Você está na página 1de 6

1

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE

Curso de História

DISCIPLINA: História do Brasil II CÓDIGO: 11704


CRÉDITOS: 04 CARGA HORÁRIA: 72
PROFESSOR: João Henrique Zanelatto PERÌODO 2021/1

Amo a história. Se não amasse não seria historiador. Fazer a vida em


duas: consagrar uma à profissão, cumprida sem amor; reservar a
outra à satisfação das necessidades profundas – algo de abominável
quando a profissão que se escolheu é uma profissão de inteligência.
Amo a história – e é por isso que estou feliz por vos falar, hoje,
daquilo que amo (FEBVRE, Lucien, 1977, p. 37).

A destruição do passado, ou melhor, dos mecanismos que vinculam


nossa experiência pessoal à das gerações passadas, é um dos
fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX.
Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente
continuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da
época em que vivem. Por isso, os historiadores, cujo o ofício é
lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes que
nunca no fim do segundo milênio (HOBSBAWM, 1995, p. 13)

I - MISSÃO DA UNESC: Educar por meio do ensino, pesquisa e extensão, para promover a
qualidade e a sustentabilidade do ambiente de vida.

II - OBJETIVO DO CURSO: capacitar profissionais vinculados à área de história, no


sentido de dar-lhes uma formação historiográfica e de pesquisa local e regional articuladas
com a sala de aula.

III – EMENTÁRIO:
Independência – antecedentes e contextos. Economia, sociedade, política e cultura no Brasil
imperial. Escravidão e trabalho livre. Cotidiano, família e crianças no Brasil imperial. Crise
do sistema monárquico.

IV - OBJETIVOS DA DISCIPLINA:
Perceber através da historiografia a tematização da história do Brasil Império. Acompanhar
nas diversas obras a maneira como foi representado o passado no Brasil Império. Observar as
2

fontes utilizadas e perceber como os diversificados problemas levaram a releitura das mesmas
ou a criação de novas fontes.
Objetivos específicos:
a) Identificar as interpretações/historiografia sobre o processo da independência do
Brasil;
b) Destacar as revoltas que ocorreram durante o Brasil império com ênfase nas suas
singularidades;
c) Identificar as mudanças e permanências socias, econômicas, políticas e culturais
ocorridas com a independência.
Atividades interdisciplinares
A disciplinas faz uma conexão com as disciplinas de historiografia, história
contemporânea e história da América. Faz parte da disciplina as atividades desenvolvidas
pelo Curso - “Aula Inaugural”, no “Colóquio História Política e Poder”
V - METODOLOGIA:
- Aulas expositivas - síncronas
- Seminários e debates
- Trabalhos individuais e em grupos
- Avaliação escrita

VI – AVALIAÇÃO:
Comporão as avaliações:
Ao final do curso os acadêmicos terão 04 notas: a) apresentação dos seminários, b)
avaliação escrita, c) artigo, d) participação nos debates em sala de aula.
a) Para o seminário os acadêmicos deverão escolher um dos conflitos/revoltas que
ocorreram no Brasil Império: Primeiro Reinado (Confederação do Equador,
Província Cisplatina); Período Regencial (Cabanagem, Balaiada, Sabinada, Malês,
Farroupilha); Segundo Reinado (Revolução Praieira, Guerra do Paraguai). O
seminário deverá ser apresentado da seguinte maneira: a) apresentar a bibliografia
utilizada; b) utilização de uma linguagem (filme, documentário, música, imagens...). A
equipe devera expor para os colegas a analise e as reflexões que fez e produziu sobre o
tema, bem como entregar aos colegas e ao professor um resumo com os seguintes
itens: título, local e época, grupos em conflito, composição social,
objetivo/motivações/propostas defendidas, desfecho, referencias; c) Além disso, a
equipe deverá escolher um livro didático e apresentar como o tema é tratado.
b) Será realizada duas avaliações escrita dos textos discutidos em sala de aula.
c) Cada acadêmico deverá produzir um artigo sobre o Brasil Império (escolher um tema).
O artigo deverá ter no mínimo sete páginas, espaço 2 e letra 12. O acadêmico devera
apresentar e entregar o pré-projeto de seu artigo contendo os seguintes itens: tema,
problema, objetivo geral, específicos e fontes. Apresentação pré-projeto: 14/04.
Entrega artigo: 23/06
3

d) A participação será avaliada pelos debates, pelas leituras de todos os textos e por
discussões pertinentes. Trabalhos interdisciplinares com história da América e
Historiografia. Participação na “Aula Inaugural”, no “Colóquio História Política e
Poder” e no “Maio Negro”.

VII) CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:


Unidade I:
O Processo de Independência
a) O contexto da independência
b) As forças internas e externas que atuaram na independência
c) Historiografia da Independência
Unidade II:
A escrita da história sobre o Império
a) Economia: mudanças e permanências
b) Política: constituição de grupos/partidos e das disputas pelo poder.
c) Sociedade: escravidão X trabalho livre
d) Cultura: Influencias externa e construção da identidade nacional
Unidade III:
Conflitos, tensões e revoltas no Império
a) Confederação do equador
b) Guerra da Cisplatina
c) Cabanagem
d) Farroupilha
e) Balaiada
f) Sabinada
g) Malês
h) Praieira
Unidade IV:
O cotidiano no Império
a) Relação entre senhores e escravos: Opressão e resistência
b) Família, mulheres e crianças.
Unidade V:
Historiografia da Crise do Sistema Monárquico
a) Imigração européia e política do branqueamento
b) Os Republicanos no Império
c) Militares e Igreja X monarquia
4

d) Abolição da escravidão
e) A expansão cafeeira
f) A República é “Proclamada”, Pedro II foi embora

REFERANCIAS BÁSICAS:
SCHWARCZ, M. Lilia. STARLING, M. Heloisa. Brasil: uma biografia. 1. Ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015.
CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. Teatro das
Sombras: a política imperial. 6ª edição, Rio de janeiro: Civilização brasileira, 2011.
DIEHL, Astor Antônio. A cultura historiográfica brasileira: do IHGB aos anos 1930. Passo
fundo: Ediipf, 1998.
HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 26. Ed. São Paulo: Companhia das Letras,
1995.
PRADO JÚNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 15ª ed.,
1972.
FREITAS, Marcos César Freitas. (Org). Historiografia Brasileira em Perspectiva. São
Paulo: Contexto, 1998.
DORATIOTO, Francisco Fernando Monteoliva. Maldita Guerra: nova história da guerra do
Paraguai. São Paulo: Companhias das Letras, 2002.

REFERENCIAS COMPLEMENTARES:

ALONSO, Angela. Ideias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil Império. São
Paulo: Paz e Terra, 2002.
BASILE, Marcello Otávio N. de C. O Império brasileiro: panorama político. In:
LINHARES, Maria Yedda (org.). História geral do Brasil. 9ª ed. Rio de Janeiro: Campus,
2000.
CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. Brasília:
Editora da Universidade de Brasília, 1981.
______. Teatro de sombras: a política imperial. São Paulo: Vértice; Editora Revista dos
Tribunais / Rio de Janeiro: Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, 1988.
______. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2001.
______ (org.). Nação e cidadania no Império: novos horizontes. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2007.
______; CAMPOS, Adriana Pereira (orgs.). Perspectivas da cidadania no Brasil Império.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
______; NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das (orgs.). Repensando o Brasil do
Oitocentos: cidadania, política e liberdade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
______; PEREIRA, Miriam Halpern; RIBEIRO, Gladys Sabina; VAZ, Maria João (orgs.).
Linguagens e fronteiras do poder. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011.
COSTA, Wilma Peres. A Independência na historiografia brasileira. In: JANCSÓ, István
(org.). Independência: história e historiografia. São Paulo: Hucitec / Fapesp, 2005.
5

DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e poder em São Paulo no Século XIX. São
Paulo: Brasiliense, 1995.
DOLHNIKOFF, Miriam. O pacto imperial: origens do federalismo no Brasil do século XIX.
São Paulo: Globo, 2005.
DUTRA, Eliana de Freitas. MOLLIER, Jean-Yves. (org.). Política, nação e edição: o lugar
dos impressos na construção da vida política no Brasil, Europa e Américas nos séculos XVII-
XX. São Paulo: Annablume, 2006.
FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder: formação do patronato político brasileiro. Porto
Alegre, Globo, 1958.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 27ª ed., Editora Nacional, 1997.
FREYRE, Gilberto. Casa – Grande e Senzala. Rio de Janeiro: Record, 30ª ed., 1995.
GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. O Império das províncias: Rio de Janeiro, 1822-1889.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
GRAHAM, Richard. Clientelismo e política no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro:
Editora da UFRJ, 1997.
GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo (orgs.). O Brasil imperial. 3 vs. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2009.
JANCSÓ, István (org.). Brasil: formação do Estado e da nação. São Paulo: Hucitec; Fapesp /
Ijuí: Unijuí, 2003.
______ (org.). Independência: história e historiografia. São Paulo: Hucitec / Fapesp, 2005.
MALERBA, Jurandir. O Brasil imperial (1808-1889): panorama da história do Brasil no
século XIX. Maringá: Eduem, 1999.
______. Esboço crítico da recente historiografia sobre a Independência do Brasil (c.1980-
2002). In: MALERBA, Jurandir (org.). A Independência brasileira: novas dimensões. Rio
de Janeiro: Editora FGV, 2006.
MATTOS, Ilmar Rohloff de. O Tempo Saquarema: a formação do Estado imperial. São
Paulo: Hucitec / Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1987.
MELLO, Evaldo Cabral de. A outra Independência: o federalismo pernambucano de 1817 a
1824. São Paulo: Editora 34, 2004.
MELLO, Maria Tereza Chaves de. A república consentida: cultura democrática e científica
do final do Império. Rio de Janeiro: Editora FGV / Edur, 2007.
MONTEIRO, Hamilton M. Brasil Império. São Paulo: Ática, 1986.
MOREL, Marco. As transformações dos espaços públicos: imprensa, atores políticos e
sociabilidades na Cidade Imperial (1820-1840). São Paulo: Hucitec, 2005.
PALTI, Elias José. O século XIX brasileiro, a nova história política e os esquemas
teleológicos. In: CARVALHO, José Murilo de; NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das
(orgs.). Repensando o Brasil do Oitocentos: cidadania, política e liberdade. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2009.
PRADO JUNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense,
1997.
RIBEIRO, Gladys Sabina. Os portugueses na formação da nação brasileira - o debate
historiográfico desde 1836. In: Ler História, nº 38. Lisboa: ISCTE, 2000.
______. A liberdade em construção: identidade nacional e conflitos antilusitanos no
Primeiro Reinado. Rio de Janeiro: Relume Dumará / FAPERJ, 2002.
REIS, João José. GOMES, Flávio dos Santos (Org.). Liberdade por um fio: história dos
quilombos no Brasil. 1. Ed. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
Marcello Basile SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: d. Pedro II, um
monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
6

SLEMIAN, Andréa. Sob o império das leis: constituição e unidade nacional na formação do
Brasil (1822-1834). São Paulo: Aderaldo & Rothschild / Fapesp, 2009.
SOUZA, Iara Lis Franco Schiavinatto Carvalho. Pátria coroada: o Brasil como corpo
político autônomo - 1780-1831. São Paulo: Unesp, 1999.
SOIHET, Rachel. [et al.]. Mitos projetos e práticas políticas: memória e historiografia.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.

Você também pode gostar