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AÇÃO MONITÓRIA

O procedimento da ação monitória é contemplado pelos art. 700 a


702, inseridos no Capítulo XI do Novo Código de Processo Civil.

O que é ação monitória?

A ação monitória é um procedimento especial de cobrança previsto


nos art. 700 a 702 do Novo CPC. Essa ação faz com que um credor
de um bem ou quantia de dinheiro possa cobrar a dívida de uma
forma mais célebre. Ou seja, sem que precise aguardar todo o
trâmite processual do processo de conhecimento.

Assim, o procedimento monitório foi pensado como alternativa para


uma mais célere prestação jurisdicional.

Em relação ao funcionamento da ação monitória, se o direito do


autor for evidente, o juiz deferirá a expedição de um mandado de
pagamento, entrega ou execução de uma obrigação, concedendo ao
réu um prazo de 15 dias para o cumprimento.

Caso o réu não realize o pagamento ou apresente embargos,


constitui-se um título executivo judicial. O réu pode contestar a ação,
apresentando embargos no prazo estipulado. Agora, se os
embargos forem rejeitados, o processo prossegue e o título
executivo é estabelecido. As partes podem ser penalizadas com
multas caso ajam de má-fé durante o processo.

Quando a ação monitória é cabível?

A ação monitória é cabível de utilização:

▪ por quem detém prova escrita, mas sem eficácia executiva,


para exigir do devedor o pagamento de quantia em dinheiro;
▪ a entrega de coisa fungível ou infungível;
▪ a entrega de bem móvel ou imóvel;
▪ e até mesmo o adimplemento de obrigação de fazer ou de não
fazer.
Qual o objetivo da ação?

O objetivo da ação monitória é permitir ao credor acesso mais rápido


à execução forçada.

Portanto, a petição inicial, a teor do que dispõe o art. 700, I, II e III,


além de instruída da prova literal escrita, deverá ser acompanhada
da descrição dos fatos que deram origem à dívida, da descrição do
valor devido, da memória de cálculo e do valor atualizado do débito.

Quais as vantagens da ação monitória?

Pode-se dizer que a principal vantagem da ação monitória é o


seu procedimento encurtado. O legislador infraconstitucional
concebe o procedimento monitório como técnica destinada a
propiciar a aceleração da realização dos direitos, tornando-se
instrumento capaz de minorar o custo inerente ao prolongamento do
procedimento comum.

Segundo a doutrina de Luiz Guilherme Marinoni, o encurtamento do


procedimento monitório tem respaldo no direito que se faz
evidenciado mediante a prova escrita.

Logo, o trâmite é abreviado através da inversão do ônus de instaurar


a lide a respeito da existência ou não do direito, que certamente
desestimula as defesas infundadas ou protelatórias.

Assim, a partir da propositura da ação, com a devida instrução da


peça exordial e evidenciando o direito do autor, o juiz, convencido
sumariamente do direito, deve determinar a expedição do mandado
monitório e ordenar o pagamento ou a entrega da coisa.

Prazos da ação monitória

É importante também destacar que o mandado monitório é expedido


pelo magistrado antes mesmo de ocorrer a citação do réu. Assim,
aplica-se o prazo de 15 dias úteis, conforme o art. 701 do Novo CPC:
Como funciona a ação monitória no Novo CPC?

A ação monitória, quando da vigência do CPC de 1973, era tratada


nos artigos 1.102-A, 1.102-B e 1.102-C, que foram acrescentados
ao códex processual pela Lei 9.079/95, escrita exclusivamente para
acrescentar o instituto ao antigo CPC.

Como dito anteriormente, apesar de composto por apenas 3 artigos,


o Capítulo XI do Novo Código de Processo Civil, responsável por
disciplinar a matéria da ação monitória, foi acrescido de diversos
incisos e parágrafos, que certamente melhoraram a redação acerca
do tema.

Ação monitória documental

Uma das novidades trazidas pelo Novo CPC foi a ação monitória
documental, que tem origem no Direito Italiano. Esta espécie de
monitória se respalda em prova escrita documentada, com fulcro no
art. 700, §1º, CPC/15

Embargos à ação monitória no Novo CPC

Inicialmente, é necessário esclarecer que há um sério debate na


doutrina acerca da natureza jurídica dos embargos ao mandado
monitório, previsto no art. 702 do Novo CPC. Repara-se que o nome
atribuído pelo legislador a essa espécie de defesa em nada contribui
para a solução do impasse.

Parece correta a posição majoritária da doutrina, aqui refletida em


Daniel Amorim, que corrobora com o entendimento de que os
embargos ao mandado monitório têm natureza jurídica de ação,
e não de contestação, como é pensado por boa parte dos
aplicadores do direito.

Trata-se, portanto, de ação incidental. Os embargos monitórios


exigem a apresentação de uma petição inicial, nos termos dos art.
319 e 320 do Novo CPC, seguindo-se o procedimento comum, já
que a cognição adiante será plena, possibilitando a alegação de
qualquer matéria de defesa.
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

A ação de consignação em pagamento é uma ação proposta pelo


devedor contra o credor, quando este recusar-se a receber o valor
de dívida ou exigir ou devedor valor superior ao entendido devido
por este, além de outras hipóteses admitidas na legislação.

Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial


ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma
legais.

MOTIVOS

A consignação tem lugar:

I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o


pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo
e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado
ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o
objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
O artigo 164 do Código Tributário Nacional (CTN) permite que a
importância do crédito seja consignada judicialmente pelo
contribuinte nos casos de “recusa do recebimento, ou subordinação
deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao
cumprimento de obrigação acessória”.

REQUISITOS

Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister


concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos
os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto
que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos,
salvo se for julgado improcedente.
LEVANTAMENTO DO VALOR DO DEPÓSITO

Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o


impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as
respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as
conseqüências de direito.

Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo,


embora o credor consinta, senão de acordo com os outros
devedores e fiadores.

EFEITOS AO CREDOR

O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito,


aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que
lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo
desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.

IMÓVEL OU BEM

Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue
no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir
ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.

Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele


citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser
depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo
devedor, proceder-se-á como determinado no parágrafo anterior.

DESPESAS

As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão


à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.

EXONERAÇÃO

O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante


consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores,
tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
CONSIGNAÇÃO RECÍPROCA

Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se


pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a
consignação.
Bases: artigos 334 a 345 do Código Civil e os citados no texto.

EXECUÇÃO DE ALIMENTOS

O que é execução de alimentos?

Normalmente quando se fala em execução para alguém não tão


familiarizado com o assunto, por vezes pode assustar. Isso porque
se vê por outro sentido no termo. No entanto, a execução de
alimentos é algo bem diferente.

Nas novas formas de família e com a possibilidade do divórcio, é


comum ver pais não cumprirem com seu dever de contribuir com as
despesas dos filhos. Dessa forma, é preciso propor uma ação no
judiciário para que os valores dos alimentos sejam pagos. E
assim é criada a execução de alimentos.

Saiba mais sobre divórcio litigioso aqui no Portal da Aurum.


Quem é o exequente na execução de alimentos?

O exequente é o filho menor ou ex esposo (a) que tenha um título


executivo de alimentos a seu favor e proponha ação de execução
de alimentos quando o devedor não esteja cumprindo com a
obrigação de pagamento corretamente, conforme determinado no
título.

Execução de alimentos no Novo CPC: o que mudou?


A seguir, você confere as principais mudanças da execução de
alimentos no Novo CPC.
Cumprimento da sentença

O CPC/1973 previa a execução de alimentos somente dentro do livro


das execuções, arts. 732 a 735. Uma mudança significativa da
execução de alimentos no novo Código de Processo Civil é
a divisão do cumprimento de sentença.

Agora, é reconhecida a exigibilidade de obrigação de prestar


alimentos, previsto nos artigos 528 ao 533. Além disso, o Novo CPC
prevê sobre a execução de alimentos em outra parte, contida
nos artigos 911 a 913.

O Manual de Processo Civil traz um breve histórico de como essa


situação é delicada e divide opiniões da doutrina:

A possibilidade de executar sentença condenatória ao pagamento


de alimentos por via da fase procedimental do cumprimento de
sentença diante das previsões do CPC/1973 dividia a doutrina.
Havia doutrinadores que defendiam a manutenção do processo
autônomo de execução, outros que entendiam pela aplicação do
cumprimento de sentença e ainda uma terceira corrente que
defendia a aplicação do processo de execução, quando o exequente
optasse pelo art. 733 do CPC/1973, e cumprimento de sentença,
quando preferisse se valer do art. 732 do mesmo diploma legal.”

Sanções ao devedor

Outra novidade é em relação a execução de alimentos baseada


em título executivo extrajudicial. O Novo CPC prevê que o
devedor será intimado pessoalmente para pagar o débito em 3 (três)
dias, para provar que o fez ou para justificar a impossibilidade de
efetuar. No CPC/73, o devedor deveria ser citado para pagar o
débito.

Além disso, o antigo código não previa qual o regime de prisão o


executado deveria cumprir. Já o CPC/2015 cuidou em ser explícito
que deve ser o regime fechado, conforme previsto no §4º do art. 528:
§ 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso
ficar separado dos presos comuns.”

Essa é uma importante medida, afinal esta é uma prisão civil.


Assim, o executado não corre o risco de lesão a outros bens
jurídicos, pois não está junto com outros presos de grau de
periculosidades diferentes.

Vale ressaltar que mesmo com a prisão o devedor deverá pagar


o débito, qual seja. A prisão não o exime da prestação alimentar.

Além disso, como meio de dar maior efetividade à execução de


alimentos no Novo CPC, a nova norma prevê a possibilidade de
protestar a sentença que fixe alimentos. Com isso, o devedor
pode ser inserido nos órgãos de proteção ao crédito (SPC e
SERASA).

Cobrança dos valores

O CPC/15 inovou também ao prever que os valores vencidos do


executado poderão ser cobrados em forma de penhora no
salário. A condição para isso é que ele possua um emprego com
carteira anotada, ou seja servidor público, militar. O valor descontado
não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do valor dos seus
ganhos líquidos.

Confira o artigo 529 na íntegra:

Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor


ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do
trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de
pagamento da importância da prestação alimentícia.

§ 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou


ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência,
o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado,
a contar do protocolo do ofício.
§ 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a
ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na
qual deve ser feito o depósito.

§ 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito


objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas
do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo,
contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta
por cento de seus ganhos líquidos.”

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