Você está na página 1de 4

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DO

TRABALHO DE JOINVILLE/SC

FULANO DA SILVA, brasileira, (estado civil), (emprego), inscrito no CPF sob o n° X,


portador da Cédula de Identidade n° X, residente e domiciliado na cidade de X, no
Estado X, na Rua X, nº X, bairro X, CEP X, por intermédio de seu advogado infra-
assinado, vem, com base no artigo 840, §1 da CLT, respeitosamente propor

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

em face da ZZZ CONFECÇÕES LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob
o CNPJ X, com sede na rua X, n. X, bairro X, na Cidade de X, Estado X, pelos motivos
de fato e de direito a seguir expostos:

I - DOS FATOS
O Reclamante foi contratada em 10/06/2021, e posteriormente demitida sem
justa causa em 10/08/2023. Durante o pacto laboral, trabalhou na função de operador
de empilhadeira para o Reclamado. Percebia um salário de R$ 1.800,00 por mês,
com jornada contratual das 08:00h às 17:00h de segunda a sexta, entretanto
trabalhava efetivamente das 08:00h às 18:00h.
Ocorre que não recebia o valor referente a 1 (uma) hora extra trabalhada
diariamente.
Além disso, o Reclamante trabalhava dentro do galpão de estoque da
empresa, ao lado da linha de produção, em ambiente com ruído de 86 dB (A), sem o
recebimento de EPIs.
Sendo assim, propor a presente reclamação trabalhista é o meio necessário
para a Reclamante pleitear o que lhe é de direito.

II - DA JUSTIÇA GRATUITA
A Reclamante não tem como suportar os ônus do processo sem prejuízo do
próprio sustento familiar, conforme inclusas declarações de hipossuficiência e
comprovante de rendimentos (Doc. 00X), razão pela qual requer que se digne Vossa
Excelência a Justiça Gratuita, em conformidade com o artigo 790, § 3º e §4º da CLT.
III - DO DIREITO
Em fase dos dados previamente expostos, é certo que de segunda a sexta-
feira não foi observado o disposto no artigo 59 da CLT:

“Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de


horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual,
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.”

Neste sentido, há incidência do estabelecido no § 1º e § 2º do referido artigo:

“§ 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50%


(cinquenta por cento) superior à da hora normal.”

“§ 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por


força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas
em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro
dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à
soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja
ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.”

O Reclamado, contudo, jamais efetuou o pagamento das horas extras devidas,


nesse sentido, a previsão jurisprudencial do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª
Região:

HORAS EXTRAS. ÔNUS DA PROVA. Compete ao autor da


ação, por se tratar de fato constitutivo do direito pretendido, o ônus de
comprovar a prestação de horas extras inadimplidas (arts. 818, I, da
CLT e 373, I, do CPC).<br/><br/>(TRT da 12ª Região; Processo:
0000839-33.2022.5.12.0054; Data de assinatura: 26-03-2024; Órgão
Julgador: Gab. Des.a. Mari Eleda Migliorini - 5ª Turma; Relator(a):
MARI ELEDA MIGLIORINI)

Assim, requer seja o reclamado condenado ao pagamento da hora extra


correspondente a 1 (uma) hora diária, calculada com acréscimo de 50% (cinquenta
por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, de segunda a
sexta-feira, ao longo de todo o contrato de trabalho, conforme § 1º do artigo 59 da
CLT.
Além disso, vale ressaltar que a reclamante não recebeu o devido adicional de
insalubridade conforme estabelecido pelo Art. 192 da CLT:
“Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres,
acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do
Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%
(quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do
salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo,
médio e mínimo.”

Neste sentido a previsão jurisprudencial do Tribunal Regional do Trabalho da


12ª Região:

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. JULGAMENTO DO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO ARE Nº 664.335. TEMA Nº 555
DE REPERCUSSÃO GERAL. EXPOSIÇÃO AO AGENTE RUÍDO.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL QUE NÃO
NEUTRALIZA OS EFEITOS, MAS APENAS ATENUA. ADICIONAL
DEVIDO EM GRAU MÉDIO.O Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do ARE nº 664.335, decidiu, especificamente quanto ao
agente nocivo ruído, que a exposição a níveis superiores ao limite
máximo de tolerância, independentemente do uso e eficácia do EPI
(que apenas atenuam e não neutralizam os efeitos), detém
potencialidade para causar danos ao organismo não restritos apenas à
perda/redução da capacidade auditiva. Assim, a exposição a nível de
ruído superior ao limite de tolerância, apesar do uso de protetores
auriculares, gera o dever de pagamento do adicional de insalubridade
em grau médio de 20% (vinte por cento), na conformidade do art. 192
da CLT e da tabela que consta na parte final da Norma
Regulamentadora (NR) 15, aprovada pela Portaria MTb n. 3.214, de
1978, por autorização dos arts. 155 e 200 da CLT. <br/><br/>(TRT da
12ª Região; Processo: 0000487-31.2022.5.12.0004; Data de
assinatura: 26-02-2024; Órgão Julgador: Gab. Des.a. Maria de Lourdes
Leiria - 1ª Turma; Relator(a): MARIA DE LOURDES LEIRIA)

Assim, requer seja o reclamado condenado ao pagamento do adicional por


insalubridade por risco de grau médio, no valor de 20% do salário-mínimo, conforme
artigo 192 da CLT.

III - DOS PEDIDOS


Diante o exposto requer-se:

a) A citação da reclamada para, querendo, comparecer à audiência e oferecer


resposta, sob pena de revelia na forma da lei;

b) Assim, requer seja o reclamado condenado ao pagamento da hora extra


correspondente a 1 (uma) hora diária, calculada com acréscimo de 50% (cinquenta
por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, de segunda a
sexta-feira, ao longo de todo o contrato de trabalho, conforme § 1º do artigo 59 da
CLT, no valor estimado de R$38.205,00;

c) Assim, requer seja o reclamado condenado ao pagamento do adicional por


insalubridade por risco de grau médio, no valor de 20% do salário-mínimo, conforme
artigo 192 da CLT, no valor estimado de R$7.342,40;

d) Sejam concedidos à reclamante os benefícios da justiça gratuita na forma §


3º e § 4º do artigo 790 da CLT, vez que se encontra desempregada e sem qualquer
fonte de renda;

e) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios no


importe de 15% (quinze por cento), conforme artigo 791-A da CLT.

f) A produção de provas por todos os meios permitidos em direito e cabíveis a


espécie, em especial documental, pela oitiva de testemunhas e pelo depoimento do
representante da reclamada, sob pena de confissão.

Valor estimado da Causa: R$45.547,40

Nestes termos, pede deferimento

Joinville/SC, 03 de abril de 2024

ADVOGADO X
OAB X

Você também pode gostar