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Superior Tribunal de Justiça 27

RECURSO ESPECIAL Nº 1.700.276 - AL (2017/0244386-9)

RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES


RECORRENTE : INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE ALAGOAS
RECORRIDO : FRANCISCO DE ASSIS VERCOSA AMORIM
ADVOGADOS : THAYS MARIA SILVA FARIAS E OUTRO(S) - AL012689
JULIO CESAR COSTA FARIAS - AL001821
EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO.


RECONHECIMENTO DO DÉBITO PELA ADMINISTRAÇÃO.
EXERCÍCIO ANTERIOR. EXAME DE DISPOSITIVOS
CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DO STF.
FUNDAMENTO AUTÔNOMO NÃO IMPUGNADO. SÚMULA 283/STF.
ART. 5º DA LEI 11.960/2009, QUE ALTEROU O ART. 1º-F DA LEI
9.494/1997. JUROS MORATÓRIOS. REMUNERAÇÃO BÁSICA DA
CADERNETA DE POUPANÇA. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA
APLICÁVEL: IPCA-E. RESP 1.492.221/PR, JULGADO SOB O RITO DO
ART. 1.036 DO CPC/2015. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE
CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, NÃO PROVIDO.

DECISÃO

Trata-se de recurso especial interposto com fundamento no artigo 105, III, “a”, da
Constituição Federal, contra acórdão proferido pelo TRF da 5ª Região, assim ementado (fl. 121):
Processual Civil e Administrativo. Apelação contra sentença que julgou procedente o
pleito autoral, para determinar que o Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Alagoas [IFAL] efetue o pagamento das parcelas vencidas do
Reconhecimento de Saberes e Competências, nível III, exercícios financeiros de
2013/2014, com correção monetária, desde a sua concessão em âmbito
administrativo (data da publicação da Portaria 242/GR.
- Busca a parte apelante 1) seja acolhida preliminar de ausência de interesse
processual da autora, porquanto litiga contra o inexistente indeferimento do pleito na
via administrativa; e 2) alternativamente, que o índice de correção monetária
adequado ao caso deve ser o previsto no art. 1º-F, da Lei 9.494/97, com redação
dada pela Lei 11.960/09, ressaltando que, tanto da decisão do Plenário nas ADIs
4357 e 4425, como também do acórdão do RE 870.947/SE, a declaração de
inconstitucionalidade se restringiu à correção dos precatórios, parcelados ou pagos
em cota única.
- Rejeita-se a alegação de falta de interesse de agir diante do reconhecimento
administrativo sem o cumprimento espontâneo da obrigação.
- No tocante à atualização monetária das parcelas em atraso, esta Corte tem se
posicionado no sentido da aplicação dos critérios do Manual de Cálculos da Justiça
Federal vigente. Precedentes.
- Improvimento à apelação.
Embargos de declaração rejeitados.
Quanto a questão de fundo, sustenta ofensa aos arts. 2º, 5º, XXXVI, § 5°, 165, 167, 169 da
CF/1988, 1º, § 1º, da Lei Complementar 101/2000, 37 da Lei 4.320/1964 e 22 do Decreto

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93.872/1986, 267, VI, do CPC/1973 (art. 485, VI, do CPC/2015) e 1º-F da Lei 9.494/1997, sob os
seguintes argumentos: a) ilegitimidade passiva ad causam, pois não deteria o poder para promover o
pagamento de restos a pagar de exercícios anteriores; b) ausência de disponibilidade orçamentária
para efetivar o pagamento de dívida referente a exercícios anteriores; c) impossibilidade da
administração efetuar pagamentos com despesas de pessoal sem a observância de procedimentos
estabelecidos dos dispositivos legais invocados como violados, sob pena de colocar-se em risco a
saúde financeira da instituição e seu funcionamento; d) impossibilidade jurídica do pedido, e; e) deve
ser aplicado ao caso integralmente o teor do art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela
Lei 11.960/2009, pois o STF teria declarado inconstitucional a fixação da correção monetária com
base na TR, apenas em relação à correção de precatórios, o que não é o caso dos autos (fl. 195).
Com contrarrazões.
Juízo positivo de admissibilidade à fl. 209.
É o relatório. Passo a decidir.
Inicialmente, nos termos do art. 105, inciso III, da Constituição da República, o recurso
especial é destinado tão somente à uniformização da interpretação do direito federal, não sendo,
assim, a via adequada para a análise de eventual ofensa a dispositivos constitucionais, cuja
competência pertence ao Supremo Tribunal Federal. Por tal motivo, não se conhece do apelo
especial no tocante à alegação de violação à dispositivo da Constituição Federal de 1988.
Quanto a alegada ilegitimidade passiva do ora recorrente, assentou a Corte de origem que
"a apelante-embargante possui personalidade jurídica própria e autonomia administrativa-financeira,
devendo responder pelo pagamento de suas dívidas" (fl. 157), fundamento não impugnado pelo
recorrente nas razões de seu apelo especial.
Ocorre que a referida fundamentação nas razões do recurso especial que, por si só,
assegura o resultado do julgamento ocorrido na Corte de origem e torna inadmissível o recurso que
não a impugnou. Aplica-se ao caso a Súmula 283/STF.
Da mesma forma, quanto aos dispositivos legais que regulam o pagamento de valores
referentes a exercícios anteriores (arts. 34 da Lei 4.320/1964 e 22 do Decreto 93.872/1986; 1º, § 1º,
da Lei Complementar 101/2000), o recorrente deixou de impugnar fundamento autônomo do
acórdão recorrido, segundo o qual "da peça apelatória, a ora embargante não se insurgiu quanto aos
pontos 1, 2 e 4 relacionados em seus aclaratórios, daí não poderia o acórdão ser omisso quanto a
estes temas, vez que inexistiu provocação para tanto" (fl. 156). Aplica-se a Súmula 283/STF.
Por fim, no que se refere a apontada violação do art. 1º-F da Lei 9494/1997, com a
redação dada pela Lei 11.960/2009, ao argumento de que aplicável a título de correção monetária a
TR, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 655.540/DF, "reconheceu a repercussão
geral do tema em debate e reafirmou a sua jurisprudência no sentido de que o art. 1º-F da Lei
9.494/1997, com alteração dada pela Medida Provisória 2.180-35/2001, tem aplicabilidade imediata,
independentemente da data de ajuizamento da ação", e que, "do mesmo modo, o art. 1º-F da Lei
9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, possui incidência imediata".
Ocorre que, em relação ao art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com redação dada pela Lei
11.960/2009, o Supremo Tribunal Federal, em recente decisão proferida no julgamento do RE
870.947/SE, afastou o uso da taxa referencial (TR) como índice de correção monetária dos débitos
judiciais da Fazenda Pública, mantendo a constitucionalidade de referida norma em relação aos juros
moratórios decorrentes de relações jurídicas não-tributárias, como ocorre no presente caso. Na
ocasião, foram fixadas as seguintes teses, verbis:
Quanto aos juros de mora: "O artigo 1º-F da Lei 9.494/1997, com redação dada pela Lei
11.960/2009, na parte em que disciplina os juros moratórios aplicáveis às condenações da Fazenda
Pública, é inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais
devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito

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tributário, em respeito ao princípio constitucional da isonomia (CFRB, art. 5º, caput); quanto às
condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros moratórios segundo o
índice de remuneração da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo hígido, nessa
extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com redação dada pela Lei 11.960/2009".
Quanto à atualização monetária: "O art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com redação dada pela
Lei 11.960/2009, na parte em que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à
Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se
inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito de propriedade (CFRB, art. 5º, XXII),
uma vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da economia,
sendo idônea a promover os fins a que se destina".
Logo, deve ser afastada para fins de correção monetária a incidência do art. 1º-F da Lei
9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, pois o Supremo Tribunal Federal decidiu que
a norma é, nesse ponto, inconstitucional (RE 870.947/SE).
Em decorrência do entendimento fixado pela Corte Suprema, a Primeira Seção deste
Tribunal, no julgamento do REsp 1.492.221/PR, da relatoria do Min. Mauro Campbell Marques, e
submetido à sistemática dos recursos especiais repetitivos (art. 1.036, do CPC/2015), firmou o
entendimento segundo o qual, as condenações judiciais referentes a servidores e empregados
públicos, sujeitam-se aos seguintes encargos:
(a) até julho/2001: juros de mora: 1% ao mês (capitalização simples); correção monetária:
índices previstos no Manual de Cálculos da Justiça Federal, com destaque para a incidência
do IPCA-E a partir de janeiro/2001;
(b) de agosto/2001 a junho/2009: juros de mora: 0,5% ao mês; correção monetária:
IPCA-E;
(c) a partir de julho/2009: juros de mora: remuneração oficial da caderneta de poupança;
correção monetária: IPCA-E.
Confira-se a ementa do referido precedente:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SUBMISSÃO À REGRA PREVISTA
NO ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 02/STJ. DISCUSSÃO SOBRE A
APLICAÇÃO DO ART. 1º-F DA LEI 9.494/97 (COM REDAÇÃO DADA PELA LEI
11.960/2009) ÀS CONDENAÇÕES IMPOSTAS À FAZENDA PÚBLICA. CASO
CONCRETO QUE É RELATIVO A CONDENAÇÃO JUDICIAL DE NATUREZA
PREVIDENCIÁRIA." TESES JURÍDICAS FIXADAS.
1. Correção monetária: o art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada pela Lei
11.960/2009), para fins de correção monetária, não é aplicável nas condenações
judiciais impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza.
1.1 Impossibilidade de fixação apriorística da taxa de correção monetária.
No presente julgamento, o estabelecimento de índices que devem ser aplicados a
título de correção monetária não implica pré-fixação (ou fixação apriorística) de taxa
de atualização monetária. Do contrário, a decisão baseia-se em índices que,
atualmente, refletem a correção monetária ocorrida no período correspondente.
Nesse contexto, em relação às situações futuras, a aplicação dos índices em
comento, sobretudo o INPC e o IPCA-E, é legítima enquanto tais índices sejam
capazes de captar o fenômeno inflacionário.
1.2 Não cabimento de modulação dos efeitos da decisão.
A modulação dos efeitos da decisão que declarou inconstitucional a atualização
monetária dos débitos da Fazenda Pública com base no índice oficial de remuneração
da caderneta de poupança, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, objetivou
reconhecer a validade dos precatórios expedidos ou pagos até 25 de março de 2015,
impedindo, desse modo, a rediscussão do débito baseada na aplicação de índices

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diversos. Assim, mostra-se descabida a modulação em relação aos casos em que não
ocorreu expedição ou pagamento de precatório.
2. Juros de mora: o art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada pela Lei
11.960/2009), na parte em que estabelece a incidência de juros de mora nos débitos
da Fazenda Pública com base no índice oficial de remuneração da caderneta de
poupança, aplica-se às condenações impostas à Fazenda Pública, excepcionadas as
condenações oriundas de relação jurídico-tributária.
3. Índices aplicáveis a depender da natureza da condenação.
3.1 Condenações judiciais de natureza administrativa em geral.
As condenações judiciais de natureza administrativa em geral, sujeitam-se aos
seguintes encargos: (a) até dezembro/2002: juros de mora de 0,5% ao mês; correção
monetária de acordo com os índices previstos no Manual de Cálculos da Justiça
Federal, com destaque para a incidência do IPCA-E a partir de janeiro/2001; (b) no
período posterior à vigência do CC/2002 e anterior à vigência da Lei 11.960/2009:
juros de mora correspondentes à taxa Selic, vedada a cumulação com qualquer outro
índice; (c) período posterior à vigência da Lei 11.960/2009: juros de mora segundo o
índice de remuneração da caderneta de poupança; correção monetária com base no
IPCA-E.
3.1.1 Condenações judiciais referentes a servidores e empregados públicos.
As condenações judiciais referentes a servidores e empregados públicos,
sujeitam-se aos seguintes encargos: (a) até julho/2001: juros de mora: 1% ao
mês (capitalização simples); correção monetária: índices previstos no Manual
de Cálculos da Justiça Federal, com destaque para a incidência do IPCA-E a
partir de janeiro/2001; (b) agosto/2001 a junho/2009: juros de mora: 0,5% ao
mês; correção monetária: IPCA-E; (c) a partir de julho/2009: juros de mora:
remuneração oficial da caderneta de poupança; correção monetária: IPCA-E.
3.1.2 Condenações judiciais referentes a desapropriações diretas e indiretas.
No âmbito das condenações judiciais referentes a desapropriações diretas e indiretas
existem regras específicas, no que concerne aos juros moratórios e compensatórios,
razão pela qual não se justifica a incidência do art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com
redação dada pela Lei 11.960/2009), nem para compensação da mora nem para
remuneração do capital.
3.2 Condenações judiciais de natureza previdenciária.
As condenações impostas à Fazenda Pública de natureza previdenciária sujeitam-se à
incidência do INPC, para fins de correção monetária, no que se refere ao período
posterior à vigência da Lei 11.430/2006, que incluiu o art. 41-A na Lei 8.213/91.
Quanto aos juros de mora, incidem segundo a remuneração oficial da caderneta de
poupança (art.
1º-F da Lei 9.494/97, com redação dada pela Lei n. 11.960/2009).
3.3 Condenações judiciais de natureza tributária.
A correção monetária e a taxa de juros de mora incidentes na repetição de indébitos
tributários devem corresponder às utilizadas na cobrança de tributo pago em atraso.
Não havendo disposição legal específica, os juros de mora são calculados à taxa de
1% ao mês (art. 161, § 1º, do CTN). Observada a regra isonômica e havendo
previsão na legislação da entidade tributante, é legítima a utilização da taxa Selic,
sendo vedada sua cumulação com quaisquer outros índices.
4. Preservação da coisa julgada.
Não obstante os índices estabelecidos para atualização monetária e compensação da
mora, de acordo com a natureza da condenação imposta à Fazenda Pública, cumpre
ressalvar eventual coisa julgada que tenha determinado a aplicação de índices

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diversos, cuja constitucionalidade/legalidade há de ser aferida no caso concreto.


" SOLUÇÃO DO CASO CONCRETO.
5. No que se refere à alegada afronta aos arts. 128, 460, 503 e 515 do CPC,
verifica-se que houve apenas a indicação genérica de afronta a tais preceitos, sem
haver a demonstração clara e precisa do modo pelo qual tais preceitos legais foram
violados. Por tal razão, mostra-se deficiente, no ponto, a fundamentação recursal.
Aplica-se, por analogia, o disposto na Súmula 284/STF: "É inadmissível o recurso
extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata
compreensão da controvérsia".
6. Quanto aos demais pontos, cumpre registrar que o presente caso refere-se a
condenação judicial de natureza previdenciária. Em relação aos juros de mora, no
período anterior à vigência da Lei 11.960/2009, o Tribunal de origem determinou a
aplicação do art. 3º do Decreto-Lei 2.322/87 (1%); após a vigência da lei referida,
impôs a aplicação do art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada pela Lei
11.960/2009). Quanto à correção monetária, determinou a aplicação do INPC.
Assim, o acórdão recorrido está em conformidade com a orientação acima delineada,
não havendo justificativa para reforma.
7. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. Acórdão
sujeito ao regime previsto no art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, c/c o art. 256-N e
seguintes do RISTJ. (REsp 1.492.221/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Primeira Seção, DJe 20/03/2018, grifei)
Dessa forma, tenho que a pretensão recursal não merece prosperar no tocante à incidência
do art. 5º da Lei 11.960/2009, quanto à correção monetária do débito, haja vista que deve observar o
que foi decidido pelo STF e por este Tribunal.
Ante o exposto, conheço parcialmente do recurso especial e, nessa extensão,
nego-lhe provimento, nos termos da fundamentação.
Majoro em 10% os honorários advocatícios fixados anteriormente, observados os limites e
parâmetros dos § 2º e § 3º e 11 do art. 85 do CPC/2015 e eventual gratuidade da justiça (art. 98, §
3º, CPC/2015).
Publique-se. Intimem-se.
Brasília (DF), 03 de setembro de 2018.

Ministro BENEDITO GONÇALVES


Relator

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