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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

1 HABEAS CORPUS – HC
Art. 5º, LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder.

Portanto, pelo referido inciso, o bem jurídico constitucionalmente protegido é a


liberdade de ir e vir, ou seja, a liberdade de locomoção. Já a garantia é um instrumento
para a concretização desse direito. Logo, O HC é uma garantia fundamental.
# A doutrina entende que o HC dispensa a necessidade de concessão de
mandado judicial visando autorizar o impetrante a atuar em favor do sujeito que passou
pelo constrangimento ilegal.
# Pessoa Jurídica não pode ser paciente de HC, tendo em vista que não há como
ter sua liberdade de locomoção sendo cerceada.
# Quem comete um ato que viola a liberdade de locomoção? É o legitimado
passivo, relacionado a autoridade coatora, seja de caráter público ou privado.
# De acordo com a jurisprudência da Suprema Corte, quando for realizado o
julgamento o órgão pode ir além do que consta na causa de pedir e no pedido, pois não
há vinculação dele aos itens mencionados. Ou seja, havendo convicção legal sobre a
existência de um ato ilegal, ainda que não mencionado pelo impetrante na PI, o Poder
Judiciário pode conceder ordem de soltura.
# Prisões militares disciplinares: entende a CF, art. 5º, LXI, que “ninguém será
preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei.
Complementando, o art. 142, §2º, da Lei Maior, dispõe que: “não caberá habeas
corpus em relação a punições disciplinares militares”.
Logo, no tocante ao mérito das punições disciplinares não é cabível HC.
Entretanto, tratando-se de discussão acerca da legalidade como por ex.: competência do
agente e a concessão de ampla defesa e contraditório, é cabível o remédio
constitucional.
# Diante de situações de instabilidade institucional, como no caso de estado de
sítio e estado de defesa, o HC poderá ser restringido, mas não suprimido.
MANDADO DE SEGURANÇA – MS
Dispõe o art. 5º, LXIX, da CF que:
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.
FINALIDADE
O MS foi criado com a finalidade de combater certos comportamentos ilegais e
abusivos da administração pública ou de agentes que atuam no exercício das atribuições
do públicas.
Busca-se, com a impetração do MS, proteger direito fundamental subjetivo.

NATUREZA
# Natureza residual: o dispositivo normativo é claro ao dizer que somente caberá
MS nas situações em que não couber HC ou HD, portanto, o MS é insculpido pelo
princípio da subsidiariedade.
# Direito líquido e certo: é aquele de constatação evidente e imediata, ou seja,
que não precisa de qualquer comprovação futura para o seu reconhecimento.
Ex.: ao impetrar MS, precisa-se demonstrar de plano a existência de ato coator
que está violando direito subjetivo fundamental. Como comprovar? Por meio de prova
documental.
De acordo com a jurisprudência do STF, o direito líquido e certo tem conexão
direta com a prova pré-constituída, em que a matéria de fato é tida como incontroversa.
Os fatos devem estar devidamente comprovados e documentados no momento do
ingresso da ação.
E a controvérsia acerca do direito? Nessa seara, tem-se a súmula 625 do STF:
“controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de MS”.

MEDIDA LIMINAR – TUTELA PROVISÓRIA


Art. 7º, III, da Lei 12.016 e art. 300 do CPC.
Na petição, deve-se abrir um tópico específico para discorrer acerca do
cabimento da medida liminar e do cumprimento dos requisitos legais: probabilidade do
direito e o dano ou risco ao resultado útil do processo.
Discorrer acerca da fumaça do bom direito.
Descrever o dano ocasionado ou qual o risco do dano.
Falar do perigo da demora e que existe risco da medida se tornar ineficaz ou do
dano de difícil e incerta reparação.
Indicar a finalidade da medida: suspensão do ato coator e todos os efeitos dela
decorrentes.
Importante acrescentar ao tópico, que seja concedida a liminar sem a
necessidade de contracautela, isto é, sem que seja necessário que o impetrante preste
caução, fiança ou depósito.
Por fim, reafirmar o pedido e que a tutela provisória possa ser mantida até o final
e ser convertida com a concessão da segurança.

LEGITIMIDADE ATIVA
Quem pode impetrar MS?
I – Todas as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas
ou não no Brasil;
II – Ministério Público – MP;
III – alguns órgãos públicos (órgãos de grau superior), na defesa de suas
prerrogativas e atribuições;
IV – As universalidades reconhecidas por lei como detentoras de capacidade
processual para a defesa de seus direitos.
O MS poderá ser:
Repressivo Preventivo
Prazo: 120 dias, conforme lei 12.016/09;
Qual momento: a partir da data em que o
interessado tiver conhecimento oficial do
ato a ser impugnado.
Caso haja perda de prazo: caberá utilizar
o procedimento comum, porém deverá
ser discutida toda a matéria de fato.

LEGITIMIDADE PASSICA (COATORA)


COMPETÊNCIA
É fixada em razão da autoridade coatora.
Identificação da autoridade coatora:
- art. 102, I, d, da CF: competência do STF;
* Entende a Suprema Corte que os atos do CNJ e CNMP serão de sua
competência.
- art. 105, I, b, da CF: competência do STJ;
- art. 108, I, c, da CF: competência do TRF;
- art. 109, VIII, da CF: competência de juízes federais.
- art. 2º da lei 12.016: autoridade coatora por equiparação; embora a autoridade
não seja federal, será considerada como se assim fosse.
- art. 125, §1º, da CF: TJ ou juiz estadual.
* Será do TJ: autoridade de comando: secretários de estado, Prefeito capital e
Governador, Mesa da Assembleia e atos do TJ.
* Vara cível ou Vara de fazenda pública? Se houver impacto ao erário público,
caberá a fazenda pública. Não estando claro, qualquer dos dois é cabível.

# No MS não há condenação ao pagamento de honorários advocatícios, apenas


custas processuais.

HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO DE MS


I – contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
II – contra ato administrativo contra o qual caiba recurso com efeito suspensivo;
# Exceção: súmula 429/STF: a existência de recurso administrativo com efeito
suspensivo não impede o uso do MS contra omissão de autoridade.
III – contra decisão judicial transitada em julgado;
IV – contra lei em tese, exceto se produtora de efeitos concretos.

SÚMULAS IMPORTANTES
I – 266;
II – 267;
III – 429;
IV – 268 e 269;
V – 430;
VI – 510;
VII – 512;
VIII – 624 e 625.
IX – 333 (STJ).

PEDIDO E REQUERIMENTO
1) Notificação da autoridade coatora para esclarecer o ato praticado (art. 7º, I, lei
12.016);
2) Ciência da procuradoria: como órgão de representação judicial da pessoa
jurídica (art. 7º, II, da Lei 12.016);
3) Intimação do Ministério Público para que emita opinião (art. 12 da Lei
12.016);
4) a condenação da autoridade coatora ao pagamento das custas processuais (art.
25, Lei 12.016);
* Não é cabível a condenação em honorários sucumbenciais (Súmula 512 do
STF).
5) juntada dos documentos anexos;
6) Reafirmar o pedido liminar e sua manutenção até o final do julgamento do
mérito;
7) Seja a ação julgada procedente no mérito e concedida a segurança em
definitivo, invalidando o ato coator, revertendo os efeitos indevidamente concretizados.
MODELO DE MS
3 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
Art. 5º, LXX, da CF dispõe que:
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a)
partido político com representação no Congresso Nacional; b)
organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
Trata-se de um instrumento que tem por finalidade proteger um grupo ou
categoria de pessoas diante de ato, omissão ou até mesmo abuso de poder por parte de
uma autoridade.
Visa-se amparar os direitos coletivos e individuais homogêneos.
# Legitimidade ativa:
I – Partido político com representação no Congresso Nacional;
II – Organização sindical e/ou entidade de classe;
III – Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano,
em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

# A exigência de 1 ano de constituição e funcionamento da alínea “b” diz


respeito somente às associações, não sendo necessário para às entidades sindicais ou de
classe.
# A substituição é um instituto aplicável ao MS coletivo. Quando se ingressa
com esta ação judicial, o legitimado ativo atua em nome próprio, mas para defesa de
outrem.
Essa substituição processual demandará uma autorização expressa dos titulares
do direito em questão? O STF entende que não, conforme entendimento proferido na
súmula 629: A impetração de MS coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes.
Outrossim, o STF entende que os direitos defendidos pelas entidades da alínea
“b” não precisam se referir a todos os membros. É o teor da súmula 630: “a entidade de
classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria”.

4 MANDADO DE INJUNÇÃO
Segundo o art. 5º, LXXI, da CF:
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Remédio utilizado na falta de norma regulamentadora. Utilizado quando uma
norma de eficácia limitada da Constituição não for regulamentada.
No aspecto da eficácia limitada das normas constitucionais, a doutrina e
jurisprudência diz que: as normas constitucionais que permitem o ajuizamento do
mandado de injunção não decorrem de todas as espécies de omissão do Poder Público,
mas tão só em relação às normas constitucionais de eficácia limitada de princípio
instittutivo de caráter impositivo e das normas programáticas vinculadas ao princípio da
legalidade, por dependerem de atuação normativa ulterior para garantir sua
aplicabilidade.
Pressupostos:
Falta de norma que Nexo de causalidade entre O decurso de prazo
regulamente uma norma a omissão do legislador e a razoável para elaboração
constitucional impossibilidade de da norma regulamentadora
programática propriamente exercício de um direito ou (retardamento abusivo na
dita ou que defina liberdade constitucional ou regulamentação
princípios institutivos ou prerrogativa inerente à legislativa).
organizativos de natureza nacionalidade, à soberania
impositiva. e à cidadania.

# MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO: Art. 12 da Lei 13.300/2016.


EFICÁCIA DA DECISÃO
Corrente não concretista Corrente concretista
A decisão apenas realizará Na decisão do MI, o Judiciário deve adotar uma postura
uma recomendação ao ativa, ou seja, não basta reconhecer a omissão
legislador para que legislativa, é necessário efetivar a concretização do
regulamente o direito. direito.
Assim, a decisão judicial Concretista geral Concretista individual
não pode exercer a função A decisão terá efeito erga Os efeitos da decisão se
legislativa, suprindo a omnes, pois irá além do limitam as partes do caso
omissão e assegurando o caso concreto em análise, concreto.
exercício do direito ao atingindo a todos os Esta se subdivide em
autor, como também não titulares do direito direta e intermediária.
pode impor ao Poder enquanto a omissão
Legislativo a elaboração legislativa permanecer.
da normal faltante.
# Segundo o art. 9 da lei 13.300, adotou-se, como regra, a teoria concretista
individual, conforme dispõe o referido artigo: “a decisão terá eficácia subjetiva limitada
às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.”
Contudo, o §1º do art. 9º da lei 13.300 dispõe acerca da possibilidade de a
eficácia da decisão ser ampliada quando for inerente ou indispensável ao exercício do
direito, liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
Outrossim, o legislador adotou a corrente concretista individual intermediária
quanto ao reconhecimento da mora legislativa. Isto porque, reconhecida a mora, será
deferida a injunção para:
I – determinar um prazo razoável será estipulado para a elaboração da norma
regulamentadora pelo impetrado;
II – estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das
liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que
poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida
a mora legislativa no prazo determinado.

# Por fim, importar acrescentar que o MI é um instrumento que, para sua


impetração, faz-se necessário a assistência de advogado e não é gratuito.
HABEAS DATA – HD
FINALIDADE
No plano constitucional, o Habeas Data está previsto no art. 5º, LXXII, e dispõe
que:
Art. 5º, LXXII. Conceder-se-á habeas data:
Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
Para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo.

O seu rito é especial, de acordo com o art. 19 da lei 9.507, possuindo prioridade
sobre todos os atos judiciais, exceto HC e MS. Assim, pela celeridade processual, o HD
deve ter prova pré-constituída, não sendo admitido o pedido de produção de provas.

O HD possui três finalidades principais:


a) Garantir acesso a informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes nos registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público (art. 5º, LXXII, alínea a, da CF e art. 7º, I, da lei 9.507).
b) Retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo (art. 5º, LXXII, alínea b, da CF, e art. 7º, II, da lei 9.507).
Há ainda uma terceira hipóteses prevista infraconstitucionalmente na lei 9.507,
que regula o rito processual do HD, e consiste:
C) para anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou
explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável que esteja sob pendência judicial ou
amigável (art. 7º, III, da referida lei).
O habeas data não tem por finalidade permitir acesso às informações públicas,
papel do MS, mas sim, a dados pessoais, sobre a pessoa do impetrante, desde que não
estejam protegidas pelo sigilo, em respeito ao disposto na parte final do art. 5º, XXXIII,
da CRFB/88.
# Remédio constitucional que protege o direito de certidão é o MS. O HD é
utilizado quando não se tem acesso a informações pessoais do impetrante ou quando se
deseja retificá-las.
Quando alguém solicita certidão, já tem acesso às informações; o que se quer é
apenas receber um documento formal do Poder Público que ateste a veracidade das
informações.

Legitimidade ativa
Trata-se de um remédio constitucional personalíssimo. Quem pode fazer uso
desse remédio é o próprio titular do dado, podendo ser ajuizado por qualquer pessoa,
física ou jurídica, brasileira ou estrangeira.
# Recentemente, no RE 673.707/MG, o STF decidiu que “o habeas data é a
garantia constitucional adequada para a obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados
concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados de apoio à
arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes estatais”.
A Corte entendeu que os contribuintes têm o direito de conhecer informações
que lhe digam respeito e que constem de bancos de dados públicos ou de caráter
público, em razão do direito de preservar o status do seu nome, seu planejamento
empresarial, sua estratégia de investimento e principalmente a recuperação de tributos
pagos indevidamente.

# Há ainda uma situação excepcional onde será cabível o HD. Por exemplo, um
herdeiro poderá fazer uso do remédio para acessar informações a respeito do de cujos,
de forma a conhecer, retificar ou complementar informações.

Legitimidade passiva
Será impetrado em face de autoridade, que pode ser da Administração Pública,
direta ou indireta, de qualquer dos Poderes ou órgãos destes. Ou seja, o polo passivo
pode ser composto por pessoas de direito público ou privado.
Quanto às últimas, por força do inciso LXXII, do art. 5º, da CF, a condição é que
sejam detentoras de bando de dados de caráter público.
O HD não pode ser usado para que se tenha acesso a banco de dados de caráter
privado.
# Ficha cadastral de empregado de empresa privada não pode ser conhecida por
meio de HD. Afinal, o RH de empresa privada não tem caráter público.

Prévia recusa das informações


A exigência da comprovação da negativa da autoridade administrativa de
garantir o acesso aos dados relativos ao impetrante é fundamental para o cabimento do
HD. Trata-se de uma hipótese de jurisdição condicionada prevista no ordenamento
jurídico.
Deve haver o interesse de agir, isto é, a comprovação da recusa em fazer a
retificação ou anotação ou omissão, transpassado o prazo previsto na lei.
STJ, súmula 02: não cabe o HD se não houve recusa de informações por parte da
autoridade administrativa.
O HABEAS DATA é uma das exceções ao princípio da inafastabilidade de
jurisdição.
# Segundo entendimento da Suprema Corte, o habeas data pode ser utilizado
pelo contribuinte como instrumento para adquirir informações sobre ele constantes nos
órgãos de arrecadação da administração tributária.
O contribuinte tem direito de preservar o status do seu nome, seu planejamento
empresarial, sua estratégia de investimento e até mesmo questões relacionadas à gestão
de tributos pagos ao fisco.

Participação do MP
A atuação do MP é como fiscal da lei, sendo obrigatória a sua participação nos
termos do art. 12 da lei 9.507.
Faz-se, portanto, importante requerer expressamente nos pedidos a sua
notificação.

Gratuidade de Justiça
A CF conferiu gratuidade a esse remédio, conforme art. 5º, LXXVII, da Lei
Maior.
Então, por conta disso, não há falar na petição o pedido de condenação em
honorários advocatícios nem custas processuais.

Não cabimento do HD
# Quando se busca ter acesso à dados públicos, o qual deve ser feito por meio de
MS;
# Quando deseja ter acesso a certidões em geral, sendo a ação cabível o MS;
# Quando se quer ter acesso a provas de concurso ou a recorreção de provas de
concurso (prova é dado público, ou seja, é cabível MS). Já em relação a informações
sobre o psicoteste ou informação social cabe o HD;
# Quando se busca ter acesso a processo administrativo denegado (remédio
próprio é o MS);
# Quando se quer ter acesso a dados sobre terceiros: o HD é o remédio da
intimidade, vida privada;
# Quando se deseja ter acesso à autoria do denunciante: essa informação não é
um dado pessoal, mas se trata de uma denegação da ampla defesa e do contraditório,
sendo cabível o MS.

Competência
A competência é determinada em razão da autoridade coatora. Para identifica-la,
faz-se necessário olhar os artigos de competência na Constituição Federal.

Tutela provisória
Em que pese não seja prevista de forma expressa na lei do HD, doutrina e
jurisprudência admitem a utilização do CPC de forma subsidiária, sendo aplicado o art.
300 do CPC.

Dos pedidos e requerimentos


Art. 13 da lei 9.507.
# A prova no HD é documental e por conta disto, em vez de requerer a produção
de todos os meios de prova admitidos em direito, será dito: requer a juntada de prova
documental que segue em anexo ou segue em anexo a prova documental.
I–
II – a notificação da autoridade coatora para prestar informações (art. 13, lei
9.507);
III – a manifestação do representante do MP (art. 12 da lei 9.507);
IV – a juntada dos documentos em anexo, conforme art. 8 da lei 9.507.

Definição de caráter público


A pessoa jurídica de direito privado, desde que seja de caráter público, pode ser
sujeito passivo de uma ação de HD.
De acordo com o art. 1º, parágrafo único, da lei 9.507, considera-se de caráter
público: “...todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que
possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou
entidade produtora ou depositária das informações”.
AÇÃO POPULAR (CF, art. 5º, LXXIII, e Lei 4.717/65)

FINALIDADE
CF, art. 5º, LXXIII. Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de
sucumbência.

No plano constitucional a ação popular é um remédio de natureza coletiva.


Trata-se de um processo subjetivo que tem por fim anular ato lesivo ao
patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural. Trata-se de uma forma de participação direta do povo no controle
dos atos do Poder Público, em respeito à soberania popular.
A identificação da utilização da ação popular ocorre quando se percebe a
caracterização da lesão ou do risco concreto de lesão ao patrimônio público.
Trata-se de um remédio constitucional que visa anular/invalidar ato ou contrato
administrativo que ameace ou viole o patrimônio público, histórico ou cultural, a
moralidade administrativa ou ao meio ambiente.
No plano infraconstitucional, está disciplinada pela Lei 4.717/65. Constitui-se
em ação de procedimento comum destinada a promover tutela do patrimônio, entendido
em sentido amplo. Daí dizer que o bem jurídico tutelado é material ou imaterial.
Trata-se de instrumento por meio do qual o cidadão realiza o controle dos atos
do Poder Público.
# Somente é cabível AP contra atuação administrativa do Poder Público.

LEGITIMIDADE ATIVA
Qualquer cidadão poderá propor a ação.
O que significa ser cidadão? É estar em pleno gozo dos direitos políticos e ter a
condição jurídica de eleitor.
O autor deve comprovar a sua cidadania juntando o título eleitoral ou algum
outro documento correspondente, nos moldes do §3º do art. 1º da lei 4.717.
# Não podem ajuizar AP: inalistáveis, inalistados, pessoa jurídica, MP.
Nessa ação tem-se a possibilidade de:
I – atuação do MP como substituto do autor: quando o autor se restar inerte na
ação. O MP atuará cumprindo ônus processuais imputados ao autor.
II – atuação do MP como sucessor: decorre da desistência da ação por parte do
autor. Assim, havendo interesse público, o MP terá a faculdade de prosseguir com a
ação. Entretanto, não poderá desistir da ação caso atue como sucessor.

AÇÃO POPULAR E AÇÃO CIVIL PÚBLICA


Para saber qual ação utilizar na ora da prova, deve-se atentar para a parte
legítima a propô-la. Assim, sendo legítimo o cidadão a peça cabível será a ação popular.
Entretanto, deve-se analisar outras informações em conjunto para definir se a questão
trata sobre ação popular.

HIPÓTESES DA CABIMENTO
# Prática de nepotismo: SV 13. A prática de nepotismo é cabível para discutir a
violabilidade da moralidade administrativa.
# Contexto religioso ou aspecto cultura:
# Desastres ambientais: ex.: problemas com a empresa mineradora.
# Não está sujeita a prazo decadencial.

COMPETÊNCIA
Deve-se analisar dois aspectos: hierarquia ou funcional e material.
Do ponto de vista hierárquico, a competência é distribuída entre os órgãos do
Poder Judiciário em graus de jurisdição. Assim, o Judiciário está estruturado em
diferentes graus.
Não há que se falar em hierarquia com base em foro por prerrogativa de função.
Todavia, excepcionalmente, é possível o cidadão ingressar com ação popular
diretamente no STF. Entretanto, isso não ocorre em razão de foro, mas sim em razão do
art. 102, I, f, da CF:
Art. 102. Compete ao STF, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o DF, ou entre
uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta.
Em regra, a competência para julgar AP contra ato de qualquer autoridade, até
mesmo do Presidente da República, é do juízo competente de primeiro grau.
Julgado o feito na primeira instância, se ficar configurado o impedimento de
mais da metade dos desembargadores para apreciar o recurso voluntário ou a remessa
obrigatória, ocorrerá a competência do STF, com base na letra n do inciso I, segunda
parte, do art. 102 da CF.
Será competente o juiz federal de 1º grau: União, Autarquia, Empresa Pública e
Fundação Pública.
Será competente o juízo estadual de 1º grau – vara da fazenda pública: Estados,
Municípios, suas autarquias e fundações públicas.
# Sociedade de economia mista, seja ela federal ou estadual, será de
competência do juízo estadual.

PARTICIPAÇÃO DO MP
Conforme dispõe art. 6º, §4º, da lei 4.717, o MP acompanhará a ação cabendo-
lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade civil ou criminal, dos
que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato
impugnado ou dos seus autores.

LEGITIMIDADE PASSIVA
Trate-se de uma legitimidade passiva ampla. Deve abranger todos que tenham de
alguma forma contribuído ou se beneficiado com o ato lesivo ao patrimônio público,
seja pessoa física ou jurídica, nos moldes do art. 6º da lei 4.717.
É aquele que tenham de alguma forma contribuído ou seja beneficiado com o ato
lesivo ao patrimônio público, seja pessoa física ou jurídica.
Pode haver a situação de haver litisconsórcio passivo necessário.

PEDIDO LIMINAR
É possível. Nos termos do que dispõe o art. 5º, §4º, da lei 4.717 “na defesa do
patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado”.

PEDIDO DEFINITIVO
No pedido da ação popular, devemos observar os arts. 11 e 12 da lei 4.717:
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a
invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os
responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra
os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.

Assim, o primeiro pedido a ser feito é que a ação seja julgada procedente a fim
de decretar a invalidade do ato impugnado e condenar os réus ao pagamento de perdas e
danos.

Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamento, ao


autor, das custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas
com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários de advogado.

Também deverá ser requerido que a sentença inclua na condenação as custas


processuais e demais despesas diretamente relacionadas com a ação.

# A ação popular não é gratuita. O que ocorre é que não é exigido que o autor
pague as despesas do processo no início da propositura da ação.
# Assim, as despesas são processadas ao final da ação, de forma que se for
procedente, caberá aos réus pagar. Caso ocorra a improcedência, será apurado se o autor
litigou de má-fé.
# Quanto as provas, a ação popular tem um amplo conjunto probatório.
# Caso, eventualmente, seja necessário instruir a ação com documentos que o
autor não possua, porque se encontram de posse das entidades públicas, o autor pode
solicitar ao juiz que requisite à entidade a juntada dos documentos à petição. Esta
possibilidade está prevista no art. 1, §6º e §7º, e art. 7º, I, alínea b.
# Se houver um prejuízo de ordem financeira é possível realizar o pedido de
ressarcimento ao erário.

Pedidos principais a serem feitos no final da petição:

JURISPRUDÊNCIA DO STJ
Lesividade e ilegalidade, binômio indispensável?
# Ação popular contra concessão da ponte Rio-Niterói terá seguimento
independentemente de dano ao erário.
A ação popular visa preservar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o
patrimônio histórico e cultural, bastando para seu cabimento a ilegalidade do ato
administrativo.
Para o ministro Mauro Campbell, é dispensável o prejuízo material aos cofres
públicos para abertura da ação, sendo suficiente a potencial ilegalidade do ato
administrativo que se visa anular.
Entende o STJ também que é desnecessário o dano material ou lesão efetiva,
podendo ser também legalmente presumida. Além disso, o ato administrativo que impõe
limitação anormal à concorrência e à competição é presumido como lesivo e nulo,
diante do disposto no art. 4º da Lei da Ação Popular.
A lei de ação popular, em seu art. 1º, §1º, ao definir patrimônio público como
bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou cultural, deixa claro
que o termo patrimônio público deve ser entendido de maneira ampla, a abarcar não
apenas o patrimônio econômico, mas também outros valores, entre eles, a moralidade
administrativa.
Portanto, a ação popular é instrumento hábil na defesa da moralidade
administrativa, ainda que não exista dano econômico material ao patrimônio público.

# Súmulas do STF:
a) Súmula 365: pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
b) súmula 101: o MS não substitui a ação popular.
AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM

Tem por função tutelar direitos. E quais são estes direitos? São os
direitos em geral, pois esta é uma ação genérica.
O seu objeto é amplo, enquanto que nas demais ações, MS, HC, HD
etc. o seu cabimento é particular, bem definido.

# Essa ação pode ser utilizada mesmo quando ficar evidente o


cabimento das ações específicas. Já o contrário não é possível.
# O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados
em sentença concessiva de MS a servidor público da administração direta ou
autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente
às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial (art.
14 da lei 12.016). As que já estão vencidas não podem ser objeto de MS,
cabendo uma ação de procedimento comum.
# Súmula 271 – STF: concessão de MS não produz efeitos patrimoniais
em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados
administrativamente ou pela via judicial própria.
# Súmula 269 – STF: o MS não é substitutivo de ação de cobrança.

ASPECTOS DA PI
Segue os aspectos dispostos no art. 319 e seguintes do CPC.

COMPETÊNCIA
# Em regra, não há prerrogativa de foro, sendo competente o juízo do
primeiro grau.
# A hipótese do I, art. 109 da CF não contempla a Sociedade de
Economia Mista. Ao ingressar com uma ação de procedimento comum um
SEC, seja ela estadual ou federal, a competência será da Justiça Estadual.
Tutela provisória
Está prevista no art. 294 a 299 do CPC, sendo que esta tutela pode ter
natureza de urgência ou de evidência.
A tutela de urgência, nos moldes do art. 300 do CPC se caracteriza
pela presença da probabilidade do direito e perigo de dano ou risco de
resultado útil ao processo.
Esta pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia (§2º
do art. 300 do CPC) e se divide em:
a) De natureza antecipada: visa antecipar a tutela definitiva, ou seja, o
objeto dela é igual ao objeto da definitiva. Possui natureza
satisfativa.
b) De natureza cautelar: aqui há uma diferença entre o que se pede
provisoriamente e a tutela definitiva. O objetivo é assegurar o
resultado útil do processo, solicitando assim algo que garanta a
eficácia da sentença ao final do processo.

Já a tutela de evidência está prevista no art. 311 do CPC, na petição


inicial a alegação da tutela de evidência estará fundamentada no inciso II ou III.
Não se faz necessário a demonstração do perigo de dano. Bastando a
demonstração que o direito do autor existe claramente, ou seja, a tutela da
evidência está atrelada aos aspectos de plausabilidade do direito.
Dispõe o art. 311 do CPC:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente de
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto
propósito protelatório da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou
em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequado do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direto do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.
Dos pedidos
a) a concessão da tutela de urgência...
b) a citação do réu ...
c) produção de todos os meios de prova admitidas em direito;
d) a realização ou não da audiência de conciliação ou mediação.
e) a procedência da ação para fins de...
f) que o réu seja condenado ao pagamento de custa processuais e
honorários advocatícios.
g) a juntada dos documentos.
h) a intimação do MP.

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