Obra: Direito das Obrigações Edição: 7ª Edição Volume: Vol. II Editora: Almedina Local: Coimbra Ano: 2010 Página: 285 à 290 Conclusão: 1. A acção de cumprimento e a execução, onde, qualquer credor tem, em caso de não realização da prestação, uma garantia judiciária da obrigação, consistente na possibilidade de exigir judicialmente o seu cumprimento e de executar o património do devedor. Esta exigência judicial de cumprimento efectua-se normalmente através da acção de condenação onde, com base no pressuposto ou previsão da violação do direito, se exige a prestação de uma coisa ou de um facto. Caso a condenação do devedor ao cumprimento não seja por este observada, a realização efectiva do direito do credor exige a instauração de uma acção executiva. Um dos títulos executivos é precisamente a sentença obrigatória, funcionando assim a decisão proferida na acção de condenação como permissão ao credor para executar o património dentro dos limites em que este foi condenado. São assim igualmente títulos executivos, os documentos exarados ou autenticados pelo notário que importem constituição ou reconhecimento de qualquer obrigação; Os documentos particulares, assinados pelo devedor, que importem constituição ou reconhecimento de obrigações pecuniárias, cujo montante seja determinado ou determinável por simples cálculo aritmético; Os documentos a que por disposição especial seja reconhecida força executiva. A acção executiva pode ter três fins distintos: O pagamento de quantia certa, onde o credor exige a prestação de uma quantia em dinheiro . A entrega de coisa certa, onde o credor exige uma coisa determinada. A prestação de facto, onde exige que o devedor pratique um facto, positivo ou negativo. 1. A execução específica das obrigações, onde abrange os casos da entrega da coisa determinada, onde prevê que o credor pode requerer, em tribunal, que a entrega lhe seja feita, aplicando-se o processo de execução para entrega de coisa certa; Da prestação de facto positivo fungível, onde a obrigação consiste na prestação de facto fungível, onde o credor pode requerer que o facto seja prestado por outrem à custa do devedor; Da não realização de determinada obra, onde permite ao credor, em caso de incumprimento, requerer em tribunal a sua demolição, mas essa faculdade compreensívelmente cessa se os prejuízos causados pela demolição para o devedor forem consideravelmente superiores ao prejuízo sofrido pelo credor, havendo lugar para a indemnização; E da obrigação de contratar que permite ao credor requerer em tribunal a emissão de uma sentença que produza os efeitos de contrato que o devedor se obrigara a celebrar. 2. A sanção pecuniária compulsória, onde nos casos em que a lei admite ainda a possibilidade de coagir o devedor ao cumprimento, através da denominação sanção pecuniária compulsória. A sanção pecuniária será fixada segundo critérios de razoabilidade, sem prejuízos de indemnização a que houver lugar. Os benefícios da sanção pecuniária compulsória são o credor e o Estado, em partes iguais, a solução que aparece justificada pelo facto de ela tutelar não apenas o interesse particular de compelir à satisfação do crédito, mas também o interesse colectivo de as obrigações serem regularmente cumpridas.