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Julgados excluídos por terem menor relevância para concursos públicos ou por terem sido decididos com
base em peculiaridades do caso concreto: RE 583932/BA.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Mandado de segurança contra projeto de lei
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Principais argumentos expostos para denegar o MS:
Em regra, não se deve admitir a propositura de ação judicial para se realizar o controle
de constitucionalidade prévio dos atos normativos.
Há duas exceções em que é possível o controle de constitucionalidade prévio realizado
pelo Poder Judiciário:
a) caso a proposta de emenda à Constituição seja manifestamente ofensiva à cláusula
pétrea; e
b) na hipótese em que a tramitação do projeto de lei ou de emenda à Constituição
violar regra constitucional que discipline o processo legislativo.
Ficaram vencidos os Ministros Gilmar Mendes, relator, Dias Toffoli e Celso de Mello.
Quadro-resumo:
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de
constitucionalidade de projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare
inconstitucional, determinando seu arquivamento?
Existem duas exceções nas quais o STF pode determinar o
arquivamento da propositura:
Regra geral: a) Proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea;
NÃO b) Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja
tramitação esteja ocorrendo com violação às regras constitucionais
sobre o processo legislativo.
Uma dica de ordem prática: em resumo, podemos concluir que o MS será cabível caso o
projeto esteja violando as regras previstas nos arts. 59 a 69 da CF/88 (disposições
constitucionais que tratam sobre o processo legislativo).
Importante Muita atenção a este julgado. Não há dúvidas de que será cobrada nas próximas provas.
O tema é Não. Já havia precedentes antigos no mesmo sentido, no entanto, neste julgado foram
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novo? definidas, de forma mais clara, as hipóteses em que o Parlamentar pode impetrar o
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Legitimi- Além do Parlamentar, outras pessoas, como os Partidos Políticos também podem impetrar
dade mandado de segurança questionando projeto em tramitação e que seja, em tese,
inconstitucional?
NÃO. Somente o parlamentar tem legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança
com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de leis e emendas
constitucionais que não se compatibilizam com o processo legislativo constitucional. (MS
24642, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, julgado em 18/02/2004).
Aprovação Caso o projeto seja aprovado sem que o MS tenha sido julgado, este perderá o objeto,
do projeto sendo extinto sem resolução do mérito.
Processo STF. Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 20/6/2013.
ADI
O STF não conheceu da ADI ajuizada em virtude da petição inicial não ter apontado, de forma
específica, os pontos em que o ato normativo teria contrariado a CF/88, conforme exige o art.
3º, I, da Lei n. 9.868/99.
Além disso, a Min. Relatora mencionou que não seria possível o controle de constitucionalidade de
ato normativo de efeito concreto, que não possui abstração e generalidade. Quanto a este segundo
argumento, vale ressaltar que, segundo a posição majoritária do STF, no caso de lei de efeito
concreto , é possível o ajuizamento de ADI. O que não pode ser objeto de controle concentrado de
constitucionalidade é o ato infralegal de efeito concreto.
Comentários O DEM, partido político com representação no Congresso Nacional, ajuizou uma ADI contra
o Decreto Presidencial 6.161/2007.
O diploma questionado dispõe sobre a inclusão e exclusão, no Programa Nacional de
Desestatização - PND, de empreendimentos de transmissão de energia elétrica.
O STF não conheceu da ADI (não julgou o mérito da ação), tendo a Ministra Relatora
fundamentado seu voto em duas razões:
1) A petição inicial da ADI não apontou, de forma específica, os pontos em que o Decreto
contrariou a Constituição, conforme exige o art. 3º, I, da Lei n. 9.868/99:
Art. 3º A petição indicará:
I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do
pedido em relação a cada uma das impugnações;
Logo, deve ser aplicado o art. 4º da mesma Lei, que assim dispõe:
Art. 4º A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente
serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
2) O Decreto impugnado é um ato normativo de efeito concreto, que não possui abstração
e generalidade. Desse modo, não seria possível ADI contra atos normativos de efeitos
concretos.
O que está acima foi o que restou decidido. No entanto, é preciso fazer uma observação
quanto ao 2º argumento deduzido pela relatora.
A posição tradicional do STF era no sentido de que não se aceitava ADI contra lei ou ato
normativo de efeitos concretos, sob o argumento de que não possuíam generalidade e
abstração. Contudo, em 2008, este entendimento foi alterado e o Supremo passou a
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(...) No julgamento da ADI 4.048-MC/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, esta Corte admitiu o
exercício de controle abstrato de leis de efeitos concretos. (...)
(RE 412921 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, julgado em 22/02/2011)
Marcelo Novelino, em sua obra, afirma que o STF faz a seguinte distinção:
Lei de efeito concreto: é cabível ADI;
Ato administrativo de efeito concreto: NÃO é cabível ADI.
Assim, segundo já decidiu o STF, “a lei não precisa de densidade normativa para se expor ao
controle abstrato de constitucionalidade, devido a que se trata de ato de aplicação primária
da Constituição. Para esse tipo de controle, exige-se densidade normativa apenas para o ato
de natureza infralegal. Precedente: ADI 4.048-MC (...)” (ADI 4049 MC, Rel. Min. Carlos
Britto, Tribunal Pleno, julgado em 05/11/2008).
O tema não é pacífico, mas a posição acima explicada é a mais segura de ser adotada nas
provas, sendo sustentada nos livros de Marcelo Novelino, Bernardo Gonçalves Fernandes,
Pedro Lenza e Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino.
Processo STF. Plenário. ADI 4040/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 19/6/2013.
É inconstitucional lei estadual que assegure aos Procuradores do Estado as seguintes prerrogativas:
a) Vitaliciedade;
ATENÇÃO b) Prisão domiciliar ou em sala de Estado-Maior;
PGE c) Restrições à prisão do Procurador;
d) Foro privativo no Tribunal de Justiça (por meio de lei);
e) Escolha do dia, hora e local para que o Procurador seja ouvido como testemunha ou
ofendido em processo judicial;
f) Porte de arma independentemente de licença ou registro.
Comentários A Lei Complementar n. 240/2002, do Estado do Rio Grande do Norte, é a Lei Orgânica da
PGE/RN, diploma que rege a carreira.
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Esta Lei previu uma série de prerrogativas aos Procuradores do Estado, tendo sido
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Vejamos as principais garantias que eram previstas na Lei e que foram questionadas no STF:
1) VITALICIEDADE: inconstitucional
A referida LC prevê que os Procuradores do Estado possuem a garantia da vitaliciedade,
após o cumprimento do estágio probatório de três anos e que somente poderiam perder o
cargo por sentença judicial transitada em julgado em ação civil a ser proposta no Tribunal
de Justiça.
O STF entendeu que é inconstitucional lei estadual que preveja vitaliciedade aos
Procuradores do Estado, considerando que esta garantia seria incompatível com a estrutura
hierárquica a que se submetem as Procuradorias estaduais, uma vez que estas são
diretamente subordinadas aos Governadores.
Assim, o Tribunal reputou ser inconstitucional a concessão de vitaliciedade, bem como a
previsão de que o Procurador do Estado somente poderia perder o cargo por meio de
decisão judicial transitada em julgado.
Vale lembrar que a CF/88 somente assegurou a vitaliciedade aos membros da Magistratura
(art. 95, I), do MP (art. 128, § 5º, I, “a”) e Conselheiros do Tribunal de Contas (art. 73, § 3º).
Apenas a título de curiosidade, veja as carreiras que possuem a garantia da prisão em sala
de Estado-Maior:
Magistrados LC 35/79
Membros do MP Lei 8.625/93
Membros da Defensoria LC 80/94
Advogados Lei 8.906/94
privativa da União para legislar sobre direito processual (“prisão”). Assim, o Estado-membro
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4) FORO PRIVATIVO NO TJ POR MEIO DE LEI: inconstitucional
A LC estabelece que o Procurador do Estado somente pode ser processado e julgado,
originariamente, pelo Tribunal de Justiça do Estado, nos crimes comuns e de
responsabilidade.
O STF julgou inconstitucional esta previsão porque a competência dos Tribunais de Justiça
deve ser prevista na Constituição Estadual e não na lei. É o que determina o § 1º do art. 125
da CF/88: “a competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado”. Logo, o
foro privativo dos Procuradores do Estado deveria ter sido previsto na Constituição estadual
(e não na LC).
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DIREITO ELEITORAL
O Ministério Público possui legitimidade para representar contra propaganda partidária irregular.
Apesar do § 3º do art. 45 da Lei n. 9.096/95 falar que apenas os partidos políticos podem oferecer
representação por propaganda irregular, deve-se também reconhecer que o Ministério Público
detém legitimidade para isso, considerando que o Parquet possui a incumbência de promover a
defesa da ordem jurídica e do regime democrático por força da CF/88 (art. 127, caput).
Comentários
PROPAGANDA EM DIREITO ELEITORAL
Propaganda, em direito eleitoral, é um gênero, que se divide nas seguintes espécies
(segundo classificação proposta pelo Min. Luiz Fux):
a) Propaganda INTRAPARTIDÁRIA Tem por objetivo promover o pretenso candidato
ou PRÉ-ELEITORAL: perante os demais filiados ao partido político.
b) Propaganda ELEITORAL Tem por objetivo conseguir a captação de votos
STRICTO SENSU: perante o eleitorado;
Possui conteúdo educativo, informativo ou de
c) Propaganda INSTITUCIONAL: orientação social, sendo promovida pelos órgãos
públicos, nos termos do art. 37, § 1º, da CF;
É aquela organizada pelos partidos políticos, com o
intuito de difundir suas ideias e propostas, o que
serviria para cooptar filiados para as agremiações,
d) Propaganda PARTIDÁRIA:
bem como para enraizar suas plataformas e
opiniões na consciência da comunidade. Está
prevista no art. 45 da Lei n. 9.096/95.
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As consequências para o partido que descumprir as proibições também estão previstas:
§ 2º O partido que contrariar o disposto neste artigo será punido:
I - quando a infração ocorrer nas transmissões em bloco, com a cassação do direito de
transmissão no semestre seguinte;
II - quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, com a cassação de tempo
equivalente a 5 (cinco) vezes ao da inserção ilícita, no semestre seguinte.
ADI 4617/DF
O Procurador Geral da República ajuizou uma ADI contra esta previsão do § 3º do art. 45.
Segundo o PGR, é inconstitucional não permitir que o Ministério Público possa também
oferecer representação em caso de propaganda partidária vedada.
RESULTADO DA ADI
O STF acolheu a tese do PGR?
SIM. O STF decidiu que o Ministério Público possui legitimidade para representar contra
propagandas partidárias irregulares. Assim, o STF deu interpretação conforme a
Constituição ao § 3º do art. 45 da Lei, de modo a garantir que o Ministério Público também
possa oferecer representação contra propaganda partidária irregular (e não apenas os
partidos políticos).
Concluindo: apesar do § 3º do art. 45 da Lei n. 9.096/95 falar que apenas os partidos
políticos podem oferecer representação por propaganda irregular, deve-se também
reconhecer que o Ministério Público detém legitimidade para isso, considerando que o
Parquet possui a incumbência de promover a defesa da ordem jurídica e do regime
democrático por força da CF/88 (art. 127, caput).
Processo STF. Plenário. ADI 4617/DF, rel. Min. Luiz Fux, 19/6/2013.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Extinção de cargos em comissão por meio de emenda constitucional
Emenda à Constituição estadual não pode prever, de forma genérica, que ficam extintos cargos
públicos. Esse tema pressupõe lei específica, a dispor quantos e quais cargos seriam extintos.
Ademais, esta previsão genérica é formalmente inconstitucional, por possuir vício de
iniciativa, considerando que a Assembleia Legislativa determinou a extinção de cargos que
integram a estrutura funcional de outros Poderes, de forma que invadiu a competência
privativa destes outros Poderes para dispor sobre a matéria.
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Comentários No Rio Grande do Sul foi editada uma emenda à Constituição estadual (EC 12/95) prevendo
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que ficariam extintos todos os cargos em comissão, dos poderes Executivo, Legislativo e
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Judiciário, que não tivessem atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Esta EC 12/95 foi questionada no STF por meio de ADI.
O STF decidiu que a extinção de cargos públicos, efetivos ou em comissão, NÃO poderia ser
tratada por norma genérica inserida na Constituição estadual. Esse tema pressuporia lei
específica, a dispor quantos e quais cargos seriam extintos.
Ademais, esta previsão genérica é formalmente inconstitucional, por possuir vício de
iniciativa, considerando que a Assembleia Legislativa determinou a extinção de cargos que
integram a estrutura funcional de outros Poderes, de forma que invadiu a competência
privativa destes outros Poderes para dispor sobre a matéria.
Obs: caso queira, pode conferir o inteiro teor da notícia ao final deste Informativo.
Processo STF. Plenário. ADI 1521/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 19/6/2013.
Segundo a posição do STF, o estado-membro não tem legitimidade para promover execução
judicial para cobrança de multa imposta por Tribunal de Contas estadual à autoridade
municipal, uma vez que a titularidade do crédito é do próprio ente público prejudicado, a
quem compete a cobrança, por meio de seus representantes judiciais (no caso, o Municipio).
O STJ possui entendimento diferente e decide que a legitimidade irá variar caso o acórdão do
Tribunal de Contas tenha determinado o ressarcimento ao erário ou, então, apenas uma multa
(AgRg no REsp 1181122/RS, Rel. p/ Acórdão Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,
julgado em 06/05/2010).
Comentários O Tribunal de Contas da União é disciplinado pelos arts. 70 a 75 da CF/88 (Seção IX).
Os Tribunais de Contas dos Estados, por sua vez, são organizados pelas Constituições
estaduais. Contudo, por força do princípio da simetria, as regras do TCU também são
aplicadas, no que couber, aos TCE’s, conforme determina o art. 75 da CF:
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas
respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.
No art. 71 da CF/88 estão elencadas as competências do TCU (que podem ser aplicadas
também aos TCE’s). De acordo com o inciso VIII do art. 71, o TCU (assim como os TCE’s)
pode aplicar multas aos administradores e demais responsáveis:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(...)
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de
contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa
proporcional ao dano causado ao erário;
Assim, o Tribunal de Contas poderá aplicar multas ou determinar que o gestor faça o
ressarcimento de valores ao erário. Esta decisão da Corte de Contas materializa-se por meio
de um acórdão.
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Caso o condenado não cumpra espontaneamente o acórdão do Tribunal de Contas e pague
os valores devidos, esta decisão poderá ser executada?
SIM. As decisões do Tribunal de Contas que determinem a imputação de débito
(ressarcimento ao erário) ou apliquem multa terão eficácia de título executivo extrajudicial,
nos termos do § 3º do art. 71 da CF/88. Logo, podem ser executadas por meio de uma ação
de execução de título extrajudicial.
Vale ressaltar que a decisão do Tribunal de Contas deverá declarar, de forma precisa, o agente
responsável e o valor da condenação, a fim de que goze dos atributos da certeza e liquidez.
A decisão do Tribunal de Contas precisa ser inscrita em dívida ativa?
NÃO. A finalidade de se inscrever o débito na dívida ativa é gerar uma certidão de dívida
ativa (CDA), que é um título executivo indispensável para o ajuizamento da execução.
Ocorre que o acórdão do Tribunal de Contas já é um título executivo extrajudicial por força
do art. 71, § 3º da CF/88 c/c o art. 585, VIII, do CPC. Desse modo, não há necessidade deste
débito ser inscrito em dívida ativa.
Posição do STJ:
Segundo o entendimento do STJ, a legitimidade irá variar caso o acórdão do Tribunal de
Contas tenha determinado o ressarcimento ao erário ou, então, apenas uma multa (AgRg
no REsp 1181122/RS, Rel. p/ Acórdão Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,
julgado em 06/05/2010). Veja:
Imputação de débito
Multa
(ressarcimento ao erário)
A imputação de débito (ressarcimento ao A multa, por sua vez, consiste em uma
erário) é imposta quando o Tribunal de sanção aplicada por conta de um
Contas detecta que houve uma despesa comportamento ilegal da pessoa fiscalizada.
indevida, que gerou prejuízo ao erário, Exs: administrador que teve suas contas
devendo, portanto, haver a recomposição julgadas irregulares sem resultar débito;
do dano sofrido pelo ente público. gestor que descumpriu alguma determinação
Ex: quando o gestor não consegue do Tribunal de Contas; agente público que
comprovar determinada despesa realizada, criou embaraço a uma inspeção efetuada
ele deverá ressarcir tais valores aos cofrespelo TC; servidor que sonegou processo,
públicos. documento ou informação.
A finalidade da multa é a de fortalecer a
fiscalização desempenhada pelo Tribunal
de Contas, que certamente perderia em
sua efetividade caso não houvesse a
previsão de tal instrumento sancionador.
O credor da imputação de débito é o ente Em se tratando de multa, esta deverá se
público de onde saiu o dinheiro, ou seja, o reverter em favor do ente que mantém o
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A execução deverá ser proposta pelo ente A execução deverá ser proposta pelo ente
beneficiado com a decisão do Tribunal de ao qual está vinculado o Tribunal de
Contas. Contas.
Se o valor a ser ressarcido pertencer à Assim, se o TCU aplicou uma multa ao
União, quem executa é a AGU; se for do prefeito do RJ, quem deverá executar o
Estado, a execução é proposta pela PGE; se acórdão é a AGU.
for do Município, trata-se de atribuição da Se o TCE/MG aplicou uma multa ao
PGM. prefeito de Uberlândia, será a PGE/MG a
Assim, o acórdão deverá ser executado legitimada para executar.
pelo ente credor da quantia a ser Se o TCM/SP aplicou uma multa ao prefeito
ressarcida, por meio de sua procuradoria. de SP, será a PGM/SP a legitimada para
executar.
Não importa qual a entidade que estava
sendo fiscalizada pelo TC. O que interessa é
se quem aplicou a multa foi o TCU, o TCE ou
o TCM.
Posição do STF:
A interessante distinção acima feita não é adotada pelo STF.
Para o Supremo, somente o ente da Administração Pública prejudicado com a atuação do
gestor possui legitimidade para executar o acórdão do Tribunal de Contas, seja ele de
imputação de débito ou de multa.
O Ministério Público possui legitimidade para ajuizar a execução para ressarcimento ao erário?
SIM, o MP tem legitimidade extraordinária para atuar, conforme entendimento do STJ:
(...) O Ministério Público possui legitimidade extraordinária para promover Ação de
Execução de título formado por decisão do Tribunal de Contas do Estado, com vista a
ressarcir o Erário. Precedentes da Primeira Seção do STJ. (...)
(REsp 1346770/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 13/11/2012)
Vale ressaltar que o MP somente deverá ajuizar a execução de forma subsidiária, ou seja,
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caso perceba que há uma falha na atuação das Procuradorias e que, por conta disso, o
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patrimônio público poderá ficar sem ser ressarcido (ex: já se passaram anos e a
Procuradoria não ingressou com a execução do acórdão).
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O próprio Tribunal de Contas poderá propor a execução de seu acórdão?
NÃO. O art. 71, § 3º, da CF/88 não outorgou ao TCE legitimidade para executar suas
decisões das quais resulte imputação de débito ou multa. A competência para isso é do
titular do crédito constituído a partir da decisão, ou seja, o ente público prejudicado (AI
826676 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 08/02/2011).
DIREITO PENAL
Lei de Drogas
O réu não tem o dever de demonstrar que a droga encontrada consigo seria utilizada apenas
para consumo próprio.
Cabe à acusação comprovar os elementos do tipo penal, ou seja, que a droga apreendida era
destinada ao tráfico. Ao Estado-acusador incumbe demonstrar a configuração do tráfico, que
não ocorre pelo simples fato dos réus terem comprado e estarem na posse de entorpecente.
Em suma, se a pessoa é encontrada com drogas, cabe ao Ministério Público comprovar que o
entorpecente era destinado ao tráfico. Não fazendo esta prova, prevalece a versão do réu de
que a droga era para consumo próprio.
Comentários A situação concreta, com adaptações, foi a seguinte:
Dois jovens foram presos com certa quantidade de drogas.
O Ministério Público ofereceu denúncia por tráfico de drogas.
Os réus, no entanto, alegavam que a droga era para consumo próprio.
O TJRJ entendeu que eles deveriam ser condenados por tráfico, considerando que não
conseguiram comprovar sua versão de que a droga destinava-se apenas ao consumo próprio.
tráfico, que não ocorre pelo simples fato dos réus terem comprado e estarem na posse de
entorpecente.
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Processo STF. 1ª Turma. HC 107448/MG, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 18.6.2013.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Antes do INTERROGATÓRIO, o réu tem direito de conversar reservadamente com seu defensor.
A isso se dá o nome de “direito de entrevista”.
A legislação não impõe a obrigatoriedade de se assegurar à defesa, já anteriormente
constituída (fosse ela pública ou privada), a realização de entrevista prévia ao réu antes do
início de audiência para INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS. Assim, não existe direito de
entrevista no caso de inquirição de testemunhas.
Comentários O CPP prevê que a audiência de instrução no procedimento comum ordinário será una, ou seja,
em uma só audiência serão, em regra, realizados todos os seguintes atos (nesta ordem):
1. Oitiva do ofendido;
2. Inquirição das testemunhas de acusação;
3. Inquirição das testemunhas de defesa;
4. Esclarecimentos prestados oralmente pelos peritos;
5. Acareações;
6. Reconhecimento de pessoas e coisas;
7. Interrogatório;
8. Alegações finais orais por parte da acusação;
9. Alegações finais orais por parte da defesa;
10. Sentença.
Na prática, muitas vezes acontece de não ser possível a realização de todos esses atos em
uma só audiência. Por exemplo, a defesa juntou um atestado médico comprovando que a
testemunha por ela arrolada está enferma e que não poderá comparecer ao ato. Neste
caso, o magistrado ouve o ofendido e as testemunhas de acusação e redesigna a audiência
para uma outra data, na qual será inquirida a testemunha de defesa e realizado o
interrogatório.
Antes do interrogatório, o réu tem direito de conversar reservadamente com seu defensor?
SIM. Trata-se do chamado “direito de entrevista”, garantia expressamente assegurada no §
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§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de
entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica
também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o
defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e
entre este e o preso.
Uma última pergunta sobre o tema. O § 5º do art. 185 do CPP afirma que a entrevista
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(conversa) entre o acusado e seu defensor deve ser feita de forma reservada. Ocorre que
muitas vezes o réu é preso e está sendo escoltado por policiais ou agentes penitenciários.
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Existe alguma nulidade caso a conversa entre o defensor e o acusado aconteça em uma sala
na qual também estejam presentes os agentes que fazem a escolta do réu/preso?
NÃO. Segundo decidiu o STJ, “o fato de os Policiais que participavam da sua escolta
permanecerem no recinto em que se deu a entrevista reservada, a fim de garantir a
segurança do local e das pessoas que ali circulam, exigida para o caso, não ofende a ampla
defesa e o contraditório.” (HC 152.060/SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta
Turma, julgado em 17/08/2010). Deve-se mencionar que, neste caso concreto julgado pelo
STJ, o magistrado e o membro do MP saíram da sala, lá permanecendo apenas o réu, o
advogado e os policiais que faziam a escolta.
Processo STF. 1ª Turma. HC 112225/DF, rel. Min. Luiz Fux, 18/6/2013.
Determinado réu preso impetrou, de próprio punho, sem assistência de advogado, um habeas
corpus no STJ, que não conheceu da ação pelo fato de que o pedido não foi acompanhado de
documentos ou informação processual sobre a situação do paciente.
O STF entendeu que o STJ deveria ter conhecido do habeas corpus lá impetrado e solicitado
informações ao juízo das execuções criminais, apontado como autoridade coatora, a fim de
esclarecer as alegações contidas na inicial do writ.
Com a adoção desta providência, o STJ supriria o fato do HC estar mal instruído. Não é razoável
que o tribunal se recuse a pedir informações à autoridade impetrada e indefira liminarmente o
HC ao entendimento de que este deveria estar instruído de forma satisfatória, considerando
que a CF/88 e o CPP não exigem que o remédio heroico seja instruído com documentos.
Comentários A situação concreta, com adaptações, foi a seguinte:
João, réu preso, impetrou, de próprio punho, sem assistência de advogado, um habeas
corpus no STJ.
Segundo o STF, não é razoável que o tribunal se recuse a pedir informações à autoridade
impetrada e indefira liminarmente o HC ao entendimento de que este deveria estar
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instruído de forma satisfatória, considerando que a CF/88 e o CPP não exigem que o
remédio heroico seja instruído com documentos.
No caso concreto, o STF reconheceu que a petição inicial do HC impetrado estava de acordo
com o art. 654, § 1º, do CPP:
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de
outrem, bem como pelo Ministério Público.
§ 1º A petição de habeas corpus conterá:
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem
exercer a violência, coação ou ameaça;
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação,
as razões em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder
escrever, e a designação das respectivas residências.
Vale ressaltar, por fim, que o fato do STJ ter determinado a intimação da Defensoria Pública
para prestar assistência ao réu não eximiria o Tribunal de pedir informações para a
autoridade apontada como coatora, com vistas a averiguar a veracidade de
constrangimento ilegal em tese sofrido pelo paciente.
Diante disso, o STF proveu o recurso ordinário e determinou que o STJ examine o mérito do
habeas corpus lá impetrado e solicite informações ao juízo das execuções criminais, apontado
como autoridade coatora, a fim de esclarecer as alegações contidas na inicial do writ.
Processo STF. 2ª Turma. RHC 113315/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/6/2013.
improcedentes (nesse sentido: HC 115171, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma,
julgado em 27/11/2012).
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Na hipótese em tela, a 1ª Turma do STF entendeu que a qualificadora apontada não era
manifestamente improcedente, de forma que caberia ao conselho de sentença (júri popular)
decidir se o paciente praticara o ilícito motivado por ciúme, bem como analisar se esse
sentimento, no caso concreto, constituiria motivo fútil apto a qualificar o crime em comento.
Processo STF. 1ª Turma. HC 107090/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2013.
DIREITO TRIBUTÁRIO
Imunidade tributária sobre livros
Nomenclatura:
Chamada pela doutrina de imunidade tributária “cultural” ou “de imprensa”.
Imunidade objetiva
As alíneas “a”, “b” e “c” do inciso VI do art. 150 da CF/88 tratam de imunidade subjetiva.
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A imunidade desta letra “d” (imunidade cultural) é objetiva, ou seja, recai apenas sobre
bens (livros, jornais, periódicos e o papel) e não se refere a impostos pessoais.
INFORMATIVO esquematizado
Exemplos: quando o livro sai da gráfica, não paga IPI; quando é vendido pela livraria, não
paga ICMS; quando é importado, não paga II.
Por outro lado, pelo fato da imunidade não ser subjetiva, a gráfica, a livraria e o importador
pagarão IR por conta da renda que obtiverem. Isso porque as pessoas (sujeitos) que
trabalham com livros, jornais, periódicos etc. não gozam de imunidade.
De igual forma, não é qualquer bem que goza da imunidade, mas tão-somente os livros,
jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Assim, por exemplo, a imunidade
não abrange:
os carros da editora/jornal (deverão pagar IPVA);
os imóveis da editora/jornal (deverão pagar IPTU).
Conteúdo é irrelevante
O conteúdo do jornal, da revista ou do periódico influencia no reconhecimento da
imunidade? O Fisco pode cobrar o imposto se a revista não tiver “conteúdo cultural”?
NÃO, nada a ver. Não importa o conteúdo do livro, jornal ou periódico. Assim, um livro
sobre anedotas, um álbum de figurinhas ou uma revista pornográfica gozam da mesma
imunidade que um compêndio sobre Medicina ou História. Em suma, todo livro, revista ou
periódico é imune, considerando que a CF/88 não estabeleceu esta distinção, não podendo
ela ser feita pelo intérprete (STF RE 221.239/SP).
Imunidade incondicionada
A norma constitucional que prevê a imunidade cultural é dotada de eficácia plena e
aplicabilidade imediata, não precisando de lei para regulamentá-la. Por essa razão, é
classificada como uma imunidade incondicionada (não depende do preenchimento de
nenhuma condição prevista em lei, bastando ser livro, jornal, periódico ou o papel
destinado a sua impressão).
LIVROS
O conceito de livro deve ser utilizado em sentido amplo. Assim, incluem-se aqui os manuais
técnicos e as apostilas (STF RE 183.403/SP).
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Livros veiculados em meio magnético (CD, DVD etc.) ou em formato digital (e-books) estão
abrangidos pela imunidade?
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INFORMATIVO esquematizado
1ª corrente: SIM 2ª corrente: NÃO
Para a doutrina majoritária, a forma como Prevalece no STF que a mídia que dá
o livro é apresentado não importa, suporte físico ao livro eletrônico não pode
devendo prevalecer a finalidade da ser equiparada a papel, motivo pelo qual
imunidade, qual seja, a difusão da cultura. não deve ser reconhecida a imunidade em
Ademais, o mundo passa por uma tais casos. Nesse sentido: AI 530.958; RE
disseminação dos e-books, o que justifica a 497.028; RE 416.579.
evolução na interpretação do dispositivo Vale ressaltar que este tema será
constitucional. definitivamente resolvido pelo Plenário no
Nesse sentido: Ricardo Alexandre. julgamento do RE 330.817.
Para fins de concurso, deve-se adotar a posição atual do STF, ou seja, no sentido de que a
imunidade cultural não abrange publicações em meios eletrônicos.
JORNAIS
Os jornais gozam de imunidade, mesmo que contenham publicidade em seu corpo
(anúncios, classificados etc.), considerando que isso constitui fonte de renda necessária
para continuar a difusão da cultura (Ricardo Alexandre).
Contudo, algumas vezes, junto com o jornal vêm alguns folhetos separados contendo
publicidade de supermercados, lojas etc. Tais encartes publicitários não são parte
integrante (indissociável) do jornal e não se destinam à difusão da cultura (possuem
finalidade apenas comercial), razão pela qual NÃO gozam de imunidade (RE 213.094/ES).
PERIÓDICOS
Como já visto, gozam de imunidade independentemente de seu conteúdo.
Listas telefônicas: o STF já decidiu que são imunes (AI 663747 AgR).
Álbum de figurinhas: o STF considerou que também gozam de imunidade (RE 221.239/SP).
PAPEL
O papel utilizado para a impressão de livros, jornais e periódicos também é imune.
Não importa o tipo e a qualidade do papel. Basta que ele seja utilizado para a produção de
livros, jornais e periódicos.
Esta imunidade não alcança o barbante, a liga, a cola e outros insumos utilizados na
produção e que não sejam papel.
INFORMATIVO esquematizado
produto, maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa e não
exaustiva.
(RE 202149, Rel. p/ Acórdão: Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, julgado em 26/04/2011)
(...) A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal não abrange
os serviços de composição gráfica. Precedentes. II – O Supremo Tribunal Federal possui
entendimento no sentido de que a imunidade em discussão deve ser interpretada
restritivamente. (...)
(RE 631864 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, julgado em 03/05/2011)
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Julgue os itens a seguir:
1) (PGE/SP 2012) O Supremo Tribunal Federal admite a legitimidade de parlamentar e de Partido Político
para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados, durante o processo de
discussão e votação de proposta de emenda constitucional, incompatíveis com as disposições
constitucionais que disciplinam o processo legislativo. ( )
2) (MP/TO 2012 CESPE) O parlamentar e o partido político com representação no Congresso Nacional têm
legitimidade para impetrar mandado de segurança com a finalidade de garantia do devido processo
legislativo, a fim de coibir atos praticados no processo de aprovação de leis e emendas constitucionais
que não se compatibilizem com o processo legislativo constitucional. ( )
3) (MP/RN 2009 CESPE) O parlamentar dispõe de legitimação ativa para suscitar, por meio de mandado de
segurança, o controle incidental de constitucionalidade pertinente à observância, pelo Parlamento, dos
requisitos que condicionam a válida elaboração das proposições normativas, enquanto essas se
acharem em curso na casa legislativa a que pertença esse parlamentar; no entanto, e a proposta
legislativa for transformada em lei, haverá a perda do objeto da ação e a perda da legitimidade ativa do
parlamentar. ( )
4) (DPE/SC 2012 FEPESE) O Tribunal de Contas do Estado deve definir sua estrutura administrativa básica
observando o “Código de Divisão e Organização Judiciárias”, bem como os atos da Presidência do
Tribunal de Justiça. ( )
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5) (MP/SE 2010 CESPE) O MPE tem legitimidade processual extraordinária para promover a execução de
título extrajudicial originário de tribunal de contas estadual, em caso de falha no sistema ordinário de
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INFORMATIVO esquematizado
6) (Cartório TJRO 2012 IESES) A imunidade recíproca é aquela direcionada aos livros, jornais, periódicos e
ao papel destinado a sua impressão. ( )
7) (DPE/SC 2012 FEPESE) A imunidade dos livros, jornais e periódicos alcança também o papel destinando
à sua impressão, bem como o lucro das editoras responsáveis pelos mesmos. ( )
8) (PGM-Maceió 2012) A imunidade do livro alcança os filmes e papéis fotográficos necessários à
publicação de jornais, os serviços de composição gráfica e demais insumos empregados na sua
composição. ( )
9) (Juiz TJCE 2012 CESPE) A imunidade tributária conferida aos livros, jornais, periódicos e papel destinado
à sua impressão estende-se aos serviços de composição gráfica necessários à composição do produto
final. ( )
10) (Juiz TJES 2012 CESPE) Manuais técnicos no formato de apostilas virtuais não gozam da imunidade
tributária conferida aos livros, visto que só é considerado livro, para efeitos fiscais, o que pode ser
impresso e identificado como tal. ( )
11) (MPRO 2010 CESPE) A atividade de edição de listas telefônicas não está amparada pelo benefício
constitucional da imunidade tributária. ( )
Gabarito
1. E 2. E 3. C 4. E 5. C 6. E 7. E 8. E 9. E 10. E 11. E
Observação quanto a questão 10: trata-se de alternativa polêmica. Penso que a primeira parte do enunciado está correta, ou seja,
as apostilas virtuais (assim como os e-books) não gozam, de fato, de imunidade tributária, segundo entendimento ainda majoritário
do STF. No entanto, a segunda parte da assertiva está incorreta tendo em vista que o conceito de livro é amplo e engloba apostilas
e manuais técnicos e não apenas aquilo que podemos chamar de “livro”.
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INFORMATIVO esquematizado
JULGADOS QUE NÃO FORAM COMENTADOS POR SEREM DE POUCA
(OU DE NENHUMA) RELEVÂNCIA PARA CONCURSOS PÚBLICOS
Quanto ao art. 4º, asseverou-se que a extinção de cargos públicos, efetivos ou em comissão não poderia
ser tratada por norma genérica inserida na Constituição estadual. Esse tema pressuporia lei específica
nesse sentido, a dispor quantos e quais cargos seriam extintos. Destacou-se que o dispositivo apresentaria
inconstitucionalidade formal, ou seja, vício de iniciativa, porquanto a Assembleia Legislativa teria
determinado a extinção de cargos que integrariam a estrutura funcional de outros Poderes, a invadir
competência privativa destes na matéria. Distinguiu-se o que disposto no art. 4º do que contido no art. 5º
— que estabeleceria extinção do provimento, após respectiva exoneração, dos cargos em comissão nas
situações em que providos de maneira a configurar nepotismo —, porquanto este prescindiria de lei. A
proibição de ocupar os cargos decorreria da própria Constituição.
No que concerne ao art. 6º, registrou-se que, em virtude do art. 4º, a inconstitucionalidade dos termos
expungidos seria mera consequência daquele primeiro vício, pois a extinção do cargo não poderia ocorrer
por ato administrativo. Relativamente ao parágrafo único do art. 6º (“Governador do Estado poderá
delegar atribuições para a prática dos atos previstos neste artigo”), explicitou-se que a delegação só
poderia ocorrer no âmbito do Poder Executivo, porque essa transferência de atribuições, pelo Governador,
de atos de competência exclusiva do Judiciário ou do Legislativo configuraria ingerência indevida nos
demais Poderes. Ato contínuo, ao cuidar do art. 7º, consignou-se que, embora a alínea a tivesse sofrido
alteração pela EC 14/97 do ente federativo, a revogação do texto impugnado não prejudicaria a ação
direta. No entanto, somente teria motivo para ser mantida íntegra se subsistisse o art. 4º, pois guardaria
inteira dependência normativa com ele. A respeito da alínea b, registrou-se inexistir razão para declará-la
inconstitucional, uma vez que disporia sobre a vigência de dispositivo considerado constitucional.
ADI 1521/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 19.6.2013.
espécie, estado-membro interpusera o apelo extremo contra julgado que determinara o sequestro de
rendas públicas para pagamento de precatório ao fundamento de que o recorrente retirara, por conta
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própria, precatório que figurava em primeiro lugar na ordem de apresentação para pagamento, o que
afrontaria o art. 100, § 2º, da CF e o art. 78, § 4º, do ADCT — v. Informativo 572. Considerou-se que, para se
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concluir de modo diverso, seria necessário revolver fatos e provas, providência vedada em sede
extraordinária, a incidir o Enunciado da Súmula 279 do STF. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Dias
Toffoli, que conheciam o extraordinário e lhe davam provimento. O Min. Dias Toffoli noticiava a existência
de ordem judicial, proferida pelo tribunal de justiça local, que suspendera o pagamento do precatório
objeto desta ação, por fundada dúvida sobre a própria existência de crédito, a reforçar convicção quanto ao
acolhimento do recurso.
RE 583932/BA, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min Cármen Lúcia, 18.6.2013.
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