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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO


CAMPUS RIBEIRÃO PRETO

UNIVERSIDADE DE DIREITO “LAUDO DE


CAMARGO”
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

DIREITO PROCESSUAL DO
TRABALHO

Os Meios de Provas e os Detalhes da Prova Testemunhal

Trabalho apresentado ao Departamento de Ciências


Jurídicas do Curso de Graduação em Direito da
Universidade de Ribeirão Preto, como requisito
obrigatório de Avaliação de Exame Final da
Disciplina Direito Processual do Trabalho.

Nome: Carlos Gustavo Monteiro Cherri Código: 764943

ETAPA: 7º SALA: 16B PERÍODO: Diurno

Ribeirão Preto
Julho/2020
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Os Meios de Provas e os Detalhes da Prova Testemunhal


Resumo
O presente texto visa discorrer sobre as Provas no Processo do Trabalho, suas definições e
meios enfatizando a prova testemunhal, destacando os institutos da contradicta, as
testemunhas habilitadas, suspeitas, impedidas e incapazes, o momento da produção de provas,
a consequência da ausência das testemunhas, bem como a anuência da prova testemunhal e o
depoimento mediante videoconferência. Doutrina e jurisprudência serão os fundamentos da
exposição.

Introdução

No Direito Processual do Trabalho, as alegações das partes em juízo não são


suficientes para demonstrar a verdade ou não de determinado fato. É necessário que a parte
faça prova de suas alegações, pois os fatos não provados são inexistentes no processo. A
Consolidação das Leis do Trabalho (Lei 5.454/1943) visa garantir aos sujeitos da relação
contratual de trabalho os direitos que são assegurados ao trabalhador e empregador, e em
casos de demanda judicial as regras processuais em que o processo será mitigado.
Atualmente, o Código de Processo Civil é aplicável, ainda que muito discutido,
nos casos omissos em que a CLT não dispõe em seu texto normativo, o NCPC trouxe ao
cenário jurídico brasileiro um processo mais célere, imediato e acessível à sociedade, entre as
quais se destaca as que dizem respeito ao direito processual do trabalho. A CLT, dando
cumprimento ao princípio da obrigatoriedade da prova i, estabelece quem, quando e como
devem ser produzidas. Em seguida, apresentar-se-á as modalidades das provas e as
características da prova testemunhal.

1. A Prova Emprestada
A utilização da prova emprestada encontra amparo nos princípios da
instrumentalidade das formas e da economia e celeridade processual, bem como seu uso deve
ser pautado nos princípios do contraditório, da ampla defesa, da legalidade e da proibição das
provas ilícitas. A respeito do princípio do contraditório afirma Leite (2019) as partes têm o
direito fundamental de se manifestarem reciprocamente sobre as provas apresentadas. Trata-se
de um princípio constitucional explícito que deve ser observado em qualquer processo (CF,
art. 5º, LV) judicial ou administrativo. Todavia, nem sempre o princípio do contraditório é
respeitado no momento da elaboração da fundamentação jurídica e da produção de provas, o
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que, em muitos casos leva ao indeferimento da prova, como se pode constatar na decisão do
TST:
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - REGÊNCIA PELA
LEI Nº 13.015/2014 - CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE
PROVA EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA DA PARTE . NÃO
CARACTERIZAÇÃO. ART. 896, C, DA CLT - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
EXPOSIÇÃO A CALOR. SÚMULAS 126 E 333 DO TST. Nega-se provimento ao
agravo de instrumento que não logra desconstituir os fundamentos da decisão que
denegou seguimento ao recurso de revista. Agravo de instrumento a que se nega
provimento.
(TST - AIRR: 12892220155180161, Relator: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de
Julgamento: 08/08/2018, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/08/2018).

Não é difícil entender a rejeição da prova, pois se tal modalidade deve respeitar os princípios
do contraditório e da ampla defesa, a prova empregada sem a anuência da outra parte,
certamente, implicará em cerceamento de defesa, na medida em que não lhe assegura, pela
falta de anuência, isto é, de conhecimento prévio do emprego da prova, a parte nada poderá
fazer para defender-se, ferindo, dessa forma, também, o princípio do contraditório.
A utilização desse meio de prova encontra muita resistência no ordenamento
jurídico brasileiro, de modo que a jurisprudência trabalhista a admite somente em casos em
que exista contemporaneidade com a época de prestação de serviços, e em casos em que seja
oportunizado o contraditório, para que a parte contrária na relação processual possa se
manifestar quanto à produção da prova. O fato de encontrar resistência não impede seu uso e,
desde que preencha os requisitos, como a consideração do contraditório e da ampla defesa ela
não só será devidamente empregada como também aceita e deferida e, por isso, valerá como
prova, de acordo com a categoria de prova a que ela pertence, como prova documental ou
pericial, por exemplo. Assim, nessa seara, entende o TRT-1:
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PROVA EMPRESTADA. LAUDO TÉCNICO.
CONTRADITÓRIO. ARTIGO 195 DA CLT. Nenhum óbice à consideração de prova
emprestada quando demonstrada a relação entre as partes e o contraditório na
realização do laudo, o que existe na perícia anexada. Desse modo, o referido documento
supre a exigência de prova técnica para investigação do direito ao adicional de
insalubridade (CLT, 195).
(TRT-1 - RO: 00108127120155010342 RJ, Data de Julgamento: 14/06/2016, Quarta
Turma, Data de Publicação: 28/06/2016)

No caso de utilização de prova pericial emprestada em que ocorra a


desativação ou desaparecimento do local de trabalho. A esse respeito, é possível observar a
redação da OJ 278 da SDI-1 do TST, a qual estabelece que “a realização de perícia é
obrigatória para a verificação de insalubridade. Quando não for possível sua realização, como
em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros meios de prova”.
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Importante julgado do TRT-2 esclarece a respeito da inteligência da OJ supracitada e da


aplicação dessa modalidade de provaii.
Portanto, deve se ter presente a ideia central de que a utilização de provas
emprestadas se encontra perfeitamente aceitável na seara trabalhista, bem como nos demais
ramos do direito. Contudo, sua utilização deve sempre atender aos princípios constitucionais
da ampla defesa e do contraditório, pois, do contrário, implicará em cerceamento de defesa e
será indeferida pelo magistrado ou pelos membros do colegiado.

2. As Presunções Jurídicas
As presunções, no âmbito dos meios de prova, estão ligadas às suposições
quanto à existência e veracidade de determinados fatos, ou mesmo, acerca da validade de
certos documentos. A presunção pode encontrar seu supedâneo na lei, em experiências
anteriores e até mesmo em costumes. O objeto desse tópico diz respeito tão somente às
presunções fundadas na lei, ou seja, as presunções jurídicas que tanto podem ser absolutas ou
relativas. Como todas as formas de prova, as presunções jurídicas também estão submetidas a
um princípio que, na ausência de sua consideração implicará no indeferimento. As presunções
jurídicas decorrem da aplicação do princípio da busca da verdade real, no sentido de se
alinharem em verdades de fato, dos quais se presumem fatos como verdadeiros, ao passo que
as verdades formais fundamentam as presunções documentais, ou seja, extraída dos autos:
O princípio da busca da verdade real é extraído do art. 371 do CPC e dos arts. 765 e 852-D
da CLT, donde se conclui que o juiz tem liberdade na condução do processo na busca de
elementos probatórios que formem o seu convencimento sobre a alegação das partes a
respeito dos fatos que tenham importância para a prolação de uma decisão fundamentada,
adequada e justa. Verdade real e verdade formal são inconfundíveis para os fins da teoria da
prova. A primeira decorre dos fatos que realmente acontecem na vida, ou seja, a verdade
em si; a segunda corresponde aos elementos constantes dos autos, como resultado das
provas produzidas pelos sujeitos do processo (LEITE, 2019, p. 724).

As presunções absolutas, também denominadas de presunções jure et de jure,


são presunções das quais não se admite prova em contrário, na medida em que são
consideradas absolutas e inafastáveis. Um exemplo, comumente utilizado pela doutrina no
que tange à presunção absoluta, diz respeito ao artigo 482, “d” da CLT, o qual assegura a
dispensa por justa causa para o empregado condenado criminalmente com trânsito em
julgado. Demonstrando a decorrência da presunção jurídica do princípio da busca da verdade
real, nesse caso de uma verdade real, implicando um a presunção absoluta, decidiu o TJ-DF:
APELAÇÃO CÍVEL. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. PUBLICAÇÃO DE
NOTIFICAÇÃO EM JORNAIS LOCAIS DE GRANDE CIRCULAÇÃO. ART. 605, DA
CLT. IMPRESCINDIBILIDADE. GRATUIDADE JUDICIÁRIA. PESSOA JURÍDICA
SEM FINS LUCRATIVOS. PRESUNÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA. 1. No julgamento
do Resp 1.120.616/PR, sob o rito do art. 543-C, do CPC, o egrégio STJ decidiu que a
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publicação de editais, para finalidade de notificação de lançamento da contribuição


sindical, deve ser realizada em jornal de grande circulação local, sob pena de
impossibilidade de cobrança do tributo. (REsp 1.120.616/PR, Rel. Ministro Benedito
Gonçalves, Primeira Seção, DJe 30.11.2009). 2. Em se tratando de instituições sem
finalidade lucrativa, a hipossuficiência econômica deve ser presumida. 3. Apelação
improvida.
(TJ-DF - APC: 20120111413130 DF 0007624-60.2012.8.07.0018, Relator: ARNOLDO
CAMANHO DE ASSIS, Data de Julgamento: 29/10/2014, 4ª Turma Cível, Data de
Publicação: Publicado no DJE : 05/11/2014 . Pág.: 215).

Já no que diz respeito às presunções relativas, também denominadas


presunções juris tantum, admitem-se as provas em sentido contrário. Aqui não existe uma
verdade absoluta, pois, qualquer meio de prova pode ser hábil em elidir as presunções
relativas. Como exemplo, a Súmula 12 do TST assevera que “as anotações apostas pelo
empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção juris et de jure, mas
apenas juris tantum”.
Dessa forma, fica evidenciada a relevância jurídica atribuída às presunções
através desses exemplos práticos de sua incidência. Além disso, a distinção acerca de sua
relatividade ou não é o ponto central que deve sempre ser observado, especialmente na esfera
trabalhista, pois na propositura de uma presunção relativa na qualidade de presunção absoluta,
diferente desta última, estará sujeita à interpretação e, dessa forma, à prova em contrário,
podendo acarretar a sua invalidade ou na obtenção de um efeito pouco satisfatórioiii.

3. As Provas Documentais
As provas documentais, como o próprio nome diz, são as produzidas através de
documentos, no processo trabalhista são disciplinadas nos artigos 777, 780, 787 e 830 da CLT
e quando necessário, subsidiariamente, no CPC.
Em se tratando de cópias de provas documentais na Justiça do Trabalho, as
mesmas serão autenticadas pelo advogado, sob sua responsabilidade, conforme é preconizado
na CLT, em seu artigo 830, e só quando necessário será solicitado que a parte que os pediu,
apresente os originais.
Muitas provas só podem ser comprovadas através de documentos escritos.
Conforme o artigo 464, da CLT, a comprovação de pagamento de salário só pode se dar
através de prova documental, não sendo aceita pelo juiz a prova testemunhal. O mesmo ocorre
com a comprovação das horas extras (art. 59, CLT), o registro de entrada e saída dos
funcionários que deve ser registrado de maneira manual, mecânica ou eletrônica. (Art. 74, §
2º, da CLT), o registro em CTPS, a expedição de guias de seguro desemprego, o depósito de
FGTS, acordos bilaterais que, para sua validade, devem ser escritos, ACT, CCT, termo de
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rescisão contratual, termo de ciência de Aviso Prévio, férias, pagamento de 13º. salário, além
de laudos médico que, quando rejeitados à título de prova pericial podem ser aceitos como
documentos comprobatórios. Acrescenta-se ainda os requerimentos de auxílio-doença por
trabalho, salário maternidade, entre outros.
No entanto, nem sempre documentos são suficientes para a fundamentação, já
que no processo do trabalho o princípio da oralidade se impõe, já que a forma como são
realizadas as audiências, tendo em vista a celeridade processual, as provas documentais ficam,
de certa forma, subordinadas às provas orais.
No processo do trabalho, as provas devem ser realizadas, preferencialmente, na
audiência de instrução e julgamento, isto é, oralmente e na presença do juiz. Este princípio
está positivado em diversos artigos da CLT, principalmente no seu art. 845, segundo o qual “o
reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados de suas testemunhas,
apresentando, nessa ocasião, as demais provas”. Outros dispositivos consolidados também
encampam o princípio, como se vê da leitura dos seus arts. 848, 852 e 852-H.

4. Provas Periciais
A produção da prova pericial, no processo do trabalho, poderá ser requerida
pela parte ou determinada pelo juiz quando o mesmo julgar necessário que uma prova seja
avaliada a partir de conhecimentos técnicos e científicos, conforme preleciona o artigo 145 do
CPC.
A CLT previa a produção de provas periciais em seu artigo 826, no qual cada
parte poderia escolher seu perito, que apenas prestava o compromisso com a verdade. Todavia
este dispositivo foi revogado pela Lei nº 5.584/1970iv. Tal medida vem para que não haja
divergência nas provas, o que traria confusão ao juiz e com isso dificuldade para julgar o
caso. Sendo assim, para evitar que haja parcialidade na produção de alguns tipos de prova,
sempre que possível, os peritos.
Por vezes uma das partes pede que seja realizada prova pericial, todavia se o
juiz avaliar que tal prova não se faz necessária ou que será impossível produzi-la, e até mesmo
quando o elemento probatório for tão nítido que não se faz necessário conhecimento técnico
para percebê-lo, o juiz poderá indeferir o pedido de perícia, conforme descrito no Código de
Processo Civil, em seu artigo 420.
AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. DOENÇA OCUPACIONAL.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. CONSTATAÇÃO DO
DANO, DO NEXO CONCAUSAL E DA CULPA DA RECLAMADA MEDIANTE
PROVA PERICIAL (SÚMULA 126 DO TST). HONORÁRIOS PERICIAIS (ART. 790-
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B DA CLT). Recurso que não logra demonstrar o desacerto da decisão que negou
seguimento ao agravo de instrumento. Agravo não provido.
(TST - Ag-AIRR: 24833620135020076, Relator: Delaíde Miranda Arantes, Data de
Julgamento: 12/06/2018, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 15/06/2018)

5. Provas Testemunhais
Qualquer pessoa natural que esteja no pleno exercício da sua capacidade civil e
que, não sendo impedida ou suspeita, tenha conhecimento dos fatos relativos ao conflito de
interesses veiculado no processo no qual irá depor. Toda testemunha será devidamente
qualificada, indicando nome, nacionalidade, profissão, idade, residência e, quando
empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade,
às leis penais (CLT, art. 828). Esse é o momento para contraditar a testemunha, o art. 457 do
CPC determina que: “antes de depor, a testemunha será qualificada, declarará ou confirmará
seus dados e informará se tem relações de parentesco com a parte ou interesse no objeto do
processo”. Se da qualificação for constatável algum aspecto eivado de incapacidade,
supeição ou impedimento, aplica-se o dispositivo do § 1º, art. 457 do CPC, que estabelece
que nada obsta à parte contrária, portanto “é lícito à parte contraditar a testemunha,
arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição, bem como, caso a testemunha
negue os fatos que lhe são imputados, provar a contradita com documentos ou com
testemunhas”.
A testemunha é a maneira mais insegura de se produzir provas, porém se
tornou muito usada na justiça do trabalho, já que por vezes é a única maneira do reclamante
fazer prova referente às suas alegações. Isso ocorre, pois, na maioria dos casos os mesmos não
têm acesso a documentos que ficam em poder da empresa.
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. HORAS EXTRAS. ARTIGO 62, DA
CLT. PROVA TESTEMUNHAL. O reclamante não tinha poderes de gestão, sendo
inaplicável o artigo 62, da CLT, tendo a reclamada o dever legal de registrar a jornada
obreira. A ausência de cartões de ponto e a prova testemunhal comprovam a jornada
fixada pelo Juízo, sendo devidas horas extras daí decorrentes. Recurso conhecido e não
provido. RECURSO ADESIVO DO RECLAMANTE. A prova testemunhal e documental
comprovou que o reclamante exercia as funções de Supervisor de Produção, Manutenção
e Predial de forma cumulada, gerando o direito ao recebimento de um plus salarial.
Recurso conhecido e provido.
(TRT-11 00021351820145110016, Relator: RUTH BARBOSA SAMPAIO, Gabinete da
Desembargadora Ruth Barbosa Sampaio).

Entretanto, algumas pessoas são impedidas de ser testemunha na justiça do


trabalho, conforme estabelece o art. 228 do Código Civil v. O parágrafo único desse
dispositivo deve ser observado com destaque, pois, em alguns casos o juiz pode abrir uma
exceção e aceitar os citados acima como testemunhas, mais um exemplo da aplicação da
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busca da verdade real, pois se na ausência de outro meio para a comprovação dos fatos, o juiz
poderá arbitrar pelo depoimento das pessoas eivadas pelo impedimento.
O art. 829 da CLT prevê que o testemunho de parente até o terceiro grau civil,
amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes não terá eficácia, sendo que seu depoimento
valerá como simples informação. Porém, nem sempre é fácil demonstrar a definição e
comprovação de “amigo íntimo” e “inimigo íntimo”, já que valores subjetivos podem
distorcer a verdade dos fatos, bem como, no caso de uso de fotografias para a comprovação de
proximidade, estas podem estar descontextualizadas, induzindo o juízo ao erro.
O § 3º, do art. 405 do CPC define como suspeitos: I - o condenado por crime
de falso testemunho, havendo transitado em julgado a sentença; II - o que, por seus
costumes, não for digno de fé; III - o inimigo capital da parte, ou o seu amigo íntimo; IV - o
que tiver interesse no litígio. No entanto, a Súmula nº 357 do TST afirma que “não torna
suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo
empregador. O Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003, se encaminha nessa direção, porém
o entendimento não é pacificado, já que outros julgados se encaminham em sentido diverso
da Súmula nº 357, do TST, por exemplo, (TRT/SP – relatora Soraya Galasi Lambert,
processo nº 00018589320125020057, 17ª Turma, DO 21.02.14); (TRT/SP – relatora Maria
Cristina Fisch, processo nº 00019457020105020008); (TRT/SP RELATOR (A): RAFAEL
EDSON PUGLIESE RIBEIRO, PROCESSO Nº: 00027416620105020071). Todos esses
casos consideram a Súmula 357 do TST como “troca de favores”.
A prova testemunhal no processo do trabalho tem grande importância, por ser o
principal meio de prova, tanto que a CLT a ela dedica os artigos 819 a 825 de seu texto. Tal
importância se deve à valorização do princípio da oralidade e do modus operandi das
audiências
Essa modalidade de prova é crucial, mas também fatal, pois se, de um lado,
representa a possibilidade de reprodução viva para o processo do que aconteceu no
desenvolvimento do contrato de trabalho, traz consigo as características de cada pessoa, cuja
percepção da realidade pode ou não ser a mais fidedigna e, vale dizer, onde há a ação humana,
tal ação está sujeita ao erro, pois valores e percepção pessoais, nem sempre produzem uma
visão objetiva dos fatos. No entanto, certos fatos e o uso consciente desse tipo de prova,
podem assegurar a produção de efeitos de maneira positiva à parte. Nesse sentido, se verifica
a jurisprudência do TRT-24:
EMENTA. VÍNCULO DE EMPREGO - REQUISITOS DO ART. 3º, DA CLT -
RECONHECIMENTO - PROVA TESTEMUNHAL. Revelando a prova testemunhal que
o reclamante estava efetivamente subordinado ao comando empresarial e ainda exercia
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função atinente à atividade-fim da demandada, impõe-se o reconhecimento do pretendido


vínculo de emprego, por presentes os requisitos do art. 3º, da CLT. Recurso improvido
por unanimidade.
(TRT-24 00012870220005240777, Relator: JOÃO DE DEUS GOMES DE SOUZA,
TRIBUNAL PLENO, Data de Publicação: 28/11/2000).

A incerteza quanto ao que revelará o depoimento de uma testemunha, o que


não acontece com um documento escrito, nessa oposição, sob o prisma do princípio da
oralidade, a prova testemunhal tem mais peso, já que, num caso de agressão verbal no local de
trabalho, o que pode configurar assédio moral, não há como fugir da prova testemunhal do
fato. Em casos desse tipo temos uma presunção de verdade absoluta alinhada com a aplicação
da busca da verdade real, isto é, da verdade fatual.
O CPC e o novo texto das leis trabalhistas preveem a chamada “litigância de
má fé”, situação em que os envolvidos atuam propositalmente contra o bom andamento do
processo e que inclui mentir ao longo das etapas do processo. Quando comprovada, a infração
está sujeita a multa que varia de 1% a 10% do valor total da ação, percentual a ser decidido de
acordo com a gravidade pelo juiz responsável.
Cada parte pode arrolar, geralmente, até três (3) testemunhas. Após ouvir duas
testemunhas, numa determinada instrução processual, necessita refletir de imediato sobre a
conveniência de ouvir uma terceira testemunha, limite máximo fixado pelo artigo 821 da
CLT. No entanto, em alguns casos excepcionais, é possível que o número de testemunhas se
amplie, por exemplo, no rito sumaríssimo e no inquérito judicial:
No processo trabalhista cada parte pode indicar até três testemunhas, à exceção do inquérito
judicial (rescisão do contrato de trabalho de empregado estável), em que esse número se
eleva a seis, e do procedimento sumaríssimo, que o reduz as duas testemunhas para cada
litigante (ALMEIDA, 2011, p. 272).

Há uma peculiaridade no processo do trabalho referente à possibilidade da substituição de


testemunhas, ainda que arroladas previamente. Na Justiça do Trabalho as partes podem
comparecer à audiência acompanhadas das suas testemunhas, assim disciplina o art. 845 da
CLT. Quanto ao rol de testemunhas no processo do trabalho, ao contrário do processo civil,
não há obrigatoriedade de sua apresentação, como dispõem os artigos 825 e 845da CLT.
Se, porventura, a testemunha não comparecer espontaneamente à audiência, o
juiz poderá, de ofício ou a requerimento da parte, determinar a sua intimação, nos termos do
parágrafo único do art. 825 da CLT. Se a ausência não estiver eivada de motivo justificado, ou
não atenda à intimação, poderá ser conduzida coercitivamente, e estará sujeita ao pagamento
da multa prevista no art. 730 da CLT. O TRT-12 já se pronunciou especificamente em ocasião
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semelhante, salvo nos casos em que pode ser realizado depoimento por videoconferência, nos
termos do art. 453, §1º do CPCvi:
PENALIDADE À TESTEMUNHA. ART. 730 DA CLT. AUSÊNCIA JUSTIFICADA A
POSTERIORI. DESCABIMENTO. A abstinência/recusa da testemunha, convidada ou
convocada a prestar depoimento em juízo, considera-se ilegítima e sujeita à penalidade,
prevista no preceptivo do art. 730 da Consolidação, caso a ausência não seja justificada.
Se, ainda que posteriormente ao ato judicial, a testemunha documente o motivo de sua
evasão, a aplicação da multa deve ser revista.
(TRT-12 - RO: 00002999220115120046 SC 0000299-92.2011.5.12.0046, Relator: LIGIA
MARIA TEIXEIRA GOUVEA, SECRETARIA DA 3A TURMA, Data de Publicação:
16/03/2015).

O processo do trabalho tem como característica a concentração dos atos, o que


faz da audiência o momento crucial para a produção das provas principais. No procedimento
ordinário, por exemplo, o art. 828 da CLT disciplina que os depoimentos das testemunhas
serão resumidos pelo juiz e reduzidos a termo. No procedimento sumaríssimo, o art. 852-F da
CLT determina que na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as
afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidos pela
prova testemunhal. No procedimento sumário, por sua vez, Lei n. 5.584/70, art. 2º, § 3º é
dispensado o resumo dos depoimentos, na medida em que deve constar da ata apenas a
conclusão do juiz quanto à matéria de fato.
6. Valoração da Prova
De acordo com o sistema de valoração de provas do livre convencimento
motivado, o qual vigora em nosso ordenamento jurídico, o juiz possui ampla liberdade para
valoração da prova em observância ao princípio da persuasão racional. O artigo 765 da CLT
estabelece que “os juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do
processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência
necessária ao esclarecimento delas”
O princípio da necessidade indica que a prova deve ser relevante para o julgamento da
demanda, porque não basta a simples alegação das partes acerca dos fatos importantes para
a formação do convencimento do julgador. As alegações devem estar respaldadas pelo
conteúdo fático, no processo. O magistrado não pode julgar, decidir apenas com base nas
alegações das partes. Mas não são quaisquer alegações as relevantes para o julgamento do
feito. Apenas aquelas que possuam pertinência com o objeto em litígio. Estas é que devem
ser comprovadas por meio da realização da prova. (PAMPLONA FILHO, 2020, p. 794).

Sendo assim, depreende-se que não há, no ordenamento jurídico brasileiro, qualquer regra
acerca da valoração da prova feita pelo magistrado, ficando este apenas adstrito as provas
presentes nos autos, sem possibilidade de julgar de acordo com sua intima convicção.
AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA -
REGÊNCIA PELA LEI Nº 13.015/2014 - HORAS EXTRAS. VALORAÇÃO DA
PROVA. ARTIGO 896, "C", DA CLT - INTERVALO INTRAJORNADA. FRUIÇÃO
PARCIAL. ART. 896, "C", DA CLT E SÚMULA 333 DO TST - INTERVALO
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INTERJORNADAS. OJ 355 DA SBDI-1 DO TST. SÚMULA 333 DO TST. Mantida a


decisão mediante a qual se negou provimento ao agravo de instrumento, embora por
fundamento diverso. Agravo a que se nega provimento .
(TST - Ag-AIRR: 244258920155240061, Relator: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de
Julgamento: 20/06/2018, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/06/2018).

Não obstante, existem situações que podem acabar trazendo dúvidas ao


julgador enquanto na apreciação da prova. Diante de tal situação faz-se necessária observação
de alguns critérios norteadores para a valoração da prova por parte do magistrado, conforme
assevera a melhor doutrina, quais sejam: a) aplicação do princípio in dúbio pro operário no
processo trabalhista; b) não aplicação do princípio in dúbio pro operário e total observância
de decisão contra quem detinha o ônus da prova; e c) aplicação do princípio da persuasão
racional.
AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. COMISSÕES POR FORA. ÔNUS
DA PROVA (DECISÃO PAUTADA NA VALORAÇÃO DAS PROVAS
PRODUZIDAS. ILESOS OS ARTS. 373 DO CPC E 818 DA CLT). As razões recursais
não desconstituem os fundamentos da decisão agravada . Agravo não provido.
(TST - Ag-AIRR: 4364820165210014, Relator: Delaíde Miranda Arantes, Data de
Julgamento: 03/04/2019, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 05/04/2019).

A valoração das provas, no processo do trabalho, deve atender aos princípios


do livre convencimento motivado e da persuasão racional. Sendo assim, torna-se inaplicável o
princípio do in dúbio pro operário ao processo trabalhista, devendo o magistrado, em casos
de dúvida, proceder seu julgamento contra a parte detentora do ônus da prova.

Considerações Finais
A variedade dos meios de provas possibilita diversas formas para a elaboração
da fundamentação jurídica, independentemente da natureza da peça processual que será
proposta. No entanto, pelo fato que momento da prova é a audiência e que o princípio da
oralidade se efetiva nessa oportunidade, as provas testemunhais possuem peso considerável,
ao ponto que podem invalidar certos tipos de provas que lhe são contrapostas. Porém, todas às
provas estão sujeitas à litigância de boa-fé, e o uso de qualquer modalidade probatória que se
desvie desse princípio serão não só indeferidas, mas acarretarão penalidades.
A doutrina destaca a observância dos princípios processuais, de modo que
condicionam a formação do conjunto probatório e, de um lado, limitam o seu uso, de outro,
apontam a maneira eficaz de uso. A jurisprudência nem sempre se pronuncia de maneira
pacificada, já que a Reforma trabalhista e suas alterações ainda estão sendo assimiladas e
muitos processos não seguem suas mudanças e muitos ainda não chegaram ao seu momento
11

de apreciação devido à recente propositura. Além disso, O CPC também é recente e, em


certos casos só se encontra a orientação à luz do CPC de 1973.
Certo é que que, para assegurar o uso das provas a observação dos princípios
do contraditório, para a anuência da parte; da ampla defesa, para a notificação prévia do uso
de provas permita a contraprova; da boa-fé, ou seja, a busca da verdade real; da oralidade, em
vista do momento de produção e a sobreposição das provas orais sobre as demais permitem
um processo célere, justo, sem cerceamento de defesa.
Referências
ALMEIDA, Amador Paes de. Curso Prático de Processo do Trabalho. ed. 21º. São Paulo:
Saraiva, 2011.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 17ª. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.

PAMPLONA FILHO, Rodolfo; SOUZA, Tercio Roberto Peixoto. Curso de direito


processual do trabalho. 2ª. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

(TJ-DF - APC: 20120111413130 DF 0007624-60.2012.8.07.0018, Relator: ARNOLDO


CAMANHO DE ASSIS, Data de Julgamento: 29/10/2014, 4ª Turma Cível, Data de
Publicação: Publicado no DJE : 05/11/2014 . Pág.: 215).

(TRT-1 - RO: 00108127120155010342 RJ, Data de Julgamento: 14/06/2016, Quarta Turma,


Data de Publicação: 28/06/2016).

(TRT-2 - RO: 00027138620135020041 SP 00027138620135020041 A28, Relator: MARIA


ISABEL CUEVA MORAES, Data de Julgamento: 16/12/2014, 4ª TURMA, Data de
Publicação: 16/01/2015).

(TRT-11 00021351820145110016, Relator: RUTH BARBOSA SAMPAIO, Gabinete da


Desembargadora Ruth Barbosa Sampaio).

(TRT-12 - RO: 00002999220115120046 SC 0000299-92.2011.5.12.0046, Relator: LIGIA


MARIA TEIXEIRA GOUVEA, SECRETARIA DA 3A TURMA, Data de Publicação:
16/03/2015).

(TRT-18 - ROPS: 00107092320185180201 GO 0010709-23.2018.5.18.0201, Relator:


ROSA NAIR DA SILVA NOGUEIRA REIS, Data de Julgamento: 14/12/2018, 3ª
TURMA).

(TRT-24 00012870220005240777, Relator: JOÃO DE DEUS GOMES DE SOUZA,


TRIBUNAL PLENO, Data de Publicação: 28/11/2000).

(TST - AIRR: 12892220155180161, Relator: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de


Julgamento: 08/08/2018, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/08/2018).
12

(TST - Ag-AIRR: 24833620135020076, Relator: Delaíde Miranda Arantes, Data de


Julgamento: 12/06/2018, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 15/06/2018).

(TST - Ag-AIRR: 244258920155240061, Relator: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de


Julgamento: 20/06/2018, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/06/2018).

(TST - Ag-AIRR: 4364820165210014, Relator: Delaíde Miranda Arantes, Data de


Julgamento: 03/04/2019, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 05/04/2019).

TST. Súmula nº 357 TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA.


SUSPEIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.

Notas
i
Art. 818. O ônus da prova incumbe: I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao reclamado,
quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante
1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva
dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário,
poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
2o A decisão referida no 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte,
implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.
3o A decisão referida no 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja
impossível ou excessivamente difícil.
ii
CERCEAMENTO PROBATÓRIO. CONFIGURAÇÃO. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE/INSALUBRIDADE. LOCAL DESATIVADO. NECESSIDADE DE AMPLA INSTRUÇÃO
PROCESSUAL. INTELIGÊNCIA DA OJ 278 DA SDI-1 DO TST. Não obstante o disposto no art. 195 da CLT,
acerca da imperiosa necessidade de determinação de realização de perícia para averiguar a existência ou não de
insalubridade e periculosidade, pacificou-se o entendimento jurisprudencial no sentido de que "quando não for
possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros meios de
prova" (OJ 278 da SDI-1 do TST). E, no caso em tela, o setor em que o autor trabalhou encontra-se desativado, razão
por que o juízo da instrução deveria ter permitido a ampla abertura da instrução probatória (art. 5º, XXXV e LV, CF,
c/c art. 332 do CPC), a fim de suprir a prova técnica que restou prejudicada em face deste fato. No entanto,
consoante consta na ata de audiência de instrução, o juízo a quo limitou a cognição probatória apenas à prova pericial
emprestada, indeferindo ato contínuo a produção de prova testemunhal requerida pelo autor, sob protestos. Claro
está, portanto, que não houve o correto direcionamento processual, posto que, com o indeferimento de produção de
prova testemunhal, o reclamante se viu sem prova favorável da sua alegação, acarretando-lhe manifesto prejuízo,
notadamente porque a sua pretensão foi julgada improcedente, restando violada a garantia constitucional prevista no
art. 5º, inciso LV, da CRFB/88, exsurgindo daí a imperiosa necessidade de decretar a nulidade processual,
notadamente quando registrado, como no caso dos autos, o competente protesto antipreclusivo. Recurso obreiro
provido. (TRT-2 - RO: 00027138620135020041 SP 00027138620135020041 A28, Relator: MARIA ISABEL
CUEVA MORAES, Data de Julgamento: 16/12/2014, 4ª TURMA, Data de Publicação: 16/01/2015).
iii
AÇÃO AJUIZADA SOB VIGÊNCIA DA LEI 13.467/2017. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.
CUSTAS. DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 790, § 4º, DA CLT.
INCONSTITUCIONALIDADE REJEITADA. MISERABILIDADE JURÍDICA. PRESUNÇÃO RELATIVA DE
VERACIDADE. A norma sobre a qual repousa a pretensão do recorrente de pronúncia de inconstitucionalidade
versa sobre ônus de prova (art. 790, § 4º, da CLT) e, quanto a isso, está em perfeita conformidade com artigo 5º,
inciso LXXIV, da CF que estabelece "o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos". A condição de miserabilidade jurídica, no âmbito do processo trabalhista, tem parâmetro
objetivo definido no artigo 790, § 3º, da CLT e, nesta ação, a condição do autor foi dirimida à luz de prova
documental encartada aos autos eletrônicos, afastando-se presunção relativa de veracidade que emana da exordial.
(TRT18, ROPS - 0010709-23.2018.5.18.0201, Rel. ROSA NAIR DA SILVA NOGUEIRA REIS, 3ª TURMA,
14/12/2018) (TRT-18 - ROPS: 00107092320185180201 GO 0010709-23.2018.5.18.0201, Relator: ROSA NAIR DA
SILVA NOGUEIRA REIS, Data de Julgamento: 14/12/2018, 3ª TURMA).
iv
Art. 3º Os exames periciais serão realizados por perito único designado pelo Juiz, que fixará o prazo para entrega do
laudo.
Parágrafo único. Permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente, cujo laudo terá que ser apresentado no mesmo
prazo assinado para o perito, sob pena de ser desentranhado dos autos.
v
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas: I – os menores de dezesseis anos; II – aqueles que, por
enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil; III – os cegos e
surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam; IV – o interessado no litígio,
o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes; V – os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o
terceiro grau de alguma das partes, por consanguinidade, ou afinidade.
Parágrafo único. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se
refere este artigo.
vi
Art. 453. As testemunhas depõem, na audiência de instrução e julgamento, perante o juiz da causa, exceto: I - as que
prestam depoimento antecipadamente; II - as que são inquiridas por carta.
§ 1º A oitiva de testemunha que residir em comarca, seção ou subseção judiciária diversa daquela onde tramita o
processo poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão e recepção de
sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a audiência de instrução e julgamento.
§ 2º Os juízos deverão manter equipamento para a transmissão e recepção de sons e imagens a que se refere o § 1º.

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