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Aluno: Lierbeth Santos Pereira Penha

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA


FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE __.

MARIA, brasileira, estado civil, profissão, portadora do RG sob o nº xxxxxxxxxx, inscrita


no CPF sob o nº xxxxxxxxxx, residente e domiciliada na (endereço completo), usuária do
endereço eletrônico (e-mail), vem respeitosamente, por seu (ua) advogado (a) signatário (a),
que junta neste ato instrumento de procuração em anexo, perante Vossa Excelência, com
fulcro na Lei 12.016/09, cotejada com o art. 5º, LXIX, da Constituição Federal, impetrar o
presente
MANDADO DE SEGURANÇA
contra ato do REITOR, nacionalidade, estado civil, profissão, representando neste ato a
Instituição de ensino UNIVERSIDADE FEDERAL inscrita no CNPJ, localizada na Rua,
nº, Bairro, Cidade, endereço eletrônico, devendo portanto ser notificada na Rua…, nº…,
Bairro…, Cidade Estado, CEP…, em razão dos motivos fáticos, jurídicos e probatórios que
passa a expor:

DOS FATOS
A impetrante participou de um concurso público realizado pela Universidade
Federal de BX, para o cargo de Professora Assistente, com lotação na cidade de BX. Ocorre
que, após passar por todas as etapas do concurso, fora aprovada e teve seu nome divulgado
na lista de aprovados para o cargo na cidade de BX.
Contudo, no dia 10 de outubro de 2023, a impetrante recebeu uma
notificação oficial do Reitor da referida Universidade Federal informando que ela seria
nomeada para o mesmo cargo, porem, com lotação na cidade de FB, que fica a uma grande
distância de sua residência e de sua família.
Assim, outra alternativa não resta que não impetrar este remédio processual
constitucional, a fim de ver seu direito líquido e certo respeitado e que as normas federais
que regulamentam o caso em espécie possam ser devidamente obedecidas.
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
No caso em epígrafe, a Impetrante adquiriu o direito líquido e certo no
momento em que foi aprovada e classificada no referido certame. E conforme descrição dos
fatos, apresentados acima, resta evidente o cabimento legal do pedido ora formulado, uma
vez que nota-se a infringência legal perpetrada pelo ente federal.
Tal inobservância fere de plano os preceitos legais constitucionais e se
desdobra em irregularidade que termina por furtar-lhe o pleno exercício de seus direitos
garantidos, acarretando ainda inúmeros prejuízos a impetrante motivando-o então, a buscar
judicialmente a garantia do seu direito fixado em Lei e previsto no edital do concurso em
questão. A Constituição Federal em seu Art. 5º, LXIX, estabelece que:
“LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do poder público”

Também a Lei nº 12.016 de 2009, disciplina o mandado de segurança individual e coletivo,


e assim dispõe em seu Art. 1º:
“Art. 1º - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça”.

Ainda com relação ao cabimento de Mandado de Segurança, o Supremo Tribunal Federal


aprovou a Súmula 15, cuja redação é a seguinte:
“Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à
nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação”.

Sendo este, portanto, conforme já demonstrado, o caso presente.


O desatendimento da orientação advindo do edital rompe o equilíbrio
inarredável que deve imperar os envolvidos. O edital é a lei do concurso e a sua violação
afronta o fundamento da legalidade, dando azo à intervenção do Poder Judiciário para sanar
o vício.
Dessa feita, observa-se que a decisão entendeu caracterizada a violação pela
Administração das normas internacionais, constitucionais e infraconstitucionais; e das
ações de promoção de igualdade ao desrespeitar o local ao qual foi lotada, cidade BX.
Vale mencionar que o direito líquido e certo da impetrante restou
demonstrado uma vez que não demandou dilação probatória, ou seja, seu direito foi
demonstrado de plano. Quanto ao abuso de poder, este se configurou quando recebeu
notificação oficial do Reitor da referida Universidade Federal informando que seria
nomeada para o mesmo cargo, porem, com lotação na cidade de FB.
Ora, sequer foi analisada a situação da Impetrante sob o prisma do princípio
da razoabilidade, a fim de dar uma solução adequada ao caso diferenciado, o que demonstra
ausência de interesse da Impetrada em cooperar na relação entre as partes.
Assim, para que se atenda à segurança aqui pretendida, necessário que,
inicialmente, conceda-se a segurança pretendida, para que seja efetuada a sua nomeação
para localização ao qual foi lotada, cidade BX., visto que tal situação não causará prejuízo
para nenhum dos lados.
Oportuno aplicar-se no caso concreto, o princípio da razoabilidade e da
proporcionalidade. A relevância do princípio constitucional da proporcionalidade é
assinalada por Bonavides, p. 396 advertindo que:
“(...) o princípio da proporcionalidade não padece de lesão sem que ocorra dano
irreparável à natureza e integridade do sistema constitucional. A lesão ao
princípio é indubitavelmente a mais grave das inconstitucionalidades porque sem
princípio não há ordem constitucional e sem ordem constitucional não há garantia
para as liberdades cujo exercício somente se faz possível fora do reino do arbítrio
e dos poderes absolutos”

Nesse passo, não é outro o entendimento jurisprudencial sobre o tema:


ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. LOTAÇÃO INICIAL EM
LOCALIDADE DIVERSA DA PREVISTA NO EDITAL. REMOÇÃO EX
OFFICIO. MOTIVAÇÃO GENÉRICA. ILEGALIDADE. OFENSA AO
PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO EDITAL. RECURSO PROVIDO.
SEGURANÇA CONCEDIDA. 1. A concessão da segurança e, por extensão,
o provimento do respectivo recurso ordinário pressupõem a existência de
direito líquido e certo da parte autora a ser protegido diante de ilegalidade ou
abuso de poder, conforme dispõe o art. 1.º, caput, da Lei n. 12.016/2009. 2.
Consubstancia-se em entendimento consagrado no âmbito desta Corte
Superior que "as regras editalícias, consideradas em conjunto como
verdadeira lei interna do certame, vinculam tanto a Administração como os
candidatos participantes. Desse modo, o concurso público deverá respeitar o
princípio da vinculação ao edital" ( RMS 61.984/MA, Rel. Ministro
FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, DJe 31/8/2020). 3. Esta Corte
tem se posicionado no sentido de que o ato administrativo de remoção,
quando não apresenta uma motivação idônea, com a devida observância dos
princípios e das regras administrativas, deve ser considerado nulo, não sendo
suficiente a mera alegação de necessidade ou interesse do serviço para
justificar a validade do ato. Precedentes. 4. Recurso ordinário provido.
Segurança concedida. (STJ - RMS: 52929 GO 2017/0012718-4, Relator:
Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de Julgamento: 23/02/2021, T1 -
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/03/2021).

Resta claro que o direito líquido e certo da impetrante está embasado no


PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO EDITAL o qual dever ser privilegiado em detrimento
da inércia da Impetrada. Ademais, é firme a orientação jurisprudencial no sentido de que a
escolha da lotação de candidatos aprovados em concurso público deve seguir a ordem de
classificação geral do certame, sob pena de violação do princípio da razoabilidade
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A parte Impetrante é pessoa pobre na acepção do termo e não possui
condições financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo do próprio sustento, razão pela qual desde já requer o benefício da Gratuidade de
Justiça, assegurados pela Lei nº 1060/50 e consoante o art. 98, caput, do novo CPC/2015,
verbis:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

Para tal benefício, a parte Requerente junta declaração de hipossuficiência e


comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das custas
judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do Código de Processo
Civil de 2015:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição
inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou
em recurso.
§ 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o
pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio
processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos
que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e
pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça a parte requerente.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, tendo em vista o fundamento do direito líquido e certo, REQUERER a
Vossa Excelência:
1. Intime-se a autoridade coatora para, que no prazo legal, esteja apta a prestar as
informações necessárias;
2. A intimação do representante do Ministério Público, para acompanhamento dos
pressupostos processuais;
3. A condenação da Impetrada ao pagamento de honorários sucumbenciais, nos termos
do art. 85, § 1º do NCPC;
4. Seja deferido o Benefício da Justiça Gratuita, por ser a parte Impetrante pobre na
concepção do termo, não possuindo condições de arcar com as custas e despesas
processuais, sem prejuízo de sustento próprio e de sua família;
5. A TOTAL PROCEDÊNCIA da ação, para que finalmente seja concedido, em
definitivo, a Segurança pretendida, para o fim de a impetrante assuma o cargo de
Professora Assistente com lotação na cidade BX:
6. reconhecer o DIREITO líquido e certo da Impetrante, para que seja efetuada a sua
nomeação para a vaga pretendida, conforme amplamente fundamentado, resultado
no qual confia e pelo qual espera, na certeza da mais lídima e salutar Justiça,
confirmando-se a liminar concedida;
A causa dá-se o valor de R$ 1.000, 00 (hum mil reais), para fins fiscais.
Nestes termos, pede deferimento
Cidade, Data
ADVOGADO
OAB

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