Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ___ª REGIÃO

Processo nº _________________

RECORRIDA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem a presença


de Vossa Excelência, por meio de seus advogados, apresentar

CONTRARRAZÕES AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

interposto pela UNIÃO FEDERAL – FAZENDA NACIONAL contra o acórdão


proferido pelo Tribunal de Justiça de _________________, pelas razões fáticas e
jurídicas abaixo expostas, requerendo, após a remessa dos autos ao Egrégio
Supremo Tribunal Federal, com as devidas cautelas.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Estado, ___ de __________ de 201_.

(Nome, assinatura e número da OAB do advogado)

1
EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

EXCELENTÍSSIMOS(AS) SENHORES(AS) MINISTROS(AS)

Eméritos Julgadores:

1) DAS CONTRARRAZÕES

Inicialmente, deve-se destacar que o Recurso Extraordinário


interposto pela Recorrente é genérico, restando inexistente qualquer crítica
analítica aos fundamentos específicos da sentença, notadamente com relação à
matéria da incidência de ICMS sobre a base de cálculo do PIS e da COFINS.

A Recorrente limitou-se a reproduzir os argumentos trazidos em


sua contestação, os quais já foram apreciados na r. sentença e por isso não
merecem consideração.

Inicialmente, não merece ser acolhida a preliminar de


_________________ (citar preliminares arguidas pela Ré), pois conforme fixado
na sentença recorrida, _________________ (inserir razões da sentença ou
acórdão).

Com relação ao mérito, destaca-se que a sentença e o acórdão


combatidos solucionaram a lide corretamente, merecendo serem confirmados.

Não há motivo para a pretensão recursal buscar a alteração da


decisão proferida, uma vez que, restou consolidado pelo STF no julgamento do
Recurso Extraordinário nº 574.706 cuja relatoria foi da Ministra Carmem Lúcia,
em decisão do dia 15/03/2017, a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na
base de cálculo do PIS e da COFINS, restando solucionado o Tema 69 com o voto
vencedor da Ministra relatora fixando a seguinte tese grifada abaixo:

2
“Decisão : O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da
Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema
69 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário e
fixou a seguinte tese: “O ICMS não compõe a base de cálculo para
a incidência do PIS e da Cofins”. Vencidos os Ministros Edson
Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Nesta
assentada o Ministro Dias Toffoli aditou seu voto. Plenário,
15.3.2017.”

No julgamento do mencionado RE, a decisão foi favorável ao


contribuinte, tendo o STF definido, em sede de repercussão geral, que o ICMS não
pode ser considerado como receita ou faturamento, uma vez que não integra o
patrimônio do contribuinte, uma vez que o valor que ingressa no caixa da pessoa
jurídica implica em mero trânsito contábil. Ou seja, os contribuintes do PIS e da
COFINS não faturam, em si, o ICMS, sendo este um imposto indireto no qual o
contribuinte é mero agente arrecadador.

A decisão acima surgiu após discussão sobre tema prolongar-se por


cerca de 20 anos perante o Poder Judiciário, não sendo novidade a controvérsia
acerca da inclusão do ICMS no conceito de faturamento da empresa, tornando-o
apto, assim, a figurar como parcela da base de cálculo das contribuições destinadas
ao PIS (Programa de Integração Social) e ao COFINS (Financiamento da
Seguridade Social).

Considerando-se os votos favoráveis aos contribuintes, os ministros


do STF observaram que o ICMS não pode ser entendido como receita ou
faturamento, pois não integra o patrimônio do contribuinte. Ao chamar de
faturamento ou receita algo que deve ser definido como mero ingresso de caixa, a
Fazenda estaria ameaçando a proteção ao contribuinte. Sob a visão do empresário,
não cabe chamar o tributo de faturamento, uma vez que este será repassado
integralmente ao Estado.

Os valores pagos a título de ICMS pela Recorrente não têm


natureza de faturamento, pois não importa em agregação de riqueza, conforme

3
trecho da alínea “b” do inciso I do artigo 195 da Constituição Federal. Com base
nesse ponto conclui-se que os contribuintes saíram vencedores do julgamento do RE
574706, com atribuição de Repercussão Geral.

A decisão do Supremo Tribunal Federal pode ser aplicada


imediatamente perante qualquer Juiz ou Tribunal, independente de trânsito em
julgado ou modulação de efeitos, conforme art. 927 e art 1.040, inciso I do Novo
Código de Processo Civil:

“Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


[...]
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos
extraordinário e especial repetitivos;
§ 1° Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no
art. 489, § 1°, quando decidirem com fundamento neste artigo.”

“Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma:


I - o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará
seguimento aos recursos especiais ou extraordinários sobrestados
na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a orientação do
tribunal superior;
[...]”

Qualquer decisão que não levar em consideração a tese acima


exposta será considerada nula, por ausência de fundamentação, caso não seja
comprovada a existência de distinção entre o caso em julgamento ou a modificação
do entendimento em discussão.

Com efeito, demonstra-se a necessidade do afastamento da


cobrança em discussão e a respectiva declaração de inconstitucionalidade da
incidência do ICMS sobre a base de cálculo do PIS e da COFINS, não havendo
razão para a argumentação da Recorrente em suas razões recursais.

Em razão do exposto, deve o Recurso Extraordinário interposto


pela Recorrente ser desprovido.

4
2) DOS PEDIDOS

Diante das razões expostas, a Recorrida impugna as alegações da


Recorrente e pugna para que não seja conhecido o presente Recurso
Extraordinário. Caso seja conhecido o recurso, requer seu desprovimento,
mantendo-se intacto o acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da __ª
Região.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Estado, ___ de __________ de 201_.

(Nome, assinatura e número da OAB do advogado)

Você também pode gostar