1. O amor é fundamental para manter o lar como um lugar de refúgio, não de batalha. 2. Relacionamentos baseados em respeito, cuidado e perdão são mais saudáveis e duradouros. 3. A violência doméstica causa danos físicos, emocionais e espirituais que podem se estender por gerações.
1. O amor é fundamental para manter o lar como um lugar de refúgio, não de batalha. 2. Relacionamentos baseados em respeito, cuidado e perdão são mais saudáveis e duradouros. 3. A violência doméstica causa danos físicos, emocionais e espirituais que podem se estender por gerações.
1. O amor é fundamental para manter o lar como um lugar de refúgio, não de batalha. 2. Relacionamentos baseados em respeito, cuidado e perdão são mais saudáveis e duradouros. 3. A violência doméstica causa danos físicos, emocionais e espirituais que podem se estender por gerações.
Existe um provérbio Chinês que diz: “antes de começar o trabalho de
mudar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa”. Uma jovem japonesa foi passar as festividades de Natal e Ano Novo na casa de uma senhora cristã. No final daqueles dias, ao despedir-se da jovem, a senhora lhe perguntou se havia apreciado a maneira como eles viviam no mundo ocidental. A jovem respondeu: gostei muito! Sua casa é muito bonita, mas há uma coisa que senti falta e fez sua casa parecer um pouco estranha. Fui com a senhora à igreja e a vi adorar seu Deus lá; mas senti falta desse Deus em sua casa. E a jovem continuou dizendo: Como a senhora sabe, no oriente nós temos um nicho para nossos deuses em cada casa, e os deuses estão sempre conosco. A senhora não costuma adorar seu Deus em seu lar com sua família? No mundo em que vivemos, enfrentamos grandes desafios em nossos relacionamentos familiares e afetivos. Isso porque a luta diária pela sobrevivência e as demandas cada vez maiores para a satisfação dos desejos têm provocado um forte impacto nas emoções e comportamento das pessoas. É por isso que o lar precisa ser um lugar de refúgio e não um campo de batalha. Uma pergunta que precisamos responder todos os dias é a seguinte: O que posso e devo fazer para manter meu lar como um lugar de refúgio? O Apóstolo Paulo nos dá a resposta. “(...) acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (Colossenses 3:14). O amor é uma lente que nos permite ver as pessoas muito além de seus valores físicos, materiais ou até mesmo profissionais. Quando essa lente está desfocada e adotamos como base de sustentação de nossos relacionamentos, o físico, o material e até mesmo o profissional, adotamos um caminho perigoso e desastroso. Isso porque hoje eu posso ter bens e amanhã posso perdê-los! Hoje eu posso ter beleza física, mas quem garante que ela se eternizará? Hoje eu posso ser uma pessoa profissionalmente bem-sucedida, mas quem me garante que amanhã serei? Relacionamentos que colocam essas coisas em primeiro lugar dificilmente se sustentam. Ann Landers escreveu: “Se houver amor em sua vida, isso pode compensar muitas coisas que lhe fazem falta. Caso contrário, não importa o quanto tiver, nunca será o suficiente”. É por isso que o apóstolo Paulo escreve: “Acima de tudo isto, porém, esteja o amor[...]”. Existem muitas razões para Paulo dizer isso, mas vamos considerar apenas três razões importantes: 1. QUEM AMA CUIDA, NÃO MALTRATA! Não podemos nos esquecer de que a saúde emocional, física e espiritual daqueles que estão ao nosso redor está intimamente ligada ao cuidado que temos para com eles. A vida se desenvolve com o suprimento das necessidades básicas, como alimentação, moradia, roupas e outros, e com a manutenção da convivência em grupos sociais, nos contextos coletivos, como família, trabalho, escola e igreja. No entanto, como explica o psicólogo Maslow, temos outras necessidades a serem supridas que são em geral negligenciadas. Os pais priorizam as necessidades físicas, por serem visíveis, e por diversas vezes negligenciam as outras necessidades: atitudes emocionais e sociais que podem ser traduzidas em ações de amor. Priorizamos as necessidades fisiológicas. Negligenciamos as outras necessidades que podem ser resumidas em atos de amor. O psicólogo Augusto Cesar Maia, em seu livro sobre relacionamento familiar, explica o que acontece quando negligenciamos os atos de amor: “A privação de amor cria um vácuo no qual a depressão, alienação, e mesmo a revolta podem achar lugar no coração dessas crianças. Quando crescem, com muita frequência, formam estruturas patológicas de caráter” (Relacionamento familiar, p. 92) As crianças aprendem por imitação e observação, e alguns comportamentos nos adultos são vistos em crianças provocando reações diversas. Crianças que convivem com pais agressivos, alcoólatras, indiferentes e com outras patologias no caráter tendem a reproduzir esses comportamentos na fase adulta. Portanto, os comportamentos são aprendidos na primeira infância e são repetidos ao longo das gerações. Assim explica o texto bíblico em Êxodo 20:5, 6: “Porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e guardam os meus mandamentos” (NVI). “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Efésios 6:4). A disciplina é fundamental no desenvolvimento moral, social e espiritual da criança. Porém, disciplina é bem diferente de violência, seja verbal seja física. 2. QUEM AMA RESPEITA, NÃO AGRIDE! O respeito para com as pessoas é um sinal de respeito para comigo mesmo. Quando respeito o outro, eu demonstro que sou digno de ser respeitado. O respeito me leva a tratar a outra pessoa com honra e dignidade. “Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei” (1 Pedro 2:17). O respeito é uma consequência do amor. Eu demonstro respeito a uma pessoa quando: Dou atenção ao que ela está dizendo; Promovo o diálogo, sem precisarmos alterar a voz para ser ouvido (evite querer ser o único que fala num relacionamento familiar); Eu cumpro as promessas feitas; Eu aceito as diferenças que existem entre nós; Eu respeito a individualidade do outro. Não posso me esquecer de que individualidade não significa independência; Eu reconheço suas qualidades e as reforço e minimizo suas fraquezas. Respeito não significa: Sempre concordar com a outra pessoa; Aceitar tudo o que ela faz; Submeter-se a coisas erradas que ela pratica. Agressões verbais repetitivas são comuns nas famílias na atualidade; apelidos, zombaria e desrespeito produzem sequelas significativas nas vítimas. Infelizmente, os efeitos dessa rotina de violência só são percebidos quando quadros de ansiedade, depressão, transtornos psicológicos, dependência de drogas e até mesmo suicídio se revelam. Uma pesquisa recente, realizada em 2021 pelo DataSenado, aponta um aumento na percepção das mulheres sobre a ocorrência da violência doméstica. Pois, 86% das entrevistadas declararam que de sua perspectiva a violência contra mulher cresceu em 2021. Além disso, 71% das mulheres entrevistadas nessa pesquisa afirmam que o Brasil é um país muito machista. E 68% conhecem no mínimo uma mulher que foi, ou é, vítima de violência doméstica. Já o número de mulheres que declarou já ter sido agredida por um homem, entre as mulheres ouvidas, é de 27%. E o DataSenado também aponta que 18% das mulheres agredidas possuem convivência diária com o agressor. O DataSenado realiza sua pesquisa sobre o índice de violência doméstica no Brasil todos os anos, desde o ano de 2005. Portanto, fornece estatísticas atualizadas sobre o tema anualmente. A violência nestes relacionamentos denominada como “violência doméstica” é apenas a agressão? Não, ela abrange várias formas de desrespeito conjugal. O Artigo 5.º da Lei 11.340, Lei Maria da Penha, define a violência doméstica como qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. Nossos relacionamentos seriam bem melhores e mais duradouros se simplesmente aplicássemos a eles a regra áurea: Não farei com meu próximo aquilo que não gostaria que fizessem comigo. 3. QUEM AMA PERDOA, NÃO PUNE! Colossenses 3:13: “Não fiquem irritados uns com os outros e perdoem uns aos outros, caso alguém tenha alguma queixa contra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem uns aos outros.” A convivência sempre traz desgastes. Parece incrível, mas as pessoas que muitas vezes mais magoamos são aquelas que dizemos que amamos. Perdoar é uma escolha que precisamos fazer todos os dias, porque sempre haverá decepções, mal-entendidos e mágoas. Porém, a falta de perdão é assassina. Mata nossos relacionamentos, mata a saúde, mata a alegria e ainda nos impede de caminhar perto de Deus. O perdão é um dom de Deus para nossa vida. “‘Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.’ Mat. 6:15. Nada pode justificar o espírito irreconciliável. Aquele que não é misericordioso para com os outros, mostra não ser participante da graça perdoadora de Deus. No perdão de Deus, o coração do perdido é atraído ao grande coração do Infinito Amor. A torrente da compaixão divina derrama- se no espírito do pecador e, dele, na de outros. A benignidade e misericórdia que em Sua própria vida preciosa Cristo revelou, serão vistas também naqueles que se tornam participantes de Sua graça. ‘Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle.’ Rom. 8:9. Está alienado de Deus e apto unicamente para a eterna separação dEle” (Parábolas de Jesus, p. 129). Quando Jesus é chamado para ser a prioridade em nossa vida, tudo se transforma. Ele é quem nos ensina a amar e perdoar. Os relacionamentos são restaurados por Ele, e somente Ele nos conduz em um relacionamento saudável, ou nos orienta quanto à possibilidade de deixarmos um relacionamento doentio. Ele nos perdoa e nos ensina a perdoar, nos ensina a crer no recomeço. Ele renova nossas forças e nos fortalece. Não somos vítimas, mas vencedores! As vítimas não devem continuar vítimas. Elas podem recorrer ao Senhor para sentir o rio da graça e da água da vida banhando sua história de poder e transformação. “Pedi e dar-se- vos-á; buscai e encontrareis…” (Mt 7:7) CONCLUSÃO Somos frágeis nas áreas física, material, emocional e espiritual. Precisamos ser fortalecidos para não nos machucarmos tanto. Quando sofremos abusos, precisamos ser fortalecidos. A promessa bíblica diz em 1 Pedro 5:10, 11: “Ora, o Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou a sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, Ele mesmo vos há de aperfeiçoar (o termo dá a ideia de consertar peças fracas ou quebradas), firmar (tornar firme, sólido como granito, rijo como fibras, forte como aço temperado), fortificar (remover flacidez, trocar a fragilidade pela estabilidade) e fundamentar (é a ideia de lançar um alicerce). A Ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos”. Jesus Se tornou frágil, sofreu abusos físicos, psicológicos, foi negligenciado e rejeitado, quebrou o silêncio das mazelas deste mundo pecaminoso com o grito de restauração das famílias por meio da cruz. Não respondeu aos xingamentos nem revidou aos abusos sofridos; permitiu-Se ser vítima para vencer o pecado e fazer das vítimas deste mundo vencedoras, pois Ele venceu e nos restaurou por meio da cruz.