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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ/DESEMBARGADOR FEDERAL

PRESIDENTE

PROCESSO: 0500232-07.2020.4.05.8300

LUSIMERE GALVÃO DE ARAÚJO (542.153.744-72), devidamente


qualificado(a) nos autos em epígrafe, interposto em desfavor do CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL - CEF E OUTROS, comparece(m), através de seu procurador abaixo
assinado, para interpor AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO, com fulcro no
artigo 1.042 e ss., c/c art. 1.030, § 1º, todos do CPC, contra a decisão monocrática que
negou seguimento ao Recurso Extraordinário interposto.
Primeiramente, requer-se a intimação do agravado para manifestar-se sobre o
recurso no prazo de 15 (quinze) dias.
Após, requer-se que Vossa Excelência proceda ao juízo de retratação da decisão
prolatada para dar seguimento ao recurso interposto na forma da Lei. Caso Vossa
Excelência opte pelo não juízo de retratação, requer-se que seja o presente agravo seja
submetido à apreciação do órgão competente.
Seguem, em anexo, minuta do agravo, lembrando que o agravante está
agasalhado pela isenção das despesas processuais, por ser beneficiário da Justiça
Gratuita.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Nesta cidade, 28 de fevereiro de 2024.

EVANDRO JOSÉ LAGO


OAB/RJ 136516
MINUTA DE AGRAVO

EMÉRITOS JULGADORES:

DO CABIMENTO

O art. 1.030, § 1º, do CPC dispõe que: "§ 1º Da decisão de inadmissibilidade


proferida com fundamento no inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos termos
do art. 1.042."
Já o art. 1.042, do CPC dispõe que "Cabe agravo contra decisão do presidente
ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou
recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em
regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
(Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)"
Como a decisão agravada foi proferida, monocraticamente, estão presentes os
requisitos do art. 1.030, § 1º, do CPC, mostrando-se a adequação do presente recurso.

DA TEMPESTIVIDADE

Segundo art. 1.033, § 5º, do CPC, “excetuados os embargos de declaração, o


prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias”.
Como o presente recurso foi protocolado dentro do prazo de 15 dias, sua
tempestividade está demonstrada.

DO PREPARO E INCLUSIVE PORTE DE REMESSA E DE RETORNO

Conforme dispõe o art. 1.077, § 1º, do CPC, “são dispensados de preparo,


inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público,
pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas
autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.”
Ainda segundo § 3º, do mesmo artigo, “é dispensado o recolhimento do porte de
remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos”.
No caso dos autos, a agravante é beneficiária da justiça gratuita, conforme
consta dos autos.
Logo, está dispensada da comprovação do preparo, bem como do recolhimento
do porte de remessa e de retorno, pois tratam-se de autos eletrônicos.
DA DECISÃO AGRAVADA

A decisão monocrática negou seguimento ao Extraordinário, sob a alegação de


que a matéria implicaria reexame probatório, vedado pela Súmula 279, STF.

DO PEDIDO DE SUA REFORMA

Com a devida vênia, mas a decisão agravada não pode prevalecer, pois não se
busca reexame da provas, ma sim sua real valoração.
Não se está pedindo a reanalise da matéria fática.
A decisão fundou-se na alegação de que se trata de contrato que envolve apólice
pública do ramo 66 e portanto, há o interesse da CEF no feito, devendo ser declarada a
incompetência da Justiça Estadual para apreciar o feito com remessa a Justiça Federal
competente.
Segundo art. 5º, XXXV, da Constituição vigente "a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;"
Ainda, segundo art. 109, I, da vigente "as causas em que a União, entidade
autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;"
A decisão indica como razões de decidir da decisão recorrida não apreciou o fato
de que constam nos autos documentos demonstrando ausência de cobertura da FCVS.
A partir da MP 513/2010 (que originou a Lei 12.409/2011 e suas alterações
posteriores, MP 633/2013 e Lei 13.000/2014), a CEF passou a ser administradora do
FCVS, sendo aplicável o art. 1º da MP 513/2010.
Sobre o assunto, fixou o STF no Tema 1011 "1) Considerando que, a partir da
MP 513/2010 (que originou a Lei 12.409/2011 e suas alterações posteriores, MP
633/2013 e Lei 13.000/2014), a CEF passou a ser administradora do FCVS, é aplicável
o art. 1º da MP 513/2010 aos processos em trâmite na data de sua entrada em vigor
(26.11.2010): 1.1.) sem sentença de mérito (na fase de conhecimento), devendo os
autos ser remetidos à Justiça Federal para análise do preenchimento dos requisitos
legais acerca do interesse da CEF ou da União, caso haja provocação nesse sentido de
quaisquer das partes ou intervenientes e respeitado o § 4º do art. 1º-A da Lei
12.409/2011; e 1.2) com sentença de mérito (na fase de conhecimento), podendo a
União e/ou a CEF intervir na causa na defesa do FCVS, de forma espontânea ou
provocada, no estágio em que se encontre, em qualquer tempo e grau de jurisdição,
nos termos do parágrafo único do art. 5º da Lei 9.469/1997, devendo o feito continuar
tramitando na Justiça Comum Estadual até o exaurimento do cumprimento de
sentença; e 2) Após 26.11.2010, é da Justiça Federal a competência para o
processamento e julgamento das causas em que se discute contrato de seguro
vinculado à apólice pública, na qual a CEF atue em defesa do FCVS, devendo haver o
deslocamento do feito para aquele ramo judiciário a partir do momento em que a
referida empresa pública federal ou a União, de forma espontânea ou provocada,
indique o interesse em intervir na causa, observado o § 4º do art. 64 do CPC e/ou o § 4º
do art. 1º-A da Lei 12.409/2011."
Logo, não havendo Cobertura pelo FCVS, resta claro que a CEF não administra
tal fundo e a competência da Justiça Federal faleceu, devendo ser declarada de ofício.
Isso não é reexame da prova, mas sim valoração da prova de forma correto.
Portanto, incorreta a decisão agravada.
Reitera-se integralmente o recurso denegado na origem.

DO PEDIDO

Ante o exposto, requer se digne Vossas Excelências, receber o presente Agravo,


dando provimento ao presente para admitir o Recurso denegado na origem, que desde
já resta reiterado.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Nesta cidade, 28 de fevereiro de 2024.

EVANDRO JOSÉ LAGO


OAB/RJ 136516

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