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Para tanto, segue anexa a guia relativa ao preparo do recurso, bem como o
seu comprovante de pagamento.
Pede deferimento.
Excelentíssimos Ministros,
Ínclitos Julgadores,
I. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
II. DO PREQUESTIONAMENTO
3. É sabido que para a interposição de Recurso Especial faz-se necessário o
prequestionamento da matéria, devendo as normas federais violadas que dão azo à
impugnação ser objeto de discussão e decisão pelo Tribunal Estadual, in casu, o Tribunal
Regional Federal da 4ª Região.
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8. Desta forma, superado o enunciado da Súmula 211 do STJ e
considerando que a decisão do Tribunal a quo, afronta diretamente os artigos 10, 1.022,
incisos I e II, do CPC, e artigos 15, §1º, III, “a” e artigo 20, ambos da Lei 9.249/95, tem-se
por vencido o requisito do prequestionamento.
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Súmula 211, STJ: Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos
declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo.
9. Logo, o presente Recurso Especial se mostra cabível com fulcro no artigo
105, inciso III, alínea ‘a’ e “c”, da Constituição Federal2, a fim de que sejam analisados os
pontos adiante esposados.
[...]
3. Não se aplica o óbice da Súmula 7 do STJ quando a análise recursal
reclama a revaloração jurídica dos fatos já delimitados no acórdão.
4. Agravo interno desprovido.
(AgInt no REsp 1628125/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/12/2018, DJe 05/02/2019). Grifou-se.
12. Assim, objetiva-se mostrar com este Recurso Especial, com base nas
questões aduzidas no aresto, que resta indubitável a negativa de vigência às normas
prevista nos artigos 10, 1.022, I e II do CPC e aos artigos 15, §1º, III, “a” e 20 da Lei
9.249/95 e a ocorrência de julgamento contrário ao entendimento consolidado do STJ.
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Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal
e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; c) der a lei
federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
III. DO DESLINDE PROCESSUAL
Custas reembolsáveis.
É o relatório.
15. O recurso manejado pela Recorrida foi julgado pela Primeira Turma,
que reformou a sentença de primeiro grau, indeferindo os pedidos da Recorrente.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
23. Nobres Ministros, primeiramente, insta reforçar que a legislação não traz
em sua redação, qualquer imposição de comprovação pelo Contribuinte da realização de
investimentos ou gastos operacionais com mão de obra, estruturas, etc. A legislação é
extremamente direta em determinar que TODO aquele que prestar serviços hospitalares,
organizadamente na forma de sociedade empresária e com atendimento às normas da
ANVISA, possui o direito à redução das alíquotas de IRPJ e CSLL.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.
25. Também é evidente que a decisão guerreada, ao determinar uma
condicionante para a concessão do benefício, restou por omissa em relação às disposições dos
artigos 15, §1º, III, “a” e artigo 20 da Lei 9.249/95. Abaixo, destaca-se trecho do Acórdão,
que evidencia a omissão:
Tema 217: Para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas,
a expressão serviços hospitalares, constante do artigo 15, § 1º,inciso III, da
Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a
perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), devendo ser
considerados serviços hospitalares aqueles que se vinculam às atividades
desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde,
de sorte que, em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior
do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas,
atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas
nos consultórios médicos. Destaquei
34. O Tema 217 do STJ, utilizado pela Primeira Câmara do TR4 para
fundamentar a decisão, é claro e objetivo em definir a desnecessidade de prestação dos
serviços em estabelecimento próprio, inclusive, dispensando a obrigatoriedade de que o
serviço seja prestado dentro de uma unidade hospitalar, bastando o serviço enquadrar-se na
categoria de “serviços hospitalares”, ou seja, serviços que promovam a saúde, com a exceção
de consultas médicas:
Tema 217
Quanto ao segundo requisito, este Tribunal tem entendido que basta que a
empresa comprove estar em pleno funcionamento, a menos que haja nos
autos qualquer indicação de que não atende às normas da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária.
Nessa toada, cabe atentar, a lei revela-se bastante genérica e não estabelece,
especificamente, as quais normas da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária o contribuinte deve obedecer.
40. Aduz a norma que se extrai do art. 105, III, alínea ‘c’, da Constituição
Federal, ser cabível a interposição de Recurso Especial quando das causas decidida em única
ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais de Justiça dos
Estados e do Distrito Federal for dada interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
Tribunal.
41. In casu, além de contrariar a lei federal, o acórdão rebatido deu à
legislação interpretação completamente contrária daquela que vem sendo acatada pela
jurisprudência nacional majoritária, no tocante à temática relativa aos critérios para a
concessão do benefício fiscal previsto nos artigos 15, §1º, III, “a”, e 20 da Lei 9.249/95.
Custas reembolsáveis.
De acordo com o contrato, a parte autora tem Com efeito, naquela assentada, após os
como objeto social a "Atividade Médica de judiciosos votos proferidos pelo Ministro
Atendimento hospitalar, exceto pronto Relator e pelos Ministros Teori Zavascki e
socorro e unidades para atendimento a Eliana Calmon, decidiu-se, em síntese, que,
urgências, e prestação de serviços de para fins do pagamento dos tributos com as
atendimento em pronto socorro (evento 1, alíquotas reduzidas, a expressão "serviços
CONTRSOCIAL3). hospitalares", constante do artigo 15, 1º,
inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser
As notas fiscais (evento 1, NFISCAL7) interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a
demonstram que a demandante prestou perspectiva da atividade realizada pela
serviços de neonatologia (meses de abril, contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o
maio, junho e julho de 2019) em unidade de benefício fiscal, não considerou o
atendimento à saúde pertencente a terceiros - contribuinte em si (critério subjetivo), mas a
Instituto das Pequenas Missionárias de natureza do próprio serviço prestado
Pequena Imaculada. (assistência à saúde), que é, inclusive, alçado
à condição de direito fundamental.
Também juntou aos autos contrato de
prestação de serviços de
pediatria/neonatologia nas dependências do
IPMMI - Hospital e Maternidade Marieta
Konder Bornhausen (evento 1, CONTR8).
52. Inobstante, em caráter suplementar, para que não pairem dúvidas acerca
do tema, consumando o cabimento do presente Recurso Especial, o Egrégio Superior Tribunal
de Justiça, ao julgar o Acórdão Paradigma [= REsp 1.116.399/BA], como assim esse TRF-4
fez questão de evidenciar e fundamentar em todas as decisões aqui trazidas não faz nenhuma
exclusão de atividades realizadas dentro de estabelecimentos de terceiros. Esgotando
eventuais dúvidas, impende destacar o julgamento, também proferido por esta Corte, acerca
do REsp 1.597.351 SP:
55. Por fim, é necessário trazer à baila tais entendimentos, para que se possa
verificar a flagrante divergência entre os julgados aqui expostos, cumprindo o acórdão
paradigma com seu importante papel na demonstração do dissídio jurisprudencial aventado,
preenchendo-se desta maneira o requisito indispensável para o conhecimento do
presente recurso, pelo qual, desde já, pugna-se pelo seu provimento.
Pede deferimento.