloso
HIPÉRBATO – trata-se de uma inversão mais Do céu de minha terra.” (Álvares de Azevedo)
complexa que a anástrofe, porque a alteração na ordem
dos termos da oração é mais acentuada: ASSÍNDETO – consiste na ausência de conectivo entre
termos ou orações:
“Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,” (Camões) “Erguem os colos, voltam as cabeças:
Param o ledo canto:
Ordem direta: O triste pastor vendo que a sua pastora lhe Move-se o tronco, o vento se suspende.” (Tomás
fora negada assi com enganos. Antônio Gonzaga)

“De repente estala-me sobre os ouvidos ANACOLUTO – consiste na modificação da estrutura

Como um clarim a meu lado, regular de uma oração, em que se introduz uma palavra
O velho grito, mas agora irado, metálico,” (Fernando ou expressão que fica solta, sem ligação sintática com os
Pessoa) outros termos dessa oração:

Ordem direta: O velho grito estala-me sobre os ouvidos, de “Essas criadas de hoje, não se pode mais confiar
repente, como um clarim a meu lado, mas irado, nelas.” (Aníbal Machado)
metálico, agora. “Eu, não me importa a desonra do mundo.” (Camilo
Castelo Branco)
ELIPSE – é a omissão de uma ou mais palavras, sem
que se comprometa o sentido da frase: ANÁFORA – Consiste na repetição de uma ou mais
palavras para dar ênfase a uma ideia. É muito usada em
(Eu) Posso pegar a minha moedinha de volta? poesia:
“Nem um minuto se passa,
“Mas o tempo é firme. O boi é só.
Nem um inseto esvoaça,
No campo imenso (vê-se) a torre de petróleo.” (Carlos
Nem uma brisa perpassa
Drummond de Andrade)
Sem uma lembrança aqui.” (Fagundes Varela)
“Em frente do meu leito, em negro quadro “Meu Deus,
A minha amante dorme. (Ela) É uma estampa me dá cinco anos.
De bela adormecida.” (Álvares de Azevedo) Me dá um pé de fedegoso com formiga preta,
Me dá um Natal e sua véspera.” (Adélia Prado)
ZEUGMA – é a omissão de uma ou mais palavras já
expressas anteriormente na frase: ALITERAÇÃO – consiste na repetição de um mesmo
fonema para realçar um determinado som ou dar ritmo à
“Uma parte de mim é multidão: oração ou verso:
outra parte (é) estranheza e solidão.” (Ferreira Gullar)
“Sino de Belém, pelos que inda vêm!
“Há um retrato na parede Sino de Belém bate bem-bem-bem-bem.” (Manuel
(há) um espinho no coração, Bandeira)
(há) uma fruta sobre o piano Vozes veladas, veludosas vozes,
e (há) um vento marítimo com cheiro de peixe, tristeza, volúpias dos violões, vozes veladas,
viagens...” (Carlos Drummond de Andrade) vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Sousa)

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SILEPSE – consiste na concordância feita com um 06. "Seus óculos eram imperiosos."
termo que está subentendido, e não com o que aparece Assinale a alternativa onde aparece a mesma figura
claro na oração. Há três tipos de silepse: de gênero, de de linguagem que há na frase acima:
número e de pessoa. a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."
 Silepse de gênero b) "Nasci na sala do terceiro ano."
A gente fica apreensivo com os relatos da pesquisa. c) "O bonde passa cheio de pernas."
 Silepse de número d) "O meu amor, paralisado, pula."
A turma da faculdade organizou uma festa e me e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."
convidaram para paraninfo.
 Silepse de pessoa 07. Assinalar a alternativa correta correspondente às
Toda a equipe comemoramos o sucesso das vendas. figuras de linguagem presentes nos fragmentos a
seguir:
I. "Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos
EXERCÍCIOS meus tão puro viste."
II. "A moral legisla para o homem; o direito, para o
cidadão."
01. "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de
III. "A maioria concordava nos pontos essenciais; nos por
Portugal!"
menores porém, discordavam."
Há, nesses versos, uma convergência de recursos
IV. "Isaac a vinte passos, divisando a vulto de um, para,
expressivos, que se realizam por meio de:
ergue a mão em viseira, firma os olhos."
I - metonímia;
II - pleonasmo;
a) anacoluto, hipérbato, anáfora, pleonasmo
III -apóstrofe;
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto
IV -personificação.
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato
Quanto às especificações anteriores, diz-se que: d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo
a) todas estão corretas. e) catacrese, silepse, polissíndeto, zeugma
b) nenhuma está correta.
c) apenas I , II e III estão corretas. 08. Assinalar a alternativa que contém as figuras de
d) apenas III e IV estão corretas. linguagem correspondentes aos períodos a seguir:
e) apenas I está incorreta. I. "Está provado, quem espera nunca alcança".
II. "Onde queres o lobo sou o irmão".
02. "Capitu parece vencer-se a si mesma" III. Ele foi discriminado por sofrer de uma doença
A SI MESMA é redundância da palavra SE - figura a contagiosa muito falada atualmente.
que chamamos: IV. Ela quase morreu de tanto estudar para o vestibular.
a) metáfora
b) anacoluto a) ironia - antítese - eufemismo - hipérbole
c) pleonasmo b) eufemismo - ironia - hipérbole - antítese
d) silepse c) antítese - hipérbole - ironia - eufemismo
e) hipérbato d) hipérbole - eufemismo - antítese - ironia
e) ironia - hipérbole - eufemismo – antítese
03. A prosopopeia, figura que se observa no verso "Sinto
o canto da noite na boca do vento", ocorre em:
a) “A vida é uma ópera e uma grande ópera.”
b) “Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de
Tormentório, os portugueses apelidaram-no de Boa
Esperança.”
c) “Uma talhada de melancia, com seus alegres caroços.”
d) “Oh! eu quero viver, beber perfumes.
Na flor silvestre, que embalsama os ares.”
e) “A felicidade é como a pluma...”
04. 1 – “Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos”.
2 – “Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço”.
Vinicius de Moraes – Trechos
A partir dos exemplos 1 e 2, indique as respectivas
figuras de linguagem:
a) prosopopeia - aliteração
b) metáfora - gradação
c) hipérbole - antítese
d) aliteração - personificação
e) metonímia - assíndeto

05. Qual a figura de linguagem observada em “Com a

vida isolada que vivo”? Gabarito
a) Pleonasmo b) Metáfora 1. A 2. C 3. C 4. A 5. A
c) Silepse de gênero d) Metonímia 6. E 7. B 8. A
e) Sinestesia
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INTERPRETAÇÃO X COMPREENSÃO CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR

Fazem-se necessários:
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público
a preocupação com a interpretação de textos. Isso a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros
acontece porque lhes faltam informações específicas a literários, estrutura do texto), leitura e prática;
respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a
concursos públicos. b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto)
e semântico;
Por isso, vão aqui alguns DETALHES QUE
PODERÃO AJUDAR NO MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: Na semântica (significado das
RESPONDER AS QUESTÕES RELACIONADAS palavras) incluem-se: homônimos e parônimos,
A TEXTOS. denotação e conotação, sinonímia e antonímia,
polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e
relacionadas entre si, formando um todo significativo c) Capacidade de observação e de síntese e
capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA
(capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). d) Capacidade de raciocínio.

CONTEXTO – um texto é constituído por diversas INTERPRETAR x COMPREENDER

frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que
a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior,
INTERPRETAR COMPREENDER
criando condições para a estruturação do conteúdo a ser SIGNIFICA SIGNIFICA
transmitido. A essa interligação dá-se o nome de
CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as
- EXPLICAR,
frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu
COMENTAR, JULGAR, - INTELECÇÃO,
contexto original e analisada separadamente, poderá ter TIRAR CONCLUSÕES,
um significado diferente daquele inicial. ENTENDIMENTO,
DEDUZIR. ATENÇÃO AO QUE
- TIPOS DE REALMENTE ESTÁ
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam ESCRITO.
referências diretas ou indiretas a outros autores através de ENUNCIADOS
citações. Esse tipo de recurso denomina-se • Através do texto, - TIPOS DE
INTERTEXTO. INFERE-SE que... ENUNCIADOS:
• É possível DEDUZIR
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro que... • O texto DIZ que...
objetivo de uma interpretação de um texto é a • O autor permite • De acordo com o texto,
CONCLUIR que... é CORRETA ou ERRADA
identificação de sua ideia principal. A partir daí,
• Qual é a INTENÇÃO do a afirmação...
localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as • O narrador AFIRMA...
argumentações, ou explicações, que levem ao autor ao afirmar que...
esclarecimento das questões apresentadas na prova. • Depreende-se que...

Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: ERROS DE INTERPRETAÇÃO

1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de

fundamentais de uma argumentação, de um processo, de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os
advérbios, os quais definem o tempo). a) Extrapolação (viagem)
2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias
de diferenças entre as situações do texto. que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do
3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado tema quer pela imaginação.
com uma realidade, opinando a respeito. b) Redução
4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um
secundárias em um só parágrafo. aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de
5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
palavras. entendimento do tema desenvolvido.
EXEMPLO: c) Contradição
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do
TÍTULO DO candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e,
PARÁFRASES
TEXTO consequentemente, errando a questão.

A INTEGRAÇÃO DO MUNDO OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do

A INTEGRAÇÃO DA escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
"O HOMEM HUMANIDADE numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado
UNIDO ” A UNIÃO DO HOMEM
HOMEM + HOMEM = MUNDO em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais.
A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)

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COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que

relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos
entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando,
através de um pronome relativo, uma
conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono,
há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já
foi dito.
TIPOLOGIA TEXTUAL
As principais bancas examinadoras que elaboram as
provas dos grandes concursos públicos no país
denominam tipologia textual o estudo dos chamados
modos de organização discursiva (CARNEIRO, A. D.:
2001). São eles:
 Descritivo – Verifica-se um relato detalhado de
elementos (seres, objetos, cenas, processos...) em um
momento único, identificando-os, localizando-os e
qualificando-os.
 Narrativo – São narrados fatos reais ou fictícios e
apresentados personagens em determinados espaço e
tempo.
 Dissertativo – Defende uma tese, organizando ideias e
opiniões com a intenção de convencer o interlocutor
sobre um determinado assunto, através de argumentos.
IDENTIFICANDO OS TIPOS TEXTUAIS
Com base nos textos abaixo, todos construídos a partir
da sugestão do famoso quadro “O quarto de Vincent em
Arles”, de Van Gogh, identifique a que categoria
tipológica pertence cada um:
Texto 01
Van Gogh viajou para Paris no final de dezembro e, no
início de janeiro, alugou o quarto onde iria morar por um
longo tempo. Logo que lhe foi permitido ocupar o
aposento, para lá transportou seus poucos pertences,
especialmente alguns quadros e fotografias. Em seguida,
instalou o cavalete de pintura ao pé da janela, por onde
entrava a luminosidade necessária e começou
imediatamente a pintar, certo do sucesso que, no entanto,
iria tardar muito.
Texto 02
O quarto estava localizado na parte velha de Paris. Não
era grande nem luxuoso, mas tinha tudo aquilo de que o
artista necessitava naquele momento de sua vida: uma
cama-beliche, duas cadeiras e uma mesa, sobre a qual
ficava uma bacia e uma jarra d’ água. Uma grande janela
envidraçada iluminava fartamente o aposento, deixando
sobre o assoalho de tábua corrida um rastro de luz. Nas
paredes ao lado da cama havia dois quadros e algumas
fotografias que lembravam ao pintor a sua origem.
 Comentário:
No texto 1 (narrativo), o quarto é visto por um narrador em
sucessivos momentos de tempo. No texto 2 (descritivo), o
observador apreende o mesmo quarto de Van Gogh num
determinado momento de tempo, fornecendo dele alguns
elementos (não todos), a fim de identificá-lo, localizá-lo e
qualificá-lo. Já no texto 3 (dissertativo) ocorre uma discussão a
temporalizada sobre a influência da dor na criação artística.
Quando produzimos um texto em qualquer gênero
discursivo, precisamos decidir se teremos de narrar algum
acontecimento, expor ideias, argumentar, descrever
alguma situação ou cena, dar instruções ou ordens. Em
cada um desses casos, devemos recorrer a estruturas
específicas, características de cada um desses “tipos de
composição” dos textos: a narração, a exposição, a
argumentação, a descrição e a injunção.
Existem textos em que recorremos a mais de um tipo de
composição, em função dos objetivos a serem
alcançados. Em síntese, os tipos dizem respeito à
característica de natureza linguística.
Em contos, por exemplo, é muito comum encontrarmos
trechos descritivos e trechos narrativos. Uma carta
pessoal, por exemplo, pode apresentar em sua
constituição linguística um trecho narrativo, um trecho
descritivo e até ser finalizada com um parágrafo de
profunda reflexão (texto dissertativo); mas, como gênero,
é, no todo, uma carta, com as características de um texto
que dialoga diretamente com um interlocutor para falar
questões pessoais.
Uma reportagem de um telejornal também é um gênero
textual, pois tem natureza funcional e interativa,
comprometida com a informação e com o telespectador;
mas contém elementos próprios da narração e da
descrição, utilizados para que o telespectador possa
compreender bem a situação enfocada.

Texto 03
O fato de viver longe de casa pode ter contribuído para
uma maior disposição artística do pintor. De fato, a
história pessoal dos grandes artistas parece relacionar
certa dose de sofrimento à maior capacidade de
produção: assim foi com Camões, Cervantes, Dante e
muitos outros. A alegria, ao contrário, parece estéril, não
leva derivativos. Van Gogh certamente transportou a
saudade e a solidão para as telas que pintou em seu
quarto de Paris.

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