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Aula 21

DIREITO CONSTITUCIONAL

PROF. BERNARDO GONÇALVES FERNANDES

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

1. ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade)

1.1. Cabe ADI, segundo o STF:

Cabe ADI contra as espécies normativas primárias do art. 59 da CF.


Cabe ADI contra Emenda Constitucional, fruto do Poder Constituinte Derivado, que
não poderá ferir cláusula pétrea. Cabe ADI contra Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis
Delegadas, Medidas Provisória, Decretos Legislativos e Resoluções do Poder Legislativo.
Desde a ADI 4048 de abril de 2008, o STF afirma que é possível ADI quando a espécie
normativa primária, quando o ato normativo primário for de efeito concreto.

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.


MEDIDA PROVISÓRIA N° 405, DE 18.12.2007. ABERTURA DE CRÉDITO
EXTRAORDINÁRIO. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA
EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS. I.
MEDIDA PROVISÓRIA E SUA CONVERSÃO EM LEI. Conversão da medida provisória
na Lei n° 11.658/2008, sem alteração substancial. Aditamento ao pedido inicial.
Inexistência de obstáculo processual ao prosseguimento do julgamento. A lei de
conversão não convalida os vícios existentes na medida provisória. Precedentes. II.

Material elaborado por Wanessa Ferreira Ribeiro Cavalcante


CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS ORÇAMENTÁRIAS.
REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal deve exercer sua função
precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos
quando houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato,
independente do caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto.
Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato de
constitucionalidade. III. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA
EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS PARA
ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. Interpretação do art. 167, § 3º c/c o art.
62, § 1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. Além dos requisitos de relevância e
urgência (art. 62), a Constituição exige que a abertura do crédito extraordinário seja
feita apenas para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. Ao contrário do que
ocorre em relação aos requisitos de relevância e urgência (art. 62), que se submetem
a uma ampla margem de discricionariedade por parte do Presidente da República,
os requisitos de imprevisibilidade e urgência (art. 167, § 3º) recebem densificação
normativa da Constituição. Os conteúdos semânticos das expressões "guerra",
"comoção interna" e "calamidade pública" constituem vetores para a
interpretação/aplicação do art. 167, § 3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da
Constituição. "Guerra", "comoção interna" e "calamidade pública" são conceitos
que representam realidades ou situações fáticas de extrema gravidade e de
conseqüências imprevisíveis para a ordem pública e a paz social, e que dessa forma
requerem, com a devida urgência, a adoção de medidas singulares e extraordinárias.
A leitura atenta e a análise interpretativa do texto e da exposição de motivos da MP
n° 405/2007 demonstram que os créditos abertos são destinados a prover despesas
correntes, que não estão qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. A
edição da MP n° 405/2007 configurou um patente desvirtuamento dos parâmetros
constitucionais que permitem a edição de medidas provisórias para a abertura de
créditos extraordinários. IV. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. Suspensão da vigência
da Lei n° 11.658/2008, desde a sua publicação, ocorrida em 22 de abril de 2008.
(ADI 4048 MC, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2008,
DJe-157 DIVULG 21-08-2008 PUBLIC 22-08-2008 EMENT VOL-02329-01 PP-00055
RTJ VOL-00206-01 PP-00232)

Cabe ADI contra resoluções sou deliberações administrativas de Tribunais e


Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral, que trazem normatividade para as eleições no Brasil.
Cabe ADI e ADC contra as resoluções do CNJ e CNMP que possuem caráter normativo
primário.
Cabe ADI contra os Regimentos Internos de Tribunais que possuem caráter normativo
primário.

Cabe ADI contra atos estatais de conteúdo derrogatório. São resoluções


administrativas normativas, do Poder Executivo, que incidem sobre atos normativos, ou seja,
verdadeiros atos do Poder Executivo com força normativa. Ex.: STF já entendeu caber ADI contra
portaria do Ministério do Trabalho (ADI 3206).
CONTRIBUIÇÕES - CATEGORIAS PROFISSIONAIS - REGÊNCIA - PORTARIA -
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. A regência das contribuições sindicais há de se

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fazer mediante lei no sentido formal e material, conflitando com a Carta da
República, considerada a forma, portaria do Ministro de Estado do Trabalho e
Emprego, disciplinando o tema
(ADI 3206, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 14/04/2005, DJ
26-08-2005 PP-00005 EMENT VOL-02202-01 PP-00191 RTJ VOL-00199-01 PP-
00197 LEXSTF v. 27, n. 321, 2005, p. 51-69)

Cabe ADI contra Resolução do Conselho Interministerial de Preços (ADI 8).


EMENTA: CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA. RESOLUÇÃO 293-C, de 01.11.88, do
Conselho Interministerial de Preços: reajuste de preços. ALTERAÇÃO POSTERIOR.
LIBERAÇÃO DOS PREÇOS. I. - Liberação dos preços industriais dos medicamentos da
linha humana constantes da Resolução 293-C, de 01.11.88, pela Portaria da
Secretaria Executiva do MEFP n. 37, de 11.05.92, certo que, anteriormente, os preços
foram objeto de modificações mediante resoluções ou portarias. Perda do objeto da
ação direta de inconstitucionalidade. II. - ADIn julgada prejudicada.
(ADI 8, Relator(a): CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 15/02/1996, DJ 10-
05-1996 PP-15129 EMENT VOL-01827-01 PP-00001)

Cabe ADI contra Decretos autônomos do art. 84, VI da CR/88. Decreto autônomo é
aquele que não vem dar fiel execução às leis, assim, contrariará diretamente a Constituição.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar


aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Cabe ADI contra Tratados Internacionais incorporados ao ordenamento jurídico


brasileiro. Existem três tipos de tratados internacionais: Tratado Internacional de Direitos Humanos
que passa pelo procedimento do art. 5º, §3º, CF, entra no ordenamento como norma equivalente à
Emenda Constitucional, Tratado Internacional de Direitos Humanos que não passa pelo
procedimento do art. 5º, §3º, CF e entra no ordenamento como norma supralegal (acima das leis
ordinárias, mas abaixo da norma constitucional) e Tratado Internacional que não são de Direitos
Humanos.
Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
Cabe ADI contra Decretos do Presidente da República de promulgação de tratados e
convenções internacionais. Quando o Presidente da República assina um Tratado Internacional, vai
para aprovação do Congresso Nacional, nos termos do art. 49, I, CF e o Presidente promulga o
Tratado para entrar no ordenamento. Contra o decreto que promulga o Tratado caberá ADI.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

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I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

Cabe ADI contra Lei Distrital no exercício da competência Estadual. O Distrito Federal,
como estudado no federalismo, legisla como se Estado fosse e como se município fosse. Quando a
lei distrital é no exercício da competência estadual, caberá ADI. Ex.: Lei do DF sobre IPTU – não cabe
ADI, pois está na seara municipal. Ex.: Lei do DF sobre âmbito estadual – cabe ADI.
Cabe ADI contra recomendação de Tribunal que fixa a competência da Justiça do
Trabalho para autorizar o trabalho de crianças e adolescentes em eventos de natureza artística, nos
termos do Informativo 917 do STF (ADI 5326).
As corregedorias do Tribunal de Justiça de São Paulo, do Tribunal Regional do
Trabalho da 2ª Região, Ministério Público de São Paulo e Ministério Público do Trabalho se reuniram
para decidir a competência para autorizar o trabalho de crianças e adolescentes em eventos de
natureza artística. O acordo foi de que a competência seria da Justiça do Trabalho. Houve uma
recomendação aos Juízes de direito, da infância e da juventude e aos Juízes do Trabalho sobre a
competência. O STF considerou a recomendação um ato de caráter primário, autônomo e cogente
que inova no ordenamento jurídico e assim, impugnável por ADI. É um ato cogente que vincula os
juízes de direito e juízes do trabalho.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Cabe ADI contra recomendação de Tribunal que fixa a competência da Justiça do Trabalho para autorizar o
trabalho de crianças e adolescentes em eventos de natureza artística
Cabe ADI contra recomendação conjunta de Tribunal de Justiça e de Tribunal Regional do Trabalho recomendando
aos juízes que considerem como sendo da Justiça do Trabalho a competência para autorizar o trabalho de crianças e
adolescentes em eventos de natureza artística. Esta recomendação deve ser considerada como ato de caráter
primário, autônomo e cogente, inovando no ordenamento jurídico, razão pela qual pode ser impugnada por meio de
ADI. STF. Plenário. ADI 5326/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/9/2018 (Info 917).
Fonte: Dizer o Direito

Cabe ADI contra Lei Orçamentária, mesmo sendo uma lei anual, com perspectiva de
especificidade.

1.2. Não cabe ADI, segundo o STF:

I) Norma constitucional originária

A norma que nasceu na Constituição, em 05/10/1988. Cabe ADI contra norma


constitucional, desde que seja norma constitucional derivada, fruto de Emenda Constitucional ou
Tratado Internacional de Direitos Humanos que entra no ordenamneot nos termos do art. 50, §3º,
CF.

Não há que se falar em norma constitucional originária inconstitucional. O STF não


adota a teoria do autor alemão Otto Bachoff que entendia pela possibilidade de normas
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constitucionais originárias inconstitucionais.

Não existe hierarquia entre normas constitucionais.

II) Leis ou Atos normativos anteriores à Constituição de 1988.

Se a Lei ou ato normativo é anterior a 05/10/1988 não há que se falar em ADI. A lei
será recepcionada ou não. É uma questão intertemporal.

O STF não admite a inconstitucionalidade superveniente clássica ou tradicional.

Caberá controle para análise de recepção ou não de lei anterior à CF. Cabe assim,
controle difuso concreto (pela via da exceção, incidental) e controle concentrado via ADPF.

III) Contra lei ou ato normativo já revogado

ADI é contra lei ou ato normativo federal ou estadual. Se já revogado, não cabe ADI.

Pode acontecer de existir a lei estadual ou federal, objeto de ADI. Mas no iter de
tramitação da ADI, a lei pode ser revogada por outra lei. Assim, a ADI perde o objeto, porque a lei
foi revogada.

Existem três exceções, situações em que mesmo com a lei revogada, a ADI não perde
o objeto:

- Se existir fraude processual (informativo 515, STF). Se os Poderes Executivo e


Legislativo produziram a nova lei, apenas para revogar a lei anterior e ocorrer perda do objeto da
ADI. É caso de fraude, abuso de direito e a ADI não perderá o objeto. Visa reforçar a força normativa
da Constituição, de máxima efetividade das normas constitucionais.

- Quando o conteúdo da lei nova repetir em essência o conteúdo da lei anterior que
está sendo revogada. Não tem sentido a ADI perder o objeto. É suficiente um aditamento na ADI.

Isso aconteceu muito com as leis de reforma do CPC de 1973.

- O STF julgou ADI contra uma lei e após o julgamento houve a informação de
revogação da lei. Se o STF julga o mérito da ADI e posteriormente há a informação de revogação da
lei, não há perda de objeto, não será possível reconhecer após o julgamento a prejudicialidade da
ADI (Informativo 845, STF).

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Revogação do ato normativo que estava sendo impugnado e julgamento da ação sem comunicar este fato ao
STF

O que acontece caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja revogado antes do julgamento da
ação? Regra: haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 1203). Exceção 1: não
haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique demonstrado que houve "fraude

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processual", ou seja, que a norma foi revogada de forma proposital a fim de evitar que o STF a declarasse
inconstitucional e anulasse os efeitos por ela produzidos (STF ADI 3306). Exceção 2: não haverá perda do objeto se
ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado foi repetido, em sua essência, em outro diploma normativo.
Neste caso, como não houve desatualização significativa no conteúdo do instituto, não há obstáculo para o
conhecimento da ação (ADI 2418/DF). Exceção 3: caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado
previamente que houve a revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será possível reconhecer, após o
julgamento, a prejudicialidade da ADI já apreciada. STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
4/5/2016 (Info 824). STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016 (Info 845).

Fonte: Dizer o Direito

IV) Contra Decretos Regulamentares do art. 84, IV, CF.

O decreto regulamentar visa dar fiel execução a uma lei. Se o decreto usurpar ou
violar a lei, haverá crise de ilegalidade e não de inconstitucionalidade, conforme entendimento do
STF. Por via reflexa, oblíqua e não direta é possível chegar à Constituição.

Obs.: No caso do Decreto Autônomo não há lei sendo contrariada ou usurpada. A


inconstitucionalidade é direta. Contraria diretamente a Constituição. Não há lei a ser regulamentada
(art. 84, VI, CF).

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e


regulamentos para sua fiel execução;

V) Respostas do TSE

Não criam direito novo. Não apresentam caráter inovador. O TSE estaria tão somente
explicitando direito eleitoral já existente, respondendo dúvidas de partidos políticos.

Obs.: No caso de Resoluções do TSE há criação de direito novo, assim, caberá ADI.
Inova-se no ordenamento.

VI) Lei Municipal

Nos termos do art. 102, I, alínea “a”, CF, cabe ADI contra lei federal e lei estadual.
Assim, não há que se falar em ADI contra lei municipal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual

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e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

Cabe controle difuso concreto, pela via da exceção em casos concretos, pela via ou
modo incidental, em processos subjetivos, com autor e réu, contra qualquer lei municipal.

Cabe controle concentrado via ADPF.

OBS1.: Se a lei municipal contrariar a Constituição Estadual caberá ADI estadual a ser
julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado. É o que se denomina de Representação de
Inconstitucionalidade Estadual.

OBS2.: Se a lei municipal contrariar a Constituição Estadual em norma de reprodução


obrigatória da Constituição Federal, o STF decidiu pelo parâmetro direto. Assim, caberá ADI estadual
a ser julgada pelo Tribunal de Justiça.

Da decisão do Tribunal de Justiça cabe Recurso Extraordinário para o STF, pois, a lei
municipal está contrariando, em verdade, a Constituição Federal por se tratar de norma de
reprodução obrigatória.

Nesse caso, um processo objetivo, de controle de abstrato, ADI estadual no Tribunal


de Justiça, se torna um controle concreto, se concretiza. É uma pirotecnia jurídica. O STF admite
Recurso Extraordinário derivado de ADI estadual. O julgamento do Recurso Extraordinário no STF
terá efeito erga omnes.

VII) Contra Convenção Coletiva de Trabalho

A Convenção Coletiva de Trabalho vincula apenas as partes da Convenção. Não tem


caráter abstrato, genérico.

VIII) Atos Normativos Privados

O contrato é lei entre as partes, mas é ato privado, não tem abstração incita que
envolve ADI.

IX) Lei Distrital no exercício da competência municipal do DF

X) Súmulas

É a uniformização de entendimento do Tribunal sobre determinado tema, no qual é


criado um verbete a partir de um conjunto de julgados equivalentes sobre o tema. Visa apenas dar
celeridade no julgamento e gerar isonomia sobre o tema.

Obs.: Não cabe ADI contra Súmula Vinculante do STF. Há procedimento próprio para
edição, revisão e cancelamento, nos termos da lei 11.417/2006.

XI) Quando ocorrer conflito entre a ementa de uma lei e seu conteúdo.

É um problema de técnica legislativa.

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XII) Leis declaradas inconstitucionais em decisão definitiva do STF que tenham sido
suspensas (com eficácia suspensa) por Resolução do Senado.

XIII) Lei temporária após o término de sua vigência.

Ex.: Lei temporária do coronavírus, quando acabar a validade não caberá ADI.

1.3. Legitimidade na ADI

Com o surgimento da ADI em 1965, com a Emenda 16 à Constituição de 1946, a


legitimidade era afeta apenas ao Procurador Geral da República e assim continuou na Constituição
de 1967/1969.

Com a Constituição de 1988 há uma ampliação da legitimidade para propositura de


ADI, nos termos do art. 103, I a IX, CF.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória


de constitucionalidade:

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Obs1.: Pertinência Temática: o STF desenvolveu, jurisprudencialmente, o


entendimento de que existem legitimados ativos universais, que são aqueles que pela natureza
pública inerente, não precisarão mostrar pertinência temática, interesse de agir para ajuizarem ADI.
São o Presidente da República, Mesa do Senado, Mesa da Câmara, Procurador Geral da República,
partido político com representação no Congresso Nacional e o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil. São assim, seis legitimados universais para ajuizamento de ADI.

Os legitimados ativos não universais ou especiais, segundo entendimento do STF:

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Mesas de Assembleias Legislativas ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; os Governadores
de Estados ou do Distrito Federal e as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito
nacional. Esses deverão demonstrar interesse de agir (pertinência temática) para ajuizamento de
ADI contra lei ou ato normativo estadual ou federal.

Ex.: Governador de São Paulo deseja ajuizar ADI contra lei do Maranhão. Deverá
demonstrar interesse de São Paulo em ter a lei do Maranhão declarada inconstitucional. Há uma
série de possibilidade: guerra fiscal, questões ambientais etc.

A pertinência temática não está prevista na Constituição Federal de 1988. Há


previsão da pertinência temática na Constituição de Portugal.

O rol do art. 103, I a IX da Constituição Federal é um rol taxativo, fechado, não é


exemplificativo. Ex.: A Mesa do Congresso Nacional não possui legitimidade para ajuizar ADI; A AGU
não possui legitimidade para ajuizar ADI.

Observações:

O Presidente da República pode ajuizar ADI contra lei que sancionou?

Sim, pois é um legitimado ativo. O Presidente pode entender que errou, que a lei
progressivamente se tornou inconstitucional, por uma série de questões econômicas, políticas,
culturais, tecnológicas.

Partidos Políticos com representação no Congresso Nacional

Significa ter um deputado federal pelo menos ou um Senador. Essa legitimidade do


partido político é aferida apenas no momento da impetração. Se no iter de tramitação da ADI a
representação é perdida, não há arquivamento por ilegitimidade, pois, a legitimidade é aferida
apenas na impetração.
O Diretório Nacional do Partido que deve ajuizar a ADI, ainda que a lei seja estadual.

Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional

Confederação sindical: entidade que possui junção de ao menos três federações, nos
termos do art. 535, CLT.
Art. 535, CLT - As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três)
federações e terão sede na Capital da República.
Entidade de classe de âmbito nacional: classe ou categoria profissional.
Ex.: ADI ajuizada pela UNE – União Nacional dos Estudantes – estudantes não
formam uma categoria profissional. Assim, a UNE não possui legitimidade ativa para ajuizar ADI.
No que tange ao âmbito nacional, o STF entende que o padrão é que a entidade
esteja alocada em pelo menos nove estados da Federação para ser legitimada ativa para o
ajuizamento de ADI. O STF utilizou como fundamento a Lei Orgânica dos Partidos Políticos.

Há uma distorção sobre entidade ou classe de âmbito nacional, pois, há uma

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redução ao viés profissional, eliminando uma série de outras possibilidades de entidades no âmbito
do direito e da sociedade civil. O Ministro Barroso se insurgiu contra esse padrão.

Segundo ele, o entendimento vigente até aqui é que somente as entidades


representativas de categorias econômicas ou profissionais possam ajuizar ações de controle
concentrado de constitucionalidade no Supremo. O Ministro Barroso propõe uma mudança na
jurisprudência sobre o tema para permitir que entidades de defesa de direitos fundamentais
possam propor esse tipo de ação. Para Barroso, apesar de a ALGBT não ser de classe profissional ou
econômica, como exigido pela jurisprudência do STF, “o vínculo que use os associados da ALGBT
consiste na busca pela não discriminação com base na orientação sexual ou na identidade de gênero
e pelo reconhecimento da sua autonomia e identidade”. Motivo pelo qual a corte deve revisar seu
entendimento e permitir que grupos vulneráveis e minoritários possam acessar o controle
concentrado da constitucionalidade. A associação não deixou de preencher os demais requisitos
para propor uma ADPF no Supremo; demonstrou possuir caráter nacional e existência de
pertinência temática entre os objetivos. (ADPF 527)

O Ministro Barroso propõe que as entidades de defesa de direitos fundamentais


possam propor ações no controle concentrado, como a ADI. Propõe ampliar para abranger as
entidades defensoras de direitos fundamentais, de minorias estigmatizadas para buscar a proteção
de direitos.

Essa decisão do Ministro Barroso não é definitiva, foi uma decisão monocrática, mas
demonstra um indicativo de votos, decisões com o intuito de ampliar a legitimidade. Por enquanto,
mantém-se o entendimento de entidade de classe como categoria profissional.

Associação de Associações

Até 2005, o STF não admitia o ajuizamento de ADI por Associação de Associações,
verdadeiras pessoas jurídicas de pessoas jurídicas. A partir de então, o STF passou a permitir o
ajuizamento por associação de associações.
Ex.: série de associações estaduais que congregam força para formar uma associação
nacional, visando empoderar a categoria profissional, Associação Nacional dos Delegados de Polícia,
Associação Nacional dos Produtores de Cachaça.

O STF não vem reconhecendo legitimidade ativa à Associação que representa


apenas fração ou parcela da categoria profissional, quando o ato impugnado repercute sobre a
esfera jurídica de toda uma classe.

Associação possui âmbito nacional, representa categoria profissional, mas apenas


parcela dessa categoria. Porém, a decisão do STF repercutirá sobre toda a categoria ou classe. Nesse
caso, não há legitimidade ativa.
Ex.: ANAMAGIS – Associação Nacional dos Magistrados Estaduais ajuíza ADI contra
lei e o STF não reconhece a legitimidade porque a decisão sobre o questionamento da lei impactará
todos os magistrados do Brasil e não apenas os magistrados estaduais associados à Associação.

Material elaborado por Wanessa Ferreira Ribeiro Cavalcante


Causará impacto nos magistrados federais, magistrados dos Tribunais Superiores, magistrados
federais do Trabalho. Assim, não é reconhecida a legitimidade, pois, a Associação representa apenas
parcela da categoria, apenas os magistrados estaduais.
Existem decisões em ADI e ADPF sobre esse tema no STF.

1.4. Procedimento e Decisão da ADI

O legitimado ativo do art. 103, CF necessita de advogado para o ajuizamento da


ADI?

Em regra, não há necessidade de advogado para ajuizamento de ADI.

Exceções: incisos VIII e IX do art. 103, CF – terão obrigatoriamente a necessidade de


advogado:

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

O art. 3º da Lei 9868/99 diz que a petição inicial quando subscrita por advogado terá
que ter poderes específicos para tal.

Art. 3o, Lei 9868/99. A petição indicará:

Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração,


quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter
cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos necessários para
comprovar a impugnação.

Precedente do STF:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. QUESTÃO DE ORDEM. GOVERNADOR


DE ESTADO. CAPACIDADE POSTULATÓRIA RECONHECIDA. MEDIDA CAUTELAR.
DEFERIMENTO PARCIAL. 1. O governador do Estado e as demais autoridades e
entidades referidas no art. 103, incisos I a VII, da Constituição Federal, além de
ativamente legitimados à instauração do controle concentrado de
constitucionalidade das leis e atos normativos, federais e estaduais, mediante
ajuizamento da ação direta perante o Supremo Tribunal Federal, possuem
capacidade processual plena e dispõem, ex vi da própria norma constitucional, de
capacidade postulatória. Podem, em conseqüência,enquanto ostentarem aquela
condição, praticar, no processo de ação direta de inconstitucionalidade, quaisquer
atos ordinariamente privativos de advogado. 2. A suspensão liminar da eficácia e
execução de leis e atos normativos, inclusive de preceitos consubstanciados em
textos constitucionais estaduais, traduz medida cautelar cuja concretização deriva
do grave exercício de um poder jurídico que a Constituição da República deferiu ao
Supremo Tribunal Federal. A excepcionalidade dessa providência cautelar impõe,

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por isso mesmo, a constatação, hic et nunc, da cumulativa satisfação de
determinados requisitos: a plausibilidade jurídica da tese exposta e a situação
configuradora do periculum in mora. Precedente: ADIN nº. 96-9 - RO (Medida
Liminar, DJ de 10/11/89).

(ADI 127 MC-QO, Relator(a): CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em


20/11/1989, DJ 04-12-1992 PP-23057 EMENT VOL-01687-01 PP-00001 RTJ VOL-
00144-01 PP-00004)

1.4.1. Requisitos na Petição inicial da ADI:

✓ Indicar lei ou ato normativo questionado, federal ou estadual;

✓ Fundamentos jurídicos do pedido, o porquê que a lei impugnada é


inconstitucional;

O STF não admite fundamentação jurídica genérica ou abstrata. Exige que a


fundamentação jurídica, para a inicial não ser indeferida de plano, seja concreta e específica.

Ex.: Legitimado ativo impugna Lei X dizendo que fere o Princípio da Liberdade
Dignidade da Pessoa Humana e da Igualdade. Isso é fundamentação genérica e abstrata. O
legitimado deve apontar em que sentido, em que termos, de que maneira, de que modo fere
princípio da liberdade. Fere a dignidade de qual maneira, de qual modo, o que é a dignidade, quais
os pretores e dimensões estão sendo afetadas. Fere qual igualdade, a formal, material,
procedimental, enquanto reconhecimento. É preciso dar concretude e especificidade aos
fundamentos jurídicos.

✓ Pedido de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo.

Vigora no STF o Princípio da Causa de Pedir Aberta, que indica que o STF se atrela ao
pedido, mas não a causa de pedir, ou seja, deverá julgar de acordo com o pedido, mas não está
preso à causa de pedir. O STF pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei por outros
fundamentos que não aqueles manejados na inicial da ADI. Na hora de julgar o STF percorre toda a
Constituição e não somente os fundamentos levados pelo autor da ADI.

Ex.: Legitimado ativo diz que Lei X é inconstitucional por ferir o Princípio da liberdade
por tais pontos, modo etc. O STF pode julgar pela inconstitucionalidade da lei, mas não por ferir o
princípio da liberdade e sim por ferir o princípio da igualdade.

Vigora o Princípio dos Pedidos ou Princípio da Adstrição ou Princípio da Congruência


– o STF está preso ao pedido, deve julgar de acordo com o pedido.

Exceção: Inconstitucionalidade por Arrastamento ou Consequencial – significa que o


STF pode declarar a inconstitucionalidade de uma norma objeto do pedido e de outras normas que
não foram objeto do pedido, em virtude da conexão, correlação ou interdependência entre as

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normas.

Ex.: Lei nova sobre servidores públicos que traz no art. 5º uma nova atividade a
determinados servidores públicos. O art. 17 diz que para a atividade nova a ser exercida pelos
servidores descritos no art. 5º existirá um aumento remuneratório. Há o ajuizamento de ADI contra
o art. 5º por ferir o art. 37 da CF. O STF reconhece a inconstitucionalidade do art. 5º por contrariar
o art. 37 da CF. O STF usará a técnica da inconstitucionalidade por arrastamento ou consequencial,
terá uma exceção ao princípio do pedido ou da adstrição. Não é possível o aumento remuneratório
aos servidores, previsto no art. 17 da lei objeto de impugnação, pois não exercerão a atividade
prevista no art. 5º, considerada inconstitucional. O art. 17 será declarado inconstitucional, ainda
que não tenha sido objeto do pedido, por conexão, correlação ou interdependência com a norma
objeto do pedido, que é o art. 5º.

A inconstitucionalidade por arrastamento poderá ocorrer de uma lei, em relação a


uma outra lei ou decreto regulamentar.

➢ ADI ajuizada pelo legitimado do art. 103, vai ao STF, será sorteado um relator que
fará um juízo de admissibilidade sobre a ADI. O Relator pode entender que a inicial é inepta, não
fundamentada ou manifestamente improcedente e indeferir de plano.

Se o relator entender que a inicial é inepta, não fundamentada ou manifestamente


improcedente, pode indeferir de plano a ADI, nos termos do art. 4º da Lei 9868/99.

Art. 4o, Lei 9868/99. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.

Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.

Da decisão que indefere a inicial cabe agravo para o Pleno.

➢ Admitida a ADI, seja pelo Relatou ou pela procedência do Agravo pelo Pleno, será
encaminhada à autoridade que produziu o ato, que terá um prazo de 30 dias para se manifestar e
prestar informações, nos termos do art. 6º da Lei 9868/99.

Art. 6o, Lei 9868/99. O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das
quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.

Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias contado do


recebimento do pedido.

➢ Posteriormente, será encaminhada ao AGU que terá um prazo de 15 dias para


manifestar. A AGU será a defensora da lei, nos termos do art. 103, §3º, CF. A AGU é a curadora
especial da presunção da constitucionalidade das leis.

Art. 103, § 3º, CF. Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a

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inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará,
previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

A regra é que a AGU defenda as leis. Porém, existem exceções:

- Se o STF já tiver se manifestado em outra oportunidade pela inconstitucionalidade


da lei, por exemplo, no controle difuso concreto;

- Quando for do interesse da União a inconstitucionalidade da lei, ou seja, o interesse


da União está consoante com o requerido pelo legitimado ativo.

O AGU não é obrigado a ser contrário ao interesse da entidade que representa, ou


seja, contra o interesse da União. Nesse caso, a AGU não precisará defender a lei. Deve-se fazer uma
conjugação do art. 103, §3º e o art. 131, ambos da Constituição e realizar uma interpretação
sistemática, não dá para ser literal. Esse entendimento consolidou-se no Informativo 562 do STF, em
2009.

Art. 131, CF. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através


de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe,
nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e
funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo.

➢ Posteriormente, a ADI será encaminhada ao Procurador Geral da República que


atuará como fiscal da lei, fiscal do ordenamento, custus legis, custus iuris.

O PGR terá um prazo de 15 dias para se manifestar e emitir parecer.

➢ Posteriormente, o Relator pode lançar o relatório com cópia aos Ministros e


solicitar dia para o julgamento.

➢ O relator pode entender que a ADI não está devidamente instruída, faltando
subsídios para prolatar o voto, para que submeta a questão ao Plenário, pois, o tema é altamente
complexo (ex.: questões de engenharia, biotecnologia, informática, meio ambiente etc.).

O relator poderá solicitar informações adicionais, nos termos do art. 9º da Lei


9868/99. O relator poderá chamar peritos, especialistas, poderá determinar audiências públicas,
chamando a sociedade civil para debates sobre o tema, poderá convocar os Tribunais para saber o
entendimento aplicado. As informações deverão ser prestadas em 30 dias, considerado prazo
impróprio.

O art. 9º da Lei 9868/99 traz duas importantes reflexões:

- As informações adicionais explicitam que o STF poderá chamar a sociedade civil


para o debate sobre a interpretação e aplicação da lei. Concretizando a ideia de sociedade aberta
de intérpretes da Constituição do jurista alemão Peter Haberle;

- A ADI não é apenas uma questão de direito, envolve também, questões fáticas.
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Art. 9o, Lei 9868/99. Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o
relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.

§ 1o Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato


ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator
requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que
emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, ouvir
depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria.

§ 2o O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Superiores, aos


Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma
impugnada no âmbito de sua jurisdição.

§ 3o As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores


serão realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicitação do relator.

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