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439-452 p.
RESUMO
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Discente regularmente matriculado na graduação em direito na Universidade Federal do Pará/ICJ/FAD, sob o
número de matrícula 202206140058
Quanto ao objeto da ADO, é importante destacar que a omissão é de cunho normativo,
portanto é mais ampla do que a omissão de cunho legislativo, englobando atos gerais abstratos
e obrigatórios de outros Poderes e não apenas daquele ao qual cabe, precipuamente, a criação
do direito positivo. Assim, a omissão pode ser do Poder Legislativo, do Poder Executivo ou
mesmo do Poder Judiciário. Vale lembrar que o STF já decidiu que, uma vez pendente
julgamento de ADO, se a norma constitucional que não tinha sido regulamentada vier a ser
revogada, deverá a ação ser extinta por perda de objeto, julgando-se prejudicada. A Suprema
Corte nesse mesmo sentido apresenta entendimento quanto à hipótese de encaminhamento de
projeto de lei sobre a matéria ao Congresso Nacional, ou, ainda, pelo não cabimento da ação
quando no momento de sua propositura, o processo legislativo já tenha sido desencadeado.
Além disso, a referida Corte tem o entendimento de que não se justificar a demora na
apreciação de projetos já propostos (inertia deliberandi das Casas Legislativas), com a
possibilidade de se caracterizar uma “conduta manifestamente negligente ou desidiosa das
Casas Legislativas”, colocando em risco a própria ordem constitucional.
Além disso, o STF entende que não existe a possibilidade de a fungibilidade da ADO
com o mandado de injunção, tendo em vista a diversidade de pedidos. Já quanto à competência
para julgar uma ADO, o órgão competente é somente o STF, de forma originária, enquanto
que os legitimados para a propositura de ADO são os mesmos da ADI genérica, portanto, o rol
previsto no art. 103, com as peculiaridades já apontadas em relação à pertinência temática.
Agora quanto aos procedimentos, estes são praticamente os mesmos da ADI genérica,
mas com suas peculiaridades. O art. 12-B da Lei n. 9.868/99 determina que a petição inicial,
acompanhada de procuração, quando for o caso, será apresentada em duas vias, devendo elas
conter cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão, e indicará: a
omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de
legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa; e o pedido, com suas
especificações. No caso do peticionamento eletrônico, não faz mais sentido a prescrição de
apresentação da petição em duas vias, por isso o texto prescreve essa necessidade “se for o
caso”. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente improcedente serão
liminarmente indeferidas pelo relator, cabendo agravo da referida decisão e, quando proposta a
ação, não se admite desistência, devendo ser aplicadas as disposições constantes da Seção I do
Capítulo II da Lei n. 9.868/99. E contra a decisão monocrática do Relator caberá o recurso de
agravo interno para o Pleno do STF, com o prazo para a interposição desse recurso, bem como
para respondê-lo de 15 dias, devendo a contagem se dar em apenas em dias úteis.
Em se tratando de medida cautelar, como diz o referido texto (Lenza, 2020):
Com isso, o autor destaca que no atual entendimento do Supremo Tribunal Federal,
admite a fungibilidade entre Ação Direta de Inconstitucionalidade e a Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão. Porém, ainda no final apresenta críticas quanto a atuação
do STF em certas ocasiões (por exemplo a criminalização de certas condutas) em que este
acaba de certo modo usurpando as funções do Legislativo, o que não pode ocorrer mesmo com
a notável inércia do mesmo, ainda assim fica a dúvida de até que ponto poderia se tolerar tal
inércia parlamentar e como a Suprema Corte pode proceder em decorrência disso.