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1. RELATÓRIO.
2. FUNDAMENTAÇÃO.
Admissibilidade
De início, em que pese o art. 1.015 do CPC não faça menção quanto à possibilidade
de impugnação das decisões que versem sobre competência por meio de agravo de instrumento, o Superior
Tribunal de Justiça, no julgamento dos Recursos Especiais Repetitivos nº 1.696.396/MT e nº 1.704.520/MT,
passou a adotar o entendimento de que, nas hipóteses em que haja demonstração de urgência no pedido
em decorrência da inutilidade do julgamento da questão quando da análise do recurso de apelação, a
taxatividade do rol previsto pelo art. 1.015 do CPC deve ser “mitigada”.
Especificamente quanto à competência para julgamento da causa, o STJ assim
assentou no julgamento do REsp nº 1.696.396/MT:
O exemplo mais evidente dessa circunstância nociva é, sem dúvida, a questão relacionada à
competência, pois não é crível, nem tampouco razoável, que o processo tramite perante um juízo
incompetente por um longo período e, somente por ocasião do julgamento da apelação (ou, até
mesmo, de recurso especial nesta Corte) seja reconhecida a incompetência e determinado o retorno
ao juízo competente para os fins do § 4º do art. 64 do CPC/15. (REsp 1696396/MT, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 05/12/2018, DJe 19/12/2018 – p. 43)
Competência
Foram fixadas as seguintes teses: 1) "Considerando que, a partir da MP 513/2010 (que originou a
Lei 12.409/2011 e suas alterações posteriores, MP633/2013 e Lei 13.000/2014), a CEF passou a
ser administradora do FCVS, é aplicável o art. 1º da MP 513/2010 aos processos em trâmite na data
de sua entrada em vigor (26.11.2010): 1.1.) sem sentença de mérito (na fase de conhecimento),
devendo os autos ser remetidos à Justiça Federal para análise do preenchimento dos requisitos
legais acerca do interesse da CEF ou da União, caso haja provocação nesse sentido de quaisquer
das partes ou intervenientes e respeitado o § 4º do art. 1º-A da Lei12.409/2011; e 1.2) com sentença
de mérito (na fase de conhecimento), podendo a União e/ou a CEF intervir na causa na defesa do
FCVS, de forma espontânea ou provocada, no estágio em que se encontre, em qualquer tempo e
grau de jurisdição, nos termos do parágrafo único do art. 5º da Lei 9.469/1997, devendo o feito
continuar tramitando na Justiça Comum Estadual até o exaurimento do cumprimento de sentença";
e 2) "Após 26.11.2010, é da Justiça Federal a competência para o processamento e julgamento das
causas em que se discute contrato de seguro vinculado à apólice pública, na qual a CEF atue em
defesa do FCVS, devendo haver o deslocamento do feito para aquele ramo judiciário a partir do
momento em que a referida empresa pública federal ou a União, de forma espontânea ou
provocada, indique o interesse em intervir na causa, observado o § 4º do art. 64 do CPC e/ou o § 4º
do art.1º-A da Lei 12.409/2011".
Não se permite que o tribunal, no julgamento do recurso, reveja questão que já fora anteriormente
decidida, mesmo se de natureza processual, e em relação à qual se operou a preclusão. O que se
permite ao tribunal é conhecer, mesmo sem provocação, das questões relativas à admissibilidade
do processo, respeitada, porém, a preclusão.
Parece haver uma confusão entre a possibilidade de conhecimento ex officio de tais questões, fato
indiscutível, com a possibilidade de decidir de novo questões já decididas, mesmo as que poderiam
ter sido conhecidas de ofício. São coisas diversas: a cognoscibilidade ex officio de tais questões
significa, tão-somente, que elas podem ser examinadas pelo Judiciário sem a provocação das
partes, o que torna irrelevante o momento em que são apreciadas. Não há preclusão para o
reexame.
(...) Como bem apontou Calmon dos Passos, se as decisões interlocutórias são recorríveis (art. 522
do CPC), não se pode cogitar, no direito brasileiro, da possibilidade de reexame das questões já
decididas. Se há possibilidade de recurso, há possibilidade de preclusão, não somente para as
partes, mas também para o juiz.
(...) não se nega a existência de preclusão em torno das questões de mérito já decididas (rejeição
da alegação de prescrição, por exemplo). (...) (Curso de Direito Processual Civil: Teoria geral do
processo e processo de conhecimento. Salvador: Juspodivm, 2007. v. 1. p. 485-487)
Nesse sentido:
3. CONCLUSÃO.
4. DISPOSITIVO.