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Mestre e doutorando em História pela UNESP, campus de Assis.
2
1
HALBWACHS, M. A Memória Coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
3
2
POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, v. 2, n. 3, 1989, pp.
9 e 10.
3
HOBSBAWM, E.; RANGER, T. (orgs.). A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1984.
4
BURKE, Peter. Unidade e Variedade na História Cultural. In: Variedades de História
Cultural. Trad. Alda Porto, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000, pp. 239 e 240.
5
Para a latinização de palavras japonesas, utilizo o padrão proposto por James Curtis Hepburn.
MICHAELIS. Dicionário Prático Português-Japonês. São Paulo: Cia. Melhoramentos,
Aliança Cultural Brasil-Japão, 2000, s.p. As expressões japonesas são seguidas de seu
respectivo ideograma (kanji, 漢字), já que muitas das traduções são apenas aproximadas.
6
Pelo termo nikkei, compreende-se todos os japoneses e descendentes que passaram a residir
na América. LESSER, Jeffrey. A Negociação da Identidade Nacional: Imigrantes, Minorias e
a Luta pela Etnicidade no Brasil. Trad. Patrícia de Queiroz Carvalho Zimbres, São Paulo:
EDUNESP, 2001, p. 226.
7
POLLAK, M. Op. Cit., p. 5.
4
8
SUZUKI, T. The Japanese Immigrant in Brazil. Tokyo: University of Tokyo Press, 1969, 2
volumes.
9
IKEDA, Daisaku; KODAMA, R. Sol e Terra: Sinfonia do Desbravador: Saga de um Pioneiro
da Imigração Japonesa no Brasil. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2008, pp. 18 – 21. A Soka
Gakkai (創価学会) é uma das chamadas novas religiões japonesas que, criada em 1930 por
Tsunesaburo Makiguchi, surgiu como uma ramificação leiga do Budismo Nichiren (日蓮).
Popularizou-se no Brasil a partir da segunda metade do século XX, inclusive entre o público
não-descendente, ganhando o nome Soka Gakkai Brazil International. PEREIRA, Ronan Alves.
Associação Brasil Soka Gakkai Internacional: sua Organização e Difusão no Brasil. In: VIII
Jornadas sobre Alternativas Religiosas na América Latina, n. 8, 1998. Anais das VIII Jornadas
sobre Alternativas Religiosas na América Latina. 1998, s.p.
5
10
IKEDA, D.; KODAMA, R. Op. Cit., p. 19.
6
11
Ibidem.
12
ISHIKAWA, T. Sobô: uma Saga da Imigração Japonesa. Trad. Maria Fusako Tomimatsu,
Monica Setuyo Okamoto e Takao Namekata, Cotia: Ateliê Editorial, 2008.
13
HASHIMOTO, Francisco; TANNO, Janete Leiko; OKAMOTO, M. S. (orgs). Cem Anos de
Imigração Japonesa: História, Memória e Arte. São Paulo: EDUNESP, 1998.
14
Revista Nures, n. 9, mai/set. 2008.
15
Japanese Journal of Religious Studies, 35/1, 2008.
16
LESSER, J. A Negociação da Identidade Nacional. Cit., pp. 9 e 10.
7
17
USARSKI, F. “The Last Missionary to Leave the Temple Should Turn Off the Light”:
Sociological Remarks on the Decline of Japanese “Immigrant” Buddhism in Brazil. Japanese
Journal of Religious Studies. Cit., pp. 39 – 59.
18
ALBUQUERQUE, E. B. Intellectuals and Japanese Buddhism in Brazil. Japanese Journal of
Religious Studies. Cit., pp. 61 – 79.
19
SHOJI, R. The Failed Prophecy of Shinto Nationalism and the Rise of Japanese Brazilian
Nationalism. Japanese Journal of Religious Studies. Cit., pp. 13 – 38.
20
PEREIRA, R. A. The Transplantation of Soka Gakkai to Brazil: Building the “Closest
Organization to the Heart of Ikeda-Sensei”. Japanese Journal of Religious Studies. Cit., pp.
95 – 113.
21
LESSER, J. De Nikkei para Brasileiro e Vice-Versa: o Papel da Etnicidade na Luta Armada
de São Paulo. In: HASHIMOTO, F.; TANNO, J. L.; OKAMOTO, M. S. (orgs). Cem Anos de
Imigração Japonesa. Cit.
22
DEZEM, R. Um Exemplo Singular de Política Emigratória: Subsídios para Compreender o
Processo de Formação dos Núcleos Ijûchi de Colonização Japonesa no Estado de São Paulo.
In: HASHIMOTO, F.; TANNO, J. L.; OKAMOTO, M. S. (orgs.). Op. Cit.
8
2. O Exótico e o Moderno
O discurso relacionado às festividades possui diversos
lugares comuns que, não obstante terem emergido no centenário, foram
longamente construídos e reproduzidos dentro e fora do país. Um dos
principais, o que constitui uma ironia, é a marginalização da memória da
imigração japonesa no Brasil em favor da reprodução de dois estereótipos
calcados, por um lado, no exotismo orientalista e, por outro, na modernidade.
Ao se observar a publicidade do Imin 100, é possível encontrar
recorrentemente expressões como “legado japonês”, “tradição” e, entre outros,
“cultura milenar”. No entanto, o conceito “tradição” e suas variantes remetem a
um conjunto de idéias e práticas que são legadas ao longo do tempo sem
sofrerem transformações históricas, o que constitui uma ilusão, já que, em
23
MARCHETTE, Tatiana Dantas (org.). Guia de Fontes para a História da Imigração
Japonesa no Paraná. Curitiba: EDUEL, Brasil Seikyo, 2008.
9
24
DEZEM, R. Matizes do “Amarelo”: a Gênese dos Discursos sobre os Orientais no Brasil
(1878 – 1908). São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2005, pp. 127 – 129.
25
SAID, E. W. Orientalismo: o Oriente como Invenção do Ocidente. Trad. Tomás Rosa Branco,
São Paulo: Companhia das Letras, 1990, pp. 13, 16 e 17. O autor tem como objeto o Oriente
Médio, porém o raciocínio segundo o qual o Oriente enquanto representação seria uma
construção oriental é válido para o Japão.
10
26
DEZEM, R. Matizes do “Amarelo”. Cit., pp. 239 – 288.
27
Paraná Shimbun. Londrina, 28 jun. 2008, n. 1697 (suplemento especial, p. 7).
11
3. Harmonia Brasil/Japão
O segundo lugar comum relacionado aos discursos
comemorativos que gostaria de chamar a atenção diz respeito à harmonia
entre Brasil e Japão que sempre teria existido. Na publicidade, a ideia tornou-
se recorrente, afirmando a celebração da “união de povos e culturas”, que os
“[...] os primeiros imigrantes [...] logo foram acolhidos como irmãos [...]”,
salientando a “[...] cultura milenar aproximada por um século de amizade” e,
entre outros exemplos, os “100 anos de integração”29. A propósito, na rádio
nikkei durante os eventos do Imin 100 em Londrina, o slogan era “Brasil e
Japão, 100 anos de paixão”. O próprio R. Kodama afirmou, em entrevista
concedida a D. Ikeda, que os japoneses foram “[...] vistos no começo como
uma espécie rara de gente, mas acolhidos sem discriminação [...]” (mesmo
tendo sido proibido de dirigir durante a Segunda Guerra Mundial, lembrando
28
DEZEM, R. Matizes do “Amarelo”. Cit., p. 124.
29
Folha de Londrina. Londrina, 18 jun. 2008 (suplemento especial, pp. 8, 15, 37 e 40).
12
4. Mito de origem
Outro lugar comum diz respeito à afirmação de 1908 como
período de ruptura que haveria iniciado as relações entre Brasil e Japão. A
periodização refere-se a um marco para a caracterização do próprio centenário
e, de fato, possui uma importância significativa, já que marca o evento no qual
as primeiras famílias japonesas chegaram ao porto de Santos. Em boa parte da
publicidade e dos livros memorialistas, a vinda do navio Kasato Maru tornou-se
mais que um episódio, mas um mito de origem para a história da imigração
nipônica em terras brasileiras. Porém, segundo o historiador francês Marc
Bloch, todos os recortes temporais são “[...] sempre, num determinado sentido,
arbitrários [...]”32, isto é, não são fenômenos inscritos na natureza, mas criações
humanas (como é de fato a idéia de tempo). Assim, na medida do possível, é
necessário problematizar as periodizações e investigar se, antes de
constituírem um corte, carregam também permanências de concepções e
práticas anteriores, e 1908 não é exceção, como demonstrarei adiante a partir
de algumas análises historiográficas.
A afirmação acrítica de 1908 permite e elaboração da
memória da imigração japonesa como uma narrativa linear e destituída de
maiores rupturas, possuindo um início, meio e fim. Como afirmado, a vinda do
Kasato Maru representaria um mito de origem no qual diversas famílias teriam,
numa trajetória épica, atravessado cinquenta e dois dias de viagem numa
30
IKEDA, D.; KODAMA, R. Op. Cit., p. 139.
31
FREYRE, G. Casa-Grande & Senzala. 41. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 46. Somente
para citar um exemplo de autor que aplica a democracia racial em âmbito regional (no caso, a
história do Paraná), MARTINS, Wilson. Um Brasil Diferente: Ensaio sobre o Fenômeno de
Aculturação no Paraná. São Paulo: T.A. Queiroz, 1989.
32
BLOCH, M. Introdução à História. Lisboa: Publicações Europa-América, 1997, p. 183.
13
5. Debates Acadêmicos
A história da imigração japonesa não é uma narrativa linear
e isenta de conflitos. De acordo com a historiografia recente, já no século XIX a
intelectualidade brasileira, apegada às idéias provenientes da Europa,
sobretudo da França, havia apropriado as teorias racistas elaboradas pelo
francês Arthur Gobineau, segundo o qual os seres humanos poderiam ser
divididos, basicamente, em três tipos hierárquicos: os negros, que possuiriam
um nível baixo de cultura e intelectualidade; os amarelos (dentre eles os
japoneses e os chineses, considerados de modo genérico), situados num
patamar intermediário e, por fim, os caucasianos, que estariam no ápice da
civilização33. Percebe-se que não havia separação entre os conceitos de raça,
ligado aos caracteres propriamente físicos, e cultura, envolvendo língua,
religião, costumes, política, artes e, entre outros aspectos, a moral (essa
divisão seria realizada posteriormente pelo antropólogo Franz Boas e, no Brasil,
por G. Freyre, que foi seu aluno na Universidade de Colúmbia34). Portanto,
segundo o pensamento de época, certas raças gerariam determinados tipos
culturais, sendo no determinismo raça/cultura que reside a essência de teoria
33
DEZEM, R. Matizes do “Amarelo”. Cit., pp. 206 e 207.
34
FREYRE, G. Op. Cit., pp. 44 e 45 e ORTIZ, Renato. Memória Coletiva e Sincretismo
Científico: as Teorias Raciais do Século XIX. In: Cultura Brasileira e Identidade Nacional. 2.
ed. São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 19. Segundo Ortiz, não se pode falar de “bricolagem” das
ideias européias pela intelectualidade brasileira, já que se tratava, antes, de uma apropriação
(o que pressupõe seleção, recorte e ressignificação) que aplicava as concepções estrangeiras
ao contexto local. Além disso, entre a produção do ideário racista e as apropriações brasileiras,
haveria um intervalo, havendo algumas concepções de Gobineau sido criticadas na própria
França. Ibidem, pp. 29 e 30.
14
39
DEZEM, R. Matizes do “Amarelo”. Cit., pp. 66 – 120.
40
Ibidem, p. 102 e LESSER, J. A Negociação da Identidade Nacional. Cit., p. 61.
41
CELESTINO Jr. apud SETO, Claudio; UYEDA, Maria Helena. Ayumi: Caminhos Percorridos.
Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002, pp. 47 e 48.
16
sendo reconstruído não apenas por intelectuais, como também por figuras
ligadas ao Estado.
No entanto, como frisa Dezem, outras imagens foram
acrescentadas àquelas construídas sobre os chineses. A partir de 1868, além
do processo de ocidentalização, o Japão iniciou sua própria corrida imperialista,
buscando adequar seus conhecimentos e tecnologias bélicas àquelas
existentes no Ocidente, convidando militares de outros países, como Estados
Unidos e Inglaterra, para treinarem os exércitos nipônicos. Além disso,
armamentos foram comprados em larga escala, como o canhão Armstrong e
metralhadoras como a gatling gun, que foram decisivos, por exemplo, na
guerra civil que alguns han (藩, conceito traduzido imprecisa e anatopicamente
como “feudo”), como Satsuma e Chôshu, empreenderam contra o Shogunato.
Em meio século, os japoneses dominaram a Coréia, a China e, em 1905,
derrotaram a Rússia na Guerra Russo-Japonesa, marcando o Japão como
potência militar.
Nesse contexto, foi criado o medo do “perigo amarelo”,
esquizofrenia social elaborada nos Estados Unidos (que recebia imigrantes
japoneses desde 188442), onde se desenvolveu boa parte dos discursos
antinipônicos43 (no período da Segunda Guerra, essa visão seria divulgada,
inclusive, em capas de revistas em quadrinhos do Capitão América, o
representante por excelência do soldado norte-americano). No Brasil, os
tradicionais estereótipos foram associados à ameaça militar, compondo um
discurso racista e militarista contra o imigrante japonês que, a partir de então,
seria uma ameaça no interior do próprio país não apenas como concorrente ao
trabalhador nacional, mas enquanto espião de uma potência imperialista. Os
principais caracteres da visão podem ser encontrados nas palavras do Ministro
da Justiça, Francisco de Campos, durante o Estado Novo:
42
Ministry of Foreign Affairs. Overseas Migration Statistics. Tokyo, 1964. Apud LEÃO,
Valdemar Carneiro. A Crise da Imigração Japonesa no Brasil (1930 – 1934): Contornos
Diplomáticos. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 1989, p. 191.
43
Sobre o discurso antinipônico nos EUA, DEZEM, R. Matizes do “Amarelo”. Cit., pp. 179,
180, 182, 183, 187 e 188. Acerca da construção do “perigo amarelo”, ibidem, pp. 149 e 150 e
SAKURAI, Célia. Imigração Japonesa para o Brasil: um Exemplo de Imigração Tutelada. In:
FAUSTO, Boris (org.). Fazer a América: a Imigração em Massa para a América Latina. São
Paulo: EDUSP, 2000, p. 150.
17
“Nem cinco, nem dez, nem vinte, nem cinqüenta anos serão
suficientes para uma verdadeira assimilação dos japoneses, que
praticamente devem considerar-se inassimiláveis. Eles pertencem
a uma raça e a uma religião absolutamente diversas; falam uma
língua irredutível aos idiomas ocidentais; possuem uma cultura de
baixo nível, que não incorporou, da cultura ocidental, senão os
conhecimentos indispensáveis à realização dos seus intuitos
militaristas e materialistas; seu padrão de vida desprezível
representa uma concorrência brutal com o trabalhador do país; seu
egoísmo, sua má fé, seu caráter refratário, fazem deles um enorme
quisto étnico, econômico e cultural localizado na mais rica das
regiões do Brasil. Há características que nenhum esforço no
sentido da assimilação conseguirá remover. Ninguém logrará, com
efeito, mudar a cor e a face do japonês, nem a sua concepção de
44
vida, nem o seu materialismo.”
44
CAMPOS apud LENHARO, Alcir. Sacralização da Política. São Paulo: Papirus, 1986, p.
132.
45
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Anuário Estatístico do Brasil, 1951..
Apud LEÃO, V. Op. Cit., p. 31.
46
LESSER, J. A Negociação da Identidade Nacional. Cit., p. 233.
18
47
KUMASAKA, Y. & SAITO, Hiroshi. Kachigumi: uma Delusão Coletiva Entre os Japoneses e
seus Descendentes no Brasil. In: SAITO, H. & MAEYAMA, Takashi (orgs.). Assimilação e
Integração dos Japoneses no Brasil. Petrópolis: Vozes, São Paulo: EDUSP, 1973, p. 451.
48
LESSER, J. A Negociação da Identidade Nacional. Cit., pp. 218 e 235.
49
IKEDA, D.; KOKAMA, R. Op. Cit., pp. 107 – 110.
50
Ibidem, p. 103. O “nós” e o “eles” subentendidos no depoimento de Ryoichi sugere uma
complexa noção de identidade – lembrando que, para Lesser, esta seria algo flexível. LESSER,
J. A Negociação da Identidade Nacional. Cit., p. 27. Em toda a transcrição do diálogo com
Ikeda, o imigrante afirma que o Brasil tornou-se sua segunda pátria, já que, diferentemente da
maioria dos japoneses que pretendiam retornar para o Japão, Kodama nunca teria pensado
nisso. Por isso, educou seus filhos como brasileiros, sem fazer questão de manter a identidade
pré-migratória. Ele próprio adequou-se aos hábitos nacionais, adotando uma postura
nipobrasileira. Contudo, em sua fala sobre o período da guerra, a separação entre o “nós”
(nipônicos) e o “eles” (brasileiros) torna-se clara. Não se trata de saber qual seria a “verdadeira”
identidade assumida por Kodama, mas de conceber que a imagem que fazia de si próprio
variava segundo as situações concretas. A flexibilidade identitária é a principal tese de Lesser
em “A Identidade Nacional”. O historiador explorou, em palestra recente, o raciocínio aplicando-
o à figura de Shizuo Ozawa, mais conhecido como Mario Japa, um dos líderes da Vanguarda
19
Revolucionária Popular nas décadas de 1960 e 70. LESSER, J. Como Shizuo Ozawa Tornou-
se Mario Japa? Londrina, 26/06/2008.
51
TAKEUCHI, M. Y. O Perigo Amarelo em Tempos de Guerra (1939 – 1945). São Paulo:
Arquivo do Estado, Imprensa Oficial do Estado, 2002, pp. 13 e 14.
52
Ver, entre outros, Departamento de Ordem Política e Social do Paraná (DEOPS-PR).
Sociedade dos Jovens Japoneses. Pront 2191. DEOPS-PR, 1944 – 1946.
53
TAKEUCHI, M. Y. Op. Cit., pp. 27 e 32; LESSER, J. A Negociação da Identidade Nacional.
Cit., p. 237 e KUMASAKA, Y.; SAITO, H. Op. Cit., p. 452.
54
TAKEUCHI, M. Y. Op. Cit., pp. 117, 118 e 150.
55
Ibidem, p. 32.
56
Ibidem, p. 30.
57
Ibidem, p. 28.
20
58
MAEYAMA, T. Religião, Parentesco e as Classes Médias dos Japoneses no Brasil Urbano.
In: SAITO, H.; MAEYAMA, T. Op. Cit., p. 244.
59
Idem. O Antepassado, o Imperador e o Imigrante: Religião e Identificação de Grupo dos
Japoneses no Brasil Rural (1908 – 1950). In: SAITO, H.; MAEYAMA, T. Op. Cit., pp. 414 e 415.
60
LESSER, J. Op. Cit., pp. 188 e HANDA, T. O Imigrante Japonês: História de sua Vida no
Brasil. São Paulo: T.A. Queiroz Editor, Centro de Estudos Nipo-Brasileiros, 1987, p. 726.
21
66
MORAES, F. Corações Sujos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
67
VIEIRA, Francisca Isabel Schurig. O Japonês na Frente de Expansão Paulista. São Paulo:
Pioneira, EDUSP, 1973, p. 256.
68
KUMASAKA, Y. & SAITO, H. Op. Cit., p. 457.
69
LESSER, J. A Negociação da Identidade Nacional. Cit., p. 243.
70
Ibidem, p. 244.
71
Ibidem, p. 243.
23
72
FUJII, Masao. Maintenance and Change in Japanese Traditional Funerals and Death-Related
Behavior. Japanese Journal of Religious Studies, 10/1, 1983, pp. 40 e 45.
73
LESSER, J. A Negociação da Identidade Nacional. Cit., p. 243.
74
Ibidem, p. 22.
75
KUMASAKA, Y. & SAITO, H. Op. Cit., p. 449.
24
vista os debates acadêmicos que têm sido realizados nas últimas décadas, tais
como: a historicidade das representações em torno do exotismo; a
compreensão dos discursos sobre os japoneses como anteriores a 1908,
remontando, pelo menos, aos debates sobre os chineses a partir de 1878; o
processo de elaboração do pensamento antinipônico e seus principais tópicos,
relacionando os argumentos racistas às concepções militaristas; os efeitos
desses enunciados sobre os imigrantes durante a Segunda Guerra Mundial e,
por fim, a crise identitária decorrente do pós-guerra com o vitorismo
representado pelo Shindô Renmei. Apesar do centenário ter gerado uma
variedade de produções ligadas à cultura japonesa, os discursos oficiais sobre
a imigração permanecem superficiais e distanciados dos debates acadêmicos
que, ao longo das últimas décadas, têm sugerido que a história da imigração,
para além de algo linear e homogêneo, é um objeto perpassado de conflitos e
contradições.