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1 HABEAS CORPUS – HC
Art. 5º, LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder.
NATUREZA
# Natureza residual: o dispositivo normativo é claro ao dizer que somente caberá
MS nas situações em que não couber HC ou HD, portanto, o MS é insculpido pelo
princípio da subsidiariedade.
# Direito líquido e certo: é aquele de constatação evidente e imediata, ou seja,
que não precisa de qualquer comprovação futura para o seu reconhecimento.
Ex.: ao impetrar MS, precisa-se demonstrar de plano a existência de ato coator
que está violando direito subjetivo fundamental. Como comprovar? Por meio de prova
documental.
De acordo com a jurisprudência do STF, o direito líquido e certo tem conexão
direta com a prova pré-constituída, em que a matéria de fato é tida como incontroversa.
Os fatos devem estar devidamente comprovados e documentados no momento do
ingresso da ação.
E a controvérsia acerca do direito? Nessa seara, tem-se a súmula 625 do STF:
“controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de MS”.
LEGITIMIDADE ATIVA
Quem pode impetrar MS?
I – Todas as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas
ou não no Brasil;
II – Ministério Público – MP;
III – alguns órgãos públicos (órgãos de grau superior), na defesa de suas
prerrogativas e atribuições;
IV – As universalidades reconhecidas por lei como detentoras de capacidade
processual para a defesa de seus direitos.
O MS poderá ser:
Repressivo Preventivo
Prazo: 120 dias, conforme lei 12.016/09;
Qual momento: a partir da data em que o
interessado tiver conhecimento oficial do
ato a ser impugnado.
Caso haja perda de prazo: caberá utilizar
o procedimento comum, porém deverá
ser discutida toda a matéria de fato.
SÚMULAS IMPORTANTES
I – 266;
II – 267;
III – 429;
IV – 268 e 269;
V – 430;
VI – 510;
VII – 512;
VIII – 624 e 625.
IX – 333 (STJ).
PEDIDO E REQUERIMENTO
1) Notificação da autoridade coatora para esclarecer o ato praticado (art. 7º, I, lei
12.016);
2) Ciência da procuradoria: como órgão de representação judicial da pessoa
jurídica (art. 7º, II, da Lei 12.016);
3) Intimação do Ministério Público para que emita opinião (art. 12 da Lei
12.016);
4) a condenação da autoridade coatora ao pagamento das custas processuais (art.
25, Lei 12.016);
* Não é cabível a condenação em honorários sucumbenciais (Súmula 512 do
STF).
5) juntada dos documentos anexos;
6) Reafirmar o pedido liminar e sua manutenção até o final do julgamento do
mérito;
7) Seja a ação julgada procedente no mérito e concedida a segurança em
definitivo, invalidando o ato coator, revertendo os efeitos indevidamente concretizados.
MODELO DE MS
3 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
Art. 5º, LXX, da CF dispõe que:
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a)
partido político com representação no Congresso Nacional; b)
organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
Trata-se de um instrumento que tem por finalidade proteger um grupo ou
categoria de pessoas diante de ato, omissão ou até mesmo abuso de poder por parte de
uma autoridade.
Visa-se amparar os direitos coletivos e individuais homogêneos.
# Legitimidade ativa:
I – Partido político com representação no Congresso Nacional;
II – Organização sindical e/ou entidade de classe;
III – Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano,
em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
4 MANDADO DE INJUNÇÃO
Segundo o art. 5º, LXXI, da CF:
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Remédio utilizado na falta de norma regulamentadora. Utilizado quando uma
norma de eficácia limitada da Constituição não for regulamentada.
No aspecto da eficácia limitada das normas constitucionais, a doutrina e
jurisprudência diz que: as normas constitucionais que permitem o ajuizamento do
mandado de injunção não decorrem de todas as espécies de omissão do Poder Público,
mas tão só em relação às normas constitucionais de eficácia limitada de princípio
instittutivo de caráter impositivo e das normas programáticas vinculadas ao princípio da
legalidade, por dependerem de atuação normativa ulterior para garantir sua
aplicabilidade.
Pressupostos:
Falta de norma que Nexo de causalidade entre O decurso de prazo
regulamente uma norma a omissão do legislador e a razoável para elaboração
constitucional impossibilidade de da norma regulamentadora
programática propriamente exercício de um direito ou (retardamento abusivo na
dita ou que defina liberdade constitucional ou regulamentação
princípios institutivos ou prerrogativa inerente à legislativa).
organizativos de natureza nacionalidade, à soberania
impositiva. e à cidadania.
O seu rito é especial, de acordo com o art. 19 da lei 9.507, possuindo prioridade
sobre todos os atos judiciais, exceto HC e MS. Assim, pela celeridade processual, o HD
deve ter prova pré-constituída, não sendo admitido o pedido de produção de provas.
Legitimidade ativa
Trata-se de um remédio constitucional personalíssimo. Quem pode fazer uso
desse remédio é o próprio titular do dado, podendo ser ajuizado por qualquer pessoa,
física ou jurídica, brasileira ou estrangeira.
# Recentemente, no RE 673.707/MG, o STF decidiu que “o habeas data é a
garantia constitucional adequada para a obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados
concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados de apoio à
arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes estatais”.
A Corte entendeu que os contribuintes têm o direito de conhecer informações
que lhe digam respeito e que constem de bancos de dados públicos ou de caráter
público, em razão do direito de preservar o status do seu nome, seu planejamento
empresarial, sua estratégia de investimento e principalmente a recuperação de tributos
pagos indevidamente.
# Há ainda uma situação excepcional onde será cabível o HD. Por exemplo, um
herdeiro poderá fazer uso do remédio para acessar informações a respeito do de cujos,
de forma a conhecer, retificar ou complementar informações.
Legitimidade passiva
Será impetrado em face de autoridade, que pode ser da Administração Pública,
direta ou indireta, de qualquer dos Poderes ou órgãos destes. Ou seja, o polo passivo
pode ser composto por pessoas de direito público ou privado.
Quanto às últimas, por força do inciso LXXII, do art. 5º, da CF, a condição é que
sejam detentoras de bando de dados de caráter público.
O HD não pode ser usado para que se tenha acesso a banco de dados de caráter
privado.
# Ficha cadastral de empregado de empresa privada não pode ser conhecida por
meio de HD. Afinal, o RH de empresa privada não tem caráter público.
Participação do MP
A atuação do MP é como fiscal da lei, sendo obrigatória a sua participação nos
termos do art. 12 da lei 9.507.
Faz-se, portanto, importante requerer expressamente nos pedidos a sua
notificação.
Gratuidade de Justiça
A CF conferiu gratuidade a esse remédio, conforme art. 5º, LXXVII, da Lei
Maior.
Então, por conta disso, não há falar na petição o pedido de condenação em
honorários advocatícios nem custas processuais.
Não cabimento do HD
# Quando se busca ter acesso à dados públicos, o qual deve ser feito por meio de
MS;
# Quando deseja ter acesso a certidões em geral, sendo a ação cabível o MS;
# Quando se quer ter acesso a provas de concurso ou a recorreção de provas de
concurso (prova é dado público, ou seja, é cabível MS). Já em relação a informações
sobre o psicoteste ou informação social cabe o HD;
# Quando se busca ter acesso a processo administrativo denegado (remédio
próprio é o MS);
# Quando se quer ter acesso a dados sobre terceiros: o HD é o remédio da
intimidade, vida privada;
# Quando se deseja ter acesso à autoria do denunciante: essa informação não é
um dado pessoal, mas se trata de uma denegação da ampla defesa e do contraditório,
sendo cabível o MS.
Competência
A competência é determinada em razão da autoridade coatora. Para identifica-la,
faz-se necessário olhar os artigos de competência na Constituição Federal.
Tutela provisória
Em que pese não seja prevista de forma expressa na lei do HD, doutrina e
jurisprudência admitem a utilização do CPC de forma subsidiária, sendo aplicado o art.
300 do CPC.
FINALIDADE
CF, art. 5º, LXXIII. Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de
sucumbência.
LEGITIMIDADE ATIVA
Qualquer cidadão poderá propor a ação.
O que significa ser cidadão? É estar em pleno gozo dos direitos políticos e ter a
condição jurídica de eleitor.
O autor deve comprovar a sua cidadania juntando o título eleitoral ou algum
outro documento correspondente, nos moldes do §3º do art. 1º da lei 4.717.
# Não podem ajuizar AP: inalistáveis, inalistados, pessoa jurídica, MP.
Nessa ação tem-se a possibilidade de:
I – atuação do MP como substituto do autor: quando o autor se restar inerte na
ação. O MP atuará cumprindo ônus processuais imputados ao autor.
II – atuação do MP como sucessor: decorre da desistência da ação por parte do
autor. Assim, havendo interesse público, o MP terá a faculdade de prosseguir com a
ação. Entretanto, não poderá desistir da ação caso atue como sucessor.
HIPÓTESES DA CABIMENTO
# Prática de nepotismo: SV 13. A prática de nepotismo é cabível para discutir a
violabilidade da moralidade administrativa.
# Contexto religioso ou aspecto cultura:
# Desastres ambientais: ex.: problemas com a empresa mineradora.
# Não está sujeita a prazo decadencial.
COMPETÊNCIA
Deve-se analisar dois aspectos: hierarquia ou funcional e material.
Do ponto de vista hierárquico, a competência é distribuída entre os órgãos do
Poder Judiciário em graus de jurisdição. Assim, o Judiciário está estruturado em
diferentes graus.
Não há que se falar em hierarquia com base em foro por prerrogativa de função.
Todavia, excepcionalmente, é possível o cidadão ingressar com ação popular
diretamente no STF. Entretanto, isso não ocorre em razão de foro, mas sim em razão do
art. 102, I, f, da CF:
Art. 102. Compete ao STF, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o DF, ou entre
uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta.
Em regra, a competência para julgar AP contra ato de qualquer autoridade, até
mesmo do Presidente da República, é do juízo competente de primeiro grau.
Julgado o feito na primeira instância, se ficar configurado o impedimento de
mais da metade dos desembargadores para apreciar o recurso voluntário ou a remessa
obrigatória, ocorrerá a competência do STF, com base na letra n do inciso I, segunda
parte, do art. 102 da CF.
Será competente o juiz federal de 1º grau: União, Autarquia, Empresa Pública e
Fundação Pública.
Será competente o juízo estadual de 1º grau – vara da fazenda pública: Estados,
Municípios, suas autarquias e fundações públicas.
# Sociedade de economia mista, seja ela federal ou estadual, será de
competência do juízo estadual.
PARTICIPAÇÃO DO MP
Conforme dispõe art. 6º, §4º, da lei 4.717, o MP acompanhará a ação cabendo-
lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade civil ou criminal, dos
que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato
impugnado ou dos seus autores.
LEGITIMIDADE PASSIVA
Trate-se de uma legitimidade passiva ampla. Deve abranger todos que tenham de
alguma forma contribuído ou se beneficiado com o ato lesivo ao patrimônio público,
seja pessoa física ou jurídica, nos moldes do art. 6º da lei 4.717.
É aquele que tenham de alguma forma contribuído ou seja beneficiado com o ato
lesivo ao patrimônio público, seja pessoa física ou jurídica.
Pode haver a situação de haver litisconsórcio passivo necessário.
PEDIDO LIMINAR
É possível. Nos termos do que dispõe o art. 5º, §4º, da lei 4.717 “na defesa do
patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado”.
PEDIDO DEFINITIVO
No pedido da ação popular, devemos observar os arts. 11 e 12 da lei 4.717:
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a
invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os
responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra
os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Assim, o primeiro pedido a ser feito é que a ação seja julgada procedente a fim
de decretar a invalidade do ato impugnado e condenar os réus ao pagamento de perdas e
danos.
# A ação popular não é gratuita. O que ocorre é que não é exigido que o autor
pague as despesas do processo no início da propositura da ação.
# Assim, as despesas são processadas ao final da ação, de forma que se for
procedente, caberá aos réus pagar. Caso ocorra a improcedência, será apurado se o autor
litigou de má-fé.
# Quanto as provas, a ação popular tem um amplo conjunto probatório.
# Caso, eventualmente, seja necessário instruir a ação com documentos que o
autor não possua, porque se encontram de posse das entidades públicas, o autor pode
solicitar ao juiz que requisite à entidade a juntada dos documentos à petição. Esta
possibilidade está prevista no art. 1, §6º e §7º, e art. 7º, I, alínea b.
# Se houver um prejuízo de ordem financeira é possível realizar o pedido de
ressarcimento ao erário.
JURISPRUDÊNCIA DO STJ
Lesividade e ilegalidade, binômio indispensável?
# Ação popular contra concessão da ponte Rio-Niterói terá seguimento
independentemente de dano ao erário.
A ação popular visa preservar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o
patrimônio histórico e cultural, bastando para seu cabimento a ilegalidade do ato
administrativo.
Para o ministro Mauro Campbell, é dispensável o prejuízo material aos cofres
públicos para abertura da ação, sendo suficiente a potencial ilegalidade do ato
administrativo que se visa anular.
Entende o STJ também que é desnecessário o dano material ou lesão efetiva,
podendo ser também legalmente presumida. Além disso, o ato administrativo que impõe
limitação anormal à concorrência e à competição é presumido como lesivo e nulo,
diante do disposto no art. 4º da Lei da Ação Popular.
A lei de ação popular, em seu art. 1º, §1º, ao definir patrimônio público como
bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou cultural, deixa claro
que o termo patrimônio público deve ser entendido de maneira ampla, a abarcar não
apenas o patrimônio econômico, mas também outros valores, entre eles, a moralidade
administrativa.
Portanto, a ação popular é instrumento hábil na defesa da moralidade
administrativa, ainda que não exista dano econômico material ao patrimônio público.
# Súmulas do STF:
a) Súmula 365: pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
b) súmula 101: o MS não substitui a ação popular.
AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM
Tem por função tutelar direitos. E quais são estes direitos? São os
direitos em geral, pois esta é uma ação genérica.
O seu objeto é amplo, enquanto que nas demais ações, MS, HC, HD
etc. o seu cabimento é particular, bem definido.
ASPECTOS DA PI
Segue os aspectos dispostos no art. 319 e seguintes do CPC.
COMPETÊNCIA
# Em regra, não há prerrogativa de foro, sendo competente o juízo do
primeiro grau.
# A hipótese do I, art. 109 da CF não contempla a Sociedade de
Economia Mista. Ao ingressar com uma ação de procedimento comum um
SEC, seja ela estadual ou federal, a competência será da Justiça Estadual.
Tutela provisória
Está prevista no art. 294 a 299 do CPC, sendo que esta tutela pode ter
natureza de urgência ou de evidência.
A tutela de urgência, nos moldes do art. 300 do CPC se caracteriza
pela presença da probabilidade do direito e perigo de dano ou risco de
resultado útil ao processo.
Esta pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia (§2º
do art. 300 do CPC) e se divide em:
a) De natureza antecipada: visa antecipar a tutela definitiva, ou seja, o
objeto dela é igual ao objeto da definitiva. Possui natureza
satisfativa.
b) De natureza cautelar: aqui há uma diferença entre o que se pede
provisoriamente e a tutela definitiva. O objetivo é assegurar o
resultado útil do processo, solicitando assim algo que garanta a
eficácia da sentença ao final do processo.