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MINUTA DA PEÇA – PRATICA SIMULADA ADMINISTRATIVO/PROCESSO

ADMINISTRATIVO

UNIDADE RENASCENÇA

EQUIPE: B – TURMA: DIR10V1

AO JUIZO DA PRESIDENCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO.

PEDRO PARENTE, brasileiro, solteiro, profissão ..., portador do RG nº ...,


inscrito no CPF ..., residente e domiciliado em ..., por meio de seu advogado (procuração
em anexo), com escritório profissional em..., onde recebe intimações, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência com fundamento no artigo Art. 5º,
inciso LXIX, da Constituição Federal de 1988 e no Art. 1º da Lei nº 12.016/2009,
impetrar:

MANDADO DE SEGURANÇA

Contra ato coator do SECRETÁRIO ESTADUAL DO MARANHÃO,


vinculado ao ESTADO DO MARANHÃO, pessoa jurídica de direito público, com sede
no endereço..., endereço eletrônico…, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

1. DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE:
O Mandado de Segurança, conforme previsto no Art. 5º, inciso LXIX, da
Constituição Federal de 1988, e o disposto na Lei nº 12.016/2009, é o meio processual
adequado sempre que houver lesão ou ameaça de lesão ao direito líquido e certo. No caso
em tela, a lesão ao direito líquido e certo do impetrante se deu com a não autorização para
a realização do exame.
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Verifica-se, ainda, a existência de prova pré-constituída, dispensando-se qualquer


dilação probatória, cumprindo-se, assim, plenamente, todos os requisitos para que seja
impetrado o presente writ.
Ademais, não se esgotou o prazo decadencial para impetração, de 120 (cento e
vinte) dias, contados da ciência, pelo impetrante, do ato impugnado, conforme a previsão
do Art. 23 da Lei nº 12.016/2009.

2. DA COMPETÊNCIA:
Em seu texto, a Constituição Estadual do Maranhão, ao tratar sobre a competência
originária para processar e julgar do Tribunal de Justiça do Maranhão, aduz que:
Art. 81. Compete ao Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente:
VI - o habeas corpus e o mandado de segurança contra atos do Governador do
Estado, da Mesa da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas do Estado
dos Procuradores-gerais, dos Secretários de Estado e do próprio Tribunal de
Justiça.

É firmado, tanto na jurisprudência como na doutrina pátria, que as Constituições


Estaduais, à luz do Princípio da Simetria, poderão estipular foro por prerrogativa de
função de determinados cargos.
Ademais, a própria Constituição Federal considerando o princípio federativo, em
seu artigo 125, § 1º determina que:

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios


estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

Portanto verifica-se que o Tribunal de Justiça tem competência para julgar a ação
mandamental contra ato coato do secretário do Estado.
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3. DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer o impetrante os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, por ser
hipossuficiente na forma da lei, conforme declara no instrumento procuratório, não
podendo, portanto, arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo do próprio sustento e de sua família.O acesso à justiça é direito de todos, e
quem não tem condições de arcar com as custas processuais não pode ser privado
desse direito, assim preceitua o princípio constitucional da inafastabilidade da
jurisdição, artigo 5º, inciso XXXV da Constituição de 1988 e art. 98 e SS. do novo
Código de Processo Civil.

4. FATOS:

5. DO DIREITO:
A) DO DIREITO A SAÚDE E A RESPONSABILIDADE DO ESTADO
No artigo 5º, inciso LXIX da Constituição Federal, está previsto que será
concedido Mandado de Segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuição de Poder Público.

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; ”
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O artigo 196, também da Constituição, afirma que a saúde é direito de todos e


DEVER do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações
e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Em seu artigo 5º, caput, o direito à vida é tido como uma garantia fundamental,
assegurada a todos. Entende-se que sem saúde não há vida. A vida digna é tratada como
um dos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil, segundo o artigo 1º,
inciso III da Carta Magna. Diante disso, o Estado deve garantir o mínimo existencial às
pessoas, sendo que a falta ou demora nos repasses ou recursos para o custeio da saúde,
viola a dignidade humana, dada a relevância desse direito.
Portanto, tais fundamentos justificam o ajuizamento da presente ação, a fim de
tutelar a pretensão do autor, em ver seu direito à saúde efetivado por quem tem esse dever
legal, segundo a Carta Política, que é o Poder Público.

B) DA OMISSÃO DO ESTADO E DO MÍNIMO EXISTENCIAL


Podemos verificar no caso em tela, que o impetrante recorreu ao Estado para que
pudesse ter a autorização para realizar o exame de suma importancia para que pudesse
passar por cirugia, entretanto teve seu pedido negado e além do mais o Estado foi omisso
em demorar tanto tempo para dar ciencia ao impetrante que seu pedido foi negado,
deixando a situação do mesmo em descaso.
Tendo em vista que os exames são fundamentais para a cirurgia do impetrante,
com a negativa do Estado está ferindo o direto a vida do mesmo.
De acordo com os artigos 1°, inciso III da Constituição Federal:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana.

Ademais, o art. 5º, também da Constituição Federal, fala que:


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“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,


garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, a saúde é um direito básico e fundamental para a vida humana.”

A negativa por parte da secretaria e sua omissão em não comunicar ao impetrante


está violando o mínimo existencial, sem o mínimo existencial não é possível que um
indivíduo possa ter uma vida digna. Entende-se, portanto, que seja dever do Estado
garantir que os direitos fundamentais sejam aplicados de forma eficaz.
É importante ressaltar que, mesmo na escassez ou até mesmo na insistência de
recursos, o Estado não se escusa do dever de garantir o mínimo de dignidade humana.
Dessa forma, aquele que se sentir prejudicado em seu direito do mínimo existencial a
saúde e a vida podem entrar com esta medida judicial.
Portanto, deve ser concedido o direito ao impetrante de poder realizar os exames
de tanta importancia para assegurar se bem estar e vida digna.

6. PEDIDO LIMINAR
Para a concessão da medida liminar, devem concorrer dois requisitos legais, ou
seja, a relevância dos motivos em que se assenta o pedido na inicial e a possibilidade de
ocorrência de lesão irreparável ao direito do impetrante se vier a ser reconhecido na
decisão de mérito – fumus boni juris e periculum in mora.
O artigo 7º, III, da Lei nº 12.016/2009, que disciplina o mandado de segurança,
dispõe que a liminar será concedida, suspendendo-se o ato que deu motivo ao pedido,
quando for relevante o fundamento do pedido e do ato impugnado puder resultar a
ineficácia da medida. Portanto, conforme os presentes os requisitos legais, requer seja
expedida, liminarmente e “inaudita altera parte”, a ordem para que as Autoridades
Coatoras coloquem à disposição do impetrado os exames, necessitados conforme
prescrição.
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Verifica-se presente o “fumus boni iuris” ante a incontestável necessidade de se


ter os exames para realizar a cirurgia para a realização do tratamento adequado, fato este
comprovado pela receita e relatório médico anexados, bem como as injustas recusas das
autoridades impetradas. Além disso, há provas pré-constituída em anexo de que os
exames laboratoriais são de urgência e necessário sendo o único meio indicado neste
tratamento, a ser aplicado.
Já o “periculum in mora”, se verifica em razão do sério agravamento do estado de
saúde da impetrante, em prejuízo de sua qualidade de vida. O fornecimento dos exames
e tratamento imediato é indispensável e urgente para a vida da paciente, pois a doença lhe
trará sérios prejuízos sociais e psicológicos, ademais, valem ressaltar a omissão ao não
comunicar a negatória, deixando se prolongar por meses, tendo a situação do impetrante
piorado, e caso se prolongue ainda mais, este pode vir a obito.
Patente, pois, que na hipótese de denegação da liminar, o que se admite somente
para fins de argumentação, a medida resultará ineficaz, com grave risco à vida do
impetrante.

7. DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, requer:
1) A concessão da medida liminar uma vez presentes os requisitos legais, a fim
de que seja concedido a prestação de serviço de saúde, e concedendo a
realização do exame; (Art. 7º, III, da Lei 12.016/09);
2) Seja a autoridade coatora notificada para, no prazo legal, apresentar suas
informações; (Art. 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/2009);
3) Seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
de direito público para, querendo, ingressar no feito; (Art. 7º, inciso II, da Lei
nº 12.016/2009);
4) Seja intimado o representante do Ministério Público; (Art. 12 da Lei nº
12.016/2009);
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5) Seja concedida a segurança, com a procedência do pedido, confirmando a


liminar em todos os seus termos, para determinar à Autoridade coatora que
conceda a realização do exame para que o impetrante possa realizar a cirurgia
curativa; (Art. 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009);
6) Seja procedida à juntada da prova documental pré-constituída; (Art. 320 do
CPC);
7) Seja a autoridade coatora condenada ao pagamento das custas processuais e o
impetrante isento de honorários, uma vez presente a boa-fé.
Dá-se a causa o valor de ...

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