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PROCESSUAL CIVIL
DECLARATIVO
Jadine E. C. F. Seixas
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Jadine Seixas
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A. PETIÇÃO INICIAL
- É o primeiro articulado do processo.
- É o articulado onde o autor deduz a sua pretensão de tutela, expondo os
respetivos fundamentos de facto e de direito.
- É com a receção desta na Secretaria do Tribunal que, nos termos do art.259º,
se inicia o processo, a instância, constituindo-se assim a relação jurídica processual
entre o autor e o Tribunal. A partir deste momento, a ação passa a considerar-se
pendente impedindo a caducidade do direito (331º CC).
- Para o réu, a proposição da ação só produz efeitos a partir da citação (nº2
art.259º).
- A Petição Inicial pode decompor-se em 4 partes, sendo estas:
1. Introito/Preâmbulo
- É a parte em que o autor designa o Tribunal e a respetiva secção em que a
ação é proposta, identifica as partes e indica o tipo de ação e a forma do processo.
2. Narração
- É a parte em que o autor expõe os factos e as razões de direito que servem de
fundamento à ação.
- A narração assume uma importância fundamental.
- Como decorre do P. do Dispositivo, o juiz não está sujeito às alegações das
partes no que se refere à indagação, interpretação e aplicação das regras de
Direito, só pode ter em conta os factos essenciais articulados pelas partes. Assim
sendo, cabe ao autor carrear para o processo os factos essenciais à procedência
do seu pedido (5º nº1).
- É nesta que deve indicar a causa de pedir, recortando assim o objeto do
processo e, naturalmente, a própria decisão do Tribunal. Este não pode basear a
sentença numa causa não invocada pelo autor (608º nº2), sob pena de nulidade
da mesma (alda) nº1 art.615º).
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3. Conclusão
- É a parte em que o autor formula o pedido.
- O juiz não pode condenar em quantidade superior ou em objeto superior
diferente do pedido (609º).
- A Petição Inicial pode padecer de ineptidão, ou seja, pode estar feita de tal forma
substancialmente inadequada que não possa ter seguimento (186º).
à Consequências, totais ou parciais, nº3 e 4 do 186º.
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B. DISTRIBUIÇÃO
- Regulada nos 203º e ss.
- É o ato pelo qual se designa a secção, a instância e o Tribunal onde o processo
vai correr ou o juiz que vai exercer as funções ao relator.
- Os atos em que a distribuição se traduz são integralmente realizados por meios
eletrónicos que devem garantir, não só a igualdade na distribuição do serviço, mas
também a necessária aleatoriedade dos resultados (204º). Quer na Primeira
Instância, quer Tribunais Superiores, a distribuição é efetuada diariamente e de
forma automática (208º e 213º).
- Após a distribuição e em determinadas causas importa proceder ao registo da
ação. O registo da ação protege o autor face a atos de terceiro praticados na
pendência da causa, fazendo retroagir os efeitos da sentença à data do registo da
ação.
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C. CITAÇÃO
- Conforme o 219º, a citação é o ato pelo qual se dá conhecimento ao réu de
que foi proposta contra ele determinada ação e se chama ao processo para se
defender.
- A citação emprega-se ainda para chamar pela primeira vez ao processo alguma
pessoa interessada em causa.
- Tem 3 funções: Informar, Convidar e Constituir o réu ou terceiros na qualidade
de parte.
- A citação tem em comum com a notificação o facto de ser, igualmente, um ato
de comunicação do Tribunal. Conforme o nº2 do 219º, a notificação serve para,
em quaisquer outros casos, chamar alguém a juízo ou dar conhecimento de um
facto.
- Do ato da citação deve fazer parte, nos termos dos 219º e 227º:
• A remessa ou entrega do duplicado da Petição Inicial e da cópia de
documentos que a acompanham;
• A comunicação de que o réu fica citado para a ação a que o duplicado se
refere;
• A indicação do Tribunal, juízo e secção, onde decorre o processo, se já tiver
ocorrido distribuição;
• A indicação do prazo que o réu tem para contestar. Note-se que se a
Secretaria, por lapso, indicar um prazo superior ao determinado na lei, o réu
aproveita esse prazo a não ser que o autor promova nova citação em termos
regulares (191º nº3);
• A necessidade de patrocínio judiciário, se for esse o caso;
• As consequências decorrentes da falta de contestação. Designadamente,
que se terão como confessados os factos invocados pelo autor na Petição
Inicial (567º).
- Oficiosidade da Citação
à Como consta do 226º nº1, cabe à Secretaria diligenciar de modo a
alcançar com a maior celeridade a efetiva e regular citação pessoal do réu, sem
necessidade de despacho prévio nesse sentido.
à Só não será assim nos casos em que a citação deva ser efetuada por
agente de execução ou promovida por mandatário judicial e, ainda quando se
verifique alguma das situações elencadas no nº4/226º.
- Modalidades de Citação
à Quanto às modalidades da Citação de pessoas singulares, temos a
Citação Pessoal e a Citação Edital (225º).
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• Transmissão Eletrónica
• Postal – Carta Registada com Aviso de Receção
• Mesmo para fora da Comarca do Processo – 172º nº3
Pessoal • Contrato Pessoal do agente de execução ou de funcionário judicial, se for
o caso do art.231º (eventualmente convocando-se o citando –
nº10/231º)
Citação • Por mandatário judicial (237º e 238º)
- Efeitos da Citação
à Prazo para Contestação;
à Faz cessar a boa-fé do possuidor (substantivo);
à Torna estáveis, mas não imutáveis, os elementos da Instância (260º);
à Impede o réu de acionar o autor pela mesma questão.
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D. REVELIA
- Após a citação, o réu tem o prazo de 30 dias (contados da Citação ou da
Notificação da Revogação do Indeferimento liminar) para, querendo, contestar a
ação (569º).
- Decorrido aquele prazo, fica precludido o direito de contestar (139ºnº3), exceto
nas situações:
• De justo impedimento (140º), ou seja, ocorrendo evento não imputável
à parte nem aos seus representantes ou mandatários que obste à
apresentação da Contestação;
• De apresentação até 3 dias úteis imediatos ao termo do prazo, ficando
neste caso o réu obrigado ao pagamento de uma multa (139º/nº5, 6 e
7);
• De prorrogação do prazo por decisão judicial por período não superior
a 30 dias, sempre que exista motivo ponderoso (569º/nº5) que impeça
ou dificulte anormalmente ao réu ou ao seu mandatário a organização
da defesa.
- Se o réu não contestar constitui-se uma situação de Revelia cujas consequências
dependem da natureza dos interesses em causa, modalidade da Citação e
comportamento processual do réu.
- Espécies de Revelia
à A Revelia pode ser absoluta ou relativa, operante e inoperante.
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no processo.
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E. CONTESTAÇÃO
- Podemos falar desta em sentido formal ou em sentido material.
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2. Narração
- É a parte da Contestação onde o réu expõe os factos, tomando posição
perante os factos alegados pelo autor e invocando, se for caso disso, novos
factos.
- Aqui também cabe ao réu apresentar as razões de direito pela qual se opõe
à pretensão do autor.
- O réu deve especificar separadamente as exceções deduzidas, sob pena de
os factos em que as mesmas se traduzem não se considerarem admitidos por
acordo ainda que não venham a ser impugnados pelo autor.
3. Conclusão
- É a parte onde o réu indica qual ou quais as consequências que devem
corresponder à defesa apresentada: Absolvição da Instância ou Absolvição do
Pedido.
- É admissível apresentar Contestação mesmo quando o réu se limite a
confessar o pedido ou os factos alegados pelo autor à Contestação em sentido
formal.
- À Secretaria Judicial cabe proceder ao controle formal, externo, da
Contestação, em termos análogos ao que sucede com o controle que faz da
Petição Inicial à Por aplicação analógica do 558º, a Secretaria deve recusar a
Contestação quando:
• Não é identificado o processo;
• A contestação estiver mal endereçada;
• Não estiver assumida;
• Não se encontre redigida em língua portuguesa;
• Não tenha sido utilizado o papel regulamentar.
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F. RECONVENÇÃO
- É uma ação cruzada com a do autor, cuja petição é inserta, formalmente, pelo
réu, na própria contestação, embora autonomizada (266º e 583º).
- Dir-se-ia contra-ataque.
- Existe reconvenção sempre que o réu formula na contestação, em sentido formal,
um pedido autónomo contra o autor. O pedido só é reconvencional se for
autónomo e, tal sucede quando é formulado em exercício do direito de ação dando
origem a uma ampliação do objeto do processo.
- A reconvenção traduz-se numa nova ação proposta pelo réu (reconvinte) contra
o autor (reconvindo).
- Requisitos Processuais:
• Deve ser deduzida separadamente da Contestação, em sentido material, e
conter todos os elementos e indicações a que ilude o art. 583º;
• Identidade da forma do processo (266º nº3). Se aos pedidos principal e
reconvencional corresponder uma diferente forma, a reconvenção só será
de admitir se o juiz a autorizar;
• O Tribunal deve ser absolutamente competente (93º).
- Requisitos Materiais: (para que a reconvenção seja admitida, a lei exige que se
verifique algum dos elementos de conexão referidos no art. 266º, nº2)
• Al. a) prevê duas situações, sendo estas:
1. A reconvenção é admitida quando o pedido do réu emerge do facto
jurídico que serve de fundamento à ação, ou seja, quando exista uma
DECORRÊNCIA identidade quanto à causa de pedir. A identidade exigida deve consistir
DO FACTO EM numa conexão entre factos principais, essenciais ou constitutivos.
QUE SE FUNDA
A AÇÃO OU A
2. A reconvenção é admitida quando o pedido reconvencional assenta nos
DEFESA factos em que o réu fundamenta, igualmente, a defesa contra a pretensão
formulada pelo autor, ou seja, admite-se que o réu utilize um determinado
facto ou conjunto de factos para afastar a pretensão do autor e
simultaneamente para fundamentar o seu pedido reconvencional.
• Al. b), quando o réu se propõe tornar efetivo o direito a benfeitorias ou
despesas relativas à coisas cuja entrega lhe é pedida.
• Al. c), quando o réu pretende obter o reconhecimento de um crédito, seja
para obter a compensação, seja para obter o pagamento do valor em que
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G. RÉPLICA
- Para além dos articulados normais (Petição Inicial e Contestação), a lei prevê a
apresentação de articulados eventuais (Réplica e Articulados Supervenientes), trata-
se de articulados eventuais porque a admissibilidade da sua apresentação está
dependente da verificação de certos requisitos.
- É o articulado que o autor pode apresentar em resposta ao pedido
reconvencional ou nas ações de simples apreciação negativa, para alegar os factos
impeditivos ou extintivos do direito invocado pelo réu.
- A finalidade deste é a defesa ou “contestação” de reconvenção (584º nº1); ou
inserção na ação de simples apreciação negativa (584º nº2).
- O juiz pode conceder ao autor um prazo para exercer o contraditório por escrito,
às exceções deduzidas na Contestação pode o autor responder, nos termos do
nº4 do art 3º, na audiência prévia ou, não havendo lugar a esta, no início da
audiência final.
- Atendendo à al.c) do 572º, a falta de impugnação pelo autor (na réplica, quando
admissível, ou nos termos do nº4 do art 3º) dos factos em que se baseiam a
exceções deduzidas pelo réu, só não acarreta um efeito cominatório –
considerarem-se admitidos por acordo – se este não especificar e deduzir a defesa
por exceção. à Recai sobre o autor o ónus de impugnação, agora na audiência
prévia ou no ínicio da audiência final, dos factos em que se baseiam as exceções
deduzidas na Contestação.
- Pode ser apresentada no prazo de 30 dias a contar daquele em que for ou se
considerar notificada a apresentação da Contestação (585º).
- A falta deste articulado ou a falta de impugnação dos novos factos alegados pelo
réu reconvinte, ou pelo réu nas ações de simples apreciação tem como
consequência serem os mesmos considerados admitidos por acordo (587º+574º).
H. ARTICULADOS SUPERVENIENTES
- Em sentido estrito, são as peças escritas deduzidas por artigos onde as partes
podem invocar factos impeditivos, constitutivos, modificativos ou extintivos que
ocorram ou que as partes deles tenham conhecimento, após a apresentação da
Petição Inicial e da Contestação.
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- O regime destes está previsto no art 588º, onde se distingue o articulado posterior
do novo articulado.
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A. DESPACHO PRÉ-SANEADOR
- Conforme o nº2 do 590º, terminada a Fase dos Articulados, o juiz profere, sendo
caso disso, Despacho Pré-Saneador Destinado a:
• Providenciar pelo suprimento de exceções dilatórias. (Exemplo: Notifique-
se que o autor para, querendo, constituir mandatário judicial no prazo de
8 dias, sob pena de o réu ser absolvido da instância.)
• Providenciar pelo aperfeiçoamento dos articulados (Exemplo: Notifique-
se que o autor para, querendo, concretizar o afirmado em 5º da petição
inicial, designadamente para correar para os autos dos factos em que se
terá traduzido a afirmação difamatória imputada ao réu. Prazo de 8 dias.)
• Determinar a junção de documentos com vista a permitir a apreciação
de exceções dilatórias ou o conhecimento, no todo ou em parte, do
mérito da causa no Despacho Saneador. (Exemplo: Notifique-se o réu
para, querendo, juntar os autos, em 8 dias, certidão de nascimento.)
- E, de acordo com o nº3 do mesmo artigo, o juiz deve convidar as partes a suprir
as irregularidades dos articulados, quando estes careçam de requisitos legais ou a
parte não haja apresentado documento essencial ou de que a lei faça depender o
prosseguimento da causa.
- Incumbe ainda ao juiz (nº4), convidar as partes ao suprimento das insuficiências
ou imprecisões na exposição na exposição ou concretização da matéria de facto
alegada, fixando prazo para a apresentação de articulado em que se complete ou
corrija o inicialmente produzido.
- O Despacho Pré-Saneador tem as seguintes finalidades:
1. Sanação da falta de pressupostos processuais;
• Art 590º, nº2, al.a) à O juiz tem o poder/dever de providenciar pelo
suprimento de exceções dilatórias, praticando o ato necessário ou
convidando a parte a praticar o ato adequado à regularização da
instância, sanando desse modo a falta de pressupostos processuais.
2. Aperfeiçoamento dos articulados irregularidades;
• Os articulados são irregulares quando não observem os requisitos
legais ou quando não sejam acompanhados de documento essencial
ou de qual a lei faça depender o prosseguimento da causa (art.
508º/2 CPC). Por requisitos legais devem entender-se os requisitos
externos, de natureza formal, ou seja, os requisitos que não dizem
respeito ao conteúdo dos articulados.
3. Aperfeiçoamento dos articulados deficientes.
• Os articulados são deficientes quando contenham insuficiências ou
impressões na exposição ou concretização da matéria de facto (art.
508º/3 CPC), isto é, quando neles se encontrem todos os factos
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B. AUDIÊNCIA PRÉVIA
- Depois de concluídas as diligências decorrentes da prolação do Despacho Pré-
Saneador, se for caso disso, o juiz deve, em princípio convocar uma audiência a
realizar num dos 30 dias subsequentes (nº1, 591º), indicando o seu objeto e
finalidade (nº2, 590º). Se o juiz não especificar os fins da audiência e limita-se a
convocar as partes, deve entender-se que a mesma é convocada para todas as
finalidades indicadas no 591º.
- Para esta, são sempre convocados os mandatários da spartes e também as
próprias partes, se o fim ou alguns dos fins da mesma for a tentativa de conciliação
prevista na al. a).
- As partes são notificadas para comparecer pessoalmente ou se fazerem
representar por mandatário com poderes especiais (nº2, 594º).
- Finalidades:
1. Tentativa de Conciliação (594º)
à O juiz deve empenhar-se ativamente para tentar aproximar as posições
das partes tendo em vista alcançar uma solução com base na equidade, ou
seja, a solução mais adequada para o caso concreto (nº3, 594º).
à Alcançada a conciliação, a transação deve ficar consignada em ata (nº4,
594º), mas tal não significa que o juiz não pode repetir a tentativa, terá, aliás,
de o fazer no início da Audiência Final (604º).
à O juiz fica impedido de convocar as partes para uma nova audiência
apenas com essa finalidade.
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à Não havendo conciliação, impõe a lei – nº4, 594º - que fiquem em ata
as concretas soluções sugeridas pelo juiz, bem como os fundamentos que
justificam a persistência do litígio.
2. Discussão de exceções dilatórias
à Facultar às partes a discussão sobre as exceções dilatórias que ao juix
cumpra apreciar ( al.b), 591º), no despacho saneador (595º) o juiz vai ter,
em regra, de se pronunciar sobre as exceções invocadas pelas partes bem
como sobre as exceções de conhecimento oficioso. Mas antes de o fazer
deve facultar às partes a possinilidade de se pronunciarem sobre as
mesmas, dando assim cumprimento ao princípio do contraditório (3º, nº3)
quanto às exceções deduzidas no último articulado admissível.
3. Discussão do Mérito da Causa
à Aqui pretende-se evitar decisões surpresa, tendo em atenção que no
Despacho Saneador – 595º, al.b) – cabe ao juiz conhecer imediatamente o
mérito da causa, sempre que o estado do processo permitir; sem
necessidade de mais provas, a apreciação, total ou parcial, do ou dos
pedidos deduzidos ou de alguma exceção perentória.
* o conhecimento imediato do mérito da causa é excecional, pois o juiz, em
regra, só o poderá fazer após a Instrução, depois da produção de prova*
4. Delimitação dos termos do litígio + Aperfeiçoamento dos articulados
deficientes
à Consiste em facultar às partes a discussão das suas posições tendo em
vista a delimitação dos termos do litígio e o eventual aperfeiçoamento dos
articulados deficientes.
à Na maioria das ações importa definir as questões controvertidas, pois as
partes nem sempre resistem à tentação de carrear para os autos uma
miscelânea de factos, arrazoando factos principais com acessórios. Ora nesta
fase, deve concretizar-se o combate às questões verdadeiramente
controvertidas suprindo, se necessário, as insuficiências ou imprecisões n
exposição da matéria de facto.
5. Proferimento do Despacho Saneador (595º)
à al.d), 591º
6. Decisão sobre adequação formal, a simplificação ou agilização processual
(nº1, art.6º + 547º)
7. Identificação do objeto do litígio e dos temas de prova
à Pode consistir em conhecer as circunstâncias de um determinado
acidente.
à Se a ação não findar na Audiência Prévia, o juiz deve proferir na mesma,
após debate, o despacho no art. 596º ( al.f), nº1, 596º).
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D. DESPACHO SANEADOR
- É aquele que saneia, torna higiénico, repara, mas também o que desfaz.
- É o despacho pelo qual se torna são ou se repara um determinado processo,
eliminando as suas eventuais irregularidades.
- Este despacho desempenha, igualmente, uma função de regularização do
processo que prossegue a sua marcha para a prolação da sentença, mas esse
não é o seu escopo essencial, é antes o despacho onde ao juiz cabe decidir
sobre a regularidade da instância e, sendo possível, sobre o mérito da causa
(595º).
- O Despacho Saneador desempenha um papel primordial que tem em si uma
dupla função:
1. Decidir sobre a regularidade da instância, designadamente sobre a
verificação dos pressupostos processuais, exceções dilatórias e nulidades
processuais (595º, nº1, al.a))
à Importa destacar que para além das exceções dilatórias invocadas pelas
partes, o juiz tem de se pronunciar sobre as exceções e nulidades de
conhecimento oficioso.
à É comum que o Despacho Saneador se apresente com o seguinte
conteúdo – “As partes têm personalidade e capacidade judiciária,
legitimidade e interesse em agir, estão devidamente representadas, o
tribunal é competente, não existem nulidades ou exceções que cumpra
conhecer”.
Este é, por excelência um despacho genérico, pois não decide uma
questão concreta, colocada pelas partes ou oficiosamente conhecida, neste
caso não constitui caso julgado formal, a decisão não se torna definitiva, o
juiz poderá vir a decidir em sentido contrário no momento da prolação da
sentença. Assim resulta do nº3 do 595º, que importa conjugar com 608º.
Tal não sucederá se no Despacho Saneador o juiz decidir sobre uma
questão concreta.
à Julgando procedente uma exceção dilatória, o Despacho Saneador põe
termo ao processo, absolvendo o réu da instância (278º, nº1).
à Tomando em atenção a absolvição da instância, temos de ver o
alcance e os efeitos da mesma: Transitada em julgado (628º), a decisão
de absolvição constituirá caso julgado formal, apenas terá força obrigatória
dentro do processo (nº1, 620º), não impedindo que se proponha outra
ação sobre o mesmo objeto (nº1, 279º).
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3 – FASE DA INSTRUÇÃO
- Os factos incluídos na base instrutória, porque são controvertidos ou porque nele
foram inseridos por iniciativa do Tribunal necessitam de ser provados. Esta fase
realiza uma função distinta consoante sejam utilizadas para a demonstração desses
factos provas constituídas ou provas pré-constituídas. A produção de uma prova
constituída é realizada, em regra, na Audiência Final, mas essa atividade tem de
ser previamente preparada: esta é uma das funções da Fase da Instrução, na qual
são praticados os atos preparatórios da produção das provas constituídas.
- Em sentido cronológico, define-se em função dos momentos em que as partes
podem apresentar os meios de prova. A apresentação dos meios de prova tem
sempre implícito um requerimento de admissão e produção e pode ter lugar:
1. No final da Petição Inicial
à O autor deve apresentar o rol de testemunhas e requerer outros meios
de prova.
à Havendo Contestação, o autor pode alterar o seu requerimento na Réplica
(casa haja lugar a esta) ou no prazo de 10 dias a contar da notificação da
Contestação – 552º, nº3.
2. Na Contestação
àO réu deve apresentar o seu rol de testemunhas e requerer outros meios
de prova.
à Havendo Reconvenção, caso o autor replique, o réu pode alterar
requerimento probatório no prazo de 10 dias a contar da notificação deste
articulado – 572º, al.d).
3. Nos Articulados
à Os documentos destinados a fazer prova dos factos que constituem
fundamento da ação ou defesa devem ser apresentados com os articulados
onde aqueles são alegados – 423º, nº1.
4. Na Audiência Prévia
à O requerimento probatório pode ser alterado nesta audiência ou, havendo
dispensa, nos termos do disposto no nº3, 593º - nº1, 591º.
5. Até 20 dias antes da data em que se realiza a Audiência Final
à As partes podem alterar o rol de testemunhas – nº2, 598º - assim como,
podem juntar documentos, ficando neste caso a parte sujeita ao pagamento
de multa, a menos que prove que os não pôde oferecer com o articulado
– nº2, 423º.
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alegar determinado direito deve fazer prova dos factos constitutivos daquele (nº1),
e, por seu turno, a parte contrária deve fazer prova dos factos impeditivos,
modificativos ou extintivos (nº 2), presumindo que, na dúvida sobre a natureza dos
factos, estes ter-se-ão por constitutivos (n º3).
- Os factos constitutivos são os que têm de se verificar para que o direito invocado
surja na esfera jurídica da parte e esta o possa exercer (e.g. celebração de um
negócio jurídico); Os impeditivos são os que se opõem a que o direito invocado
tenha eficazmente surgido (e.g. incapacidade, simulação, erro, dolo, coação) ou,
aqueles que pelo menos parcialmente, retardem o surgimento daquele direito (e.g.
condição suspensiva ou termo dilatório); Os factos modificativos são os que
modificaram o direito invocado que validamente se constituiu (e.g. escolha de uma
prestação diferente pelo credor); E, os factos extintivos são os que determinam,
parcial ou totalmente, a extinção do direito invocado, pressupondo igualmente que
este surgiu validamente (e.g. condição resolutiva, pagamento, novação,
compensação ou prescrição).
- Atenta a literalidade do preceito, constata-se que a regra geral no nosso
ordenamento opera uma repartição, que tem por referência o direito invocado, e
não a posição processual (ativa ou passiva) das partes no pleito. Este aspeto é
algo que consideramos importante, desde já, estabelecer, e a seguir veremos que
terá implicações.
- O artigo 342º do CC não se refere a figura do autor ou a do reu, apenas utiliza
as expressões “aquele que invocar um direito” e “aquele contra quem a invocação
é feita”. E, pensamos que nem outra poderia ser a opção do legislador. Em primeiro
lugar, porque o Código Civil, e, por consequente, esta norma é aplicável
subsidiariamente a outros ramos do direito, pelo que, a redação tem de observar
a potencialidade de ser aplicável as mais distintas figuras processuais (autor/réu,
demandante/demandado, requerente/requerido, etc.); e, em segundo lugar,
porque o autor ou o réu, podem, e é muito provável que assim o seja, na mesma
ação configurar como um sujeito que invoca um direito e aquele contra quem um
direito é invocado (e.g. pedido reconvencional).
- Todavia, em todos os casos em que seja aplicável a regra geral, sempre caberá
ao autor alegar e provar os factos constitutivos do direito que invocou, ao passo
que, ao reu caberá alegar e provar os factos impeditivos, modificativos e extintivos
do direito invocado pelo autor. E só eventualmente se verificará a distribuição
inversa, porquanto tal só ocorrerá se também o réu pretender invocar um direito -
e, apenas relativamente a esse.
- Sufragamos a ideia de que o ponto de partida para a interpretação das regras
de repartição deve ser feito por reporte à previsão da norma que consagra o direito
invocado. A ser assim, consideramos que, em sede de distribuição de ónus da
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prova a leitura destes preceitos deve ser relacionada com as regras jurídicas de
direito substantivo. Isto porque, a montante reconduz-se sempre a um problema
de interpretação da norma substantiva, da qual a parte pretende valer-se.
- Na medida em que, se trata de determinar, em conformidade com a previsão
substantiva, quais os elementos constitutivos, impeditivos, modificativos ou extintivos
da norma fundamentadora da pretensão ou exceção invocada. Ou seja, esta matéria
reconduz-se a um problema de subsunção dos factos à norma jurídica invocada,
pois que as regras de repartição do ónus da prova devem ser interpretadas e
aplicadas à luz do direito substantivo, onde cada litigante tem de provar todos os
pressupostos, positivos e negativos, das normas favoráveis à sua pretensão.
- Donde, conjugando o que se disse com o ponto anterior, podemos concluir que
a prova de um determinado facto não recai sempre sobre a mesma parte (autor
ou réu), pois aquele poderá configurar-se como constitutivo, impeditivo,
modificativo ou extintivo consoante a pretensão da parte e a norma jurídica
invocada.
àCasosEspeciais
1 - Ações de Simples Apreciação ou Declaração Negativa
- Os casos especiais de distribuição do ónus da prova estão previstos no artigo
343o do CC. O primeiro destes, naturalmente previsto no nº 1 daquela norma,
corresponde as ações de simples apreciação ou declaração negativa, comumente
designadas apenas por ações de simples apreciação negativa, em que o legislador
atribui ao reu a prova dos factos constitutivos do direito que (o autor) se arroga.
- Tal como prescreve o CPC, no seu artigo 10º, nº 1, 2 e 3, a), trata-se de ações
declarativas, cujo único fim é obter a declaração de inexistência de um direito ou
de um facto, quando exista incerteza e a mesma acarrete um prejuízo para quem
a pretende ver esclarecida a situação por via judicial.
- Neste artigo, o “autor, no especto formal, é realmente o réu, no especto
substancial, e vice-versa, daí o encargo que impende sobre o reu de produzir a
prova dos factos que normalmente estão a cargo do autor”. Consequentemente,
verifica-se que a contestação desempenhará a função da Petição Inicial.
- A ratio da norma é clara: geralmente é mais fácil provar a existência de um direito
do que a sua inexistência. Assim, ao autor basta-lhe alegar a inexistência do direito
do reu, já este tem de alegar a existência do seu direito e fazer prova dos factos
constitutivos do mesmo. Daí que o 584º nº 2 preveja a possibilidade de o autor
apresentar Réplica para responder aos factos constitutivos alegados pelo réu.
2 - Ações que devem ser propostas dentro de certo prazo
- A regra do 343º nº 2 refere-se à caducidade de uma ação. A caducidade aqui
corresponde à verificação do decurso de um determinado prazo para que uma
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àInversão
- O artigo 344º do CC dispõe que as regras anteriores se invertem no conjunto
de situações elencadas naquele normativo, e, em geral, sempre que a lei assim o
determine.
- Entende a doutrina que os casos de inversão configuram regras excecionais, na
medida em que operam a derrogação das regras gerais sobre o ónus da prova.
- Tal como atrás se referiu, em princípio, o ónus da prova acompanha o da
alegação, o que não sucede nos casos de inversão, onde se constata que o ónus
da prova passa a caber à parte a quem não cabe o ónus de alegação daqueles
factos.
- Em termos de distinção podemos encontrar duas origens para os casos de
inversão previstos no artigo 344º do CC: uma causa legal (presunções ou liberação
legal) ou resultar de uma conduta das partes (convenção ou não colaboração).
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B. MEIOS DE PROVA
- Para formar a sua convicção livremente, o julgador pode, em regra, utilizar todos
aqueles que se revelem capazes de demonstrar a existência ou inexistência de um
facto. Exceções:
o juiz avalia à Derivadas da lei substantiva - destacam-se as normas
as provas
- 607º, nº 5 CPC, contem:
que exigem, para a prática de certos atos, formalidades ad
livremente • Princípio da Livre Apreciação;
sem a substanciam. Exemplo: 865º CC. Significa que o julgador
intervenção • Princípio da Livre Admissibilidade. não pode ter em consideração todo e qualquer meio de
de outros prova.
meios à Derivadas da lei processual – normas que estabelecem
inabilidades legais em matéria de prova testemunhal. 495º+
496º
- Valor probatório dos meios de prova:
• Prova Bastante – É aquela que pode ser afastada sendo apresentada contra
prova, ou seja, perante mera dúvida do juiz (346ºCC).
• Prova Plena – É aquela que só pode ser afastada mediante prova do
contrário, ou seja, através da demonstração de que é falso determinado facto
(347ºCC).
• Prova Pleníssima – É aquela cujo valor probatório não pode ser destruído
(exemplo: presunção legal ilidível).
- Contra Prova = Cria dúvida ao juiz se tal facto aconteceu / Prova do Contrário =
Cria convicção ao juiz que um facto aconteceu mesmo.
1) CONFISSÃO
à É o reconhecimento que a parte faz da realidade de um facto que lhe é
desfavorável e favorece a parte contrária (352º)
à Características:
• Irritabilidade (465º) – Uma vez verificada, esta não deve ser retirada
da sentença que o juiz vier a produzir. Porém, pode ser retirada de
um articulado enquanto a parte contrária não tiver aceitado
especificadamente (nº2 + 46º).
Não deve ser negada a confissão feita pelo réu, judicial (ocorrida na
pendência de uma ação) e extrajudicial (a confissão só é irretratável
depois da parte contrária a aceitar especificamente).
• Impugnabilidade (359º CC) – A confissão judicial ou extrajudicial pode
ser declarada nula ou anulada por falta de vícios ou vontade, mesmo
depois do trânsito em julgado da decisão. A única via para afastar a
força probatória da confissão é a judicial através da declaração de
nulidade ou anulação da confissão.
A confissão judicial não tem, por regra, valor de prova plena
(358ºCC), mas sim valor probatório pleníssimo.
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2) PROVA DOCUMENTAL
àÉ aquela que resulta de documento, de qualquer objeto elaborado pelo
homem com fim de reproduzir ou representar uma pessoa, coisa ou facto
(362º).
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3) PROVA TESTEMUNHAL
à Testemunha é a pessoa que, não sendo parte na causa nem seu
representante, é chamada a expor as suas perceções sobre factos passados.
A sua função é a de auxiliar o Tribunal na descoberta da verdade, através
da exposição do que viu, ouviu, sentiu, do que constatou.
Podem depor como testemunhas (445º).
Não podem depor como testemunhas (496º).
à Incidentes da Prova Testemunhal
• Impugnação, visa o impedimento do depoimento da testemunha
(514º e 515º);
• Acareação, é um acidente que tem lugar nas contradições das
testemunhas (523º).
à Prova por declaração da parte – 446º, 452º e 55º.
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Nestas, cabe aos mandatários proceder à crítica da prova produzida, indicando os factos que no seu
entender dever ser considerados como provados e não provados, assim como apresentar as suas
conclusões de direito.
Não podem exceder para cada um dos advogados uma hora e as réplicas trinta minutos.
Com estas, os advogados devem procurar auxiliar o juiz na difícil tarefa de julgar matéria de facto, assim
como na sua subsunção ao direito aplicável. Cabe-lhes enunciar o seu entendimento sobre a decisão a
proferir chamando a atenção para os aspetos mais relevantes ou decisivos da prova produzida. Mais do
que repetir o afirmado nos articulados ou reproduzir jargões forenses, ao advogado cabe destacar, com
a maior objetividade possível, o resultado da prova produzida.
Deve sublinhar, por exemplo, a razão pela qual o depoimento de certas testemunhas deve ser valorizado
em detrimento de outras, ou por que razão o Tribunal deve acolher uma determinada interpretação da
lei.
- Com as alegações orais dos mandatários das partes termina a Audiência Final,
começando a correr o prazo de 30 dias para elaboração da sentença.
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5 – FASE DA SENTENÇA
- Encerrada a Audiência Final, o processo é concluso ao juiz para ser preferida
sentença no prazo de 30 dias (607º, nº1).
- Nesta, o juiz deve começar por identificar as partes e enunciar o objeto do litígio,
ou seja, a pretensão formulada, a respetiva causa de pedir e os termos de oposição
deduzida, com destaque para exceções que tenham sido invocadas. De seguida,
o juiz deve enunciar as questões que ao Tribunal cumpre solucionar (607º, nº2).
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Jadine Seixas
Assim resulta do nº4 do 607º, ao estatuir uma análise crítica das provas, assim
como a especificação dos “fundamentos que foram decisivos para a sua
convicção”. É uma importante exigência que explica e justifica a obrigatoriedade
(com tutela constitucional) de fundamentação das decisões.
- A convicção do juiz não tem que corresponder a uma certeza absoluta, as provas
não têm de criar uma certeza irrefutável, sendo suficiente que determinem “um
grau de probabilidade tão elevado que baste para as necessidades da vida”.
- Em qualquer caso, a tarefa do julgador é a de elaborar uma “descrição
verdadeira” do que verificou, ainda que tal implique uma “má qualidade narrativa”.
A. DECISÃO FINAL
- Após enunciar e fundamentar o julgamento da matéria de facto cabe ao juiz
indicar, interpretar e aplicar as normas jurídicas correspondentes, concluindo pela
decisão final (nº3, 607º).
- Quanto à ordem das questões a resolver, preceitua o 608º, que a sentença
conhece em primeiro lugar das questões processuais que possam determinar a
absolvição da instância, também na sentença deve pronunciar-se sobre essa
regularidade podendo mesmo pôr termo à ação absolvendo o réu da instância.
- Se o Despacho Saneador for genérico, o mesmo não constitui caso julgado
formal (595º, nº3)
- Decidindo o mérito da causa, cabe ao juiz pronunciar-se expressamente sobre
o pedido do autor e, se for caso disso, do réu reconvinte.
- Quanto à qualificação jurídica das situações apresentadas, o juiz não está
condicionado à fundamentação de direito ou mesmo à pretensão expressamente
formulada pelas partes.
- Nas situações me que a obrigação em causa não é exigível no momento em
que a ação foi proposta, a sentença pode condenar o devedor a satisfazer a
prestação no momento do vencimento, assim resulta do princípio da economia
processual (610º).
- A condenação genérica, para as situações em que não existam, justificadamente,
elementos para fixar o objeto ou a quantidade (609º, nº2), assim como a
condenação em alternativa (553º, nº2)
- Os Tribunais tendem a admitir as denominadas “sentenças de condenação
condicionais”, ou seja, as sentenças em que o exercício do direito reconhecido
fica dependente da verificação de um evento futuro e incerto, já as “sentenças
condicionais” ficam com a eficácia condicionada.
- No final da sentença, o juiz deve condenar os responsáveis pelas custas
processuais, indicando a responsabilidade de cada parte (607º, nº6).
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- A decisão deve ser datada e assinada pelo juiz, que deve rubricar todas as
folhas da sentença que não tenham sido manuscritas pelo próprio (153º).
B. NULIDADE DA SENTENÇA
- A sentença é nula quando se verifique algumas das situações mencionadas no 615º:
1) Não contenha a assinatura do juiz
à Constitui uma nulidade suprível enquanto for possível colher a assinatura
do autor da sentença, não sendo tal possível, a nulidade tem como
consequência necessária a repetição dos atos de produção de prova a que
o juiz não assistiu.
2) Não especifique os fundamentos de facto de direito que justificam a decisão
à Para que a parte da decisão a mesma apresenta-se, por regra, sem
especificação legalmente exigida, a nulidade exige, porém, uma falta
absoluta/total de fundamentação (al.b)n nº1 do 615º) ou uma oposição
entre os fundamentos e a decisão (al.c), nº1, 615º). Há oposição de
fundamentos e decisão apontar para uma decisão contrária, divergente à
proferida pelo julgador.
à Na nulidade da sentença, cabe notá-lo, não se incluem situações de
inconcludência, insuficiência ou erro de fundamentação.
3) Os fundamentos estejam em oposição com a decisão, ou ocorra alguma
ambiguidade ou obscuridade que torne a decisão ininteligível
à A nulidade pressupõe a incompreensão do conteúdo da sentença em si
mesmas considerada.
4) O juiz deixe de pronunciar-se sobre as questões que devesse apreciar ou
conheça de questões de que não podia tomar conhecimento
à É frequentemente invocada nos nossos Tribunais e está prevista na
primeira parte da al.d) do 615º, trata-se da omissão de pronúncia
à Também frequente é a observação dos nossos Tribunais superiores, de
que só há nulidade quando o juiz não se pronuncia sobre “verdadeiras
questões” invocadas pelas partes e não perante “argumentação” deduzida
aduzida pelas partes.
Devem considerar-se as
pretensões, causas de pedir e
exceções.
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C. EFEITOS DA SENTENÇA
- A doutrina distingue os efeitos processuais dos efeitos substantivos.
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