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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE XXXXXXXX


RODRIGO, já qualificado nos autos do Processo em epígrafe, nã o se conformando,
data maxima venia, com a r. decisã o de fls.XX, que inadmitiu o Recurso Especial,
vem, por seu advogado que o presente subscreve, respeitosa e tempestivamente,
perante Vossa Excelência, interpor o presente:

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL

Em face de decisã o de fls. XXXXX, que negou segmento ao Recurso Especial pelos
seguintes fundamentos no artigos Art. 1.042, § 2º do Có digo de Processo Civil e
253 do regimento Interno do E. STJ e 892 do Regimento Interno dessa N. Corte,
pelas razõ es de fato e direito a seguir aduzidas.
Outrossim, requer seu regular recebimento e processamento para posterior
remessa dos autos ao A. Superior Tribunal de Justiça.
Finalmente, requer a juntada da có pia integral do Processo nº XXXXXXXXX, eis que
necessá ria à instruçã o do presente recurso, declarada autêntica pelo seu patrono.
Nesses termos pede e espera deferimento.
LOCAL E DATA
NOME DO ADVOGADO
ASSINADO DIGITALMENTE
OAB/XX XXXXXX
Tribunal “a quo”: E. Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.
Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
I – DO RECURSO ESPECIAL
Inobstante o conhecimento jurídico dos Ilustres integrantes da C. 4ª Câ mara de
Direito Pú blico do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Sã o Paulo, a Agravante,
inconformada com o v. acó rdã o de fls., interpô s Recurso Especial, com fulcro nas
alíneas a, b e c do inciso III do artigo 105 da Constituiçã o Federal, onde logrou
demonstrar os motivos pelos quais nã o merece prevalecer o v. acó rdã o prolatado
pelo E. Tribunal de Justiça.
Todavia, o Exmo. Desembargador Presidente da Seçã o de Direito Pú blico do E.
Tribunal de Justiça de Pernambuco decidiu nã o admitir o Recurso Especial,
entendendo, em síntese, que:
“(...), os argumentos expendidos não são suficientes para infirmar a conclusão do v.
aresto combatido que contém fundamentação adequada para lhe dar respaldo.
Tampouco restou evidenciado qualquer maltrato a normas legais ou divergência
jurisprudencial, não sendo atendida qualquer das hipóteses das alíneas a, b e c do
permissivo constitucional.”
Com a devida vênia, em que pese os argumentos expostos na r. decisã o
monocrá tica acima descrita, a mesma nã o merece prosperar, devendo o Recurso
Especial ser conhecido para julgamento perante este A. Superior Tribunal de
Justiça.
II - DOS FATOS
RODRIGO, comerciante e cidadã o de XXXXX, no estado de XXXXXX, ficou
inconformado com uma decisã o do Prefeito de sua cidade, GUSTAVO, o qual, por
meio do Decreto Municipal nº 01/2019, transferiu a cobrança do serviço de
estacionamento em locais pú blicos, denominado “Zona Azul”, sem a devida
licitaçã o (modalidade imposta aos entes pú blicos para realizar a denominada
concessã o de serviços pú blicos), para uma associaçã o de comerciantes locais
(ACSC-XX), cujo Presidente, Sr. HENRIQUE, é seu amigo pessoal e principal
colaborador de sua campanha eleitoral.
RODRIGO procurou amparo em meios jurídicos, na qualidade de advogado, com a
finalidade de propor uma açã o para anular a transferência indevida do serviço
pú blico para essa associaçã o, em razã o do descumprimento de mandamentos
constitucionais que exigem a realizaçã o de licitaçã o para a concessã o de serviços
pú blicos e da imoralidade da medida de beneficiar os seus conhecidos.
Promovida a Açã o Popular, a qual foi julgada improcedente pelo juiz de primeiro
grau e, em sede de Apelaçã o, foi julgada procedente. Contudo, o Tribunal anulou o
Decreto nº 01/2019 como foi requerido, mas nada foi dito a respeito da devoluçã o
do dinheiro pago à associaçã o durante a época em que explorou ilegalmente o
serviço pú blico de “Zona Azul” no município.
Apó s ter opostos Embargos de Declaraçã o da decisã o do Tribunal de Justiça, os
desembargadores acolheram o recurso e complementaram a decisã o.
No entanto, eles julgaram ser impossível a devoluçã o dos valores recebidos
irregularmente pela associaçã o ré, em razã o de a Lei da Açã o Popular prever
apenas a anulaçã o do ato ilegal realizado, nã o a reparaçã o dos danos decorrentes
desse ato.
No Recurso Especial para o Superior Tribunal de Justiça pela nã o aplicaçã o da Lei
da Açã o Popular, em especial, do seu art. 11.
Entretanto, o Presidente do TJPE negou o seguimento do REsp sob o fundamento
de que “nego o seguimento do REsp pois a Lei federal apenas prevê a
desconstituiçã o do ato administrativo combatido pela Açã o Popular, nã o cabendo o
pedido de devoluçã o de dinheiro pú blico pelos serviços prestados, estando correta
a aplicaçã o da lei federal”
Foi de forma equivocada de aplicaçã o do art. 11, da Lei da Açã o Popular, que
ensejou a interposiçã o do Recurso Especial, vez que foi negado o pedido de
devoluçã o dos valores recebidos indevidamente em razã o da ilegal concessã o do
serviço de “Zona Azul” à Associaçã o de Comerciantes de Sã o Caetano, pelo Decreto
nº 01/2019, sem a realizaçã o de licitaçã o prévia.
II.I – DO CABIMENTO
Do Cabimento Pela Alínea a, b e c do Permissivo Constitucional
Primeiramente, cumpre esclarecer que, julgando o mérito do Recurso Especial, a r.
decisã o agravada entendeu que “os argumentos expendidos não são suficientes para
infirmar a conclusão do v. aresto combatido que contém fundamentação adequada
para lhe dar respaldo”.
Ocorre que, com a devida vênia, tal julgamento é relativo ao mérito recursal e
somente poderia ter sido analisado por esta C. Corte, sob pena de usurpaçã o de
competência da instâ ncia superior.
Com efeito, o juízo de admissibilidade realizado pelo Tribunal a quo deve limitar-se
à aná lise dos requisitos formais do Recurso, quais sejam: comprovaçã o de violaçã o
à lei federal, da divergência jurisprudencial, o cotejo analítico do dissídio
jurisprudencial, a tempestividade do Recurso, o recolhimento de custas, o
prequestionamento, dentre outros.
Ao adentrar ao mérito do Recurso, o E. Tribunal de Justiça de Sã o Paulo extrapolou
o â mbito do juízo de admissibilidade e impediu indevidamente o acesso da
Agravante à Superior Instâ ncia, em total desrespeito ao princípio constitucional da
ampla defesa previsto no artigo 5º, inciso LV, da CF.
Assim, o Recurso Especial, com a devida vênia, jamais poderia ter seu seguimento
negado, sob a alegaçã o de que o v. acó rdã o “contém fundamentação adequada para
lhe dar respaldo”.
Por outro lado, a afirmaçã o da r. decisã o agravada de que nã o haveria restado
“evidenciado qualquer maltrato a normas legais ou divergência jurisprudencial”,
também, nã o merece prevalecer. Veja-se.
A Constituiçã o Federal, em seu artigo 105, inciso III, prevê o cabimento do Recurso
Especial quando a decisã o recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar vá lido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretaçã o divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal.
O Recurso Especial, ora em debate, teve cabimento pela alínea a do permissivo
constitucional, uma vez que o v. acó rdã o de fls., ao rejeitar os Embargos de
Declaraçã o opostos pela ora Agravante, violou os artigos 165, 458 e 535, inciso II,
do Có digo de Processo Civil, bem como, ao entender que o contribuinte deve
sujeitar-se à s normas estaduais que disciplinam a matéria ora debatida, o v.
acó rdã o violou artigo 10 da Lei Complementar nº 87/96.
Primeiramente, frise-se que o v. acó rdã o de fls. nã o se manifestou expressamente
quanto à violaçã o do princípio da isonomia, e também quanto ao verdadeiro objeto
do mandamus, qual seja o respeito ao § 7º, do art. 150, da CF e ao artigo 10 da LC
87/96.
Em razã o dessa omissã o, a Agravante opô s Embargos de Declaraçã o, a fim de
viabilizar o indispensá vel prequestionamento autorizador do acesso a essa C.
Corte.
Entretanto, o Presidente do TJPE negou o seguimento do REsp sob o fundamento
de que “nego o seguimento do REsp pois a Lei federal apenas prevê a
desconstituiçã o do ato administrativo combatido pela Açã o Popular, nã o cabendo o
pedido de devoluçã o de dinheiro pú blico pelos serviços prestados, estando correta
a aplicaçã o da lei federal”
Foi de forma equivocada de aplicaçã o do art. 11, da Lei da Açã o Popular, que
ensejou a interposiçã o do Recurso Especial, vez que foi negado o pedido de
devoluçã o dos valores recebidos indevidamente em razã o da ilegal concessã o do
serviço de “Zona Azul” à Associaçã o de Comerciantes de XXXXXXX, pelo Decreto nº
01/2019, sem a realizaçã o de licitaçã o prévia, conforme mencionado abaixo:
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a açã o popular, decretar a invalidade
do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsá veis
pela sua prá tica e os beneficiá rios dele, ressalvada a açã o regressiva contra os
funcioná rios causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
II.II - DA TEMPESTIVIDADE
É corente mencionar que que o presente Agravo é tempestivo, conforme art. 229 e
1.003, § 5º , do CPC/2015 conforme mencionado abaixo:
Nos termos dos arts. 219 e 1.003 , § 5º , do CPC/2015, o prazo para interposiçã o do
agravo em recurso especial é de 15 (quinze) dias ú teis.
III – DO DIREITO
DA ANULAÇÃ O DO V. ACÓ RDÃ O RECORRIDO – VIOLAÇÃ O AOS ARTIGOS 165, 458
E 535, II, DO CÓ DIGO DE PROCESSO CIVIL
Conforme já relatado, o v. acó rdã o nã o se manifestou expressamente quanto à
violaçã o do princípio da isonomia, e também quanto ao verdadeiro objeto do
mandamus, qual seja o respeito ao § 7º, do art. 150, da CF e ao artigo 10 da LC
87/96.
Em razã o disso, a Agravante opô s Embargos de Declaraçã o a fim de viabilizar o
indispensá vel prequestionamento autorizador do acesso a essa C. Corte.
No entanto, o E. Tribunal “a quo” rejeitou os Embargos de Declaraçã o opostos pela
Agravante, sob o argumento de que a Agravante pretenderia infringir o julgado.
Sob pena de negativa da prestaçã o jurisdicional (por se recusar ao
prequestionamento autorizador do acesso à s instâ ncias especial e extraordiná ria,
quando a Agravante se desincumbiu de todos os ô nus que lhe competiam), deveria
o E. Tribunal “a quo” declinar os motivos pelos quais entendia que esses preceitos
legais e constitucionais nã o teriam sido violados.
Nã o tendo assim procedido, incorreu em verdadeira negativa de prestaçã o
jurisdicional, violando frontalmente os artigos 165, 458 e 535, II do Có digo de
Processo Civil, porque se recusou o E. Tribunal “a quo” a suprir a omissã o apontada
no v. acó rdã o quando opostos os Embargos de Declaraçã o. Nesse sentido, inclusive,
é a jurisprudência desta E. Corte.
Portanto, estando patente a violaçã o aos dispositivos legais citados, requer-se a
anulaçã o do v. acó rdã o proferido no julgamento dos Embargos de Declaraçã o pelo
Tribunal “a quo”, para que outro julgamento seja efetuado, analisando-se os
argumentos trazidos pela Agravante.
Caso assim nã o se entenda, a Agravante passa a demonstrar as razõ es de mérito
pelas quais o v. acó rdã o de fls. merece ser reformado.
Primeiramente, cumpre destacar que a matéria em questã o encontra-se pendente
de julgamento pelo E. Supremo Tribunal Federal, através da Açã o Direta de
Inconstitucionalidade nº XXXXX/XX, cujos autos foram remetidos ao I.
XXXXXXXXXXXXXX, em XX/XX/XXXX, para o voto de desempate.
Importante ressaltar que, diferentemente do que entendeu o v. acó rdã o recorrido,
o que está em questã o nã o é a sistemá tica da substituiçã o tributá ria, mas sim que
ela só poderá existir se for respeitado o disposto no artigo 10, da LC 87/96, que
assegura ao contribuinte substituído a restituiçã o dos valores recolhidos a maior
pelo contribuinte substituto.
Conclui-se, portanto, que ao aplicar essa diretriz ao caso em tela, nã o se observa
um mecanismo eficiente de restituiçã o preferencial e imediata, pelo contrá rio, a
Fazenda Estadual inviabiliza o direito a restituiçã o no caso concreto através de
expedientes internos, ato imoral e inaceitá vel, em direto confronto com a Lei
Complementar 87/96.
IV – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se:
1) Seja recebido e conhecido o presente Agravo em Recurso Especial, a intimaçã o
dos agravados, a remessa dos autos ao Tribunal Superior de Justiça, a fim de
reformar a decisã o que inadmitiu o Recurso Especial com base no artigo 1.042, §
4º, CPC/15,
2) Requer-se a reforma do Acó rdã o do TJ de XXXXX,
3) Requer-se a condenaçã o para que os réus sejam condenados à devoluçã o dos
valores indevidamente recebidos aos cofres municipais, em decorrência do serviço
ilegalmente concedido à associaçã o ré.
Nesses termos pede e espera deferimento.
Local e data.
ADVOGADO
ASSINADO DIGITALMENTE
OAB/XX XXXXXX
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***Leia Também***
• Modelo de peça: Ação Popular C/ Pedido de Liminar
• Modelo de peça: Recurso de Apelação
• Modelo de peça: Embargos de Declaração
• Modelo de peça: Recurso Especial
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