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I. Relatório
As partes recorreram da sentença (M. 133.1), mantida em sede de embargos
de declaração (M. 147.1), proferida na “ação revisional de benefício complementar”
que julgou procedentes os pedidos iniciais, nos seguintes termos:
“Ante o exposto, nos termos do art. 487, inc. I, do Novo Código de Processo Civil,
julgo PROCEDENTES os pedidos contidos na inicial, com base no art. 487, inciso I
do CPC, para condenar a parte ré a revisar o benefício previdenciário
complementar da autora, com a integração das parcelas salariais reconhecidas
nas reclamatórias trabalhistas, e consequentemente condená-la ao pagamento das
diferenças a este título, corrigidas monetariamente pela média INPC/IGP-DI desde
o vencimento de cada parcela do benefício, e juros de mora de 1% ao mês,
contatos da citação, observada a prescrição para as anteriores aos cinco anos do
ajuizamento da presente ação (30/09/2016).
Tal montante deverá ser apurado em liquidação mediante estudo técnico atuarial,
observadas as disposições regulamentares e a fundamentação da sentença.
Diante da sucumbência, condeno a parte ré ao pagamento de custas processuais
e honorários de sucumbência em favor do patrono do autor, estes fixados em 10%
sobre o valor atualizado da condenação.”
O fundo previdenciário, por sua vez, alegou em suas razões recursais (M.
154.1) que:
II. Voto
Presentes os pressupostos de admissibilidade e regularidade formal,
conheço dos recursos.
Dos fatos
A autora trabalhou no Banco Banestado (sucedido pelo Itaú Unibanco S.A) –
patrocinador do plano previdenciário – entre 15.01.1990 (data em que foi inscrita na
Funbep) e 28.10.2003 (M. 21.5), quando optou pela suspensão de suas
contribuições junto ao Plano de Benefícios I e concomitantemente, pelo Benefício
Proporcional Diferido a partir da referida data, com fundamento no art. 14, I, da Lei
109/2001 e o art. 31 do Regulamento do Plano de Benefícios I (M. 21.6). Na
oportunidade, a autora manifestou ciência de que somente faria jus ao recebimento
do benefício quando cumprisse os requisitos exigidos pelo art. 31 e seguintes do
Regulamento vigente à época[1], que assim dispunham:
Art. 12. Os planos de benefícios de entidades fechadas poderão ser instituídos por
patrocinadores e instituidores, observado o disposto no art. 31 desta Lei
Complementar.
Art. 13. A formalização da condição de patrocinador ou instituidor de um plano de
benefício dar-se-á mediante convênio de adesão a ser celebrado entre o
patrocinador ou instituidor e a entidade fechada, em relação a cada plano de
benefícios por esta administrado e executado, mediante prévia autorização do
órgão regulador e fiscalizador, conforme regulamentação do Poder Executivo.
(...)
Art. 22. Ao final de cada exercício, coincidente com o ano civil, as entidades
fechadas deverão levantar as demonstrações contábeis e as avaliações
atuariais de cada plano de benefícios, por pessoa jurídica ou profissional
legalmente habilitado, devendo os resultados ser encaminhados ao órgão
regulador e fiscalizador e divulgados aos participantes e aos assistidos.
Art. 23. As entidades fechadas deverão manter atualizada sua contabilidade,
de acordo com as instruções do órgão regulador e fiscalizador, consolidando
a posição dos planos de benefícios que administram e executam, bem como
submetendo suas contas a auditores independentes.
Parágrafo único. Ao final de cada exercício serão elaboradas as
demonstrações contábeis e atuariais consolidadas, sem prejuízo dos
controles por plano de benefícios.
(...)
Art. 34. As entidades fechadas podem ser qualificadas da seguinte forma,
além de outras que possam ser definidas pelo órgão regulador e fiscalizador:
I - de acordo com os planos que administram:
a) de plano comum, quando administram plano ou conjunto de planos acessíveis
ao universo de participantes; e
b) com multiplano, quando administram plano ou conjunto de planos de
benefícios para diversos grupos de participantes, com independência
patrimonial. ”
Do mérito
Da complementação do benefício previdenciário
Segundo os dados cadastrais de M. 21.5, a autora, nascida em 19.03.1965,
completou 50 anos em 2015, quando ela se tornou elegível ao recebimento do
benefício diferido. E, tratando-se de previdência complementar, há firme orientação
no STJ no sentido de que deve ser aplicado o regulamento vigente no momento
da elegibilidade ao benefício.
Portanto, as regras que regem o benefício da autora estão previstas no “
Regulamento do Plano de Benefícios I do Funbep”, vigente desde 2014. Ao que
interessa no feito, tal regramento dispôs (M. 21.4):
Conclusão
Voto, assim, no sentido de:
LILIAN ROMERO
Desembargadora Relatora
[1] Regulamento do Pleno de Benefícios I da Funbep, vigente de 2000 a 2005, extraído dos
autos NPU 0001465-91.2013.8.16.0026 (Ms. 33.26/33.32), de minha Relatoria, julgado por esta
Câmara em 19.08.2022.
[2] Disponível em <</i>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-cnpc-n-46-de-1-de-outubro-
de-2021-350620302>
[3] Disponível em
[4] Disponível em