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CANOAS/RS
nos autos da Recuperação Judicial em epígrafe, requerida por RBA TRANSPORTES E SERVIÇOS
RODOVIÁRIOS LTDA – ME (“RBA”), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o
nº 10.746.889/0001-04, com sede na Rua Cândido Machado, nº 29, sala 207, Canoas/RS, CEP
92010/270, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
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No caso dos autos, denota-se que o edital do artigo 52, §1º, da Lei 11.101/2005, foi publicado no
DJe em 13/06/2017. Em seguida, analisadas as habilitações e divergências apresentadas via
administrativa, o edital previsto no artigo 7º, §2º, da Lei 11.101/2005, foi publicado em
27/08/2018.
Diante desse cenário, não restam dúvidas sobre o cabimento da presente habilitação de crédito
retardatária.
Assim, requer a imediata habilitação do crédito do DEMAREST nesta Recuperação Judicial, com o
reconhecimento de preferência, por tratar-se de crédito equiparado à verba trabalhista,
conforme será abordado adiante, e a inclusão no quadro geral de credores.
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A Seguradora Sompo Seguros S.A. (“Sompo”), nova denominação de Yasuda Marítima Seguros
S.A. (Doc. 3), cliente do escritório ora peticionário (Doc. 4), ajuizou, em 30/04/2014, Ação de
Ressarcimento em face da RBA, com o objetivo de receber as indenizações pagas à empresa
segurada Bombril S/A., referente a indenização de danos havidos em produto transportado pela
Ré, no valor total R$ 21.429,26.
Assim, iniciado Cumprimento de Sentença, as partes celebraram acordo (Doc. 6), homologado
em 05/10/2016 (Doc. 7), o qual consistiu no pagamento de R$ 33.052,76 pela RBA à Sompo, em
10 parcelas iguais e sucessivas de R$ 3.305,27, com vencimento de 05/08/2016 a 05/05/2017.
Além de honorários de sucumbência de R$ 3.305,28, a serem pagos pela RBA a esta Peticionária.
Contudo, a RBA apenas realizou o pagamento das primeiras 05 parcelas devidas à Sompo, de
forma que resta pendente o pagamento das demais 05 parcelas de R$ 3.305,27, totalizando R$
16.526,35, correspondentes aos meses de 05/01/2017 a 05/05/2017, além de honorários de
sucumbência de R$ 3.305,28.
Ocorre que, durante a execução do acordo, foi deferida a Recuperação Judicial da RBA.
Deste modo, com o intuito de receber o que lhe é devido e não restando alternativas, observando
o quanto disposto no artigo 10, §6º da Lei nº 11.101/2005, requer-se o reconhecimento de seu
crédito, sua posterior inclusão no quadro geral de credores da RBA e, por fim, a sua quitação.
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Por fim, diante do pedido de habilitação de crédito retardatária e afim de garantir a satisfação
do crédito, requer-se a reserva do valor de R$ 3.305,28, com base no art. 10, §8º, da Lei
11.101/2005.
Conforme se depreende dos autos principais, o pedido de Recuperação Judicial foi apresentado
pela Recuperanda em 29/11/2016.
O artigo 9º, inciso II, da Lei 11.101/2005, é claro ao estabelecer que a habilitação de crédito
deverá conter o valor do crédito atualizado até a data do pedido de recuperação judicial, o que,
no caso da empresa devedora, efetivamente ocorreu na data acima indicada.
Pelo caráter alimentar dos honorários advocatícios, a verba honorária fixada na sentença na Ação
de Ressarcimento deve ter o privilégio sobre os demais créditos, ora executados, conforme
expressa redação do artigo 24 da Lei 8.906/94:
Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os
estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata,
concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.
O Superior Tribunal de Justiça adotou, com base em julgado submetido à sistemática dos
Recursos Repetitivos (REsp 1.152.218/RS, Rel. Mnistro Luis Felipe Salomão, j. 07/05/2014) o
entendimento de que os honorários advocatícios ostentam natureza alimentar e detêm
privilégio geral em concurso de credores, equiparando se ao crédito trabalhista.
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Portanto, pelo caráter alimentar dos honorários advocatícios, requer seja considerado
privilegiado em face aos demais credores, sendo classificado na Classe I (créditos trabalhistas),
na forma do art. 83, I, Lei 11.101/2005.
4. CONCLUSÃO E REQUERIMENTOS
Tendo em vista o decurso do prazo da fase administrativa para habilitação de crédito, o DEMAREST
requer seja a recebida e processada a presente habilitação de crédito de forma retardatária, bem
como a reserva do crédito, conforme disposto no artigo 10, §5º e §8º, da Lei 11.101/2005, com
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a subsequente citação da Requerida, na pessoa do Sr. Administrador Judicial, para que, caso
queiram, apresentem resposta.
No mérito, após o regular processamento dos autos, requer seja acolhida a sua pretensão,
acrescendo-se o crédito ora reclamado na Classe I do quadro geral de credores da Recuperação
Judicial distribuída sob o 5003923-75.2014.8.21.0008, no montante de R$ 3.305,28 (três mil,
trezentos e cinco reais e vinte e oito centavos).
4. PROVAS
5. VALOR DA CAUSA
Dá-se à presente causa o valor de R$ 3.305,28 (três mil, trezentos e cinco reais e vinte e oito
centavos), correspondente ao valor do crédito detido pelo Demarest e que se pretende ver
acrescido ao quadro geral de credores.
7. INTIMAÇÕES
Por derradeiro, requer que todas as publicações doravante veiculadas no Diário Oficial,
intimações e quaisquer comunicações no presente processo sejam exclusivamente feitas em
nome de MARCIA CICARELLI BARBOSA DE OLIVEIRA, inscrita na OAB/SP sob o nº 146.454, com
escritório profissional na Avenida Pedroso de Morais, nº 1.201, Pinheiros, São Paulo, CEP 05419-
001, sob pena de nulidade dos atos que vierem a ser praticados, em consonância com o disposto
no parágrafo 5º, do artigo 272 do Código de Processo Civil.
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ROL DE DOCUMENTOS
Doc. 01 Contrato Social
Doc. 02 Procuração
Doc. 03 Atos constitutivos Sompo Seguros S.A.
Doc. 04 Procuração Sompo x Demarest
Doc. 05 Sentença de procedência – Ação de Ressarcimento
Doc. 06 Acordo celebrado entre a RBA x Sompo e Demarest
Doc. 07 Sentença homologatória – Ação de Ressarcimento
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