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ATIVIDADE AVALIATIVA 1
VIÇOSA, MG
2023
GABRIELA FERNANDES KURATOMI MIRANDA
SÃO PAULO
2022
Dedico este trabalho aos meus pais.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais por me apoiarem durante minha vida, nunca
duvidarem da minha capacidade de realizar meus sonhos e sempre fazerem eu
confiar em mim mesma.
Agradeço aos meus amigos que sempre me deram forças para tudo que eu
precisei.
Agradeço também ao meu namorado, que sempre me motivou e contribuiu
para que eu fosse capaz de continuar.
RESUMO
Esta monografia trata sobre os assuntos que envolvem a comunidade
japonesa no Brasil: o período anterior a imigração; a relação entre Brasil e Japão; a
vinda dos japoneses; a estadia na Hospedaria dos Imigrantes; a ida as fazendas, e
as discussões e repressões principalmente durante a Era Vargas e a Segunda
Guerra Mundial.
A escolha do tema foi através da afinidade e gosto pessoal da autora com o
assunto, que possui ascendência japonesa e buscava adquirir saberes acerca do
tema.
O trabalho foi produzido através da leitura de livros e artigos científicos,
também foi assistido documentários.
Este trabalho proporcionou que a autora adquirisse conhecimento a fim de
sanar suas dúvidas pessoas. Cabe, também, salientar que ele contribuiu para o
conhecimento de formatações pelas normas ABNT.
ABSTRACT
This monograph deals with the issues involving the Japanese community in
Brazil: the period prior to immigration; the relationship between Brazil and Japan; the
coming of the Japanese; stay at the Immigrants Inn; the going of the farms, and the
discussions and repressions mainly during the Vargas Era and the Second World
War.
The choice of the theme was through the affinity and personal taste of the
author with the subject, who has Japanese ancestry and sought to acquire
knowledge about the subject.
The work was produced through the reading of books and scientific articles,
also watched documentaries.
This work allowed the author to acquire knowledge in order to answer her
people's doubts. It is also worth noting that it contributed to the knowledge of
formatting by ABNT standards.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
3 CONCLUSÃO 31
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Cartaz de propaganda de imigração para a América do Sul 14
Figura 2 - Ryu Mizuno (centro), que organizou a primeira viagem de imigrantes
japoneses ao Brasil 14
Figura 3 - Lista de passageiros do Kasato-Maru, 1908. 15
Figura 4 - Passaporte de identificação de estrangeiros. 16
Figura 5 - Passaporte de Masataro Yamada e sua esposa. 16
Figura 6 - O navio a vapor Kasato-Maru atracado no Porto de Santos. 18
Figura 7 - Viagem de trem rumo a Hospedaria de Imigrantes 19
Figura 8 - Hospedaria de Imigrantes, bairro do Brás, São Paulo 19
Figura 9 - O refeitório da hospedaria 20
Figura 10 - Os imigrantes japoneses no dormitório da Hospedaria 20
Figura 11 - A colônia Hirano 23
Figura 12 - Unpei Hirano 23
8
INTRODUÇÃO
A seguir, será apresentado fatos históricos e discussões acerca da
comunidade japonesa no Brasil.
No capítulo 1 foi abordado a parte histórica do tema, sendo subdividida em 4
subcapítulos. A primeira parte aborda os processos anteriores a imigração, a
segunda parte engloba a vinda dos japoneses ao Brasil, terceira parte mostra o
destino dos imigrantes no Brasil, a quarta fala sobre as colônias japonesas que se
formaram no Brasil e a quinta fala sobre o bairro da Liberdade, sendo o bairro com
mais japoneses do Brasil.
Em 1908, o navio Kasato-Maru atracou em Santos, trazendo diversos
imigrantes vindos do Japão, a fim de trabalhar nas fazendas cafeeiras ao longo do
interior de São Paulo, que necessitavam de mão de obra após o fim da escravidão e
a queda na vinda de imigrantes europeus, em contrapartida, o Japão, após o início
da Era Meiji, sofreu com graves crises socioeconômicas no campo, o que ocasionou
num enorme êxodo rural e uma superpopulação que enfrentava as mais diversas
dificuldades.
Os japoneses ficaram por um tempo hospedados na Hospedaria dos
Imigrantes, e depois foram designados para suas respectivas fazendas. Os
japoneses vindos não possuíam grandes conhecimentos acerca da agricultura e más
condições de trabalho e moradia resultou em diversas fugas das fazendas, e assim
os imigrantes se instalaram por diversos locais em São Paulo e outros estados,
exercendo diversificadas profissões.
Ao longo do tempo, alguns japoneses juntaram dinheiro e foram em busca de
sua independência, comprando sua própria terra e distribuindo lotes delas aos
colonos. A primeira colônia foi a Hirano, sendo Unpei Hirano seu líder. Eles
plantaram arroz e café, mas acabaram passando por diversas crises e seu líder
acabou falecendo.
Alguns imigrantes após fugirem das fazendas, se instalaram na Rua Conde de
Sarzedas, na Sé, pois o aluguel de quartos na região era barato. A comunidade
japonesa foi crescendo e acabou dominando o bairro da Liberdade, conhecido
atualmente pelos comércios japoneses e estruturas tradicionais do Japão. São Paulo
engloba a maior comunidade japonesa fora do Japão.
No capítulo 2 foi abordado as discussões envolvendo a vinda dos japoneses
ao Brasil, as repressões enfrentadas por eles e o período da Era Vargas e Segunda
9
1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_Edo
2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_Edo
4 Oficial da marinha brasileira, nobre e escritor, responsável por algumas missões diplomáticas, como
o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e China e mais tarde entre Brasil e Japão.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_Silveira_de_Mott
12
6 O foco da imigração japonesa era os Estados Unidos, por causa de sua economia mais sólida e
que poderia proporcionar uma boa estabilidade para aqueles vindos do Japão. (SAKURAI, 2000).
9
13
11Em 1924, os japoneses foram proibidos de entrar nos Estados Unidos, através da Quota
Immigration Law. (SHIZUNO, 2001, p.29).
16
12 A Casa Fujisaki, de Sendai, no Japão, abriu uma loja em São Paulo, “Japão em São Paulo”.
(DAIGO, 2008 p.8.).
19
pelos funcionários.
13 Normalmente, o jantar era pão e caldo de carne. HANDA, Tomoo. O imigrante japonês, p.7.
21
14 Varetas utilizadas como talheres pelos japoneses e outros povos asiáticos. Hashi – Wikipédia, a
enciclopédia livre (wikipedia.org)
16 Grupo japonês vindo da Ilha de Okinawa. Culto aos antepassados okinawanos: memória,
identidade e gênero - sescsp.org.br
no Brasil, pois devido a diversas falácias dos recrutadores, eles acreditavam que o
país era um maravilhoso paraíso e que enriqueceriam rapidamente, mas a realidade
era outra, completamente contrária a propagada feita.
Na Fazenda Dumont, 4 jovens fugiram para viver na capital paulista, mas
foram convencidos a voltar para a fazenda, entretanto em agosto, todas as 52
famílias de imigrantes que ali estavam, resolveram voltar para a Hospedaria dos
Imigrantes, após um fracasso na quantidade de café que conseguiam colher, o
trabalho era árduo e eles não estavam acostumados. Tal fenômeno foi visto em
outras fazendas, muitos imigrantes abandonaram o trabalho e fugiram. A safra de
café daquele ano foi uma das piores. Dos 772 japoneses distribuídos pelas
fazendas, após 6 meses aproximadamente 430 já haviam deixado os locais.
O destino dos imigrantes que fugiram foi muito variado. A maioria das famílias
vindas de Okinawa se mudou para Santos, pois além da semelhança com sua região
natal, acreditavam que o porto de Santos teria boas oportunidades de emprego.
Alguns trabalharam em construções de estradas de ferro ao longo do interior paulista
e outros foram para a capital, assumindo diversas profissões. Houve também
pessoas que acabaram cultivando hortaliças, cujas sementes haviam trazido do
Japão, no bairro do Brás, em São Paulo, que na época possuía um grande terreno
aberto, entretanto acabaram enfrentando dificuldades para vender as hortaliças, já
que o público brasileiro não conhecia aqueles legumes e não sabiam como prepará-
los.
Os imigrantes do Kasato Maru enfrentaram grandes sacrifícios desde sua
chegada.
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24
25
Fonte: https://saopaulosemmesmice.com.br/coisas-imperdiveis-pra-fazer-
na-liberdade/
25 O local foi um palco de execuções de criminosos e escravos. Crueldade marca início do bairro da
Liberdade :Especiais - Arquivo Portal NippoBrasil
26 Os indigentes são pessoas com baixas condições financeiras, que não possuem família e
identidade, o que faz com que muitas sejam enterradas sem nome. www.dicio.com.br/indigente/
26
pertences doados pelas famílias dos imigrantes. Para aqueles com ascendência
japonesa, é possível buscar os antepassados no site do próprio museu.
Fonte: https://mundo-nipo.com/variedades/07/06/2018/imperador-do-japao-
faz-doacao-a-museu-da-imigracao-japonesa-no-brasil/attachment/03-
replica-do-navio-kasato-maru-no-museu-da-imigracao-japonesa-no-brasil-
foto-cortesia-tripadvisor-min/
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27 O eugenismo consiste numa ideologia racista que visa “melhorar” a genética da população. Para
os eugenistas, a raça branca seria a superior e as outras seriam inferiores, então propunham o
“branqueamento” da população. Eugenia: a teoria da superioridade racial - Notícias Concursos
(noticiasconcursos.com.br).
28
28
29 Os países se dividiram em dois grupos: eixo, composto por Itália, Alemanha e Japão e aliados,
composto por Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética. VASCONCELOS, Edjar Dias. A
Segunda Guerra Mundial.
30
30 Os amarelos são um grupo étnico formado por povos originários do leste asiático, como por
exemplos, japoneses, chineses, coreanos etc. Quem é amarelo no Brasil? (todasasrespostas.pt).
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3 CONCLUSÃO
Ao longo desta monografia, observou-se o contexto histórico do Brasil e do
Japão antes da imigração japonesa, e o processo de amizade e acordo entre eles.
Abordou-se também como ocorreu a vinda dos japoneses ao Brasil, o local em que
foram hospedados e as fazendas cafeeiras que foram trabalhar.
É possível observar que foi abordada a formação do conceito perigo amarelo,
uma ideologia racista que coloca os lestes asiáticos numa bolha de perigo étnico,
político e militar, que representava uma ameaça de dominação do Ocidente. Os
japoneses foram o maior grupo da Ásia a imigrar para o Brasil, o que fez com que a
maioria das discussões os envolvessem. Os efeitos disso atualmente é a
generalização, no Brasil as pessoas tendem a generalizar que todos os amarelos
são japoneses.
A chegada dos japoneses foi marcada por diversas discussões de críticos e
políticos contrários a imigração japonesa, que usavam de um discurso antinipônico e
eugênico, que valorizavam apenas a imigração europeia, pois ao longo dos anos e
através da miscigenação com a população brasileira, que era majoritariamente negra
e parda, os brancos seriam responsáveis pelo embranquecimento da sociedade
brasileira, fazendo do Brasil um país de brancos. Os japoneses eram uma ameaça a
esse embranquecimento, e por isso não foram bem recebidos por muitos.
Com a chegada da Era Vargas, período do governo de Getúlio Vargas, que
possuía tendências ditatoriais, e da Segunda Guerra Mundial, as discussões
envolvendo os japoneses voltaram com muita força. Os conceitos do imperialismo
japonês, vistos na construção do perigo amarelo, voltaram à tona, e os efeitos foram
duros para os japoneses que viviam aqui no Brasil.
Na Segunda Guerra Mundial, Brasil e Japão estavam em grupos diferentes,
se tornando inimigos. Isso fez com que houvesse muita desconfiança com os
japoneses que moravam no Brasil, pois eles eram acusados de serem espiões e
estarem armando um complô contra o Brasil. Eles foram impedidos de se reunirem,
de falaram japonês em público e ensinar sua língua materna para as crianças, não
puderam receber as cartas de parentes enviadas do Japão e nem lerem jornais
japoneses, isso fez com que as informações sobre a guerra fossem escassas e
incertas, cada um possuía uma crença sobre derrota ou vitória e o que estava
acontecendo. Houve casos até mesmo de japoneses, em Tomé Açu, que foram
presos num campo de concentração para que não pudessem espionar o que ocorria
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por fora, e alguns japoneses foram tirados do litoral de Santos sob as mesmas
circunstâncias, tendo seus bens confiscados pelo governo brasileiro.
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REFERÊNCIAS