Você está na página 1de 2

Modelo de Ação de cobrança - reconvenção

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da .... Vara Cível da Comarca de ...., Estado de...
(Deixar 12 espaços para despacho)
Processo nº ....
BANCO GREGO S/A, qualificado nos autos da AÇÃO DE COBRANÇA que move em
face de CAIO SEPTIMO, em atenção ao contido na NE .... (fls. ....) vem, com respeito e
acatamento de estilo à presença de Vossa Excelência, apresentar, em RÉPLICA, acerca da
Contestação da Requerida, nos termos que seguem:
DOS FATOS
Conforme se denota de folhas, o Requerido confessou que realizou a contratação, deixando
tão somente de dispor a data correta do ajuste.
Pleiteou pela revisão do contrato objeto da ação, acostado as folhas.., que foi firmado na
data de .... Contudo, deixou de juntar demonstrativo de calculo que entende ser devido, que
demonstrasse a onerosidade que aduz sofrer.
Assim, deixou o Requerido de trazer aos autos em sua contestação, objetivamente,
necessária contrariedade atinente aos cálculos que seguem acostados a inicial, o que conforme
dispõe o art. 341 NCPC (artigo 302 do CPC de 1973), faz com o débito seja considerado
correto.
DO DIREITO
O pedido levado a efeito pelo Autor não assiste razão, ou seja, o ordenamento jurídico não
comporta o pedido de revisão contratual, senão vejamos!
Necessidade de reconvenção para análise do pedido revisional
Inicialmente, cabe aqui dispor acerca da inviabilidade processual acerca dos encargos
contratuais.
Sendo certo que a ação tramita em rito ordinário, não seguindo procedimento dúplice
(como as ações possessórias de “força nova”), procedimento sumário, rito da Lei nº 9.099/95,
tampouco procedimento de execução, cabe ao Requerido trazer qualquer pedido a seu favor
somente por meio de reconvenção, conforme dispõe o artigo 343 NCPC.
Contudo, caso esse não seja o entendimento de Vossa Excelência, desde já, o Autor se
manifesta no sentido de que não há fundamento legal para o pedido de revisão contratual,
impugnando-o inteiramente.
Juros
O Requerido pleiteia revisão contratual, embasando-se em meras alegações de que é alvo
de onerosidade excessiva.
Vejamos a jurisprudência.
....
Por todo o exposto, razão não assiste a alteração das taxas contratualmente ajustadas.
Capitalização
Tratando-se de contratos de abertura de crédito, não se observa capitalização de juros, vez
que diferem dos contratos de crédito fixo, e possuem cobrança de juros somente por período do
limite utilizado, o que pode ser apenas de dias e não de um mês.
Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos casos que envolvem relação de
consumo, tais como o caso objeto deste recurso.
É permitida a revisão das cláusulas contratuais pactuadas, ante o fato de que o princípio do
pacta sunt servanda, há muito vêm sofrendo mitigações, mormente diante dos princípios da
boa-fé objetiva, da função social dos contratos e do dirigismo contratual.
É possível revisar os contratos firmados com a instituição financeira, desde a origem, para
afastar eventuais ilegalidades, independentemente de quitação ou novação, a teor do enunciado
sumular nº 286/STJ.
A alegação da parte de que inexistiria direito adquirido em virtude de ato jurídico perfeito
esbarram na esfera de análise desta Corte, uma vez que “consoante iterativa jurisprudência
desta Corte Superior de Justiça, questões afetas ao ato jurídico perfeito possuem índole
constitucional, mesmo que deduzidas mediante suposta ofensa a preceito infraconstitucional,
não havendo como conhecer da matéria em sede de recurso especial”. (Resp 1006668/RS,
Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ CONVOCADO DO TRF 1ª
REGIÃO), DJ de 25/4/2008). [...]
O Tribunal local afastou a capitalização mensal de juros com base na inconstitucionalidade
da MP nº 2.170-63. Quanto a esta questão, usualmente debatida nos recursos especiais que
versam sobre a capitalização de juros, encontra-se assente nesta Corte o entendimento de que o
recurso especial não constitui via adequada para o exame de temas constitucionais, sob pena de
caracterizar usurpação da competência do STF.
Não cabe a apreciação de tal pedido, até porque os pagamentos realizados pelo Requerido,
o foram voluntariamente, não configurando qualquer prova de erro, de acordo com o artigo 877
do CC.
DOS REQUERIMENTOS
EX POSITIS ET IPSO FACTI, requer o prosseguimento do feito, ficando afastados todos
os pedidos feitos em contestação, a falta de apresentação de reconvenção, reiterando-se, no
mais, o quanto pedido na inicial.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Local e data. (a) Advogado.

Você também pode gostar