1) O documento trata de um recurso de agravo de instrumento relacionado a uma execução de prestação alimentícia.
2) O juiz determinou o reajuste anual dos alimentos com base no INPC, diferente do índice pactuado originalmente.
3) O recorrente alega que o título executivo não possui todos os requisitos legais necessários, devendo ser extinta a ação executiva sem julgamento do mérito.
1) O documento trata de um recurso de agravo de instrumento relacionado a uma execução de prestação alimentícia.
2) O juiz determinou o reajuste anual dos alimentos com base no INPC, diferente do índice pactuado originalmente.
3) O recorrente alega que o título executivo não possui todos os requisitos legais necessários, devendo ser extinta a ação executiva sem julgamento do mérito.
1) O documento trata de um recurso de agravo de instrumento relacionado a uma execução de prestação alimentícia.
2) O juiz determinou o reajuste anual dos alimentos com base no INPC, diferente do índice pactuado originalmente.
3) O recorrente alega que o título executivo não possui todos os requisitos legais necessários, devendo ser extinta a ação executiva sem julgamento do mérito.
Razões de recurso de agravo de instrumento (Execução de prestação
alimentícia)
RAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
PROCESSO N.: ............... AGRAVANTE(S): ............... AGRAVADO(S): ...............
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA CÂMARA ÍNCLITOS DESEMBARGADORES DOUTO PROCURADOR DE JUSTIÇA
DOS FATOS e DOS DIREITOS
Trata-se o caso em tela do inconformismo da recorrente com a decisão
explanada nos autos de ação de execução de prestação alimentícia n. ..............., fls. ..... .
Dessa forma, o juiz monocrático determinou que os alimentos fixados
fossem reajustados anualmente baseados na variação do INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, conforme documento em anexo.
Assim, o fato primordial em relação ao presente caso surge quanto à aplicação
de índice de correção diferente do pactuado, pois não é possível ocorrer em sede de demanda expropriatória.
Observa-se que, o título executivo em tela não possui todos os requisitos
legais exigidos, sendo assim, a ação executiva não deverá ter êxito, e consequentemente diante de tal ausência de pressuposto de constituição válida e regular do processo, deverá ser extinto o processo sem resolução do mérito.
É cediço que, surge nesse recurso em questão a ausência de pressupostos
de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, baseado no artigo 267, inciso VI do Código de Processo Civil (corresponde ao artigo 482, inciso VI, do novo CPC), devendo assim, ser declarada o fim da execução de prestação alimentícia n. ............... .
Na nobre decisão do desembargador do TJSC, Luiz Fernando Boller,
agravo de instrumento, n. 2011.015253-0, decide que:
“Em princípio, convém destacar que E. J. M. ajuizou a Execução de
Prestação Alimentícia n. 054.09.012342-9, contra seu genitor, ora agravante, argumentando que desde o acordo celebrado em agosto de 2006, V. M. tem efetuado o pagamento da pensão alimentícia conforme o valor historicamente fixado de R$ 1.000,00 (hum mil reais), sem, no entanto, observar a respectiva atualização conforme a correção do salário mínimo vigente, que teve um reajuste acumulado de aproximadamente 32,85% (trinta e dois vírgula oitenta e cinco por cento), razão porque pugnou que fosse o alimentante compelido a quitar R$ 4.628,15 (quatro mil, seiscentos e vinte e oito reais e quinze centavos), a título de correção monetária incidente no período compreendido entre maio de 2007 e junho de 2009 (fls. 02/04 - Anexo 01). Em contrapartida, o insurgente afirmou que não há que se falar em inadimplemento, visto que teria pontualmente cumprido a obrigação alimentar instituída em benefício do exequente, ressaltando, de outra banda, que no acordo firmado com a genitora deste, restou consignada apenas a possibilidade de reajuste do valor da pensão, o que jamais teria sido exigido pelo alimentando. Diante disso, o magistrado singular decidiu no sentido de que se o alimentante não recebe sua remuneração com base no salário mínimo - conforme o caso sub examen - este não deve ser o indexador da verba alimentícia, termos em que, objetivando dirimir a controvérsia havida entre as partes, determinou que sobre o valor da pensão fixada em 2006, deve “haver a recomposição da moeda, de modo a incidir o reajuste anual, pelos índices do INPC-IBGE” (fls. 20/21), solução jurídica que, a meu sentir, não se revela acertada. Isto porque a ‘execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível’, consoante se afere do disposto no art. 586 do Código de Processo Civil (corresponde ao artigo 781, do novo CPC). Aliás, neste tocante, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery avultam que “o título que autoriza a execução é aquele que, prima facie, evidencia certeza, liquidez e exigibilidade da prestação a que o devedor se obrigou, que permite que o credor lance mão de pronta e eficaz medida para seu cumprimento” (Código de Processo Civil comentado e legislação extravagante. 10. ed. rev. amp. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 995). Todavia, no caso sub judice não constato a presença dos requisitos indispensáveis à caracterização do título exequendo, visto que, nos termos do pactuado pelos genitores do alimentando, restou consignado que a pensão mensal de R$ 1.000,00 (hum mil reais) em sendo reajustada, o seria pelo índice de correção do salário mínimo (fl. 09 da Execução de Prestação Alimentícia n. 054.09.012342-9 - Anexo 01). Ao efetivar a interpretação literal do referido ajuste, conclui-se que não está prevista a incidência de indexador oficial de correção monetária, circunstância que inviabiliza a pretensão executória tal como delimitada na origem, já que ausentes os requisitos de exigibilidade em relação ao respectivo título. Forçoso reconhecer, de outra banda, que resta incontroversa a quitação da prestação alimentícia segundo o valor historicamente estabelecido, de modo que eventual discussão, quando muito, deveria se cingir aos termos do critério de correção eleito pelos genitores, admitida a propositura de demanda revisional para eventual definição de índice diverso de recomposição do poder de compra da moeda. Destarte, entendo que a execução deve ser extinta na forma do art. 267, inc. IV, da Lei n. 5.869/1973, visto que ausentes os pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, conforme entendimento consolidado por este Sodalício: Não estando o juiz diante de título executivo com todos os requisitos legais, não pode permitir que a ação executiva prospere, devendo declarar, a qualquer tempo e grau de jurisdição, de ofício ou a requerimento, a ausência de pressuposto de constituição válida e regular do processo, extinguindo-o com fundamento no artigo 267, IV, do Código de Processo Civil (corresponde ao artigo 482, inciso IV, do novo CPC) (Apelação cível n. 2000.010186-9, de Blumenau, Relator: Des. Luiz Carlos Freyesleben, j. 13/11/2003). Gize-se, por derradeiro, que ao contrário do consignado nas informações de fls. 46/49, a controvérsia não se restringe à época em que deveria se efetivar o reajustamento da pensão, mas, sim, à aplicação de índice de correção distinto do pactuado, o que não se mostra possível em sede de demanda expropriatória. Ante o exposto, voto no sentido de se conhecer e dar provimento ao presente agravo de instrumento para, acolhendo a preliminar de ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, com fulcro art. 267, inc. VI, do Código de Processo Civil (corresponde ao artigo 482, inciso VI, do novo CPC), declarar extinta a Execução de Prestação Alimentícia n. 054.09.012342-9, condenando o exequente/agravado ao pagamento das custas processuais e de honorários advocatícios, estes no equivalente a 20% (vinte por cento) do quantum exequendo (art. 20, §§ 3º e 4º, do aludido codex instrumentalis), cuja exigibilidade é suspensa por ser o recorrido beneficiário da justiça gratuita (art. 12 da Lei n. 1.060/50).”
Vejamos as seguintes jurisprudências do TJSC, favoráveis ao caso em tela:
“Ementa: Agravo de instrumento. Execução de prestação alimentícia.
Obrigatoriedade de correção monetária do respectivo valor não consignada no título exequendo. Alegada inobservância, pelo devedor, da atualização do quantum segundo a variação do salário mínimo vigente. Decisão que determina que os alimentos devidos sejam reajustados anualmente de acordo com a variação do INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Impossibilidade de definição de critério diverso através da demanda expropriatória - inadequação do procedimento eleito pelo alimentando. Pretensão que deverá ser deduzida em ação de conhecimento, através da qual será possível instituir o dever de o alimentante perfectibilizar a atualização monetária da respectiva verba. Ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo. Extinção da execução. Medida que se impõe. Inteligência do art. 267, inc. IV, do CPC (corresponde ao artigo 482 inciso IV, do novo CPC). Condenação do exequente/agravado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 20% (vinte por cento) do valor exigido. Recurso conhecido e provido.” (TJSC - Agravo de Instrumento n. 2010.042391-7, de Rio do Sul. Relator: Des. Luiz Fernando Boller. Data: 18/01/2012). “Ementa: Processo civil. Família. Execução de prestação alimentícia. Título judicial derivado de liminar em cautelar de separação de corpos e alimentos provisionais. Verba fixada com omissão do critério de reajuste. Execução da diferença entre o valor pago e o que a alimentanda entende devido. Incidência de índice de correção monetária sobre as prestações pagas. Falta de estipulação de parâmetro correcionais ou de reajuste no título. Iliquidez, incerteza e inexigibilidade do crédito. Plano de saúde. Inadimplemento da obrigação. Pagamento devido de maio de 2007 a agosto de 2009, porque prescritas as mensalidades anteriores (CC/2002, art. 206, § 2º). Recurso parcialmente provido, apenas para determinar o pagamento à exequente dos valores das mensalidades do plano de saúde dos meses de maio de 2007 a agosto de 2009. À falta de previsão para a correção monetária sobre alimentos na decisão que os estipulou, descabe discuti-la em sede de execução.” (TJSC - Apelação Cível n. 2010.038908-6, de Joinville, Relator: Des. Luiz Carlos Freyesleben. Data: 11/01/2011).
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer o provimento do presente recurso, para declarar
extinta a execução de prestação alimentícia n. ..............., pelo motivo da preliminar de ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, baseado no artigo 267, inciso VI do Código de Processo Civil (corresponde ao artigo 482, inciso VI, do novo CPC), e condenando o exequente/agravado ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios no valor de R$ ............... (valor por extenso), nos termos da legislação em vigor.
Nestes termos, Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
............................................. Advogado(a) OAB/..... - n. ...............