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DIREITO CONSTITUCIONAL
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Cabe ADI contra Decretos autônomos do art. 84, VI da CR/88. Decreto autônomo é
aquele que não vem dar fiel execução às leis, assim, contrariará diretamente a Constituição.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
Cabe ADI contra Lei Distrital no exercício da competência Estadual. O Distrito Federal,
como estudado no federalismo, legisla como se Estado fosse e como se município fosse. Quando a
lei distrital é no exercício da competência estadual, caberá ADI. Ex.: Lei do DF sobre IPTU – não cabe
ADI, pois está na seara municipal. Ex.: Lei do DF sobre âmbito estadual – cabe ADI.
Cabe ADI contra recomendação de Tribunal que fixa a competência da Justiça do
Trabalho para autorizar o trabalho de crianças e adolescentes em eventos de natureza artística, nos
termos do Informativo 917 do STF (ADI 5326).
As corregedorias do Tribunal de Justiça de São Paulo, do Tribunal Regional do
Trabalho da 2ª Região, Ministério Público de São Paulo e Ministério Público do Trabalho se reuniram
para decidir a competência para autorizar o trabalho de crianças e adolescentes em eventos de
natureza artística. O acordo foi de que a competência seria da Justiça do Trabalho. Houve uma
recomendação aos Juízes de direito, da infância e da juventude e aos Juízes do Trabalho sobre a
competência. O STF considerou a recomendação um ato de caráter primário, autônomo e cogente
que inova no ordenamento jurídico e assim, impugnável por ADI. É um ato cogente que vincula os
juízes de direito e juízes do trabalho.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Cabe ADI contra recomendação de Tribunal que fixa a competência da Justiça do Trabalho para autorizar o
trabalho de crianças e adolescentes em eventos de natureza artística
Cabe ADI contra recomendação conjunta de Tribunal de Justiça e de Tribunal Regional do Trabalho recomendando
aos juízes que considerem como sendo da Justiça do Trabalho a competência para autorizar o trabalho de crianças e
adolescentes em eventos de natureza artística. Esta recomendação deve ser considerada como ato de caráter
primário, autônomo e cogente, inovando no ordenamento jurídico, razão pela qual pode ser impugnada por meio de
ADI. STF. Plenário. ADI 5326/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/9/2018 (Info 917).
Fonte: Dizer o Direito
Cabe ADI contra Lei Orçamentária, mesmo sendo uma lei anual, com perspectiva de
especificidade.
Se a Lei ou ato normativo é anterior a 05/10/1988 não há que se falar em ADI. A lei
será recepcionada ou não. É uma questão intertemporal.
Caberá controle para análise de recepção ou não de lei anterior à CF. Cabe assim,
controle difuso concreto (pela via da exceção, incidental) e controle concentrado via ADPF.
ADI é contra lei ou ato normativo federal ou estadual. Se já revogado, não cabe ADI.
Pode acontecer de existir a lei estadual ou federal, objeto de ADI. Mas no iter de
tramitação da ADI, a lei pode ser revogada por outra lei. Assim, a ADI perde o objeto, porque a lei
foi revogada.
Existem três exceções, situações em que mesmo com a lei revogada, a ADI não perde
o objeto:
- Quando o conteúdo da lei nova repetir em essência o conteúdo da lei anterior que
está sendo revogada. Não tem sentido a ADI perder o objeto. É suficiente um aditamento na ADI.
- O STF julgou ADI contra uma lei e após o julgamento houve a informação de
revogação da lei. Se o STF julga o mérito da ADI e posteriormente há a informação de revogação da
lei, não há perda de objeto, não será possível reconhecer após o julgamento a prejudicialidade da
ADI (Informativo 845, STF).
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Revogação do ato normativo que estava sendo impugnado e julgamento da ação sem comunicar este fato ao
STF
O que acontece caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja revogado antes do julgamento da
ação? Regra: haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 1203). Exceção 1: não
haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique demonstrado que houve "fraude
O decreto regulamentar visa dar fiel execução a uma lei. Se o decreto usurpar ou
violar a lei, haverá crise de ilegalidade e não de inconstitucionalidade, conforme entendimento do
STF. Por via reflexa, oblíqua e não direta é possível chegar à Constituição.
V) Respostas do TSE
Não criam direito novo. Não apresentam caráter inovador. O TSE estaria tão somente
explicitando direito eleitoral já existente, respondendo dúvidas de partidos políticos.
Obs.: No caso de Resoluções do TSE há criação de direito novo, assim, caberá ADI.
Inova-se no ordenamento.
Nos termos do art. 102, I, alínea “a”, CF, cabe ADI contra lei federal e lei estadual.
Assim, não há que se falar em ADI contra lei municipal.
Cabe controle difuso concreto, pela via da exceção em casos concretos, pela via ou
modo incidental, em processos subjetivos, com autor e réu, contra qualquer lei municipal.
OBS1.: Se a lei municipal contrariar a Constituição Estadual caberá ADI estadual a ser
julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado. É o que se denomina de Representação de
Inconstitucionalidade Estadual.
Da decisão do Tribunal de Justiça cabe Recurso Extraordinário para o STF, pois, a lei
municipal está contrariando, em verdade, a Constituição Federal por se tratar de norma de
reprodução obrigatória.
O contrato é lei entre as partes, mas é ato privado, não tem abstração incita que
envolve ADI.
X) Súmulas
Obs.: Não cabe ADI contra Súmula Vinculante do STF. Há procedimento próprio para
edição, revisão e cancelamento, nos termos da lei 11.417/2006.
XI) Quando ocorrer conflito entre a ementa de uma lei e seu conteúdo.
Ex.: Lei temporária do coronavírus, quando acabar a validade não caberá ADI.
I - o Presidente da República;
VI - o Procurador-Geral da República;
Ex.: Governador de São Paulo deseja ajuizar ADI contra lei do Maranhão. Deverá
demonstrar interesse de São Paulo em ter a lei do Maranhão declarada inconstitucional. Há uma
série de possibilidade: guerra fiscal, questões ambientais etc.
Observações:
Sim, pois é um legitimado ativo. O Presidente pode entender que errou, que a lei
progressivamente se tornou inconstitucional, por uma série de questões econômicas, políticas,
culturais, tecnológicas.
Confederação sindical: entidade que possui junção de ao menos três federações, nos
termos do art. 535, CLT.
Art. 535, CLT - As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três)
federações e terão sede na Capital da República.
Entidade de classe de âmbito nacional: classe ou categoria profissional.
Ex.: ADI ajuizada pela UNE – União Nacional dos Estudantes – estudantes não
formam uma categoria profissional. Assim, a UNE não possui legitimidade ativa para ajuizar ADI.
No que tange ao âmbito nacional, o STF entende que o padrão é que a entidade
esteja alocada em pelo menos nove estados da Federação para ser legitimada ativa para o
ajuizamento de ADI. O STF utilizou como fundamento a Lei Orgânica dos Partidos Políticos.
Essa decisão do Ministro Barroso não é definitiva, foi uma decisão monocrática, mas
demonstra um indicativo de votos, decisões com o intuito de ampliar a legitimidade. Por enquanto,
mantém-se o entendimento de entidade de classe como categoria profissional.
Associação de Associações
Até 2005, o STF não admitia o ajuizamento de ADI por Associação de Associações,
verdadeiras pessoas jurídicas de pessoas jurídicas. A partir de então, o STF passou a permitir o
ajuizamento por associação de associações.
Ex.: série de associações estaduais que congregam força para formar uma associação
nacional, visando empoderar a categoria profissional, Associação Nacional dos Delegados de Polícia,
Associação Nacional dos Produtores de Cachaça.
O art. 3º da Lei 9868/99 diz que a petição inicial quando subscrita por advogado terá
que ter poderes específicos para tal.
Precedente do STF:
Ex.: Legitimado ativo impugna Lei X dizendo que fere o Princípio da Liberdade
Dignidade da Pessoa Humana e da Igualdade. Isso é fundamentação genérica e abstrata. O
legitimado deve apontar em que sentido, em que termos, de que maneira, de que modo fere
princípio da liberdade. Fere a dignidade de qual maneira, de qual modo, o que é a dignidade, quais
os pretores e dimensões estão sendo afetadas. Fere qual igualdade, a formal, material,
procedimental, enquanto reconhecimento. É preciso dar concretude e especificidade aos
fundamentos jurídicos.
Vigora no STF o Princípio da Causa de Pedir Aberta, que indica que o STF se atrela ao
pedido, mas não a causa de pedir, ou seja, deverá julgar de acordo com o pedido, mas não está
preso à causa de pedir. O STF pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei por outros
fundamentos que não aqueles manejados na inicial da ADI. Na hora de julgar o STF percorre toda a
Constituição e não somente os fundamentos levados pelo autor da ADI.
Ex.: Legitimado ativo diz que Lei X é inconstitucional por ferir o Princípio da liberdade
por tais pontos, modo etc. O STF pode julgar pela inconstitucionalidade da lei, mas não por ferir o
princípio da liberdade e sim por ferir o princípio da igualdade.
Ex.: Lei nova sobre servidores públicos que traz no art. 5º uma nova atividade a
determinados servidores públicos. O art. 17 diz que para a atividade nova a ser exercida pelos
servidores descritos no art. 5º existirá um aumento remuneratório. Há o ajuizamento de ADI contra
o art. 5º por ferir o art. 37 da CF. O STF reconhece a inconstitucionalidade do art. 5º por contrariar
o art. 37 da CF. O STF usará a técnica da inconstitucionalidade por arrastamento ou consequencial,
terá uma exceção ao princípio do pedido ou da adstrição. Não é possível o aumento remuneratório
aos servidores, previsto no art. 17 da lei objeto de impugnação, pois não exercerão a atividade
prevista no art. 5º, considerada inconstitucional. O art. 17 será declarado inconstitucional, ainda
que não tenha sido objeto do pedido, por conexão, correlação ou interdependência com a norma
objeto do pedido, que é o art. 5º.
➢ ADI ajuizada pelo legitimado do art. 103, vai ao STF, será sorteado um relator que
fará um juízo de admissibilidade sobre a ADI. O Relator pode entender que a inicial é inepta, não
fundamentada ou manifestamente improcedente e indeferir de plano.
Art. 4o, Lei 9868/99. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
➢ Admitida a ADI, seja pelo Relatou ou pela procedência do Agravo pelo Pleno, será
encaminhada à autoridade que produziu o ato, que terá um prazo de 30 dias para se manifestar e
prestar informações, nos termos do art. 6º da Lei 9868/99.
Art. 6o, Lei 9868/99. O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das
quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.
➢ O relator pode entender que a ADI não está devidamente instruída, faltando
subsídios para prolatar o voto, para que submeta a questão ao Plenário, pois, o tema é altamente
complexo (ex.: questões de engenharia, biotecnologia, informática, meio ambiente etc.).
- A ADI não é apenas uma questão de direito, envolve também, questões fáticas.
Material elaborado por Wanessa Ferreira Ribeiro Cavalcante
Art. 9o, Lei 9868/99. Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o
relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.