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015/14
A Visão do Advogado
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Sílvia Pérola Teixeira Costa é professora, advogada, jornalista, graduada em Direito pelo Centro Universitário de
Brasília - UniCEUB; pós-graduada em "Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho" pelo Centro Universitário
de Brasília - UniCEUB; pós-graduada em “Transdisciplinaridade em Excelência Humana” pelo Instituto Catarinense de
Pós-Graduação-ICPG e UNIPAZ/DF; Foi Aluna Especial de “Direito das Relações Internacionais” (UNICEUB) e
de "Estado, Sociedade e Constituição" da Universidade de Brasília - UNB; Mestranda e Doutoranda em “Ciências
Jurídicas” – Universidade Autônoma de Lisboa – UAL. É jornalista (Universidade Federal do Maranhão e Centro
Universitário de Brasília); Ministrou, no UniCEUB, as disciplinas de “Teoria Geral do Processo” e “Direito do Trabalho
III” (Processo do Trabalho); atuou por 30 anos, no Tribunal Superior do Trabalho – TST, na Secretaria de Imprensa,
assessoria e Chefia de Gabinete de Ministro; criou e ministra o "Treinamento Processual", no TST e para a Advocacia,
com foco no treinamento de servidores e advogados para atuarem, com efetividade, com processos da competência
daquela Corte, o que originou a criação do INSTITUTO PÉROLA DE TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO PARA A
ADVOCACIA - IP, que atende advogados de todo o Brasil.
2 Art. 154/CPC (Art. 188/NCPC). Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a
lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade
essencial.
3 Art. 249/CPC (Art. 282 NCPC). O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as
providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados. § 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a
falta quando não prejudicar a parte. § 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a
declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.
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desde que
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TST-AIRR-129900-19.2012.5.13.0005, Relator Ministro
Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, DEJT 28/11/2014)
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recurso assinado eletronicamente por advogado
diverso daqueles que constam na peça recursal?
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AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
REVISTA. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. AUSÊNCIA
DE PROCURAÇÃO NOS AUTOS. MANDATO TÁCITO NÃO
CONFIGURADO. Extrai-se dos autos que o subscritor do
recurso de revista interposto pela reclamada não
possui procuração juntada aos autos, o que torna
inexistente o recurso, conforme o disposto na Súmula
nº 164 desta Corte. Mandato tácito não configurado
(fls. 159 e 811/812). Ressalte-se que, no caso da
utilização do sistema eletrônico, a representação
processual deve ser comprovada em relação àquele que
assina digitalmente o processo. Ademais, a concessão
de prazo para sanar a irregularidade é inadmissível
na esfera recursal, conforme entendimento expresso
na Súmula nº 383/TST. Óbice contido na Súmula nº 333
do TST. Agravo conhecido e não provido.
Processo: Ag-AIRR - 187700-48.2009.5.15.0039 Data de
Julgamento: 29/10/2014, Relatora Ministra: Dora
Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 31/10/2014.
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(...)ocorre que, nas razões do Recurso de Revista, o
Reclamante não transcreveu os trechos do acórdão
regional que consubstanciam o prequestionamento da
controvérsia objeto do apelo, não bastando ao
cumprimento da exigência legal o mero resumo da
decisão recorrida. Destaque-se que, em se tratando
de requisito que visa demonstrar se os pontos
tratados no Recurso de Revista foram devidamente
prequestionados, análise imprescindível para
verificação da viabilidade das alegações recursais,
não há falar em defeito formal e, por consequência,
em aplicação do § 11 do art. 896 da CLT.
Processo: AIRR 1161-38.2012.5.15.0113 Data de
Julgamento: 02/03/2016, Relator Ministro: Márcio
Eurico Vitral Amaro, 8ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 04/03/2016.
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REPRESENTAÇÃO. AUSÊNCIA DE AUTENTICAÇÃO NA CÓPIA DO
INSTRUMENTO DE PROCURAÇÃO. A Corte Regional não
conheceu do recurso ordinário da empresa, sob o
fundamento de irregularidade de representação,
porque o advogado que o subscreveu não estava
regularmente habilitado nos autos, já que o
instrumento de mandato apresentado é cópia sem
autenticação. Nos termos do artigo 830 da CLT, com a
redação determinada pela Lei nº 11.925/2009, o
documento oferecido para prova só será aceito se
estiver no original, em fotocópia autenticada ou se
for declarado autêntico pelo advogado que o juntar,
o que não ocorreu nos autos. Ademais, a
regularização da representação processual na fase
recursal é inadmissível, pois a previsão do artigo
13 do CPC restringe-se à primeira instância. In
casu, o r. despacho agravado foi proferido em
estrita consonância com a jurisprudência desta
Corte, consolidada nas Súmulas nºs 164 e 383.
Inaplicável o §11 do art. 896 da CLT porque restrito
a defeitos formais contidos no recurso de
revista. Agravo conhecido e desprovido. Processo: Ag-
AIRR - 1809-72.2013.5.02.0039 Data de
Julgamento: 24/02/2016, Relator Ministro: Alexandre de
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 26/02/2016.
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
CONCLUSÃO
Nego seguimento.
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relativas ao processo de conhecimento incidirão à
base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de
R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos)".
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(...)".
A Reclamada, na minuta de
agravo, argumenta que juntou ao agravo de
instrumento o comprovante de pagamento do valor
referente à complementação das custas, as quais
deveriam ter sido pagas no prazo alusivo ao recurso
de revista.
Ao exame.
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Nesta Justiça do Trabalho, a
admissibilidade do recurso está condicionada ao
cumprimento dos pressupostos legais, entre os quais
a correta efetivação do preparo, que deve observar a
forma prevista e se processar no prazo recursal
(CLT, art. 789, § 1º), sob pena de deserção.
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e do depósito recursal, ainda que a diferença em relação ao "quantum" devido seja ínfima,
referente a centavos."
"As demais disposições oriundas de alteração do processo civil, resultantes da Lei nº 9.756/98,
consideram-se inaplicáveis ao processo do trabalho, especialmente o disposto no art. 511,
caput, e seu § 2º."
Confira-se:
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vigência da lei anterior. Feita essa introdução,
cabe ressaltar que o dispositivo em questão, ao
possibilitar a regularização dos recursos de revista
deficientes, deixou ao intérprete a árdua tarefa de
qualificar e delimitar a abrangência da expressão -
defeito formal que não se repute grave-. A meu
sentir, o legislador quis se referir aos vícios de
forma que maculam os atos jurídicos, principais e
acessórios, praticados na seara recursal e, por
conseguinte, implicam em irregularidades no
preenchimento dos pressupostos extrínsecos do apelo
(relativos ao modo de exercício do direito de
recorrer), quais sejam: preparo, regularidade formal
e tempestividade (esta última, porém, excluída pela
própria norma da possibilidade de regularização). O
vício será reputado não grave quando permitir que o
ato existente, a despeito de formalmente defeituoso,
alcance a sua finalidade essencial, caso contrário,
estará o julgador impossibilitado de desconsiderar o
vício ou mandar saná-lo. Afirma-se, em consequência,
que os defeitos formais que importem na inexistência
do recurso interposto não admitem convalidação,
diante da gravidade do vício constatado. Na presente
situação, conforme registrado pelo Juízo de origem,
o reclamado, ao interpor o recurso de revista,
recolheu a quantia de R$ 14.116,11, quando, em
verdade, deveria ter comprovado o depósito recursal
no valor de R$ 14.116,21, conforme o ATO.SEGJUD.GP
N.º 506/2013. A arrecadação a menor do valor
atinente ao preparo impede que o ato atinja o seu
escopo principal, qual seja, a garantia integral do
Juízo, o que impossibilita a aplicação da
determinação abarcada no artigo 896, § 11º, da CLT,
ante a gravidade do vício perpetrado. Não se trata,
portanto, de defeito formal, mas de vício insanável,
em virtude de atingir a substância do ato (preparo
recursal) e, por isso mesmo, não autoriza ao juiz
conceder a oportunidade para que o recorrente o
corrija, sob pena de comprometer a segurança
jurídica e a garantia de tratamento isonômico às
partes, sobretudo em virtude de o ato não haver
atingido a sua finalidade (e não se está, neste
aspecto, avaliando o montante da diferença). A
segurança jurídica estaria comprometida em virtude
de permitir que cada julgador avaliasse o que seria
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considerada diferença razoável no valor do depósito.
Se a regra é objetivamente definida, não cabe
relativizar o seu alcance. De outro modo, a garantia
de tratamento isonômico também restaria violada,
diante do direito ao não conhecimento do recurso,
assegurado ao recorrido. Assim, em vista do
recolhimento inexato do depósito recursal, ainda que
a diferença faltante seja ínfima, no caso em tela R$
0,10 (dez centavos), aplica-se o teor da Orientação
Jurisprudencial nº 140 da SBDI-1 desta Corte, que
subjaz ao novo cenário jurídico e, por conseguinte,
terá incidência. Agravo de instrumento a que se nega
provimento." (TST-AIRR-129900-19.2012.5.13.0005,
Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª
Turma, DEJT 28/11/2014)
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agravo, para o depósito do recurso que se pretende
destrancar. Logo, deserto o agravo de instrumento,
porquanto o depósito recursal foi efetuado em valor
inferior ao devido. Ocorre deserção do recurso pelo
recolhimento insuficiente do depósito recursal,
ainda que a diferença em relação ao 'quantum' devido
seja ínfima, referente a centavos. Incidem a Súmula
nº 128, I, e a Orientação Jurisprudencial nº 140 da
SBDI-1, ambas do TST. Agravo de instrumento não
conhecido." (TST-AIRR-1211-67.2012.5.03.0026, Relator
Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho,
12/02/2014, 7ª Turma, DEJT 14/02/2014)
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Alencar Rodrigues, 7ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 27/11/2015.
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