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PRÁTICA JURÍDICA INTERDISCIPLINAR – UAL - DIREITO 2019/2020 – 4º ANO, 1º SEMESTRE
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Modalidades de Contestação:
1. Contestação-defesa, o réu limita-se a negar, direta ou
indiretamente, a pretensão do autor, nos termos em que esta é deduzida. Por
exemplo, numa ação de condenação existirá contestação-defesa se o réu se
limitar a alegar que o crédito invocado pelo autor nunca chegou a constituir-se
validamente ou que se extinguiu por pagamento. Defesa por impugnação: esta
forma de contestação pode consistir na negação dos factos articulados pelo
autor ou do efeito jurídico que o autor deles pretende extrair. Defesa por exceção:
contestação-defesa pode consistir igualmente na alegação de factos novos com
o objetivo de contrariar a pretensão do autor.
2. Contestação-reconvenção, pressupõe já um contra-ataque por
parte do réu. O réu deduz aqui uma pretensão autónoma contra o autor, diferente
do simples pedido de improcedência da ação ou de não conhecimento do mérito
da ação, como, por exemplo, o pedido do réu de condenação do autor no
pagamento da indemnização devida pelas benfeitorias que introduziu no imóvel
em causa, no âmbito de uma ação de despejo.
DESPACHO PRÉ-SANEADOR
É proferido terminada a fase dos articulados. Destinado a (590º, n º2)
1. Providenciar pelo suprimento de exceções dilatórias
2. Providenciar pelo aperfeiçoamento dos articulados
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AUDIÊNCIA PRÉVIA
Depois de concluídas as diligências do Despacho Pré-Saneador (se for o
caso), o juiz deve, em princípio, convocar uma audiência a realizar num dos 30
dias subsequentes (nº 1 do 591.º) indicando o seu objeto e finalidade (nº 2 do
591.º). Se o juiz não especificar os fins da audiência, apenas a convocar pelas
partes, para os efeitos do artigo 591.º CPC deve entender-se que a mesma é
convocada para todas as finalidades indicadas no artigo.
1
Conforme as disposições dos artigos 265.º 588.º e 602.º do Código Processo Civil.
2
Vide artigo 352.º CC, artigos 452.º e 466.º CPC.
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▪ Prova documental3
▪ Prova pericial4
▪ Prova por inspeção5
▪ Prova testemunhal6
A audiência por norma é pública, no entanto pode o Tribunal decidir o
contrário, em despacho fundamentado, quando esteja em causa a salvaguarda
da dignidade das pessoas, a salvaguarda moral e pública, ou para garantir o seu
normal funcionamento7. A audiência é contínua e pode ser interrompida por
motivos de força maior, por absoluta necessidade ou nos casos do n º 1 do artigo
607.º do CPC.
3
Vide artigo 362.º CC e artigo 423.º CPC.
4
Vide artigo 388.º CC e artigo 467.º CPC.
5
Vide artigo 390.º CC e artigo 490.º CPC.
6
Vide artigo 495.º CPC.
7
Nos termos do disposto do nº 1 do artigo 606.º do CPC e artigo 206.º da CRP.
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não permite perceber a imagem (ou a realidade) em que se integra cada um dos
elementos. Acresce que determinados segmentos da matéria de facto apenas
revelam o seu verdadeiro sentido depois de contextualizados, atendendo, por
um lado, ao modo como foram alegados e, por outro, aos motivos por que foram
considerados provados. Com facilidade se encontram exemplos de uma
deficiente metodologia na elaboração de decisões judiciais, designadamente em
ações de responsabilidade civil por acidente de viação, em que é usual a mera
transcrição dos factos assentes, seguida de outros que decorrem da alegação
do autor e do réu, uns relativos às circunstancias do acidente, outros aos
diversos danos invocados, numa amálgama dificilmente decifrável. Nestas e
noutras situações, só uma ordenação lógica e coerente da matéria de facto
permite percecionar a realidade que esta em causa, tarefa que, uma vez
executada, facilita a sua integração jurídica. A sentença pode ser proferida
oralmente, no final da audiência de julgamento, ficando gravada, nos termos dos
artigos 155º, nº 1, e 153º, nº 3, opção que se revela especialmente eficiente nos
casos mais simples.
Um dos segmentos principais da sentença deve reportar o resultado da
convicção formada pelo juiz relativamente à matéria abarcada pelos “temas de
prova”, em resultado da apreciação dos meios de prova que foram produzidos
na audiência final ou da análise do processado. O julgamento da matéria de facto
provada e não provada será o resultado de dois processos decisórios
submetidos a regimes diversificados. Determinados meios de prova não
consentem qualquer margem de apreciação, gozando de força probatória plena.
Assim ocorre com a confissão que a lei admita (artigos 354º e 358º do CC) e
com os documentos autênticos, autenticados e mesmo particulares, nos termos
que estão regulados nos artigos 371, nº 1, e 376º, n º 1, do CC.
A força probatória plena equivalente à confissão acompanha também os
factos relativamente aos quais exista acordo expresso ou tácito das partes, nos
termos dos artigos 574º, nºs 2 e 3, e 587º, nº1, do CPC.
Nestes casos, os factos que encontrem em tais meios de prova força plena
terão de ser obrigatoriamente assumidos pelo juiz, sem que possam ser
informados por outro género de provas (testemunhas, perícias ou presunções
judiciais). E numa outra perspetiva, acautelada no artigo 607º, nº 5, também é
vedado ao juiz declarar provados determinados factos para os quais a lei exija
determinada formalidade especial ou por documentos sem que essa exigência
legal se mostre satisfeita. Fora destas situações vigora o princípio da livre
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apreciação, nos termos do qual o juiz aprecia os meios de prova segundo a sua
prudente convicção, aplicando no exercício desse múnus as legis artis
adequadas (nº 5 do artigo 607º). Tal revela-se especialmente relevante no que
concerne à prova testemunhal (com as exceções previstas nos artigos 393º a
395º do CC), à prova por declarações de parte (artigo 466º, nº 3 do CPC), à
prova pericial (em que esse principio expresso no artigo 389º do CC, deve ser
usado cum granu salis), à prova por inspeção judicial e por verificação não
judicial qualificada (nos termos do artigo 391º do CC e do artigo 494º,nº 3, do
CPC) e à prova por presunções que sofre as limitações previstas para a prova
testemunhal (artigo 351º do CC). No que concerne à decisão sobre a matéria
de facto provada ou não provada, não será indiferente nem o modo como as
partes exerceram o seu ónus de alegação, nem a forma como o juiz, na
audiência prévia ou em despacho autónomo, enunciou os temas da prova.
Quanto ao ónus de alegação cumpre destacar o artigo 5º, nº 1 do CPC, devendo
o autor e o réu concentrar-se nos factos essenciais que constituem a causa de
pedir ou em que se baseiam as exceções invocadas (a que deve acrescer a
alegação, ainda que não preclusiva, dos respetivos factos complementares),
sem excessiva preocupação pelos factos instrumentais, já que estes poderão ser
livremente discutidos na audiência final.
Naturalmente o ónus de alegação exerce influência na enunciação dos
temas da prova que deverão ter por base os fundamentos de facto da acção e
da defesa, sem que essa vinculação leve ao extremo (revelado pela pratica
anterior) de inserir toda a factualidade alegada (e controvertida) só porque foi
alegada. A matéria de facto provada deve ser descrita pelo juiz de forma mais
fluente. Se por opção, por conveniência ou por necessidade, nos temas de prova
se inscreveram factos simples, a decisão será o reflexo da convicção formada
sobre tais factos convertida num relato natural da realidade fixada.
Já quando porventura se tenha optado por proposições de carácter mais
abrangente ou de pendor mais genérico ou conclusivo, mas que permitam
delimitar e compreender a matéria de facto que é relevante para a resolução do
concreto litigio, poderá justificar-se um maior labor na sua concretização,
seguindo um critério funcional que atenda às necessidades do concreto litigio,
desde que, como é natural, seja respeitada a correspondência com a prova que
foi produzida e bem assim os limites materiais da acção e da defesa.
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E,
PIJ, LDA., Sociedade comercial por quotas, com o capital social de Euros
......, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de ....., sob o nº...,
inscrita como Pessoa Coletiva com o nº ......., contribuinte nº...., com sede no
Porto, aqui representada por ...... (identificação).... e
Adiante designada por PROMITENTES-COMPRADORES,
É celebrado o presente Contrato-Promessa de Compra e Venda de Fração
Autónoma, nos termos e condições constantes das cláusulas seguintes:
1ª
1. Os PROMITENTES-VENDEDORES são donos e legítimos possuidores
da fração autónoma, que corresponde ao 2º andar direito do prédio rústico e
urbano sito na Rua .............., em Beja, descrito na Conservatória do Registo
Predial de Beja, sob o nº X e inscrito na matriz predial urbana, sob o art.º 99, e
na matriz rural, sob o art.º 88-B, com a Licença de Habitação nº ......., emitido
em......, pela Câmara Municipal de ...........
2. Os PROMITENTES-COMPRADORES declaram que, previamente à
assinatura do presente Contrato-Promessa, visitaram a fração, pelo que
conhecem o estado físico, construtivo e urbanístico da mesma.
2ª
Os PROMITENTES-VENDEDORES prometem vender aos
PROMITENTES-COMPRADORES, e estes prometem comprar a referida fração,
no estado de conservação em que atualmente se encontra.
3ª
Esta venda é feita livre de quaisquer ónus, encargos ou responsabilidades,
totalmente devoluto e sem qualquer vínculo contratual ou de qualquer outra
espécie.
4ª
O preço acordado para a referida Compra e Venda é de € 500.000,00
(quinhentos mil euros) a ser pago do seguinte modo:
a) Por conta desse preço, a título simbólico de sinal e princípio de
pagamento, com a assinatura do presente Contrato-Promessa de Compra e
Venda, os PROMITENTES-COMPRADORES entregaram aos PROMITENTES-
VENDEDORES a quantia de € 50.000,00 (cinquenta mil euros).
b) O remanescente do preço, no valor € 450.000,00 (quatrocentos e
cinquenta mil euros), será pago no ato da escritura pública de compra e venda.
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5ª
1. A escritura pública de compra e venda a celebrar em nome dos
PROMITENTES-COMPRADORES, deverá ser celebrada na Conservatória do
Registo Predial de Beja, no dia 10 de novembro de 2019, altura em que os
PROMITENTES-VENDEDORES deverão entregar a fração, devoluta de
pessoas e bens.
2. Para os efeitos do disposto no número anterior, os PROMITENTES-
COMPRADORES deverão comunicar aos PROMITENTES-VENDEDORES, a
hora da realização da escritura de compra e venda.
6ª
São da conta dos PROMITENTES-COMPRADORES todas as despesas
inerentes a esta compra e venda, incluindo as de registos, escritura e IMT, se a
ele houver lugar.
7ª
Se, em caso de impedimento legal, devidamente comprovado, o negócio
não puder ser realizado o sinal entregue será devolvido em singelo, não havendo
lugar a qualquer indemnização, seja a que título for.
8ª
1. Em caso de incumprimento do presente Contrato-Promessa por causa
imputável aos PROMITENTES-COMPRADORES, os PROMITENTES-
VENDEDORES poderão fazer suas as quantias recebidas.
2. Em caso de incumprimento do presente Contrato-Promessa por causa
imputável aos PROMITENTES-VENDEDORES, os PROMITENTES-
COMPRADORES terão direito à restituição da quantia paga, em dobro.
3. As partes, não obstante a existência de um sinal simbólico, acordam, em
alternativa, optar pela Execução-Específica do Contrato, nos termos do artigo
830.º do Código Civil e demais legislação aplicável.
9ª
Para qualquer questão emergente de interpretação, integração e execução
do presente Contrato-Promessa de Compra e Venda, as Partes acordam que
será exclusivamente competente o foro da Comarca de Beja, com renúncia
expressa a qualquer outro.
Feito em duplicado, ficando um exemplar na possa dos PROMITENTES-
COMPRADORES, e outro, na posse dos PROMITENTES-VENDEDORES.
Lisboa, 19 de outubro de 2019.
OS PROMITENTES-VENDEDORES
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OS PROMITENTES-COMPRADORES
06.11.2019 – 4ª feira
Boa noite,
Alguns esclarecimentos adicionais em relação ao trabalho pedido pela
Professora Ana Paula:
• Cada grupo deverá escolher um acórdão sobre o princípio atribuído pela
Professora.
• Esse acórdão deve ser levado para a próxima aula (próxima 4ª), onde
será trabalhado pelo grupo;
• O objetivo é posteriormente, em aula a indicar, cada grupo apresentar o
acórdão e o princípio que lhe foi atribuído. Para esse efeito dispõe cada grupo
de 5m.
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07.11.2019 – 5ª feira – Professor Pedro Trovão
13.11.2019 – 4ª FEIRA
Os princípios do Processo civil
O processo civil engloba um conjunto de actos e formalidades que tem que
ser observadas desde o momento e que se dá entrada da ação em tribunal, até
ao momento e quem é proferida a decisão final, de uma forma definitiva, caso
contrário tem sempre possibilidade de recurso.
Os princípios do processo civil em que toda a pessoa tem direito, em plena
igualdade, a que a sua causa seja julgada por um tribunal independente e
imparcial, que decida dos seus direitos e obrigações, em matéria de direito civil,
ou das razões de qualquer acusação que contra si seja feita, em matéria penal8.
O principio de proibição de autodefesa presente no artigo 1.º do CPC e
no 336.º, nº 1 do CC é ilícito o recurso à força com fim de assegurar ou realizar
o próprio direito, quando a ação directa for indispensável, pela impossibilidade
de recorrer em tempo útil aos meios coercivos normais para evitar a inutilização
prática desse direito.
O principio de garantia de acesso aos tribunais artigo 2.º do CPC e
artigo 20.º da CRP a todo o direito, exceto quando a lei o determine o contrario
corresponde a ação adequada a fazer reconhecer em juízo. Posto isto a todos é
reconhecido o acesso aos tribunais e a fazer reconhecer um direito em juiz.
8
Vide artigo 2.º e nº 1 do artigo 20.º da CRP.
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9
Conforme o artigo 6.º do CPC.
10
Conforme o nº 1 do artigo 13.º da CRP.
11
Nos termos do artigo 8.º do CPC.
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Nos termos do artigo 9.º (artigo 266.º-B CPC 1961).
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Conforme o disposto artigo 130.º do CPC (artigo 137.º CPC 1961).
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14
Conforme as disposições no artigo 163.º do CPC.
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15
Nos termos do artigo 260.º do CPC (artigo 268.º CPC 1961).
16
Conforme as disposições do artigo 411.º do CPC.
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17
Nos termos do artigo 573.º do CPC.
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mesmos atos podem ser praticados. A preclusão significa que um ato que não
seja praticado no momento próprio já não poderá, em regra, ser posteriormente
praticado pelas partes. No processo, existem poderes e ónus das partes: os
poderes de alegação e de impugnação que, na verdade, por importarem
consequências desfavoráveis para quem deles não se faz valer, ficam
transformados em verdadeiros ónus. Se o exercício desses poderes deriva da
consagração do principio do dispositivo, a existência de ónus constitui já um
afloramento do principio da preclusão, ou seja, a inobservância de qualquer
destes ónus dá lugar a preclusões. O principio da preclusão encontra a sua ratio
em duas ordens de razões: em primeiro lugar, impõe que a conduta das partes
se desenvolva numa lógica de lealdade, de transparência e de boa-fé, estando
elas obrigadas desde logo a revelar todos os factos que conhecem e toda a
estratégia processual, sob pena de, mais tarde, não se poderem fazer valer de
determinados factos ou direitos por já ter terminado o momento processual
oportuno para o fazerem, em segundo lugar, o consagrado do principio da
preclusão resulta de um confronto entre dois outros princípios- o da verdade
material e o da celeridade-, tornando-se necessário dar prevalência ao último,
sob pena do processo não ver o seu fim se for permitido às partes entrar em
alegações sucessivas, conforme a causa se fosse desenrolado num sentido que
lhes fosse favorável ou desfavorável. É precisamente sobre o balanço entre
estes dois vetores que incidirá a presente dissertação, procurando-se, no
decurso da mesma, discernir exatamente qual o regime consagrado no CPC e
apurar se esse regime é o mais adequado à justa composição do litígio.
Principio da adequação formal18, no dever de gestão processual19,
podem considerar-se englobados não só o poder de direção do processo como
também o principio de adequação formal. Na verdade, são atribuídas ao juiz um
conjunto de faculdades que lhe permitem decidir o modo de tramitação do
processo, mas também o poder de praticar e mandar praticar os atos
considerados necessários para uma rápida e justa resolução do litígio. De acordo
com as diretivas previstas no nº 1 deste preceito, cumpre ao juiz, sem prejuízo
do ónus de impulso especialmente imposto pela lei às partes, dirigir ativamente
o processo e providenciar pelo seu andamento célere, promovendo
oficiosamente as diligências necessárias ao normal prosseguimento da ação,
recusando o que for impertinente ou meramente dilatório e, ouvidas as partes,
18
Nos termos do artigo 547.º do CPC.
19
Previsto no artigo 6.º do CPC.
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se podem alcançar pela possibilidade que o juiz tem de programar, após audição
dos mandatários, os atos a realizar na audiência final, no âmbito da audiência
prévia – artigo 591.º, nº 1, alínea g), ou, quando a realização desta tenha sido
dispensada, nos termos do artigo 593º, nº 2, alínea d). A partir dessa
programação, compete-lhe dirigir os trabalhos e assegurar que estes decorrem
de acordo com a mesma- artigo 602.º, nº 2, alínea a). Findo os articulados, o juiz
pode determinar a junção de documentos com vista a permitir a apreciação de
exceções dilatórias ou o conhecimento, no todo ou em parte, do mérito da causa
no despacho saneador- artigo 590.º, nº 2, alínea c). Atendendo à natureza e
extensão dos temas de prova, pode o juiz admitir a inquirição de testemunhas
para além do limite previsto – artigo 511.º, nº 4. Com a mesma finalidade de
simplificar e agilizar, o juiz pode ordenar a apensação de ações, a requerimento
de qualquer das partes, nos termos do disposto no artigo 267.º o juiz pode
excecionalmente aplicar uma taxa de justiça sancionatória quando a ação,
oposição, requerimento, recurso, reclamação ou incidente seja manifestamente
improcedente e a parte não tenha agido com a prudência ou diligência devida –
artigo 531.º. Com fundamento no disposto no artigo 630.º, nº2, não é admissível
recurso das decisões de simplificação ou de agilização processual, proferidas
nos termos previstos no nº 1 do artigo 6.º, salvo se contenderem com os
princípios da igualdade e do contraditório, com a aquisição processual de factos
ou com a admissibilidade de meios probatórios.
Principio do valor extraprocessual das provas20, as condições de
admissibilidade do “valor extraprocessual das provas”, vêm previstas no artigo
421.º, nº 1 e 2 do CPC, designadamente e como o preceito indica, que os
depoimentos e perícias produzidos num processo com audiência contraditória
da parte podem ser invocados noutro processo contra a mesma parte, sem
prejuízo do disposto no nº 3 do artigo 355.º do Código Civil que nos dá como
exceições a confissão poder ser judicial ou extrajudicial; a confissão judicial é a
feita em juízo, competente ou não, mesmo quando arbitral, e ainda que o
processo seja de jurisdição voluntária. “A confissão feita num processo só vale
como judicial nesse processo; a realizada em qualquer procedimento preliminar
ou incidental só vale como confissão judicial na ação correspondente”. Porém, o
regime de produção da prova do primeiro processo de oferecer ás partes
20
Nos termos do artigo 421.º do CPC.
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Conforme as disposições do artigo 607.º do CPC.
27 | P á g i n a
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22
Nos termos do artigo 606.º do CPC.
23
Conforme o disposto no artigo 209.º da CRP, artigo 10.º da DUDH, artigo 14.º, nº 1 da PIDCP
e artigo 6.º da CEDH.
24
Nos termos do artigo 602.º e 606.º do CPC.
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25
Nos termos do artigo 605.º do CPC.
26
Conforme disposto no artigo 605.º do CPC
27
Nos termos do nº 1 do artigo 195.º do CPC.
28
Vide nº 1 do artigo 605.º do CPC.
29
Conforme disposto nos nºs 2, 3 e 4 do artigo 605.º do CPC.
30
Nos termos dos artigos 7.º e 417.º do CPC e nº 8 do artigo 32.º da CRP.
31
Nos termos do nº 2 do artigo 7.º do CPC.
32
Conforme dispõe o artigo 413.º do CPC.
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33
Vide artigo 611.º do CPC.
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34
Nos termos do artigo 415.º do CPC.
35
Conforme dispõe o artigo 573.º do CPC.
36
Nos termos do artigo 115.º do CPC.
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14.11.2019 – 5ª FEIRA
20.11.2019 – 4ª FEIRA
O princípio da plenitude da assistência do Juiz
O princípio da plenitude da assistência do Juiz, encontra-se consignado no
artigo 605.º do CPC que reproduz as regras do anterior artigo 654.º do CPC,
agora adaptadas ao juiz singular, quando antes previam a intervenção do
Tribunal Coletivo na decisão da matéria de facto, e daí, o aditamento do novo nº
4. Antes da entrada em vigor do novo CPC, o princípio da plenitude da
assistência do juiz só tinha aplicabilidade para a decisão sobre a matéria de facto
nos termos do artigo 654.º do CPC. O princípio da plenitude da assistência do
juiz, ou, como outros preferem, o principio da identidade do julgador, abarca duas
hipóteses:
a) Ocorrência da impossibilidade do juiz no decurso da audiência final;
b) A sua transferência, promoção ou aposentação no decorrer da mesma.
A principal novidade em confronto com o regime anterior consiste no
seguinte: no anterior CPC, o princípio da plenitude da assistência dos juizes
37
Conforme dispõe o artigo 5.º nº 3 do CPC.
38
Nos termos dos artigos 3.º nº 1 e 609.º nº1 do CPC.
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39
Conforme disposto no artigo 605.º do CPC
40
Nos termos do nº 1 do artigo 195.º do CPC.
41
Vide nº 1 do artigo 605.º do CPC.
42
Conforme disposto nos nºs 2, 3 e 4 do artigo 605.º do CPC.
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Matéria de facto
Antes de falar sobre a matéria de facto relativa ao nosso acórdão e
importante diferenciar a matéria de facto da matéria de direito.
Entende-se por matéria de facto aquilo que acontece, um facto real para
ser interpretado não precisa de recurso à lei. Enquanto que matéria de direito é
tudo aquilo que precisa de interpretação da lei ou da norma jurídica. E, portanto,
se estamos a falar de factos (matéria de facto e matéria de direito é diferente).
Matéria de facto é um conjunto de factos que são demonstráveis do ponto
de vista da realidade material dos próprios factos que para serem percebidos e
interpretados não necessitam do recurso à via interpretativa, seja da lei, seja da
norma jurídica. Isto é facto e é isto que vai para a base instrutória da causa. É
isto que é selecionado para a seleção da matéria de facto como nos diz o (artigo
511.º CPC - seleção da matéria de facto), portanto isso é que é determinante
para sabermos o que é que é facto e o que é direito.
Tudo aquilo que é susceptível, para ser compreendido, para ser percebido
com recurso à lei interpretação da lei ou à interpretação da norma jurídica é
matéria de direito.
Não se pergunta matéria de direito na base instrutória da causa. Não se
pergunta matéria de direito na seleção da matéria de facto. Perguntam-se factos.
As perguntas feitas às testemunhas não são sobre a interpretação jurídica, não
são sobre a interpretação da lei, mas sim sobre factos, o que é importante é que
a testemunha testemunhe o facto, e a prova documental que sirva para provar
factos. Factos revestidos de normatividade, o facto em si e não tem nenhuma
correspondência com a lei.
Com isto e analisando o nosso acórdão, relativamente à matéria de facto a
parte AA instaurou uma acção declarativa, com processo comum, contra a parte
BB pedindo que esta seja condenada a pagar-lhe a quantia de €34.542,88,
acrescida de juros de mora vencidos, no montante de €2.964,06, e vincendo até
integral pagamento. Alegou, em síntese, que em 7 de Outubro de 2008, por
decisão proferida na Conservatória do registo Predial da Golegã, foi decretado o
divórcio entre o autor e a ré, tendo sido posteriormente instaurado processo de
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Matéria de Direito
I) Em matéria de Direito o primeiro ponto a ser avaliado por este acórdão é
se há ou violação do princípio da plenitude da assistência do juiz. Este princípio
está previsto no artigo 605.º do Código do Processo Civil (CPC) e procura que o
juiz que decida sobre a matéria de facto seja o mesmo que já assistiu a toda a
instrução e discussão da causa. Assim sendo, durante a audiência final, em caso
de impossibilidade permanente do juiz, todos os actos já praticados serão
repetidos perante o juiz substituto, mas caso se trate de uma simples
impossibilidade temporária haverá apenas uma interrupção da audiência.
Neste caso concreto, a audiência final teria de ser repetida (artigo 662.º nº
2 alínea c) CPC) em primeira instância, o que aconteceu, mas com juiz diferente,
embora a juíza que iniciou o julgamento se mantivesse em funções no tribunal,
pelo que deveria ter sido presidido por ela. O Tribunal da Relação deu, portanto,
razão ao autor, dizendo que houve de facto violação do princípio da plenitude da
assistência do juiz. Esta violação constitui numa nulidade nos termos do artigo
195.º CPC. Diz ainda o acórdão que esta é uma nulidade inominada ou
secundária, e que deve ser alegada no prazo de 10 dias (nos termos do artigo
149.º CPC). Ora, o acto que deu origem à nulidade (o julgamento) deu-se a 21
de abril de 2017 e o recorrente só arguiu a nulidade no próprio recurso a 2 de
outubro de 2017, estando assim caducado o direito de reclamar contra ela. A
nulidade fica, portanto, considerada sanada ou suprida. Improcede, por
conseguinte, este segmento do recurso.
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A decisão
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21.11.2019 – 5ª FEIRA
REQUERIMENTO DE JUNÇÃO DE DOCUMENTOS43
Proc.º _______
43
Nos termos dos nº 1, 2 e 3 do artigo 423.º e artigo 523.º do Código de Processo Civil.
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uma vez que a Autora sofreu um ataque de vírus no sistema informático no dia
27.11.2019, o qual fez paralisar o sistema impossibilitado a sua junção.
Pede deferimento
Os advogados
Assinaturas
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rústico 88-B, sob o artigo 88-B, com a Licença de Habitação nº ......., emitido
em......, pela Câmara Municipal de ........... com a área de 600 m2.
2ª.
O presente contrato terá uma duração limitada de 1 ano, renovável, com
início em 27.08.2015 e termo em 27.08.2016.
3ª.
O segundo contraente pode renunciar o contrato mediante um aviso prévio
de 90 dias aos primeiros contraentes.
4ª.
A renda anual acordada é de Euro 4.800€ (Quatro Mil, Seiscentos Euros),
a pagar pelo segundo contraente em duodécimos de Euro 400€ (Quatrocentos
Euros) aos primeiros contraentes.
5ª.
A renda será atualizada anualmente de acordo com os coeficientes legais
publicados por portaria governamental.
6ª.
A renda será paga aos primeiros contraentes através numerário, até ao dia
oito do mês anterior a que respeita.
7ª.
O imóvel objecto deste contrato destina-se a indústria, comércio e serviços
do segundo contraente e do seu agregado familiar, não lhe sendo lícito atribuir
outro fim ou uso.
8ª.
Ao segundo contraente fica vedado a sublocação ou cedência do
arrendado, total ou parcial, onerosa ou gratuita, sem consentimento expresso e
por forma escrita dos primeiros contraentes.
9ª.
O imóvel é entregue aos primeiros contraentes com todas as suas partes
integrantes em pleno estado de conservação e funcionamento.
10ª.
Cessando o contrato, o segundo contraente devera restituir aos primeiros
o imóvel com todas as suas partes integrantes, equipamentos e mobília no
mesmo estado de conservação e funcionalidade em que, pelo presente titulo o
recebe, indemnizando os primeiros contraentes de eventuais danos causados.
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11ª.
O segundo contraente deve permitir o acesso ao arrendado, com vista ao
exame do seu estado de conservação, pelos primeiros contraentes ou seu
representante, desde que avisado com antecedência mínima de quinze dias.
12ª.
O segundo contraente obriga-se, também, sob pena de indemnização:
a) A conservar em bom estado, como atualmente se encontram, as
canalizações de água, esgotos, todas as instalações sanitárias e de luz e
respetivos acessórios, pagando à sua custa as reparações relativas a
deteriorações e danificações;
b) A manter em bom estado as paredes, soalhos e vidros.
13ª.
O segundo contraente obriga-se ao pagamento da água municipalizada
que consumir para os seus usos industriais ou sanitários e da energia elétrica
que gastar, bem como de todas as despesas inerentes ao presente contrato,
incluindo o devido Imposto de Selo.
14ª
É expressamente proibido a presença de animais no arrendado, caso
aconteça o segundo contraente terá que abandonar o arrendado.
15ª
Em tudo o que estiver omisso regulam as disposições legais aplicáveis.
Declara o segundo contraente que aceita este contrato nos termos exarados.
Feito em triplicado.
Lisboa, 27 de agosto 2015
Assinaturas
Pelo Primeiro Contraente
Pelo Segundo Contraente
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27.11.2019 – 4ª FEIRA
28.11.2019 – 5ª FEIRA
04.12.2019 (8ª aula) – 4ª FEIRA
Não houve aula.
05.12.2019 (8ª aula) – 4ª FEIRA
Apresentação da PI do Grupo II.
44
Nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 590.º do Código de Processo Civil.
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