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PRÉ-PROJETO
Guarulhos
2019
Tema
Problemática
Um evento exótico como este pode levantar diversas questões pertinentes, dentre
estas há a contumácia, a teima dos nipo-brasileiros no negacionismo da rendição do
Japão.
1
DA SILVA, Carlos Leonardo Bahiense, Em nome do imperador: reflexões sobre a Shindo Renmei e sua
campanha pela preservação da etnicidade japonesa no Brasil (1937-1950). Dissertação de Mestrado –
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2006, p. 49.
Dentre estes, observam-se os jornais, por exemplo, o Diário da Noite, o qual
prestou grande cobertura do acontecimento, registrando o isolamento que a colônia
sofreu durante o período da Guerra, em que jornais em japonês e rádios eram proibidos,
bem como a origem desta no ano de 1942 em Marília pelo ex-coronel japonês Junji
Kikawa, em que se destinava, a princípio, na destruição da produção de seda e hortelã,
responsáveis pela criação de paraquedas e de explosivos mais potentes,
respectivamente.2
2
História do Terrorismo Nipônico – Diário da Noite – São Paulo – 11 de maio de 1951 – Edição 08093 –
p. 9.
3
Cem Escolas Japonesas Foram Fechadas nos Últimos Quatro Anos na Alta Paulista – Diário da Noite –
São Paulo – 4 de abril de 1946 – Edição 06550 – p. 1.
4
DA SILVA, Carlos Leonardo Bahiense, Em nome do imperador: reflexões sobre a Shindo Renmei e sua
campanha pela preservação da etnicidade japonesa no Brasil (1937-1950). Dissertação de Mestrado –
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2006, p. 17.
5
DE MORAIS, Fernando Gomes, Corações Sujos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 26.
6
Articula-se a Organização Terrorista “Zen-Hei-Tai” – Correio Paulistano – São Paulo – 5 de novembro
de 1952 – Edição 29625 – p. 2.
7
DA SILVA, Carlos Leonardo Bahiense, Em nome do imperador: reflexões sobre a Shindo Renmei e sua
campanha pela preservação da etnicidade japonesa no Brasil (1937-1950). Dissertação de Mestrado –
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2006, p. 5.
8
Matou um Patrício e Feriu Outros Três – Diário da Noite – São Paulo – 11 de março de 1952 – Edição
08342 – p. 2.
9
DE MORAIS, Fernando Gomes, Corações Sujos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 8-9.
soberano, contemplou-se uma significativa aprovação popular, com possíveis centenas
de milhares de associados, gerando arrecadações de milhões de cruzeiros por mês10;
uma sabotagem sistemática das lavouras realizada por aproximadamente metade do
contingente dos Nikkei11, altamente armados12 e propulsores de pesada propaganda para
a persuasão de seus compatriotas13.
Além disso, essa exacerbada resistência dos Kachigumi é observada mesmo após
a decadência da Shindo Renmei, na ação de outros agrupamentos similares, como Zen-
Hei-Tai a qual continuava a perseguição contra os “corações sujos”, todavia seu ápice
foi visto em pleno 1946, ano de radicalização da Liga do Caminho dos Súditos, já que,
numa reunião das personalidades mais importantes da colônia japonesa no Palácio dos
Campos Elíseos, onde o embaixador Macedo Soares tentaria convencê-los a abdicar de
seu radicalismo, contudo ele não estava sozinho, estava presente o representante
diplomático da Suécia, que era igualmente o encarregado dos interesses japoneses no
Brasil, este proferiu os dizeres do próprio imperador Hirohito contidos num rescrito,
cujas palavras insinuavam que seus súditos no Brasil deveriam conformar-se com a
“dolorosa verdade”, entretanto, eles, pelo contrário, demonstraram-se rígidos e
inflexíveis, como já o fizeram anteriormente, mesmo perante as afirmações de seu
monarca14.
Por último, antes de finalizar este texto, mostra-se necessário lembrar que as
forças brasileiras não permaneceram imóveis diante do que acontecia, invocando, para
isso, a figura do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS), fato este
verificável na obra de Rogério Dezem15.
10
A Organização Possuía mais de Cem Mil Associados – Diário da Noite – São Paulo – 4 de abril de
1946 – Edição 06550 – p. 10.
11
Sabotagem Sistemática de Cerca de 50 por cento da Colônia Japonesa – Jornal de Notícias – São Paulo
– 12 de abril 1946 – Edição 00001 – p. 12.
12
Grande Quantidade de Armas em poder da “Shindo Remmei” – Diário da Noite – São Paulo – 5 de
abril de 1946 – p. 8.
13
E por que as Vítimas Sucumbem? – Diário da Noite – São Paulo – 2 de abril de 1946 – p. 10.
14
Eles não Entendem... – Jornal de Notícias – São Paulo – 21 de julho de 1946 – p. 2.
15
DEZEM, Rogério Akiti. Shindô-renmei: Terrorismo e Repressão – Inventário DEOPS Módulo III –
Japoneses. São Paulo: Arquivo do Estado/Imprensa Oficial, 2000, p. 208.
REFERÊNCIAS
Este artigo de Carlos Leonardo Bahiense da Silva é relevante para este pré-
projeto visto seu olhar aprofundado sobre o tema e um foco mais ampliado em questões
sociais envolvendo a Shindo Renmei.
Já este livro destaca-se pela precisão cirúrgica com que trata e narra as ações e o
percurso tomado pela Shindo Renmei, sendo essencial para uma melhor compreensão do
assunto para todos aqueles que se interessarem.
Por fim, tem-se o livro de Rogério Dezem, o qual faz parte de uma coletânea de
obras que retratam documentos pertencentes ao DEOPS, neste caso, envolvendo os
japoneses.