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EXCELENTÍSSIMO(A) DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA ${informacao_generica} REGIÃO

Processo nº: ${processo_numero_1o_grau}  

${cliente_nomecompleto}, já devidamente qualificado nos autos do presente


processo, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de seus
procuradores, inconformado com a decisão que inadmitiu preliminarmente o
seguimento do Recurso Extraordinário, interpor AGRAVO INTERNO, nos
termos do artigo 1.021 do Código de Processo Civil. Nessa conformidade,
REQUER o recebimento do presente, para que seja reconsiderada a decisão
de inadmissão, ou que, caso seja mantida a decisão, que sejam então
encaminhados os autos ao respectivo órgão colegiado.

Nesses Termos;

Pede Deferimento.

${processo_cidade}, ${processo_hoje}.

${advogado_assinatura}  

AGRAVO
Processo nº : ${processo_numero_1o_grau}

Agravante  : ${cliente_nomecompleto}

Agravado    :  CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF)

Após o julgamento improcedente da demanda em primeiro grau, no pedido de


revisão do critério de correção monetária dos saldos da conta do FGTS, a parte
Autora recorreu ao E. Tribunal Regional Federal da $
{informacao_generica} Região, que, manteve a decisão de primeiro grau,
improvendo o recurso interposto, com base na decisão proferida pelo STJ no
REsp nº 1614874. Da decisão da Turma do TRF/${informacao_generica}, a
Agravante interpôs o recurso extraordinário, que teve inadmitido o seguimento
por decisão monocrática da Presidência do Tribunal, fundada em suposta
ausência de Repercussão Geral da matéria, em análise de admissibilidade
preliminar.

Assim, desta decisão negatória ao seguimento do recurso, o Agravante


interpõe o presente, postulando que seja admitido o recurso e encaminhado
para julgamento do mérito, a ser realizado pelo órgão colegiado.

DOS FUNDAMENTOS DE AGRAVO


O Agravante interpôs o recurso extraordinário, eis que a decisão da Turma do
TRF/${informacao_generica} culmina em inconstitucionalidade, tornando
imperativa a discussão da constitucionalidade do art. 13 da Lei 8.036/90 e do
art. 17 da Lei 8.177/91.

O Presidente do TRF/${informacao_generica} ao analisar a matéria entendeu


que o STF já teria reconhecido a inexistência de Repercussão Geral na matéria
ao julgar o Tema 787.

Ocorre que a decisão proferida no Tema 787 (proferida em 11/12/2014), na


qual supostamente afirmou-se não existir Repercussão Geral acerca da
matéria que versa sobre a constitucionalidade da utilização da Taxa
Referencial (TR) para correção dos saldos das contas do FGTS, não se
mantém mais íntegra, seja ante ao firme posicionamento da atual
jurisprudência dominante do STF, seja pelas alterações nas premissas
fático-jurídicas acerca da matéria.

Observem, nobres julgadores, que a decisão do Tema 787 (ARE 848.240/RN)


foi tomada por maioria, e com a premissa de que o STF “afirmou a legitimidade
da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização de obrigações”:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. FGTS. DEPÓSITOS EFETUADOS NA CONTA
VINCULADA. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA.
APLICAÇÃO DA TAXA REFERENCIAL. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO
GERAL. 1. Esta Suprema Corte, em diversas manifestações
de seu órgão plenário, afirmou a legitimidade da Taxa
Referencial (TR) como índice de atualização de obrigações,
com a única ressalva da inviabilidade de sua aplicação retroativa
para alcançar situações pretéritas. Nesse sentido: ADI 493-MC,
Rel. Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, DJ de 4/9/1992; ADI
768-MC, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, DJ de
13/11/1992; ADI 959-MC, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal
Pleno, DJ de 13/5/1994. 2. Assim sendo, o exame da
inaplicabilidade da TR em situações específicas pertence ao
domínio da legislação ordinária pertinente a cada caso, a
significar que eventual ofensa à Carta Magna seria apenas
reflexa. 3. Portanto, é de natureza infraconstitucional a
controvérsia relativa à aplicação da TR como índice de correção
monetária dos depósitos efetuados em conta vinculada do FGTS,
fundada na interpretação das Leis 7.730/89, 8.036/90 e 8.177/91.
4. É cabível a atribuição dos efeitos da declaração de ausência
de repercussão geral quando não há matéria constitucional a ser
apreciada ou quando eventual ofensa à Carta Magna ocorra de
forma indireta ou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE,
DJe de 13/03/2009). 5. Ausência de repercussão geral da questão
suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC. (ARE 848240 RG,
Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 11/12/2014,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-250 DIVULG 18-12-2014
PUBLIC 19-12-2014 - grifado)
Conforme já amplamente exposto no Recurso Extraordinário interposto, o
Pretório Excelso já assentou na ADI 4425 e mais recentemente ao julgar o RE
870947 (Tema 810) que “a taxa referencial (TR) não é índice de correção
monetária, pois, refletindo as variações do custo primário da captação dos
depósitos a prazo fixo, não constitui índice que reflita a variação do poder
aquisitivo da moeda” e que “não há como, portanto, deixar de reconhecer a
inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixação da
remuneração básica da caderneta de poupança como índice de correção
monetária”.

Nesse sentido, já foi decidido pela Suprema Corte que a TR, enquanto
índice de correção monetária, é INCONSTITUCIONAL, pois “não constitui
índice que reflita a variação do poder aquisitivo da moeda”.

Ainda, fora proposta a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5090, sob


relatoria do Ministro Roberto Barroso, que assim asseverou em sua decisão
que recebeu a ação:

Estão presentes os requisitos legais. A relevância da matéria é evidente,


sendo pertinente a participação das requerentes – a primeira, porque assiste
centenas de trabalhadores em demandas relativas à atualização do FGTS; e a
segunda, porque atua como agente operador do FGTS.  (grifado)

Aliás, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal já reconheceu


a possibilidade de revisão da decisão que em um primeiro momento
reconhece inexistência de Repercussão Geral, por alteração nas
premissas fático-jurídicas.

Observem a dicção do Informativo nº 605 da Suprema Corte acerca do tema:

REPERCUSSÃO GERAL

Repercussão Geral e Alteração nas Premissas Fático-Jurídicas - 1

O Plenário resolveu questão de ordem no sentido de reconhecer a


repercussão geral da matéria discutida em recursos extraordinários,
relativa à possibilidade, ou não, de se aplicar a alíquota máxima do Imposto de
Renda de Pessoa Física aos valores recebidos acumuladamente pelo
beneficiário, por culpa exclusiva da autarquia previdenciária. Com base
nisso, reformou decisão monocrática da Min. Ellen Gracie, que não
admitira os recursos, dos quais relatora, ao fundamento de que a questão
já teria sido considerada “sem repercussão geral” no âmbito do Plenário
Virtual. No caso, após o STF haver deliberado que o tema versado nos autos
não possuiria repercussão geral, o TRF da 4ª Região declarara a
inconstitucionalidade, sem redução de texto, do art. 12 da Lei 7.713/88, o qual
determina a incidência do Imposto de Renda no mês do recebimento de
valores acumulados sobre o total dos rendimentos. A União, ao alegar a
superveniente alteração nas premissas fático-jurídicas, sustentava, em sede de
agravo regimental, que os recursos extraordinários interpostos com fulcro no
art. 102, III, b, da CF teriam repercussão geral presumida.
RE 614232 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)

RE 614406 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)

Nesse interim, verifica-se que o Pretório Excelso autoriza a revisão da decisão


que em um primeiro momento aduz que inexiste repercussão geral.

A alteração fática se dá em razão do crescimento impremeditável do número


de ações que versam sobre a matéria no Poder Judiciário. Quando julgado o
Tema 731 do STJ, mais de 409 mil ações aguardavam o referido julgamento[1].
Ainda, cumpre salientar que após o julgamento que não reconheceu
repercussão geral na matéria, em 2014, a inflação anual acumulada em 2015,
segundo o IPCA, foi de 10,67%, enquanto que a TR acumulada para o mesmo
ano foi de 1,79%!![2]

A alteração jurídica se dá pelo atual entendimento dominante, julgado em


Repercussão Geral (Tema 810) e em sede de controle concentrado de
constitucionalidade (ADI 4425), no sentido de que a Taxa Referencial
enquanto índice de correção monetária é inconstitucional.

Sob o tema, o art. 1.035, §3º, I do CPC dispõe que sempre haverá


repercussão geral quando o recurso impugnar acórdão que
contrarie jurisprudência dominante do STF:

Art. 1.035.  O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não


conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele
versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.

[...]

3oHaverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:

I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal


Federal;      (grifado)

Nesse ínterim, é necessário que o Supremo Tribunal Federal reveja o seu


posicionamento acerca da existência de Repercussão Geral sobre a matéria,
em face da alteração e consolidação da sua jurisprudência acerca da
constitucionalidade da TR como índice de correção monetária e das alterações
fáticas supervenientes ao julgamento de 2014, com crescimento descontrolável
da inflação e do número de ações que versam sobre o tema, que foram
afetadas pelo julgamento do STJ no REsp Repetitivo nº 1614874.

Destarte, demonstrado no presente Agravo o cabimento do Recurso


Extraordinário interposto, e a existência de Repercussão Geral, deve este ser
provido para que seja admitido o recurso.

DO PEDIDO
ISTO POSTO, REQUER o Agravante que seja provido o presente agravo
interno, reformando a decisão que inadmitiu o Recurso Extraordinário
interposto, a fim de remetê-lo para o Egrégio Supremo Tribunal Federal.
  

Nesses Termos;

Pede Deferimento.

  

${processo_cidade}, ${processo_hoje}.

${advogado_assinatura}  

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