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Embargos declaração viola os princípios da anterioridade da

indelegabilidade de competência tributária

Embargos declaração viola os princípios da anterioridade (art. 150, iii, b, cf/88), da


indelegabilidade de competência tributária (art. 48, i e 150, i da cf/88)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _______ - ESTADO DO


___.

AUTOS N.º ___ .

______, devidamente qualificado, por seu procurador e advogado que a presente


subscreve, vem, respeitosamente, nos autos de AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS
supra, que promove em face de ___________, com fundamento no artigo 535,
inciso II, do Código de Processo Civil, interpor os presentes

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

à r. sentença de fls. 161/164, consoante razões de fato e de direito à seguir


aduzidas:

1. Consoante infere-se dos presentes autos, vislumbrando tratar-se de relação de


consumo, esse d. juízo entendeu por bem acolher a preliminar de prescrição
aventada pela adversa (art. 27, CDC).

Em decorrência, nos termos do artigo desse d. juízo


inNa r. sentença ora embargada, houve decisão pela improcedência do pedido,
extinguindo-se o feito com julgamento do mérito, nos termos do artigo 267, inciso
I, da Lei Adjetiva.

Consoante infere-se dos presentes autos, acolhendo preliminar aventada pela


adversa - prescrição (art. 27, CDC) -, nos termos do artigo desse d. juízo
O decisum, ainda condenou a Embargante ao pagamento dos Honorários
advocatícios, fixados em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), devendo ser corrigido pelo
INPC até a data do efetivo pagamento.

2. Destarte, tem-se que a r. sentença silenciou sobre pontos relevantes do recurso,


motivando se interponham os presentes embargos, inclusive para fins de
prequestionamento dos temas, qual se comete como ônus da parte.

3. Inicialmente, o julgado revela-se omisso no que tange ao fato de que a aplicação


da Taxa Selic, ao caso concreto, é inconstitucional, posto que, ao ser aplicada em
matéria tributária, viola os princípios da anterioridade (art. 150, III, b, CF/88), da
indelegabilidade de competência tributária (art. 48, I e 150, I da CF/88) e da
segurança jurídica (análise sistemática dos inúmeros incisos do art. 5.º da CF/88),
além de violar crassamente o princípio da legalidade (art. 150, I, CF/88).

Por outro lado, omisso quanto ao fato de que de acordo com o artigo 161, do
Código Tributário Nacional, os créditos tributários recolhidos com atraso ou
inadimplidos estão sujeitos a juros de mora, e não juros remuneratórios como são
os juros representados pela Taxa SELIC, também, residindo aí a imperatividade da
substituição da taxa SELIC pelos juros de 1% a.m., previsto no inciso § 1º, do
artigo 161, do Código Tributário Nacional.
Verifica-se, ainda, omissão quanto a ofensa ao princípio da indelegabilidade da
competência tributária, estatuído nos artigos 48, inciso I e 150, inciso I da CF/88.
Isso porque: "No caso da exigência da Taxa SELIC, o Banco Central do Brasil é o
responsável pelo seu controle e divulgação. No entanto, esse órgão não possui
competência tributária. De outro lado, nenhuma das pessoas políticas competentes
para a instituição e/ou majoração de tributos está legislando, de forma correta e
completa, sobre esse encargo financeiro. As leis editadas pelas pessoas políticas
dotadas de competência tributária limitam-se a impor a aplicação da Taxa SELIC.
Sob esse ponto de vista, nota-se que, na prática, está havendo delegação de
competência tributária ao Banco Central".

Não diferente, silenciou, o julgado, no tocante ao fato de que a lei supostamente


instituidora da SELIC, também é inconstitucional, por desatendimento ao princípio
da legalidade, estatuído no art. 5.º, II e 37 da Constituição Federal de 1988.

Assim, tem por precário o julgado, impondo o suprimento das omissões e


obscuridades.

4. Nesse passo, a esse título, diga-se que as omissões verificadas importam em


falta de exaustão da prestação jurisdicional, direito que se dá a nível constitucional,
e permanecendo, data venia, será causa de infrigência aos artigos 5°, incs. LIV e
LV e 93, IX, da CF/88, 458, II e III do CPC, sendo certo que a motivação do
decisum, como garantia da parte, apenas se dará se forem apreciadas e decididas
as questões relevantes submetidas no processo, especialmente em conta de que,
do modo como laconicamente tomada, serve como impedimento à parte de buscar
eventual recurso à Superior Instância.

5. PELO EXPOSTO, e pelo que será certamente suprido no notório saber de Vossa
Excelência, requer-se o recebimento, conhecimento e provimento dos presentes
embargos, para o fim de serem supridas amplamente as omissões apontadas,
declarando-se e decidindo-se expressamente a matéria objeto do recurso, inclusive
com vistas ao seu prequestionamento, para os fins de direito.

Nestes termos,
Pede deferimento.

_____, __ de ____de __.

____________
OAB/PR Nº _____

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