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DIREITO CONSTITUCIONAL
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Art. 950, CPC. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal
designará a sessão de julgamento.
Obs.: Em qualquer outro Tribunal, há a cisão funcional (Turma ou Câmara fica com o
caso concreto paralisado e o Pleno ou Órgão Especial julga a norma jurídica, para depois a Turma
ou Câmara julgar o caso concreto). No STF, como existem duas turmas com 5 componentes e todos
participam do Plenário, quando a Turma resolve levar a norma jurídica ao Plenário, para declarar a
inconstitucionalidade ou não, a Turma não levará apenas a norma jurídica. O Pleno julgará a norma
jurídica e o caso concreto. No STF não existe a cisão funcional.
• Exceção no que diz respeito aos atingidos: ao invés da decisão ser inter partes, a
decisão ser diretamente, sem interferência do Senado ou de Súmula Vinculante, erga omnes e
vinculante.
No que tange aos atingidos há uma série de problemas. A regra é que a decisão seja
inter partes, pois, se está diante de um caso concreto, mesmo que no STF. Mas, a decisão poderá
ser erga omnes e vinculante, mesmo sem atuação do Senado ou por súmula vinculante.
Não há uma situação pacífica na jurisprudência e doutrina. Não há uma consolidação.
- Análise Histórica: a discussão sobre a possibilidade do STF declarar a
inconstitucionalidade, num caso concreto, já com efeito erga omnes e vinculante, sem a
necessidade de atuação do Senado ou de Súmula Vinculante vem de um debate desde 2006.
Em 2006 houve o julgamento do HC 82.959-SP e o STF por 6x5 declarou a
inconstitucionalidade da vedação de progressão de regime na Lei de Crimes Hediondos (Lei 8072/90)
por ferir o art. 5º, CF, princípios constitucionais que envolve direitos fundamentais. O STF decidiu
um caso concreto.
PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO - RAZÃO DE SER. A progressão
no regime de cumprimento da pena, nas espécies fechado, semi-aberto e aberto,
tem como razão maior a ressocialização do preso que, mais dia ou menos dia,
voltará ao convívio social. PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO
- PROGRESSÃO - ÓBICE - ARTIGO 2º, § 1º, DA LEI Nº 8.072/90 -
INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL. Conflita com a garantia
da individualização da pena - artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal - a
imposição, mediante norma, do cumprimento da pena em regime integralmente
fechado. Nova inteligência do princípio da individualização da pena, em evolução
jurisprudencial, assentada a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da Lei nº
8.072/90.
(HC 82959, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23/02/2006, DJ
01-09-2006 PP-00018 EMENT VOL-02245-03 PP-00510 RTJ VOL-00200-02 PP-00795)
DIREITO CONSTITUCIONAL
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Efeito vinculante de declaração incidental de inconstitucionalidade
Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, em
sede de controle difuso, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato, também produz
eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. O STF passou a acolher a teoria da abstrativização do
controle difuso. Assim, se o Plenário do STF decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade
de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle difuso, essa decisão terá os mesmos efeitos
do controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante.
Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte:
quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a decisão já
tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a
referida Casa Legislativa dê publicidade daquilo que foi decidido. STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI