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INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA

ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO, PROCESSO DO


TRABALHO E DIREITO PREVIDENCIÁRIO

RUTH SOUZA ARAÚJO BARROS

APLICAÇÃO DO NOVO CPC NO PROCESSO DO TRABALHO

JACAREÍ/SP
2018
RUTH SOUZA ARAÚJO BARROS

APLICAÇÃO DO NOVO CPC NO PROCESSO DO TRABALHO

Trabalho Modular apresentado ao curso de


Especialização em Direito do Trabalho, Processo do
Trabalho e Direito Previdenciário, da Faculdade
INESP em parceria com o Instituto INFOC, como
requisito parcial à conclusão do Curso.

Coordenadora Responsável: MSc. Juliana de


Oliveira Xavier Ribeiro

JACAREÍ/SP
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................3

3. APLICAÇÃO DO NOVO CPC NO PROCESSO DO TRABALHO.....................4

4 CONCLUSÃO....................................................................................................10

REFERÊNCIAS....................................................................................................11
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo a análise dos aspectos trabalhistas, bem
como aplicação do novo código de processo cível no processo do trabalho,
mostrando algumas influencias na esfera trabalhista, discorrendo sobre as principais
mudanças ocorridas.

Passaremos pela competência na espera trabalhista a luz da legislação e


da jurisprudência.

Mostraremos que diferente do que se ensinava antigamente o direito


trabalhista esta em uma constante transformação, acompanhando em alguns
momentos o direito processual civil.

O novo Código de Processo Civil produz efeitos nas relações do trabalho,


assim como, a reforma da CLT.

O referido trabalho servirá para mostrar as grandes transformações, será


importante, pois, trará uma nova compreensão sobre esse assunto, tendo relevância
social, já que é um tema de relevância para a sociedade.
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2 AS PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES DO NOVO CPC E OS SEUS IMPACTOS NO


PROCESSO DO TRABALHO

Houve mudanças significativas no CPC, principalmente estruturalmente,


sabe-se que esta sendo baseado principalmente em conciliação.

O artigo 769 da CL é claro que: “ nos casos omissos, o direito processual


comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em
que for incompatível com as normas deste Título [referindo-se ao título X da CLT,
que trata do Processo Judiciário do Trabalho]”

O novo artigo 15 do CPC, afirma que: “Na ausência de normas que


regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste
Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.”

Entendemos que de certa forma o artigo 2º, §§ 1º e 2º da LINDBB,


complementa o artigo supracitado da CLT, ou ao mesmo faz uma melhor
adequação.

Ambos se preocupam com a Colmatação de Lacunas no Processo do


Trabalho. As lacunas como um estado incompleto do sistema legislativo processual
trabalhista Espécies.

No processo do trabalho, conhecemos o núcleo rígido formado por


Protecionismo, inquisitividade, concentração dos atos processuais ,imediação,
oralidade, simplicidade Procedimental, celeridade Processual, exemplo o artigo 769,
CLT que tem cláusulas abertas e barreira de contenção e o artigo 765, que é
inquisitivo sem comprometer a cooperação.

É necessário que a disposição utilizada na colmatação das lacunas do


Processo do Trabalho esteja em consonância com as características que lhe
garantem autonomia científica.
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Vale ressaltar que não é apenas as disposições do CPC que podem ser
usadas nas lacunas do processo do trabalho.

Aplicação subsidiária visa ao preenchimento de lacuna; aplicação


supletiva, à complementação normativa, já a subsidiária que fortalece, que vem em
apoio ou reforço, que robustece algo tido como principal e a supletiva é o que serve
para completar e não complementar, em síntese, subsidiário é o que complementa e
supletivo é o que completa.

SUPLETIVIDADE (Lacunas Normativas Totais): Intervenção de Terceiros;


Ação Rescisória; Prova Documental; Tutelas de Urgência SUBSIDIARIEDADE
(Lacunas Normativas Totais, Ontológicas e Axiológicas): Recurso Ordinário;
Embargos do devedor; Nulidades; Execução Provisória.

Uma mudança com o novo CPC foi a contagem dos prazos, que eram em
dias úteis, contudo, pelo princípio da celeridade não foi aplicado imediatamente nos
processos trabalhistas.

Houve alteração no conceito de sentença e decisão interlocutória, sendo


utilizado também no processo do trabalho, pois auxiliou na celeridade processual.

A sentença na redação original dos arts. 162 e 463 do CPC 1973 X Lei
11.232-2005 X art. 203, § 1º do CPC/2015, a decisão interlocutória arts. 162, § 2º,
do CPC/1973 X 203, § 2º, do CPC/2015, havendo possibilidade Múltiplas Sentença,
ou julgamento parcial de mérito (art. 356 do nCPC) pela via interlocutória! (vide o
273, § 6º, do CPC/1973), sentença é ato que põe fim ao procedimento comum;
interlocutória é ato de natureza decisória, não necessariamente que resolva questão
incidental.

Houve ainda alteração na fase postulatória, onde se exigia maiores


informações, tais como o endereço eletrônico, pelo princípio do dever de
cooperação, a prova testemunhal passou a ser dever o Reclamado em algumas
situações.
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Maximização da concentração defensiva, já que a incompetência relativa,


a incorreção do valor da causa e a reconvenção são veiculadas na própria
contestação, isso no CPC.

No sistema processual trabalhista: Incompetência territorial relativa por via


de exceção e demais objeções na contestação (Art. 799, § 1º, da CLT);
reconvenção, consuetudinariamente, em peça apartada.

Ocorreu o fim do processo cautelar, existindo a tutela de urgência e a


tutela de evidencia.

Por fim a fase decisória o art. 832 CLT - Da decisão deverão constar o
nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os
fundamentos da decisão e a respectiva conclusão. § 1º - Quando a decisão concluir
pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições para o seu
cumprimento. § 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas
pela parte vencida.

No artigo 489 do nCPC. (...) § 1º Não se considera fundamentada


qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I – se
limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida; II – empregar conceitos jurídicos
indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III –
invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV – não
enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar
a conclusão adotada pelo julgador; V – se limitar a invocar precedente ou enunciado
de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI – deixar de seguir
enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento. § 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e
os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a
interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a
conclusão. (...)
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É aplicável ao Processo do Trabalho a Lei 13.015-2014, os incidente de


uniformização de jurisprudência e resolução de recursos repetitivos.

Assim, a decisão não advém do ‘sentire’ (do sentimento individual de


justiça do juiz), sendo na realidade, um ato jurídico-racional que deve respeito à
normatividade dos precedentes (a segurança jurídica no EDD).

Em relação aos recurso acabou com o fim da dupla admissibilidade no


CPC, contudo, permanece no direito do trabalho, não sendo recepcionado tal artigo.

Art. 1013, §§ 3º e 4º, do CPC/2015:


§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal
deve decidir desde logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485;
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os
limites do pedido ou da causa de pedir;
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que
poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a
prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais
questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.

Novidade nos embargos de declaração, são cabíveis contra “qualquer


decisão judicial’: arts. 535, I + 897-A da CLT X art. 1.022, caput, do nCPC,
cabimento para correção de ‘erro material’: 1.022, III, do nCPC X, arts. 463, I e II do
CPC/73 + 833 da CLT; Omissão: Ausência do dever de fundamentação e respeito à
força normativa dos precedentes (art. 1.022, p. único, I e II do nCPC; Possibilidade
de colmatação das razões recursais: art. 1.024, § 4º, do nCPC + S. 434, II, do TST;
Conversão em agravo interno (regimental): art. 1.024, §§ 2º e 3º do nCPC + S. 421
do TST.
Prequestiona da matéria mesmo se não conhecido ou rejeitado: art.
1.025 do nCPC + S. 297, III, do TST, tem efeito interruptivo, mas não tem
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suspensivo: art. 1.0126, caput, aumento da 1ª multa para 2% e limite máximo d02
embargos: art. 1.026, §§ 2º e 4º.

Por fim, falaremos da aplicação das medidas executivas, multa pelo


inadimplemento de obrigação de dar quantia certa: art. 139, IV, do nCPC.

Protesto extrajudicial e outras medidas de constrangimento do devedor,


arts. 517 + 782, §§ 3º, 4º e 5º do nCPC + 642-A da CLT.

Execução provisória, tem que haver o caução para levantamento de


numerário, arts. 475-O, III, § 2º, I e II do CPC/73 X 520, IV + 521 do nCPC X S. 417,
desconstituição jurídica, arts. 133 a 137 do nCPC; multa astreintes efeitos da
decisão e momento de satisfação, artigo 537, §§ 1º e 3º do nCPC.

Penhora on line está previsto no artigo 854, do nCPC, penhora é a


individualização de bens do executado e sua constrição, que tem por objetivo
satisfazer o crédito do exequente.

Para Ernane Fidélis dos Santos (2009, p. 118):

A penhora, em princípio, consiste na apreensão, pelo juízo, de bens que


vão responder pela execução, mas ela só se considera efetivamente feita, quando
se tratar de coisa, com o depósito (art. 664). Isto equivale a dizer que penhora sem
depósito é ato incompleto, ainda sem os efeitos específicos que dela decorrem.

A penhora on-line propriamente, nas palavras de Cássio Scarpinella


Bueno(2014, p. 255):

Nada mais é do que a possibilidade de o magistrado, devidamente


cadastrando perante o Banco Central do Brasil – que é obrigatório de acordo com o
art. 2º da Resolução n. 61/2008 do CNJ, que “disciplina o procedimento de
cadastramento de conta única para efeito de constrição de valores em dinheiro por
intermédio do Convênio BACENJUD e dá outras providências”, declarado
constitucional pelo Pleno do STF (MS 27.621/DF, rel. p./acórdão Min. Ricardo
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Lewandowski, j.m.v 7.12.2011, DJe 11.5.2012) , ter acesso a informações que, por
serem sigilosas, não seriam de seu conhecimento se não expressamente
autorizada. Tais informações dizem respeito à identificação de dinheiro ou, mais
amplamente, depósitos ou aplicações em instituições financeiras (art. 655, I), sem
exclusão das cadernetas de poupança (art. 655, X), para viabilizar a sua penhora,
inclusive para os fins do inciso VII do art. 655, é dizer, a penhora de “percentual do
faturamento de empresa devedora.

Anita Caruso Puchta (2010, p.39), acerca da penhora on-line, faz o


seguinte comentário:

Em sentido estrito, não se trata de penhora e sim, de bloqueio de bens


efetuados eletronicamente, ou seja, pré-penhora, sua indisponibilidade
para posterior penhora, salutar procedimento prévio para efetiva
constrição. Concluindo, assim, que o bloqueio eletrônico é a essência da
penhora on-line, mas também é necessária a lavratura do auto.

Logo, o que se busca com a penhora on-line é uma maior agilidade e


efetividade da tutela jurisdicional, a fim de evitar a possível ocorrência de prática
fraudulenta por parte do devedor, o qual, tendo conhecimento da tramitação do
processo que busca a satisfação dos haveres de seu credor, poderia praticar atos
visando frustrar o sucesso do processo.
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3 CONCLUSÃO

Foram abordados no trabalho, as questões relativas a nova reforma do


Código de Processo Civil, dando ênfase e comparando ao Direito do Trabalho que é
o tema da nossa pós graduação.
Apesar da existência de textos normativos, jurisprudência,
Constituição, evidente que a análise do tema ainda é muito recente e apresenta
muitas dúvidas e divergências, que aos poucos são sendo supridas.
O Código de Processo Civil, também possui campo nas relações
processuais do Direito do Trabalho.
Em face da limitação dos princípios do direito do trabalho , que tem
princípios em seu núcleo uma parte rígida, não podemos utilizar em sua
integralidade da reforma do Código de Processo Civil.
Durante o trabalho, passamos por vários ensinamento, comparações e
até mesmo, princípios atualmente utilizados.
O direito em geral está grande mudança, por seu caráter dinâmico,
quando estamos terminando esse trabalho, provavelmente outras normas estão ou
foram aprovadas.
As normas processuais, tanto civil quando trabalhistas deveram ser
aplicada da melhor forma, ou seja, da forma mais justa e eficiente.
Por fim, devemos sempre observar além do aspecto propriamente dito
do direito do trabalho, os prazos, as sentenças, execuções, recursos e todo o
processo que está em uma eterna mudança, como a Medida Provisória que já foi
revogada, passando poucos dias em vigor.
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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e


documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 6024: informação e documentação: numeração progressiva das


seções de um documento escrito: apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

______. NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de


Janeiro, 2003.

______. NBR 6028: informação e documentação: resumo: apresentação. Rio de


Janeiro, 2003.

______. NBR 6033: ordem alfabética. Rio de Janeiro, 1989.

______. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos:


apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos:


apresentação. Rio de Janeiro, 2005.

• CAIRO JR, JOSÉ. CURSO DE DIREITO DO TRABALHO. SALVADOR.


JUSPODIVM, 2009.
• DELGADO, MAURICIO GODINHO. CURSO DE DIREITO DO TRABALHO.
11. ED. SÃO PAULO: LTR, 2012.

CESÁRIO, JOÃO HUMBERTO, JUSTIÇA DO TRABALHO E DIGNIDADE DA PESSOA


HUMANA, 2007.
CESÁRIO, JOÃO HUMBERTO, PROVAS E RECURSOS NO PROCESSO DO
TRABALHO, 2015.
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8725/A-efetividade-da-penhora-online-na-
Justica-do-Trabalho
https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.;500.12178/96146/2015_cesario_joao_process
o_trabalho.pdf?sequence=1”
https://paulosumariva.

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